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1 O QUE É DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR

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Academic year: 2022

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1 O QUE É DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR

Regina Suzi Soares

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1.1 Durante muito tempo prevaleceu a crença de que para ser professor no Ensino Superior bastaria dispor de comunicação fluente e sólidos conhecimentos relacionados à disciplina de atuação.

1.1.1 Estudantes Universitários: possuem personalidade formada – sabem o que pretendem – não exigem do professor mais que a transmissão de conhecimentos .

1.1.2 A competência do professor se restringe a ser pesquisador.

1.1.3 Para Gil (2011, p. 1) atualmente: O professor universitário, como o de qualquer outro nível, necessita não apenas de sólidos conhecimentos na área em que pretende lecionar, mas também de habilidades pedagógicas suficientes para tornar o aprendizado mais eficaz. [...] precisa ter uma visão de mundo, de ser humano, de ciência e de educação compatível com as características de sua função.

1.1.4 Por essa razão, os professores precisam se especializar em Didática do Ensino Superior.

1.2 Didática: deriva do grego didaktiké, que significa arte de ensinar.

1.2.1 Seu uso difundiu-se com a obra de Jan Amos Comenius (1592-1670) – Didactica Magna, ou Tratado da arte universal de ensinar tudo a todos, publicada em 1657.

1.2.2 Definições de Didática:

Houaiss (2001): “parte da pedagogia que trata dos preceitos científicos que orientam a atividade educativa de modo a torná-la mais eficiente”.

Masetto (1997): “o estudo do processo de ensino-aprendizagem em sala de aula e de seus resultados”

Libâneo (1994, p. 58) “quando os adultos começam a intervir na atividade de aprendizagem das crianças e jovens através da direção deliberada e planejada do ensino, ao contrário das formas de intervenção mais ou menos espontâneas de antes”.

1.2.3 FUNDAMENTOS DA DIDÁTICA:

FILOSOFIA: até o final de século IX – Jean Jacques Rousseau (1712-1778) –Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) - Johnn Friedrich Herbart (1777-1841)

CIÊNCIAS – Psicologia e biologia – século XX – Ovide Decroly (18871-1932) – Édouard Claparéde (1873-1940) – John Dewey (1859-1952).

1.2.4 MOVIMENTO ESCOLANOVISTA:

Tenta rever as formas tradicionais de ensino com base na ciência do comportamento;

Busca organizar o processo educativo a partir dos interesses espontâneos e naturais da criança Passa a valoriza os princípios de atividade, liberdade e individualização – atenção aos interesses individuais;

O centro da atividade escolar deixa de ser o professor e a matéria e passa a ser o aluno ativo e investigador.

CRÍTICA: A Escola Nova foi acusada de não exigir nada dos alunos, de abrir mão dos conteúdos tradicionais e de acreditar ingenuamente em sua espontaneidade.

1.2.5 MOVIMENTO TECNICISTA (1950-1970)

A Didática privilegia métodos e técnicas de ensino com vistas a garantir a eficiência da aprendizagem dos alunos e a defesa de sua neutralidade científica. A ênfase da didática se volta a:

Elaboração de plano de ensino, formulação de objetivos instrucionais, seleção de conteúdos, técnicas de

1

Esquema organizado pela professora Ms Regina Suzi Soares, amparado nas idéias de GIL, Antonio Carlos. Didática

do Ensino Superior. São Paulo: Atlas, 2011, para utilização no curso de pós-graduação MBA em Gestão Estratégica

de Pessoas.

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exposição e de condução de trabalho em grupo e a utilização de tecnologias a serviço da eficiência das atividades educativas.

CRÍTICA:

“fornecer subsídios metodológicos aos professores para ensinar bem, sem se perguntar a serviço do que e de quem se ensina” (OLIVEIRA, ANDRÉ, 2003, p. 13)

“conjunto de conhecimentos técnicos, apresentados de forma universal e, consequentemente,

desvinculados dos problemas relativos ao sentido e aos fins da educação, dos conteúdos específicos e do contexto sóciocultural concreto em que foram gerados (CANDAU, 1986)

1.2.6 DIDÁTICA ATUALMENTE

[...] A didática hoje precisa comprometer-se com a qualidade cognitiva das aprendizagens e esta, por sua vez, está associada à aprendizagem do pensar. Cabe-lhe investigar como se pode ajudar os alunos a se constituírem como sujeitos pensantes, capazes de pensar e lidar com conceitos, argumentar, resolver problemas, para que se defrontem com dilemas e problemas da vida prática.[...](LIBÂNEO, 2001, p. 3) 1.2.7 NO ENSINO SUPERIOR:

A maioria dos professores não dispõe de preparação pedagógica;

Muitos professores exercem duas atividades: a de profissional em determinada área e docente;

É o lugar onde se verifica menor diversidade em relação às práticas pedagógicas;

TRISTE REALIDADE...

1.3 ENSINO OU APRENDIZAGEM?

1.3.1 O ensino está voltado as ações de instruir, orientar, apontar, guiar, dirigir, treinar, formar, amoldar, preparar, doutrinar e instrumentar.

1.3.1.1 Os professores que atuam com o ensino e seus verbos derivados, geralmente percebem-se como especialistas em determinada área do conhecimento e cuidam que o conteúdo seja conhecido pelos alunos, pela arte da exposição.

1.3.2 Há professores que vêem os alunos como os principais agentes do processo educativo.

Preocupam-se em identificar suas aptidões, capacidades, expectativas e interesses visando o desenvolvimento de novas habilidades. Atuam como facilitadores da aprendizagem.

1.3.2.1 Ênfase na aprendizagem - o papel predominante do professor deixa de ser o de ensinar e passa a ser o de ajudar o aluno a aprender.

1.3.2.2 Segundo Paulo Freire (2002, p. 86):

A narração, de que o educador é o sujeito, conduz os educandos à memorização mecânica do conteúdo narrado. Mais ainda, a narração os transforma em “vasilhas”, em recipientes a serem “enchidos” pelo educador. Quanto mais vá enchendo os recipientes em seus “depósitos”, tanto melhor educador será.

Quanto mais se deixarem “encher”, tanto melhores educandos serão.

1.3.2.3 Essa educação é chamada por Freire de “bancária”, pois nela:

a) o educador é o que educa;

os educandos, os que são educados;

b) o educador é o que sabe;

os educandos, os que não sabem;

c) o educador é o que pensa;

os educandos, os pensados;

d) o educador é o que diz a palavra;

os educandos, os que a escutam docilmente;

e) o educador é o que disciplina;

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os educandos, os disciplinados;

f) o educador é o que opta e prescreve sua opção;

os educandos, os que seguem a prescrição;

g) o educador é o que atua;

os educandos, os que têm a ilusão de que atuam na atuação do educador;

h) o educador escolhe o conteúdo programático;

os educandos jamais são ouvidos nessa escolha, acomodam-se a ele;

i) O educador identifica a autoridade do saber e os alunos devem adaptar-se às determinações daqueles;

j) o educador, finalmente, é o sujeito do processo;

os educandos, meros objetos.

1.3.2.4 Na formação humanista o principal papel do professor do Ensino Superior passa a ser, portanto, o de formar pessoas, prepará-las para a vida e para a cidadania e treiná-las como agentes privilegiados do progresso social.

1.4 Características do professor eficaz:

Traços pessoais:

1. É apaixonado e dirigido para a missão, 2. É positivo e real,

3. É um professor líder.

Traços profissionais:

1. Está constantemente alerta ao que ocorre em classe, 2. Tem estilo,

3. É motivador,

4. Apresenta eficácia instrucional Traços intelectuais:

1. Detém conhecimento teórico, 2. Possui sabedoria das ruas,

3. Tem muita capacidade intelectual.

Profa. Ms. Regina Suzi Soares – rgsuzi@hotmail.com

Referências

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