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MÓDULO 3 GLOBALIZAÇÃO E SUAS CONSEQÜÊNCIAS, TRANSFORMA ÇÕES DO TRABALHO e POLÍTICA E RELAÇÕES DE PODER: PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E DIREITOS DO CIDADÃO

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Academic year: 2021

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CIÊNCIAS SOCIAIS 

MÓDULO  3  ­  GLOBALIZAÇÃO  E  SUAS  CONSEQÜÊNCIAS,  TRANSFORMA­  ÇÕES  DO TRABALHO  e  POLÍTICA  E  RELAÇÕES  DE  PODER:  PARTICIPAÇÃO  POLÍTICA E DIREITOS DO CIDADÃO 

1. GLOBALIZAÇÃO E SUAS CONSEQÜÊNCIAS 

O  que  denominamos  contemporaneamente  por  globalização  é  um  processo  da  mundialização  do capitalismo que  envolve  uma  grande  diversidade  de aspectos  de natureza cultural, social, econômica e política. 

O capitalismo passa por uma série de transformações no final do século XX,  por  um  processo  de  liberalização  comercial  que  levou  a  uma  maior  abertura  das  economias  nacionais  resultando  em  mudanças  nos  processos  de  trabalho,  hábitos  de  consumo,  configurações  geográficas  e  geopolíticas,  poderes  e  práticas  do  Estado. 

A globalização do mundo expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo  como  modo  de  produção  e  como  processo  civilizatório  de  alcance  mundial.  No  cotidiano,  a  globalização  se  manifesta  de  maneira  mais  visível,  nas  mudanças  tecnológicas e nas alterações dos processos de trabalho de produção. 

Neste  surto  de  universalização  do  capitalismo,  o  desenvolvimento  adquire  novo  impulso,  com  base  em  novas  tecnologias,  criação  de  novos  produtos  e  mundialização de mercados. 

A  partir  dessas  considerações  iniciais,  vislumbra­se  a  necessidade  do  “administrador  global  possuir  uma  formação  intelectual  capaz  de  lhe  dar  uma  compreensão abrangente desta realidade”.1 

1.1 A globalização comercial e financeira 

A  globalização  é  marcada  pela  transição  de  um  modelo  de  organização  fordista1  para  um  modelo  toyotista,  que  (HARVEY:1992)  denomina  passagem para  um regime de acumulação flexível. 

Eis algumas característica do regime de acumulação flexível: 

1.  Flexibilidade  dos  processos  de  trabalho,  dos  produtos  e  dos  padrões  de  consumo. 

2. Ampliação do setor de serviços. 

3. Níveis relativamente altos de desemprego estrutural. 

4. Rápida destruição e reconstrução de habilidades e ganhos modestos.  5. Retrocesso do poder sindical.

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A mundialização dos mercados envolve um amplo processo de redistribuição  das  empresas  por  todo  mundo.  As  empresas  passam  por  processos  de  reestruturação  para  adaptar­se  às  novas  exigências  de  produtividade,  agilidade,  capacidade de inovação e competitividade. 

A  globalização  envolve  ampla  transformação  na  esfera  do  trabalho,  modificam­se  as  técnicas  produtivas,  as  condições  jurídicas,  políticas  e  sociais.  A  busca  de  mão­de­obra  barata  faz  com  que  as  grandes companhias  busquem  força  de  trabalho  barata  em todos  os cantos  do  mundo,  levando o  desemprego  à  escala  global. 

As grandes empresas transnacionais operam em todo o planeta. Elas vendem  as mesmas coisas em todos os lugares através da criação de produtos universais. 

Para  os  executivos  das  grandes  companhias  há  necessidade  de  distanciamento de suas culturas particulares e seu comprometimento volta­se para a  competição  global.  A  busca  por  eficiência  e  produtividade  torna­se  uma  obsessão  social.1 

O  sistema  financeiro  global  passa  por  um  processo  de  reorganização.  O  mercado  de  ações,  mercados  futuros,  de  acordos  de  compensação  recíproca  de  taxas  de  juros  e  moedas,  ao  lado  da  acelerada  mobilidade  geográfica  de  fundos,  significa a criação de um único mercado mundial de dinheiro e crédito. Desde modo,  o sistema financeiro mundial fugiu do controle coletivo, o que levou ao fortalecimento  do capital financeiro. 

Por ser um processo ainda não concluso, há dificuldade de captar a natureza  das  mudanças  que  estamos  vivenciando.  Há  análises  que  enfatizam  os  elementos  positivos e outros que se voltam para os aspectos negativos. 

1.2 As novas tecnologias 

No  final  do  século  passado  vivenciamos  uma  verdadeira  revolução  tecnológica em diversas áreas: microeletrônica, microbiologia e engenharia genética.  A  utilização  das  modernas  tecnologias  tem  contribuído  para  aumento  da  produtividade  e  tem  possibilitado  mudanças  com  gigantesca  velocidade.  Antes  de  cair no domínio público, as tecnologias já são superadas. 

As  novas  tecnologias  possibilitaram  a  estruturação  de  todo  processo  produtivo.  O  trabalho,  em  conseqüência  da  revolução  tecnocientífica  exige  níveis  cada  vez  mais  elevados  de  instrução,  maior  emprego  da  inteligência  e  do  esforço  mental. 

1.3 A globalização cultural 

PONTO DE REFLEXÃO: 

A globalização tem conduzido para um processo de concentração  de empresas ou tem possibilitado o empreendorismo?

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As  novas  tecnologias  têm  contribuído  para  que  as  fronteiras  culturais,  lingüísticas  percam  o  sentido  e  adotou  o  inglês  como  língua  oficial  dos  negócios  internacionais.Os  meios  de  comunicação  baseados  na  eletrônica  têm  contribuído  para agilizar o mundo dos negócios em escala jamais conhecida. 

A cultura encontra horizontes de universalização – o que era local e nacional  pode tornar­se mundial. 

A  cultura  global  conduz  a  um  processo  de  homogeneização  dos  hábitos  de  consumo,  à  medida  que  os  meios  de  comunicação  difundem um  número  cada vez  mais restrito de modelos de organização do modo de vida. Veja o que afirma ORTIZ:  1994 p.173 

“A  convergência  de  comportamento  de  consumidores  é  uma  tendência  dominante  dos  últimos  trinta  anos.  Chocava  a  Europa  do  pósguerra  a  grande  diversidade  de  comportamentos  e  a  abundância  de  pluralismos  locais  e  regionais.  Mas em trinta anos, em todos os lugares, uma parcela cada vez maior da população  distanciouse da sociedade tradicional, de seus valores, para entrar na modernidade,  criadora de novos valores. Esta evolução aproximou os comportamentos, sobretudo  de consumo.”  Eis algumas características culturais da nossa época:  • Forte presença da moda, do efêmero, do espetáculo e da mercadificação.  • Publicidade assume papel maior nas práticas culturais.  • Publicidade manipula desejos sem relação com os produtos. 

Neste  novo  contexto,  a  produção  e  difusão  de  bens  culturais  ocupam  um  lugar  central  que  no  passado  pertenceu  aos  bens  industriais.  Haja  vista,  entre  as  maiores empresas do mundo contemporâneo, a presença significativa de empresas  ligadas à comunicação e entretenimento. 

2. TRANSFORMAÇÕES DO TRABALHO 

As mudanças na organização dos processos de trabalho, já mencionadas na  unidade  anterior,  conduziram  à  flexibilidade  dos  processos  de  trabalho  (“just  in  time”),  nos  contratos  de  trabalho  (terceirização)  além  da  descentralização  do  processo  produtivo.  As  empresas  investem  em  automação,  redução  de  chefias  intermediárias resultando em redução de pessoal. Desse modo, o regime de trabalho  é  marcado  pela  instabilidade  no  emprego  e  pelos  baixos  níveis  salariais  e  desemprego estrutural,  considerado hoje, um dos principais problemas sociais. 

Diante deste contexto, as empresas mudam o perfil do trabalhador desejado.  O  novo  quadro  do  mercado  de  trabalho  vai  requerer  um  perfil  de  trabalhador  polivalente,  altamente  qualificado,  com  maior  grau  de  responsabilidade  e  de  autonomia. O trabalhador necessário no mercado deve desenvolver sua criatividade,  reciclar­se  permanentemente,  possuir  flexibilidade  intelectual  nas  situações  de

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constante  mudança,  capacidade  de  análise  e  comunicação.  Deve  ter  atitudes  de  participação, cooperação e multifuncionalidade. 

2.1 O processo de precarização do trabalho 

Entre  as  ocupações  não­organizadas,  Reich  (2002)  destaca  a  crescente  quantidade  de  trabalhadores  temporários,  de  meio  período,  “freelancers”,  autônomos,  via  correio  eletrônico  (e­mails),  contratados  e  representantes  independentes,  além  daquelas  ocupações  com  ganhos  flutuantes  atrelados  aos  índices de desempenho, enterrando de vez a idéia de um futuro previsível assentado  no emprego estável. 

Antunes  (2002)  considera  que  a precarização  do  trabalho  levou  a  mutações  em que poucos se especializaram e muitos ficaram sem qualificação suficiente para  introduzir­se  nesse  mercado  de  trabalho,  engrossando  a  fila  dos  desempregados,  gerando  uma  classe  de  trabalhadores  fragmentada  e  dividida  entre  trabalhadores  qualificados  e  desqualificados,  do  mercado  formal  e  informal,  jovens  e  velhos,  homens e mulheres, estáveis e precários, imigrantes e nacionais etc, sem falar nas  divisões que decorrem da inserção diferenciada dos países e de seus trabalhadores  na nova divisão internacional do trabalho. Este processo conduziu à destruição e/ou  precarização, sem paralelos em toda era moderna. 

2.2 Desemprego estrutural e informalidade 

O  que  caracteriza  o  setor  informal  é  o  trabalho  isolado,  muitas  vezes  inventando  seu  próprio  trabalho,  com  grande  mobilidade  de  atividades  e  horários  flexíveis. 

O  setor  informal,  segundo  a  OIT,  já  atinge  cerca  de  40%  do  mercado  de  trabalho  na  América  Latina.  A  taxa  de  informalidade  tem  tido  um  crescimento  superior ao setor formal. 

Os processos  de  terceirização e  informalidade  expandem­se sob  a  forma  de  trabalho por conta própria em microempresas, seja através do trabalho em domicílio  e tem obscurecido o desemprego. 

A economia informal é o destino de um grande contingente de  trabalhadores  que  não  conseguem  inserção  na  pirâmide  do  mercado  de  trabalho  formal1.  Colocando  em  evidência  a  tendência  geral  de  hierarquização  do  trabalho,  a  fragilização dos vínculos e a crescente desigualdade remuneratória, aprofundando a  fratura  social,  trazendo  insegurança,  tornando  a  economia  ineficiente,  transformando­a num ciclo vicioso de desorganização social. 

3. POLÍTICA E RELAÇÕES DE PODER: PARTICIPAÇÃO POLÍTICA E DIREITOS  DO CIDADÃO 

Nesta  unidade  vamos  discutir  política,  pois  o  Estado  é  uma  instituição  que  tem forte presença da vida do cidadão comum e para onde, de um modo geral, são  dirigidas as críticas das mazelas produzidas pela sociedade.

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3.1 Política, poder e Estado 

A palavra política entrou para o vocabulário do homem comum designando a  atividade  de  um  grupo  social  pouco  confiável:  os  políticos  profissionais.  Porém,  é  preciso esclarecer que todos nós somos seres políticos e política diz respeito a uma  comunidade organizada, formada por cidadãos. 

Segundo  (ARENDT:  2003,  21)  “a  política  trata  da  convivência  entre  diferentes.”  Desse  modo,  todos  estão  envolvidos  na  política,  mesmo  aqueles  que  não  querem  saber  e  viram  as  costas  para  as  decisões  que  interferem  nas  suas  vidas. 

O  exercício  do  poder  implica  uma  relação  de  mando  e  obediência  e  fundamenta­se  na  imposição  de  uma  vontade  sobre  as  outras  vontades.  O  poder  não está circunscrito somente no âmbito do Estado. 

As  relações  de  poder  estão  presentes  em  todas  as  relações  sociais.  Por  exemplo,  na  família,  sempre  existe  a  figura  de  alguém  que  exerce  o  poder.  Nas  empresas, todas as relações são marcadas por hierarquia. 

O  Estado  é  uma  instituição criada  pelo  homem  com o  intuito de  proteger  os  homens uns dos outros. O Estado exerce seu poder através do uso das armas, (é a  instituição  que  tem  o  monopólio  do  uso  legítimo  da  força)  e  também  através  do  poder das leis. 

Max Weber define o Estado como uma estrutura política que tem o monopólio  do uso legítimo da força física em determinado território. O Estado é visto como uma  relação de homens dominando homens, por meio da violência considerada legítima. 

Para  que  o  Estado  cumpra  suas  funções  de  garantir  a  ordem,  proteger  a  sociedade  para  que  ela  não  se  desfaça  é  necessário  não  apenas  o  exercício  do  poder, mas a legitimidade, que provém da aceitação da sociedade. 

3.2 Democracia e cidadania 

O conceito de democracia surgiu na Grécia antiga e significa que todo o poder  deve  emanar  o  cidadão,  ou  seja,  é  um  tipo  de  governo  que  nasce  do  povo  e  tem  como objetivo atender aos interesses do povo. 

De uma forma mais específica, em nossa sociedade, a democracia manifesta­  se  através  de  um  sistema  eleitoral  cujo  povo  escolhe  seus  representantes.  Outro  elemento fundamental do regime democrático é a liberdade de ir e vir, a liberdade de  expressão e de organização. 

Por  cidadania,  entende­se  o  direito  de  qualquer  membro  da  sociedade  de  participar  da  vida  pública.  Segundo  o  artigo  5º,  da  Constituição  brasileira,  “somos  todos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo­se a todos  o direito à vida, à liberdade, a igualdade, a segurança e a propriedade.”

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3.3 Participação política 

Ninguém  escapa  da  política,  quem  não  se  envolve  diretamente  nos  acontecimentos são envolvidos indiretamente nas suas conseqüências, pois todo ato  humano em sociedade é político, inclusive o ato de omissão. 

A participação política não se restringe ao voto em período eleitoral. Existem  outras formas de exercício político como sindicatos e movimentos sociais.

Referências

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