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Descritores: trabalho noturno; ciclo circadiano; trabalho em turnos; enfermagem do trabalho

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Academic year: 2021

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Profa Marislei Brasileiro/CEEN

Alterações biopsicossociais relacionadas ao trabalho noturno Biopsychosocial change advice related to night work

Consejos cambios biopsicosociales relacionados con el trabajo nocturno

Santos Claudenir Pereira, Silva Luciana Maria2, Brasileiro Marislei Espíndula3. Alterações

biopsicossociais relacionadas ao trabalho noturno. Revista Eletrônica de Enfermagem do Centro de Estudos de Enfermagem e Nutrição [serial on-line] 2012 jan-jul 1(1) 1-15. Available from: <http://www.ceen.com.br/revistaeletronica>.

Resumo

Objetivo: Identificar e analisar as principais alterações biopsicossociais que acometem os trabalhadores noturnos, bem como comparar as necessidades e diferenças entre os trabalhadores do turno diurno e noturno, descrever estratégias para que tenha uma atenção específica para minimizar os riscos aos quais está exposto. Materiais e métodos: é um estudo do tipo bibliográfico, descritivo-exploratório, com análise integrativa sistematizada e qualitativa. Baseia-se em literaturas estruturadas, obtidas de livros e artigos científicos provenientes de bibliotecas convencionais e virtuais. Resultados: identificou-se que o trabalho noturno traz alterações biopsicossociais, interfere na qualidade do serviço prestado e predispõe a distúrbios gastrointestinais e de humor, fadiga excessiva, hipertensão arterial e tem afetado aspectos psicossociais, familiares e interpessoais. O trabalho noturno é uma realidade na sociedade atual, apesar de não ser um evento novo. Conclui-se que não há um esquema temporal ótimo que apresente vantagens que abrange o ponto de vista orgânico, psicológico ou social. Esse tipo de trabalho é mais aceito pelos incentivos financeiros assegurados por lei que o horário oferece.

Descritores: trabalho noturno; ciclo circadiano; trabalho em turnos; enfermagem do trabalho Summary

Objective: To identify and analyze the main changes that affect the biopsychosocial night workers, and to compare the needs and differences between shift workers and day and night to describe strategies that have a specific attention to minimize the risks to which it is exposed. Materials and methods: it is a bibliographical study of descriptive, exploratory, qualitative systematic and integrative analysis. It is based on structured literature obtained from books and scientific papers from conventional and virtual libraries. Results: we found that

1Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação em Enfermagem do Trabalho 13ª, do Centro de Estudos de

Enfermagem e Nutrição/Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

2 Enfermeiras, e-mail: dinhavi@hotmail.com, luenfasesilva@hotmail.com

3 Doutora – PUC-Go, Doutora em Ciências da Saúde – UFG, Mestre em Enfermagem, docente do CEEN, e-mail:

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night work behind biopsychosocial changes, interferes with the quality of service and predisposes to gastrointestinal disorders and mood, excessive fatigue, hypertension, and has affected psychosocial, family and interpersonal. Night work is a reality in today's society, although not a new event. We conclude that there is an optimal temporal scheme to provide benefits covering the organic point of view, psychological or social. This type of work is accepted by the financial incentives provided by law that gives the time.

Keywords: night shift work, circadian rhythm, shift work, nursing work Resumen

Objetivo: Identificar y analizar los principales cambios que afectan a los trabajadores nocturnos biopsicosociales, y comparar las necesidades y las diferencias entre los trabajadores por turnos y el día y la noche para describir las estrategias que tienen una especial atención a minimizar los riesgos a los que está expuesto. Materiales y métodos: se trata de un estudio bibliográfico de la descriptiva, el análisis exploratorio, cualitativo, sistemática e integradora. Se basa en la literatura estructurada obtener de los libros y artículos científicos de las bibliotecas convencionales y virtuales. Resultados: se encontró que el trabajo nocturno detrás de los cambios biopsicosociales, interfiere con la calidad del servicio y predispone a los trastornos gastrointestinales y del estado de ánimo, fatiga excesiva, hipertensión arterial, y ha afectado a la familia psicosocial e interpersonal. El trabajo nocturno es una realidad en la sociedad actual, aunque no es un nuevo evento. Llegamos a la conclusión de que hay un esquema óptimo temporal para proporcionar los beneficios que cubren el punto de vista orgánico, psicológico o social. Este tipo de trabajo es aceptado por los incentivos financieros ofrecidos por la ley que da el tiempo.

Palabras clave: trabajo en turnos de noche, el ritmo circadiano, el trabajo por turnos, el trabajo de enfermería

1 Introdução

O interesse em alterações biopsicossociais relacionadas ao trabalho noturno veio por meio da observação dos riscos de doenças e alterações na vida social, familiar e na qualidade do trabalho prestado a que esses trabalhadores são expostos pela sua jornada de trabalho.

A necessidade da utilização de períodos noturnos como horário de trabalho surgiu após a organização da sociedade, mas se tornou mais evidente após a Revolução Industrial que, juntamente com o desenvolvimento da luz artificial, facilitou o aproveitamento desse período para tal finalidade. Além disso, outro fator que proporcionou o desenvolvimento deste horário foi a crescente necessidade de atender a demanda por produtos industrializados1.

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Segundo recenseamento realizado no ano 2000, no Brasil há cerca de 64 milhões de pessoas ocupadas em vários tipos de trabalho. E dessa população quase metade trabalha mais que as 44 horas semanais previstas na Constituição Brasileira, para isso é bastante razoável que, pelo menos para parte desses trabalhadores, o trabalho seja exercido além do horário diurno. Infelizmente, não há dados oficiais sobre o tamanho da população que trabalham em horários não usuais2.

Em 1994, levantamento da Fundação SEADE na área metropolitana de São Paulo caracterizou como trabalhador em turnos ou noturno 8,6% da população. Valendo-se desses dados, estima-se haver cerca de 10% da população brasileira ativa que trabalha em turnos ou a noite2.

O regime de turnos ininterruptos de revezamento, cuja jornada foi reduzida a seis horas pela Constituição de 1988, caracteriza-se por três fatores: a) atividade empresarial ininterrupta; b) distribuição dos horários de trabalho em turnos para cobrir todo o período de atividade da empresa; c) sistema de revezamento das equipes de trabalho, com alternância, para cada empregado, de jornadas diurnas e noturnas3.

A busca incessante de conforto material levou à criação da sociedade 24 horas. O conforto e lucratividade trazidos pelo progresso tecnológico da sociedade 24 horas têm contrapartidas negativas sobre os trabalhadores. A vida natural, praticada por milênios, desenvolveu nas pessoas ciclos biorrítmicos naturais, um dos quais é o ciclo circadiano. O trabalho em turnos contraria este ciclo gerando consequências negativas4.

Nesse contexto, o enfermeiro, principalmente o enfermeiro do trabalho, deve atuar por meio da prestação de assistência que garanta a promoção, prevenção e recuperação da saúde do trabalhador ao executar atividades de identificação e redução de riscos à saúde sobre esse tipo trabalhador que tem o seu ritmo biológico alterado em decorrência da necessidade de trabalhar.

Portanto, a identificação de formas para que esse trabalhador noturno tenha a sua saúde preservada da melhor maneira possível poderá ser útil para os enfermeiros do trabalho. A partir do momento em que se conhece as doenças ocupacionais mais comuns à essa categoria, cria-se a possibilidade de desenvolver estratégias e programas que atendam essa demanda de forma específica.

2 Objetivos

Identificar e analisar as principais alterações biopsicossociais que acometem os trabalhadores noturnos e descrever estratégias para que estes tenham uma atenção específica para minimizar os riscos aos quais estão expostos.

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3 Materiais e Métodos

O estudo bibliográfico, descritivo-exploratório, com análise integrativa sistematizada e qualitativa, baseia-se em literaturas estruturadas, obtidas de livros e artigos científicos provenientes de bibliotecas convencionais e virtuais. O estudo descritivo-exploratório visa à aproximação e familiaridade com o fenômeno-objeto da pesquisa, descrição de suas características, criação de hipóteses e apontamentos, e estabelecimento de relações entre as variáveis estudadas no fenômeno.

Após a definição do tema foi feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde, especificamente na Biblioteca Virtual de Saúde - Bireme. Foram utilizados os descritores: trabalho noturno, trabalho em turnos, enfermagem do trabalho e doenças ocupacionais. O passo seguinte foi uma leitura exploratória das publicações apresentadas no Sistema Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde - LILACS, National Library of Medicine – MEDLINE e Bancos de Dados em Enfermagem – BDENF, Scientific Electronic Library online – Scielo, banco de teses USP, no período de 1995 a 2011.

Realizada a leitura exploratória e seleção do material, principiou a leitura analítica, que tem o intuito de observar as idéias comuns entre os autores. Em seguida foi feita a leitura interpretativa que segundo Severino, tem o objetivo explicitar os pressupostos filosóficos do autor que justifiquem suas posturas teóricas e exercer uma atitude crítica diante das posições do autor em termos de coerência, originalidade, profundidade de análise ao tema, relacionando as idéias e organizando-as em ordem cronológica.

A seguir, os dados apresentados foram submetidos a análise de conteúdo. Posteriormente, os resultados foram discutidos com o suporte de outros estudos provenientes de revistas científicas e livros, para a construção do relatório final e publicação do trabalho no formato Vancouver.

4 Resultados e Discussão

Pesquisar a respeito das alterações biopsicossociais relacionadas ao trabalho noturno não é uma prática simples. Tendo em vista que a maioria dos artigos publicados que fazem referencia ao trabalho noturno o associa ao trabalho dos profissionais de saúde, em especial a equipe de enfermagem. Porém, o presente estudo lança um olhar não só para essa categoria de profissionais, sabemos que atualmente são muitos profissionais de áreas distintas têm em seu cotidiano o trabalho noturno, com todas as suas conseqüências.

Nos últimos quatorze anos ao se buscar as Bases de Dados Virtuais em Saúde, tais como a LILACS, MEDLINE e SCIELO, utilizando-se as palavras-chave: trabalho noturno; ciclo circadiano; trabalho em turnos; enfermagem do trabalho, encontrou-se vinte e um artigos

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publicados entre 1998 e 2011. Foram excluídos seis, sendo, portanto, incluídos neste estudo quinze publicações. Após a leitura exploratória dos mesmos, foi possível identificar a visão de diversos autores a respeito das alterações biopsicossociais relacionadas ao trabalho noturno.

4.1 O trabalho noturno provoca alterações biológicas no organismo do profissional O homem desenvolveu e organizou sua rotina de acordo com as condições ambientais (dia e noite), com a evolução da luz artificial iniciou-se uma nova visão de trabalho e o advento da industrialização e globalização perpetuou a necessidade da disponibilidade de serviços ininterruptos.

Atualmente não é possível desenvolver seus serviços seguindo unicamente o ritmo da dualidade dia e noite. A idéia de trabalhar de dia e dormir a noite vêm sofrendo transformações significativas e o organismo humano sente essas alterações. Dos quinze artigos selecionados dez afirmam os malefícios que o trabalho noturno oferece ao profissional.

O trabalho noturno tem sido apontado como uma contínua e múltipla fonte de problemas de saúde, tais como: distúrbios do ritmo biológico, má postura, e sobrecarga músculo-esquelético; doenças mentais; e exacerbação de sintomas preexistentes. Alude-se ao trabalho noturno a possibilidade de causar insônia, ansiedade e irritabilidade, mudanças no estado emocional, distúrbios gastrointestinais, constipação e problemas cardíacos5.

Estudos revelam que a inversão da noite pelo dia traz como consequências a insônia, irritabilidade, sonolência de dia, sensação de “ressaca” e mau funcionamento do aparelho digestivo, que levam a longo prazo a doenças relacionadas ao sistema gastrointestinal e nervoso6. Essa inversão nos turnos de trabalho além de afetar o ciclo sono-vigília, altera não

apenas o ciclo circadiano das variáveis cardiovasculares no repouso e na recuperação do esforço, como também traz prejuízos a capacidade funcional, podendo comprometer o desempenho das atividades ocupacionais7.

A partir de estudos anteriores realizados acerca do trabalho noturno, verificou-se uma série de alterações no ritmo biológico do trabalhador (ciclo circadiano: temperatura corporal; nível de glicose no sangue; grau de fadiga; adaptação ao trabalho; rendimento; duração do sono; grau de retenção da informação). As conseqüências diretas foram: fadiga; desadaptação à atividade; baixo rendimento; baixa capacidade de conciliar o sono normal; maior índice de erros detectados; desequilíbrio nutricional; limite reduzido de responsabilidade; aumento ou aparecimento de patologia de natureza somática; estresse8.

Outro autor em seus relatos menciona que uma noite de privação sono, fatalmente acarretaria sintomas como insônia e sonolência excessiva durante o dia. Além destes sintomas o trabalhador em turno apresenta maior risco para enfermidades cardiovasculares,

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gastrintestinais dentre outras. O enfermeiro (por exemplo) que trabalha à noite dorme no período da manhã. Sendo este sono caracterizado por perturbações tanto na sua estrutura interna, quanto na sua duração, que é menor que o noturno e é denominado, também de polifásico, porque tem períodos fracionados de sono. No caso do trabalhador noturno, ocorre uma inversão, porque o sono começa de manhã, período em que há maior porcentagem de sono paradoxal, ocorrendo uma dissociação dos princípios de funcionamento do sono paradoxal e de ondas lentas entre os ritmos biológicos e o novo sincronizador ambiental3.

O trabalho em turno de revezamento rompe com a relação harmônica entre o relógio biológico interno e o meio ambiente9. Normalmente, os indivíduos que trabalham em horários

convencionais (comercial) costumam realizar três refeições ao dia, sendo compostas pelo café da manhã, realizado logo após o despertar e antes do trabalho; almoço, no meio do período/horário de trabalho; e jantar, no início da noite, após o período de trabalho. No entanto, naqueles indivíduos que trabalham à noite (aproximadamente entre 21:00h e 06:00h), este padrão é completamente modificado em decorrência do período de trabalho10.

A tentativa de regular o ciclo sono/vigília pode levar ao uso abusivo de álcool, hipnóticos, sedativos e estimulantes, o que pode exacerbar o transtorno. Sintomas depressivos

e transtornos do humor são co-morbidades freqüentemente associadas1. A idade favorece uma

intolerância progressiva, pois geralmente estão associadas à instabilidade de ritmos circadianos, distúrbios de sono, depressão e um declínio na capacidade física e na saúde. Assim, a idade é fator de risco adicional para o desenvolvimento de problemas de saúde e do denominado “envelhecimento funcional precoce” que pode atingir os trabalhadores em turnos ainda em idade produtiva2.

O trabalho em turnos, especialmente o trabalho noturno está associado a alguns distúrbios característicos, entre eles: fadiga crônica, alteração do padrão do sono e alteração no funcionamento intestinal. O trabalho em turnos é um fator de risco para o início de diabetes e existe diferente risco de acordo com os diferentes turnos de trabalho, em especial a alternância de turnos é um fator independente de risco para o desenvolvimento de diabetes mellitus11.

Portanto a fadiga, como conseqüência de carga de trabalho desenvolvida, está relacionada aos efeitos negativos à saúde, já associados às longas jornadas de trabalho, tais como acidentes e ferimentos, distúrbios músculos-esqueléticos, problemas psicológicos, estilos de vida não saudáveis, assim como o maior risco de hipertensão e de doenças cardiovasculares. Esses elementos evocados pelas informantes apontam para a possibilidade do excesso de trabalho atuar diretamente como um agente estressor, considerado fator que pode aumentar a exposição a riscos ocupacionais, além de favorecer a ocorrência dos

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O trabalho em turnos altera os períodos de sono e vigília, transgredindo as regras do funcionamento fisiológico humano. Além disso, também desencadeiam as sensações de mal estar fadiga, flutuações no humor, reduções no desempenho devido ao déficit de atenção e concentração e pode ainda, provocar distúrbios gastrointestinais, cardiovasculares entre outros.

De acordo com os autores citados a inversão do ciclo circadiano traz várias conseqüências negativas que vão desde uma alteração de humor até problemas no sistema nervoso passando inclusive por depressão. Diante disso, é fato que o trabalho noturno realmente causa alterações biológicas no organismo do profissional. Esses indivíduos têm alterado o seu horário de sono, de refeições, de convívio familiar, esse tipo de trabalho é fator de risco também para envelhecimento precoce.

Conclui-se que as organizações de trabalho devem repensar as jornadas noturnas, seja pela fragmentação em jornadas de 6 horas ou por plantões distantes uns dos outros.

4.2 O trabalho noturno é fator de risco para um baixo desempenho laboral

Dos quinze artigos, oito estão em consenso quanto a que o trabalho noturno é fator de risco para um baixo desempenho laboral. Os autores abaixo citados concordam principalmente devido à alteração do ritmo biológico do trabalhador, tendência reforçada pelo fato de alguns acidentes de grande relevância ter ocorrido durante a madrugada, sejam eles com veículos ou devido a leitura errônea de painéis. Isso é possível verificar nas falas dos autores abaixo:

O padrão de sono habitual noturno é monofásico, e a eficiência do desempenho pode, muitas vezes, ficar seriamente comprometida quando há um débito de sono. Segundo pesquisa quanto aos distúrbios neurológicos, como por exemplo: dificuldade de raciocínio obteve-se um decréscimo na atenção e memória de enfermeiros que trabalhavam no turno noturno quando se aplicou testes específicos para estes achados3.

A inversão nos turnos de trabalho além de afetar o ciclo sono-vigília, altera não apenas o ciclo circadiano das variáveis cardiovasculares no repouso e na recuperação do esforço, como também traz prejuízos à capacidade funcional, podendo comprometer o desempenho das atividades ocupacionais7.

Estudos revelam que mesmo tarefas rotineiras é mais difícil à noite, pois o tempo de reação diminui e a capacidade de julgamento é reduzida. Tendo vários trabalhos demonstrados seus piores índices: menor velocidade na resposta a painéis de controle, maior freqüência de erro de leitura de medidas, maior freqüência de cochilos ao dirigir, menor velocidade ao enroscar peças, maior freqüência de não percepção de sinais de avisos por maquinistas de trem, maior freqüência de pequenos acidentes hospitalares4.

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Uma das análises mais divulgadas na literatura sobre erros/acidentes relacionados ao trabalho em turnos foi publicada originalmente por Folkard e Monk (1979). Provavelmente, isso ocorreria em razão do pior desempenho durante o período noturno, que estaria associado à queda ou diminuição na expressão comportamental de alguns ritmos biológicos, com especial ênfase ao da temperatura corporal. Esse ritmo apresenta valores mais baixos durante a noite, concomitante ao aumento da sonolência e conseqüente queda de rendimento de algumas funções cognitivas2.

Os aspectos associados ao trabalho em turnos e a segurança individual e pública são motivo constante de preocupação, pois existem limitações causadas pelo horário impróprio de atuação, que podem levar a graves incidentes e acidentes do trabalho (Akerstedt; Horne, 1995). Além dos numerosos acidentes causados pela sonolência excessiva de motoristas que adormecem na direção de veículos (Administração Nacional de Segurança nas Rodovias, 1999), já ocorreram grandes acidentes na indústria, como os que provocaram vazamento de material radioativo de usinas nucleares (Three Mile Island nos Estados Unidos em 1979; e Chernobyl na Ucrânia em 1986) e as explosões em indústria química com vazamento de produtos tóxicos (Bophal na Índia em 1984) que ocorreram de madrugada. No entanto, além do trabalho noturno, as causas apontaram outros fatores desencadeantes, como a falta de manutenção, procedimentos inseguros, e má comunicação entre os membros das equipes que trabalhavam naqueles locais2.

Pesquisa afirma que a falta de repouso leva a riscos, decorrentes da privação de sono que vão desde a irritação, ansiedade, insegurança, depressão, dificuldade de concentração e redução da capacidade crítica, daí a exposição maior ao erro8.

Constata-se, da mesma maneira, que a privação do sono é forma de estresse com consequente redução no desempenho no trabalho, que favorece acidentes e incidentes. Ela está também associada à diminuição do desempenho psicomotor, alterações do humor, das funções autonômicas e do sistema imunológico9.

Evidências derivadas de estudos de laboratório, em condições controladas e por manipulações do ciclo sono-vigília, demonstram ser o desempenho fortemente afetado por fenômenos cíclicos. Os organismos vivos não são máquinas que, uma vez ligadas, funcionam ininterruptamente, com oscilações desprezíveis. As oscilações físicas e mentais no ser humano são de magnitude relevante e de alto risco. Acidentes com mortes representam a face mais sombria da queda de desempenho associada aos ritmos circadianos. Os ciclos envolvendo o sono e os processos que o controlam sofrem perturbações de interesse clínico1.

Outra pesquisa sobre o profissional motorista defende que é preciso que todos estejam conscientizados do trabalho extremamente penoso desenvolvido na direção veicular. Empresários e motoristas conscientes da missão e dos riscos do trabalho que desenvolvem

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deverão atuar de maneira preventiva com o objetivo de melhorar a qualidade do trabalho e reduzir acidentes. Já que 93% dos acidentes na área de transporte são causados por falha humana; a fadiga e o sono correspondem a 60%13.

Percebe-se nos estudos e argumentos acima que o trabalho noturno tem influência direta com a qualidade do serviço prestado. As alterações biológicas sofridas pelo organismo de quem trabalha à noite afeta diretamente a capacidade de concentração e reação expondo esse trabalhador a um risco maior de erro.

Conclui-se que o trabalho noturno compromete a qualidade do serviço sendo um fator de risco para um baixo desempenho laboral, devendo, por isso ser evitado ou duplamente remunerado, para evitar que o trabalhador faça novo turno durante o dia.

4.3 O trabalho noturno influencia negativamente na vida social do trabalhador

Dos quinze artigos, três concordam que a qualidade da vida social do trabalhador noturno é influenciada pelo horário laboral. Devido ao horário de trabalho, o trabalhador noturno fica na contramão da rotina seguida pela comunidade. Isso fica claro nas falas dos autores abaixo:

Os problemas sociais vividos pelos que trabalham em turnos, particularmente à noite, relacionam-se a um cotidiano essencialmente diferente do restante da comunidade como a distribuição temporal de suas atividades. Dependendo do esquema de turnos, podem enfrentar dificuldades de convivência com familiares e amigos, além da relativa impossibilidade de participar de cursos ou outros compromissos regulares, caminhando para o isolamento social. Diversos aspectos da vida sócio-familiar podem facilitar ou dificultar seu dia-a-dia, atuando, portanto, como fatores importantes no processo de tolerância ao regime de trabalho. Nesse contexto, cabe ressaltar os papéis sociais assumidos pelos trabalhadores, seja em casa, como cônjuge, pai/mãe, filho/a ou parente, seja fora do ambiente familiar, onde assumem papéis em relação aos amigos, clubes e atividades religiosas, entre outras. Enfim, há toda uma rede de sociabilidade cujas características tanto podem sobrecarregar o trabalhador, como, ao contrário, levá-lo a lidar melhor com o trabalho em turnos2.

As refeições com a família, os estabelecimentos comerciais e o nível de ruídos seguem os horários “normais” da sociedade, contribuindo para prejudicar o sono diurno. Nesse sentido o trabalho à noite está associado a um cotidiano essencialmente diferente do adotado pela comunidade em geral, no que concerne aos ritmos sociais e biológicos. No âmbito familiar, esse desencontro afeta o relacionamento com o cônjuge, remetendo-nos a estudos sociológicos que revelam efeitos danosos do trabalho em turnos sobre o tempo e a qualidade6.

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Segundo pesquisa feita com enfermeiras em 2010 obteve-se que quando indagadas sobre a interferência do trabalho noturno na vida familiar e social, a maioria relatou que há interferência, principalmente na vida familiar, onde a relação com os parentes próximos, filhos e marido fica prejudicada. Houve relatos de separação conjugal relacionada ao fato de se trabalhar no período noturno. Passagens de datas comemorativas importantes como aniversários, dia dos pais, dia das mães, Natal, Ano Novo, foram comemorados longe da família, causando o afastamento dos amigos e familiares, além de comprometer o lazer. Portanto a vida social e familiar desse trabalhador também se altera, diminuindo o tempo de interação com seus familiares, aumentando a probabilidade de conflitos entre os membros da família14.

Percebe-se pelas falas acima que a vida social do trabalhador noturno é influenciada pelo horário laboral. Toda a família é envolvida nesse aspecto. Isso porque enquanto o trabalhador dorme durante o dia a família desenvolve suas atividades normais, porém, há a preocupação com o nível de barulho, influenciando no desenrolar das atividades domesticas, bem como a rotina das crianças. Nesse caso, a família como um todo tende a adaptar-se à necessidade de descanso do trabalhador.

Conclui-se o trabalho noturno influência negativamente na vida social do trabalhador, sendo também um fator de risco para o isolamento, pela impossibilidade de participar de eventos sociais e familiares e encontro com amigos.

4.4 Há vantagens no trabalho noturno?

Dos quinze artigos, três estão em consenso que vários fatores podem influenciar na escolha pelo trabalho noturno. Profissionais vêem nesse horário forma de conciliar e realizar projetos de vida, e uma forma de melhoria no padrão de vida próprio, profissional e de sua família. É possível identificar isso nas falas dos autores abaixo:

Segundo pesquisa feita com enfermeiras em um hospital na cidade de Salvador, Bahia, as trabalhadoras vêem o trabalho noturno como necessidade financeira. Categoria definidas pelas expressões dupla-jornada e sobrecarga, refletindo o interesse das mesmas, sujeitos deste estudo pela escolha do trabalho noturno, considerando o acréscimo da remuneração de, pelo menos, 20% da hora noturna sobre a hora diurna, e a possibilidade de combinar dupla jornada de trabalho, uma vez que a política econômica da área de saúde, cujos salários são insuficientes para o sustento da família, as leva a procurar outras fontes de renda. Este fato contribui para a busca de outro vínculo de trabalho. Assim é que, no cotidiano do trabalho em hospitais, é grande a procura das profissionais de enfermagem pelo trabalho noturno, e/ou pela necessidade de conciliar atividades de ensino, vida pessoal e outros empregos12.

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Em outro estudo, realizado no ano anterior, os pesquisadores observaram que 80,95% dos profissionais de enfermagem entrevistado (horário noturno) apresentavam queixas psicossocioemocionais e 85,71% não gostariam de trocar de turno, por uma questão salarial, por questões familiares ou pela necessidade de manter-se em outro emprego5.

Dentre as vantagens do trabalho noturno pode-se citar além dos adicionais salariais, a possibilidade de se obter agenda mais favorável para cuidar da família ou de projetos pessoais como estudar, o trabalho com menor supervisão, o uso de trajes mais confortáveis e menos formais, a possibilidade de freqüentar estabelecimentos comerciais, esportivos, artísticos, etc, em horários de menor movimento e o espírito de grupo que desenvolve-se em certos casos4.

De acordo com as falas acima, é possível observar o “porque” de alguns profissionais preferirem o trabalho noturno. É fato que o importante para esses profissionais não está no desenvolvimento do serviço e sim na gratificação monetária que recebem, sendo possível identificar a necessidade de salários melhores, para que esses profissionais possam manter-se em um trabalho que seja suficiente para suprir as suas necessidades e de sua família.

4.5 Intervenções para minimizar os danos causados pelo trabalho noturno

Dos artigos selecionados somente dois abordam intervenções a serem feitas que visem a minimizar os danos causados pelo trabalho noturno, conforme é possível verificar na falas dos autores abaixo:

Uma das recomendações nessa área refere-se à minimização dos turnos fixos noturno. Caso isso não seja viável, sugere-se que a seqüência de noites trabalhadas seja a menor possível – de duas a quatro noites consecutivas. O número de noites de trabalho está diretamente relacionado à velocidade de rotação dos turnos, ou seja, o número de dias em que o indivíduo trabalha em determinado horário. Há certa concordância entre os autores quanto à preferência por turnos de rotação rápida. Levando em conta que os turnos de rotação rápida causam menos mudanças nos ritmos circadianos, provocam menor débito de sono e favorecem os contatos sociais dos trabalhadores, eles devem ser incentivados em detrimento dos

esquemas de rotação lenta, como os que “rodam” a cada semana, por exemplo2.

Os turnos que rodam no sentido horário, nos quais o indivíduo trabalha na seqüência manhã-tarde-oite, são os mais adequados do ponto de vista dos ritmos biológicos do que os turnos que adotam sentido anti-horário, em virtude da tendência natural do sistema circadiano humano de adaptar-se mais facilmente ao atraso de fase do que o seu avanço2.

Os técnicos especialistas em Higiene e Segurança do Trabalho são unânimes em colocar que o importante não é gratificar o trabalhador com o adicional de insalubridade ou de periculosidade, mas sim tornar o trabalhador e o ambiente absolutamente saudáveis8.

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Outra pesquisa demonstra que para o profissional motorista o intervalo entre uma jornada e outra deve ser de 18 horas, reservadas para o lazer, atividade social e dormir. Muitas vezes os motoristas fazem duas jornadas por dia, um no horário de pico da manhã (das 4 horas às 12 horas) e outra à tarde (das 16 horas às 22horas), o que é totalmente condenado13.

Em virtude da ocorrência de agravos à saúde dos profissionais do período noturno, também se faz necessário e importante o desenvolvimento de projeto e implementação de ações voltadas à promoção e prevenção da saúde desta população, bem como minimizar os agravos já existentes. Poder-se-ia, por exemplo, garantir horários de descanso com o oferecimento de locais confortáveis, com boa ventilação/refrigeração, lanches nutritivos, ambientes silenciosos, cama confortáveis. A manutenção de escalas noturnas completas, com trabalhadores que possam suprir as eventuais faltas, poderia diminuir os freqüentes aumentos da carga de trabalho noturno, principalmente a carga fisiológica, responsável pelos adoecimentos próprios da fadiga crônica15.

Observa-se diante as falas citadas que empresários devem investir em um ambiente mais acolhedor para o descanso desses profissionais durante a jornada de trabalho, quando possível, e principalmente garantir o período de descanso dos mesmos entre uma jornada e outra, evitando o excesso de trabalho e conciliar os horários noturno visando melhor desempenho do trabalhador.

5 Considerações finais

O objetivo deste estudo foi identificar e analisar as principais alterações biopsicossociais que acometem os trabalhadores noturnos e descrever estratégias para que o trabalhador noturno tenha uma atenção específica para minimizar os riscos aos quais está exposto.

Após a análise dos estudos foi possível identificar a realidade que o trabalho noturno provoca alterações biológicas no organismo do profissional, isto se dá devido às alterações que o corpo é exposto pelo horário de trabalho.

As alterações a que o trabalhador é exposto influencia diretamente em seu organismo. Pois, o mesmo é obrigado e manter um ritmo de alerta diferente do seu ciclo circadiano e isso leva a vários problemas, afetando a saúde física, mental e social do trabalhador. Sendo comprovado alterações em seu sistema gastrointestinal, problemas com memória, irritabilidade, fadiga, entre outros. Todos esses problemas culminam com a possibilidade de ter a qualidade de serviço prejudicada. Uma vez que, esses problemas e com o agravante do sono, esses trabalhadores ficam mais sujeitos a erros, influenciando na qualidade de serviço prestado.

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A vida social e familiar é extremamente afetada. Sendo obrigada a mudar sua rotina para manter um ambiente mais calmo e propicio ao descanso do trabalhador, que muitas vezes não pode acompanhar as comemorações de conquistas da família e amigos, sendo de certa forma excluído de eventos sociais devido ao horário de trabalho.

Tendo em vista esses pontos, vale lembrar que a vantagem que se tem com o incentivo financeiro por trabalhar à noite é pouco diante do tamanho dos problemas que esse trabalhador pode desenvolver.

Este estudo possibilitou uma reflexão quanto aos transtornos que o trabalho noturno tem sobre a vida não só profissional como pessoal desse trabalhador.

Percebe-se então a necessidade de pesquisas visando um esquema menos danoso ao trabalhador noturno, uma vez que, seja indispensável esse tipo de trabalho. Na literatura há poucas pesquisas visando uma melhor adaptação do trabalhador ao regime noturno, sendo necessária a busca por um equilíbrio que atenda o empresário, porém, sem lesar o trabalhador. E políticas que assegurem a esses trabalhadores todo tipo de acompanhamento médico, psicológico e nutricional para o trabalhador que desenvolve suas atividades laborais à noite.

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Referências

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