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MICHELE REGINA NADALIN

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Academic year: 2021

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MICHELE REGINA NADALIN

Análise histológica e morfométrica do terço apical de

canais radiculares achatados após remoção de

debris

utilizando diferentes protocolos de irrigação final

Orientador: Prof. Dr. Paulo César Saquy

Co-orientador: Prof. Dr. Manoel Damião de Sousa Neto

Ribeirão Preto 2005

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Banca Examinadora

Prof. Dr. Paulo César Saquy (presidente)

Professor Titular do Curso de Odontologia da

UNAERP

Prof. Dr. Luiz Pascoal Vansan

Professor Titular do Curso de Odontologia da

UNAERP

Prof. Dr. Lourenço Correr Sobrinho

Professor Titular da Faculdade de Odontologia de

Araraquara - UNICAMP

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MICHELE REGINA NADALIN

Análise histológica e morfométrica do terço apical de

canais radiculares achatados após remoção de

debris

utilizando diferentes protocolos de irrigação final

Dissertação apresentada ao Curso de Odontologia da

Universidade de Ribeirão Preto, para a obtenção do

título de Mestre em Odontologia, área de concentração:

Endodontia.

Orientador: Prof. Dr. Paulo César Saquy

Co-orientador: Prof. Dr. Manoel Damião de Sousa Neto

Ribeirão Preto 2005

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Este trabalho foi realizado no Laboratório de Pesquisas em Odontologia e no Laboratório de Pesquisas do Serviço de Patologia da Universidade de Ribeirão Preto, com apoio financeiro da CAPES-Bolsa PROSUP, Convênio PROSUP – 012/2002-5.

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________________________________________________________________________ Dedicatória

Dedico esta etapa vitoriosa de minha vida a Deus, que por meio da fé

me dá forças para lutar, ilumina meu caminho, mostra-me o verdadeiro sentido da vida e faz-me acreditar que nada é impossível quando a causa é justa e a vontade é verdadeira.

Agradeço pelo conforto do meu coração nas horas mais difíceis, quando estou longe das pessoas que mais amo nesta vida.

Agradeço pela coragem, confiança e objetivos alcançados.

“Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no livro

do tempo. Aquilo que colocarmos nela corre por nossa conta”.(Chico

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________________________________________________________________________ Dedicatória

Ao meu pai, José Luiz Nadalin, por tudo de bom que me ensinou,

pela sua dedicação aos filhos e à esposa, pelo seu caráter e bondade inconfundíveis.

Sinto muita falta de sua companhia, do seu abraço, do seu beijo e do seu colo. Imagino como eu ficaria mais feliz se pudesse lhe retribuir tudo o que fez por mim. Espero que estejas orgulhoso da luta de seus filhos.

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________________________________________________________________________ Dedicatória

Agradeço à minha Mãe Querida, Silmara do Rocio Güinther

Nadalin, que é a mais pura forma de uma guerreira. Sabe nos conduzir pelo

caminho do bem e sem poupar esforços nos dá a melhor educação e o melhor lar.

Mãezinha, muito obrigada por tudo o que sou hoje, por tudo o que consegui conquistar, pois a sua garra tentei imitar.

Muito obrigada por acreditar em mim, no meu objetivo e me ajudar a buscá-lo num momento onde as forças tinham se diminuído em nossas vidas.

Sou eternamente grata pelo bem que me proporcionou todos estes anos.

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________________________________________________________________________ Dedicatória

Aos meus irmãos Marlon Nadalin e Marina Nadalin que souberam

compreender a minha ausência num período tão doloroso e continuaram a viver como o nosso pai nos ensinou.

Meu querido engenheiro, desejo-lhe muito sucesso e sabedoria, e que os seus projetos sejam recheados de muito amor e dedicação, honestidade e responsabilidade.

Minha querida futura psicóloga, desejo-lhe muita serenidade e discernimento em sua profissão, carinho e bondade em seu coração.

Tenho muito orgulho de vocês e do nosso amor. Eu amo muito vocês.

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________________________________________________________________________ Dedicatória

Agradeço de todo o meu coração à minha avó Anna Ganzert

Güinther pela força, por todas as palavras de conforto, conselhos em horas

de incerteza e tristeza.

Eu amo muito você, minha avozinha, amiga e confidente preferida. Que Deus te abençoe sempre pela dedicação à família e ao próximo.

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________________________________________________________________________ Dedicatória

Ao Matheus Coêlho Bandéca pela companhia carinhosa, por tornar

a minha vida mais feliz e compreender os meus momentos difíceis.

Meu amor, muito obrigada pela atenção, pela dedicação e por me tornar uma pessoa mais viva, mais importante.

Desejo a você toda a felicidade do mundo e que continue sendo esta pessoa maravilhosa e tão abençoada por Deus.

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________________________________________________________________________ Dedicatória

Dedico esta vitória aos eternos amigos Marli Terezinha Moreira van

der Broocke e Alexandre Moreira van der Broocke pelo incentivo desde

o início deste sonho, me apoiando e vibrando a cada conquista.

Minha amiga, muito obrigada pela ajuda incondicional, pelos conselhos e carinho.

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________________________________________________________________________ Dedicatória

Ao meu grande amigo Tabajara Sabbag Fonseca pela ajuda e pela

companhia agradável durante o curso de Mestrado.

Taba, muito obrigada por tudo o que você faz por mim, pela amizade e incentivo.

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______________________________________________________ Agradecimentos

À Universidade de Ribeirão Preto, pela oportunidade de me formar

Mestre em Odontologia.

Ao meu orientador Prof. Dr. Paulo César Saquy pela confiança e

liberdade que me concedeu na elaboração deste trabalho.

Ao meu co-orientador Prof. Dr. Manoel Damião de Sousa Neto

pela orientação na realização deste trabalho e exemplo de extrema dedicação ao curso de Pós-Graduação.

À Diretora do Departamento de Ensino e Pesquisa da Universidade de Ribeirão Preto Prof. Dra. Neide Aparecida de Souza Lehfeld pela

competência e profissionalismo.

Ao coordenador do Curso de Odontologia desta universidade, Prof.

Dr. Antônio Miranda da Cruz Filho, pela colaboração e dedicação ao

curso de Odontologia.

À querida Profa. Dra. Yara Teresinha Corrêa Silva Sousa pela

amizade e ajuda imprescindível na realização deste trabalho, sempre com muita dedicação.

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______________________________________________________ Agradecimentos

Aos professores Dr. Luis Pascoal Vansan e José Antônio Brufato

Ferraz, mestres eternos, pela amizade, ensinamentos sobre endodontia e

conselhos sinceros.

“A teoria sempre acaba, mais cedo ou mais tarde, assassinada pela

experiência. (Albert Einstein)”

Ao Prof. Dr. Raphael Carlos Comelli Lia pela amizade e atenção

sempre que precisei. Pelo exemplo de mestre dedicado e de ser humano com inúmeras virtudes.

“No caráter, na conduta, no estilo, em todas as coisas, a simplicidade é a

suprema virtude. LONGFELLOW, Henry Wadsworth (1807-1882)”

Ao Prof. Renato Cássio Roperto pela amizade e conselhos.

Ao Prof. Celso Bernardo de Souza Filho pela amizade e auxílio na

correção da estatística deste trabalho.

Ao Prof. Edson Alfredo, exemplo de mestre dedicado, pela amizade

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______________________________________________________ Agradecimentos

Aos Professores do Curso de Pós-Graduação em Odontologia, sub-área Endodontia: Profa. Dra. Lisete Diniz Ribas Casagrande; Profa. Dra.

Neide Aparecida de Souza Lehfeld; Profa. Dra. Rosemary Cristina

Linhare R. Pietro; Profa. Dra. Yara Teresinha Corrêa Silva Sousa;

Prof. Dr. Antônio Miranda da Cruz Filho; Prof. Dr. Manoel D. Sousa

Neto; Prof. Renato Cássio Roperto; Prof. Celso Bernardo de Souza

Filho; Prof. Dr. Raphael Carlos Comelli Lia, por todos os ensinamentos

durante minha formação de Mestre.

Aos Professores do Curso de Odontologia, especialmente à Profa.

Dra. Silvana Maria Paulino e à Profa. Melissa Andréia Marchesan.

Aos amigos Neilor Matheus Antunes Braga, Juliana Vianna

Pereira, Lucas Roberti Garcia, Emílio Carlos Sponchiado Júnior,

Danilo A. de Oliveira, Devanir Fernandes Junior, Ângela Delfina

Bittencourt Garrido, Cristiano Castilho, André Augusto Franco

Marques, Rafael Brandão Ferreira, Irdival Cristiano Figueredo

Júnior, João Gonçalves Junior, Cláudia Lima de Lorenzo, Leonice

Derlan, Camila Martins, Marilena Herédia, Fabíola Domenes de

Sousa, Sérgio Pereira de Mendonça, Fábio Juliano dos Santos,

Izabela Martins, Yara Biagiotti e Cíntia Regina C. França que muito

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______________________________________________________ Agradecimentos

Aos amigos de turma de mestrado Renato Interliche, Mariana

Braga Silvério, Jarbas Gonçalves Passarinho-Neto, Marcelo

Bertocco, Marcos Pozetti, Emanuel de Souza, pela convivência

agradável e experiências trocadas.

Aos colegas da V turma de mestrado, Cíntia reina C. França, Edi W.

Sasaki, Irdival Cristiano Figueiredo Júnior, Lorena F. B. de Oliveira,

Marco Aurélio Versiani, Maria Izabel A. Faria, Mônica M. D. Campos

Pinto, Rafael B. Ferreira, Vinícius H. Nunes, em especial aos amigos

Fábio Leal Braga e Fabrício Scainni, pela convivência agradável e

experiências trocadas.

Aos colegas da VI turma de mestrado, Alessandro R. Giovani,

Alexandra C. A. Mozini, André M. Lara, Charles S. M. Alencar, Fábio

Henrique Pasqualin, Fernando C. Ribeiro, Gisele Aihara Haragushiku,

João Gonçalves Junior, José Estevam V. Ozório, Larissa L. L. Dias,

Marcos A. Marino, Priscila de Oliveira da Silva, Sylvia Maria Bin

Nomelini e Volmir João Fornari, pela atenção durante o exame de

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______________________________________________________ Agradecimentos

Aos amigos de turma de doutorado, Álvaro Henrique Borges,

Ângela Delfina Bittencourt Garrido, Bráulio Pasternak Júnior,

Cláudia Kallas Gonçalves, Cleonice da Silveira Teixeira, Edson

Alfredo, José Antônio Saadi Salomão, Marcos Porto de Arruda e

Melissa Andréia Marchesan, que muito contribuem para a minha

formação profissional.

À Rosemary Alexandre pela amizade e ajuda incondicional na

realização do processo histológico deste trabalho, sempre com muita disposição. Muito obrigada por ter executado uma etapa tão importante deste trabalho com muita responsabilidade.

Às secretárias do departamento de Pós-Graduação da Universidade de Ribeirão Preto Cecília Maria Zanferdinni, Joana Néia Vieira e Sônia C.

Del Campo pela amizade, carinho e colaboração durante o curso de

mestrado.

Aos funcionários da clínica Odontológica que sempre me atenderam com atenção.

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______________________________________________________ Agradecimentos

Aos colegas da Riberdente pela amizade e profissionalismo, em

especial à Dra. Fátima Candolo Oliveira e ao Sr. Ronaldo Donizeti

Oliveira pela oportunidade oferecida.

Aos novos amigos D. Célia e Sr. João Augusto pela amizade,

carinho e conselhos sinceros. Por serem prestativos e acolhedores nos momentos que mais precisei.

Ao meu padrinho Edmilson Güinther e à minha tia Maria Luiza de

Pauli pelo carinho e força que sempre me deram. Eu amo vocês.

À minha tia Silmirian Güinther Vicilli e ao meu tio Rubens Vicilli

pelo carinho e ajuda nos momentos que mais precisei. Eu amo vocês.

Às minhas primas queridas Caroline Vicilli e Camile Vicilli pelo

amor sincero. Desejo a vocês muita sabedoria. Eu amo vocês.

Aos meus afilhados amados Gustavo de Pauli Güinther e Jéssica

Fredianni desejo-lhes serenidade, discernimento e sabedoria para enfrentar

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______________________________________________________ Agradecimentos

À minha bisavó Margarida Güinther, que sempre me desejou

sabedoria e saúde, por todas as orações e pelas palavras de conforto. Avozinha eu amo muito você.

Á Família Coêlho Bandéca, em especial à minha amiga Lúcia

Helena Coêlho Bandéca, que me acolheu com carinho e se tornou a minha

família em Ribeirão Preto, pela amizade e ajuda incondicional. Muito obrigada por proporcionarem um novo sentido a minha vida.

À Família Cafola que me acolheu com tanto carinho.

À Pontifícia Universidade Católica do Paraná, pela minha

formação de cirurgiã-dentista.

Ao grande amigo Prof. Luiz Fernando Fariniuk pelo incentivo na

realização deste curso, por todos os ensinamentos, amizade e confiança. Muito obrigada.

À Profa. Dra. Vânia Portela Ditziel Westphalen, pela amizade e

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______________________________________________________ Agradecimentos

Às amigas Renate Lima e Maria Nilda Silva Dias pelo conforto

que me proporcionaram em momentos difíceis e incertos.

Aos amigos Luis Alberto Andrade Bueno, Hugo de Araújo Costa

Coêlho, Daniel Jéferson da Silva e Radif Cosac, pela convivência sempre

com muita alegria.

Às amigas Cássia Fredianni, Melissa Abou Chami Pereira,

Melissa Araújo, Ivana Luiza Bredt e Karliza Josiane Niehburn, que

apesar da distância sempre estiveram em meu coração.

À amiga Gisele Aihara Haragushiku pela amizade, companhia e

auxílio na realização das correções finais deste trabalho, um momento delicado, quando o desgaste físico insiste em prevalecer à força. Do-mo Arigatô!

Às irmãs caçulas de Ribeirão Preto Caroline Cafola e Renata

Almeida Luz, por suprirem a ausência da minha família, pelo carinho e

amizade.

A CAPES pelo apoio financeiro concedido por meio de bolsa de Mestrado.

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SUMÁRIO

RESUMO SUMMARY

1. INTRODUÇÃO ... 1 2. REVISTA DA LITERATURA ... 7 2.1. Instrumentos rotatórios de níquel-titânio no preparo biomecânico ... 8

2.2. Soluções químicas auxiliares do preparo biomecânico - Hipoclorito de sódio ... 22 2.3. Métodos de irrigação e aspiração no preparo biomecânico ... 39 3. PROPOSIÇÃO ... 54 4. MATERIAL E MÉTODOS ... 56 62 4.1. Preparo Histológico ... 4.2. Análise Morfométrica ... 66 5. RESULTADOS ... 68 6. DISCUSSÃO ... 79 7. CONCLUSÕES ... 85 8. REFERÊNCIAS ... 87

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___________________________________________________________________________ Resumo

O presente estudo teve como objetivo analisar, histológica e morfometricamente, a remoção de debris do terço apical de canais

radiculares achatados utilizando diferentes protocolos de irrigação final com seringa Luer-Lock. Trinta incisivos inferiores humanos foram preparados pelo sistema HERO 642 obedecendo a seguinte ordem: 25/,12; 30/,06; 35/,02 e 40/,02 e irrigados durante o preparo biomecânico com NaOCl a 1%. Após essa etapa, os dentes foram distribuídos em cinco grupos segundo o protocolo de irrigação final: GI irrigação com 10 ml de água destilada. GII e GIV irrigação com 10 ml de NaOCl a 1% e a 2,5%, respectivamente, agindo no interior do canal radicular por 8 minutos. GIII e GV irrigação com NaOCl a 1% e a 2,5%, respectivamente, da seguinte maneira: o canal foi irrigado com 2 ml de solução, que agiu por 2 minutos no interior do canal radicular. Repetiu-se o procedimento por mais quatro vezes, totalizando 10 ml de solução e oito minutos de ação no interior do canal, considerando que na última aplicação a solução não permaneceu no interior do canal. Após a irrigação final os terços apicais foram submetidos ao processamento histológico. Os espécimes foram analisados em microscopia óptica com aumento de 40X e as imagens submetidas à análise morfométrica por meio do software Scion Image. A análise da variância evidenciou não haver

diferença entre os grupos estudados (p> 0,05). Concluiu-se que os protocolos de irrigação final utilizando a seringa Luer-Lock apresentaram comportamentos similares na remoção de debris do terço apical de canais

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__________________________________________________________________________ Summary

The aim of this study was to evaluate, histologically and morphometrically, tha apical third of flattened root canals after debris removal with different protocols of final irrigation with Luer-Lock syringe. Thirty mandibular human incisors were prepared with HERO 642 system as follows: 25/,12; 30/,06; 35,/02; 40/,02 and irrigating during the biomechanical preparation with 1% NaOCl. After this, the teeth were randomly separated into 5 groups: GI the root canals were irrigated with distilled water. GII and GIV the root canals received 10 ml of 1% NaOCl or 2,5% NaOCl, respectively, as follows: each 2 ml put into root canal, in which stayed for 2 minutes, this process was repeated for 4 times, totalizing 8 minutes. After the final irrigation, the apical thirds were submitted to histological processing. The specimens were analyzed in optic microscope with 40x magnification and the images were submitted to morphometric analysis with the software Scion Image. The ANOVA showed no significant statistical difference between the tested groups. Based on the results obtained, it can be concluded that the different final irrigation with syringe Luer-Lock results in the same action on the debris removal in the apical third of flattened root canals.

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______________________________________________________ Introdução 2

O preparo biomecânico é a fase do tratamento endodôntico que tem como objetivos a limpeza, desinfecção e modelagem, promovendo a eliminação de irritantes como bactérias e seus produtos, tecido pulpar degenerado, bem como a dentina contaminada (SIQUEIRA JR et al., 1997), criando um espaço cirúrgico adequado para a obturação do sistema de canais radiculares.

A limpeza e desinfecção do sistema de canais radiculares ocorrem pela ação mecânica dos instrumentos nas paredes do canal radicular principal aliada à ação química das soluções irrigantes e à ação física do processo irrigação-aspiração.

Os resíduos remanescentes na luz dos canais radiculares após o preparo biomecânico, ou em áreas onde não houve atuação efetiva das soluções químicas e dos instrumentos endodônticos, são denominados debris. A deposição de restos de tecido dentinário provenientes do preparo biomecânico contribui para a formação de uma estrutura amorfa aderida às paredes do canal radicular denominada de smear layer.

Para a avaliação da limpeza dos canais radiculares vários métodos têm sido utilizados. A microscopia eletrônica de varredura (M.E.V.) permite a análise ultra-estrutural da parede do canal radicular, sendo possível observar a presença e as características da smear layer após a atuação de um

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______________________________________________________ Introdução 3

1999; GUERISOLI et al., 2002). A microscopia óptica (M.O.), por sua vez, possibilita a caracterização de áreas onde houve ou não atuação de um instrumento durante o preparo biomecânico, bem como a quantificação dos debris e da área de pré-dentina, por meio da análise morfométrica, que não foram removidos após o preparo biomecânico (BARBIZAM et al., 2002; FARINIUK et al., 2003; ARRUDA et al., 2003; MARCHESAN et al., 2003).

Os instrumentos de níquel-titânio foram desenvolvidos para preparo manual ou automatizado dos canais radiculares a fim de facilitar o processo de limpeza e modelagem do canal, aumentando a qualidade final do canal radicular preparado (VERSÜMER et al., 2002). Estes instrumentos são mais flexíveis do que as limas de aço inoxidável e exibem maior resistência à fratura por torção e pronunciada memória elástica (WALIA et al., 1988). Estas características permitem a sua utilização em sistemas rotatórios e os tornam instrumentos de eleição para o preparo de canais curvos, uma vez que a utilização de instrumentos em aço inoxidável freqüentemente resulta em falhas no preparo, pela formação de zips, degraus, zonas de perigo,

perda do comprimento de trabalho, perfurações e fratura de instrumentos (HÜLSMANN et al., 2001).

A utilização dos instrumentos em níquel-titânio permite a formação de

stop apical com diâmetro maior e com mínimo transporte apical, quando

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______________________________________________________ Introdução 4

quantidade de remanescentes pulpares, dentina contaminada e microrganismos são removidos. Além disso, o preparo apical mais largo facilita a desinfecção porque maior volume de solução irrigante pode atuar nesta região (PETERS; BARBAKOW, 2000).

Apesar das características apresentadas, estes sistemas também não têm sido efetivos na limpeza de canais achatados ou naqueles em que a forma não permite a ação do instrumento em todas as suas paredes (SIQUEIRA JR et al., 1997; FARINIUK et al., 2001; BARBIZAN et al., 2002; RÖDGI et al., 2002 FARINIUK et al., 2003). Desta maneira, as soluções irrigantes auxiliares do preparo biomecânico assumem fundamental importância (BARATTO-FILHO et al., 2004).

As soluções auxiliares do preparo biomecânico devem dissolver tecidos orgânicos, facilitando a remoção de tecido pulpar remanescente; ter ação antimicrobiana, inviabilizando a permanência e reprodução de microrganismos no sistema de canais radiculares; possuir ação lubrificante, a fim de facilitar o desempenho do instrumento cortante nas paredes do canal radicular; remover os restos inorgânicos que obstruem a entrada dos túbulos dentinários e dificultam a ação das soluções irrigantes e medicações; além de proporcionar o arraste mecânico da smear layer e de debris evitando que se

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______________________________________________________ Introdução 5

região periapical (GORDON et al., 1981; MOORER; WESSELINK, 1982; SÓ et al., 1997; BARBIN, 1999; SPANÓ et al., 2002; ESTRELA et al., 2002).

Dentre as soluções preconizadas como auxiliares do preparo biomecânico, o hipoclorito de sódio, em diferentes concentrações, é o mais usado e mundialmente aceito pelas suas propriedades de clarificação, dissolução de tecido orgânico, saponificação, transformação de aminas em cloraminas, desodorização e ação antimicrobiana (McCOMB; SMITH, 1975; GUERISOLI et al., 1998; BARBIN, 1999; SANTOS, 1999; SCELZA et al., 2000; SPANÓ et al., 2002; ESTRELA, et al., 2002).

Além das propriedades físico-químicas inerentes a cada solução irrigante, a constante renovação da solução durante o preparo biomecânico, por meio de diversas formas de irrigação-aspiração, evita a saturação e a precipitação de partículas, e favorece a remoção de detritos mantidos em suspensão no interior do canal radicular.

Entre os métodos que têm sido utilizados para irrigação do sistema de canais radiculares podem-se citar o uso da seringa Luer-Lock e agulhas de irrigação de diferentes calibres (CAMERON, 1995), o sistema Quantec-E (SETLOCK et al., 2003), em que ocorre irrigação concomitante com a instrumentação rotatória (BRAMANTE; FERNANDEZ, 1998; WALTERS et al., 2002), o sistema de irrigação com ultra-som (GOODMAN, 1985; COSTA et al., 1986; CIUCCHI et al., 1989; VANSAN et al., 1990; CHEUNG; STOCK, 1993;

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______________________________________________________ Introdução 6

MAYER et al., 2002; GUERISOLI et al., 2002; FERREIRA et al., 2004; GUTARTS et al., 2005; PASSARINHO-NETO, 2005) e por ativação eletroquímica de soluções catiônica ou aniônica (SOLOVYEVA; DUMMER, 2000).

Outros fatores relacionados à irrigação podem influenciar na efetividade de limpeza do sistema de canais radiculares, como o volume da solução (AUN, 1990; WALTERS et al., 2002), a profundidade de penetração da agulha de irrigação (ALBRECHT et al., 2004), o tempo de permanência da solução no interior do canal radicular (GAMBARINI, 1999), a área de contato (MOORER; WESSELINK, 1982) e o aquecimento da solução, que no caso do hipoclorito de sódio, potencializa a dissolução de tecido orgânico (SANTOS, 1999; ESTRELA et al., 2002).

Assim, torna-se importante estabelecer a capacidade de diferentes protocolos clínicos de irrigação final na remoção de debris do terço apical de

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____________________________________________________________ Revista da Literatura 8

Neste capítulo foram abordados três temas distintos: Instrumentos rotatórios de níquel-titânio, Soluções químicas auxiliares (hipoclorito de sódio) e Métodos de irrigação e aspiração utilizados no preparo biomecânico.

2.1. Instrumentos rotatórios de níquel-titânio

As ligas metálicas de níquel-titânio foram desenvolvidas no laboratório de Artilharia Naval da Marinha Americana para aplicação em peças e instrumentos dotados de propriedades anti-magnéticas e resistência contra corrosão pela água salgada. Receberam a denominação de NiTiNOL, (acrônimo de Nickel-Titanium Naval Ordnance Laboratory) devido ao local em que foram desenvolvidas (BUEHLER et al., 1963).

CIVJAN et al. (1975) fizeram o primeiro relato da possibilidade de uso de ligas de níquel-titânio na Odontologia. Os autores estudaram o comportamento mecânico das ligas de Nitnol-55 e Nitinol-60 sugerindo seu uso em diversas áreas como Prótese, Cirurgia, Ortodontia, Endodontia e Implantodontia.

PHILLIPS (1986), estudando o módulo de elasticidade das ligas de NiTinol, relatou que estas apresentam elasticidade em torno de 41,4X103 MPa, enquanto as ligas comuns apresentam valores superiores, em torno de 150 a 200X103 MPa. Os dois tipos mais comuns de ligas de níquel-titânio são

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____________________________________________________________ Revista da Literatura 9

o Nitinol-55, composto de 55% de níquel e 45% de titânio e o Nitinol-60 contendo 60% de níquel e 40% de titânio (por peso). Ambas possuem baixo módulo de elasticidade e propriedades martensíticas.

WALIA et al. (1988) utilizaram pela primeira vez as ligas de níquel-titânio na Endodontia. Os autores concluíram que as limas confeccionadas em nitinol eram duas ou três vezes mais flexíveis que as limas de aço inoxidável, exibindo também maior resistência à fratura e pronunciada “memória elástica”. A impressionante flexibilidade destas limas deve-se, segundo os autores, ao baixo módulo de elasticidade das ligas de níquel-titânio. Neste trabalho foi sugerido o emprego em larga escala do nitinol para confecção de limas endodônticas visando facilitar a instrumentação de canais curvos.

KATAIA et al. (1995) compararam, por meio de M.E.V., a técnica rotatória do Sistema Canal Finder com outra técnica rotatória de limas de níquel-titânio quanto à capacidade de limpeza dos canais radiculares. Foram utilizadas quarenta raízes mesiais de molares inferiores que foram divididas em dois grupos: I- Sistema Canal Finder e II- Limas de níquel-titânio, e em seguida em dois subgrupos: Ia e IIa- irrigação com hipoclorito de sódio a 5,25%, e IIa e IIb- irrigação final com EDTA a 17%. Os autores concluíram que as limas de níquel titânio quando associada à solução de EDTA 17% com hipoclorito de sódio a 5,25% foram mais eficientes na remoção da smear

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____________________________________________________________ Revista da Literatura 10

VALLI et al. (1996) compararam a capacidade de limpeza promovida por duas técnicas de instrumentação, uma manual utilizando limas tipo K e outra automatizada, com o sistema Canal Master®. Os autores relataram que nenhuma das técnicas foi completamente efetiva na limpeza dos canais, porém o sistema Canal Master apresentou melhores resultados.

SYDNEY et al. (1996) analisaram, por meio de M.E.V., a remoção da

smear layer em canais preparados manualmente e com Sistema Canal

Finder®, utilizando diferentes soluções auxiliares. Os resultados mostraram que quando foi utilizado o hipoclorito de sódio a 1%, ambas as técnicas de instrumentação apresentaram smear layer, porém quando foi utilizada a

solução quelante EDTA por cinco minutos observaram superfícies lisas e ausentes de smear layer.

HÜLSMANN et al. (1997) compararam, por meio da M.E.V., a limpeza das paredes de canais radiculares retos e curvos preparados por oito técnicas automatizadas e uma manual. As técnicas automatizadas utilizadas foram: Endoplaner, Excalibur, Ultrasonics (Pierzon Máster 400), Giromatic, Intra-Endo 3 LDSY, Canal Finder System, Canal Leader 2000 e Intra-Endolift. A instrumentação manual foi realizada com limas Hedströem. Os melhores resultados foram alcançados pela unidade Ultra-sônica seguido pelo Canal Leader 2000. De acordo com os resultados, concluiu-se que nenhum sistema ou técnica foi capaz de remover completamente a smear layer ou o debris.

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____________________________________________________________ Revista da Literatura 11

SIQUEIRA et al. (1997) compararam, por meio de M.O., a limpeza do terço apical de canais radiculares instrumentados por cinco técnicas diferentes: step-back com limas de aço inoxidável, step-back com limas de níquel-titânio, ultra-sônica, força balanceada e do canal master U. Os autores concluíram que os cinco métodos de instrumentação foram efetivos na remoção de tecidos do interior dos canais, porém, nenhuma conseguiu o debridamento completo do canal radicular, especialmente quando variações anatômicas internas estavam presentes.

BERTRAND et al. (1999) avaliaram, por meio de M.E.V., a capacidade de remoção de debris e smear layer promovida pela técnica de

instrumentação do canal radicular com o Sistema Quantec® e instrumentação manual. Os autores verificaram que a limpeza do canal radicular foi mais efetiva com o Sistema Quantec® do que com a instrumentação manual.

GAMBARINI (1999) analisou, por meio de M.E.V., a modelagem e limpeza do sistema de canais radiculares pela técnica de instrumentação rotatória com limas de níquel-titânio pelo sistema ProFile e irrigação com a combinação de EDTA a 17%, NaOCl a 5% e do agente tensoativo Triton X-100. O autor concluiu que a habilidade de penetração do NaOCl foi aumentada com o uso do agente tensoativo, que a limpeza do espaço endodôntico depende tanto da instrumentação quanto da irrigação e que a

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____________________________________________________________ Revista da Literatura 12

técnica rotatória com limas de níquel-titânio criou um túnel em forma de funil que permitiu a penetração da solução irrigante em uma maior profundidade.

SCHÄFER; ZAPKE (2000) analisaram, por meio de M.E.V., a eficácia da instrumentação manual e automatizada dos canais radiculares. Os autores constataram que nenhuma das técnicas utilizadas promoveu um canal radicular completamente limpo e que a limpeza foi mais efetiva nos canais retos que nos curvos, e no terço cervical que nos terços médio e apical. Em ordem decrescente de limpeza estão os instrumentos Hedströem, K-flexofiles e o sistema ProFile.

PETERS; BARBAKOW (2000) avaliaram, por meio de M.E.V., os escores de smear layer e debris da superfície dos canais radiculares preparados pelos

instrumentos em níquel-titânio dos sistemas Lightspeed e ProFile. Neste experimento, foram utilizados apenas molares inferiores que possuíssem dois canais radiculares. No grupo A, os canais foram irrigados apenas com água e no grupo B com NaOCl a 5,25% e EDTA a 17%. Um canal do grupo A e um do Grupo B foram preparados pelo sistema Lightspeed e ProFile, respectivamente. Usando apenas água, os escores de debris foram similares

para o sistema Lightspeed e ProFile, em contraste, com NaOCl/EDTA os escores foram similares apenas nos terços cervical e médio. Os escores de

smear layer também foram similares quando os canais foram irrigados com

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diferentes nos terços apical e médio. Os autores concluíram que nenhuma técnica foi superior na remoção de debris, mas o preparo apical mais largo

produzido pelo sistema Lightspeed no grupo NaOCl/EDTA foi mais efetivo na remoção de smear layer.

ALQUIST et al. (2001) avaliaram, por meio de M.E.V., a limpeza dos canais radiculares utilizando técnicas rotatórias e manuais para a instrumentação. Os resultados mostraram não haver diferença estatisticamente significante entre os níveis de escores para a presença de

debris, entretanto menos debris foi encontrado na região apical quando a

técnica manual foi utilizada. Concluíram, então, que a técnica manual empregada usando S-files (Sjödings, Sendoline, Sweden) produziu paredes de canais radiculares mais limpas do que a técnica rotatória ProFile.

FARINIUK et al. (2001) analisaram, em canais simulados com 30o de curvatura, o transporte apical promovido por limas de aço inoxidável e limas de níquel-titânio ProFile .04 e .06 acionadas pelo sistema ENDOflash®. As imagens iniciais e finais foram sobrepostas e analisadas por computador em 4 pontos diferentes com relação ao aspecto da curvatura. Os resultados mostraram que houve diferença significativa entre os grupos quando avaliado o aspecto externo da curvatura, as limas de aço causaram maior transportação nos canais simulados que as limas de níquel-titânio. Com relação ao lado interno da curvatura não houve diferenças significantes.

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HÜLSMANN et al. (2001) avaliaram a retificação de canal curvo, diâmetro pós-instrumentação, limpeza do canal radicular, incidência de erros como fraturas de limas e perfurações, perda de comprimento de trabalho e tempo de trabalho do preparo automatizado de canais radiculares usando o sistema HERO 642 e o sistema Quantec SC. A limpeza do canal radicular foi investigada pela M.E.V. usando cinco escores para debris e smear layer. Para

debris o sistema HERO 642 mostrou os melhores resultados, 80% dos

escores 1 e 2, enquanto o Quantec SC apresentou 76%. Os resultados para a

smear layer foram similares ao de debris, onde 53% de escores 1 e 2 foram

para o sistema HERO 642 e 41% para o Quantec SC. De acordo com os resultados, os autores puderam concluir que ambos os sistemas respeitam a curvatura original do canal radicular e possuem grande habilidade de limpeza, porém, o sistema Quantec SC mostrou deficiências em relação à segurança.

GAMBARINI; LASZKIEWICZ (2002) investigaram, por meio de M.E.V., a eficiência da instrumentação rotatória GT na remoção de debris e smear layer

do interior do canal radicular. Os resultados mostraram que não houve diferença estatística significante entre os três terços do canal radicular para a presença de debris, no entanto, para a smear layer houve, especialmente

entre o terço apical e o cervical (p<0,001). O terço cervical apresentou-se mais limpo do que o médio e o apical. Com base nos resultados obtidos, os autores puderam concluir que os instrumentos rotatórios GT removem debris

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efetivamente, mas deixam as paredes dos canais radiculares cobertas com

smear layer, principalmente no terço apical.

BARBIZAM et al. (2002) avaliaram, por meio de M.O., a capacidade de limpeza promovida pela instrumentação rotatória com limas de níquel-titânio e irrigação com água destilada em canais radiculares achatados no sentido mésio-distal. Os resultados mostraram que em canais radiculares com achatamento mesio-distal a técnica de instrumentação manual com limas de aço inoxidável é mais efetiva na limpeza, quando comparada à instrumentação rotatória com limas de níquel-titânio; e que nenhuma das técnicas testadas foi capaz de limpar completamente os canais radiculares.

VERSÜMER et al. (2002) analisaram o preparo de canais radiculares pelos sistemas rotatórios ProFile .04 e Lightspeed com instrumentos em níquel-titânio, quanto à retificação do canal, regularidade de preparo, limpeza do canal e tempo de trabalho. Em alguns canais radiculares nenhuma característica de debris foi constatada (Lightspeed: 14,7%; ProFile .04:

13,6%) correspondendo ao escore 1 para debris. Foi encontrado um alto

número de escores 2 e 3 para ambos os sistemas (Lightspeed: 80% ; ProFile .04: 71,2%) correspondendo a poucas ilhas de debris cobrindo menos que

50% da parede do canal radicular. Para a smear layer, o sistema Lightspeed

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correspondendo, também, a poucas ilhas de smear layer cobrindo menos que

50% da parede do canal radicular.

SCHÄFER; LOHMANN (2002) avaliaram a limpeza, por meio de M.E.V., e a forma, por meio de análise radiográfica, de dentes humanos com canais curvos entre 25o e 35o que foram submetidos ao preparo biomecânico com limas rotatórias FlexMaster® e K-Flexofiles® manual, irrigados com 5 ml de hipoclorito de sódio a 2,5% durante a instrumentação e 5 ml ao final da instrumentação. Os resultados mostraram que nenhum dos instrumentos possibilitou canais totalmente limpos. Entretanto, os autores relataram que as limas K-Flexofiles® promoveram canais mais limpos, porém as limas FlexMaster® mantiveram melhor a curvatura original do canal radicular.

TAN; MESSER (2002) compararam, por meio de M.O., a ação das limas tipo K® e o sistema Lightspeed®, quanto à limpeza, o transporte e a forma dos canais mesiovestibulares de molares inferiores. Os resultados mostraram que a instrumentação com o sistema Lightspeed® permitiu uma ampliação apical maior, com canais significativamente mais limpos, um menor transporte apical e melhor modelagem do canal radicular. Entretanto, nenhuma das técnicas estudadas foi capaz de promover canais totalmente limpos.

RÖDIG et al. (2002) analisaram, por meio de M.E.V., do sistema de mufla e de fotografias pré e pós instrumentação, a preparação de canais

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____________________________________________________________ Revista da Literatura 17

radiculares ovais distais de molares inferiores, usando três diferentes instrumentos em níquel-titânio: Lightspeed (Lightspeed Inc., San Antonio, TX, USA), ProFile .04 (Maillefer, Ballaigues, Switzerland) e Quantec SC (Tycom, Irvine, CA, USA). Os autores concluíram que a flexibilidade dos instrumentos em níquel-titânio, investigada neste estudo, não permite controlar o preparo das extensões vestibular e lingual dos canais radiculares ovais. Estes instrumentos freqüentemente produzem uma protuberância circular no canal enquanto que as extensões vestibular e lingual permanecem sem preparo, deixando smear layer e debris. Para a remoção de debris, o sistema Quantec

SC encontrou os melhores resultados, seguido do ProFile .04 e do Lightspeed. Entretanto, a presença de smear layer foi encontrada cobrindo as paredes

dos canais em todos os sistemas (ProFile .04, 38,3%; Quantec SC, 36,6%; Lightspeed, 28,3%), sem diferença estatisticamente significante entre eles.

FARINIUK et al. (2003) compararam, por meio da análise histológica e morfométrica, a capacidade de limpeza dos canais radiculares instrumentados mecanicamente pelo sistema ENDOflash, ProFile , Pow-R e por limas Nitiflex. Os resultados evidenciaram diferença estatística significante entre os grupos estudados. O grupo instrumentado com ProFile teve 2,86% de debris

encontrados, com Pow-R 22,61%, com Nitiflex 32,47% e com as limas ENDOflash 36,44%. Os autores concluíram que foi encontrada uma alta porcentagem de limpeza no grupo instrumentado com o sistema ProFile

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97,14%, e que a associação com uma efetiva solução irrigante pode permitir um satisfatório nível de debridamento para sucesso do tratamento endodôntico.

HÜLSMANN et al. (2003) analisaram, por meio de M.E.V., o preparo do canal radicular usando as técnicas rotatórias Flexmaster e HERO 642 com instrumentos em níquel-titânio. Os resultados sobre limpeza do canal radicular evidenciaram não haver diferença estatisticamente significante entre os dois sistemas, assim como quando questionavam a presença de debris e a

de smear layer. Os autores concluíram que tanto o sistema HERO 642 quanto

o Flexmaster apresentaram um bom desempenho na remoção de debris e

smear layer.

GONÇALVES et al. (2003) avaliaram a capacidade de limpeza dos canais radiculares, por meio da remoção de corante, proporcionadas por três diferentes técnicas de instrumentação: rotatória (GT), manual e associação de ambas (mista), concluíram que não houve diferença estatística significante na limpeza do canal radicular entre as três técnicas de instrumentação estudadas, nos três terços avaliados.

SCHÄFER; SCHLINGEMANN (2003) determinaram a efetividade de limpeza, por meio de M.E.V., e a habilidade de modelagem dos instrumentos rotatórios em níquel-titânio K3 e dos manuais em aço-inoxidável K-Flexofile, por meio radiografias pré e pós instrumentação, durante o preparo de canais

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radiculares curvos de dentes humanos extraídos. Um total de 60 canais radiculares com curvaturas entre 25º e 35º foram divididos em 2 grupos. No grupo I os canais foram instrumentados pelas limas K3 e no grupo II pelas limas K-Flexofile. Durante o preparo biomecânico cinco limas K3 se fraturaram enquanto que com as limas K-Flexofile isso não foi observado. Os resultados mostraram que nenhum canal radicular completamente limpo foi observado. Para a remoção de debris, os resultados observados pelas limas

K-Flexofile foram significativamente melhores do que os da K3 (P<0,001). Para os resultados da remoção de smear layer observou-se não haver

diferença significativa entre os dois grupos (P<0,05). Quanto à manutenção da curvatura, as limas K3 mostraram-se significativamente melhores do que as limas K-Flexofile (P>0,0001). De acordo com os resultados, os autores concluíram que as limas K-Flexofiles removeram significativamente mais

debris enquanto que as limas K3 mantiveram melhor a curvatura original do

canal radicular.

PRATI et al. (2004) avaliaram, por meio de M.E.V., a aparência das paredes de canais radiculares modelados por três diferentes técnicas de instrumentos rotatórios em níquel-titânio K3, HERO 642, RaCe e uma manual com limas tipo K. Os terços apical, médio e cervical foram analisados comparando os seus aspectos com uma escala predefinida de quatro diferentes parâmetros: presença de smear layer, debris pulpar, debris

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inorgânico e superfície irregular. Os resultados mostraram que no terço apical foi encontrado mais debris pulpar e inorgânico, smear layer e superfícies

irregulares do que nos outros dois terços. Não foi encontrada diferença estatística entre a instrumentação manual e os três tipos de rotatórias nos diferentes terços para debris inorgânico, smear layer e superfícies irregulares,

entretanto, muito mais debris pulpar foi encontrado no terço apical para os

sistemas RaCe e K3 do que para o sistema HERO 642 e a instrumentação manual com a lima tipo K. Os autores concluíram que a dentina e o debris

pulpar, assim como a morfologia da smear layer e a superfície sem ação do

instrumento são particularmente influenciadas pelo tipo de instrumento endodôntico utilizado. Além disso, concluiu-se que na área anatômica do terço apical foi encontrada grande quantidade de debris e smear layer.

SCHÄFER; VLASSIS (2004) avaliaram, por meio de M.E.V., a efetividade de limpeza e a habilidade na modelagem dos sistemas rotatórios ProTaper e RaCe em canais radiculares curvos de dentes extraídos. Os resultados evidenciaram que nenhum canal mostrou-se completamente limpo em nenhum dos grupos. Entretanto, para a remoção de debris, o sistema

RaCe mostrou-se significativamente mais eficiente do que o ProTaper. Para a remoção de smear layer não houve diferença estatística entre os dois

sistemas rotatórios. O sistema RaCe manteve significativamente melhor a curvatura original do canal radicular do que o ProTaper. E por fim, não houve

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diferença do tempo de trabalho entre os dois sistemas rotatórios. Com base nos resultados encontrados, os autores puderam concluir que os instrumentos RaCe alcançam maior limpeza e mantiveram melhor a curvatura original do canal radicular do que o sistema ProTaper.

USMAN et al. (2004) compararam, por meio da análise histológica, a eficácia do debridamento do canal radicular no terço apical (3mm) quando instrumentado no comprimento de trabalho, com intrumentos rotatórios de níquel-titânio (Greater Taper – GT) de números 20 e 40 utilizando as soluções irrigantes NaOCl, EDTA e RC-Prep. Os dentes utilizados foram extraídos, descalcificados e secionados a 0,5 mm, 1,5 mm e a 2,5 mm do ápice radicular para análise histológica e quantificação da presença de debris.

Não foi encontrada diferença estatística significante entre as distâncias do ápice no grupo de mesmo calibre do batente apical, entretanto, no grupo intrumentado com o instrumento GT #20 apresentou significantemente mais

debris do que no grupo instrumentado até o GT #40. Baseado nestes

resultados, os autores concluíram que a profundidade da penetração da agulha de irrigação não influenciou na limpeza dos canais, contradizendo o que muitos autores relatam. Porém, ao aumentar o diâmetro do batente apical houve um aumento significativo da remoção de debris na região apical.

INTERLICHE (2005) avaliou, por meio da análise histológica e morfométrica, a capacidade de limpeza da instrumentação rotatória HERO

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642 complementada por instrumentos HERO apical. No grupo I os canais radiculares foram instrumentados apenas com as limas HERO 642. No grupo II os canais foram instrumentados com os mesmos instrumentos do grupo I e complementado com o instrumento HERO apical 30/,06. No grupo III os canais radiculares foram instrumentados pelos mesmos instrumentos do grupo I complementado com os instrumentos HERO apical 30/,06 e 30/,08 e novamente com o instrumento 30/,06 com movimentos pendulares. Com base nos resultados encontrados, o autor pôde concluir que o grupo que teve a instrumentação complementada com instrumentos HERO apical e movimentos pendulares alcançou os melhores resultados para a remoção de

debris (grupo III).

2.2. Soluções químicas auxiliares do preparo biomecânico – Hipoclorito de sódio

DAKIN (1915) teceu o seguinte comentário sobre o princípio de esterilização de uma superfície infectada: “Para tornar uma ferida estéril é necessário usar um anti-séptico de modo que ele fique em contato e em concentração adequada com todas as paredes da ferida”. Se essas condições são satisfeitas, haverá resposta ao tratamento através da diminuição e desaparecimento dos microrganismos.

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BARRET (1917) relatou a eficiência da solução de DAKIN (1915) que correspondia à associação de uma solução de hipoclorito de sódio a 0,5% com ácido bórico, o qual tinha objetivo de diminuir o ph da primeira solução. De acordo com o autor, a solução tinha capacidade anti-séptica devido sua reação química. A formação de cloramina, produto da reação do cloro com a amônia ou com compostos do grupo amino, ocorre devido a função das proteínas presentes nos tecidos.

TAYLOR; AUSTIN (1918) pesquisaram a ação solvente da solução de Dakin sobre tecidos necróticos. Concluíram que esta era eficaz em sua dissolução e destacaram, ainda, sua ação irritante sobre os tecidos vitais.

BUCKLEY (1926) relatou que a solução de hipoclorito de sódio (Licor de Labarque) deveria ser usada somente para clarear os dentes. Nos casos de polpa mortificada, ele utilizava ácido fenolsulfônico a 80% e o neutralizava com uma solução de bicarbonato de sódio a 10%. No mesmo livro, o autor faz severas críticas a respeito da utilização do ácido sulfúrico como irrigante de canais radiculares, devido aos violentos danos que provoca aos tecidos periapicais. Buckley ressaltou que o ácido por ele proposto era menos irritante.

COOLIDGE (1929) pesquisou a ação de soluções germicidas sobre os microrganismos comumente encontrados nos canais radiculares infectados. Demonstrou assim, a penetração do cloro nascente até em espaços

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inacessíveis dos canais radiculares, o qual neutralizava tanto os produtos tóxicos como os gases formados pela putrefação. A conclusão do autor foi que a desinfecção de um canal contaminado é conseguida pela ação química de soluções irrigantes capazes de destruir os microrganismos e de neutralizar seus produtos tóxicos, auxiliadas pela ação mecânica de instrumentos endodônticos que removem materiais durante o processo de alargamento desses canais

WALKER (1936) introduziu o hipoclorito de sódio na concentração de 5% na Endodontia como instrumento auxiliar, dando início a uma fase onde essa solução seria reconhecida e aceita mundialmente. Em seu trabalho, esclareceu que essa solução foi utilizada após a indicação do Dr. Blass, da Universidade de New York.

GROSSMAN; MEIMAN (1941), após os estudos dos vários agentes químicos aplicados em técnicas endodônticas, ratificaram que a solução de soda clorada era mais eficiente como solvente do tecido pulpar. Essa afirmativa, em última análise, permitiu um tratamento endodôntico mais disciplinado quanto ao uso de solução irrigante.

GROSSMAN (1943) propôs uma forma de irrigação utilizando as soluções de hipoclorito de sódio a 5% e a solução de peróxido de hidrogênio a 3%. Portanto, fundamenta-se na irrigação alternada, primeiro com hipoclorito de sódio a 5%, depois com peróxido de hidrogênio a 3% e

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novamente com hipoclorito de sódio a 5%. Assim, associou-se a capacidade solvente do hipoclorito de sódio com a liberação de oxigênio nascente do peróxido de hidrogênio. Como justificativa para sua técnica, o autor citou o seguinte axioma: “antes de uma estar pronta para receber o agente quimioterápico, todo o resto necrótico e sujeira devem ser removidos”.

SENIA et al. (1971) avaliaram, in vitro, a capacidade da solução de hipoclorito a 2,25% de promover a dissolução do tecido pulpar em canais de molares inferiores. Com esse estudo, os autores concluíram que a solução de hipoclorito de sódio a 2,25% tem ação mais efetiva nos casos de canais com diâmetros amplos do que nos casos de canais atrésicos, e que são questionáveis os resultados alcançados em relação à capacidade de dissolução de tecido pulpar a 0,3mm do ápice.

SCHILDER (1974) preconizou a técnica de instrumentação cleanning and shaping, ou seja, limpeza e forma. O autor observou que durante o ato da instrumentação o profissional deve dar ao canal uma forma cônica afunilada. O objetivo é alcançar maior facilidade durante a limpeza com o uso das soluções irrigantes e proporcionar uma melhor adaptação do material obturador do canal radicular em toda a área vazia. Entretanto, admitiu que a instrumentação na região apical não deve ser tão pronunciada como aquela alcançada no terço médio do canal radicular. A região média do canal é

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esculpida com limas e alargadores, e a região cervical é alargada com brocas de Gates Glidden.

MCCOMB; SMITH (1975) observaram, por meio de M.E.V., que todas as áreas da dentina instrumentadas apresentavam-se cobertas com smear

layer, o que, segundo os autores, não se constitui apenas de raspas de

dentina mas também, de tecido necrótico remanescente dos odontoblastos e bactérias.

HAND et al. (1978) verificaram que a diluição de uma solução de hipoclorito de sódio a 5,0% diminuía sua capacidade de dissolução de tecido necrótico, salientando ainda que quanto maior a área de superfície de contato entre o tecido e a solução de hipoclorito de sódio, melhor é a dissolução

THÉ (1979) estudou a dissolução de tecido necrosado pelo hipoclorito de sódio e verificou que o tempo de contato, o volume e a concentração da solução eram parâmetros importantes na dissolução tecidual.

WAYMAN et al. (1979) evidenciaram, por meio do M.E.V., que a solução de hipoclorito de sódio a 5,25% apresenta maior capacidade de dissolver tecidos orgânicos, e que a solução de ácido cítrico a 10% detém maior capacidade de abrir os canalículos dentinários e, em conseqüência, promover maior limpeza das paredes dos canais radiculares.

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MACHTOU (1980) relatou que o sucesso da terapia endodôntica repousa sobre a tríade preparo biomecânico, controle da infecção e obturação dos canais radiculares. O autor salientou a importância da eliminação dos resíduos e microrganismos do interior dos canais radiculares e ressaltou que a ação da solução irrigante depende de dois fatores: o contato entre a solução e os resíduos e o tempo de ação da mesma.

GORDON et al. (1981) estudaram o efeito solvente de soluções de hipoclorito de sódio nas concentrações de 1%, 3% e 5% sobre o tecido pulpar bovino vivo e necrosado. Os autores observaram que quanto maior a concentração da solução menor era o tempo de solvência dos tecidos vivos como também dos necróticos.

MOORER; WESSELINK (1982) estudaram a influência do fluxo líquido, do potencial hidrogeniônico e da área de contato na capacidade de dissolução da solução de hipoclorito de sódio. Observaram que o princípio ativo do hipoclorito de sódio depende da quantidade de moléculas de HOCL (ácido hipocloroso) não dissociadas. Esse ácido é responsável pela forte cloraminação e oxidação de matérias orgânicas, tais como tecido e microrganismos. O HOCl é consumido na interação com matéria orgânica.

MADER et al. (1984) investigaram, por meio de M.E.V., as características morfológicas da smear layer nas paredes dos canais

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hiopoclorito de sódio a 5,25%. Eles observaram que a smear layer estava

localizada sobre a parede da dentina e, ainda, impactada no interior dos canalículos dentinários.

AUN (1990) observou que a forma geométrica do instrumento influi de maneira decisiva na obtenção de uma superfície dentinária mais limpa, assim como o volume da solução irrigante empregada no preparo biomecânico, independentemente do tipo de solução, também desempenha um papel importante na diminuição de debris acumulados na região apical dos canais

radiculares.

SÓ et al. (1997) avaliaram a habilidade de dissolução tecidual de soluções de hipoclorito de sódio de diferentes fabricantes, concluindo que a capacidade de dissolução tecidual é diretamente proporcional à concentração da solução. Concluiu-se, ainda, que o hipoclorito de sódio a 0,5% apresenta limitada capacidade de dissolução tecidual.

GUERISOLI et al. (1998) investigaram a ação das soluções de hipoclorito de sódio nas concentrações de 0,5%, 1,0%, 2,5% e 5% sobre a estrutura dentinária mineralizada e desmineralizada, pelo tempo de uma hora. Os autores constataram que a dentina mineralizada apresenta perda de massa tecidual de modo estatisticamente semelhante para todas as concentrações das soluções estudadas. Porém, a dentina desmineralizada (colágeno) sofre perda de massa de modo diretamente proporcional à

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concentração da solução, ou seja , quanto maior a concentração da solução de hipoclorito de sódio maior a perda de massa da dentina desmineralizada.

BARBIN (1999) estudou, in vitro, a dissolução do tecido pulpar bovino, promovida pela solução de hipoclorito de sódio nas concentrações de 0,5%, 1,0%, 2,5%, e 5,0% com ou sem lauril dietilenoglicol éter sulfato de sódio. O autor analisou também o potencial hidrogeniônico, a tensão superficial, a condutividade iônica e o teor de cloro, antes e depois da utilização dessas soluções, concluindo que: a) a velocidade de dissolução dos fragmentos de polpa bovina é diretamente proporcional à concentração da solução de hipoclorito de sódio e maior sem tensoativo; b) a redução do pH, entre o início e o fim do processo de dissolução pulpar, é inversamente proporcional à concentração da solução de hipoclorito de sódio, com ou sem tensoativo; c) a redução da condutividade iônica, entre o início e o fim do processo de dissolução pulpar, ocorreu da mesma forma nas diferentes concentrações da solução de hipoclorito de sódio, com ou sem tensoativo; d) a variação da tensão superficial, entre o início e o fim do processo de dissolução pulpar, é diretamente proporcional à concentração da solução de hipoclorito de sódio e maior nas soluções sem tensoativo. As soluções sem tensoativo apresentaram redução da tensão superficial, e as com tensoativo, elevação; e) os menores teores de cloro remanescente ocorreram com a solução de hipoclorito de sódio a 0,5%, e os maiores, com o grupo formado pelas

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soluções a 1,0%, 2,5% e 5,0%. As soluções com hipoclorito de sódio com tensoativo apresentaram os menores teores de cloro remanescente após o processo de dissolução.

SANTOS (1999) estudou, in vitro, o aumento da temperatura do hipoclorito de sódio sobre as suas propriedades físico-químicas (potencial hidrogeniônico, tensão superficial, condutividade iônica e teor de cloro), anterior e posteriormente à dissolução do tecido pulpar bovino. Os resultados mostraram que: a) a velocidade de dissolução dos fragmentos da polpa bovina é diretamente proporcional à concentração da solução de hipoclorito de sódio; b) a redução percentual do potencial hidrogeniônico após a dissolução foi inversamente proporcional à concentração inicial das soluções; c) as soluções de hipoclorito de sódio nas concentrações estudadas apresentaram redução dos valores da condutividade iônica, de modo estatisticamente semelhantes entre si, após o processo de dissolução do tecido pulpar bovino; d) o estudo da tensão superficial das soluções evidenciou que esta propriedade variou de modo diretamente proporcional à concentração; e) o teor de cloro remanescente das soluções apresentou-se de modo diretamente proporcional à concentração.

ALENCAR et al. (2000) avaliaram, por meio de M.O., a capacidade de limpeza das seguintes soluções: hipoclorito de sódio a 0,5% e HCT20 (associação de um detergente-lauril-dietileno-glicol-éter-sulfato de sódio +

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hidróxido de cálcio 1,6% e água destilada). Os resultados mostraram que as soluções testadas apresentaram eficácia de limpeza variável. No entanto, em relação ao hipoclorito de sódio a 0,5%, o HCT20 apresentou menor percentual de limpeza no terço apical.

BRAMANTE; BETTI (2000) analisaram o efeito do uso do EDTA em canais curvos instrumentados com limas de níquel-titânio. Os dentes foram colocados em bases acrílicas que permitiam a padronização para a angulação das radiografias iniciais e finais. As radiografias iniciais da instrumentação foram realizadas após a utilização de uma lima #15. Em seguida os dentes foram instrumentados com limas Ni-Ti pela técnica step-back até uma lima #30 e novamente radiografados. Com as películas projetadas (ampliação x10) e sobrepostas os autores concluíram que os instrumentos de Ni-Ti usados com EDTA foram menos eficazes em manter o trajeto original de canais curvos.

SCELZA et al. (2000) avaliaram, por meio do M.E.V., o número de túbulos dentinários abertos quando do emprego das seguintes soluções químicas auxiliares do preparo biomecânico: hipoclorito de sódio a 1% seguido de ácido cítrico a 10%, sendo irrigado no final com água destilada; hipoclorito de sódia à 0,5% e EDTAT; hipoclorito de sódio a 5,0% associado com água oxigenada a 3,0%; hipoclorito de sódio a 5%. Os resultados mostraram que: 1- em relação aos terços radiculares, a maior média do

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número de túbulos dentinários abertos foi seqüencialmente cervical, médio e apical, independentemente dos grupos experimentais. Porém, houve diferença estatisticamente significante entre o cervical e o apical; 2- considerando os grupos experimentais, independentemente dos terços radiculares, a maior média do número de túbulos dentinários abertos foi encontrada no grupo que utilizou a solução de hipoclorito de sódio e EDTAT.

EVANS et al. (2001) analisaram, por meio de M. O., a influência da solução irrigante e da técnica de preparo do canal radicular na remoção da pré-dentina e do tecido pulpar dos canais de dentes multirradiculares. Para isso, quarenta e seis dentes, entre pré molares e molares recém extraídos, foram divididos em quatro grupos: I- técnica step-back/hipoclorito de sódio a 3,0%; II- técnica step-back/água destilada; III- sistema automatizado/água destilada; IV- sistema automatizado/hipoclorito de sódio a 3,0%. Os resultados obtidos não mostraram nenhuma diferença estatística na remoção de pré-dentina e tecido pulpar observado entre os grupos estudados. Entretanto, os autores relataram que nas áreas de difícil acesso do canal radicular a percentagem de tecido pulpar foi menor no grupo irrigado com a solução de hipoclorito de sódio a 3,0% .

ATTIN et al. (2002) avaliaram, in vivo, a capacidade de limpeza do hipoclorito de sódio em canais não-instrumentados. Para a realização deste estudo foram utilizados 22 dentes que seriam extraídos de 18 pacientes. Os

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dentes foram tratados pela técnica da não-instrumentação e com irrigação com NaOCl a 3% por 30 minutos. Depois da extração, os remanescentes orgânicos debris do canal radicular foram avaliados histologicamente e

categorizados como o percentual correspondente ao comprimento do canal nos terços apical, médio e cervical. A porcentagem de debris residual foi

categorizado da seguinte forma: D1 para 0%, D2 para 1 a 50% e D3 para 51 a 100%. Os resultados mostraram que no teço cervical, 55% dos canais estavam totalmente limpos (D1). A porção média teve 27% de escore D1, enquanto que a porção apical teve apenas 21% de D1. Os autores concluíram que a capacidade de limpeza do hipoclorito de sódio em canais radiculares não-instrumentados necessita de maiores modificações para alcançar resultados aceitáveis sob as condições clínicas.

ESTRELA et al. (2002) discutiram o mecanismo de ação do hipoclorito de sódio baseado nas suas propriedades antimicrobianas e físico-químicas. Os autores concluíram que: 1) a velocidade de dissolução do fragmento de polpa bovina é diretamente proporcional à concentração da solução de hipoclorito de sódio e maior sem tensoativo; 2) a variação da tensão superficial, do começo ao fim da dissolução pulpar, foi diretamente proporcional à concentração do hipoclorito de sódio e maior nas soluções sem tensoativos; 3) com o aumento da temperatura da solução de hipoclorito de sódio a

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