Obrigad o Belém
do Pará
ROLAGEM AUTOMÁTICA
FAIXA 3 DO CD PARÁ PAI
D’ÉGUA
BELÉM CIDADE DAS MANGUEIRAS
OBRIGADO BELÉM DO PARÁ
Para cantar obrigado a nossa Belém do
Pará
só um canto caprichado ao que nunca morrerá.
Obrigado por teu berço
sobre igarapé aterrado
da fortaleza do Castelo
ao Ver-o-Peso inusitado.
FORTALEZA DO CASTELO
VER-O-PESO
Obrigado por teu: doce mar;
carimbó; riso roxo de açaí;
humor caboclo em meigo olhar;
cozinhar ao molho de tucupi;
CARIMBÓ
TUCUPI AÇAÍ
Obrigado por tua: arte;
poesia;
cerâmica; gente brava e de fé;
festa à expressão da Mãe Divina,
o Círio à Virgem Santa de Nazaré,
festa à expressão da Mãe Divina,
o Círio à Virgem Santa de Nazaré,
festa à expressão da Mãe Divina,
o Círio à Virgem Santa de Nazaré.
IMAGEM DA PADROEIRA DE BELÉM – VIRGEM DE NAZARÉ,
NO CÍRIO DE BELÉM.
Arranjo e Voz: Dudu Fagundes – maestro das ruas
A seguir a crônica “Belém do Pará, Obrigado” amplia o tema da canção
Caso interesse, é só utilizar o “ratinho”.
Composição: J. Coelho
IMAGENS
Fotos Alexandre E. Coelho, e dos sites:
acaitop.com.br;
adanoticias.com.br;
autenticavida.com.br;
flickr.com;
fragmentosdebelem.tumblr .com;
maxgastronomy.com;
printrest.com;
wikipedia.org; e youtube.com.
Belém do pará, obrigado!
Para alguns, com o passar dos anos, muitos anos, chega a consciência de que essa maravilhosa viagem, dádiva divina, plasmada pelos pais, em especial pelas mães, a vida, anuncia, prenuncia o seu fim. Fim ilusório, por tratar-se somente desse primeiro roteiro pelo plano físico denso da Terra, dica deixada explícita por São Paulo: “a morte é a maior das mentiras”...
Então, quando se chega à consciência promovida pelo rei dos reis, o tempo, que anuncia faltar pouco para o
“ai, ai, ai, ai, ai, está chegando a hora”, ou avisa aos passageiros, “próxima parada estação final, é
obrigatório o desembarque”, somos assolados por espécie de pressa, de cobrança, para que, como se
marinheiros fossemos, digamos adeus e agradeçamos a tantos amores, construídos em todos os portos desse maravilhoso “tour”.
Um desses tantos amores, certamente é a terra onde se respira pela primeira vez e fora do ninho disponível
juntinho ao coração materno. Belém do Pará, obrigado!
Obrigado Belém, por teres sido espécie de “santo casamenteiro” de meus pais e teres formalizado o início dessa viagem no Cartório do Primeiro Ofício.
Obrigado Belém, pela
primeira infância em uma de tuas ilhas paradisíacas,
Mosqueiro, onde os banhos de rio, que cortava o
terreno, eram coloridos pela plumagem amarela de
filhotes da pata Lua, de folhagens e flores da
trepadeira de maracujá e das árvores de sapoti.
Obrigado Belém, por teres proporcionado nessa mesma ilha as experiências
primeiras: a primeira professora, o primeiro bichinho de estimação, o
plantio das primeiras mudas, os quatro primeiros
amiguinhos. E, dentre eles, menina de cachos dourados, a única com quem se trocava a merenda e, a mim, a
exclusividade da oferta de seu pipo, chupeta.
PRAIA DO CHAPÉU VIRADO - MOSQUEIRO
Obrigado Belém, pela escola pública de ótima
qualidade, no grupo escolar e no colégio estadual.
Nesse colégio, o tradicional CEPC, localizado no lado mais estreito do retângulo que molda a Praça da
Bandeira: professores, aulas, brincadeiras, não
somente no recreio, e uma turma que marcou por dar trabalho aos senhores, Geraldo e Raul, encarregados da disciplina.
CEPC – COLÉGIO ESTADUAL PAES DE CARVALHO
Obrigado Belém, pelo privilégio de nesses anos da
década de 50, pelo Sr. Raul que, além de disciplinador, era saxofonista e líder de conjunto de “jazz”, o Vitória.
Então, o colégio estadual, o
inesquecível CEPC, brindava os alunos, com manhãs
dançantes de domingo, numa grande sala do segundo andar.
Essas domingueiras, a cargo de Raul Silva e alguns componentes do “Vitória”, ficavam bem melhores
quando se conseguia ter como par aluna dois anos mais adiantada, titular do time de voleibol do colégio,
sempre perfumada com priprioca (raiz aromática de planta amazônica) e, o principal, deixava-se levar com leveza e muita destreza no dançar.
Obrigado Belém, por
teres preparado no CEPC:
grupo de escol de
professores para nos estimular de forma definitiva à busca do conhecimento; e
ambiente onde foram construídas as mais longevas amizades.
PROF. PAULO MENDES CAMPOS
PROF.
GUERRA
PROF.ALÍRIO CESAR OLIVEIRA
PROF. R. CLIDE SKEET
PROF. HELIO
MOKAZEL PROF. WILTON MOREIRA
EDUARDO S.
PEREIRA
JOAUIM JOSÉ DE MELO BASTOS GERALDO S. PEREIRA
Sua habilidade conseguia que frequentássemos
quadras de corporações militares, quadras e salões de clubes. Mais do que isso, certa vez, havia baile em local bem afastado da cidade, como voltaríamos?
Conseguiu carona no ônibus alugado para o transporte dos músicos.
Dentre essas longevas amizades, irmão e
camarada com imensa
capacidade de persuasão, que facilitou as
atividades que mais
deram prazer, esporte e dança.
DANÇA DE SALÃO PELADA DE BASQUETEBOL
Obrigado Belém, pelas peladas de rua, nas de terra batida, Cesário Alvim, nas pavimentadas da Praça Amazonas e da Frei Gil, e nos gramados da Praça da República. Esta última com direito a corridas dos
bombeiros, pois não era permitido.
Obrigado Belém, por permitires que
fôssemos bem sucedidos nas
aventuras de “furar festas”, atividade
hoje conhecida como
“penetrar nos
bailes”. Os “furões de festas” de ontem, os
“penetras” de hoje.
Mas do que isso,
Obrigado Belém, por encherem de
compreensão as aniversariantes e
seus pais que, apesar de entenderem a
situação, fingiam estarem sendo enganados.
IMAGEM SOMENTE PARA ILUSTRAÇÃO
Obrigado Belém, por teres proporcionado “a vizinhança da Cesário”: a masculina
sempre pronta ás peladas com bola de seringa, ou de borracha (raridade); e a
feminina, da mesma faixa de idade, às brincadeiras de roda, berlinda, telefone,
queimado e a melhor de todas, pó, “rouge”, ou
baton, pois correspondia, naqueles tempos, à
curiosidade maior da
“pubecência”, idade entre puberdade e adolescência.
PRAÇA AMAZONAS, PELAS MANGUEIRAS FOTO ANTERIOR A 1954.
NA RUA QUE SEPARAVA AS RESIDÊNCIAS DA PRAÇA ERA ONDE TODOS OS DIAS AS PELADAS CORRIAM SOLTAS.
BRINCADEIRA DE RODA - CIRANDA
Obrigado Belém, por tantas outras experiências e
aprendizados, até pelos
vícios, que nos apresentaste e não tivemos sabedoria para evita-los. Mas, a extensa
contraparte positiva foi mais do que suficiente, para
abandoná-los, sob
determinação da vontade.
Obrigado Belém, por tua gastronomia, que costuma provocar a exclamação, após a degustação: “sabor dos
deuses”! Obrigado especial a tua pupunha cozida, a teu
pato no tucupi, a teu doce de bacuri, a teu filhote à
Piracaia, a teu tacacá, ao teu açaí e aos teus sorvetes seja de quaisquer uma de tuas frutas. Obrigado Belém, por tanta generosidade.
Obrigado Belém por tua poesia, tua música, enfim tua arte que encantou a outrora juventude, hoje, com muitos não mais neste plano, para ajudar a contar essa história.
Obrigado por tuas eneidas, adalcindas, edyres, ruys, waldemares, fafás, leilas,
lucinhas, pinducas, nilsons e muitos outros, que
semearam a arte, de forma duradoura e original.
Original tal qual, nos
tempos coloniais, tiveste semeada tua arborização central original, pela qual serias identificada: “Cidade das Mangueiras”.
EDYR PROENÇA
(1920-1998) – ADV0OGADO ESCRITOR;
COMPOSITOR;
JORNALISTA;
CRONISTA; e RADIALISTA.
WALDEMAR HENRIQUE (1905 – 1995) - MAESTRO, PIANISTA,
ESCRITOR,
COMPOSITOR E FOLCLORISTA
BENEDITO NUNES (1929 – 1911) - BACHAREL EM
DIREITO, FILÓSOFO, PROFESSOR,
POETA, ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO FAFÁ DE BELÉM (1956) - CANTORA, COMPOSITORA, ATRIZ E MULTI- INSTRUMENTISTA.
Obrigado Belém, por teres, com tua baía de Guajará, sido o berço de nascimento da
agremiação esportiva
mais querida por ti e tua gente, o Clube do Remo.
Obrigado por permitires que o Clube do Remo nos encantasse: com festas e carnavais, tanto na sede náutica, quanto na
social; com partidas de futebol, basquetebol, voleibol; e,
principalmente, as regatas assistidas de pequeno navio, no qual os intervalos longos
entre páreos, eram
preenchidos com música e dança.
SEDE NÁUTICA – FUNDAÇÃO 1905
AQUISIÇÃO - 1923
SEDE SOCIAL CLUBE DO REMO – AQUISIÇÃO 1938. GRANDE
REFORMA – 1955 - 1959
Obrigado Belém, pelos amores.
Amores de
vizinhança, de festas, de
colégio, de férias. Aos de festas e de
férias obrigado especial, pela intensidade
provocada, pela brevidade de sua existência.
Belém do Pará, obrigado por te teres eternizado no mais íntimo dos seres
daquela geração.
Permaneces viva, mesmo para aqueles que,
compulsoriamen te, te deixaram.
ALBERTO MOTA E SEU CONJUNTO QUEM
ABRILHANTAVA OS BAILES NOS CLUBES: BANCREVEA;
AUTOMÓVEL CLUBE, PARÁ CLUBE, CLUBE DO REMO...
FORAM MUITOS
CARNAVAIS E BAILES COM PRESENÇA DE MILTINHO E SYLVIA TELLES. ELE
QUANDO INTERPETAVA MULHER DE TRINTA E ELA AMENDOIM TORRADINHO FACILITAVAM O ROMANCE
GRANDE HOTEL TINHA LOCAL PARA
APRESENTAÇÃO DE PEÇAS DE TEATRO E OUTROS EVEMTOS
ARTÍSITCOS,QU E PASSOU A FUNCIONAR COMO GRANDE SALÃO DE
BAILES DA ASSOCIAÇÃO RECREATIVA BANCRÉVEA.
CINE OLYMPIA
GRANDE HOTEL
Tua generosidade, presente em tantas oportunidades
patrocinadoras de alegria de viver, recebida naqueles anos de máxima energia, te
transformaram em
espécie de patrimônio afetivo, intransferível, inalienável.
Obrigado Belém,
fizeste a vida melhor e mais feliz.
Continuarás parceira nas viagens que virão, por mares nunca
dantes navegados e, assim, como nessa, desempenharás o mesmo papel, de facilitadora do bem viver.
ESQUINA DA RUA SENADOR MANOEL
BARATA COM QUINZE DE AGOSTO (HOJE PRES. VARGAS).
QUATRO JOVENS DA VIZINHANÇA AÍ SE REUNIAM PARA O
INESQUECÍVEL
“PAPO DE ESQUINA” E CONSTRUIR LONGEVA AMIZADE.
Belém do pará, obrigado!
IMAGENS
Fotos: de Álbum ; de Alexandre E. Coelho e dos sites:
diarioonline.com; flickr.com; g1.globo.com
fragmentosdebelem.tumblr.com; maxgastronomy.com;
minhacomidablog.wordpress.com; minhaentrada.com;
portaldacultura.com ; printrest.com;
showdecamisas.com.br;
topatudo.blogspot.com; wikipedia.org; e youtube.com..
MÚSICA
“Johanna Maria”
Arranjo e Interpretação: Chico Botelho Composição: J. Coelho
FormataçãTexto: o e J. Coelho