Como identificar problemas de saúde mental ou com
impacto no bem-estar da criança
Como actuar e comunicar
• Necessidades de saúde psicológica (e.g. stresse,
ansiedade e outras dificuldades emocionais e
comportamentais)
Temas:
• Problemas de saúde mental:
Ansiedade e
Medo/Depressão/Problemas
comportamentais
• Estratégias de coping
• Recomendações
Efeitos Normais e Protetores
•
Medo = fundamental para a nossa sobrevivência
•
Ansiedade = prepara-nos para o que nos põe/pode pôr em
perigo
A ansiedade e o medo
Efeitos Patológicos
•
Excessiva preocupação em relação ao futuro (exames, socialização,
actividades desportivas)
A ansiedade e o medo
A ansiedade e o medo têm efeitos negativos
quando se prolongam além do necessário para
cumprir a função protectora e interferem na
qualidade de vida, no conforto emocional ou o
• Podem afectar as pessoas em todas as fases da vida
• Tornam-se um problema quando impedem o
funcionamento/ajustamento da pessoa e a realização de
tarefas quotidianas
• A investigação mostra que crianças com transtornos de
ansiedade têm mais dificuldade em fazer amizades, do que
aquelas que não têm este tipo de problema
• A ansiedade num nível patológico tem um impacto grande
na vida social e escolar das crianças, resultando em
consequências futuras sérias (Cartwright-Hatton, 2006; Silva;
Figueiredo, 2005)
Sintomas fisiológicos
•Aumento do ritmo cardíaco e hipertensão
•Dificuldade em respirar (sensação de sufoco)
•Sudorese e arrepios
•Perturbações no sono (dificuldade em adormecer ou permanecer a dormir, ou sono agitado e insatisfatório)
Sintomas fisiológicos
•Alterações de apetite
•Perturbações de eliminação (enurese, encoprese)
•Tensão muscular, etc.
Sinais de Alerta
Sintomas comportamentais
•
Evitar tarefas ou pessoas (ex. TPC) - Fuga e “congelado ou
imobilizado”
•
Obediência automática
•
Abandono de actividades
Sintomas cognitivos
•
Atenção dispersa
•
Dificuldade de concentração
•
Dificuldades na tomada de decisão
Sinais de Alerta
Sintomas cognitivos
•
Baixa auto-eficácia
•
Negação
•
Alterações de memória
•
Confusão, distorção e pensamentos intrusivos
Sinais de Alerta
Sinais de Alerta
Sintomas emocionais
•
Ansiedade/Pânico
•
Medo
•
Culpa e desespero
•
Irritabilidade
Sinais de Alerta
Sintomas emocionais
•
Agitação, nervosismo ou tensão interior
•
Dificuldades de regulação emocional: agressividade,
impulsividade, ataques de pânico, etc
1) Humor deprimido,
2) Redução da energia,
3) Diminuição da actividade,
4) Anedonia
4) Perda de interesse,
5) Diminuição da capacidade de concentração,
6) Fadiga significativa, mesmo após um esforço mínimo.
Observam-se em geral problemas do sono e diminuição do apetite Pode haver ideação suicida/comportamentos autoagressivos
Principais sintomas em crianças
• Tristeza, irritabilidade ou tédio
• Dificuldade em divertir-se
• Aparência triste
• Choro fácil
• Fadiga
• Isolamento ou fraco relacionamento com os pares • Baixa autoestima
• Declínio no desempenho escolar • Ansiedade de separação
• Fobias
• Desejo ou fantasias de morte
Alterações
comportamentais
• Agressividade
• Birras
• Isolamento
• Consumos de
substâncias
• Dependência de
“ecrãs”
Estratégias Cognitivas de Regulação emocional
Estratégias
Desadaptativas
Auto-culpabilização Colocar a culpa do que ocorreu em si mesmo Culpabilização dos
outros Colocar a culpa do que ocorreu noutras pessoas Catastrofização Pensamentos que explicitamente enfatizam o
Estratégias Cognitivas de Regulação emocional
Estratégias
Adaptativas
Colocar em perspectiva
Pensamento que deixam de lado a severidade do evento e enfatizam a sua relatividade - i.e. comparado com outros
Focar aspetos positivos Pensamento com foco em ideias ou momentos mais alegres
ou agradáveis (desfocando do evento) Reavaliação cognitiva
positiva
Pensamentos que criam significado positivo ao evento, em termos de crescimento pessoal
Aceitação Pensamentos de aceitação da experiência e conformação
com o acontecimento
Focar no planeamento Pensamentos sobre os passos necessários para lidar com o
Estratégias Cognitivas de Regulação emocional
Reacções Alternativas de Resposta
Elevada ansiedade
(preocupação com o futuro, dificuldades em dormir,
problemas de concentração)
Introduzir exercícios de relaxamento - restabelece energias e ajuda a dormir
(https://www.youtube.com/watch?v=ieht9IooHA4)
Culpabilização ou
preocupação com reações extremas
(vergonha, dificuldade de concentração,etc.)
Incentivar a criança a conversar sobre as suas reacções com um familiar ou amigo de confiança Lembre-se que estas reacções são
comuns/esperadas e podem levar algum tempo a desaparecer
Caso os sentimentos persistam, após um mês procure ajuda profissional
Estratégias Cognitivas de Regulação emocional
Reações Alternativas de Resposta Raiva excessiva
(alguma raiva é compreensível e esperada, especialmente quando há sentimentos de injustiça,
incerteza e falta de controlo)
Ajude a criança a descobrir formas de canalizar a raiva de forma produtiva: (i) tempo para se acalmar, (ii)
evitar situações stressantes, (ii) falar com
amigos/familiares, (iii) fazer actividade físicas, (iv) distrair-se com actividades positivas ou (v) procurar ajuda profissional
Se ficar a criança ficar demasiado agressiva/violenta procure ajuda de imediato
Estratégias Cognitivas de Regulação emocional
Reações Alternativas de Reposta
Problemas em dormir (problemas de sono e
insónias são comuns, porque as crianças podem estar
preocupadas, com
dificuldades de adaptação e com mudanças nas suas
vidas)
Assegure-se que a criança tem boas rotinas de sono - (i) deitar sempre à mesma hora, (ii) não beber bebidas com cafeína à tarde/noite, (iii) (iv) praticar exercício diário, (v) relaxar antes de deitar
Recomendações:
Quadro emocional com emoções diferenciadas e complexas:
✓sentimentos de vergonha e culpa intensas
✓preocupação com questões existenciais
✓interesse na análise e exploração do seu mundo
interior
✓Manter presente a importância de suporte social
(nomeadamente dos pares)
Verificar as condições básicas de bem-estar do adolescente
- Sono
- Actividade física
- Actividades lúdicas
- Actividades académicas
- Convívio social
Concetualização do problema
- Participante e contribuinte activo- Apoio na compreensão da natureza do seu (s) problema(s) psicológicos - Tornar o adolescente consciente dos processos cognitivos
- Importância de seguir as orientações terapêuticas
Formas de comunicação eficazes
- Alternativas a hábitos de comunicação negativos :
- não gritar, falar com tom normal
- não ir ao passado, manter-se no presente
- não criticar, apontar bom e mau
- silêncio não, falar sobre o que sente
Princípios de uma boa comunicação
- Ouvir quando o adolescente está na disposição
- Lembrar-se sempre de ouvir primeiro (escuta ativa) - Não dar sermões, nem refile (10 palavras)
- Expressar honestamente como se sente
- Suporte emocional
(valorizado, amado, seguro)- Elogiar mais
- Firmeza
(delinear limites e expectativas realistas sobre o comportamento adequado nesta fase)- Não alimentar discórdias
(pedir desculpa, reparar)- Antecipar o comportamento inadequado
- Compreender a reciprocidade nas interações
- Manter rotinas e horários regulares
- Estabelecer um programa de incentivos antes de recorrer à
punição
- Punir com positivismo e respeito: Tornar as consequências
imediatas, específicas e consistentes
Risco de suicídio
Fatores de risco elevado de passagem ao ato
- Presença de auto-mutilações frequentes, diversificadas e graves
- Desespero – ausência de estratégias de resolução de problemas, de confronto e regulação emocional
Fatores de risco moderado de passagem ao ato - Depressão
- Personalidade - Impulsividade
- Stresse Pós-Traumático
Técnicas de Resolução de problemas
- Mais eficaz quando feita em colaboração
(compromisso e responsabilidade)- Usar empatia
(mais proactivo e menos reativo)- Função didática
(resolver através da discussão, diálogo e compromisso)Promover a Regulação emocional
- Aprender a falar sobre os sentimentos- Funcionar como modelo (encorajamento e confiança) - Incentivar o afecto positivo (cultive a esperança)
- Ajudar os outros (descentração/sentido de pertença) - Técnicas para sentimentos negativos
(imaginação, mindfullness, relaxamento, mudança de perspetiva)
Características desta fase do desenvolvimento
✓estabelecer a independência dos pais
✓criar e manter relações de intimidade com pares
✓construir a sua própria identidade
Recomendações para pais
• Adoptar comportamentos de autocuidado
• As mudanças comportamentais são expectáveis • Mostrar empatia
• Adotar estratégias parentais “autoritativas” (democráticas) – falar sobre as situações, manter regras com tolerância e afetividade
Recomendações para pais
• Compensar a falta de actividades ao ar livre com actividades em família e actividade física
• Manter regras e rotinas – alimentação, sono • Implementar rotinas diárias mas flexíveis
Recomendações para profissionais
• Ajudar as crianças/adolescentes a desenvolver estratégias de coping adequadas à idade
• Reforçar os aspectos positivos do confinamento – actividades em família, comportamentos pró-sociais
• Ajudar as famílias a desenvolver e implementar estratégias comportamentais, cognitivas e emocionais que favoreçam o ajustamento