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Atelier de Dançaterapia no Hospital de Magalhães Lemos.

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Academic year: 2021

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Trabalho de Projecto

Mestrado Integrado em Medicina

2010/2011

ATELIER DE DANÇATERAPIA NO

HOSPITAL DE MAGALHÃES LEMOS

Mara Alexandra Alves de Andrade

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2 ÍNDICE Abstract ... 3 Resumo ... 4 Objectivos ... 9 Estado da Arte ... 10 Introdução ... 10 Definição ... 10 Princípios teóricos ... 12 Nota histórica ... 13

DMT como Psicoterapia Criativa ... 16

A Metáfora de Movimento: Ferramenta Fulcral na DMT ... 16

DMT e o Doente Psicótico... 17

Qual a estrutura das sessões de DMT ... 18

Conclusão ... 19 Referências ... 20 Tarefas ... 22 Designação da Tarefa ... 22 Resultados Esperados ... 22 Descrição da Tarefa ... 22

Orçamento Previsto para a Execução do Projecto ... 24

Anexos ... 25

Anexo 1: 1º Questionário ... 26

Anexo 2: 2º Questionário ... 31

Anexo 3: 3º Questionário ... 36

Anexo 4: Escala de Perfomance Pessoal e Social ... 42

Anexo 5: Escala de Bem-Estar Psicológico Geral – Questionário... 48

Anexo 6: Escala de Bem-Estar Psicológico Geral – Score ... 58

Anexo 7: Perfis de Movimento ... 64

Anexo 8: Descrição e Comentários das Sessões ... 141

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ABSTRACT

Several studies show that Dance Movement Therapy (DMT) has great benefits, particularly in psychiatric patients by increasing the capacity of expression, the role of movement and integrating body and mind.

Nineteenth DMT sessions were held in Magalhães Lemos Psychiatry Hospital, as part of the Rehabilitation Service. The goal of this project was to check DMT effects on well-being and social and personal performance.

The evaluation was made through movement profile, reflections on the sessions and each patient, intermittent questionnaires, Psychological General Well-Being Index (PGWBI) and Personal and Social Performance Scale (PSP).

The evaluation was made by analyzing the movement profile, by reflections on the sessions and on each patient and by intermittent questionnaires. Psychological General Well-Being Index (PGWBI) and Personal and Social Performance Scale (PSP) were also taken into account.

Most patients were very satisfied with the sessions of dance therapy. Increased welfare and reduced stress are examples of positive enhancements reported by the majority of the patients.

The scores of the applied scales improved. However, it is worth to mention that these scores were not specific to the dance therapy sessions; the results may correspond to other factors such as other activities of the Rehabilitation Service, change of medication and resolution of personal/family problems.

All the patients increased the use of Quinesfera. Also, it was verified that, during group exercises, patients were able to move and interact more, developing an expressive movement as a way of nonverbal communication.

It was possible to create a protected space, an environment that allowed the exploration of body, movement, relationship and life experiences of each patient.

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4 RESUMO

Vários estudos comprovam que a Dançaterapia ou Dança Movimento Terapia (DMT) tem grandes benefícios, nomeadamente em doentes psiquiátricos, aumentando a capacidade de expressão, o role de movimentos e a integração mente corpo.

Tiveram lugar 19 sessões de DMT no Hospital de Magalhães Lemos, inseridas no Serviço de Reabilitação, com o objectivo de avaliar qual o seu efeito relativamente ao bem-estar e à performance social e pessoal.

O cargo de terapeuta foi assegurado por mim. Para além de aluna de Mestrado Integrado em Medicina, sou professora na escola de dança All About Dance e bailarina e coreógrafa na companhia residente. Tenho feito formação com vários profissionais nacionais e internacionais em Portugal, Londres, Amesterdão, Nova Iorque e Bruxelas nas áreas de Dança Contemporânea, Improvisação, Jazz e Hip Hop.

A avaliação foi feita através de perfis de movimento, reflexão sobre as sessões e sobre cada utente, questionários intermitentes e escala de Bem-estar Psicológico (PGWBI - Psychological General Well-Being Index) preenchidos pelos utentes participantes e escala de Perfomance Social e Pessoal (PSP - Personal and Social Perfomance Scale) preenchida pela equipa terapêutica (enfermeiro acompanhante). Os objectivos desta avaliação foram meramente descritivos e qualitativos, uma vez que o grupo de participantes não foi constante e existiram outras variáveis não controláveis. Para além disso, a DMT, tal como outras formas de psicoterapia, trabalha também com dimensões não mensuráveis e impossíveis de uniformizar em todos os doentes psiquiátricos. Para que fosse válida a avaliação quantitativa de determinados itens, seria necessária uma amostra constante e estatisticamente significativa.

Nos questionários respondidos pelos utentes, a maioria referiu sentir-se muito bem e muito satisfeita com e durante as sessões de dançaterapia (anexo 1, pergunta nº1; anexo 2, pergunta nº 4; anexo 3, pergunta nº1). Quase todos responderam que as sessões têm uma boa influência, justificada pela sensação de bem-estar e diminuição do stress durante as sessões (anexo 1, perguntas nº 2 e 3; anexo 3, perguntas nº 2 e 3). Este facto foi reforçado no preenchimento do segundo questionário, onde a maioria refere que as sessões ajudam quer no bem-estar físico, quer no bem-estar emocional. Ainda neste questionário, a grande maioria considerou que a dançaterapia auxilia nos seguintes aspectos: comunicação, confiança, conhecimento e controlo do próprio corpo e das suas diferentes partes, auto-conhecimento, resolução de conflitos, aprendizagem de novos conceitos, compreensão e expressão de emoções e sentimentos, auto-estima, relações com familiares e/ou amigos,

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relações sociais/interacções com os outros, atenção, autonomia, concentração, tarefas domésticas, stress, ansiedade (anexo 2, pergunta nº1)

A maioria utentes que têm comportamentos agressivos ou impulso para tal e alucinações respondeu que as sessões ajudam nestas alterações, dando alternativas à expressão, aumentando o auto-controlo e melhorando o humor (anexo 2, perguntas nº 2 e nº3).

Quanto às questões que pretenderam controlar a qualidade das aulas (música utilizada, grau de clareza e tom de voz da terapeuta, exercícios utilizados), quase todos responderam positivamente (anexo 1; perguntas nº 4 a 9; anexo 2, pergunta nº 5 e anexo 3, perguntas nº 4 a 9).

No último questionário, quase todos os utentes manifestaram a vontade de que as aulas de DMT continuassem (anexo 3, pergunta nº 10).

A escala de Performance Social e Pessoal avalia quatro domínios funcionais (anexo 4, tabela 1):

A- Auto-cuidado

B- Actividades sociais habituais C- Relações pessoais e sociais

D- Comportamentos perturbadores e agressivos

A cada um destes domínios atribui-se a seguinte gradação de dificuldade: dificuldade ausente, ligeira, moderada, marcada, grave, muito grave (anexo 4, tabelas 2 e 3).

Ma maioria dos utentes, verificou-se um aumento do score nos meses de Fevereiro, Março e Abril, ou seja, a partir do final do 1º mês de aulas de dança. Contudo, estes valores não são específicos para as sessões de dançaterapia e poderão corresponder a outras condicionantes tais como: outras actividades do serviço de Reabilitação, alteração da medicação, resolução de problemas pessoais e familiares, etc. Durante o mês de Maio, a equipa terapêutica não denotou modificações. Mas, durante as sessões de dançaterapia e encontros ocasionais com os utentes no jardim ou bar do hospital, foi notório um comportamento mais expansivo e por vezes mais depressivo por parte dos mesmos. Após consulta de literatura, e equipa terapêutica (enfermeiros e médicos) coloco a hipótese desta situação ser justificada pela própria estação do ano, Primavera (anexo 4, tabelas 4 e 5).

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Segundo Ryff (1995) o bem-estar psicológico é composto por seis componentes distintas:

1. Ter uma atitude positiva perante si próprio e a sua vida passada (auto-aceitação);

2. Ter metas e objectivos que confiram significado à vida (objectivos de vida); 3. Estar apto a lidar com as exigências complexas da vida diária (domínio ambiental);

4. Ter um sentido de desenvolvimento contínuo e auto-realização (crescimento pessoal);

5. Possuir vínculos de afecto e confiança com os outros (relações positivas com os outros);

6. Estar apto a seguir as suas próprias convicções (autonomia).

Foram entregues dois questionários referentes à escala de bem-estar psicológico geral, um na primeira sessão de dançaterapia, para que respondessem tendo em conta o mês anterior e outro no início de Junho, avaliando o mês de Maio (anexo 5).

Verificou-se um aumento do score total em todos os pacientes participantes (anexo 6).

Se nos focarmos nos scores das subescalas, notamos que no mês de Maio, em alguns utentes se verificou uma diminuição do score de ansiedade, humor depressivo e saúde geral. Este facto pode estar justificado pela mesma razão supracitada, a estação do ano, Primavera.

Da mesma forma que para a escala de performance pessoal e social, é importante não esquecer, que os resultados não são específicos para as sessões de dançaterapia e poderão corresponder a outras condicionantes tais como: outras actividades do serviço de Reabilitação, alteração da medicação, resolução de problemas pessoais e familiares, etc.

O anexo 7 contém as fichas de observação e análise de movimento de cada um dos utentes participantes. Estas foram elaboradas e adaptadas a partir da análise de movimento de Laban que atende aos seguintes itens: corpo, força, espaço e forma. A par disto, foi considerada a qualidade de movimento que compreende: fluidez, utilização do espaço, relação com o peso e tempo/ritmo. Descrevem padrões de movimento que são próprios de cada indivíduo, marcando a sua diferença em relação aos outros. Referem dimensões do comportamento que estão relacionados com processos neurofisiológicos e psicológicos, sendo portanto, um instrumento de grande importância na DMT.

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As fichas de observação e análise de movimento também contêm a descrição das relações estabelecidas durante as sessões.

Para complementar este último método de avaliação, no anexo 8, estão a descrição e os comentários de cada uma das sessões de DMT.

Em todos os utentes se verificou um aumento do uso da Quinesfera, ou seja, do espaço pessoal de cada, sendo este a área do movimento do próprio corpo e a noção que o indivíduo tem da mesma. Esta evolução foi mais notável nos utentes psicóticos. Nas primeiras sessões foi evidente uma falta de noção do seu corpo e da sua relação com o espaço. Os movimentos eram muito tensos, segmentados e limitados às extremidades e ao plano vertical. Dentro dos exercícios que pretendiam trabalhar este campo, destacou-se aquele que permitiu flutuar no espaço envolvente ao próprio corpo. A metáfora utilizada foi muitas vezes “um balão a encher-se de ar”. Também foi de elevada importância o exercício a pares de “preencher espaços” em que um dos utentes faz uma posição e o outro tem de preencher o espaço à volta daquele que realizou a posição sem lhe tocar, ou seja, dança na Quinesfera do seu par, permitindo que a pessoa que está parada fique alerta do seu espaço pessoal envolvente.

Inicialmente, nos exercícios de grupo ou a pares, um dos utentes acabava por assumir a liderança e os outros seguiam-no passivamente. Nas últimas sessões o grupo movia-se em simultâneo e todos participavam no alcance de objectivos, sem que ninguém liderasse.

Nos primeiros exercícios de contacto, quer a pares quer em grupo, quase não existia movimento. Os utentes demonstravam-se muito tensos, com receio de tocar e de se moverem ao serem tocados. No decorrer das sessões esta barreira foi obviamente ultrapassada e foi-me possível alargar os pontos de contacto para todo o corpo e constatar que os pares se moviam, dançando, por todo o espaço e utilizando todas as partes do corpo. É de salientar que um dos utentes tinha grandes dificuldades em estabelecer comunicação verbal e não-verbal com utentes do sexo oposto. Nas últimas sessões, foi evidente uma grande evolução. O mesmo utente já era capaz de conversar e realizar todos os exercícios sem tensão e respeitando os limites dos mesmos.

As metáforas e simbolismos, que inicialmente eram interpretados literalmente, tornaram-se em directivas para um movimento expressivo e até abstracto, em alguns dos participantes. Ultimamente, verifica-se ainda uma noção de ritmo e alerta para a música nos momentos de improvisação. Antes, ou se concentravam no movimento, alienando-se de espaço, ritmo e interacção, ou procuravam sequências de movimento totalmente rítmicas e estéticas.

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Foi possível a criação de um espaço protegido, com directrizes que permitiram a exploração do corpo, do movimento, da relação e das experiências de vida de cada um. Ninguém foi individualizado pela sua patologia ou sexo. Os grupos e os pares estabeleceram-se aleatoriamente e rotativamente, garantindo que cada um dos utentes partilhasse o seu movimento com todos os outros.

Todos os momentos das sessões foram sugestões, permitindo a livre escolha de realizar ou não um determinado exercício. Nunca nenhum utente se negou a participar.

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9 OBJECTIVOS

1. Instituir no Hospital de Magalhães Lemos um atelier de Dançaterapia para que os utentes tenham acesso a mais um tipo de arte terapia complementar;

2. Integrar a Dançaterapia com as outras artes terapias já existentes: dramaterapia, musicoterapia, pintura e escultura;

3. Alertar os utentes e a equipa terapêutica para a capacidade de expressão do corpo e do seu movimento e a importância da comunicação não-verbal;

4. Avaliar qual o impacto da DMT relativamente à integração mente/corpo, à relação com o “eu” e com os outros, à comunicação e ao bem-estar, nomeadamente psicológico (auto-controlo, auto-estima, comportamentos agressivos, alucinações, ansiedade, stress);

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ESTADO DA ARTE INTRODUÇÃO

Hoje em dia, acredita-se que a psicoterapia pode ser um veículo para nos encontrarmos e nos expressarmos autenticamente, de forma a termos acesso ao nosso verdadeiro “eu”.

Como não há corpo sem mente e vice-versa, o corpo humano torna-se parte integral e fulcral na abordagem terapêutica e o movimento é a ponte para aumentar a comunicação entre a mente, o corpo, as emoções e o espírito. 19;20

A dança tem sido relacionada com a promoção da saúde desde há muitos anos e as CATs (Creative Art Therapies: arte; musicoterapia; dançaterapia; poesia; dramaterapia; psicodrama) adquiriram estatudo profissional nos EUA já nos anos 50. 19;20;16

Vários estudos comprovam que a dançaterapia tem grandes benefícios. Os que se seguem foram documentados em estudos com doentes psiquiátricos: melhor capacidade de comunicação e expressão, bem-estar, diminuição da tensão e da apreensividade, libertação e expressão de sensações demasiado dolorosas ou complexas, melhor interacção com os outros, aumento da compreensão de si próprio e dos outros, auto-reflexão, socialização, actividade física, entre outros (Lewis, 1986; Levy, 1992; Heber’s, 1993; Palo- Bengtsson,

Winblad & Ekman, 1998; Mills & Daniluk’s, 2002.)

Definição

A American Dance Therapy Association define Dança Movimento Terapia (DMT) da seguinte forma:

“É o uso psicoterapêutico do movimento como um processo que promove a integração física e psíquica de um indivíduo.”

(Bernstein 1979)

A DMT consiste na criação de um ambiente/espaço seguro para a exploração e expressão e não para a prática de técnica ou sequência específica de movimentos. Desta forma, procura associar os aspectos criativos e expressivos da dança com a introspecção da psicoterapia, numa comunicação não-verbal.22

É obviamente uma área de conhecimento multidisciplinar que usa o movimento para a mudança intrapsíquica do indivíduo e para facilitar a sua relação com os outros, por exemplo na DMT de grupo, agindo interpessoalmente.

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O paciente torna-se mais alerta do seu corpo, das suas diferentes capacidades de expressão e de que forma estas se relacionam com o movimento e o usam para, por exemplo, expressar imagens, sensações, sentimentos, vivências, memórias.

De uma forma geral, a DMT, incide na interacção do indivíduo com os outros, na compreensão de si próprio e dos outros, na auto-reflexão e na capacidade de expressão.11

Ainda, a actividade física aumenta certos neurotransmissores levando a uma maior sensação de bem-estar, previne diversas patologias e garante uma melhor funcionamento biológico.20

DMT versus fisioterapia e outras terapias corporais

Muitas vezes a DMT é confundida com outras terapias corporais. Realmente, existe um aspecto comum nestas áreas: o corpo e o movimento.

Enquanto noutros tipos de terapias corporais (fisioterapia, quinesiologia, quiroprática) o objectivo do movimento é aumentar as capacidades físicas do indivíduo, prescrevendo movimentos específicos e manipulando activamente o corpo, a DMT foca-se em aspectos do subconsciente e simbólicos da comunicação com a finalidade de garantir outros meios de defesa e de expressão para sentimentos dolorosos, ansiedade, stress e impulsos agressivos. 11;27

DMT versus psicoterapias verbais

A DMT não é uma psicoterapia verbal com movimento adicionado.11 A integração do movimento com “insight” psicológico torna-a num instrumento diferente.

O que diferencia a DMT de outras psicoterapias verbais é:

1. O terapeuta de DMT enfatiza a capacidade do indivíduo em integrar os aspectos físicos e psicológicos de determinada experiência e considera o movimento o melhor meio para atingir esta integração;

2. Para a DMT, a criatividade promove a saúde psicológica;

3. Na DMT o movimento é a base da terapia enquanto na psicanálise é a transferência, ocorrendo esta última quando o paciente transfere atitudes, defesas, fantasias ou até sentimentos infantis para o terapeuta. Ou seja, o papel do psicanalista é auxiliar o doente na consciencialização da sua personalidade e relações, permitindo ao doente a transferência de sentimentos que estes têm pelos seus parentes para o analista, por exemplo. Já na DMT as principais metas são: ajudar o paciente a usar o movimento para conectar aspectos

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físicos e psicológicos de determinada experiência emocional; interacção em grupo como um processo para melhorar os relacionamentos interpessoais; o uso de movimento criativo para aceder a sentimentos do subconsciente.

4. A DMT valoriza a criatividade do inconsciente, ou seja, o simbolismo e as imagens que emergem do subconsciente através de movimento. Assim, a DMT consegue o acesso ao subconsciente permitindo ao indivíduo uma livre associação por vias verbais e não-verbais. A consciencialização do conteúdo do subconsciente (emoções, sensações, imagens) é provavelmente o primeiro benefício da DMT. As psicoterapias verbais focam-se em determinantes de sintomas neuróticos.

5. A duração das sessões é geralmente menor na DMT relativamente às psicoterapias verbais.

“dance therapists see the attributes and dynamics of dance and movement as uniquely suited for the expression of the unconscious along with id, ego, and superego expression, in addition to providing a framework for relationship building and body image and personality development.”

(Levy 1988)

Princípios teóricos

Durante os anos 60 a maioria dos terapeutas de DMT trabalhava individualmente. Com a fundação da American Dance Therapy Association (ADTA) por Marian Chace e os seus discípulos, a DMT tornou-se numa profissão organizada e reconhecida. Em 1981 foram estabelecidos os 5 princípios teóricos da DMT (Dosamantes-Alperson, 1981, pp. 4-5). 2;23;26

1. O corpo e a mente estão em constante interacção: o terapeuta está constantemente a encorajar os pacientes a conectar o insight verbal com o movimento, quer pela liberdade de associação quer pela interpretação do movimento corrente. Assim, o bem-estar emocional reflecte-se na integração do soma e da psique.

2. O movimento é o meio a partir do qual o indivíduo experiencia, expressa e comunica elementos de determinada vivência que não são comunicáveis verbalmente. O movimento reflecte a personalidade: segundo Freud (1923), Wilhem Reich (1933) e Judith

Kestenberg (1975) o movimento reflecte o desenvolvimento psicossexual. Outros

psicoterapeutas defendem que a relação mãe-criança é crucial no desenvolvimento da personalidade e que, a primeira interacção que constrói esta relação, é não-verbal. A DMT

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foca-se na dimensão não-verbal do desenvolvimento da personalidade usando a técnica de

espelho. Esta última recapitula um processo importante de desenvolvimento psicológico:

“como crianças aprendemos quem somos, experienciando o nosso eu pelas reacções dos

outros.” (Schmais 1974) Outros defendem que o movimento, especificamente a dança, está

profundamente relacionado com o auto-conhecimento e com a auto-transformação.

3. A relação terapeuta/paciente é fundamental para a eficácia da DMT: “a

relação terapeuta/paciente, através do movimento, suporta e permite a modelação do comportamento” (Schmais 1974). Na DMT o terapeuta responde ao doente através de

técnicas de movimento criativo, tais como: espelhamento, sincronização, amplificação ou até interacção. Desta forma, a DMT poderá ter utilidade em pacientes de tal forma debilitados, aos quais as psicoterapias verbais se tornam inacessíveis. Ou até em pacientes que se defendem destas terapias pela intelectualização em palavras.

4. O movimento tem uma função simbólica e esta pode evidenciar processos do subconsciente de uma forma similar a outros fenómenos psicológicos, como os sonhos: o “subconsciente ou inconsciente” são termos que definem os conteúdos da mente que não são acessíveis à consciência. Estes incluem ideias, sentimentos e imagens que foram reprimidos. Acredita-se que o subconsciente representa aspectos primitivos, instintivos ou infantis da personalidade. Mais à frente, refiro a importância da metáfora nas sessões de DMT, como meio de integração do subconsciente na consciência.

5. O processo criativo incorporado no uso livre de associação em movimento é indubitavelmente terapêutico: permite ao individuo experienciar novas formas de movimento, as quais geram uma nova experiência/forma de “estar no mundo”.

Nota Histórica

A Dança está continuamente em evolução e tem sido extremamente influenciada pela intelectualização da sociedade, processo este que se evidenciou com a industrialização, com a emancipação da mulher e com a emergência de determinados movimentos culturais, tais como: Expressionismo, Futurismo, Cubismo e Dadaísmo.

Actualmente não se assume apenas como uma forma técnica ou meramente cultural. A Dança Moderna veio instituir valores que foram determinantes na emergência da DMT: espontaneidade, autenticidade da expressão individual, consciência corporal e a necessidade de manter o foco nos sentimentos e relacionamentos. Fran Levy (1988) chega mesmo a considerar que a DMT teria sido impossível sem as novas ideias coreográficas e artísticas que se fundamentam na expressão emocional directa, abandonando formalismos.23 Estas novas correntes foram o pilar do trabalho de alguns coreógrafos,

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nomeadamente, Isadora Duncan, Martha Graham, Doris Humphrey e Pina Bausch. As duas primeiras foram fundamentais para o modelo de Marian Chace, considerada a fundadora da DMT.

Marian Chace foi a primeira a iniciar uma comunicação directa com doentes

psiquiátricos através da dança nos anos 40. 22; 27; 24

“A Dança Terapia ao fazer uso da forma básica de comunicação, oferece ao indivíduo um significado para o relacionamento com o ambiente que o envolve ou para o relacionamento com as pessoas, quando este se encontra desligado da maioria das áreas da sua vida, devido ao padrão da sua doença.”

(Marian Chace)

A sua teoria e método tiveram uma forte influência nas gerações seguintes de dança terapeutas, e o seu trabalho fornece uma base essencial para quase todos os trabalhos posteriores na DMT-Psiquiatria.

A verdadeira expansão das suas ideias ganhou forma durante o seu trabalho no Hospital de St. Elizabeth, onde trabalhou com pacientes que exibiam uma variedade de comportamentos, como histeria, catatonia, violência, conseguindo testar as suas teorias. Chace usou a dimensão interactiva da dança terapeuticamente.

Assim, o conceito fulcral da sua teoria, e sobre o qual todas as outras assentam, é que a dança é comunicação, e como tal, preenche uma necessidade humana básica.

O seu trabalho assenta em torno de quatro grandes conceitos: 1. Acção Corporal

2. Simbolismo

3. Relação no Movimento Terapêutico 4. Actividade Rítmica Grupal

A técnica de Chace consiste num sistema completo que organiza as sessões seguindo várias fases, cada uma com o seu estilo de intervenção e propósito:

1. Aquecimento (físico e emocional): corresponde a um processo intuitivo e espontâneo;

2. Processo terapêutico: o terapeuta actua como um observador e contentor, tentando estar atento aos símbolos que surgem e procurar os temas subjacentes;

3. Encerramento verbal (pode ter a forma de um ritual): consiste em reflectir sobre o que foi realizado na sessão, promovendo uma consciência mais profunda, fazendo a conexão do movimento com a expressão verbal, ajudando a integração e facilitando o desenvolvimento, a mudança.

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É importante referir que Chace desenvolveu a “técnica do espelho”. Esta demonstrou ter grande utilidade para o alcance de muitos dos objectivos da DMT: promove o estabelecimento de uma relação empática, promove o diálogo do movimento e a interacção, cria um sentido de aceitação e confiança no indivíduo, permite ao terapeuta usar as suas palavras.

Já no final da sua carreira, Marian Chace participou de forma fundamental na fundação da American Dance Therapy Association e foi a sua primeira presidente em 1966.

Nos anos 70 e 80 surge uma nova era da DMT a par dos novos desenvolvimentos da psiquiatria e psicanálise e do contínuo refinamento do interesse em aspectos não-verbais da psicologia e da psicopatologia. Foi nesta altura que os terapeutas começaram a experimentar as capacidades psicoterapêuticas da dança e do movimento de forma a categorizar a DMT como psicoterapia.22; 23; 26

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16 DMT COMO PSICOTERAPIA CRIATIVA

Na psicoterapia, o processo criativo ocorre suportado na relação terapeuta/doente. Existe um espaço potencial de partilha entre ambos. (Winnicott, 1971)

A DMT organiza os seus ideais seguindo duas fontes importantes: 1. Psicoterapia;

2. Interesse nas alterações motoras dos doentes psiquiátricos.

Trabalha na integração da psique e do físico, tentando aprofundar o conhecimento na dimensão não-verbal da saúde mental e para tal, utiliza o potencial expressivo do movimento numa forma criativa de psicoterapia.

A Metáfora de Movimento: Ferramenta Fulcral na DMT

Metáfora é o emprego da palavra, fora do seu sentido normal, ou seja, num sentido figurado. É a aplicação de um nome ou termo descritivo a um objecto ao qual não é literalmente aplicável.

A metáfora e o simbolismo têm sido reconhecidos como veículos para a compreensão da modulação em psicoterapia (Hobson, 1985). Gorelick (1996) afirma que a própria metáfora é um agente específico de modulação que distingue as CAT’s (Creative Art Therapies) das outras formas de psicoterapia.6

A metáfora de movimento é um símbolo encapsulado numa postura ou num movimento.10 Esta existe numa dimensão criativa entre o terapeuta e o doente, mediada entre o domínio simbólico do subconsciente e o domínio do conhecimento consciente. (Ellis, 2001) Ou seja, entre os hemisférios direito (intuição, afecto) e esquerdo (lógica, linguística) do cérebro. (Cox et al. 1987) Desta forma, pode ser interpretada como uma forma de comunicação não-verbal que aumenta de forma considerável o insight sobre os padrões de comportamento, crenças, relacionamentos e estado emocional do paciente.

A metáfora, incluindo a metáfora de movimento aumenta assim, a qualidade da comunicação: 6; 24; 26; 27

1. Auxilia a memória, uma vez que medeia conexões associativas (Billow, 1977); 2. Pode reflectir padrões e papéis dos relacionamentos do paciente (Angus et al.

1989);

3. Pode afectar as experiências futuras e a relação com as passadas, pela criação de uma nova realidade e explora meios alternativos de comportamento, raciocínio e pensamento (Lakoff et al. 1980);

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4. Funciona como uma nova forma de expressar algo que não pode ser exprimido doutra forma ou que é demasiado difícil ou até doloroso para ser descrito literalmente (Sledge et al. 1977; Shuttleworth, 1985).

DMT e o Doente Psicótico

(De seguida, falarei de alguns aspectos mais específicos da acção da DMT nos doentes psicóticos, uma vez que estes representam uma grande parte dos doentes inseridos na terapia de reabilitação em ambulatório, incluindo o Hospital de Magalhães Lemos.)

Segundo o modelo ambiental, o desenvolvimento da psicose está relacionado com uma alteração muito precoce na relação pré-verbal mãe-filho.

Num processo de desenvolvimento normal, a criança vai descriminando o seu corpo do da sua mãe, desenvolvendo um sentido de separação e de individualização.

Segundo a literatura psicanalítica, são perceptíveis, em doentes psicóticos, dificuldades no seu crescimento por um ambiente impróprio ou até alterações constitucionais limitadoras. Assim, não desenvolvem um sentido seguro de si mesmos.

Winnicot (1960,1962) defende que os cuidados maternos, na manutenção das

necessidades físicas e emocionais, são imprescindíveis para o desenvolvimento óptimo de qualquer indivíduo.

A DMT consegue apoiar estes doentes, na medida em que explora a relação com o próprio e com os outros através de movimento e conecta memórias corporais passadas, conseguindo então, explorar experiências corporais primitivas:

“As nossas relações mais primitivas são estabelecidas apenas de um modo motor ou através de imagens. Quando as recolectamos, apenas conseguimos experienciá-las através de sensações corporais, movimentos e imagens.”

(Dosamantes-Alperson 1987)

Os seguidores de Freud, como Wilhem Reich (1945) colocam a hipótese de que estas memórias estão reprimidas sob a forma de tensão muscular e em determinados aspectos da personalidade. No doente psicótico é mesmo perceptível uma postura de defesa, rígida e com movimentos limitados. Evidenciam um perfil de movimento que revela uma má progressão desde muito cedo, desde fase oral:22;27

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1. Padrões espaciais confusos (falta de alerta e de noção da direcção no espaço); 2. Mínimo de esforço corporal (sem noção do próprio peso e do contacto com os

pés no chão);

3. Movimentos ou muito lentos ou muito rápidos (movimentos com muita tensão ou então descontrolados);

4. Segmentação (pausas numa frase de movimento contínuo);

5. Fragmentação (uma parte do corpo move-se em assincronia com outra); 6. Gestos e postura bizarros;

7. Deficiente capacidade de simbolização (percepcionam os movimentos literalmente).

Em geral, há uma restrição do reportório de movimento, falta de espontaneidade, dificuldade de relacionamento com os outros a nível de movimento, falta de sintonia, medo do toque físico e desconsideração dos limites corporais. O perfil de movimento reflecte uma continuidade de existência interrompida e inconsistente. Isto leva-nos a crer que o psicótico tem uma visão do seu corpo subdesenvolvido, instável e inseguro.

Qual a estrutura das sessões de DMT?

As sessões de DMT devem ter lugar num espaço amplo e que permita a privacidade dos participantes. O terapeuta deve estar acompanhado com um membro da equipa terapêutica (enfermeiro, por exemplo) para garantir a segurança da sessão.

O grupo deve ter entre 5 a 10 pacientes. Contudo, as primeiras sessões poderão ser abertas a mais elementos, uma vez que, habitualmente se verificam 30% de desistências. (Yalom 1983) É preferível um grupo constituído por indivíduos quer do sexo masculino quer do sexo feminino e com patologia psiquiátrica diversa e não-aguda. Contudo, a DMT também é possível em doentes agudos mas, de uma forma muito mais diferenciada, com tarefas corporais concretas e menos interpretativas. (Yalom, 1983)

Actualmente, a estrutura de cada sessão é a seguinte:

1. Check-in: Iniciação verbal ou não da sessão, “boas-vindas” para manter um nível relacional;

2. Aquecimento psicofísico: estabelecer confiança e reduzir ansiedades; 3. Transição: inicia-se o movimento expressivo, grupo versus individual; 4. Processo: confronto, auto-observação, repetição;

5. Encerramento: relaxamento, tempo para que cada um reflicta de forma livre, verbalizando ou não.

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19 CONCLUSÃO

Após análise e reflexão em DMT, concluo que se trata ainda de uma área recente, com uma curta história. São ainda necessários estudos específicos para melhor percebermos quais os efeitos da dança e qual o seu potencial terapêutico no ser humano.

Considero importante o estímulo para a educação e formação profissional nesta área, de forma a criar uma atmosfera adequada à investigação e experimentação em DMT.

A dimensão emocional do ser humano não é mensurável nem tratável com medidas meramente biofísicas.

Assim, não se pode negar a importância de uma abordagem criativa/”artística” no tratamento de qualquer patologia, particularmente na patologia psiquiátrica, já que a arte é uma forma organizada de comunicarmos esta dimensão não biológica inerente ao Homem.

Actualmente, em Portugal, apenas se realizam alguns workshops ou cursos intensivos de DMT pontuais. Já existiram cursos de especialização e mestrados em DMT, nomeadamente na Universidade Autónoma de Lisboa, tendo terminado o último em 2007.

(20)

20

REFERÊNCIAS Artigos:

1. Allison F (2008) Emotion, embodiment and mirror neurons in Dance/ Movement Therapy: A connection across disciplines. American Journal of Dance Therapy 30: 84-105.

2. Beaudry D (1997) Reconfiguring Identity. The Arts in Psychotherapy 24: 51-57. 3. Berrol C (2000) The Spectrum of Research Options in Dance/Movement Therapy. American Journal of Dance Therapy 22: 29-46.

4. Brown S, Lawrence P (2008) The Neuroscience of Dance. Scientific American 299: 78-83.

5. Chaiklin H (2000) Doing Case Study Research. American Journal of Dance Therapy 22: 47-59.

6. Ellis R (2001) Movement metaphor as mediator: a model for the dance/movement therapy process. The Arts in Psychotherapy 28: 181-190.

7. Holyoake D, Reyner C (2005) Moving body and mind: A nurse-led dance group for young people with mental illness. Paediatric Nursing 17: 36-39

8. Karkou V (1999) Who? Where? What? A brief description of DMT: Results from Nation-Wide study in Arts Therapies. e-motion: ADMT UK Quarterly 11: 5-9.

9. Karkou V, Sanderson P (2001) Dance movement therapy in the UK: a field emerging from dance education. European physical education review 7: 137-155. 10. Koch S, Brauninger I (2006) International Dance/Movement Therapy Research: Recent Findings and Perspectives. American Journal of Dance Therapy 28: 127-136. 11. Kylma J, Korhonen T (2006) Dance in mental health nursing: A hybrid concept analysis. Issues in Mental Health Nursing 27: 307-317.

12. Lagormarcino A, Reid D, Ivancic M, Faw G (1984) Journal of Applied Behavior Analysis 17: 71-84.

13. Maarit E (2004) A dance by mother and daughter. The Arts in Psycotherapy 31: 11-17.

14. Meier W (1997) The teacher and the therapist. e-motion: ADMT UK Quarterly 9: 8-10.

15. Morosini P-L, Magliano L, Brambilla L, Ugolini S, Pioli R (2000) Development, reliability and acceptability of a new version of the DSM-IV Social and Occupational Functioning Assessment Scale (SOFAS) to assess routine social funtioning. Acta Psychiatrica Scandinavica 101: 323-329.

16. Pratt R (2004) Art, dance and music therapy. Physical Medicine and Rehabilitation Clinics of North America 15: 827-841.

(21)

21

17. Reiner A (2006) Synchronicity and the capacity to think: a clinical exploration. Journal of Analytical Psychology 51: 553-573.

18. Rosseberg-Gempton I, Poole G (1992) The relationship between body movement and affect: from historical and current perspectives. The Arts in Psycotherapy 19: 39-46

19. Sharon W. (2010) The Creative Arts Therapies: Making health care whole. Minnesota Medicine 93: 46-49

20. Torre M (2008) Integrative Perspectives: The role of body movement in psycotherapy. Perspectives in Psychiatric Care 44: 127-130

Livros:

21. Chodorow J (1991) Dance Therapy and Depth Psychology. Routledge. 22. Jones K (1992) An introduction to dance movement therapy in psychiatry.

Tavistock/Routledge.

23. Levy F (1988) Dance/Movement Therapy. A Healing Art. Reston, VA: The American Alliance for Health, Physical Education, Recreation, and Dance. 24. Lewis P (1994) Theoretical Approaches in Dance-Movement Therapy. Vol 1.

Kendall/Hunt Pub. Co.

25. McLeod J (2001) Qualitative Research in Counselling and Psycotherapy. SAGE Publications.

26. Meekums B (2002) Dance Movement Therapy. SAGE Publications. 27. Payne H (1992) Dance Movement Therapy: theory and practice.

Tavistock/Routledge.

28. Payne H (1993) Handbook of inquiry in the arts therapies: one river, many currents. Jessica Kingsley Publishers. pp130-176.

(22)

22 TAREFAS

DESIGNAÇÃO DA TAREFA

A tarefa consistiu na criação de um atelier de Dançaterapia no Hospital de Magalhães Lemos.

RESULTADOS ESPERADOS

De acordo com a literatura (Estado da Arte), os resultados esperados foram um aumento da sensação de bem-estar físico e psicológico, aumento do auto-conhecimento, maior capacidade de comunicação e expressão pelo desenvolvimento de um meio não-verbal, melhor interacção e compreensão do relacionamento com o próprio e com os outros. Para além de tudo isto, esperou-se que o novo Atelier de Dançaterapia fosse também mais um espaço de socialização, inserido no conjunto das outras actividades já existentes no Serviço de Reabilitação do Hospital de Magalhães Lemos.

Por total colaboração do Orientador (Dr. José Queiroz), da direcção do hospital e equipa terapêutica, contou-se com o atingimento de todos os objectivos descritos anteriormente.

Contudo, pelas características dos utentes participantes e por referências da literatura, foi de prever utentes menos assíduos e algumas desistências, o que nos guiou numa avaliação qualitativa e observacional.

DESCRIÇÃO DA TAREFA

As sessões tiveram início a 13 de Janeiro de 2011e terminaram a 9 de Junho de 2011 (22 previstas; 19 realizadas). Realizaram-se uma vez por semana, às quintas-feiras entre as 14h30 e as 15h30 (60 minutos), na sala de ginásio do Serviço de Reabilitação do Hospital de Magalhães Lemos. Não se realizaram 3 sessões. A primeira por motivos de doença da terapeuta, a segunda por ausência da terapeuta motivada por formação no estrangeiro e a terceira por encerramento do hospital (ponte prévia à Páscoa).

Para além disto, efectuaram-se algumas sessões extra, que já estavam preconizadas, em parceria com o grupo de teatro, com a finalidade de apresentar um

(23)

23

trabalho no museu Soares dos Reis, Porto, com o tema “Descobrimentos”, no passado dia 12 de Março de 2011.

Foi necessária a selecção de um grupo de utentes inseridos no Serviço de Reabilitação: 10 utentes de sexo feminino e masculino; capacidade para ler e escrever, de forma a entender os meios de avaliação que foram preenchidos pelos mesmos; patologia psiquiátrica diversa e não aguda.

Eu e a equipa terapêutica elaboramos o consentimento informado para que os utentes tivessem conhecimento da avaliação que foi efectuada e da sua apresentação em tese de mestrado. Em anexo, estão as cópias dos consentimentos assinados pelos participantes. (anexo 9)

No final de cada de sessão foi elaborado um relatório/reflexão de cada sessão, com a descrição dos exercícios e atitudes e reacções dos utentes que considerei relevantes e determinantes para este projecto.

Foram construídos 3 questionários que pretenderam controlar a qualidade das sessões, o grau de satisfação dos utentes com as mesmas e quais os efeitos da DMT.

A equipa terapêutica preencheu a escala de Performance Social e Pessoal (PSP) e, com o meu auxílio, atribuiu um score de cada avaliação a cada utente.

Por duas vezes, foi preenchida pelos utentes uma escala de bem-estar psicológico geral. A primeira antes de começarem as sessões, ou seja, tendo em conta o mês precedente, e a segunda na última aula do mês de Maio. O score atribuído foi calculado e interpretado por mim.

(24)

24

ORÇAMENTO PREVISTO PARA A EXECUÇÃO DO PROJECTO

No desenvolvimento deste projecto não existiu conflito de interesses.

A disponibilização do espaço e do equipamento de som não tiveram qualquer custo monetário.

A minha actividade como terapeuta foi voluntária.

Para aplicação deste projecto no futuro, também não estão previstos custos, desde que o cargo de terapeuta seja voluntário. Se a situação não for esta, deverá ser consultada a tabela de preços praticada noutros países e adaptada para Portugal.

(25)

25

(26)

26

(27)

27

9

3

1

0

0

Muito satisfeito Satisfeito Indiferente Pouco satisfeito Nada satisfeito

1. Sente-se satisfeito com as aulas de dança?

1º Questionário: 17/02/2011

2. Sente que as aulas de dança têm alguma influência (má, boa ou as duas) para si?

3. Se respondeu “sim” à questão anterior, explique o porquê. * “Porque é cansativo.”

# “…há dança, música, interiorização, expressão auto-controlada.”

“É uma psicoterapia com muito dinamismo que nos provoca bem-estar e conforto.” “Sinto-me mais solto e mais feliz”

“…ajuda-me a sentir menos inibido.”

SIM

NÃO

13

0

BOA

12

#

1*

(28)

28

12

0

0

0

1

Muito clara Clara Pouco clara Nada clara Não respondeu

5

. Qual o grau de clareza da terapeuta na explicação dos exercícios

?

“Relaxam o corpo e a mente.”

“Sinto que tenho uma boa relação com a música e ajudam-me na alimentação.” “…corpo mais equilibrado a nível de forças.”

“Fazem-me sentir bem, tanto a nível físico como psíquico, dão-me calma e sossego. Enquanto estou a praticar dançaterapia esqueço-me da minha doença e problemas!” “Porque faz-me estar mais consciente do meu corpo e melhora-me a disposição.”

4. Na sua opinião, a música utilizada nas sessões tem sido adequada?

SIM

NÃO

12

(29)

29 "Gostei de todos." Exercícios de aquecimento e alongamento Exercícios de grupoα Coreografiasβ Figuras ou objectos Relaxamento

6. Na sua opinião o tom de voz da terapeuta é adequado?

7. Qual o exercício ou momento das sessões que mais gostou até agora? Porquê?

α

“Dá uma boa sensação de pertença.”

“Ordem unida”

“…libertamos um conjunto de energia e somos impulsionados por um

companheirismo grupal.”

β

"Porque proporcionam um maior trabalho de grupo e por consequência uma

maior coesão do citado grupo.”

SIM

NÃO

13

(30)

30

Nenhum IndividuaisΩ

O primeiro de todosµ Do pescoço@

8. Qual o exercício ou momento das sessões que menos gostou até

agora? Porquê?

Ω

”Obrigam a oferecer parte de nós. Porém são úteis porque nos mostram o

nosso bom interior.”

µ

“Por me sentir ainda muito tenso.”

@

” Porque é cansativo.”

9. Mudaria alguma coisa nas sessões de dança? O quê?

SIM

NÃO

3

10

“O espaço que é pequeno.” “Exercitar mais as coxas.” “A dança e a música.”

(31)

31

(32)

32

2º Questionário: 14/04/2011

1. Coloque um X em cada item, respondendo a se as sessões de Dançaterapia o ajudam, prejudicam ou são indiferentes em determinado aspecto e justifique.

α "Pelo reflexo dos outros em nós”

β “Pessoas que eu achava estranhas tornam-se mais afáveis.”

ajudam prejudicam indiferentes

prejudicam ou indiferentes ajudam ou indiferentes Comunicação 9 0 0 0 0 Confiança 9 0 0 0 0 Bem-estar físico 9 0 0 0 0 Controlo do próprio corpo e das suas

diferentes partes 9 0 0 0 0 Auto-conhecimento α9 0 0 0 0 Resolução de conflitos β9 0 0 0 0 Aprendizagem de novos conceitos 9 0 0 0 0 Expressão de emoções/sentimentos 8 0 1 0 0 Auto-estima £8 0 1 0 0

Relações com familiares

e/ou amigos 8 0 1 0 0 Relações sociais/interacção com os outros Ω8 0 1 0 0 Atenção 8 0 0 @1 0 Bem-estar emocional 8 0 0 0 1 Conhecimento do

próprio corpo e das suas

diferentes partes 8 0 0 0 1 Compreensão de emoções /sentimentos 7 0 2 0 0 Autonomia 7 0 2 0 0 Concentração 7 0 1 €1 0 Tarefas domésticas 6 0 3 0 0 Stress 6 0 2 1 0 Ansiedade µ6 0 1 1 1

(33)

33

3

0

2

Ajudam$ Prejudicam Não responderam

Se sim, sente que as sessões de Dançaterapia o/a ajudam ou prejudicam neste aspecto? Ω “Tem-se mais amigos.”

µ “Ajuda a controlar a ansiedade.” £ “Fica-se mais bonita.”

@ “Cansa um pouco.” € “Cansa um pouco.”

Um dos utentes decidiu realizar uma chaveta em todos os aspectos e redigir um texto com a justificação:

“Desde que comecei com a dançaterapia melhorei muito em todos os sentidos. Por exemplo, o meu corpo atingiu melhor flexibilidade, a minha auto-estima melhorou, o ouvido para a música melhorou, mesmo em relação aos sentimentos, sentido de grupo e complemento com a família…”

2. Costuma ter comportamentos agressivos ou impulso para tais?

$ “Porque ajudam ao auto-controlo.” “Dão alternativas à expressão.”

SIM

NÃO

5

(34)

34 4 0 1 Ajudam& Prejudicam Não responderam

Se sim, sente que as sessões de Dançaterapia o/a ajudam ou prejudicam neste aspecto? 3. Costuma ter alucinações (visões, vozes, etc.)?

& “Sentimos mais firmeza e não pensamos em deixar que algo de negativo entre em nós.”

“Porque ajudam a melhorar o humor.” “Faz-me esquecer o que me rodeia de mal.”

SIM

NÃO

5

(35)

35

6

2

0

0

0

1

Muito bem Bem Indiferente Mal Muito mal Não responderam

4

. Como se tem sentido durante as sessões de Dançaterapia?

5. Mudaria alguma coisa nas sessões de dança?

NÃO

9

(36)

36

(37)

37

6

1

0

0

0

Muito satisfeito Satisfeito Indiferente Pouco satisfeito Nada satisfeito

1. Sente-se satisfeito/a com as aulas de dança?

0

0

0

4

3

Prejudicam muito Prejudicam Indiferentes Ajudam Ajudam muito

2. Sente que as aulas de dança o/a ajudam ou prejudicam?

(38)

38

3. Diga em que aspectos é que as aulas de dança o ajudam ou prejudicam? “Ajudam-me a conviver, descontrair e a ter flexibilidade.”

“As aulas de dança diminuem bastante o meu stress.” “As aulas de dança diminuem o stress.”

“São desinibidoras, relaxam, diminuem o stress e aumentam a auto-confiança.” “As aulas de dança diminuem o stress, ajudam muito a relaxar.”

“As aulas de dança diminuem o meu stress e ajudam a compreender melhor a sociedade e as estratégias das coreografias.”

“Aumentam a minha boa disposição.”

4. Qual o exercício ou momento das sessões que mais gostou até agora? Porquê?

“Exercícios em que as pessoas se aproximam do centro e se tocam umas às outras. Porque gosto de sentir os outros.”

“Todos. Porque eu gosto muito de dançar e todos os exercícios se completam para o corpo não ficar lesionado.”

“De todos. Porque são muito relaxantes.”

“Todos. Porque no seu conjunto me ajudaram a destruir vários complexos.” “Relaxamento das mãos e pescoço.”

“Todos. Porque dispõe-me bem.”

“Os exercícios de descontracção iniciais e finais. Porque temos os músculos e tendões em posições viciosas e isso ajuda a normalizá-los.”

5. Qual o exercício ou momento das sessões que menos gostou até agora? Porquê?

“O inicial. Porque me cansa muito.” “Nenhum.” (3)

“A primeira parte. Por me sentir extremamente tenso.” “Gostei de todos. Tudo foi importante para mim.”

(39)

39 “Coreografias complexas. São difíceis de decorar.”

7. Sente que os seguintes exercícios o/a ajudam, prejudicam ou são indiferentes? Porquê?

Ω “Melhora a minha condição física.” “Porque faz bem à saúde.”

“Distensão” α “É divertido.” “Convívio.”

Prejudicam Ajudam Indiferente Não respondeu Aquecimento 0 5 Ω 1 1 Grupo 0 5 α 0 2 Pares 0 4 ¥ 1 £ 2 Coreografia 0 6 β 0 1 Improvisação 0 5 µ 0 2

2

0

0

1

0

2

1

1

Aquecimento Exercícios de grupo A pares Coreografia Improvisação Todos Exercícios de grupo e improvisação Aquecimento; a pares; improvisação

(40)

40 ¥ “Convívio”

£ “Às vezes gosto, outras não.”

β “ Surpresa.”

“Quando corre bem sinto-me bem.” “Ficamos unidos.”

µ “Sinto-me liberto.” “Liberdade.”

Um dos utentes decidiu realizar uma chaveta em todos os aspectos e redigir uma citação com a justificação:

“Porque servem para a interligação do grupo, como grupo enquanto corpo de dança.”

8. Considera a música importante nas aulas de dança? Porquê?

SIM

NÃO

7

0

Porque “Porque para mim a música é terapia.” “Sem música é difícil manter o ritmo.” “Ajuda a distrair.”

“Ajuda a descontrair.”

“Ajuda à criação de um ambiente mais descontraído e a uma maior

coordenação dos movimentos.” “Porque ajuda-nos muito.”

(41)

41

9. O que é gostaria de acrescentar ou mudar nas aulas de dança? “Nada.” (4)

“ Saber mais sobre coreografia.” “O espaço que é pequeno.” “O seu prolongamento no tempo.”

10. Gostaria que as aulas de dança continuassem? Porquê?

SIM

NÃO

6

0

Não respondeu

1

“O seu prolongamento no tempo.” “É uma boa terapia.”

“ É como uma fisioterapia mais leve. Não é tão cansativo como as aulas de ginástica e de natação.”

“Gostaria muito, porque me fazem bem à cabeça e me motivam para

emagrecer.”

“Porque é uma actividade que nos ajuda muito.”

(42)

42

(43)

43

Escala de performance pessoal e social

(Personal and Social Perfomance Scale – PSP)

Tabela 1: Os domínios funcionais da PSP

A Auto-cuidado (tomar a medicação, comer, lavar o corpo, dentes e

cabeça, cuidar da aparência externa e mudar de roupa)

B

Actividades sociais habituais (trabalho ou estudos, tarefas domésticas, programas de tratamento, trabalho de grupo ou

voluntariado, organizações religiosas, negócios familiares)

C Relações pessoais e sociais (casal, família, amigos; rede de suporte

social fora do tratamento)

D

Comportamentos perturbadores e agressivos (falar demasiado alto, insultar, discutir, ameaçar verbalmente; partir ou atirar objectos,

soquear, pontapear; ameaçar com auto ou heterolesões)

Tabela 2: Grau de dificuldade – domínios A a C

Disfunção ausente

Disfunção ligeira Apenas conhecida por alguém muito familiar.

Disfunção moderada

Dificuldades reconhecidas por qualquer pessoa mas, não interferindo substancialmente com a capacidade da

pessoa desempenhar o seu papel nas diferentes áreas (A, B ou C), de acordo com o contexto sócio-cultural, idade, sexo e nível de

educação.

Disfunção marcada

Dificuldades interferindo substancialmente com o papel da pessoa nas diferentes áreas.

Contudo, a pessoa continua capaz de fazer algo sem ajuda profissional ou social, embora

inadequadamente e/ou ocasionalmente; se ajudado por alguém, o indivíduo deverá ser

capaz de alcançar o nível anterior de funcionamento.

Disfunção grave

Dificuldades que tornam a pessoa incapaz de desempenhar qualquer papel em determinada área, sem ajuda profissional. Ou dificuldades que levam a um papel destrutivo nessa área.

No entanto, não corre risco de vida.

Disfunção muito grave Dificuldades que colocam em risco a vida do

(44)

44 Tabela 3: Grau de dificuldade – domínio D

NOTAS:

1. Baixar o score em 1 se as alterações tiverem acontecido 1-2 vezes durante o processo de aplicação da escala e se a equipa terapêutica acha improvável acontecer uma situação semelhante nos próximos 6 meses.

2. *Não ocasionalmente: 3 ou mais vezes durante a aplicação da escala.

Disfunção ausente

Disfunção ligeira Insolência moderada, anti-socialismo.

Disfunção moderada

Falar demasiado alto ou de forma muito familiar para os outros; comer de

maneira não aceitável socialmente.

Disfunção marcada

Insultar os outros em público, partir ou danificar objectos, agir em público de forma inapropriada mas, não perigosa, não ocasionalmente*. (Ex: despir-se ou

urinar em público)

Disfunção grave

Ameaças verbais e tentativas de agressão frequentes, sem intenção ou

existir possibilidade de lesões graves não ocasionalmente*.

Disfunção muito grave

Actos agressivos com frequência que causam, ou têm grande probabilidade,

(45)

45 Tabela 4: Score PSP

Intervalos de 10 pontos Descrição PSP

100-91

Funcionamento excelente em todos os domínios. O indivíduo é tido em grande consideração pelas suas boas qualidades, lida adequadamente com os problemas do quotidiano, está envolvido num grande leque

de interesses e actividades.

90-81

Bom funcionamento em todos os domínios. Presença de problemas ou dificuldades

comuns.

80-71 Dificuldades ligeiras em um ou mais domínios

de A a C.

70-61

Dificuldades moderadas, mas não marcadas, em um ou mais domínios de A a C ou

dificuldades ligeiras no domínio D.

60-51 Dificuldades marcadas em um domínio de A a

C ou dificuldades moderadas no domínio D.

50-41

Dificuldades marcadas em dois ou mais domínios de A a C ou dificuldades graves em

um domínio de A a C, com ou sem, dificuldades moderadas em D.

40-31

Dificuldades graves em um e marcadas em pelo menos um dos domínios de A a C ou

dificuldades marcadas em D.

30-21

Dificuldades graves em dois domínios de A a C ou graves em D, com ou sem afecção de A

a C.

20-11

Dificuldades graves em todas as áreas de A a D ou dificuldades muito graves em D, com ou sem afecção de A a C. Se o indivíduo reage a limitações externas, sugere-se um score de 20-16; se não reage, sugere-se um score de

15-11.

10-1

Falta de autonomia nas funções básicas com comportamentos extremos mas, sem correr risco de vida (score: 6-10); ou correndo risco

de vida (devido a malnutrição, desidratação, infecções, incapacidade de reconhecer ou manifestar situações de perigo (score: 5-1).

(46)

46

Tabela 5: Score PSP atribuído pela equipa terapêutica (enfermagem) aos utentes participantes e assíduos nas sessões de dançaterapia, tendo em conta os

períodos que se encontram na tabela.

α Dificuldades ligeiras nas actividades sociais habituais. β Dificuldades ligeiras nas actividades sociais habituais.

Ω Dificuldades ligeiras no domínio D (comportamentos perturbadores e agressivos), dificuldades marcadas nas actividades sociais habituais e graves nas relações pessoais e sociais.

µ Dificuldades moderadas no auto-cuidado, marcadas nas actividades sociais habituais e no domínio D e graves nas relações pessoais e sociais.

& Dificuldades marcadas nas actividades sociais habituais e nas relações pessoais e sociais.

Utente Dezembro/Janeiro Fevereiro/Março Março/Abril Maio

Joaquim Ramos α 80-71 80-71 90-81 90-81

Carlos Ferreirinha β 80-71 80-71 80-71 80-71

José Ribeiro Ω 50-41 50-41 50-41 50-41

Sónia Teixeira µ 40-31 40-31 40-31 40-31

Rui Fortuna & 40-31 50-41 50-41 50-41

João Teixeira $ 70-61 70-61 70-61 70-61

Carlos Ramos € 60-51 60-51 60-51 60-51

Rui Nascimento ¥ 50-41 50-41 50-41 50-41

Inês Edreira £ 40-31 70-61 70-61 70-61

Ana Paula Crista @ 60-51 70-61 70-61 70-61

Esmeraldina

(47)

47

$ Dificuldades moderadas nas actividades sociais habituais e ligeiras nas relações pessoais e sociais.

€ Dificuldades moderadas nas actividades sociais habituais e marcadas nas relações pessoais e sociais.

¥ Dificuldades marcadas nas actividades sociais habituais e nas relações pessoais e sociais.

£ Dificuldades ligeiras no domínio D e moderadas nas actividades sociais habituais e nas relações pessoais e sociais.

@ Dificuldades ligeiras nas relações pessoais e sociais e moderada nas actividades sociais habituais.

(48)

48

(49)

49

Escala de bem-estar psicológico geral -

Questionário

Psychological General Well-Being Index – PGWBI

“Como me senti no último mês?”

O questionário que se segue permite-nos inferir sobre como se

sentiu no último mês.

Este questionário é totalmente anónimo e por isso, não deve

recear responder o mais sinceramente possível.

Por favor não assine em nenhum local do questionário.

Escolha apenas uma opção em cada questão. Ou seja, coloque

uma cruz em apenas uma das 6 caixas em cada uma das

questões.

Muito obrigada pela sua colaboração,

Mara Andrade

(50)

50 1. Como se tem sentido em geral, no último mês?

Com um humor excelente ... 5 De muito bom humor ... 4 De bom humor na maioria das vezes ... 3 O meu humor varia de bom a mau muitas vezes ... 2 De mau humor na maioria das vezes ... 1 De muito mau humor ... 0

2. Com que frequência se sentiu preocupado ou incomodado por doença, dores ou outras desordens corporais no último mês?

Todos os dias ... 0 Quase todos os dias ... 1 Cerca de metade do mês... 2 Algumas vezes, mas menos do que metade do mês ... 3 Raramente ... 4 Nunca ... 5

3. Sentiu-se deprimido no último mês?

Sim, ao ponto de ter ideias suicidas ... 0 Sim, ao ponto de não querer saber de nada ... 1 Sim, muito deprimido na maioria dos dias ... 2 Sim, algo deprimido muitas vezes ... 3 Sim, ligeiramente deprimido de vez em quando ... 4 Não, nunca me senti deprimido ... 5

(51)

51

4. No último mês, tem tido controlo total dos seus comportamentos, pensamentos, emoções ou sentimentos?

Sim, totalmente ... 5 Sim, a maioria das vezes ... 4 Geralmente ... 3 Não muito ... 2 Não, e estou algo perturbado ... 1 Não, e estou muito perturbado ... 0

5. Tem-se sentido nervoso no último mês?

Extremamente, ao ponto de não conseguir trabalhar ou cuidar das coisas... 0 Muito ... 1 Moderadamente ... 2 Mais ou menos, ao ponto de me incomodar ... 3 Ligeiramente ... 4 Não ... 5

6. Sentiu-se com energia, animado e com vitalidade no último mês?

Sim, cheio de energia e muita animação ... 5 Com energia razoável na maior parte das vezes ... 4 O meu nível de energia variou um pouco ... 3 Geralmente pouco animado e com pouca energia ... 2 Muito pouco animado e com pouca energia na maioria das vezes ... 1 Sem qualquer energia ou ânimo. Senti-me esgotado ... 0

(52)

52

7. Senti-me desanimado e abatido no último mês.

Nunca ... 5 Poucas vezes ... 4 Algumas vezes ... 3 Grande parte do tempo ... 2 Na maioria das vezes ... 1 Todo o tempo ... 0

8. É geralmente tenso ou sentiu-se tenso durante o último mês?

Sim, extremamente tenso, na maior parte do tempo ... 0 Sim, muito tenso, na maior parte do tempo ... 1 Geralmente não sou tenso mas, senti-me tenso várias vezes ... 2 Senti uma tensão ligeira algumas vezes ... 3 Geralmente sou pouco tenso ... 4 Nunca me senti tenso ou qualquer tipo de tensão ... 5

9. Sentiu-se feliz e satisfeito com a sua vida pessoal no último mês?

Extremamente feliz. Não podia estar mais satisfeito ... 5 Muito feliz na maior parte do tempo ... 4 Geralmente satisfeito ... 3 Por vezes razoavelmente feliz e por outras razoavelmente infeliz ... 2 Geralmente infeliz e insatisfeito ... 1 Muito insatisfeito e infeliz na maior parte do tempo ... 0

(53)

53

10. No último mês, sentiu-se suficientemente saudável para lidar com as suas obrigações e para fazer aquilo que mais gosta?

Sim, definitivamente ... 5 Na maioria das vezes ... 4 Os meus problemas de saúde limitaram-me em algumas coisas importantes ... 3 Só estive suficientemente saudável para cuidar de mim próprio... 2 Necessitei da ajuda de alguém para cuidar de mim próprio ... 1 Necessitei da ajuda de alguém para a maioria das coisas que tive de fazer ... 0

11. No último mês, teve tantos problemas ou sentiu-se tão triste, desanimado e sem esperança ao ponto de colocar em questão se tudo valeu a pena?

Extremamente. Ao ponto de desistir de tudo ... 0 Muito ... 1 Moderadamente ... 2 O suficiente para me incomodar ... 3 Um pouco ... 4 Não, de maneira nenhuma ... 5

12. Acordei sentindo-me fresco e descansado durante o último mês?

Nunca ... 0 Poucas vezes ... 1 Algumas vezes ... 2 Uma boa parte do tempo ... 3 Muitas vezes ... 4 Sempre ... 5

(54)

54

13. Sentiu-se preocupado com a sua saúde no último mês?

Extremamente ... 0 Muito ... 1 Bastante ... 2 Alguma coisa mas, não muito ... 3 Praticamente nunca ... 4 Nunca ... 5

14. No último mês, teve alguma razão para pensar que perdeu a cabeça ou o controlo sobre o modo de agir, falar, pensar ou memória?

Não, de maneira nenhuma ... 5 Ligeiramente ... 4 Sim, mas não o suficiente para me preocupar ... 3 Sim, mas não me preocupa muito ... 2 Sim, sinto-me moderadamente preocupado ... 1 Sim, sinto-me muito preocupado ... 0

15. A minha vida foi preenchida por coisas interessantes no último mês.

Nunca ... 0 Poucas vezes ... 1 Algumas vezes ... 2 Uma boa parte do tempo ... 3 Muitas vezes ... 4 Sempre ... 5

Imagem

Tabela 1: Os domínios funcionais da PSP
Tabela 5: Score PSP atribuído pela equipa terapêutica (enfermagem) aos utentes  participantes e assíduos nas sessões de dançaterapia, tendo em conta os

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