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CEASA-PE: Soberania Alimentar em Pernambuco / CEASA PE: Food Sovereignty in Pernambuco

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Academic year: 2020

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CEASA-PE: Soberania Alimentar em Pernambuco

CEASA PE: Food Sovereignty in Pernambuco

DOI:10.34117/bjdv6n6-183

Recebimento dos originais: 08/05/2020 Aceitação para publicação: 08/06/2020

Neide Kazue Sakugawa Shinohara

Formação acadêmica: Doutorado em Ciências Biológicas

Instituição: Docente dos Cursos de Engenharia Ambiental e Gastronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco

Endereço: Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife, Pernambuco, Brasil

E-mail: neideshinohara@gmail.com

Kelly Beatriz de Albuquerque

Formação acadêmica: Bióloga. Especialização em Gestão da Qualidade em Saúde Pública Instituição: Faculdade dos Guararapes

Endereço: Rua Comendador José Didier, 27, Piedade, Jaboatão dos Guararapes, CEP 54400-160, Pernambuco, Brasil.

E-mail: kelly_bia@hotmail.com

Luciana Torres de Medeiros

Formação acadêmica: Bióloga. Especialização em Gestão da Qualidade em Saúde Pública Instituição: Faculdade dos Guararapes

Endereço: Rua Comendador José Didier, 27, Piedade, Jaboatão dos Guararapes, CEP 54400-160, Pernambuco, Brasil.

E-mail: lucianaftmedeiros@gmail.com

Domingos Sávio Dornelas de Andrade

Formação acadêmica: Engenheiro Químico – Universidade Regional do Nordeste Instituição: Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (CEASA/PE)

Endereço: BR 101 sul, km 70, Curado, Recife, Pernambuco E-mail: dsavio@ceasape.org.br

Indira Maria Estolano Macêdo

Formação acadêmica: Bióloga. Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos Instituição: Universidade Federal Rural de Pernambuco

Endereço: Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife, Pernambuco, Brasil

E-mail: indiramacedo21@gmail.com

Roberta Morgana da Mota Quirino

Formação acadêmica: Nutricionista - Coordenadora da Especialização em Nutrição Aplicada à Prática Esportiva

Instituição: Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE)

Endereço: R. Manoel de Brito, 311, Pina, CEP 51110-000, Recife, Pernambuco, Brasil E-mail: roberta.morgana@rmnutricao.com.br

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RESUMO

A produção agrícola é um importante segmento do agronegócio brasileiro, ofertando ampla variedade e quantidade de alimentos. O Ceasa de Pernambuco ocupa a 4ª posição nacional em volume de comercialização de alimentos e principal central de abastecimento do norte/nordeste. O Ceasa-PE funciona como entreposto de toda uma cadeia de produção vegetal e animal, que começa nos pólos produtores e termina no consumidor, ajudando assim a impulsionar a economia de Pernambuco. O Ceasa-PE adota protocolo de monitoramento para garantir a segurança alimentar dos produtos comercializados, uma vez os agricultores fazem uso de substâncias químicas, chamada de “agroquímicos”, muitas vezes manipulados sem a adoção e respeito às boas práticas agrícolas, podendo causar patologias severas nos trabalhadores rurais e risco de adoecimento na população pernambucana.

Palavras-chave: Central de abastecimento, agrotóxicos, segurança alimentar. ABSTRACT

Agricultural production is an important segment of Brazilian agribusiness, offering a wide variety and quantity of food. Ceasa de Pernambuco occupies the 4th national position in terms of volume of food sales and the main supply center in the north / northeast. Ceasa-PE works as a warehouse for an entire chain of plant and animal production, which begins at the producing poles and ends at the consumer, thus helping to boost Pernambuco's economy. Ceasa-PE adopts a monitoring protocol to guarantee the food security of the products, since farmers use chemical substances, called "agrochemicals", often manipulated without the adoption and respect for good agricultural practices, which can cause severe pathologies in rural workers and risk of illness in the population of Pernambuco.

Keywords: Central supply, pesticides, food security.

1 INTRODUÇÃO

Existem registros que os primeiros movimentos direcionados para o abastecimento alimentar no Brasil ocorreu em outubro de 1869, quando o governo federal autorizou a construção de docas e armazéns nos portos do Império, para carga, descarga, guarda e conservação de produtos importados e de exportação. A constituição de 1891 regulamentou o comércio internacional e entre os estados da federação, delegando competência ao congresso para alfandegar portos, criar ou suprimir entrepostos. A partir da 1ª Guerra Mundial o governo manifestou mais preocupações com o abastecimento alimentar, em 1918 foi criado o Comissariado de Alimentação Pública, que além de outras atribuições, fiscalizava as exportações de forma a compatibilizar com as necessidades internas do país (CEASA, 2012).

Segundo Moura (2009), após a Segunda Guerra Mundial, nos Estados Unidos houve um período de grande desenvolvimento urbano e rural, acompanhado pelo incentivo governamental para o aumento da população, teve como consequência o famoso baby boom - aumento extraordinário de nascimento de bebês. Esse fato ocorreu também nos países aliados, entre 1946 a 1964. Surgiu então a necessidade de uma maior oferta de alimentos para a população norte-americana e para os países carentes ou destruídos pela guerra. Contando na época com a disponibilidade dos agrotóxicos,

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especialmente dos inseticidas organoclorados, os Estados Unidos passaram a fazer uso abusivo desses produtos no campo, surgindo, como consequência, sérios problemas ambientais e repercussões na saúde pública, em nome do crescimento demográfico e econômico.

Até o final da década de 1950, o Brasil não contava com nenhum sistema de abastecimento alimentar que funcionasse a partir de uma central de distribuição. O comércio de alimentos nas nossas grandes cidades ocorria de forma dispersa nos mercados públicos e feiras livres, o que dificultava a implementação de normas sanitárias na organização dos serviços oferecidos (MORAES, PIRES, 2019). Essa situação começaria a mudar no início de 1960, quando através da Sudene, é criada a Central de Abastecimento de Pernambuco S/A (CAPESA). Essa central sediado na capital, Recife, foi resultado de discussões entre a gestão pública, técnicos trazidos do exterior e de universidades, levantando questões ligadas ao abastecimento, dando início ao Sistema Nacional de Abastecimento (CEASA, 2007).

O CEASA/PE é uma Organização Social (OS) de direito privado, sem fins lucrativos, constituída em dezembro de 2003. Em fevereiro de 2004, o Ceasa foi vinculada à Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária/SARA, tornando-se a primeira do sistema CEASA do país a adotar o padrão de gerenciamento administrativo com a participação, interativa e participativa, dos seus permissionários. Sempre na vanguarda, o CEASA-PE vem registrando ao longo dos anos, números expressivos em sua performance, ao ponto de atingir um crescimento anual na ordem de 9% em seu volume de produtos comercializados, assegurando dessa forma sua quarta posição no cenário nacional, logo após São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, em um universo de 72 Ceasa’s no Brasil (CEASA, 2019).

1.1 PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO BRASIL

As inovações tecnológicas na agricultura que depois se convencionou chamar de Revolução Verde, iniciaram-se em 1940 nas pesquisas e experimentos realizados por cientistas contratados pela Fundação Rockfeller no México. No Brasil, no entanto essas mudanças se disseminaram apenas a partir do final dos anos 1960, intensificando-se no início de 1970, devido a incentivos governamentais, especialmente, crédito abundante e juros baixos. O desenvolvimento agropecuário brasileiro sofreu uma mudança em sua base tecnológica com a implantação da Revolução Verde, através de pacotes de técnicas produtivas baseadas na química, mecânica e genética (SAUER, BALESTRO, 2013).

Embora a agricultura seja praticada pela humanidade há mais de dez mil anos, o uso intensivo de agrotóxicos para o controle de pragas e doenças das lavouras, teve origem após as grandes guerras mundiais, quando a indústria química fabricante de venenos, usados inicialmente como armas

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químicas, encontraram na agricultura um novo mercado. Ações políticas foram implementadas no mundo para expandir e assegurar este agronegócio, usando no desenvolvimento de sementes selecionadas para responder a aplicações de adubos químicos e agrotóxicos em sistemas de monoculturas altamente mecanizados. Segundo seus promotores, a “Revolução Verde” seria fundamental para o enfrentamento da fome, que assolava boa parte da população mundial (ASSAD, 2012).

Os alimentos consumidos pela população mundial são produzidos na sua maioria, utilizando agrotóxicos e adubos químicos. Os agrotóxicos são substâncias empregadas para o controle de pragas, usadas na agricultura, pecuária, na saúde pública e até mesmo para eliminar insetos domésticos. De modo geral, podem ter ação inseticida, fungicida, herbicida, nematocida e raticida. Os pesticidas são compostos químicos surgidos em número crescente com moderna tecnologia, com finalidade de controlar e eliminar pragas (MOURA, 2012). De acordo com a legislação vigente no Brasil, os agrotóxicos são produtos e agentes de processos físicos, químicos ou biológicos para uso no cultivo, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, para alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação de seres vivos nocivos (BRASIL, 2003, MAPA, 2017).

Na contracorrente dos países desenvolvidos, há forte tendência de redução de agrotóxicos devido aos danos à saúde humana e impactos ambientais graves, a agricultura brasileira ostenta números preocupantes, em 2011 a comercialização de agrotóxicos no país alcançaram R$ 14 bilhões, aumento de 72% entre 2006 e 2012, o consumo médio por hectare foi de 7 para 10kg, aumento de 43,2%. Desde 2008, o Brasil ocupa a primeira posição no consumo mundial, quando ultrapassou os Estados Unidos. É responsável pelo consumo de 1/5 dos agrotóxicos produzidos no mundo, enquanto o mercado mundial de tais produtos subiu 93%, o mercado brasileiro cresceu 190% (ASSAD, 2012). A crescente subordinação do processo de produção agrícola à economia de mercado determina a constituição de uma situação paradoxal onde a incorporação tecnológica, por um lado, possibilita o aumento e a diversificação da produção e, por outro, está associada ao surgimento de novas injúrias à saúde e à segurança daqueles que utilizam tais tecnologias. Não se pode negar o crescimento em termos de produtividade, proporcionado pela difusão de tecnologias inovadoras no campo, entretanto é necessário que exista um equilíbrio entre produtividade e saúde, uma vez que a população é o destino final dos produtos (PERES et al., 2005; BAESSO et al., 2014).

Com tecnologia moderna, a agropecuária brasileira alimenta mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo, o que equivale a um Brasil e uma China juntos. Em pouco mais de 10 anos, a população mundial chegará a 8,5 bilhões de pessoas, nem todos os países conseguirão enfrentar os desafios sociais, ambientais e geopolíticos impostos por essas mudanças. Apenas alguns países estão preparados para enfrentar tais desafios para alimentar sua população e exportar. O Brasil, exemplo

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de produção no cinturão tropical do globo, está se preparando para enfrentar esse cenário futuro (MORETTI, 2019).

O artigo teve como objetivo levantar os riscos e benefícios, quanto ao emprego dos agrotóxicos na produção rural e o consumo de alimentos pela população, associando a importância do CEASA-PE no contexto da soberania alimentar em Pernambuco.

2 MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo fundamentou-se na revisão bibliográfica descritivo-exploratória, que consiste na elaboração de análise literária e na promoção de discussões sobre resultados de pesquisas. Trata-se de um estudo com busca em literatura especializada em periódicos e sites legisladores oficiais brasileiros, que tratam da temática do CEASA-PE e levantamento dos agrotóxicos e a saúde pública no Brasil.

A coleta de dados foi realizada a partir de fontes secundárias, por meio de levantamento e análise bibliográfica de publicações realizadas entre os anos de 2000 a 2019. Para realização da busca dos artigos, o delineamento deste estudo guiou-se pela seguinte pergunta condutora: “Quais os riscos dos agrotóxicos à saúde humana e sua relação com a segurança alimentar? e através de busca pelas palavras-chave na Biblioteca Virtual em Saúde - BVS por meio das fontes de dados disponíveis e em sites legisladores oficiais. Consultando-se os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/MeSH), foram selecionadas as palavras-chave “Agrotóxicos, Segurança Alimentar, Ceasa/PE”.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Figura 1, temos a localização do CEASA-PE, situada no município do Recife, capital de Pernambuco, ao norte do bairro de Areias e ao sul do bairro do Engenho do Meio. Pela sua localização, desfruta de posição privilegiada quanto a diversos acessos aos demais bairros do Recife e zonas produtoras do estado de Pernambuco. O CEASA-PE possui 580.000 m2 de área, deste total,

a área de comercialização é de 300.000 m2; fluxo de 65 mil pessoas diários; 90 mil toneladas/mês de

produtos comercializados; 1.330 permissionários fixos e 600 não fixos e cerca de 50 mil empregos diretos e indiretos. Tem como missão racionalizar e otimizar os processos de Comercialização e de Abastecimento de Produtos Alimentícios e Atípicos, disponibilizando infraestrutura, gerenciamento, apoio logístico e serviços complementares, priorizando a regularidade da oferta, o fluxo de informações no segmento da produção, a comercialização e o fortalecimento do livre comércio/regulação do mercado (CEASA, 2020).

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Figura 1: Localização geográfica do Ceasa de Pernambuco.

Em pouco menos de cinco décadas, o país deixou de ser um importador para se tornar um dos maiores produtores de alimentos, fibras e bioenergia do mundo. A agropecuária brasileira produz excedentes e exporta para mais de 180 países. O agronegócio responde por quase 25% do PIB nacional, emprega um terço da população ativa e é responsável por quase metade de tudo que é exportado. O Brasil protege, preserva e conserva 66,3% de sua vegetação e florestas nativas. Mais de um quarto do território brasileiro está dedicado à preservação da vegetação nativa dentro das propriedades rurais (MORETTI, 2019).

O modelo de produção e consumo de alimentos é fundamental para garantia de segurança alimentar e nutricional, pois além de abrandar a fome, a insegurança alimentar pode produzir alimentos sem respeito ao meio ambiente, com uso de agrotóxicos que afetam a saúde de trabalhadores/as e consumidores/as, sem respeito ao princípio da precaução, incluindo publicidade duvidosa, que conduzem ao consumo de alimentos que fazem mal a saúde ou que induzem ao distanciamento de hábitos tradicionais e saudáveis da alimentação (CONSEA, 2019). Segundo a Organização das Nações Unidas, os países devem adotar medidas para garantir o funcionamento adequado dos mercados de commodities de alimentos e seus derivados, facilitando o acesso sobre as reservas de alimentos, a fim de ajudar a limitar a volatilidade dos preços dos alimentos, oscilação econômica bastante prejudicial para a população vulnerável (ONU, 2015).

O CEASA-PE é uma Organização Social vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura e Reforma Agrária. Em 2004, na reforma administrativa do Estado, tornou-se a primeira unidade do Sistema CEASA a adotar no país, um padrão de gerenciamento administrativo com a participação dos seus permissionários, caracterizando-se como um terminal de comercialização atacadista de

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hortifrutigranjeiro e derivados, além de mercado de cereais, peixes, flores ornamentais. É a maior Central de Abastecimento do Norte/Nordeste, em volume de vendas, e abastece de produtos in natura todos os municípios da Região Metropolitana do Recife e cidades do entorno (CEASA, 2007).

Uma iniciativa governamental federal para minimizar carência alimentar é o Programa Fome Zero que consiste em uma política integrada de segurança alimentar brasileiro, abrangendo geração de emprego, renda mínima, distribuição de alimentos e alfabetização de adultos. A atuação é feita em diversas frentes, criando canais alternativos de comercialização mais acessível de alimentos, convênios com supermercados e sacolões, criação de cooperativas de consumo, apoio à agricultura familiar, incentivo à produção e autoconsumo, combate ao desperdício, aumento de renda através de política de emprego, reforma agrária, bolsa escola e família. A CEASA-PE como polo de distribuição de alimentos se inseriu no Programa Fome Zero, através de ações como a Redução de Desperdício, Programa Leite para Todos, Sopa Amiga e Convênios com Bancos de Alimentos oficiais (CEASA, 2012).

Para garantir a produção e estoque de alimentos, o principal instrumento governamental no período de 1970 a 1980, foi a implantação conservadora engendrada pela Revolução Verde, utilizando crédito subsidiado, possibilitando que elevados investimentos em máquinas e insumos agrícolas fossem amplamente implantados no país (SAUER, BALESTRO, 2013). Essa iniciativa possibilitou que o Brasil, hoje seja considerado um grande produtor mundial de alimentos, principalmente de soja e outros grãos, que também subsidiam a pecuária brasileira (COLUSSI et al., 2016). Entretanto, para garantir a oferta de alimentos para a população, bem como evitar perdas da horticultura, essa prática agrícola dos agrotóxicos também gerou grande aspecto ambiental desfavorável, onde o Brasil passou a ser considerado, um dos maiores consumidores de agrotóxicos no cenário mundial (MOURA, 2009).

Segundo Londres (2011), no estado de Pernambuco foi implantado um sistema de monitoramento de resíduos de agrotóxicos que funciona no CEASA-PE, estima-se que mais de 70% dos produtos frescos comercializados no estado de Pernambuco, passem por esse Ceasa. O Programa de Monitoramento de Qualidade de Produtos Hortifrutigranjeiros foi criado a partir de uma articulação liderada pelo Fórum Pernambucano de Combate aos Efeitos dos Agrotóxicos. Esta articulação envolveu diversos órgãos, resultou na assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta Conjunto (TACC) entre o Ministério Público Estadual, o Ceasa/PE, a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (APEVISA) e a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária do Estado de Pernambuco (ADAGRO).

As revoluções agrícolas que ocorreram com o intuito de atender a necessidade humana da alimentação foram impulsionando o aumento da produção, com base no uso intensivo de insumos

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artificiais tóxicos. Um alerta deve ser evidenciado quanto ao uso excessivo desses insumos ocasiona diversos problemas ao homem, desde dependência econômica, problemas de saúde e ao meio ambiente (comprometimento dos recursos naturais). Surgiram discussões no mundo no início do século XX, questionando tais práticas agrícolas, contrapondo as ideias da agricultura convencional, surgiu a agricultura alternativa (biodinâmica, orgânica, biológica e natural (MONTEIRO, 2012).

No entanto, a despeito da necessidade de promoção do aumento do consumo de hortaliças, frutas e verduras, existe um preocupante quadro de contaminação no Brasil, conforme apresenta o relatório de atividades de 2001 a 2007 do Programa de Avaliação de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Os resultados apresentados no referido documento apontam para contaminação desses alimentos por agrotóxicos e nos leva a seguinte hipótese: ao promover o consumo de hortaliças, aumenta o risco de contaminação por agrotóxicos, se estaria obtendo um efeito inverso ao apregoado por políticas públicas que se baseiam na promoção da saúde através do consumo daquele grupo de alimentos? Em caso de uma negativa, seria aceitar, de forma passiva, os atuais níveis de contaminação destes alimentos como, no limite, um “mal necessário”, onde a relação “custo/benefício” do consumo ou, o “não-consumo”, se justificaria em favor do primeiro, apesar dos evidentes riscos à saúde e ao meio ambiente (ALMEIDA, CARNEIRO, VILELA, 2009).

De acordo com informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e do observatório da Indústria dos agrotóxicos da Universidade Federal do Paraná, divulgados durante o 2°Seminário sobre Mercado de Agrotóxicos e Regulação, realizado em Brasília em 2012; enquanto nos últimos dez anos o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, no mercado brasileiro cresceu 190% (CARNEIRO et al., 2015). Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos (SILVA, DOMINGUES, BONADIMAN, 2019). No ano de 2009 o consumo cresceu e registrou a marca de 1 milhão de toneladas – o que representou 5,2 kg de veneno por habitante no país (LONDRES, 2011).

Faria e colaboradores (2007) já destacavam a necessidade urgente de um sistema confiável de informações sobre o consumo de agrotóxicos no país. O Receituário Agronômico (RA), que tinha entre seus objetivos o controle do uso destes produtos, vinha se distanciando de seus objetivos originais. Considerando a dimensão da população exposta aos efeitos dos pesticidas, o monitoramento deste tipo de risco químico destaca-se como uma prioridade a ser enfrentado. Revitalizar a proposta do RA ou desenvolver outro caminho de fiscalização é uma questão que se coloca para entidades oficiais e profissionais envolvidos, neste tema tão importante para uma sociedade em constante crescimento demográfico.

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Para atender à crescente demanda hortícolas, os agricultores têm sido estimulados para aumentar a produtividade e reduzir as perdas das safras. Isto tem levado ao uso indiscriminado de agrotóxicos, colocando em risco a saúde dos produtores, do meio ambiente e dos consumidores. Investigações epidemiológicas mostram que muito jovens iniciam no trabalho agrícola, com exposição aos agroquímicos. O desconhecimento dos riscos da exposição, bem como a não utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) é mais frequente entre os agricultores com menor grau de escolaridade e carentes de informações acerca da toxicidade que estão expostos (ARAÚJO et al., 2007). O conhecimento dos riscos de pesticidas na saúde humana aumenta com a educação formal, contudo mesmo assim, ainda existe muita resistência para utilizar os EPI em diferentes classes sociais (SILVA, DOMINGUES, BONADIMAN, 2019).

Entretanto, quando os agricultores são questionados sobre o uso de EPI, muitos afirmaram não usar luvas, máscaras ou roupas impermeáveis, embora conhecessem esses equipamentos e considerassem que deveriam usá-los. A justificativa mais comum para esse procedimento, confirmada em depoimentos, foi o desleixo com relação a esses aspectos: “Ninguém guenta aquilo não” [sobre o uso de macacão], passando veneno. Passar na hora do calor, enroscado naquilo ali, dali a pouco pega fogo!” (BRITO, GOMIDE, VOLNEY, 2009; RECENA, CALDAS, 2008).

As pragas agrícolas possuem a capacidade de desenvolver resistência aos venenos aplicados, no decorrer do tempo os agrotóxicos vão perdendo eficácia e levando os agricultores a aumentar as doses aplicadas ou recorrer a novos produtos. A indústria está sempre trabalhando no desenvolvimento de novas moléculas, que são anunciadas como “a solução” para o controle das pragas, doenças ou plantas invasoras, que com o tempo serão substituídas por outras novas, e assim infinitamente. Trata-se de um círculo vicioso do qual o agricultor não consegue se libertar, repercutindo no desequilíbrio ambiental provocado por estes sistemas que levam ao surgimento de novas pragas, onde insetos ou plantas que antes não provocavam danos às lavouras, passam a se comportar como invasores e atacar as plantações (LONDRES, 2011).

É importante destacar que os quadros de intoxicação por agrotóxicos na grande maioria dos casos não são notificados. A sociedade civil precisa mobilizar-se para enfrentar esta situação e buscar saídas para reduzir ou eliminar a contaminação dos trabalhadores no campo. O consumo de frutas e hortaliças contaminadas com resíduos de pesticidas também coloca em risco a saúde dos consumidores nos centros urbanos. A produção de alimentos saudáveis requer a adoção de políticas que invistam no 'agronegócio limpo', com proteção do meio ambiente, desenvolvimento sustentável e incentivo à agricultura orgânica. A conscientização dos agricultores e consumidores quanto aos elevados riscos para a saúde humana e ambiental da utilização de agrotóxicos é fundamental para mudar esta realidade (ARAÚJO et al., 2007; PERES et al., 2005).

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A preocupação com a presença de agrotóxicos nos alimentos é tão antiga quanto à introdução destes produtos químicos no controle de pragas e doenças que afetam a produção agrícola. Apesar disso, somente em anos mais recentes, o avanço do conhecimento científico e as novas tecnologias laboratoriais vêm permitindo a avaliação da qualidade dos alimentos que chegam à mesa da população. Para o consumidor a notícia traz um alívio, afinal distinguir o alimento com nível de agrotóxicos irregular na prateleira do supermercado é impraticável (ANVISA, 2006). Os consumidores ao redor do mundo tem exigido a oferta de alimentos mais seguros, saudáveis e acessíveis. Preocupação coletiva quanto ao uso de agrotóxicos sem orientação técnica, podendo acarretar problemas a saúde e ao meio ambiente (SOUZA, ALVES, FREITAS, 2020).

O crescente uso de agrotóxicos na produção agrícola e a presença de resíduos acima dos níveis autorizados nos alimentos têm sido alvos de preocupação no âmbito da saúde pública, exigindo investimento e organização para implementar ações de controle dos agrotóxicos. Surgindo o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), criado em 2001, com o objetivo de avaliar e promover a qualidade dos alimentos em relação ao uso de agrotóxicos. O PARA contribui para a segurança alimentar, prevenindo intoxicações agudas ou crônicas que podem resultar da exposição dietética imprópria aos agrotóxicos, permitindo esboçar um diagnóstico e subsídios ao Poder Público, para a implementação de ações de natureza regulatória, fiscalizatória e educativa (PARA, 2013). Segundo o próprio Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), uma importante meta é a redução quanto ao uso de agrotóxicos em nosso território (ABREU, 2015).

No Brasil, existem programas que estabelecem as Boas Práticas Agrícolas na cadeia de produção integrada, exigindo que o agricultor respeite dosagens, períodos de carência e uso mínimo necessário de agrotóxicos, principalmente pelo fato do país ser um importante exportador de alimentos e muitos países exigem tais programas implantados para importação (VEDANA, VIEIRA, ITANO, 2016). Quanto à Pernambuco, importante produtor de hortifrúti, vigora a LEI Nº 12.753 de 2005, que dispõe sobre o comércio, o transporte, o armazenamento, o uso e aplicação, o destino final dos resíduos e embalagens vazias, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, bem como o monitoramento de seus resíduos em produtos vegetais. Somente poderão ser utilizados no Estado, agrotóxicos que sejam devidamente registrados no órgão federal competente e cadastrados no Órgão de Defesa e Fiscalização Agropecuária da Secretaria Estadual de Produção Rural e Reforma Agrária (ALEPE, 2005).

A ANVISA, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, coordena o Sistema Nacional de Vigilância Toxicológica mediante regulamentação, análise, controle e fiscalização de produtos e serviços que envolvam riscos à saúde (agrotóxicos, componentes e afins e outras substâncias químicas

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de interesse toxicológico). A ANVISA também realiza a avaliação toxicológica para fins de registro dos agrotóxicos e a reavaliação de produtos já registrados, bem como normatiza e elabora regulamentos técnicos dos ingredientes ativos dos agrotóxicos. Até o ano de 2010, estavam registrados na ANVISA, 880 produtos formulados a partir de 508 ingredientes ativos, pertencentes a 140 grupos químicos distintos. Desses, os mais numerosos são os organofosforados, seguidos pelos carbamatos, piretroides, inorgânicos, sulfonilireico, triazóis, ácidos arilóxifenopropiônicos e precursores de isocianato de metila (SILVEIRA, ANTONIOSI FILHO, 2013).

No estudo de Araújo e colaboradores (2007), avaliando a exposição múltipla a agrotóxicos e efeitos na saúde em 102 trabalhadores rurais em Nova Friburgo/RJ, foi observada uma elevada prevalência de sinais e sintomas relacionados à exposição aos agrotóxicos, especialmente cefaléia, visão turva, vertigem, fadiga, fraqueza, cãibras, parestesias e distúrbios cognitivos (dificuldade de concentração, esquecimento, confusão mental etc.), com oscilação entre os períodos de plantio e colheita da safra. Os resultados apontam para a ocorrência de episódios recorrentes de exposição múltipla, a elevadas concentrações de diversos produtos químicos, apresentando grave prejuízo para as funções vitais desses trabalhadores, especialmente os da faixa média de 35±11 anos, período mais produtivo da vida.

Na Tabela 2, são apresentados os sintomas agudos e crônicos causados pelos principais agrotóxicos encontrados nos alimentos, analisados pelo Programa de Análise de Resíduos (PARA).

Tabela 2: Grupos químicos e sintomas de intoxicação aguda e crônica dos agrotóxicos. Grupo Químico Sintomas de

Intoxicação Aguda

Sintomas de

Intoxicação Crônica Organofosforados

Carbamatos

Fraqueza, cólicas abdominais, vômitos, espasmos musculares e convulsões

Efeitos neurotóxicos retardados, alterações cromossomiais e dermatites de contato

Organoclorados Náuseas, vômitos, contrações musculares involuntárias

Lesões hepáticas, arritmias cardíacas, lesões renais e neuropatias periféricas

Piretroides sintéticos Irritações das conjuntivas, espirros, excitação, convulsões

Alergias, asma brônquica e irritações nas mucosas

Fonte: Adaptado de Carneiro et. al. (2015)

É muito comum que os profissionais das emergências dos hospitais que trabalham na triagem, não investiguem a causa dos sintomas suspeitos de intoxicação química. Desse modo, pacientes que apresentam, dor de cabeça, enjôo e/ou cólicas, recebem tratamento para estes sintomas, sem que a intoxicação seja adequadamente identificada e registrada. Um exemplo, é o que acontece no Hospital do SUS, localizado no município de Vitória de Santo Antão, localizado a 50 km de Recife, capital de Pernambuco. Vitória faz parte do cinturão verde de Recife e o uso de agrotóxicos na produção de hortaliças é bastante difundido na prática agrícola. Por este motivo, foi implantado no hospital o

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programa chamado “Sentinela”, que tem entre seus objetivos realizar a notificação dos casos de intoxicação por agrotóxicos (LONDRES, 2011).

Outro exemplo neste sentido, foi uma experiência realizada por estudantes de medicina da Universidade Federal do Ceará, em julho de 2009. Os alunos ficaram na triagem de Hospital, no município de Limoeiro do Norte/Ceará, buscando casos de intoxicação por agrotóxicos. Os estudantes identificaram diversos casos de intoxicação aguda por agrotóxicos. Entretanto, segundo o DATASUS de Limoeiro do Norte em 2009, não havia nenhum caso de intoxicação registrado por agrotóxico. Ou seja, o sistema de saúde ainda carece de relatórios mais informativos e baseados na realidade local (LONDRES, 2011). Uma alternativa efetiva é a orientação e capacitação dos profissionais quanto aos sintomas decorrente da intoxicação por agrotóxicos que atuam na rede do Sistema Único de Saúde (SUS), e assim poderem administrar a melhor terapêutica. Cabendo também a efetiva participação da sociedade na busca de políticas oficiais quanto às práticas produtivas sustentável (SILVA, DOMINGUES, BONADIMAN, 2019).

O desconhecimento dos riscos associados a ampla utilização dos agrotóxicos, o desrespeito às normas básicas de segurança, a livre comercialização, a grande pressão comercial das empresas distribuidoras e produtoras e os problemas sociais encontrados no meio rural, constituem importantes causas que levam ao agravamento dos quadros de contaminação humana e ambiental observado no Brasil. A estes fatores podem ser acrescentados a deficiência da assistência técnica ao homem do campo, a dificuldade de fiscalização do cumprimento das leis e a culpabilização dos trabalhadores como contribuintes para a consolidação do impacto sobre a saúde humana, pela resistência em usar EPI adequado (MIRANDA et al., 2007). Esse tema social tão delicado na cadeia de produção de alimentos, se agrava junto às comunidade rurais com conhecimentos limitados sobre a gravidade do assunto (CARNEIRO et al., 2015).

Um desafio a enfrentar o uso indiscriminado dos agrotóxicos é de ordem econômica e cultural, o consumidor prefere um alimento com aparência perfeita, sem defeitos, características da produção convencional (ASSAD, 2012). Cabe aos conselhos de saúde e a participação da sociedade, pautar as preocupações com relação aos problemas que o uso de agrotóxicos tem provocado principalmente na população rural. Uma ação estadual exitosa que conta com a participação de vários órgãos da administração pública, quanto ao monitoramento de resíduos de agrotóxicos, é o Programa de Monitoramento de Qualidade de Produtos Hortifrutigranjeiros que funciona no CEASA-PE. As inspeções, recolhimento de amostras e posterior análise laboratorial, são ações coordenadas que visam verificar se há irregularidade e abuso no uso de agrotóxicos nos alimentos, caso o fato se confirme, os permissionários são autuados e aplicados as sanções cabíveis. Essas ação do poder público surgiu a pedido da sociedade civil pernambucana, na proteção do homem e ambiente.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O CEASA-PE é um importante entreposto na comercialização de alimentos e contribui para a economia estadual e oferta de alimento seguro. Na atualidade, o consumo de alimentos de origem vegetal tem expressivo aumento e com isso, eleva o risco de intoxicação por agroquímicos. Estes estão presentes em vários cultivares quando não observadas as boas práticas agrícolas, podem acarretar efeitos danosos à saúde da população rural e urbana, causando doenças incapacitantes ou letais.

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Figura 1: Localização geográfica do Ceasa de Pernambuco.
Tabela 2: Grupos químicos e sintomas de intoxicação aguda e crônica dos agrotóxicos.

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