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BÍBLIA E HERMENÊUTICAS JUVENIS EVANGELHO DE MARCOS - SAÚDE E VIOLÊNCIA

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Academic year: 2021

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BÍBLIA E HERMENÊUTICAS JUVENIS

EVANGELHO DE MARCOS - SAÚDE

E VIOLÊNCIA

Novas Possibilidades, novos conflitos - cura e salvação

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Módulo 2 – Etapa 4

Vamos retomar o que vimos até agora:

O que mais marcou você? O que você encontrou até agora que pode, lendo o Evangelho de Marcos, ajudar na luta contra a violência e na busca de saúde para as pessoas e para o Planeta?

Vamos conversar e postar questões.

Uma das questões importantes em termos de conversas sobre violências e doenças, paz e salvação é o aspecto das relações. Relacionar-se não é uma opção, mas um imperativo para a vida cristã e para que o planeta e as pessoas possam viver bem. Esse conceito está muito popularizado hoje em dia. Infelizmente a tradução da palavra andina para isso que demos foi "viver bem", não expressa bem o que isso significa para os povos daquela cultura. Quem sabe vocês podem pesquisar mais sobre isso e conversar num fórum. O que é "viver bem" ou o "Sumak Kawsay". Sugiro clicar aqui para começar a se familiarizar com isso. Penso que seria bom começar nossa conversa sobre essa parte do evangelho com isso em nossas mentes e corações.

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Estrangeiros e Judeus na mesma mesa? Isso é possível? Conviver com a diferença é uma exigência da cura e salvação.

Já na década de 70, muitos anos depois da morte e ressurreição de Jesus e do evento da Cruz, as igrejas já não eram mais as mesmas do tempo primeiro, quando os missionários/as, especialmente Paulo e sua equipe, saíram pregando. Muita gente jovem na igreja, muita gente traumatizada pela guerra de tantos anos participava da comunidade e procurava alento para suas dores fisicas e também da alma. Buscavam um lugar para poderem respirar ares bons de novo.

As igrejas se espalharam rapidamente pelo mundo todo. A maior parte dos seguidores/as de Jesus já não eram mais os judeus convertidos. Eram gente de outras cidades, de outras culturas. Gente que descobriu a palavra de Jesus, através dos missionários/as, e se encantaram. Acabaram se juntando e formando novas igrejas.

Isto gerou muito conflito nas comunidades. Já no tempo de Paulo já havia muitas divisões e problemas em relação a alguns temas da vida comunitária. Muita gente adoeceu nas comunidades, Paula lembra disso algumas vezes quando recorda que as vezes a celebração da eucaristia é apenas um

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momento de desapontamento e não de adoração. Muita gente ainda continua morrendo, ficando doente e fraca porque as pessoas da comunidade não são solidárias e não esperam umas as outras para comer (1Cor 11:17ss).

As igrejas nascem com o lema paulino (fundamento da teologia batismal): “Pois todos vós

sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo de Cristo vos revestistes. Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gl 3,26-28)

Isso é uma novidade enorme. E também um desafio nem sempre superado para muita gente das igrejas, especialmente para os/as que eram de tradição judaica. Judeus consideravam os não judeus como “cachorrinhos” (cf. Mc 7,24-30).

Na comunidade não poderia mais haver isso. Foram superadas todas as barreiras étnicas, sociais e de gênero. Será? Parece que não foi tão fácil assim. Para dar um exemplo, vamos tomar a ceia do Senhor.

Vamos ler 1Cor 11,17-34. Este é o primeiro relato da memória da ceia. Na igreja de Corinto, obedecendo ao preceito fundamental da vida crista, como já estudado acima, todos e todas podiam vir para participar da ceia. Não havia restrições nem de gênero, nem de status social, nem de etnias. A

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memória do Senhor era para todos/as os/as iniciados. Mas o que estava acontecendo? Parece que alguns chegavam mais cedo aos cultos e começavam a comensalidade antes. Quando os mais pobres chegavam não havia mais nada. Não estava acontecendo partilha.

Seria como se fossemos a um encontro de catequese por exemplo. Ai na hora de servir a refeição os/as primeiros/as da fila fossem se servindo e quando chegasse ao final não havia mais comida e alguns ficavam sem. É o mesmo caso. Quem chegou primeiro não foi solidário, não pensou que mais gente havia atrás que necessitava e tinha direito a alimento também. Por isso Paulo vai criticar a comunidade dizendo para tomar cuidado para não comer indignamente do Corpo do Cristo. (cf. 1Cor 11,27-32).

Pois bem, mais tarde, quando as igrejas já estavam mais organizadas, já pensando em alguma hierarquia, surgiram problemas como esse. Gente que queria estar em lugar privilegiado, gente que se achava melhor do que outras pessoas.

Já não era mais tão tranquilo, como nunca foi na verdade, a convivência de gente estrangeira com gente de tradição judaica. Os de tradição judaica estavam muito arraigados em sua fé e em seu conceito de povo eleito que se esqueceram do

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princípio fundamental do seguimento de Jesus: equidade.

Por isso os evangelhos insistem muito na questão da partilha do pão. Aqui no nosso evangelho de Marcos temos algo muito interessante. Vamos ler o bloco de 6,6b-8,26. Prestem bem atenção na palavra PÃO.

Vamos notar então que a palavra PÃO aparece 12 vezes neste bloco. É interessante. Pão é sinônimo aqui de eucaristia, ceia do senhor. Parece que este assunto na comunidade de Marcos é relevante. Temos então um esquema:

Primeira multiplicação dos pães (em terra judaica)

Uma discussão sobre quem pode ou não participar da mesa (Mc 7,24-30)

Segunda multiplicação dos pães (em terra gentílicas)

Este episódio da mulher siro-fenícia, grega de tradição, marca um conflito existente na comunidade. Será que Jesus também veio para os estrangeiros? Ou somente para os da casa de Israel? Esta discussão estava bem intensa naqueles tempos. Isso fez a memória funcionar. As comunidades começaram a perguntar o que Jesus fez mesmo.

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Por isso temos as duas multiplicações de pães no evangelho. Tanto os gregos como os judeus tem direito adquirido a mesa. Por isso sobram 12 cestos no primeiro relato (número importante e significativo para o mundo judeu) e 7 cestos no segundo relato (número significativo para o mundo grego). Mas, para chegar ao segundo relato foi necessário rememorar uma discussão com uma certa mulher “grega de formação” que mudou a opinião de Jesus. (cf. 7,24-30).

Aqui vai um artigo que escrevi para o CEBI que pode ajudar a refletir mais sobre as Palavras que Curam e as que causam Doenças.

Vamos terminar essa etapa nos perguntando e compartilhando:

Quais palavras (o que falamos e o que fazemos) colaboram para curar e esfriar a violência? E que palavras (o que falamos e fazemos) produzem violência e doença (física, mental ou da alma e espiritual)?

Referências

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