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CONTRIBUIÇÕES DOS PARADIGMAS INOVADORES PARA A FORMAÇÃO DO DOCENTE UNIVERSITÁRIO

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Academic year: 2021

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ISSN 2176-1396

CONTRIBUIÇÕES DOS PARADIGMAS INOVADORES PARA A FORMAÇÃO DO DOCENTE UNIVERSITÁRIO

Dalva Vieira de Araújo

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- PUCPR Grupo de Trabalho – Educação, Complexidade e Transdisciplinaridade Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo

Este artigo tem como foco a busca de uma compreensão sobre os Paradigmas Educacionais e as contribuições desses paradigmas para a formação do docente universitário, tendo como objetivo desenvolver e aplicar uma prática pedagógica com professores universitários que oportunize uma metodologia criativa, crítica e transformadora assentada em referenciais teóricos e práticos que atendam ao paradigma da complexidade na Educação Superior. A pesquisa foi realizada por meio de uma vivência em encontros do grupo PEFOP (Paradigma educacionais e formação de professores), realizada durante três meses, sobre Paradigmas Educacionais na Prática Pedagógica, A pesquisa-ação foi coordenada por uma professora doutora do Programa de Pós-Graduação em Mestrado e Doutorado da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A proposta da pesquisa foi vivenciar a prática pedagógica e que o docente universitário ao ministrar o conteúdo em sala, envolva os alunos na interação com a disciplina, levando-os a internalizar de maneira satisfatória e produzir conhecimento. Diante disso, recorremos ao seguinte questionamento: Como desenvolver e aplicar uma prática pedagógica com professores universitários que oportunize uma metodologia criativa, crítica e transformadora assentada em referenciais teóricos e práticos que atendam ao paradigma da complexidade na Educação Superior? A pesquisa foi realizada com vinte e cinco (25) participantes, e utilizamos a abordagem metodológica pesquisa-ação. Para fundamentação teórica obtivemos os estudos com: Capra, (1996), Behrens (2013), Moraes (2009), entre outros. Para realização desse estudo, foram trabalhados nos encontros com Quadros Sinópticos individual e coletivo, o qual apresentavam as abordagens sobre os referenciais do aluno, professor, metodologia, avaliação e escola, dentro das abordagens pedagógicas conservadoras: Tradicional, Escolanovista, Tecnicista e abordagens inovadoras: Holística, Ensino com Pesquisa e por último a abordagem Progressista. Assim, a pesquisa resultou em uma visão ampla em que estes professores se encontram, de maneira que buscam dia após dia por um paradigma inovador.

Palavras-chave: Paradigmas Educacionais. Prática Pedagógica. Docente Universitário.

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Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Mestrado e Doutorado da Pontifícia Universidade Católica do

Paraná – PUCPR. E-mail: dalva.araujophb@gmail.com

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Introdução

São oportunos os estudos realizados sobre os paradigmas conservadores e os paradigmas inovadores em pleno século XXI porque as mudanças deveriam estar acontecendo de forma mais aceitável pela comunidade escolar. Dessa maneira, percebemos que não há espaço para um paradigma conservador nas salas de aulas, embora seja ainda bem comum na docência no ambiente escolar.

Com o avanço de uma sociedade globalizada, surge a necessidade de buscar novos modelos educacionais, na qual há uma organização em alinhar teoria e prática buscando uma formação pessoal e profissional do docente. As mudanças dos paradigmas educacionais em sala de aula emanam de exigências do próprio mundo em que vivemos, e a escola é um local de muitos desafios, de conteúdos descontextualizados e de ausência de mudanças ocorridas a cada dia.

Para tais ações de mudanças, surgem alguns questionamentos sobre a prática pedagógica por parte de alguns professores que se assentam em um ensino de copia, decora e repete, diante disso, buscou-se investigar o seguinte problema: Como desenvolver e aplicar uma prática pedagógica com professores universitários que oportunize uma metodologia criativa, crítica e transformadora assentada em referenciais teóricos e práticos que atendam ao paradigma da complexidade na Educação Superior?

Pretende-se trazer ao leitor uma nova forma de busca aos novos conhecimentos, de modo que este venha a interagir com o paradigma da complexidade, e que este professor do ensino superior supere suas limitações independentes de sua área educacional, para compreender que inovação é aliada na obtenção do êxito positivo no campo educacional.

Esse trabalho foi realizado dentro da perspectiva da Linha de Pesquisa “Teoria e Prática na formação de professores”, do Grupo de Pesquisa PEFOP – Paradigmas Educacionais e Formação de Professores, com o projeto intitulado “Formação Pedagógica do Professor Universitário da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUCPR”.

Tivemos a colaboração de 25 (vinte e cinco) participantes, cursando o mestrado e

doutorado, que estiveram envolvidos no processo investigativo e são docentes de variadas

áreas do conhecimento e que atuam ou gostariam de atuar como docentes universitários. A

realização da pesquisa deu-se por meio de uma abordagem metodológica denominada

Pesquisa-ação, envolvendo professor e alunos para a investigação da proposta lançada.

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Este artigo tem o objetivo desenvolver uma prática pedagógica com professores universitários que oportunize uma metodologia criativa, crítica e transformadora assentada em referenciais teóricos e práticos que atendam ao paradigma da complexidade na Educação Superior.

No decorrer do processo da Pesquisa-ação, os encontros foram realizados de forma dinâmica, utilizando atividades como a elaboração de Quadros Sinóptico e levantamento de pontos relevantes de determinados autores. Para finalizar eram construídos em sala portfólios com as atividades organizadas de forma coletiva, em que todos os alunos/investigados participassem do processo e logo em seguida era dialogado nos encontros, e a produção por meio de painéis montados pelos próprios participantes.

Este trabalho é constituído por cinco tópicos. O primeiro tem como tema “Entendendo os Paradigmas”, neste é ressaltado um esclarecimento quanto ao conceito dos Paradigmas da Complexidade e a compreensão dos mesmos.

O segundo tópico ressalta sobre os “Paradigmas conservadores na educação”, fazemos uma explanação histórica sobre os paradigmas conservadores que perpassam até os dias de hoje. Logo em seguida, é relatado sobre a “Crise dos paradigmas”, em suma, é articulado dentro deste tema, a crise que foi e é vivenciada por aqueles que optam pode mudanças paradigmáticas.

Posteriormente, enfatizamos sobre o contexto maior desse estudo que é “O paradigma da complexidade”, neste tema, demonstramos toda uma gama de apresentações conceituais e práticas para as mudanças na perspectiva do paradigma da complexidade. Depois, o percurso metodológico da pesquisa, na qual colocamos como ocorreu a pesquisa, onde ela aconteceu e os sujeitos que foram investigados.

E por fim as Considerações Finais, em que optamos por colocar algumas notas conclusivas deixando em aberto para novas investigações.

Entendendo os Paradigmas

Após leituras realizadas sobre os paradigmas, destacamos alguns autores que discorrem sobre essa temática, de maneira que apresentam seus conceitos para reflexão na educação.

Para Moraes, (2009, p. 31) o “paradigma refere-se a modelo, padrões compartilhados

que permitem a explicação de certos aspectos da realidade. É mais do que uma teoria; implica

uma estrutura que gera novas teorias”. Observa-se a persistência em mostrar que é uma

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inovação, uma “novidade” para compreensão do todo e realização do mesmo, tratando de mudanças no meio educacional.

Para, Kuhn (apud Moraes, 2009, p. 31) diz que,

É uma realização científica de grande envergadura, com base teórica e metodológica convincente e sedutora, e que passa a ser aceita pela maioria dos cientistas integrantes de uma comunidade, é uma construção que põe fim às controvérsias existentes na área a respeito de determinados fundamentos.

Na medida em que os cientistas integrantes de um contexto educacional se envolvam na exploração com base teórica e metodológica e que estas venham contribuir, é o momento em que acontece um consenso entre os cientistas dentro de determinado fenômeno, simultaneamente ocorrerá a unificação ao redor de uma nova temática. Ainda segundo Kuhn (apud Behrens, 2013, p. 25) diz que o paradigma constitui-se sendo: “a constelação de crenças, valores e técnicas partilhados pelos membros de uma comunidade científica”. A relevância da descoberta de um novo paradigma está também associada ao repasse aos demais do grupo no contexto social.

Na concepção de Edgar Morin (2009), conceitua o paradigma além da proposta definida por Kuhn. Segundo Morin (apud Moraes, 2009, p. 31),

Um paradigma significa um tipo de relação muito forte, que pode ser de conjunção ou disjunção, que possui uma natureza lógica entre um conjunto de conceitos- mestres. [...] esse tipo de relação dominadora é que determinaria o curso de todas as teorias, de todos os discursos controlados pelo paradigma. Seria uma noção nuclear ao mesmo tempo linguística, lógica e ideológica.

Do ponto de vista de Morin, percebemos que os paradigmas educacionais vão além de uma prática lógica, de maneira que esta relação é muito forte, para ação do que ele chama de conceitos-mestres. Alinhando à prática dos professores universitários, é procurar o inovador dentro de suas perspectivas educacionais, alinhando também teoria à prática, de maneira que essa inovação possa, se for o caso, se sobressair aos paradigmas conservadores.

Paradigmas Conservadores na Educação

Os paradigmas conservadores na educação estão voltados para a reprodução do

conhecimento, dentre eles podemos destacar as abordagens: Tradicional, a Escolanovista e o

Tecnicismo. Essa reprodução do conhecimento se dá simplesmente pelo o fato dos alunos

adquirirem através da cópia, repetição e reprodução. Neste ponto há uma visão fragmentada

dos fatos, o aluno é passivo e o professor um mero transmissor de conteúdos a estes alunos,

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posicionam em uma relação vertical, onde o professor é o detentor de todo conhecimento ali vivenciado.

Diante do exposto, observamos que:

[...] o adulto, na concepção tradicional, é considerado como um acabado, “pronto” e o aluno um “adulto em miniatura”, que precisa ser atualizado. O ensino em todas as suas formas, nessa abordagem, será centrado no professor. Esse tipo de ensino volta- se para o que é externo ao aluno: o programa, as disciplinas, o professor. O apenas executa prescrições que lhe são fixadas por autoridades exteriores (MIZUKAMI, 1986, p. 8).

É notório na abordagem tradicional a falta de interação entre professor e aluno, e que este aluno é tido como uma tabula rasa (PAULO FREIRE, 1987), de maneira que este não possa expressar-se diante do “novo”, sendo o professor apenas o transmissor de conhecimentos prontos e “acabados”. Nessa abordagem a educação tem a concepção de produto, já que vem tudo pronto para o professor inserir no aluno os modelos pré- estabelecidos, e não ocorre a ênfase no processo. (MIZUKAMI, 1986)

Partindo para a abordagem Escolanovista, nos deparamos com uma educação que estar em mudança da conservadora para a inovadora, tendo as propostas da pedagogia de projeto e uma educação democrática. Mas, ainda baseada na cópia, repetição e memorização.

Nessa abordagem o professor é uma espécie de orientador, que respeita o caráter individual e promove o autodesenvolvimento, respeitando as diferenças de cada aluno.

Behrens ressalta que:

O professor da abordagem escolanovista passa a ser um “facilitador da aprendizagem”, e deve auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo do aluno. O seu relacionamento em sala de aula precisa ser positivo e acolhedor, assegurando a vivência democrática. Seu papel não é dirigir, mas aconselhar e orientar os alunos (BEHRENS, 2013, p. 45).

É evidente que a abordagem escolanovista apresenta-se como uma reação diante da pedagogia tradicional, tentando “reverter” situações que esta tendência praticava no âmbito escolar.

No âmbito da abordagem tecnicista, oriundo do momento em que se vivenciava o auge da industrialização, na qual era ofertada para população uma formação rápida para o trabalho.

Nessa abordagem, o aluno era tido como um depósito de informações, um conhecimento

mecanizado. Aqui o conhecimento passa ser o centro do processo, onde fundamenta-se no

positivismo, a ação pedagógica é alicerçada em princípios da racionalidade e produtividade.

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Segundo Behrens (2013, p. 48) “a escola na abordagem tecnicista tem o papel fundamental de treinar os alunos, funcionando como modeladora do comportamento humano”. Observamos que a educação tem o aluno como uma máquina propulsora do sistema social capitalista. Mizukami (apud Behrens, 2013, p. 48) destaca que “À educação escolar compete organizar o processo de aquisição de habilidades, atitudes e conhecimentos específicos, úteis e necessários para que o indivíduo se integre na máquina do sistema social global”.

O posicionamento capitalista, tende a exigir da escola uma formação de produção deste aluno, de maneira que este sai como um produto pronto para atuar no mercado de trabalho, sendo um ser passivo, sem reflexões para suas ações. Daí vem a grande influência cartesiana que leva o professor ao racionalismo, e o mesmo passa aplicar a técnica pela técnica (BEHRENS, 2013).

A metodologia nessa abordagem tecnicista é um modelo pronto para ser repassado, sendo mecanicista, com conteúdos organizados a partir de uma sequência lógica e sistematizadas, dando ênfase no comportamento que são desejáveis pelas empresas e indústrias.

Apesar de ser notório algumas divergências entre essas abordagens, as mesmas defendem o indivíduo focado em um determinado processo, não dando o real valor às produções coletivas de maneira que estas não há uma troca de conhecimento um para com o outro. Desta maneira, nota-se sempre as mesmas fases da cópia, repetição e memorização, em que o ato de ensino e de aprendizagem são apenas reprodução de conhecimento.

Deve-se ressaltar que esse modelo da abordagem tradicional, escolanovista e tecnicista perpassam nas escolas e universidades até hoje, sendo modelos que poderiam ter atitudes inovadoras, para tanto é necessário a superação dessa fragmentação educacional, partindo de professores e alunos ao reverem suas práticas pedagógicas, buscando novas formas para o interior das escolas e universidades.

Crise dos Paradigmas

Houve um período em que teve uma crise dos paradigmas dentro da escola e dos

sistemas. A crítica sobre a postura da escola pública brasileira e dos sistemas educacionais,

sendo as mesmas caracterizadas como instituições fechadas, passivas e obedientes, de maneira

que procuram cumprir somente regras, esquecendo-se do seu contexto social. Deste modo, há

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uma clara ausência de uma postura filosófica, pedagógica e administrativa, levando pouco compromisso com a educação.

Neste momento, teria que fugir do modelo Newtoniano-Cartesiano, pois este é um modelo autoritário, fechado, fragmentado, desconectado do contexto, de modo que fica notório o ser humano ser tratado como máquinas que reagem a estímulos externos. A fuga do velho modelo tecnicista também é um dos pontos relevantes apontado por Moraes (2009), porque é necessário sair dessa pedagogia transmissiva e assim procurar fugir da sequência de conteúdos preestabelecidos, de disciplinas estanques, na qual o indivíduo possa “afrontar”

suas expectativas, fazendo relações e conexões de seus pensamentos, de sua relação com o outro e com sua realidade.

Para Behrens (2013) a uma crise de resistência no processo de transposição para um novo paradigma, pois não querem se “desprender” totalmente do anterior para que haja essa mudança relevante nos paradigmas da ciência. O progresso científico-tecnológico, foi dada como uma revolução tecnológica e veio de forma rápida, o qual trouxe inúmeros benefícios como também alguns transtornos para o ser humano, partindo do pressuposto das contribuições tecnologias avançadas como as informações benéficas adquiridas pelas informações oriundas da internet como também a competitividade de conhecimento, de buscar o exagero do pensamento isolado, individual e fragmentado.

Em suma, Capra (apud Behrens, 2013, p. 28) ressalta que “é uma crise de dimensões planetárias, advinda de um paradigma que permitiu a separação, a divisão e a fragmentação, levando a uma visão mecanicista do mundo”.

E por fim destes desafios, está presente fortemente o desafio de “perpetuar” a mudança nesses novos paradigmas no processo da educação, nas ideias pedagógicas como também no fazer docente.

O Paradigma da Complexidade

No âmbito dessa inovação dos paradigmas, a mudança paradigmática se dar por envolvimento, por compromisso na autenticidade para a mudança, de comportamento, de postura, de práticas pedagógicas em sala. O paradigma da complexidade sistematiza uma visão de totalidade, onde demonstra em “teia”, uma rede de conexões e sistemas integrados.

Para o paradigma da complexidade, há uma integração entre as eras, seja ela na era

oral, escrita ou digital, de modo que estas se entrelaçam para obtenção de resultados positivos

e satisfatórios no âmbito educacional (CAPRA, 1996). Há uma organização do trabalho

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docente, que se refere ao planejamento, este sendo articulado para os alunos de maneira que eles absorvam os conteúdos de forma reflexiva, ativa, dinâmica e participativa.

No texto, Capra (1996, p. 24-25) ressalta que:

O que estamos vendo é uma mudança de paradigmas que está ocorrendo não apenas no âmbito da ciência, mas também na arena social, em proporções ainda mais amplas. Para analisar essa transformação cultural, generalizei definição de Kuhn de um paradigma científico até obter um paradigma social, [...] “uma constelação de concepções, de valores, de percepções e de práticas compartilhadas por uma comunidade, que dá forma a uma visão particular da realidade, a qual constitui a base da maneira como a comunidade se organiza.

Em conformidade com Capra, são evidentes as mudanças decorrentes dos paradigmas inovadores, de maneira que estas concepções de valores, percepções e práticas compartilhadas são os resultados de uma comunidade que age com organização sistematizada no sentido de difundir uma prática pedagógica dentro de questões inovadoras.

Para tanto, é imprescindível que estes paradigmas inovadores, dentro do contexto global social, tende em avolumar-se para que a inovação seja significante em todos os ambientes educacionais, seja em escolas ou universidades, de modo que estabeleça uma aliança entre os futuros professores e os paradigmas da complexidade.

Percurso metodológico da pesquisa

Para elaboração da investigação buscamos na perspectiva da pesquisa-ação, na qual tivemos suporte para contemplar a pesquisa que foi explorada, como também a intervenção da ação dentro do contexto dos investigados, de modo que foi possível observar a participação e interação de cada um no momento das discussões em sala de aula e seus posicionamentos e contribuições nos conteúdos expostos nas aulas no que diz respeito à formação do professor.

Para compreender melhor sobre a pesquisa-ação, recorremos a um contexto teórico no qual Severino (2007, p. 120) ressalta que:

A pesquisa-ação é aquela que, além de compreender, visa intervir na situação, com vistas a modificá-la. O conhecimento visado articula-se a uma finalidade intencional de alteração da situação pesquisada. Assim, ao mesmo tempo que realiza um diagnóstico e a análise de uma determinada situação, a pesquisa-ação propõe ao conjunto de sujeitos envolvidos em mudanças que levem a um aprimoramento das práticas analisadas.

Percebemos que a pesquisa-ação propõe uma mudança dos envolvidos para um

aprimoramento de suas práticas utilizadas e/ou ainda que sejam realizadas, de maneira que

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estas estejam conectadas à busca de um novo conhecimento, essa realização foi de forma individual e coletiva, buscando uma mudança de ideias para o aperfeiçoamento como docente.

Esta pesquisa está atrelada a Linha de Pesquisa “Teoria e Prática na formação de professores”, do Grupo de Pesquisa PEFOP – Paradigmas Educacionais e Formação de Professores, com o projeto “Formação Pedagógica do Professor Universitário”. Teve a colaboração de 25 (vinte e cinco) participantes, cursando o mestrado e doutorado, professores, que estiveram envolvidos no processo investigativo e são docentes de variadas áreas do conhecimento e que atuam ou gostariam de atuar como docentes universitários.

Houve um processo de intervenção durante o período da disciplina, onde foi realizada a pesquisa. Para as reflexões do conteúdo da Disciplina “Paradigmas Educacionais na Prática Pedagógica”, foram indicados vários textos para entender o Paradigma da Complexidade, a partir da leitura e reflexão dos textos, era realizada aulas teóricas exploratórias como também a elaboração de trabalhos individuais e coletivos.

Os trabalhos individuais eram elaborados em casa, de maneira que já eram repassados os textos para leitura, reflexão e em seguida a realização dos Quadros Sinópticos.

Posteriormente, em sala de aula, estes quadros individuais tornariam um trabalho coletivo, que aconteciam as discussões nos grupos, as reflexões sobre uma síntese geral dos quadros de todos os participantes da equipe em sala de aula.

Durante a realização dos Quadros Sinópticos no coletivo, eram montados os painéis que permitiam a exploração mais afinco sobre o assunto a ser explorado. Em outros momentos era realizado o levantamento de três ou cinco pontos pertinentes de determinados teóricos, e que na realização do coletivo era solicitado o destaque dos pontos convergentes e diferentes dos textos do grupo.

Nos Quadros Sinópticos acontecia a elaboração dos seguintes referenciais: aluno, professor, metodologia, avaliação e escola, dentro das abordagens pedagógicas conservadoras: Tradicional, Escolanovista, Tecnicista e abordagens inovadoras: Holística, Ensino com Pesquisa e por último a abordagem Progressista.

A avaliação foi feita por meio de portfólios para organizar as atividades realizadas a

partir de um plano de pesquisa na realização das atividades individuais e coletivas nos

encontros, todos participavam do processo, com interação, opiniões, exemplos e entendimento

sobre o assunto estudado, montando o portfólio para apresentação das abordagens organizada

e dialogada com o grupo.

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Ficou perceptível que a realização dos trabalhos desse modo, não se torna algo enfadonho, de maneira que todos os participantes interagem para o profundo aprendizado da disciplina e que a contribuição da coordenadora/professora motiva a uma mudança no que se refere aos Paradigmas Inovadores.

Os recursos utilizados para a exposição das aulas eram vídeos, slides em power point, cartolina, cola, lápis de cor, pincéis, folha de papel almaço, vídeos, enfim, uma gama de material para construção dos quadros sinópticos coletivos como forma de interação e participação de todos.

Considerações Finais

A pesquisa realizada foi de grande relevância para o aprofundamento dos estudos dentro dos paradigmas conservadores aos paradigmas inovadores. Este processo da pesquisa- ação nos possibilitou uma reflexão profunda acerca dos novos paradigmas. As análises realizadas levam ao professor a reflexão e o pensamento de suas atitudes em sala de aula, permitindo que reconheça a sua abordagem dentro do contexto educacional, para ocorrer a mudança no âmbito educacional.

A essas mudanças que os paradigmas inovadores propõem, não são fáceis, mas é necessário conhecer e compreender a visão de mundo, com isso na educação pode ocorrer uma mudança significativa, de modo que proporcione a qualidade do ensino dentro da comunidade acadêmica. Essa inovação leva o aluno a ser reflexivo, podendo expor suas opiniões em sala, não sendo mais um aluno passivo, como se fosse uma tábua rasa. O desafio é que o professor leve esse aluno a ter novos olhares de mundo no contexto social em que ele vive ou que irá um dia se deparar.

Sendo assim, os novos paradigmas exigem uma junção e uma mediação entre teoria e prática, na qual estas são indissociáveis despertando no aluno a criatividade, a curiosidade e a crítica. Dessa maneira, o aluno precisa ter conhecimento de diversas áreas do saber, por meio de conteúdo e bem contextualizados, para ter novos olhares, na qual este aluno se torna enriquecido e dinâmico e se tornará responsável pela produção do conhecimento.

Em síntese, propor novos projetos pedagógicos para fazer a união entre teoria e

prática, possibilita a superação do modelo tradicional tão vivido até hoje nas escolas, que é

apenas a reprodução. A valorização dos indivíduos e do grupo, irá priorizar uma educação

transformadora em que o aluno seja estimulado a buscar soluções criativas e adquirir

autonomia.

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Concluímos que a metodologia utilizada na disciplina ministrada, trouxe muitos resultados positivos para os alunos/professores que se faziam presentes na aula. Era perceptível na fala dos mesmos durante as aulas, em que enfatizavam e ressaltavam a mudança na postura em suas aulas com seus futuros alunos.

REFERÊNCIAS

BEHRENS, Marilda Aparecida. O paradigma emergente e a prática pedagógica. 6.

ed.Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

CAPRA, Fritoj. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 1996.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

MIZUKAMI, Maria da Graça. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo, EPU, 1986.

MORAES, Maria Cândida. Paradigma educacional emergente. 9. ed. Campinas, SP:

Papirus, 2009.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo:

Cortez, 2007.

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