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IN FO R M ÁTIC A

A. L. C. VICENTINI Professor na Universidade de Brasília

O índice anual do L ib rary S cie n c e A bstracts, revista in glêsa e s p e c ia liz a ­ da na re fe re n c ia ç ã o d e p u b licaçõ es sôbre b ib lio te c o n o m ia e d o c u m e n ta ­ ção i, registrou p e la p rim e ira v e z a entrada IN F O R M Á T IC A em seu v olu­ me 18, c o rre s p o n d e n te ao ano d e 1967, rem etend o p ara o resum o 6 7 / 758, que analisou o a rtig o d a A. I. M ikhailov, A . I. C hernyi, R . S . G ilya- reoskii, p ublicad o no p e rió d ic o russo "N a u c h n o -T e k jn ic h e sk a y a In form atsi- Va” , com o titulo : “ In fo rm ática — nôvo nome p ara a te o ria d a in fo rm ação c ie n tific a ” 2.

Por o casião d a 33? C o n fe rê n c ia -G e - fai da F e d e ra ç ã o In ternacional d e D o- cum entação (F ID ), re a liz a d a em T ó ­ quio, em setem b ro d e 1 9 67, o Prof. A. I. M ikh allo v, d ire to r d o Instituto d e 'nform ação C ie n tific a da A c a d e m ia d e C iências da U nião S o v ié tic a , a p re s e n ­ tou um trab alh o sob 0 título “ In form a- Nca: um a d is c ip lin a c ie n tífic a ” 3, d e ­ fendendo a im p la n ta ç ão d o neologis- irio.

A C om issão C e n tral d e C la s s ific a ­ rã o d a F e d e ra ç ã o In te rn a c io n a l de d o cu m en tação (F ID /C C C ) org an izo u , no Início de 1968, um G ru p o d e T r a ­ balho 4 p ara reform u lar a c la s s ific a ç ã o de B ib lio te c o n o m ia e D o c u m e n ta ç ã o

dentro da C lassificação D ecim al U ni­ versal (C D U ), com o objetivo d e a g ru ­ par os dois cam pos 02 e 002, B iblio­ te c o n o m ia e D ocum entação, sob um nôvo núm ero 0 4 /0 5 , com um nôvo c a ­ beçalho, Inform ática.

No Brasil, o Prof. Lyw al S alles, d a PU C , a c a b a de p u b lic a r um artigo 5, que tra z 0 título “ O m undo fascinan­ te da In fo rm á tic a ” , estudando as a c e p ­ ções do têrm o.

O que s ig n ific a In form ática? C om o surgiu a palavra?

O tê rm o in form ática tem com o base a pa la v ra In form ação. Esta, por sua vez, é resultante d a evolução do c o n ­ c eito de D ocum entação. A palavra D o­ cum e n ta ç ão foi c ria d a por Paul O tlet p ara d e s ig n a r a c iê n c ia e as técnicas gerais do docum ento. E m presta ao vo­

1 LIBRARY SCIENCE ABSTRACTS.

London, 1950, Trimestral.

2 MIKHAILOV, A. I. & CHERNYI, A. I. & GILYA REVSKII, R. S. — Informatics: new name for the theory of scientific in- formatlon. Nauchno-Teknicheskaya lnfor- matsiya, Moscou, 12:35-39, 1966.

3 MIKHAILOV, A. I. — Iníormatlcs: a scientific discipline. Moscou, Instltute of Scientific Information, 1967. 7p. Mlmeog.

4 FID NEWS BULLETIN, The Hague, 18 (3): 23, 1968.

5 SALLES, Lywal — O m undo fasci­ nante da Informática. Cadernos de Jorna­ lismo e Comunicação, Rio de Janeiro. 9: 12-17, abr. 1968.

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cábulo docum ento um sentido m ais largo que ao têrm o livro, co m p reen ­ dendo não só os textos m anuscritos ou im pressos, qu alq u er que s e ja sua form a, assim com o todos os sinais vi­ suais, auditivos etc., suscetíveis de transm itir um a inform ação.

O organism o internacional m ais a ti­ vo no vasto cam po d a d o cu m en tação é a F ederação In ternacional d e D o ­ cum entação (FID ) que, de acô rd o com seu A nuário para 1968 6, c o n g re g a 44 palses, sendo 20 na Europa, 11 nas A m éricas, 8 na Á sia, 4 na A fric a e 1 na O ceân ia.

A FID foi fun d ad a em 1895 e sua evolução pode ser d iv id id a em três

grandes períodos: 19) P eríodo de

O tlet-La Fontaine, de 1895 a 1928, que se c a racterizo u pelo lan çam ento da F ederação, pela o rg a n iza ç ão d e um c a tálogo m undial p ara c o b rir a pro­ dução b ib lio g rá fic a d e fo rm a to tal, e pela c ria ç ã o d a C lassificação D ecim al U niversal (C D U ); 2?) P eríodo de D on- ker Duyvis, de 1928 a 1959, que se c on­ centrou na expansão e ap rim o ra m e n ­ to da C D U , in cluindo o a p arecim en to de edições em línguas orientais, e a in ­ da pela d ife re n c ia ç ã o en tre B ib lio te­ conom ia, B ib lio g rafia e D o c u m e n ta ­ ção; e pela pre o c u p a ç ão inicial com os problem as d e fotorep ro d u ção ; e 3?) P eríodo da In form ação e A utom a­ ção, que se iniciou em 1959, com o P rogram a a io ngo-prazo, aprovado na

25? C o n fe rê n c ia -G e ra l re a liza d a em

V arsóvia 7.

A co n c e itu a çã o c lássica da FID , se­ gundo a qual "D o c u m e n ta r é reunir, c lassificar e distribuir docum entos de todos os gêneros em todos os d o m í­ nios da a tivid ad e h um ana” , foi substi­ tu íd a , nos novos estatutos, por “ D o­

c u m entação é a co le ç ã o e arm azena­ gem , c la s sificação e seleção, disse­ m inação e u tilização d e tô d a informa ç ã o ” . A ssim , a u n idade docum entária ou substância d a d o c um entação dei xou d e ser o docum ento, passando a ser a "in fo rm a ç ã o ” em sl mesma. A FID , então, passou a preocupar-se > dentro do seu program a a longo pra

zo, com a m édia d e crescim ento a

p rodu ção da in form ação, com os p r°' blem as d e av a lia ç ã o d a inform ação, com a evolução dos m eios d e trans m issão da in form ação, com a orgam z ação dos sistem as de inform ação, oom as d ific u ld a d e s lingüísticas na a p resen tação d a in form ação, com ° s m étodos de reprodu ção d a Informa ç ão e, sobretudo, com o fator huma no envolvido nas a tivid ad es de in f°r m ação.

O têrm o d o cu m en tação sofre, P °r^ tanto, um a evolução se m â n tic a e co m eça a ser substituído por Informa ção. A té m esm o entid a d e s com o ^o A m erican D ocum entation I n s t i t u (A D I) a lte ra ra m , em 1967, sua denomi ção, passando a cha m a r-s e Am erican S ociety for Inform ation S cien c e

9-A s escolas d e biblioteconom ia nos Estados U nidos da A m é ric a passara ^ a in trod uzir cursos de c iê n c ia da form ação , sistem as d e análises da form ação e d o cu m en tação espec

6 FID YEARBOOK, 1968. The HaSue' FID, 1968. 79p. (FID publ. 426).

7 FEDERAÇAO INTERNACIONAL ^ DOCUMENTAÇAO. Outline o í

policy. FID, The Hague, 1960. 39P-

publ. 325). pE

8 FEDERAÇAO INTERNACIONAL

DOCUMENTAÇAO. S tatem ent on »

r-FID programme to meet changM í jnfiC. matlon. patterns. The Hague, l '1 ’

7p. (FID publ. 404). sfl.

9 ELIAS, A. W. — A.S.I.S.:

bllity and opportunity. A m e r ic » jan- cumentatlon, Washington, 19 l 1' ' 1968.

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INFORMÁTICA 317

zada, em seus c u rrícu lo s, com o pode ser observado no A nexo 1, program as universitários sôbre p rocessam ento de dados e sistem as de in form ação, do artigo de H ayes 10 sôbre as novas tendências das escolas n o rte -a m e ric a ­ nas, e pela re a liza ãç o d e um sim p ó ­ sio sôbre e d u c a ç ã o p ara in form ação c ien tifica n . A lg u m as escolas c h e g a ­ ram m esm o a in trod uzir em seus no­ mes a palavra In fo rm ação , com o ó o °aso das U niversidades d e Pittsburgh (G raduate S chool of L ib rary a nd In ­

form ation S cie n c e s ) e M aryland

(School of Library and Inform ation S e r­ v ic e s )^ .

A U n iversid ad e de B rasília ao c ria r sua e sco la de b ib lio te c o n o m ia e d o ­ cum entação 13, não seguiu a praxe das dem ais universidades brasileiras, 6 Inovou d e n o m in a n d o -a F a c u ld a d e de B ibliotecono m ia e In form ação C ie n ti­ fica. Edson N e ry d a Fonseca, em seu trabalho “ U niversidade e in form ação c ie n tific a ” , a firm a que, p a ra resolver 0 problem a d e m an ter o pesquisador atualizado em re la ç ã o ao q u e se p a s ­ sa no c am po d e sua e s p e c ia liz a ç ã o , ‘‘surgiu um a c iê n c ia nova, c h a m a d a 'niclalm ente D oc u m e n ta ç ã o e, m ais re ­ centem en te, c o n h e c id a com o In form a- Ção C ie n tific a

V ários são, no entanto, os c am pos 6 os setores dentro d a C iê n c ia d a in­ form ação, que Investigam as p ro p rie ­ dades e o co m p o rtam en to d a In for­ m ação, as fôrças q ue regulam o es­ coam ento da In form ação, e os m eios de p rocessam ento d a in fo rm ação p ara lorná-la acessível a todos os u tiliz a ­ dores. P ortanto, esta c iê n c ia d iz res- Peito ao conjunto de co n h e c im en to s humanos relativos à p ro d u ção , c o le ­ t o , o rg a n iza ç ão , a rm a ze n a g e m , re ­

cu p e ra ç ã o , in te rp re ta çã o , transm issão, tran sfo rm ação , reprodu ção e u tiliza ­ ç ão d a in form ação, e tam bém à p re ­ p a ra ç ã o d e pessoal e s p e c ializa d o p a­ ra d e s e m p e n h a r tôdas essas funções. Essas funções, por sua vez, sig n ifi­ cam coisas d ife re n te s , p ara pessoas diferentes, nas d iferen tes regiões do globo. P ara c a ra c te rizá -la s , surgiram os têrm os: B ib lio teco n o m ia, B ib lio g ra ­ fia, D ocum entalfstica, C iê n c ia do D o­ cum ento, in form ação C ie n tific a , C iê n ­ c ia da In form ação, Inform atolo gla, T e o ­ ria d a In form ação, e ag o ra In form áti­ ca.

O pessoal e s p e c ializa d o p a ra d e ­ s e m p e n h a r essas funções fo rm a as c a te g o ria s profissionais dos b ib lio te ­ c ário s, bibliógrafos, docum entallstas, c ien tistas da in form ação, oficiais d e in form ação, indexadores, especialistas em rep ro g ra fia etc., que são c o a d ju - vados no e x e rc íc io de suas atividades por m a tem áticos, program adores, e c o ­

nom istas, e n genh eiros eletrônicos,

e d u c a d o re s, estatísticos, planejado res, m édicos, lingüistas etc., num v e rd a d e i­ ro In tercâm bio de c iên cias e técnicas, ten d en d o à u nificação do c o n h e c i­ m ento.

O têrm o In form ática foi c ria d o p e ­ los cien tistas A . A . K horkevich, F.

10 HAYES, R. M. — Data Processing in the library school curriculum. A L A Bul- letin, Chicago, 61(6): 662-669, Jun. 1967.

11 SYMPOSIUM ON EDUCATION FOR INFORMATION SCIENCE, Arlie House, 1965. Proceedlngs. Edlted by L. B. Hell- prln, B. E. Markuson, and F. L. Goodman. Washington, Spartan Books, 1965, 175p.

12 AMERICAN LIBRARY ASSOCIATT- ON. List o f Graduated Library School accredlted by ALA. August, 1967.

13 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA. Con­ selho Diretor. Resolução n.° 04/66.

14 Fonseca, Edson Nery da — Univer­ sidade e Informação científica. Belo Hori­ zonte, Curso de Biblioteconomia da U.M.G., 1965, 14p.

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Dreifus, J . G . D orfm ann 15, tendo com o base o têrm o “ In form ation” , ao qual foi a dicionad o o sufixo “ ics” , re ­ sultando “ In form atics” , com o o nom e de várias outras ciên cias, a saber: m a ­

te m á tic a (m athem atics), c ib e rn é tic a

(cybernetics), sem iótica (sem iotics),

astronáutica (astronautics), biônica

(bionics), ele trô n ic a (eletronics) etc. O diretor do V IN IT I, ao propo r o uso do têrm o In form ática, e x p lic a a grad ação existente en tre in form ação, inform ação c ie n tific a e a tivid ad es d e inform ação cie n tific a . B orko, citando Robert S. T a y lo r 10, no “ A nnual R e- view of Inform ation S cie n c e and T e c ­

hnology” , procura d ife re n ç a r a In­ form ação da D ocum entação, e s ta b e le ­ cendo que a últim a é um dos m uitos com ponentes d a p rim eira 1T.

S eg undo M alclès 18, a d o c u m e n ta ­ ção não é m ais do q ue “ a b ib lio g ra ­ fia ultrapassada no seu conteúdo e a c e le ra d a em sua m a rc h a ” , e q ue “a bibliografia segue os fa to s ” , e n q u a n ­ to a d o c um entação “ m archa ao lado dos fato s” . P arafrasean d o a ilustre

b ib lio tecária d a S orbonne, pode-se

afirm ar que a in form ática é a d o ­ c u m entação in te r-re la c io n a d a no seu conteúdo e au to m a tiza d a em sua m ar­

cha, e, enquan to a d o cu m en tação

m archa ao lado dos fatos, a inform á­ tic a controla e c om anda os m esmos.

Em conclusão, In fo rm ática é um têrm o nôvo para s ig n ific a r tôdas as c iê n c ia s relacionadas com o estudo da

In form ação, em todos os seus a s p e c

tos, te ó ric o s e a p licad o s, estando H' g ada, em gra d a ç õ e s diversas, a oU' tras c iên cias, tais com o, B ibliog ra^3,

B ibliotecono m ia, D o cu m en tação , Re

p rografia, T e o ria d a in form ação ma te m á tic a , C ib e rn é tic a , S em ió tic a , Bio­ logia, C o m u n icação , L ó g ic a Sim bólica,

S em â n tic a , P sicologia, E letrônica e

A utom ação.

Em 1968, ano em q ue se com em ora

o 1? c e n te n á rio do nascim ento e

Paul O tlet 19 c o n siderado o "p a i ^a d o c u m e n ta ç ã o ” , o vocábulo Inform tic a será d e fin itivam en te inserido ria te rm in o lo g ia c ie n tific a internacional.

15 MIKHAILOV, op. cit. nota 3, P-1- ^ 16 TAYLOR, R. S. — Professlonal as-pects o f Information Science ana j nology. I n : CUADRA, C.A. ed. Anu Review o f Inform ation Science and l nology. New York, Wiley, 1966. v.

17 BORKO, H. — Inform ation scien | what is it? American Documenta Washington, 19(1): 3-5, Jan. 1968.

18 MALCLÈS, L. N. —Les sources ^

travail bib liograp h iq u e. Genève,

1950. v. 1, p.268.

19 OTLET, Paul — Traité de documçn^ tation: le livre sur le livre. Bru* Editiones Mundaneum, 1934.

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431P-EXTRAlDO 0 0 SVUAIUS PAR* 0 "CURSO DE CllNCIA l TKMO IOCU DA INÍOKMAÇÂO" DO DiP AITAM IN IO

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