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Futebol:um produto de consumo / Soccer: a consumer product

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 8, p. 13223-13239 aug. 2019 ISSN 2525-8761

Futebol:um produto de consumo

Soccer: a consumer product

DOI:10.34117/bjdv5n8-132

Recebimento dos originais: 14/07/2019 Aceitação para publicação: 28/08/2019

Cristiano Israel Caetano

Mestrando em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná Instituição: Universidade Federal do Paraná

Endereço: Rua Coração de Maria, 92 – Jardim Botânico, Curitiba – PR, Brasil E-mail: cristianopmpr@gmail.com

Rafael Gomes Sentone

Doutorando em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná Instituição: Universidade Federal do Paraná

Endereço: Rua Coração de Maria, 92 – Jardim Botânico, Curitiba – PR, Brasil E-mail: sentoneforest@hotmail.com

Hallyne Bergamini Silva Caetano

Mestranda em Educação Física pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná Instituição: Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Endereço: Rua Coração de Maria, 92 – Jardim Botânico, Curitiba – PR, Brasil E-mail: hallynebergamini@gmail.com

José Francisco López-Gil

Doutor em Educação Física pela Universidad Mucia/Espanha Instituição: Universidade de Murcia

Endereço: Rua Coração de Maria, 92 – Jardim Botânico, Curitiba – PR, Brasil E-mail: josefransciscolopesgil@gmail.com

Fernando Renato Cavichiolli

Doutor em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba Instituição: Universidade Federal do Paraná

Endereço: Rua Coração de Maria, 92 – Jardim Botânico, Curitiba – PR, Brasil E-mail: cavicca@hotmail.com

RESUMO

O futebol há tempos passa por um processo contínuo de transformação, integrando a cultura brasileira, presente intensamente nas atividades de lazer e de capacitação física na vida escolar, independente da faixa etária ou nível de instrução. O esporte demanda estudos habituais, já que praticamente presente em todas as casas de ensino mediante instalações de espaços desportivos. A pesquisa, com enfoque sociológico, procura indícios de mudança na forma com que os brasileiros encaram esta importante manifestação cultural, a qual uma vez compreendida possibilita melhor aproveitamento em todo o universo social em que o esporte

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 8, p. 13223-13239 aug. 2019 ISSN 2525-8761 está presente: desde a prática amadora de lazer nas praças desportivas, passando pelo ambiente escolar, até os níveis mais profissionais e comerciais envolvendo atletas, torcedores e clubes. A hipótese ventilada, é de que a principal manifestação esportiva-cultural do país, está aos poucos deixando sua vertente histórica de futebol-paixão, futebol-arte, para ingressar em um novo arranjo social denominado futebol-produto. Para registrar a existência ou não destas continuidades e rupturas, será investigada a origem do futebol, e suas mudanças de paradigmas, com foco nas relações de interdependência existentes entre o torcedor e os clubes de futebol, com um olhar sob a nova perspectiva direcionada pelo Estatuto do Torcedor, em especial com as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, indicando um novo momento do esporte nacional como um produto de consumo. Em continuidade, será feito um levantamento normativo constitucional com decisões do STF, quanto à ligação entre torcedores e clubes, com a entrada em vigor da Lei Federal nº 10.671/2003 (Estatuto do Torcedor), indicando neste cenário se há ou não um vínculo consumerista. A escolha da legislação decorre da compreensão de que a lei reproduz o momento vivenciado pela sociedade, assim, em tese, o Estatuto do Torcedor pode significar um símbolo de ruptura e ingresso em uma nova etapa do desporto. Com este recorte bem específico e a confirmação deste momento histórico, a sociedade poderá compreender e direcionar a aplicação pragmática do esporte, em todas as áreas, inclusive na educação.

Palavras-chave: Futebol. Cultura. Presença na vida escolar. Transformações ABSTRACT

Football has long been undergoing a continuous process of transformation, integrating Brazilian culture, which is intensely present in leisure and physical training activities in school life, regardless of age or educational level. The sport demands usual studies, since practically present in all the schools through sports facilities. The research, with sociological focus, looks for signs of change in the way Brazilians view this important cultural manifestation, which once understood enables better use in the entire social universe in which sport is present: since the amateur practice of leisure in sports squares, passing through the school environment, to the most professional and commercial levels involving athletes, fans and clubs. The hypothesis is that the main sporting and cultural manifestation of the country is gradually leaving its historical aspect of passion football, soccer art, to enter a new social arrangement called soccer-product. In order to record the existence or not of these continuities and ruptures, the origin of football and its paradigm changes will be investigated, focusing on the existing interdependent relations between the fan and the football clubs, with a look at the new perspective directed by the Statute. in particular with the rulings of the Supreme Court, indicating a new moment in national sport as a consumer product. In continuity, will be made a constitutional normative survey with decisions of the Supreme Court, regarding the connection between fans and clubs, with the entry into force of Federal Law No. 10.671 / 2003 (Fan Statute), indicating in this scenario whether or not there is a consumerist bond . The choice of legislation stems from the understanding that the law reproduces the moment experienced by society, so, in theory, the Fan Statute can mean a symbol of rupture and entering a new stage of sport. With this very specific approach and the confirmation of this historical moment, society will be able to understand and direct the pragmatic application of sport in all areas, including education.

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1. INTRODUÇÃO

Hodiernamente o futebol está carregado de um viés consumerista? É possível identificar esta tendência mercantil ao investigar a relação entre clubes e torcedores, a partir do Estatuto do Torcedor, e a interpretação que os tribunais brasileiros estão atribuindo para esta legislação?

O problema da pesquisa se estabelece na tentativa de identificar o percurso original e atual do desporto no Brasil, para tanto, o objetivo inicial é realizar uma digressão histórica do futebol no país demonstrando as fases pelas quais caminhou. Na sequência, como segundo objetivo, o estudo irá buscar na legislação responsável por consolidar a relação entre torcedores e clubes (Estatuto do Torcedor), a existência ou não de um novo momento. Como a normas não são autoexplicativas, a alternativa proposta é examinar o entendimento dos tribunais, especificamente, do Supremo Tribunal Federal quanto a relação entre torcedores e clubes.

Para reconhecer esta via mercantil, poderiam ser utilizados outros recortes como a adesão de torcedores do passado e de hoje aos clubes, a venda de produtos ligados ao esporte, o comparativo salarial entre jogadores de antes e de hoje, enfim, uma série de variáveis serviriam de suporte para alcançar a hipótese formulada, todavia, a pesquisa optou pelo estudo da legislação em vigência, por entender que ela é o espelho da vontade geral da população. A opção pela legislação decorre da aparência de solidez e permanência que a norma transmite características raramente encontradas em uma modernidade líquida (BAUMAN, 2001).

O desenvolvimento do esporte auxilia na promoção da saúde, contribuindo para liberação de hormônios que induzem ao sentimento de satisfação ou tranquilidade. A prática desportiva é inerente aos seres humanos; serve como um importante fator de expansão das emoções refreadas (ELIAS, 1990).

Extrai-se destas características inicialmente apresentadas, que o esporte é utilizado como uma ferramenta corporal, psicológica e de coesão social, portanto, um de seus atores, especialmente escolhido para esta investigação – o torcedor – dirige seus interesses exclusivamente para o lazer, a diversão sem compromissos, uma forma de manter com idêntico nível hierárquico social (DE FREITAS, 2005).

Em nosso país, sem a necessidade de maiores elucubrações, a principal e mais popular atividade desportiva é o futebol, o qual, ao longo de seus 122 anos, desde que foi introduzido no Brasil por Charles Miller, deixou de ser uma mera prática voltada para o entretimento para

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 8, p. 13223-13239 aug. 2019 ISSN 2525-8761 se transformar em uma paixão nacional, motivo de idolatria, reverência, incorporado ao patrimônio nacional como uma espécie de símbolo do país (GODOI e CARDOSO, 1989).

Em algumas oportunidades, tratado como um projeto de ascensão social (SOUZA, 2008), projeto familiar (RIAL, 2006) ou com uma visão mais gravosa, responsável pela manutenção de regimes totalitários, quando insere nas massas populares valores militares e nacionalistas (SEBRELI, 1981), um fator de agenciamento de interesses políticos, sociais e econômicos (TOLEDO, 1996) . Hodiernamente, o futebol já foi entendido como um modelo de domesticação, adestramento, um processo de disciplinar os jogadores em seus corpos dóceis (RODRIGUES, 2004) ou como manifestação cultural e ideológica (RINALDI, 2008). Charles Miller, paulistano, filho de pessoas abastadas, seguindo a tradição de famílias europeias estabelecidas em território brasileiro, ao completar a idade ginasial, se mudou para a Inglaterra a fim de completar seus estudos em Southampton na Banister Court School. Em seus horários vagos mantinha contato com o famoso jogo britânico, e ao regressar para o Brasil em 1895, introduziu aquele que seria o esporte mais difundido no país (MÁXIMO, 1999).

Poucos sabem, mas a origem do football retrata um atividade bárbara em que a bexiga de um boi, transformada em bola pelo sapateiro inglês Derby, era arremessada ao alto, quando então os dois times formados por aproximadamente 50 integrantes de cada lado, se degladiavam em um espaço mais similar a uma arena de UFC do que propriamente um campo esportivo. Com o objetivo de fazer com que a bola ultrapassasse o portal da cidade, empurrões, socos, chutes e toda espécie de violência era válida entre os praticantes. Uma das versões conhecidas retrata que o jogo teve origem com a expulsão dos dinamarqueses no Século XI, oportunidade em que os expulsores chutavam o crânio de um dos oficiais mortos em combate (MÁXIMO, 1999).

A investigação em tela terá por pressupostos testar a suposição de que a tríade formada entre futebol, clubes e torcedores não é estanque, ao contrário, a experiência é uma tentativa de apresentar as várias etapas pelas quais esta relação se transformou com o passar dos anos, e que, atualmente, encontra-se em uma relação consumerista, ou seja, com a mercantilização do futebol, talvez pela pressão capitalista, denúncias de corrupção, pela limitação da prática em decorrência dos espaços físicos, ou uma explicação interessante muito bem interpretado por BAUMAN (1999), ao afirmar que os consumidores pós-modernos “caçadores de emoções e colecionadores de experiências”. Por algum motivo, o futebol passou a ser encarado como um produto, em que a indústria é simbolicamente representada pelos

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 8, p. 13223-13239 aug. 2019 ISSN 2525-8761 clubes de futebol e o torcedor encarado como o cliente que irá consumir o produto final, na tentativa de expressar seus sentimentos represados.

Para a comprovação ou não deste processo que retrata um momento histórico, a janela escolhida são as inovações legislativas e os acórdãos judiciais, com destaque especial para as decisões do Supremo Tribunal Federal, já que "a lei é a expressão livre e solene da vontade geral", conforme nos dizia o art. 4º da Constituição Francesa de 1.793, inspirada nos ideais de Rousseau.

Como é de conhecimento, a legislação nada mais é do que a materialização da vontade popular representa o desejo coletivo, corporificado em normas criadas por seus representantes escolhidos através do voto, razão pela qual, ao estudar as leis e suas interpretações, ainda que de forma reflexa, estamos compreendendo a intenção de toda uma nação em determinado lapso temporal e sobre determinado assunto.

A pesquisa em mesa irá desenvolver compreensão inicial dos conceitos jurídicos constitucionais dirigidos ao fomento do esporte, e na sequência, testar se as relações entre torcedor e clube de futebol estão em constante movimento ou não, de acordo com as inovações legislativas introduzidas pelo Estatuto do Torcedor e as decisões judiciais decorrentes dos vínculos interpessoais estabelecidos entre os fãs expectadores do futebol e as agremiações futebolísticas.

Em outras palavras, o futebol passou por um processo de evolução histórica a contar de sua introdução em território tupiniquim. Desde os primórdios, em que inicialmente era visto como um passatempo de elitistas privilegiados, para com o tempo ser o principal esporte brasileiro. Nestes dois marcos iniciais, tanto clubes como torcedores enxergavam o jogo da bola nos pés como uma diversão, uma forma de descontração e voltada exclusivamente para o lazer.

Na década de 70, a pelota viralizou e ultrapassou a compreensão de entretenimento para alcançar o degrau de paixão nacional, integrante da cultura brasileira, incorporado nas disputas internacionais como referência de patriotismo. (SANTOS, p. 80).

Por fim, como objeto da experimentação, extrair das diversas normas e sentenças judiciais, indícios de que a relação entre futebol e torcedor ingressa ou já estão posicionados em um período consumerista, ou seja, um produto a ser comercializado e consumido, deixando para trás a fase de descontração e sentimentalismo (paixão), pela necessidade de expandir emoções uma vez que se trata de um fator de identificação (SANTOS, 2004).

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2. BREVE HISTÓRICO DO FUTEBOL NO BRASIL

As literaturas, com maior ou menor intensidade, relatam a cronologia do futebol no Brasil em três marcos distintos: “O primeiro momento narra a chegada do futebol e enfatiza a segregação dos negros e dos pobres, o segundo relata suas lutas e resistências, e o terceiro descreve a democratização, a ascensão e afirmação do negro no futebol.” (HELAL, SOARES e LOVISOLO, 2001, p. 12).

É difícil imaginar que o esporte praticado em campos, terrenos baldios, parques, gramados, quintais, no meio da rua, em praças desportivas, e nos mais diversos e exóticos lugares já foi um dia elitizado, discriminatório e segregado a uma casta formada por clubes de engenheiros e técnicos ingleses no início do século XX.

De igual forma, forçoso compreender que os jogos válidos pelos campeonatos de futebol, não eram agendados para os dias das regatas de remo, sob pena de não existir público para assistir as partidas de futebol, Rodrigues (2003).

O rompimento desta narrativa elitista do futebol segundo Mário Filho (1964) sobreveio com a ascensão do Vasco da Gama em 1923, clube formado por atletas das camadas mais modestas, um misto de jogadores mulatos, negros e brancos era o novo campeão, integrantes do subúrbio da então capital do país. O mesmo registro é feito por Lopes (1994) ao se referir à “Crise do Futebol Amador de Elite”.

Era o início da quebra na hegemonia branca e abastada do futebol, apesar da resistência cortês que chegou a promover uma retirada em massa das agremiações de elite (Flamengo, Fluminense, Botafogo e América) da Liga Metropolitana, ao tempo em que fundaram a Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (Amea), com rígidas regras para participação de atletas, na tentativa de manter o esporte sob controle dos estabelecidos, conforme esclarece Rodrigues (2003, página 12): “A Amea adotou controles rígidos sobre a origem social dos atletas, dos clubes filiados incluindo a investigação minuciosa dos seus meios de sobrevivência e a aplicação de questionários extensos para aferir o seu grau de escolarização.”

A popularização do futebol foi aos poucos se consolidando com os triunfos de São Cristóvão em 1926 e Bangu em 1933, ambos formados por atletas de origem humilde. O comportamento de repulsa aos imigrantes (a maioria lusitanos) desencadeados pela elite da época, inquieta com a repulsiva invasão das classes populares aos gramados de futebol, não impediu a democratização do esporte. Atitudes dignas de estudos sociológicos neste conflito entre elite e marginalizados, à luz do que Elias e Scotson (2000) denominariam de estabelecidos e outsiders.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 8, p. 13223-13239 aug. 2019 ISSN 2525-8761 Ao deixar o período de disputas amadoras e ingresso na fase de futebol profissional, representamos a passagem simbólica para o futebol democrático, de acesso das massas. Nesta etapa, encontramos o auge do namoro entre brasileiros e o futebol. Esta fase é, caracterizada pela preocupação com a beleza do jogo, os grandes passes, o drible e a ginga.

Santos (2004) relata que o surgimento das torcidas organizadas no final da década de 30 e início da década de 40, período carimbado pelo surgimento dos torcedores símbolos e fortemente relacionados a torcidas organizadas até meados da década de 60. Na interpretação de Santos (2004, p. 78): “Naquela época, as torcidas não apenas eram vinculadas aos times, como na maioria das vezes, a alguém envolvido na organização institucional do futebol (político, funcionário de ligas, federações de futebol, dirigentes).” Ao contrário da realidade atual as torcidas eram financiadas pelos clubes, existindo uma relação de subordinação aos times (TOLEDO, 1996).

O ingresso do futebol no período da modernidade é um novo marco na relação entre torcedores e os clubes, a começar pelo formato com que os jogadores são formados: “Com o advento do futebol profissional, o jogador deixa de ser o operário-jogador. Exige-se que o jogador seja fabricado em escolinhas, nos clubes, disciplinado, alvo de controle, disciplina e poder.” (RODRIGUES, 2003, p. 8).

Na teoria do poder disciplinador de Foucault (1987, p. 125), o jogador de futebol poderia se assemelhar a um soldado, doutrinado, moldado, disciplinado e construído a partir das perspectivas do clube, responsável por fornecer um produto limpo e acabado que atenda as perspectivas do consumidor (torcedor):

O soldado tornou-se algo que se fabrica; de uma massa informe, de um corpo inapto, fez-se a máquina de que se precisa; corrigiram-se aos poucos as posturas; lentamente uma coação calculada percorre cada parte do corpo, se assenhoreia dele, dobra o conjunto, torna-o perpetuamente disponível e se prolonga, em silêncio, no automatismo dos hábitos; em resumo, foi ‘expulso o camponês’ e lhe foi dada a ‘fisionomia de soldado.

Esta rigidez se justifica, em nossa proposta, por um novo momento do futebol, em que a interdependência entre clubes e torcedores, mantém, porém afasta de certo modo, o espírito de paixão e entrega pelo time, e passa por um novo formato, talvez ainda incipiente, de uma relação de consumo.

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3. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O ENTENDIMENTO DO STF

O princípio do Estado Democrático, conquista da sociedade estabelecida no final século XVIII, significa que a vontade do povo será materializada através das normas, em especial, de sua Constituição Federal.

O fim do regime autoritário vivenciado no Brasil entre 1964 a 1988 também marca o início simbólico do estado democrático a partir da Constituição Federal brasileira de 1988. Ao contrário do que se possa pensar em relação a ordem econômica, nossa constituição não é instrumento exclusivo e dedicado para a livre iniciativa Anuncia em seu art.1º, inciso IV, ao contrário, também se constitui em um “plano de ação global normativo” tanto para a Sociedade quanto para o Estado, consoante veiculado pelos arts. 1º, 3º e 170, garantindo o exercício prático de direitos fundamentais, STF (2016, p. 10):

A livre iniciativa é expressão de liberdade titulada não apenas pela empresa, mas também pelo trabalho. Por isso a Constituição, ao contemplá-la, cogita também da “iniciativa do Estado”; não a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas à empresa. Se de um lado a Constituição assegura a livre iniciativa, de outro determina ao Estado a adoção de todas as providências tendentes a garantir o efetivo exercício do direito à educação, à cultura e ao desporto (arts. 23, V; 205; 208; 215; e 217, § 3º, da Constituição). Na composição entre esses princípios e regras, há de ser preservado o interesse da coletividade, interesse público primário. O direito ao acesso à cultura, ao esporte e ao lazer são meios de complementar a formação dos estudantes.

Ao trabalhar com o assunto tema, já no seu título e capítulo considerados de maior relevância (Título II, Capítulo I), denominado “Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos” o legislador constitucional destacou no art. 5º, inciso XXVIII, alínea “a”, uma proteção pela reprodução de imagem e voz humanas como patrimônio de sua personalidade, incluindo as decorrentes de atividades esportivas, Constituição (Brasil, 1988):

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)

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a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas.

Com relação as regras constitucionais anteriores, apesar de absolutamente superficiais quanto a atividade esportiva, em seu único dispositivo, mencionava a competência exclusiva da União para legislação sobre a matéria. A redação constante tanto em 1967 quanto na reforma (chamada por alguns autores como uma nova constituição federal) de 1969, preconizava este formato. Constituição (Brasil, 1967 e 1969):

Art. 8º. Compete à União: XVII - legislar sôbre:

q) diretrizes e bases da educação nacional; normas gerais sôbre desportos;

Frente a Constituição Republicana de 1988, a legislação esportiva deixou de ser competência exclusiva da União, passando a ser da legitimidade concorrente da União, Estados e Municípios, Constituição Federal (Brasil, 1988):

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

(...)

IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015)

(...)

§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.

§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.

Então, um consectário importante foi o deslocamento na legitimidade para legislar o desporto, que pela incorporação trazida a baila pela nova carta constitucional, abandonou o

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 8, p. 13223-13239 aug. 2019 ISSN 2525-8761 modelo centralizador e passou a autorizar a normatização por parte dos demais entes federados (Estados, Municípios e Distrito Federal), o que justifica uma investigação com apontamentos também direcionados para normas locais e regionais.

A doutrina e a jurisprudência pacificaram entendimento alinhada ao texto constitucional, como resultado das matérias de competências concorrente dos entes federados, que à União caberia traçar as normas gerais, princípios e diretrizes, enquanto que em relação aos Estados e Municípios, seriam reservados os detalhes e minúcias locais/regionais, não abrangidas pelas normas gerais ditadas pela União.

Atacando o Estatuto de Defesa do Torcedor (Lei Federal nº 10.671/2003), as entidades entenderam que a norma federal transbordou sua competência de legislar, estritamente, em relação as regras gerais, ingressando em regras procedimentais que escapariam de sua competência.

O episódio galgou até o Tribunal Máximo cuja decisão reconheceu a necessidade em instituir diretrizes, até pela natureza dos eventos esportivos em que as regras são fortemente utilizadas, STF (2016, p. 491 e 492):

A lei não cuida de particularidades nem de minudências que pudessem estar reservadas à dita “competência estadual concorrente não cumulativa ou suplementar” (ADI 3.098) do art. 24, § 2º, da Constituição da República. A União exerceu a competência estatuída no inciso IX desse artigo, sem dela desbordar, em se adstringindo a regular genericamente a matéria. É muito evidente, por outro lado, que as normas gerais expedidas não poderiam reduzir-se, exclusivamente, a princípios gerais, sob pena de completa inocuidade prática. Tais normas não se despiram, em nenhum aspecto, da sua vocação genérica, nem correram o risco de se transformar em simples recomendações. Introduziram diretrizes, orientações e, até, regras de procedimentos, todas de cunho geral, diante da impossibilidade de se estruturar, normativamente, o subsistema jurídico-desportivo apenas mediante adoção de princípios. Neste passo cabe observação adicional. As competições esportivas são, por natureza, eventos fortemente dependentes da observância de regras, designadamente as do jogo.

Em continuidade, o voto indica a necessidade de estabelecer metarregras ou seja, normas que tratam da produção de normas, traduzindo em homogeneidade nas regras a serem produzidas a nível estadual:

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Nesse sentido, o Estatuto do Torcedor guarda, em certas passagens, índole meta normativa, porque, visando à proteção do espectador, dita regras sobre a produção de outras regras (os regulamentos). E daí vem a óbvia necessidade da existência de regras, ao lado dos princípios, no texto normativo, que nem por isso perde o feitio de generalidade. Nenhum intérprete racional, por mais crédulo que seja, poderia ter convicção sincera de que uma legislação federal sobre competições esportivas que fosse pautada apenas pelo uso de substantivos abstratos, como, por exemplo, princípios de “transparência”, “respeito ao torcedor”, “publicidade” e “segurança”, pudesse atingir um mínimo de efetividade social, sem prever certos aspectos procedimentais imanentes às relações de vida que constituem a experiência objeto da normação. Leis que não servem a nada não são, decerto, o do que necessita este país e, menos ainda, a complexa questão que envolve as relações entre dirigentes e associações desportivas. Ainda nos dispositivos mais pormenorizados – como, v.g., o art. 11, que trata das súmulas e relatórios das partidas –, existe clara preocupação com o resguardo e o cumprimento dos objetivos maiores do estatuto, à luz do nexo de instrumentalidade entre regras e princípios. Além disso, o fato de aplicar-se à generalidade dos destinatários é providência fundamental nas competições de caráter nacional, cuja disciplina não poderia relegada ao alvedrio de leis estaduais fortuitas, esparsas, disformes e assistemáticas. [ADI 2.937, voto do rel. min. Cezar Peluso, j. 23-2-2012, P, DJE de 29-5-2012.]

A principal matéria constitucional, inovadora e que reconheceu indubitavelmente a importância dos esportes no país, foi a inclusão do desporto como direito, patrimônio dos brasileiros, inserto no Título que trata da Ordem Social, ao lado da educação e da cultura:

TÍTULO VIII Da Ordem Social

(...) CAPÍTULO III

DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO (...)

Seção III DO DESPORTO

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Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados:

I - a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;

O caput do dispositivo impõe uma obrigação ao Estado, quando define como “dever” do ente despertar o interesse dos cidadãos nas práticas desportivas, sejam elas formais ou informais. Neste contexto de semear o crescimento do esporte no seio da comunidade, umas das formas cuida dos projetos que incentivam mediante aporte de recursos financeiros aos atletas de alto rendimento, os quais, ainda que reflexamente, contagiam grupos sociais fomentando a realização dos jogos individuais e/ou coletivos.

Exsurge com a promulgação do Estatuto de Defesa do Torcedor, uma série de questionamentos jurídicos por parte de agremiações desportivas, as quais entendem pela violação da norma constitucional insculpida no inciso I do art. 217, sob a alegação de que a legislação perturbava a autonomia das entidades, tratando como um caso de intervenção indevida do Estado.

O caso tramitou pelas instâncias judiciais alcançando o Supremo Tribunal Federal em 2012, quando em esclarecedor voto do Ministro César Peluso, na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.937, o magistrado relembrou que nenhum direito ou garantia dispõe de característica absoluta.

Durante o seu relatório, assegurou que o esporte é um bem jurídico individual tutelado pela constituição federal aos cidadãos, portanto, a independência na organização e funcionamento das entidades, ao lado de seu aspecto histórico, é uma ferramenta de concretização desta garantia. Conclui seu voto, com a afirmação que do direito ao esporte brotam do direito “à vida, à integridade e incolumidade física e moral, inerentes à dignidade da pessoa humana, à defesa de sua condição de consumidor, ao lazer e à segurança” (destacamos). Vale a pena acompanhar um recorte da decisão do STF (2016, p. 1449 e 1450):

Penso se deva conceber o esporte como direito individual, não se me afigurando viável interpretar o caput do art. 217 – que consagra o direito de cada um ao esporte – à margem e com abstração do inciso I, onde consta a autonomia das entidades desportivas. Ora, na medida em que se define e compreende como objeto de direito do cidadão, o esporte emerge aí, com nitidez, na condição de bem jurídico tutelado pelo ordenamento, em relação ao qual a autonomia das entidades é mero instrumento de concretização, que, como tal, se assujeita àquele primado normativo. A previsão do direito ao esporte é preceito fundador, em vista de cuja realização histórica se

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justifica a autonomia das entidades dirigentes e associações, quanto à sua organização e funcionamento. Logo, é imprescindível ter-se em conta, na análise das cláusulas impugnadas, a legitimidade da imposição de limitações a essa autonomia desportiva, não, como sustenta o requerente, em razão de submissão dela à “legislação infraconstitucional” (...), mas como exigência do prestígio e da garantia do direito ao desporto, constitucionalmente reconhecido (art. 217, caput). O esporte é, aliás, um entre vários e relevantes direitos em jogo. As disposições do estatuto homenageiam, inter alia, o direito do cidadão à vida, à integridade e incolumidade física e moral, inerentes à dignidade da pessoa humana, à defesa de sua condição

de consumidor, ao lazer e à segurança. Não me impressionam, por isso, os

argumentos ad terrorem desfiados pelo requerente, segundo os quais muitos incidentes lamentáveis (brigas em estádios, violência, morte e “barbárie entre torcidas”) decorreriam da vigência do estatuto. Esta inconcebível relação de causalidade é expressamente sugerida pelo recorrente, que releva, ao pedir urgência no julgamento do feito, “os tumultos e incertezas que as normas impugnadas vêm causando ao desporto nacional” (...). Parece, até, fazer crer que os torcedores se revoltam contra a maior transparência nas competições ou com a possibilidade de os maus dirigentes serem punidos, entrando, por consequência, a agir de maneira violenta nas praças esportivas. Trata-se de absurdo que o transcurso do tempo só avigorou. As regras do estatuto têm por objetivo, precisamente, evitar ou, pelo menos, reduzir, como tem reduzido, em frequência e intensidade, os episódios e incidentes narrados nas sucessivas petições do requerente. Sua adoção e observância estritas – ao contrário do que se aduz sob a típica falácia post hoc, ergo propter hoc – não são nem nunca foram causa de tais problemas, senão exemplo frisante de legítimo esforço para os conjurar. E é bom não esquecer que, se ainda com todas as medidas alvitradas no estatuto e postas em prática, os problemas não foram de todo extintos, decerto mais caótica e preocupante seria a situação, se o diploma não estivesse em vigor. [ADI 2.937, voto do rel. min. Cezar Peluso, j. 23-2-2012, P, DJE de 29-5-2012.]

O reconhecimento das atividades desenvolvidas por clubes como espécie de prestação de serviços, e, consequentemente, sujeita as relações de consumo e proteção, próprias do direito do consumidor foi reforçada com o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.937, em que a Corte Suprema (STF, 2016, p. 67), destacou que “Todo fornecedor ou prestador de espetáculo público responde pelos danos de suas falhas. E a solidariedade atribuída aos dirigentes tipifica hipótese de desconsideração direta, ope legis, da personalidade jurídica”.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 8, p. 13223-13239 aug. 2019 ISSN 2525-8761 Sem dúvidas, o momento crucial na manifestação da Suprema Corte Brasileira, e que expressa, de certa maneira, o imperativo categórico de um esporte dominado pelo capitalismo, é bem retratado no trecho a seguir, em que o reconhecimento da relação entre torcedor e clubes, impinge a etiqueta de um contrato de consumo, um produto oferecido para aqueles que desejam extravasar suas emoções:

Ação direta proposta contra a validez constitucional do Estatuto do Torcedor (...).

A responsabilização objetiva prevista no art. 19 é consectário da textual equiparação das entidades desportivas, consoante o disposto no art. 3º, à figura do fornecedor do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Tal equiparação não é apenas obra da lei, mas conclusão necessária da relação jurídica que enlaça os eventos desportivos profissionais e os torcedores. Fere qualquer

conceito de justiça imaginar que pequena lavanderia possa ser responsabilizada, quando cause dano ao cliente, mas organizadores de eventos milionários, de grande repercussão, com público gigantesco, e que se mantêm graças à paixão dos torcedores que pagam pelo ingresso e pelos produtos associados, já não suportem nenhuma responsabilidade sob pretexto de se não enquadrarem no conceito ou classe dos fornecedores. Todo fornecedor ou prestador de espetáculo público responde pelos danos de suas falhas. E a solidariedade atribuída aos dirigentes tipifica hipótese de desconsideração direta, ope legis, da personalidade jurídica, positivada em estratégia normativa análoga ao que, além doutras leis, o CDC já prevê em termos de poder conferido ao magistrado (art. 28, caput e § 5º), em consideração de intuitivos propósitos inibitórios e de garantia. Será ou é, deveras, medida dura, que, necessária, adequada e explicável no contexto dos riscos aos direitos do torcedor, não insulta nenhum preceito constitucional. [ADI 2.937, voto do rel. min. Cezar Peluso, j. 23-2-2012, P, DJE de 29-5-2012.]

Como consequência, o reconhecimento de uma forte relação mercantil neste processo, demonstra um indício de que existe um afastamento temporal do marco pelo futebol como paixão. Agora se o esporte é uma transação comercial o produto posto em exposição nas prateleiras são os jogadores, lapidados, consoante registrou Rodrigues (2004) um jogador-máquina, produto esquadrinhado, moldado, disciplinado e rigidamente controlado pelos Clubes.

4. CONCLUSÃO

Após breve discussão, que não exaure o tema, pautado como na legislação e jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, além da Constituição Federal, verificamos que

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 5, n. 8, p. 13223-13239 aug. 2019 ISSN 2525-8761 há indícios que apontam e corroboram outros estudos de que o principal esporte brasileiro está enviesando por um novo caminho, mais tendente a encarar o futebol como um subproduto do capital do que propriamente uma interação irracional de sentimento, predileção, um amor inexplicável.

O presente artigo teve por escopo apresentar uma abordagem sociológica quanto ao momento histórico vivenciado, diante de uma rápida exposição da cronologia do jogo dos pés, que foi importado para o Brasil como uma atividade restrita a uma elite, passando por sua popularização, e sua nova abordagem consumerista de agora.

Inobstante tratar-se de um processo, é possível identificar vestígios nas mudanças legislativas e nas jurisprudências dos tribunais, de que o futebol está, continuamente, ocorrendo uma transmutação dos interesses pelo advento do futebol no Brasil, mudando a órbita com o passar do tempo, tendo caminhado por interesse e prática elitista, depois o viés de democratização institucionalizado, passando pela raiz cultural, de principal esporte nacional, até alcançar a forma mais evidente na atualidade que é o mercantil, inobstante não ser o único. Para continuidade da pesquisa, entendemos como importante estabelecer o momento em que esta característica de consumo se estabeleceu além de aproveitar outras variáveis para sua confirmação.

O tema possui relevância na medida em que o futebol ultrapassa a linha de outras práticas esportivas, estando arraigado na sociedade brasileira, presente em todos os espaços esportivos nas escolas dedicados à prática do futebol. Reconhecer esta passagem histórica auxilia toda a sociedade a compreender os mais diversos fenômenos diários que envolvem o esporte.

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