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A IMPORTÂNCIA DA INGESTÃO DE CÁLCIO NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS ÓSSEAS

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PREVENÇÃO DE DOENÇAS ÓSSEAS

Mayara Barboza – barbozanutri@gmail.com Academica de Nutrição

Jesieli Braz Frozi – jesielifrozi@saocamilo-es.br Mestranda em Ciências Aplicadas a Produtos para a Saúde

Curso de Graduação em Nutrição Cachoeiro de Itapemirim - ES – 2011

Resumo

O cálcio é o mineral mais abundante do corpo, sendo que 99% deste está localizado nos ossos e dentes, o 1%, restante, está distribuido no sangue, nos fluidos extracelulares e dentro das células de todos os tecidos. O objetivo deste trabalho é enfatizar a importância de uma dieta apropriada em cálcio na prevenção de doenças ósseas em todas as etapas da vida. Foi desenvolvido através de revisão bibliográfica no período de agosto a novembro de 2011 em artigos e livros com referência ao assunto abordado. Para garantir a manutenção da massa óssea e prevenir doenças, é preciso ter uma alimentação adequada nas quantidades de cálcio para cada momento da vida.

Palavras-chave: Cálcio; Osso; Calcificação.

1.Introdução

O cálcio é o mineral mais abundante do corpo humano, correspondendo de 1,5 a 2% do peso corporal e 39% dos minerais totais. Aproximadamente 99% do cálcio do corpo está localizado nos ossos e dentes, sendo que o 1%

restante está no sangue, nos fluidos extracelulares e dentro das células de todos os tecidos. Além de ser importante para a construção e manutenção da estrutura óssea, também exerce um papel importante na transmissão de impulsos nervosos, ajuda na regulação das funções musculares, incluindo o

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músculo cardíaco, ativa várias reações enzimáticas e interage na coagulação sanguínea (BARE et al., 2008).

Por exercer papéis importantes no metabolismo, a ingestão de cálcio é fundamental para a manutenção da saúde. E como a única fonte de cálcio disponível para o organismo humano é aquela proveniente da dieta, é importante garantir uma ingestão adequada do mineral para o completo crescimento e maturação dos ossos, logo, o consumo inadequado desse mineral propicia o aparecimento de diversas patologias ósseas como:

raquitismo, ostopenia, osteoporose e picamalácia (COLOMÉ et al., 2010).

Segundo a Sociedade Brasileira de Estudos do Metabolismo Ósseo e Mineral, o Brasil possui uma população que têm pouca resistência óssea. Esta ocorrência pode estar associada ao baixo consumo de cálcio pela população brasileira como tem sido evidenciado em várias pesquisas (ABREU, 2002).

Caiaffa et al. (2005), através de um estudo epidemiológico desenvolvido no Município de Bambuí (Minas Gerais) utilizando inquérito alimentar concluiu que o baixo consumo de cálcio esteve presente em toda a amostra pesquisada (550 indivíduos maiores de 18 anos), independente do sexo e idade.

Cintra et al. (2007), avaliou a ingestão desse mineral em adolescentes de Ouro Preto (Minas Gerais) de três níveis socioeconômicos em uma região de diferentes hábitos alimentares. Observou-se que na região avaliada, apenas 8% dos adolescentes apresentaram ingestão de cálcio superior à recomendação das DRIs para esse estágio de vida.

Em estudo realizado por Bornand et al. (2003), das 76 mulheres participantes da pesquisa, 56,6% apresentaram osteopenia e 43,4%, osteoporose. E tanto as mulheres com osteopenia quanto as com osteoporose apresentaram consumo de cálcio abaixo do recomendado.

Carvalho (2008), através do estudo de freqüência de consumo alimentar de fontes de cálcio em mulheres portadoras de osteoporose, osteopenia e normais de Teresina (Piauí), identificou que as portadoras de osteoporose apresentavam um consumo irregular e escasso de alimentos ricos em cálcio. A pesquisa identificou o consumo médio de 500,45mg/dia, atingindo apenas 41,07% da ingestão recomendada. Cerca de 55,6% das mulheres

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apresentavam uma ingestão dietética de cálcio inferior ou igual a 500mg/dia e 44,4% mantinham uma ingestão entre 500 a 1000mg/dia de cálcio.

Os estudos realizados confirmam a inadequação no consumo de cálcio frente à ingestão recomendada nas DRI’s alertando os nutricionistas e estudantes de Nutrição para o desenvolvimento de trabalhos que estimulem o consumo de alimentos ricos em cálcio de maneira que possam promover a prevenção de doenças nos ossos. Diante dessa realidade, o objetivo deste trabalho é enfatizar a importância da ingestão de cálcio na prevenção de doenças ósseas em todas as etapas da vida.

2.Metodologia

O presente trabalho foi desenvolvido através de revisão bibliográfica no período de agosto a novembro de 2011. Para a pesquisa foram usados artigos publicados a partir de 2001, com excessão de um artigo de 1999, que serviu como referência para a busca de informações da pirâmide alimentar adaptada aos brasileiros. Estes artigos foram encontrados nos seguintes bancos de dados: Scielo, Lilacs, banco de teses virtual Unicamp e banco de teses virtual USP. Também foram utilizados livros com referência ao assunto abordado.

Para o desenvolvimento do trabalho foram usados os seguintes descritores:

cálcio, óssos, saúde óssea, consumo de cálcio, massa óssea, osteoporose, doenças ósseas, entre outras.

3.Desenvolvimento

3.1. Os ossos: grande reserva de cálcio

O tecido ósseo é formado por matriz óssea, material extracelular calcificado, e células como: os osteócitos, os osteoblastos e os osteoclastos.

Este tecido funciona como depósito de cálcio, armazenando-os e liberando-os de maneira constante, pois aparentemente os ossos do corpo parecem estáticos, mas na verdade, há uma permanente troca de cálcio entre os ossos e a corrente sanguínea. Novos tecidos ósseos são formados e retirados na mesma proporção na pessoa sadia (ABREU, 2002; CARNEIRO, 2004).

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Quando os ossos iniciam sua formação começa a secreção de moléculas de colágeno pelos osteoblastos. Estas moléculas resultarão primeiramente em osteócitos e depois em osteóides. Dentro de alguns dias sais de fosfato de cálcio começam a se precipitar sobre uma matriz orgânica (osteóide) e sofrem um processo de cristalização. Os cristais de hidroxiapatia resultantes combinados ao colágeno conferem rigidez aos ossos (GUYTON, 2002; SIZER, 2003).

O osso se forma antes do nascimento e o seu crescimento consiste na formação de um tecido novo associado a reabsorão parcial de tecido ósseo.

Mesmo após os ossos atingirem seus tamanhos e formas adultas, o osso velho sofre uma contínua renovação. Em qualquer momento da vida, em média 5%

da massa óssea está sendo renovada, em uma velocidade que pode variar de acordo com a parte do corpo, mas que em média é de 4% ao ano para o tecido ósseo compacto e 20% ao ano para o tecido esponjoso. A remodelagem óssea consiste nessa substiuição de tecido ósseo velho por tecido novo através da ação dos osteoblastos e osteoclastos (CARNEIRO, 2004; DERRICKSON, 2010).

Os osteoclastos emitem projeções em direção ao osso formando uma borda pregueada. Essas projeções secretam enzimas proteolíticas e vários ácidos. As enzimas digerem a matriz orgânica dos ossos e os ácidos formam a solução desses sais, por sua vez as células osteoclásticas englobam as partículas da matriz e dos cristais ósseos dissolvem e liberam na corrente sanguínea. As partes corroídas nos ossos formam pequenos túneis que são preenchidos por osteoblastos. Os osteoblastos agem continuamente por vários meses depositando componentes minerais em cavidades nas superfícies ósseas até que o túnel seja preenchido. O preenchimento cessa quando o osso começa a crescer sobre os vasos sanguíneos que suprem a região (GUYTON, 2002).

Durante o crescimento e o desenvolvimento do osso tanto a absorção quanto a reabsorção são importantes, pois o benefício dessa remodelagem é a renovação óssea. Entretanto, quando a ingestão de cálcio é deficiente a absorção é maior que a formação e consequentemente, o desequilíbrio entre

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os osteoblastos e os osteoclastos podem comprometer a integridade estrutural do osso e uma queda aparentemente simples pode provocar graves fraturas (ABREU, 2002; DALMAS et al., 2004; ESCOTT-STUMP, 2005; GARTNER, 2007).

3.2. Absorção, transporte e excreção de cálcio no organismo

O cálcio é um mineral predominante no organismo humano, representando em média 2% do peso corporal. Nem todo cálcio consumido é absorvido pelo intestino, em média 25 a 30% do cálcio ingerido na alimentação é absorvido pelo organismo. Essa absorção ocorre por meio de dois mecanismos: transporte ativo e transferência passiva. Estima-se que em pessoas com consumo adequado de cálcio 50% desse mineral seja absorvido por transporte passivo e o restante por transporte ativo. O mecanismo de transporte ativo ou transcelular possui capacidade limitada dependendo de energia e carreador molecular. Este transporte opera no intestino delgado em condições de deficiência de cálcio e é controlado pela ação da vitamina D (1,25-diidroxivitamina D). A vitamina D aumenta a captura de cálcio na mucosa intestinal e estimula a produção de proteínas ligadoras de cálcio (calbindins).

As calbidins transportam o cálcio para a membrana basolateral para sua etapa final de absorção. O mecanismo de transferência, que é passivo, não é limitado e nem dependente da vitamina D. Sua ação ocorre em toda a parte do intestino tendo relação direta com o nível de absorção de água e as altas concentrações de cálcio no lúmen intestinal. Como a absorção passiva pode ocorrer em várias porções do intestino, acredita-se que a absorção no cólon pode ser importante para a recuperação do cálcio não consumido no intestino delgado (ESCOTT-STUMP, 2005; MARTINS, 2009; NETO, 2003).

A absorção do cálcio pode ser alterada em dois estágios de vida, na gravidez e crescimento, pois nessas fases, ocorre o aumento da absorção desse mineral para garantir a maior mineração óssea (MARTINS, 2009; SHILS et al., 2003).

Além disso, a absorção de cálcio pode ser influencida por inúmeros fatores: a ingestão de álcool, consumo exagerado de alimentos que contém

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cafeína, consumo elevado de proteína, uso de medicamentos, tabagismo, sedentarismo, a quantidade de vitamina D, o pH ácido da parte superior do trato gastrintestinal, e quantidades elevadas de fitatos, oxalatos e lipídios.

Logo, é preciso ter cuidado com os alimentos consumidos diariamente para não afetar a biodisponibilidade do cálcio na hora da absorção (FRANCO, 2007;

FRANK, 2004).

O cálcio ingerido na alimentação depois de absorvido pelo intestino é reservado nos ossos, e, inversamente, liberado quando suas taxas sanguíneas diminuem. Quando há um consumo inadequado ou uma absorção intestinal insatisfatória ocorre a liberação de (PTH) um hormônio das glândulas paratireoides que estimula a reabsorção óssea, aumenta a reabsorção de cálcio pelos rins e afeta o intestino estimulando uma maior produção de vitamina D. Em situações contrarias, se há um aumento de cálcio, a glândula tireóide secreta calcitonina, que inibe a absorção de cálcio do osso e diminui os níveis de cálcio séricos (BARE et al., 2008; CARNEIRO, 2004; ESCOTT- STUMP, 2005; GIBNEY, 2005).

Para suprir as necessidades funcionais do corpo mantidas pelo cálcio é satisfatório manter o controle da concentração de cálcio do plasma sanguineo entre 9 e 11 mg/dL. Como 99% de cálcio está presente nos ossos o 1%

restante deve estar disponível no sangue, considera-se que realmente há uma troca constante entre o cálcio dos ossos e do sangue e essa variação acontece para ajudar a equilibrar os níveis séricos desse mineral através da liberação e absorção desse mineral no plasma (DERRICKSON, 2010; GARTNER, 2007).

Uma síntese desse processo está esquematizada na (Fig. 1).

Após ser utilizado para as funções vitais o cálcio é eliminado pelos rins, intestinos e suor, porém a principal via de excreção é a renal. A taxa de filtração glomerular em pessoas normais é de cerca de 100ml/min, sendo filtrado 8g/dia de cálcio, dos quais 98 a 99% vão ser reabsorvidos. A reabsorção de cálcio ocorre nos túbulos distais pela ação do paratormônio (PTH), calcitonina e calcitriol (FRANCO, 2007; MARTINS, 2009).

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Fig.1. Metabolismo do cálcio

Fonte: http://patofisio.files.wordpress.com/2010/05/fig511.jpg

3.3. O cálcio na alimentação

O cálcio é um nutriente muito importante para a atividade de muitas enzimas, permeabilidade das membranas, adesão celular, coagulação sanguínea, transmissão de impulsos nervosos e contração muscular. Mas o cálcio tem outra função importantíssima: confirir resistência e dureza aos dentes e aos ossos (GARTNER, 2007; SHILS et al., 2003).

Para garantir a manutenção da massa óssea é preciso ter uma dieta apropriada em cálcio através do consumo de quantidades adequadas desse mineral (AMARAL et al., 2002). Na tabela 1 são apresentados alguns alimentos com suas respectivas quantidades de cálcio.

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Alimentos Porção Cálcio (mg)

Leite integral 1 xícara de chá 290 Leite semidesnatado

Leite desnatado

1 xícara de chá 1 xícara de chá

297 302

Queijo branco Fatia (30g) 205

Queijo mussarela Fatia (20g) 120

Requeijão Colher de sopa (15g) 84,75

Iogurte natural Pote (200g) 228

Coalhada Pote (200g) 130

Sardinha em conserva 100g 402

Peixe

Feijão de soja cozido

Filé ou posta 1 xícara

50-60 175 Brócolis cozido

Couve cozida

100g 1 xícara

113 148 Repolho picado

Batata assada Laranja Mamão

1 xícara 1 unidade média

1 unidade 1 unidade média

94 115 96 62

Melancia 1 fatia grande 22

Tabela 1- Fontes Alimentares de cálcio Fonte: BUENO & CZEPIELEWSKIA (2008).

As necessidades de cálcio não são uniformes em toda a fase da vida em viturde das alterações no crescimento esquelético e na absorção e excreção desse mineral, logo, é importante manter o equilíbrio entre a necessidade do corpo e a quantidade oferecida na alimentação diária, de acordo com as necessidades de cada faixa etária, já que a deficiência desse mineral leva a calcificação incompleta da matriz orgânica formada (CARNEIRO, 2004;

CARVALHO et al., 2002; SHILS et al., 2003). Portanto, é preciso manter a ingestão adequada de cálcio, de acordo com a faixa etária como mostra na tabela 2.

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Faixa Etária (homens e mulheres) Recomendação (mg/dia)

0-6 meses 210

7-12 meses 270

1-3 anos 500

4-8 anos 800

9-18 anos 1300

19-50 anos 1000

Acima de 50 anos 1200

Gestante/ lactante 14- 18 anos 1300 Gestante/ lactante acima de 19 anos 1000

Tabela 2 - Recomendação de ingestão diária de cálcio (mg/dia), de acordo com a faixa etária Fonte: Dietary Reference Intakes (DRIs), 2002

3.4.Demandas de cálcio em fases especiais da vida 3.4.1. Gestação e lactação

Durante a gestação, aproximadamente 25 a 30g de cálcio são transferidas para o feto, principalmente no 3º trimestre. Nesse período ocorre uma inibição da reabsorção óssea e o aumento na reabsorção renal. A taxa de absorção intestinal aumenta a partir do 2º trimestre, passando de 27% na mulher não-gestante para 54% na mulher gestante. A ingestão inadequada de cálcio parece não influenciar na massa óssea materna, porém influencia no crescimento e desenvolvimento fetal. Mas durante a lactação, a mulher, pode perder massa óssea, pois o cálcio é transferido para o leite materno (ACCIOLY, 2009; ESCOTT-STUMP, 2007). O esqueleto materno pode sofrer o desgaste de 1% por mês, Mas após a lactação a mulher tem condições de recuperar a densidade óssea aos níveis da pré-lactação através da ingestão adequada de cálcio por meio dos alimentos (SHILS et al., 2003).

3.4.2. Infância e adolescência

O período da infância e da adolescência é marcado por uma taxa de formação óssea muito importante. Durante o primeiro ano de vida a deposição de cálcio nos ossos é bem intensa, esse acréscimo continua durante toda a

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infância, porém os picos de crescimento ósseo ocorrem com maior intensidade durante o estirão de crescimento, que acontece entre as idades de 9 a 17 anos (DALMAS et al., 2004; SHILS et al., 2003).

A adolescência é um período de significante aumento das dimensões do corpo, o individuo alcança 45% do seu crescimento, 15 a 25% de estatura e acumula em média 37% de sua massa óssea adulta (ACCIOLY, 2009).

3.5. Os prejuízos da deficiência de cálcio

A deficiência de cálcio associada às perdas pelo organismo levam a ossos pouco mineralizados e consequêntemente contribui para o surgimento de fraturas e doenças como: osteopenia, osteoporose, raquitismo e osteomalácia (GARTNER, 2007; SHILS et al., 2003; CARNEIRO, 2004).

Segundo o Ministério da Saúde (2011), a osteoporose faz parte do processo natural de envelhecimento. É uma síndrome caracterizada por perda da massa óssea, aumento da fragilidade óssea e risco de fraturas, em especial nas mulheres após a menopausa (KISS, 2007; CARVALHO, 2004).

No raquitismo, a matriz óssea não se calcifica normalmente e consequentemente os ossos longos se deformam devido a pressão exercida pelo peso do corpo. Essa doença relacionada a deficiência de cálcio também está associada a falta de vitamina D e acomete diretamente as crianças durante o período de crescimento ósseo. Enquanto a osteomalacia é caracterizada pela deficiência na calcificação da matriz óssea neoformada e descalcificação parcial da matriz calcificada, que consequente leva a fragilidade óssea (CARNEIRO, 2007).

Diante desses problemas de saúde pública são necessários os cuidados com o consumo adequado de cálcio. Além de tudo com a suplementação (PEREIRA, 2008). Em algumas situações quando não se consegue atingir a quantidade adequada de cálcio na alimentação é recomendada a ingestão de cálcio na forma suplementar de sais de cálcio (BRESSAN, 2010). Porém deve- se ressaltar que a melhor forma de coseguir uma boa saúde é através da alimentação (PEREIRA, 2008).

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3.6.A importância da orientação para adequação da ingestão de cálcio Estudiosos como Bressan (2010) citam a necessidade em orientar a população para adequar-se ao consumo de cálcio, pois o consumo adequado dos nutrientes envolvidos no metabolismo ósseo, em destaque o cálcio, pode prevenir ou reduzir a incidência de doenças ósseas, dentre elas a osteoporose que é a doença mais comum na população brasileira.

Carvalho (2004) vê a necessidade em aproveitar o profissional de Nutrição para atuação em ações de Educação em Saúde, pois em um estudo realizado em Teresina observou não haver a inserção do nutricionista em muitos serviços de saúde apesar da oferta desse profissional no mercado de trabalho. Segundo ele o aproveitamento deste profissional no trabalho de prevenção de doenças ósseas reduziria os custos gastados anualmente em problemas dessa origem.

O Ministério da Saúde alerta para prevenção da osteoporose desde a infância, pois a cada dia aumenta o número de pessoas com osteoporose. No Brasil, hoje, em média 10 milhões de pessoas tem osteoporose e os gastos com o tratamento e a assistência no Sistema Único de Saúde (SUS), são altos.

Os gastos pelo SUS em 2010 atingiram aproximadamente R$ 81 milhões. E para lutar cotra o índice de doença óssea deve-se consumir diariamentes os alimentos ricos em cálcio (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Segundo a 5ª diretriz do guia alimentar para a população brasileira (2006), os profissionais de Saúde, principalmete de Nutrição devem orientar para o consumo diário de alimentos ricos em cálcio, dentres eles leites e derivados. O consumo diário equivale a três porções de leite ou derivados, como pode ser observado na (Fig. 2). Medidas como essas devem ser feitas precocemente com o intuito de prevenir. E a melhor prevenção é através de uma dieta adequada na infância e na adolescência, a fim de garantir a quantidade adequada de cálcio para a boa formação do tecido ósseo, e no decorrer da vida, com o interesse da manutenção da saúde óssea.

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Fig. 2 – Pirâmide Alimentar Adaptada

Fonte:http://www.scielo.br/pdf/rn/v12n1/v12n1a06.pdf

4.Considerações Finais

O cálcio é um nutriente de extrema importância para as funções vitais, principalmente, para a saúde dos ossos. A atenção a esse mineral deve ser dada em todas as fases da vida, pois, primeiramente ele é importante para a formação da massa óssea e depois para a sua manutenção.

Para uma boa saúde óssea é preciso a ingestão diária nas quantidades adequadas para cada faixa etária, sendo ideal o consumo de alimentos ricos em cálcio e com boa disponibilidade de absorção evitando assim a deficiência desse mineral.

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Sabe-se que para prevenir a perda da massa óssea é preciso consumir as quantidades recomendadas nas DRI’s, pois essa é uma recomendação baseada nas necessidades de cada grupo populacional.

A literatura ressalta a baixa resistência óssea do brasileiro, principalmente, devido aos seus erros alimentares. Diante desse problema de saúde pública, os profissionais de Nutrição devem desenvolver trabalhos de Educação nutricional que estimulem o consumo adequado de cálcio, uma vez que esse mineral é essencial para a constituição de um osso saudável.

O consumo nas quantidades adequadas de cálcio deve começar desde a infância, continuar durante a adolescência e permanecer na fase adulta. Pois só assim será possível garantir uma verdadeira saúde óssea.

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Referências

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