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Márcia Oliveira Curi Hallal

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Academic year: 2021

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(1)

Márcia Oliveira Curi Hallal

ANÁLISE DA VARIABILIDADE DE INDICADORES CLIMÁTICOS

PARA A PRECIPITAÇÃO PLUVIAL NO RIO GRANDE DO SUL

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação

da

Faculdade

de

Meteorologia da UNIVERSIDADE FEDERAL

DE PELOTAS, como requisito parcial à

obtenção do titulo de Mestre em Ciências

(M.S.).

Orientador: Prof. Dr. Gilberto Barbosa Diniz

Co- Orientador: Prof. Dr. Julio Renato Quevedo Marques

PELOTAS

Rio Grande do Sul - Brasil

Dezembro de 2007

(2)

Dados de catalogação na fonte:

Maria Beatriz Vieira – CRB-10/1032

Biblioteca de Ciência & Tecnologia - UFPel

H178a Hallal, Márcia Oliveira Curi

Análise da variabilidade de indicadores climáticos para a precipitação pluvial no Rio Grande do Sul / Márcia Oliveira Curi Hallal ; orientador Gilberto Barbosa Diniz; co-orientador Julio Renato Quevedo Perez. – Pelotas, 2007. – 122f. : il. – Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2007.

1.Meteorologia. 2.Climatologia. 3.Índices pluviométricos. 4.Rio Grande do Sul. 5. Chuvas. I.Diniz, Gilberto Barbosa. II.Perez, Julio Renato Quevedo. III. Título

CDD:

551.57813098165

(3)

Banca Examinadora

Prof. Dr. Gilberto Barbosa Diniz ( Orientador)

Prof. Dra.Simone Vieira de Assis

Prof. Dr Luciano Ponzi Pezzi

(4)

Agradecimentos

Ao meu eterno companheiro, Jorge, pelo estímulo, desprendimento e apoio.

Aos meus filhos, Cecília, Paula e Marcelo pelo respeito e compreensão.

Ao Prof. Dr. Gilberto Barbosa Diniz, pela receptividade, empenho, disponibilidade e

orientação, fundamentais, durante a realização deste curso.

Ao Prof Dr. Julio Renato Quevedo Marques, pela idéia inicial da pesquisa, e

constante disponibilidade de apoio.

Aos queridos colegas, Mári Ândrea, Cláudia, Ana Carolina, Cátia, Idílio e Théo que

me fizeram recordar a alegria do coleguismo juvenil.

As Prof. Dras. Simone Vieira de Assis e Roseli Gueths Gomes e demais professores

do Programa de Pós-Graduação em Meteorologia da UFPEL pelos ensinamentos e

competentes exemplos.

As prezadas Sônia M. Neves, Eliane Grala Pereira Alves e demais profissionais do

Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas pela disposição em ajudar.

A direção e colegas da área de Física e Matemática do Conjunto Agrotécnico

Visconde da Graça da Universidade Federal de Pelotas que me oportunizaram e

incentivaram na realização deste curso.

(5)

Resumo

HALLAL, Márcia Oliveira Curi. Análise da variabilidade de indicadores climáticos

para a precipitação pluvial no Rio Grande do Sul.2007.122p.Dissertação

(Mestrado)- Programa de Pós-Graduação em Meteorologia. Universidade Federal de

Pelotas, Pelotas.

Foram calculados dez índices de freqüência e de intensidade da precipitação pluvial

a partir de dados dessa variável, de treze estações meteorológicas bem distribuídas

no Rio Grande do Sul, para os meses da primavera e verão, entre 1961 e 2005.

Através de um modelo de regressão linear simples foram determinadas as

tendências desses índices e foram considerados aqueles com no mínimo 5% de

significância. Foram feitas análises de eventos extremos de precipitação e das

tendências dos índices pluviométricos. Os resultados de eventos extremos não

permitem identificar um padrão de comportamento espacial da precipitação pois são

eventos pontuais. A análise de tendência da intensidade da precipitação indica que a

variabilidade desses índices é muito pequena nos meses do verão e mais

significativa no mês de outubro, onde percebe-se um aumento em todos os índices

de precipitação nas cidades da região Norte/Nordeste do Estado. Fica evidente a

variabilidade significativa na freqüência dos dias consecutivos sem precipitação e na

de dias muito secos, indicando tendência de aumento desses índices no mês de

março e de decréscimo nos demais meses do período analisado. Nos demais

índices a variabilidade foi muito pequena não indicando, conseqüentemente,

grandes alterações no padrão de comportamento da variável precipitação pluvial.

(6)

Abstract

HALLAL, Marcia Oliveira Curi. Climate indicators of variability analysis to pluvial

precipitation in Rio Grande do Sul. 2007. 122p. Dissertação (Mestrado)- Programa

de Pós-Graduação em Meteorologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas

Ten frequency and intensity of the pluvial precipitation rates were calculated from this

variable date, from thirteen well distributed meteorogical stations at Rio Grande do

Sul, during the spring and summer months, between 1961 and 2005. Through a

simple linear regression model were determinated these tendencies rates and were

considerated those with at least 5% of significancy. Extreme precipitation events and

pluviometric rates tendencies were analysed. The extreme events results do not

allow to identify a precipitation spatial behavior through them because they are

punctual events. The precipitation intensity tendency analysis indicates that the

variability of these rates is very small during the summer months and more significant

during october, where all precipitation rates increase in the North/Northeast region. It

is evident the significant variability in the consecutive days without precipitation

frequency and in those very dry, indicating the increase tendency in these rates in

march and decrease in the other months within the analysed period. In the other

rates the variability was very small not indicating consequently, high variability on the

precipitation pattern pluvial precipitation variable behavior patern alteration.

(7)

Lista de Tabelas

Página

TABELA 1

Coordenadas

Geográficas

das

Estações

Meteorológicas do RS

19

TABELA 2

Precipitação máxima acumulada em 24 horas superior

a 100mm, no período da primavera, em POA, ECZ,

URG, BAG, SLG, SMR e TOR

27

TABELA 3

Precipitação máxima acumulada em 24 horas superior

a 100mm, no período do verão, em POA, ECZ, URG,

BAG, SLG, SMR e TOR

28

TABELA 4

Precipitação máxima acumulada em cinco dias

consecutivos superior a 150mm, no período da

primavera, em POA, PEL, TOR, SLG, IRA, URG

30

TABELA 5

Precipitação máxima acumulada em cinco dias

consecutivos superior a 150mm, no período do verão,

em POA, PEL, TOR, SLG, IRA, URG

31

TABELA 6

Precipitação total acumulada mensal superior a

300mm, no período da primavera, de POA, SVT, PEL,

IRA, SLG e URG

32

TABELA 7

Precipitação total acumulada mensal superior a

300mm, no período do verão, de POA, SVT, PEL, IRA,

SLG e URG

33

TABELA 8

Tendência da precipitação máxima de 24 horas, na

primavera

de

1961

a

2005,

nas

estações

meteorológicas estudadas

35

TABELA 9

Tendência da precipitação máxima de 24 horas, no

verão de 1961 a 2005, nas estações meteorológicas

estudadas

35

TABELA 10

Tendência da precipitação máxima de cinco dias

consecutivos, na primavera de 1961 a 2005, nas

estações meteorológicas estudadas

37

TABELA 11 Tendência da precipitação máxima de cinco dias

consecutivos, no verão de 1961 a 2005, nas estações

meteorológicas estudadas

37

TABELA 12 Tendência da precipitação total acumulada mensal, na

primavera

de

1961

a

2005,

nas

estações

meteorológicas estudadas

38

TABELA 13 Tendência da precipitação total acumulada mensal, no

verão de 1961 a 2005, nas estações meteorológicas

(8)

TABELA 14 Tendência da precipitação acima do percentil 90, na

primavera

de

1961

a

2005,

nas

estações

meteorológicas estudadas

40

TABELA 15 Tendência da precipitação acima do percentil 90, no

verão de 1961 a 2005, nas estações meteorológicas

estudadas

41

TABELA 16 Valores do percentil 10 da precipitação pluvial, entre os

meses de outubro a março, no período de 1961 a 2005,

nas estações meteorológicas analisadas

43

TABELA 17 Valores

do

percentil

10

e

do

percentil

35,

respectivamente, da precipitação pluvial, entre outubro

e março, no período de 1961 a 2005, nas estações

meteorológicas analisadas

44

TABELA 18 Valores

do

percentil

65

e

do

percentil

90,

respectivamente, da precipitação pluvial, entre outubro

e março, no período de 1961 a 2005, nas estações

meteorológicas analisadas

48

TABELA 19 Valores do percentil 90 da precipitação pluvial, entre os

meses de outubro a março, no período de 1961 a 2005,

(9)

Lista de Figuras

Página

FIGURA 1

Distribuição espacial das estações meteorológicas

utilizadas no trabalho

20

FIGURA 2

Tendências (a) da precipitação pluvial máxima de 24

horas, (b) precipitação total acumulada mensal,

(c) precipitação máxima de cinco dias consecutivos e

(d) precipitação pluvial acima do percentil 90, na

estação de Irai, nos meses de outubro de 1961 a 2005

42

FIGURA 3

Tendência da freqüência de dias muito secos, de 1961

a 2005, de outubro a março, nas estações

meteorológicas analisadas

46

FIGURA 4

Tendência da freqüência de dias secos, de 1961 a

2005,

de

outubro

a

março,

nas

estações

meteorológicas analisadas

47

FIGURA 5

Tendência da freqüência de dias chuvosos, de 1961 a

2005,

de

outubro

a

março,

nas

estações

meteorológicas analisadas

51

FIGURA 6

Tendência da freqüência de dias muito chuvosos, de

1961 a 2005, de outubro a março, nas estações

meteorológicas analisadas

52

FIGURA 7

Tendência da freqüência de dias consecutivos sem

precipitação, de 1961 a 2005, de outubro a março, nas

estações meteorológicas analisadas

54

FIGURA 8

Tendência da freqüência de dias consecutivos com

precipitação, de 1961 a 2005, de outubro a março, nas

(10)

SUMÁRIO

Página

1 Introdução...

10

2 Revisão bibliográfica...

13

2.1 Sistemas meteorológicos de diferentes escalas que influenciam a

precipitação pluvial nas regiões Sul e Sudeste do Brasil...

16

3 Material e método...

19

3.1 Dados Meteorológicos...

19

3.2 Método...

20

3.3 Teste de significância ...

23

4 Resultados e discussão...

26

4.1 Análise dos índices de intensidade da precipitação pluvial...

26

4.1.1 Precipitação máxima acumulada de 24 horas acima de 100mm...

27

4.1.2 Precipitação máxima acumulada de cinco dias consecutivos acima de

150mm...

29

4.1.3 Precipitação total acumulada mensal acima de 300mm...

31

4.2 Análise da tendência dos índices de intensidade da precipitação pluvial...

34

4.2.1 Tendência da precipitação máxima acumulada em 24 horas...

34

4.2.2 Tendência da precipitação máxima acumulada de cinco dias

consecutivos...

36

4.2.3 Tendência da precipitação acumulada mensal...

38

4.2.4 Tendência da precipitação acima do percentil 90...

39

4.3 Análise da tendência dos índices de freqüência da precipitação pluvial....

42

4.3.1 Tendência da freqüência de dias muito secos...

43

4.3.2 Tendência da freqüência de dias secos...

44

4.3.3 Tendência da freqüência de dias chuvosos...

48

4.3.4 Tendência da freqüência de dias muito chuvosos...

49

4.3.5 Tendência da freqüência de dias consecutivos sem precipitação...

53

4.3.6 Tendência da freqüência de dias consecutivos com precipitação...

55

5 Conclusões...

57

Referências bibliográficas...

59

(11)

1 Introdução

A precipitação, na forma líquida (precipitação pluvial), amorfa (neve) e sólida

(granizo), é o principal mecanismo natural de restabelecimento dos recursos hídricos

na superfície terrestre.

Em virtude de a água ser o componente principal na constituição dos

organismos vivos, a quantidade e a distribuição das precipitações pluviais que

ocorrem em uma região determina o tipo de vegetação natural e também o tipo de

exploração agrícola possível.

Verifica-se que o regime pluviométrico anual é diferente nas várias regiões

do Brasil. Na região Norte, embora as precipitações pluviais mensais sejam

elevadas, a época do ano mais chuvosa localiza-se no equinócio de outono (abril) e

a menos chuvosa no equinócio de primavera (outubro). Na região Nordeste a época

mais chuvosa situa-se entre abril e junho. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste as

precipitações pluviais concentram-se na época mais quente do ano em torno do mês

de janeiro, e são escassas na época mais fria, em torno do mês de julho. A região

Sul apresenta-se numa escala global, de forma privilegiada em relação às outras

regiões, com regime de precipitação pluvial bem distribuído e bem definido. As

precipitações pluviais mensais variam pouco ao longo do ano, não existindo

diferenciação de período mais ou menos chuvoso (Tubelis,1937).

Vianello (2000) também ressalta que região Sul trata-se da região

climaticamente mais regular, onde as chuvas são bem distribuídas o ano inteiro e as

quatro estações são nítidas.

(12)

O fato de a região se caracterizar por possuir baixos índices de variabilidade

pluviométrica, não deve ser interpretado como uma situação constante no clima

regional do Sul do Brasil, mas tão somente como uma situação de maior freqüência.

Em determinados anos, embora estes sejam raros, a precipitação pluvial torna-se

tão abundante que em certas áreas chega a atingir a totais equivalentes ao dobro

(ou até mais) da precipitação pluvial média, representativa da normal climatológica,

enquanto que em outros anos, também raros, o decréscimo é tão notável que a

acumulada fica aquém da metade da precipitação pluvial média (Nímer, 1989).

Segundo Puchalski (2000), citando dados do IBGE, a Região Sul do Brasil

tem grande parte da sua atividade econômica baseada na agricultura. A região é

responsável por 51% da produção nacional de grãos destacando-se nas culturas de

trigo, arroz, soja e milho. O Estado do Rio Grande do Sul, sozinho, responde por

23% da produção nacional destes grãos.

De maneira geral, a precipitação pluvial constitui o elemento meteorológico

de maior importância na produção agrícola e sua alta variabilidade no tempo e no

espaço provoca incertezas na colheita, produção e produtividade. Por isso, períodos

de estiagem prolongada ou de chuvas contínuas têm um impacto significativo sobre

a economia regional (Severo, 2004).

Dantas (1998 a) ressalta que o cultivo das culturas, em geral, depende mais

da distribuição das chuvas do que propriamente de sua quantidade, o que torna

importante o conhecimento de sua distribuição temporal para que se tenha subsídio

para um melhor planejamento desses cultivos.

Assim, de acordo com Bastos (1998), deficiências e excedentes de chuva

podem ocasionar grandes prejuízos econômicos por frustrações de safras. É

conhecido que chuvas muito intensas são responsáveis por processos catastróficos.

A previsão de chuvas de grande intensidade, responsável por severa erosão em

solos agrícolas e a freqüência dessas chuvas, possibilita tomar-se decisões que

minimizem seus efeitos. De grande importância também é conhecer a característica

estacional das chuvas máximas de 24 horas, sua contribuição para o montante

pluviométrico e o tempo em que tenderá a repetir-se. Por exemplo, uma chuva

intensa em época de estiagem ou seca com o solo com baixa disponibilidade de

(13)

água, pode ter diferente conseqüência que a mesma intensidade de chuva em

época chuvosa, onde o solo já apresenta alto teor de umidade.

Em conseqüência, a variabilidade da produção agrícola da região Sul em

geral e a do Estado do Rio Grande Sul em particular, está associada à variabilidade

interanual da precipitação pluvial. Segundo Berlato & Fontana (1999), em um estudo

da correlação entre precipitação pluvial trimestral centrada nos meses de novembro,

dezembro, janeiro, fevereiro e março de seis estações meteorológicas da área

significativa de produção da soja e o rendimento de grãos da cultura, nota-se que a

variabilidade interanual dos rendimentos está claramente associada à variabilidade

interanual da precipitação pluvial no período de dezembro a março. Os anos com

rendimento do Estado significativamente abaixo da média coincidem com anos de

estiagens ocorridas no final da primavera até o final do verão. Por outro lado, em

geral, altos rendimentos médios coincidem com precipitação pluvial bem acima da

média climatológica.

Levando em consideração a relevância da produção agrícola na economia

do Rio Grande de Sul e a importância da precipitação pluvial no desenvolvimento

das principais culturas no Estado, este trabalho foi desenvolvido com os seguintes

objetivos:

Objetivo Geral

- Identificar mudanças no regime da precipitação pluvial, nos meses de

outubro a março, no Estado do Rio Grande do Sul através da análise dos

valores extremos da precipitação e análise da tendência de dez índices

pluviométricos.

Objetivos Específicos

- Analisar os valores extremos da precipitação pluvial;

-

Analisar a tendência de quatro índices de intensidade da precipitação

pluvial;

(14)

2 Revisão bibliográfica

Das regiões geográficas do globo bem regadas por chuvas, o sul do Brasil é

uma daquelas cuja distribuição espacial deste fenômeno, no fim de um ano, se faz

de forma mais uniforme. Com efeito, ao longo de quase todo seu território a altura

média da precipitação pluvial anual varia de 1250mm a 2000mm. Portanto, não há

no sul do Brasil nenhum local cuja precipitação pluvial acumulada seja excessiva ou

carente (Nimer, 1989).

Ainda segundo Nimer (1989), essa vantagem de que se reveste o clima da

região Sul não reside apenas nos índices de precipitação acumulada anual, mas,

principalmente na forma pela qual ela se distribui. Largas extensões do território da

região Centro-Oeste e Sudeste do Brasil possuem esses mesmos índices, porém

nessas regiões uma percentagem muito grande de sua pluviosidade é precipitada

durante a estação das chuvas, enquanto o inverno é pouco chuvoso ou muito seco.

Na região Sul este fenômeno raramente acontece por isso o que bem caracteriza o

regime anual de chuvas nesta região é o seu notável equilíbrio.

Para Marques et al. (2003), a pequena variabilidade interanual da

precipitação pluvial média sobre o Rio Grande do Sul não permite caracterizar

claramente estações chuvosa e seca ao longo do ano. Entretanto, a pequena

variabilidade, é apontada como a principal causa da variação dos rendimentos

agrícolas no Estado.

Para Souza (2003), a precipitação é uma variável meteorológica muito

importante nas atividades concernentes à região, há uma forte vinculação entre a

(15)

produção e as condições de tempo que ocorrem durante o ciclo de determinados

produtos agrícolas. Sabendo-se da importância da variável (precipitação pluvial),

principalmente para a agricultura é que se faz necessário um estudo da

variabilidade, servindo desta maneira de subsídio para o planejamento rural.

Segundo Prela (2005), de modo geral, o sucesso do cultivo depende da

seqüência de um período inicial com umidade no solo, para garantir germinação e

crescimento vegetativo, seguido por precipitações adequadas e elevados níveis de

radiação solar para permitir pleno enchimento dos grãos e sua maturação.

Com base no conhecimento dos padrões regionais de distribuição da

precipitação pluvial é possível estabelecer se uma determinada espécie vegetal tem

condições satisfatórias para a sua produção econômica. Sabe-se que a precisão das

atividades no campo depende das condições climáticas e se beneficia diretamente

das informações agrometeorológicas. Caramori et al. (1998), citado por Ferreira

(2005), destaca que a correta espacialização de dados de precipitação é

fundamental dentro do conceito de agricultura de precisão, em que o fator clima tem

que ser otimizado para que os retornos sejam os potenciais esperados.

Para um bom planejamento agrícola essas informações são importantes

para se poder avaliar à recorrência ou não a sistemas de irrigação, uma vez que

dias secos podem se estender por períodos prolongados, pondo em risco a

produtividade esperada além da qualidade não muito boa do produto explorado

(Casagrande, 2005).

Para Cavalcanti et al. (2003), sob ponto de vista climatológico, o estudo dos

ciclos das chuvas mostra que se podem antecipar e prevenir em relação a uma seca

mais severa ou um período chuvoso mais rigoroso. Um melhor aproveitamento

econômico em relação ao fenômeno, que é muito importante na agricultura, na

hidrologia e em outras áreas, precisa de um estudo dos ciclos anuais de precipitação

pluvial.

Segundo Dantas (1998 b), os fenômenos climatológicos são considerados

periódicos, visto que se repetem em intervalos regulares de tempo e espaço. As

precipitações pluviais ocorrem de forma periódica e compõem um dos fatores mais

(16)

importantes na produção agrícola. Desta forma, determina a adequação dos

suprimentos alimentícios, exercendo influência sobre todos os estágios da produção

agrícola, desde a preparação do solo até a colheita, armazenamento, transporte e

comercialização das safras.

Segundo Nimer (1989), pode-se classificar em físicos e dinâmicos os

principais elementos constituintes do clima de uma região. Os físicos ou geográficos

são a posição e o relevo. Os fatores dinâmicos, que são o principal fator genético do

clima, tem no mecanismo da circulação geral da atmosfera seu principal

componente. Interagindo com a circulação atmosférica as diferenças de

aquecimento entre continentes e oceanos e as correntes marítimas também são

fatores que agem sobre o clima.

Os processos que produzem chuva numa determinada região se acoplam de

maneira intrincada. Genericamente, são processos de inter-relação entre as

superfícies terrestre, ou seja, suas condições de cobertura, relevo, localização

relativa e a atmosfera, envolvendo sua dinâmica em diferentes escalas espaciais e

temporais (Duarte, 2005).

O movimento da atmosfera se processa em diferentes escalas de espaço e

tempo. Existem turbilhões convectivos de escala micrometeorológica, com diâmetro

da ordem de centímetros e duração de segundos até configurações sinóticas com

diâmetro de milhares de quilômetros e que podem atuar por uma seqüência de dias

(Varejão-Silva, 2001).

Esses sistemas meteorológicos de diferentes escalas justificam as variações

no comportamento padrão da precipitação pluvial de uma região.

2.1 Sistemas meteorológicos de diferentes escalas que influenciam a

precipitação pluvial nas regiões Sul e Sudeste do Brasil

Segundo Harter (2004), no extremo sul do Brasil destacam-se entre os

sistemas de mesoescala as brisas marítimas e terrestres. As brisas marítimas são

circulações locais que constituem um sistema atmosférico característico de regiões

litorâneas. Para Varejão-Silva (2001), essas brisas são ocasionadas devido as

(17)

diferenças de aquecimento da superfície do continente, na orla marítima, e da

superfície do oceano adjacente, pois durante os dias ensolarados, a superfície do

continente, se aquece mais rapidamente. A conseqüente diferença de pressão

provoca o desenvolvimento de correntes convectivas ascendentes sobre o

continente, as quais geram nuvens convectivas estabelecendo-se uma circulação

fechada com movimentos ascendentes na costa e subsidente sobre o mar. As brisas

terrestres surgem da circulação inversa que ocorre durante a noite quando o

continente perde calor mais rápido que o oceano e a temperatura da superfície do

oceano torna-se mais elevada que a do continente fazendo que a faixa de baixa

pressão situe-se sobre o oceano e o vento passe a soprar do continente para o mar.

Os sistemas de escala sinótica, representados pelas massas de ar, sistemas

frontais, vórtices ciclônicos, ciclones extratropicais, bloqueios atmosférico e

sistemas associados à instabilidade do jato subtropical, são responsáveis por muitas

das alterações do regime de precipitação pluvial da região sul do Brasil.

O sul do Brasil, devido a sua posição geográfica, sofre maior influência dos

sistemas de latitudes médias, onde os sistemas frontais são os principais

causadores de chuva durante o ano (Harter, 2004).

No trabalho sobre a formação de ciclones na América do Sul, Gan e Rao

(1991) concluem que os anos de maior ocorrência de ciclogênese são os anos de

maior ocorrência de chuva e os anos de menor ciclogênese são os de menor

ocorrência de chuva e estão associados a valores negativos e positivos,

respectivamente, do Índice de Oscilação Sul.

Uma característica climatológica importante do verão na América do Sul é a

Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que é definida subjetivamente

como uma faixa convectiva, alongada que se origina tipicamente na bacia do

Amazonas, estendendo para o sudeste do Brasil e projetando-se no Oceano

Atlântico. Essa persistente faixa de nebulosidade, que se estende por alguns

milhares de quilômetros, bem caracterizada no verão é também justificativa para

períodos de escassez de precipitação pluvial na região Sul (Carvalho, 2004).

(18)

Segundo Chaves (2004), o aquecimento do Atlântico Sul parece contribuir

com a intensificação e o posicionamento da ZCAS em latitudes ao norte de sua

posição climatológica, favorecendo a precipitação sobre o sul do Nordeste e norte do

Sudeste e desfavorecendo sobre parte da região Sudeste e Sul do Brasil. Enquanto

o resfriamento do Atlântico Sul desintensifica a convecção associada à ZCAS,

favorecendo a convecção sobre a porção subtropical da América da Sul.

Segundo Carvalho et al (2004), a ocorrência de ZCAS está relacionada com

os extremos de precipitação durante o verão no sudeste brasileiro. No estudo

definiu-se que precipitações intensas são aquelas que estão 16% acima da média

diária e observou-se que em torno de 65% dos casos ocorreram durante ZCAS

intensas e 35% durante ZCAS fracas. Neste estudo os autores demonstraram que a

variabilidade espacial de precipitações extremas depende tanto da intensidade

quanto da localização (oceânica ou continental) da ZCAS. Também sugeriram que

um mecanismo dinâmico distinto deve modular a intensidade e a localização da

ZCAS e conseqüentemente o aspecto regional da precipitação extrema.

Segundo Berlato et al (2003), El Niño Oscilação Sul (ENSO) é um fenômeno

de grande escala que ocorre no Oceano Pacífico tropical e refere-se a uma

combinação de dois mecanismos que demonstram, de forma marcante, o vínculo

existente entre o oceano e a atmosfera. O El Niño (EN) representa o componente

oceânico do fenômeno, está associado com variações na temperatura da superfície

do mar e é monitorado principalmente através da Temperatura da Superfície do Mar

(TSM) em regiões definidas ao longo da região equatorial do Oceano Pacifico. A

Oscilação Sul (OS) representa a contrapartida atmosférica e expressa a correlação

inversa existente entre a pressão atmosférica nos extremos leste e oeste do Oceano

Pacifico.

A oscilação de pressão ao nível do mar observada entre as regiões da

Indonésia (Darwin, 12º, 139ºE) e o Oceano Pacífico Leste Tahiti, 17ºS,150ºW)

provoca sensíveis anomalias no escoamento atmosférico em escala global

ocasionando aquecimento (fase quente) ou resfriamento (fase fria) anômalos das

águas superficiais do Oceano Pacífico equatorial oriental. As fases extremas desse

fenômeno são popularmente conhecidas como El Niño e La Niña (Marques, 2005).

(19)

Grimm e Sant’Anna (2000) pesquisaram as fases extremas do fenômeno El

Niño Oscilação Sul e suas relações com a intensidade e com a freqüência das

chuvas no sul do Brasil. Concluíram que a primavera é a estação que sofre maior

influência dos eventos El Niño e La Niña. Observaram também que durante os

eventos El Niño tanto o aumento da precipitação média em dias chuvosos quanto o

aumento do número de dias chuvosos contribuíram para o aumento de precipitação

sazonal. Porém, a relação com a freqüência é mais intensa durante eventos La Niña,

pois nos períodos em que ele ocorre é predominante a influência da diminuição do

número de dias chuvosos, exceto no litoral. Este é um aspecto especialmente

danoso para a agricultura.

Kousky e Cavalcanti (1984) concluíram que o evento El Niño de 1982-1983

foi bastante intenso porque um jato subtropical bem pronunciado sobre a América do

Sul e o leste do Oceano Pacífico Sul, juntamente com várias situações de bloqueios

em latitudes médias, favoreceram a manutenção de sistemas frontais ativos no sul

do Brasil. Estes eventos contribuíram para a ocorrência da excessiva precipitação

observada na região Sul do Brasil.

Por outro lado, Kane (2000) examinou as epócas de início de El Niño em

relação à precipitação e mostrou que eventos El Niño que começam após a estação

chuvosa ou terminam antes da principal estação chuvosa podem não ser efetivos.

No sul do Brasil apenas os eventos El Niño ativos durante a última metade do ano

foram efetivos em causar excesso de chuvas. Em média a relação entre eventos

El Niño e precipitação foi pobre e provavelmente efeitos devidos a outros fatores

(temperaturas da superfície do Atlântico, frentes frias vindas da Antártica etc) são

mais importantes.

Pezzi e Cavalcanti (2001), sugeriram que o dipolo do Atlântico, durante

condições de El Niño, influencia somente a Região Nordeste do Brasil, mudando o

sinal das anomalias de precipitação sobre o norte do Nordeste e a intensidade das

anomalias negativas de precipitação sobre esta região. A região amazônica e outras

partes da América do Sul são influenciadas apenas pelas anomalias da temperatura

da superfície do Oceano Pacífico. Já durante as condições La Niña o dipolo do

Atlântico influencia a precipitação de toda a América do Sul.

(20)

3 Material e métodos

3.1 Dados meteorológicos

Foram utilizados dados diários de precipitação pluvial, obtidos junto ao

8º Distrito de Meteorologia (8ºDISME) do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET)

que pertence ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O

período escolhido cobre os anos de 1961 a 2005 e são das estações meteorológicas

localizadas nos municípios de Bagé, Bento Gonçalves, Bom Jesus, Encruzilhada do

Sul, Irai, Passo Fundo, Pelotas, Porto Alegre, Santa Maria, Santa Vitória do Palmar,

São Luiz Gonzaga, Torres e Uruguaiana.

Na tabela 1 estão indicadas as estações meteorológicas e suas respectivas

coordenadas geográficas, bem como uma abreviatura dos nomes das mesmas, que

serão utilizadas no trabalho.

TABELA 1 - Coordenadas Geográficas das Estações Meteorológicas do RS.

Estação Meteorológica

Latitude(graus) Longitude(graus) Altitude(metros)

Bagé (BAG)

-31,4

-54,1

215

Bento Gonçalves (BTO)

-29,3

-51,5

619

Bom Jesus (BJS)

-28,7

-50,4

1047

Encruzilhada do Sul (ECZ)

-30,5

-52,5

427

Irai (IRA)

-27,2

-53,2

222

Passo Fundo (PFD)

-28,3

-52,4

676

Pelotas (PEL)

-31,9

-52,4

13

Porto Alegre (POA)

-30,0

-51,2

46

Santa Maria (SMR)

-29,7

-53,7

95

Santa Vitória do Palmar (SVP)

-33,5

-53,4

6

São Luiz Gonzaga (SLG)

-28,4

-54,9

124

Torres (TOR)

-29,3

-49,7

254

(21)

Estas estações estão espacialmente bem distribuídas em todo o estado do

Rio Grande do Sul e localizadas em diferentes regiões climáticas, conforme mostra a

figura 1.

FIGURA 1 - Distribuição espacial das estações meteorológicas utilizadas no

trabalho.

3.2 Métodos

Neste trabalho foi feito uma análise da precipitação pluvial nos meses de

outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março entre os anos de 1961 e

2005. Os meses foram selecionados em função de sua importância no calendário

agronômico levando em consideração a época do cultivo das principais culturas

(22)

agrícolas do estado do Rio Grande do Sul, onde o alto ou baixo rendimento está

associado a valores de precipitação acima ou abaixo da média, respectivamente.

Utilizando as séries de dados de cada uma das estações meteorológicas

descritas anteriormente, foram feitos cálculos de índices pluviométricos para cada

um dos meses do período analisado. Esses índices foram escolhidos com o intuito

de identificar valores extremos de precipitação e de caracterizar a variabilidade do

comportamento da precipitação pluvial nos meses da primavera e verão. Todos os

índices foram calculados mês a mês, para cada uma das estações meteorológicas já

mencionadas.

Para a análise da intensidade da precipitação foram calculados os índices

pluviométricos a seguir, cujos valores são apresentados em milímetros.

(MAX 24h) Precipitação máxima acumulada em 24 horas;

(TOT AC MENS) Precipitação total acumulada em cada mês;

(MAX 5DIAS) Precipitação máxima acumulada em cinco dias consecutivos.

Neste caso, primeiro foram calculadas as chuvas acumuladas de 5 dias

consecutivos de cada mês e depois selecionadas as de maior valor do mês;

(ACIM PER 90) Precipitação total acumulada acima do percentil 90. Para

este índice foi calculado o valor de precipitação correspondente ao percentil 90 de

cada mês e então efetuada a soma de todas as precipitações, do mês, acima desse

valor. O percentil é um método que consiste em ordenar de forma crescente os

dados; fazer a diferença entre o máximo e mínimo da série, dividi-los em cem partes

iguais e então selecionar a faixa desejada.

Para a análise da freqüência da precipitação pluvial foi calculado o número

de dias de ocorrência de diferentes classes de precipitação. Os índices

pluviométricos calculados, que mostram seus valores em unidades de dias, são

descritos a seguir:

(DCSP) Número máximo de dias consecutivos sem precipitação, sendo

(23)

(DCCP) Número máximo de dias consecutivos com precipitação, sendo

assim considerados aqueles dias com precipitação pluvial superior a 1mm;

(DMS) Freqüência da classe de dias muito secos. Considera-se nessa

classe os dias que apresentaram precipitação pluvial menor ou igual ao percentil 10;

(DS) Freqüência da classe de dias secos. Considera-se nessa classe os dias

que a precipitação pluvial foi maior que o percentil 10 e menor ou igual ao

percentil 35;

(DC) Freqüência da classe de dias chuvosos. Considera-se nessa classe os

dias que a precipitação pluvial foi maior que o percentil 65 e menor ou igual ao

percentil 90;

(DMC) Freqüência da classe de dias muito chuvosos. Nesta classe

encontram-se os dias em que a precipitação pluvial foi maior que o

percentil 90.

Os valores encontrados foram organizados em tabelas mensais mostrando

os dados obtidos para cada um dos índices calculados em todas as estações

meteorológicas. No apêndice constam todas as tabelas com os respectivos dados

calculados.

A fim de se obter a característica temporal de cada índice utilizou-se o

método de regressão linear simples. Segundo o Guia de Practicas Climatológicas,

da Organização Meteorológica Mundial, esse modelo tem como objetivo prever uma

única variável dependente a partir de uma única variável independente e é dado pela

expressão:

Y = a + bX ( 1 )

Onde:

Y

é o índice pluviométrico em função da variável X;

(24)

b é o coeficiente de regressão, que representa a variação da variável

dependente em relação a variável independente;

X é a variável independente, o número de anos de análise do estudo,

(variando de 1 a 45).

As estimativas dos coeficientes

a e b

foram obtidas pelo método dos

mínimos quadrados.

A variabilidade total do período analisados foi obtida pela expressão:

V

t

= b . 45 ( 2 )

Onde b é o coeficiente de regressão e a constante 45 representa o número

de anos do período analisado.

Com o objetivo de medir a relação linear entre as variáveis também foi

calculado o coeficiente de correlação entre elas. Assim, para cada índice foi

determinado seu coeficiente de correlação com o tempo, que é a variável

independente. Esse coeficiente demonstra uma medida numérica do grau

concordância entre as variáveis e se encontra compreendido entre +1 (correlação

perfeita e positiva) e –1 (correlação perfeita e negativa).

Este coeficiente foi calculado, mês a mês, para cada um dos índices,

através da expressão:

)]

)

(

)(

)

(

[(

)

)(

(

2 2 2 2 i i i i i i i i

Y

Y

n

X

X

n

Y

X

Y

X

n

r

( 3 )

3.3 Teste de significância

Para quantificar a influência da variável dependente sobre a variável

independente no processo de regressão simples recorre-se a testes estatísticos.

(25)

Para verificar se existe tendência foi feito um teste de hipótese para o

coeficiente de regressão b

(H

0

: b

= 0, não existe tendência; H

1

: b

0 , existe

tendência).

O grau de significância do coeficiente de correlação (r) foi determinado

através do teste “t” Student e foi comparado com o valor crítico de t com (n – 2)

graus de liberdade.

Para um determinado coeficiente de correlação (r) ser significativo, o valor

do t calculado deve ser maior que o valor de t crítico em um determinado nível.

Na análise da significância dos coeficientes de correlação de cada um dos

índices, foram considerados dois níveis; de 5% e de 1%. Esses níveis indicam que a

equação de regressão linear simples pode ser usada com probabilidade de

confiabilidade superior a 95% e 99%, respectivamente, para indicar a variabilidade

dos índices de precipitação estudados.

Como o valor crítico do nível de significância depende do número de dados

utilizados na amostra, na série analisada de 45 anos, para o nível de significância a

5%, o valor crítico de t é 1,68 e para o nível de significância a 1% o t crítico

equivale a 2,41 (Meyer, 1976).

A prova estatística foi feita através da expressão:

2

1

2

.

r

n

r

t

( 4 )

Onde:

r = coeficiente de correlação;

r

2

= coeficiente de determinação;

(26)

n = número de pares de dados.

Com o objetivo de evidenciar as precipitações mais intensas foram

selecionadas as precipitações superiores a 100mm, 150mm e 200mm nas

precipitações máximas de 24 horas, máxima de cinco dias consecutivos e total

acumulado mensal, respectivamente. Esses valores foram escolhidos porque são os

valores aproximados do percentil 99 de cada índice.

Para identificar o comportamento da intensidade da precipitação pluvial,

foram calculados a precipitação máxima de 24 horas, o total acumulado mensal, a

precipitação máxima de cinco dias consecutivos e a precipitação acima do

percentil 90. Os valores dos coeficientes de regressão (b), de determinação (r

2

), da

variabilidade total no período analisado (V

t

) e do grau de significância (t) do

coeficiente de correlação r desses índices foram organizados em tabelas e

analisados em função dos níveis de significância de 1% e 5% encontrados nas

estações meteorológicas estudadas. Nessas tabelas os índices significativos a 1%

estão destacados com a cor bege e os significantes a 5% com a cor azul.

A fim de se determinar as regiões do Estado com características de

variabilidade no comportamento da precipitação pluvial, a variabilidade total no

período analisado (V

t

) dos índices de freqüência da precipitação, em cada uma das

estações meteorológicas do estudo, foi plotada no mapa do Rio Grande do Sul e

traçado isolinhas das grandezas. Essas isolinhas dão uma visão espacial da

variabilidade do número de dias muito secos, dias secos, dias chuvosos, dias muito

chuvosos e do número de dias consecutivos com e sem precipitação.

(27)

4 Resultados e discussão

Sabe-se que os benefícios e transtornos causados pela precipitação pluvial

estão associados às suas características de intensidade e total precipitado. A

identificação de precipitações pluviais ocorridas em um espaço de tempo muito

curto, as quais, causam prejuízo para a agricultura, quando ocorrida no campo e

transtornos associados à calamidade pública nas grandes cidades é muito

importante. Por essa razão foi feito inicialmente uma análise dos valores dos índices

de intensidade da precipitação pluvial estudados. Nesses índices foram feitas duas

análises: uma dos valores extremos desses índices e outra do comportamento de

suas respectivas tendências.

Num segundo momento foi feita uma análise da freqüência da precipitação

pluvial no Estado e as tendências dos índices de freqüência foram mostradas por

meio de mapas para os 45 anos do estudo.

4.1 Análise dos índices de intensidade da precipitação pluvial

Com o objetivo de identificar as precipitações mais intensas, foram

selecionados nas tabelas da precipitação máxima de 24 horas, da precipitação

máxima de cinco dias consecutivos e da precipitação acumulada total mensal, os

valores acima do valor aproximado do percentil 99 de cada índice, e destacados os

anos e as estações meteorológicas em que ocorreram.

(28)

4.1.1 Precipitação máxima acumulada em 24 horas acima de 100mm

Nas tabelas 2 e 3 estão listados os meses de primavera e verão e os anos,

bem como as estações meteorológicas onde houve precipitações pluviais máximas

acumuladas em 24 horas, cujos valores ultrapassaram 100mm.

Neste índice as estações meteorológicas de Porto Alegre e Encruzilhada do

Sul, apresentaram poucos valores destacados. Porto Alegre nos meses estudados

mostra

apenas

um

evento

extremo

em

fevereiro

de

1981

(tabela 3). Neste mês, em 1983, a estação de Encruzilhada do Sul mostra o único

evento extremo no período de verão. Na primavera a cidade apresenta 3 eventos de

precipitação acumulada em 24 horas acima de 100mm, em outubro de 1994 e em

novembro de 1975 e de 1990 (tabela 2).

Das cidades que tiveram bastante eventos destacados, Uruguaiana foi a

estação meteorológica que registrou maior ocorrência de dias com precipitação

acumulada em 24 horas superior a 100mm. Isso ocorreu, mais intensamente nos

meses de verão, onde foram constatados 14 eventos conforme mostra a tabela 3.

São Luiz Gonzaga, Santa Maria, Bagé e Torres também mostraram vários

eventos extremos em quase todos os meses analisados, sendo que a estação

meteorológica de Bagé foi a que apresentou maior valor de precipitação acumulada

em 24 horas, 263 mm, em fevereiro de 1983 (tabela 2).

TABELA 2 - Precipitação máxima acumulada em 24 horas superior a 100mm, no

período da primavera, em POA, ECZ, URG, BAG, SLG, SMR e TOR.

Mês Ano POA ECZ URG BAG SLG SMR TOR

OUT 1963 108,2 103,0 OUT 1965 120,0 OUT 1968 130,3 OUT 1977 101,6 OUT 1980 129,0 OUT 1982 145,0 OUT 1983 113,9 OUT 1988 127,4 OUT 1994 114,3 OUT 2002 101,8 OUT 2003 120,9 OUT 2004 120,0 Continua

(29)

Continuação da tabela 2

Mês Ano POA ECZ URG BAG SLG SMR TOR NOV 1975 123,0 NOV 1982 141,0 NOV 1983 104,7 NOV 1990 156,7 136,0 DEZ 1965 166,2 DEZ 1968 101,4 DEZ 1969 123,2 DEZ 1979 120,0 DEZ 1980 181,8 DEZ 1987 149,0 DEZ 1989 124,6 DEZ 1991 156,1 DEZ 2001 103,1 DEZ 2002 103,4 DEZ 2003 109,0

TABELA 3 - Precipitação máxima acumulada em 24 horas superior a 100mm, no

período do verão, em POA, ECZ, URG, BAG, SLG, SMR e TOR.

Mês Ano POA ECZ URG BAG SLG SMR TOR

JAN 1963 125,5 135,2 JAN 1966 107,2 JAN 1967 107,5 JAN 1993 118,2 117,7 JAN 1996 122,6 JAN 1998 152,6 JAN 2000 125,1 JAN 2001 116,5 117,2 FEV 1961 108,3 FEV 1969 114,2 FEV 1971 144,1 111,5 FEV 1973 170,5 129,5 106,9 FEV 1981 109,5 FEV 1983 137,7 263,0 108,9 FEV 1990 108,8 FEV 1994 117,0 FEV 1995 115,0 FEV 1996 103,0 FEV 1998 106,8 FEV 1999 109,0 FEV 2004 128,2 MAR 1963 118,7 MAR 1966 124,4 MAR 1971 108,1 MAR 1980 105,0 MAR 1985 110,4 MAR 1986 105,0 MAR 1987 168,0 Continua

..

(30)

Continuação da tabela 3

.

Mês Ano POA ECZ URG BAG SLG SMR TOR

MAR 1989 181,9 MAR 1993 104,8 MAR 1995 119,4 MAR 1996 115,0 MAR 2000 125,2 108,4 MAR 2002 135,4 MAR 2004 104,0 MAR 2005 107,4

Numa análise geral, percebe-se que a metade oeste do Estado é propícia a

ocorrência de precipitação em 24 horas, acima de 100 mm, principalmente no verão.

4.1.2 Precipitação máxima acumulada em cinco dias consecutivos acima de

150mm

Assim como no índice referente as precipitações máximas de 24 horas, a

estação localizada na cidade de Porto Alegre mostrou poucos registros de

precipitação máxima acumulada em cinco dias consecutivos, superior a 150mm. Na

tabela 4 observa-se, que no verão do período analisado, apenas em janeiro de 1992

este valor foi ultrapassado. Além desta, as estações de Pelotas e Torres também

destacaram poucos dias no extremo deste índice, sendo que dezembro de 1997 é o

único registro, em toda a primavera, em Pelotas. Em Torres, esses dias apareceram

mais bem distribuídos nos seis meses estudados.

Em contrapartida, a estação da cidade de São Luiz Gonzaga apresentou um

número bem elevado dos eventos destacados, mais concentrados no período da

primavera. Bem distribuídos entre primavera e verão (tabelas 4 e 5) as estações de

Irai e Uruguaiana também tiveram vários registros com a precipitação máxima

acumulada de cinco dias acima de 150 mm. Na tabela 5 observa-se que em 1998

foram registrados, em Uruguaiana 278,6 mm, no mês de janeiro. Em Irai, destaca-se

neste índice, os valores de 305,4 mm e de 296,1mm de precipitação em outubro de

2000 e em fevereiro de 1998, respectivamente. Em outubro de 2000, isto se deve a

atuação de Vórtices Ciclônicos em Altos Níveis e áreas de instabilidade associadas

(31)

a formação de Complexos Convectivos de Mesoescala, que neste período

proporcionaram chuvas acima da média climatológica no interior de Santa Catarina

no norte do Rio Grande do Sul, segundo Boletim Climanálise (2000) do Centro de

Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Esses sistemas também

ocasionaram elevados valores na precipitação total acumulada mensal, conforme

será discutido no próximo item.

De forma geral, essa característica de precipitação ficou mais evidente no

norte e no oeste do Estado conforme mostram as tabelas 4 e 5.

TABELA 4 - Precipitação máxima acumulada em cinco dias consecutivos superior a

150mm, no período do primavera, em POA, PEL, TOR, SLG, IRA e URG.

Mês Ano POA PLT TOR SLG IRA URG

OUT 1961 179,9 155,2 169,7 OUT 1963 173,9 OUT 1968 166,7 OUT 1979 165,4 OUT 1980 228,0 OUT 1982 165,2 OUT 1986 172,8 OUT 1990 155,2 OUT 1992 205,9 OUT 1997 229,7 152,2 OUT 1999 99,0 OUT 2000 296,1 OUT 2002 245,7 OUT 2003 151,7 OUT 2004 159,8 NOV 1963 191,1 246,3 NOV 1976 160,5 NOV 1978 167,6 174,5 NOV 1981 165,5 210,0 NOV 1982 196,6 154,6 209,0 NOV 1983 211,9 NOV 1986 194,9 NOV 1993 158,3 162,0 DEZ 1965 205,6 201,7 DEZ 1966 157,8 DEZ 1968 165,5 DEZ 1970 160,1 150,6 DEZ 1979 154,5 DEZ 1980 188,2 DEZ 1989 156,0 DEZ 1994 181,1 DEZ 1997 157,4 163,0 DEZ 2002 156,3 DEZ 2003 209,7 156,8

(32)

TABELA 5 - Precipitação máxima acumulada em cinco dias consecutivos superior a

150mm, no período do verão, em POA, PEL, TOR, SLG, IRA e URG.

Mês Ano POA PLT TOR SLG IRA URG

JAN 1963 210,2 JAN 1966 198,5 JAN 1967 153,2 JAN 1969 166,0 JAN 1973 162,4 172,3 JAN 1974 166,5 157,1 JAN 1977 179,1 JAN 1978 195,1 JAN 1988 213,6 JAN 1991 169,4 JAN 1992 164,0 JAN 1993 154,4 JAN 1996 178,6 JAN 1998 161,0 150,0 278,6 JAN 2001 183,2 164,5 FEV 1973 266,5 FEV 1979 207,2 FEV 1983 244,8 FEV 1990 217,8 FEV 1998 305,4 MAR 1961 154,6 MAR 1963 225,4 MAR 1971 235,2 MAR 1975 167,4 MAR 1980 182,8 MAR 1985 184,1 160,0 MAR 1987 202,0 MAR 1993 272,0 MAR 1995 175,1 MAR 1996 197,0 MAR 1998 152,2 159,8 MAR 2000 250,7 184,3 MAR 2002 160,5 191,6 MAR 2005 73,2

4.1.3 Precipitação total acumulada mensal acima de 300 mm

Neste índice selecionou-se as precipitações acumuladas mensais superiores

a 300mm. A estação meteorológica de Porto Alegre mostrou apenas o mês de

outubro de 1963 (tabela 6), com essa característica. Como mostram as tabelas 6 e

7, essa intensidade de precipitação também não é muito freqüente nas estações de

Santa Vitória e Pelotas que mostraram apenas quatro e seis eventos observados,

respectivamente, em todo o período analisado.

(33)

A estação meteorológica de Irai foi a que mais se destacou positivamente

neste índice onde os meses de outubro e fevereiro foram os que mostraram o maior

número de eventos intensos (tabelas 6 e 7). A cidade também registra, em fevereiro

de 1998, o maior valor de precipitação acumulada mensal encontrado nas estações

meteorológicas do estudo, no período analisado, equivalente a 629,6 mm (tabela 7).

Nas estações de São Luiz Gonzaga e Uruguaiana também apareceram muitos

eventos de precipitação acumulada mensal acima de 300mm.

Segundo Boletim Climanálise (1998), do Centro de Previsão do Tempo e

Estudos Climáticos (CPTEC), para o mês de fevereiro de 1998, as chuvas e ventos

fortes na Região Sul foram causadas pela passagem de cavados e vórtices

ciclônicos, além de sistemas de baixas pressões em superfície e do jato em 850hPa

localizado ao oeste da Região.

Nas tabelas 6 e 7 pode-se verificar novamente que neste tipo de

precipitação, se destacaram as estações meteorológicas do norte e do oeste do

Estado.

TABELA 6 - Precipitação total acumulada mensal superior a 300mm, no período do

primavera, em POA, SVT, PEL, IRA, SLG e URG.

Mês Ano POA SVT PEL IRA SLG URG OUT 1963 303,4 OUT 1966 321,5 OUT 1979 334,6 361,6 OUT 1980 480,0 OUT 1994 305,4 OUT 1997 473,7 488,3 331,5 OUT 1999 327,5 OUT 2000 434,5 309,0 306,2 OUT 2002 395,3 538,3 OUT 2005 342,0 NOV 1963 300,7 303,1 NOV 1977 312,5 319,0 NOV 1982 358,7 345,7 319,0 NOV 1986 438,2 NOV 1990 323,4 DEZ 1965 340,3 350,9 DEZ 1974 320,4 DEZ 1979 336,2 DEZ 1997 328,8 354,6 DEZ 2002 338,2 345,5 DEZ 2003 340,0 368,7

(34)

TABELA 7 - Precipitação total acumulada mensal superior a 300mm, no período do

verão, em POA, SVT, PEL, IRA, SLG e URG.

Mês Ano POA SVT PLT IRA SLG URG

JAN 1973 345,6 383,8 JAN 1993 306,3 JAN 1997 342,9 428,1 JAN 1998 528,1 JAN 2001 325,5 FEV 1966 306,5 FEV 1969 349,9 FEV 1973 404,0 FEV 1977 432,1 324,0 FEV 1979 343,2 FEV 1983 465,8 324,1 FEV 1990 401,2 359,8 FEV 1992 433,8 341,0 339,3 FEV 1994 418,9 388,5 FEV 1996 360,6 FEV 1997 310,6 320,5 307,0 339,8 FEV 1998 629,6 385,7 MAR 1966 369,9 MAR 1971 359,3 MAR 1972 322,2 MAR 1975 323,9 306,0 MAR 1987 348,0 MAR 1996 316,4 MAR 1998 353,3 MAR 2000 392,4 MAR 2002 473,3 343,2 358,1 MAR 2003 325,2

Convém notar que as estações meteorológicas de Irai e Uruguaiana embora

não tenham apresentado eventos extremos na precipitação máxima de 24 horas,

tiveram grande destaque na máxima de 5 dias consecutivos e na precipitação total

acumulada, juntamente com a estação de São Luiz Gonzaga que evidenciou-se no

três índices.

A partir desses registros pode-se dizer que, nos meses de primavera e

verão, no Rio Grande do Sul, as regiões Oeste e Noroeste, devido a atuação dos

complexos convectivos de mesoescala, caracterizaram-se por serem as que

registraram mais eventos extremos nesses índices de precipitação pluvial

analisados.

(35)

4.2 Análise da tendência dos índices de intensidade da precipitação pluvial

A partir de agora usaremos todos os valores das precipitações máximas de

24 horas, das precipitações acumuladas mensais, das precipitações acumuladas de

cinco dias consecutivos e das precipitações acima do percentil 90, para analisar o

comportamento das intensidade da precipitação pluvial, nas treze estações

meteorológicas desse estudo.

Para verificar o comportamento temporal da variabilidade desses índices

foram analisadas equações de tendências. A seguir é apresentado a análise

estatística das tendências dos índices de precipitação estudados, onde foram

destacadas as significativas a, no mínimo, 5%.

4.2.1 Tendência da Precipitação Máxima acumulada em 24 horas

Na tabela 8, observa-se que o mês de outubro mostra tendência de

crescimento das precipitações máximas acumuladas em 24 horas com destaque

para a estação meteorológica de Irai, que registrou um aumento de 44,9mm. Esse

crescimento é significativo a 1%, nas estações de Irai, Torres, Bom Jesus e Porto

Alegre e a 5% em Passo Fundo e Bento Gonçalves, caracterizando-se como o mês

onde mais estações apresentaram variabilidade significativa. Irai, que neste mês

teve o mais acentuado índice de crescimento, como dito anteriormente, em

novembro mostrou uma tendência significativa de decréscimo, equivalente a

24,18mm, na precipitação máxima acumulada em 24 horas. As estações de Torres e

Porto Alegre continuam com tendência de crescimento no mês de novembro. O mês

de dezembro encerra o período da primavera mostrando duas estações com

tendências significativas e opostas, na variabilidade de precipitação. Pelotas, com

indicativo de aumento e Uruguaiana, que apontou uma diminuição de precipitação

equivalente a 27,63mm.

(36)

TABELA 8

– Parâmetros estatísticos da tendência da precipitação máxima de 24

horas, na primavera de 1961 a 2005; onde b e Vt estão em mm; e as cores azul e

bege representam índices de significância de 5% e 1% respectivamente.

OUT NOV DEZ

b Vt r2 t b Vt r2 t b Vt r2 t BAG -0,07 -3,10 0,00 -0,27 -0,21 -9,24 0,01 -0,71 -0,18 -7,97 0,01 -0,50 BTO 0,48 21,48 0,07 1,77 0,14 6,50 0,01 0,59 0,12 5,18 0,01 0,50 BJS 0,83 37,35 0,14 2,62 0,01 0,26 0,00 0,02 0,17 7,85 0,01 0,70 ECZ 0,36 16,12 0,05 1,45 -0,01 -0,26 0,00 -0,02 0,31 13,90 0,03 1,16 IRA 1,00 44,92 0,21 3,33 -0,54 -24,18 0,08 -1,91 -0,02 -0,83 0,00 -0,07 PFD 0,57 25,86 0,10 2,17 -0,11 -5,05 0,01 -0,49 -0,22 -10,04 0,02 -0,81 PEL 0,02 0,89 0,00 0,09 -0,06 -2,63 0,00 -0,24 0,47 21,12 0,08 1,94 POA 0,49 21,98 0,12 2,46 0,43 19,22 0,14 2,63 -0,05 -2,28 0,00 -0,25 SLG 0,39 17,46 0,03 1,24 -0,04 -1,58 0,00 -0,14 -0,08 -3,78 0,00 -0,24 SMR 0,19 8,52 0,01 0,52 -0,16 -7,28 0,01 -0,60 0,35 15,62 0,03 1,12 SVT 0,21 9,28 0,03 1,05 0,00 -0,01 0,00 0,00 -0,10 -4,42 0,00 -0,32 TOR 0,51 22,94 0,15 2,71 0,50 22,58 0,09 2,03 0,35 15,67 0,02 1,03 URG 0,19 8,57 0,01 0,54 -0,13 -5,95 0,01 -0,47 -0,61 -27,63 0,09 -2,01

O mês de janeiro foi o que mais se destacou na variabilidade da precipitação

máxima de 24 horas no período do verão (tabela 9). As estações meteorológicas de

Bagé, Bento Gonçalves e Encruzilhada do Sul, mostraram tendência de crescimento

significativo. Em Encruzilhada do Sul essa tendência foi mais acentuada e equivale a

um aumento de 29,92mm de precipitação nos 45 anos do estudo. Os meses de

fevereiro e março apresentaram variabilidade muito pequena neste índice

pluviométrico. Nestes meses, apenas em fevereiro, a estação referente a cidade de

Pelotas, mostrou tendência de aumento de 37,78mm na precipitação.

TABELA 9

– Parâmetros estatísticos da tendência da precipitação máxima de 24

horas, no verão de 1961 a 2005, onde b e Vt estão em mm; e as cores azul e bege

representam índices de significância de 5% e 1% respectivamente.

JAN FEV MAR

b Vt r2 t b Vt r2 t b Vt r2 t BAG 0,57 25,85 0,06 1,72 0,32 14,38 0,01 0,61 0,07 3,14 0,00 0,24 BTO 0,59 26,57 0,10 2,21 0,21 9,50 0,02 0,95 -0,21 -9,39 0,02 -0,85 BJS 0,00 0,05 0,00 0,00 0,20 9,18 0,01 0,72 -0,05 -2,07 0,00 -0,17 ECZ 0,66 29,92 0,15 2,72 -0,25 -11,30 0,02 -0,84 -0,02 -0,84 0,00 -0,07 IRA 0,43 19,25 0,04 1,40 0,16 7,10 0,01 0,47 -0,21 -9,65 0,02 -1,03 PFD 0,32 14,61 0,03 1,18 -0,25 -11,18 0,02 -0,82 -0,27 -12,01 0,02 -0,94 PEL 0,05 2,44 0,00 0,23 0,84 37,78 0,09 2,07 -0,07 -3,23 0,00 -0,28 POA 0,16 7,12 0,01 0,81 0,09 4,04 0,00 0,41 -0,12 -5,54 0,01 -0,52 SLG 0,32 14,51 0,02 1,00 0,12 5,48 0,00 0,38 0,19 8,46 0,01 0,61 SMR 0,21 9,37 0,01 0,63 0,11 4,87 0,00 0,45 0,01 0,26 0,00 0,02 SVT -0,11 -5,08 0,00 -0,37 0,33 15,05 0,02 0,96 0,52 23,34 0,05 1,45 TOR 0,01 0,26 0,00 0,02 0,11 4,94 0,00 0,34 0,16 7,34 0,01 0,56 URG 0,17 7,70 0,00 0,44 -0,36 -16,31 0,02 -0,87 -0,26 -11,55 0,01 -0,59

(37)

É notável a tendência de aumento, bastante significativo,da precipitação

máxima de 24 horas, no mês de outubro e que isso ocorre nas estações

concentradas no norte/nordeste do estado.

Também é interessante notar que a estação meteorológica de Bagé que

no período de verão, registrou muitos eventos extremos (14) na precipitação máxima

de 24 horas, na análise da tendência dos 45 anos indicou leve diminuição nesse

índice. Também as cidades de São Luiz Gonzaga e Santa Maria, que foram

evidenciadas nos valores extremos, não tiveram tendência de crescimento.

4.2.2 Tendência da precipitação máxima acumulada em cinco dias

consecutivos

Na precipitação máxima acumulada em cinco dias consecutivos o mês de

outubro foi o que mais apresentou variabilidade significativa. Bom Jesus, Iraí, Passo

Fundo e Torres foram as estações que mostraram tendência de crescimento neste

índice (tabela 10). Observa-se que em Iraí e Passo Fundo a tendência foi mais

acentuada e que, estas mesmas estações já indicavam variabilidade positiva e

significativa na precipitação máxima acumulada em 24 horas. Nos níveis analisados,

o mês de novembro mostrou tendência de crescimento significativo apenas na

estação meteorológica referente a cidade de Porto Alegre onde essa tendência

indicou um aumento de 31,63mm de precipitação. Já o mês de dezembro, a

tendência de crescimento significativo se apresentou em Pelotas e Torres.

Observa-se que a cidade de Uruguaiana foi a única estação meteorológica que apreObserva-sentou

tendência de decréscimo na precipitação, neste índice, em todo o período analisado.

Essa tendência representa uma diminuição de 49,57mm na precipitação, no mês de

dezembro.

No período de verão praticamente não ocorreu variabilidade deste índice.

Foram evidenciados apenas dois casos com tendência de crescimento nos níveis

analisados; na estação de Pelotas, em fevereiro e na de Santa Vitória no mês de

março. Esses aumentos foram equivalentes a, aproximadamente, 69,56mm e

73,33mm, respectivamente. Esses resultados podem ser observados na tabela 11.

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