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Stomatos

ISSN: 1519-4442

ppgpediatria@ulbra.br

Universidade Luterana do Brasil Brasil

Galvani, Lucas R.; Pires, Marcelo M.; Passos, Diza; Mota, Eduardo G.; Pires G., Luiz Antonio Utilização dos métodos de biossegurança nos consultórios odontológicos da cidade de Porto

Alegre-RS

Stomatos, vol. 10, núm. 18, janeiro-junho, 2004, pp. 7-13 Universidade Luterana do Brasil

Río Grande do Sul, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=85001802

Como citar este artigo Número completo Mais artigos

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Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

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Lucas R. Galvani Marcelo M. Pires Diza Passos Eduardo G. Mota Luiz Antonio G. Pires

Utilização dos métodos

de biossegurança nos consultórios

odontológicos da cidade

de Porto Alegre-RS

The use of biological safety methods on dental clinics at Porto Alergre-RS

Artigos científicos

______

Lucas R. Galvani é aluno de Graduação do Faculdade de Odontologia da ULBRA Marcelo M. Pires é aluno de Graduação do Faculdade de Odontologia da ULBRA Diza Passos é aluna de Graduação do Faculdade de Odontologia da ULBRA

Eduardo G. Mota é Professor de Materiais Dentários da Faculdade de Odontologia da ULBRA

Luiz Antonio G. Pires é Professor de Materiais Dentários e Prótese da Faculdade de Odontologia da ULBRA

RESUMO

O controle das infecções nos consultórios tem sido um dos grande desafios para profissionais que atuam na Odontologia. Durante o atendimento clínico, os profissionais devem utilizar meios que evitem o risco de infecção e de transmissão cruzada. O objetivo deste trabalho foi verificar junto a 445 profissionais (CDs), escolhidos aleatoriamente, da cidade de Porto Alegre-RS, através de um questioná-rio direto, se utilizavam os seguintes EPI: luvas, máscara, óculos de proteção, avental, gorro ou ne-nhum dos meios. Foram obtidos os seguintes resultados: 331 CDs exercem clínica geral (70,33%) e 132 são especialistas (29,67%). Sendo que 433 usam avental (97,30%), 387 usam luvas (86,96%), 297 usam mascaras (66,74%), 153 usam óculos de proteção (34,38%), 12 não usam nenhum tipo de prote-ção (2,7%), sendo 11 clínicos-gerais e 1 especialista. Diante de tais resultados é importante conscienti-zar e educar a classe odontológica sobre a utilização de meios que controlem os riscos de infecção e de transmissão cruzada, principalmente os CDs com mais de 10 anos de formados.

Palavras-chave: Controle de infecção, Odontologia, Consultório odontológico.

______

Endereço para correspondência: Luiz Antonio Gaieski Pires

Rua Mostardeiro 157/801 - CEP:90430-001 - Moinhos de Vento - Porto Alegre/RS Telefone: (51) 32225205

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ABSTRACT

The infection control in dental offices became a big challenge to clinicians that act in dentistry. During clinical procedure, clinicians should use methods to avoid the risk of infection and cross-transmission. The purpose of this study was to verify in 445 dental-surgeons, randomly chosen, in the city of Porto Alegre (RS), whether they use the following methods of prevention: gloves, mask, protection glasses, apron, beret, or none of these. The obtained results were: 331 CDs are clinicians (70,33%) and 132 are specialists (29,67%). From this, 433 use apron (97,30%), 387 use gloves (86,96%), 297 use mask (66,74%), 153 use protection glasses (34,38%), 12 did not use any kind of protection (2,7%), being 11 clinicians and 1 specialist. With such results, it’s important make up clinicians mind about the usage of methods that control the infection risks and cross-transmission mainly those graduated more than 10 years ago.

Key word: Infection control, Dentistry, Dental office.

INTRODUÇÃO

Entre os diversos profissionais da área da saúde, talvez sejam os cirurgiões-dentistas os que estão mais frequentemente em contato com fluí-dos corpóreos como saliva e sangue, estando o profissional exposto a entrar em contato com mi-croorganismos provenientes destes fluídos que for-mam a microbiota bucal. Para CARVALHO (2003), estes microrganismos podem transmitir doenças infectocontagiosas, tais como: resfriado comum, pneumonia, tuberculose, AIDS, hepatite B, hepa-tite C, conjuntivite, etc.

Além disso, não apenas a contaminação en-tre paciente e profissional é uma realidade, mas também a contaminação entre pacientes que pode ocorrer devido a rotatividade destes no consultó-rio odontológico. SERRA et al. (2000) afirmam que além da transmissão de microorganismos pa-ciente-profissional-pessoal auxiliar, que ocorre pelo contato direto entre o portador e o hospedeiro, pode também ocorrer a contaminação indireta (paciente-paciente), que ocorre quando o indiví-duo entra em contato com superfícies e substânci-as contaminadsubstânci-as, tornando alarmante o risco de infecção cruzada.

SAMARANAYAKE et al. (1993) definem ção cruzada como a transmissão de agentes infec-ciosos entre pacientes e equipe, dentro de um am-biente clínico, sendo que a transmissão pode resul-tar do contato pessoa-pessoa ou através de objetos contaminados, que são denominados agentes.

Perante a todos estes riscos que a classe odontológica e seus pacientes estão expostos, sur-ge assim o conceito de biossegurança que consiste na adoção de materiais e métodos que objetivam

o controle da infecção cruzada no consultório odontológico visando a proteção do paciente e do profissional, com a utilização do equipamento de proteção individual (EPI), também denominada de barreiras.

Para deter possíveis doenças a que o paci-ente e o cirurgião-dentista estão expostos, os ór-gãos de saúde do mundo inteiro, como Centers for Disease Control (CDC), American Dental As-sociation (ADA), World Health Organization (WHO) e Dental Health and Science Comitte, vêm aprimorando e fiscalizando as normas de assepsia nos estabelecimentos odontológicos (FERREIRA, 1995; RUSSO et al., 2000). No Brasil, a fiscali-zação dos consultórios odontológicos é de com-petência dos Centros de Vigilância Sanitária (C.V.S.), órgãos ligados às Secretarias Estaduais de Saúde ou, em municípios que tem a saúde municipalizadas, às Secretárias Municipais de Saú-de como nos municípios Saú-de Porto Alegre, Santa Rosa e outros no estado do RS (PORTO ALE-GRE, 1998).

As sanções a que um estabelecimento de as-sistência odontológica está exposto por não cum-prir as normas de controle de doenças transmissí-veis, colocando em risco a Saúde Pública, podem ser desde uma simples advertência, multa classifi-cada em leve, grave ou gravíssima, até interdição do consultório com o cancelamento do alvará. Em cada uma dessas ocorrências, o Conselho Regio-nal de Odontologia é comunicado (FERREIRA, 1995; PORTO ALEGRE, 1998).

Embora haja normas e sansões os órgãos competentes não possuem uma estrutura adequada para a fiscalização de todos os consultórios odon-tológicos existentes. Surge então uma necessidade

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maior em orientar os cirurgiões-dentistas, pois para FERREIRA (1995) além dos problemas da fiscalização existe um número expressivo de pro-fissionais que tem poucas noções do que venha ser esterilização e desinfecção, como também fal-ta de conhecimento de medidas profiláticas dos cirurgiões-dentistas.

O objetivo deste trabalho foi verificar atra-vés de um questionário direto, os meios de pre-venção que são utilizados nos consultórios odon-tológicos da cidade de Porto Alegre.

MATERIAISEMÉTODO

Após análise e aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos e Animais da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) e protocolado sob o número 026/2001, foi aplicado um questionário fechado composto de 3 questões sobre métodos de biossegurança utilizados pelos cirurgiões-dentistas.

Após, foi realizado levantamento populacio-nal junto ao Conselho Regiopopulacio-nal de Odontologia do Rio Grande do Sul do número de cirurgiões-dentistas inscritos e atuantes no município de Por-to Alegre. Através do cálculo do número da amos-tra, foram entrevistados 445 cirurgiões-dentistas, escolhidos aleatoriamente, da cidade de Porto Ale-gre (RS).

No questionário especificava-se que a parti-cipação na pesquisa era voluntária, sendo que os dados da pesquisa seriam publicados em forma de artigo e apresentados em cursos, congressos de uma forma geral. Foi assegurado aos partici-pantes que o resguardo de sua identidade seria mantido em sigilo. Todos respondentes assinaram o consentimento livre e esclarecido antes de res-ponder ao questionário.

A entrevista foi realizada pelo método direto (entrevistador-entrevistado) abrangendo os sen-guites itens do EPI utilizados ou não pelos profis-sionais: luvas, máscara, óculos de proteção, aven-tal e/ou gorro durante o atendimento clínico.

Após a coleta dos dados, estes foram tabu-lados e descritos em uma análise estatística des-critiva nos gráficos.

Questionário 1. Anos de formado: ( ) 0-5 anos ( ) 5-10 anos ( ) mais de 10 anos 2. Especialidade: ( ) clínico geral ( ) especialista - qual?... 3. Ao realizar procedimentos odontológicos, no paciente, ou manipular materiais tanto de mol-dagem quanto de desinfecção, qual (ais) os méto-dos de biossegurança utilizaméto-dos?

( ) luvas ( ) máscara ( ) óculos ( ) avental ( ) gorro ( ) nenhum

Resultados

Atuação Nº de profissionais %

Clínico Geral 313 70,33

Especialista 132 29,67

Total n = 445 100

Quadro 1 - Distribuição do número de

Cirurgi-ões-Dentistas quanto à especialização.

Gráfico 1 - Representação gráfica da distribuição do

nú-mero de Cirurgiões-Dentistas quanto à especialização.

Quadro 2 - Distribuição do CDs por tempo de formatura.

Nº de profissionais Tempo de formado

Clínico geral Especialista

%

0-5 anos 58 66 27,86

5-10 anos 82 61 32,14

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DISCUSSÃO

Barrar as infecções e a contaminação cruza-da nos consultórios odontológicos tem sido um dos grandes desafios não apenas para os cirurgiões-dentistas, como também para pesquisadores e imu-nologistas. Isso porque os micro-organismos têm driblado as medidas de biossegurança adotadas atualmente, colocando em risco profissionais e pa-cientes. Por outro lado, a negligência de alguns ci-rurgiões-dentistas frente aos métodos de biossegu-rança tem proporcionado a intensificação do ciclo de infecções cruzadas (FERREIRA, 1995).

Na cavidade bucal existem microorganismos que formam a chamada microbiota indígena, e

esses vivem em homeostase, ou seja, em processo de equilíbrio com o hospedeiro. Prova disso são as infecções endógenas que ocorrem em função da quebra da homeostase ou também infecções exógenas decorrentes da presença na cavidade bucal de microorganismos provenientes do meio externo. A contaminação durante a prática odon-tológica pode ocorrer através das mais variadas fontes, como exemplo as brocas que entram em contato com o sangue e saliva, e todos os outros materiais que são utilizados nos pacientes (GON-ÇALVES, 1997).

Para isso, GUANDALINI et al. (1997) cita-ram os três grupos de instrumentais existentes: ins-trumentos críticos, que são aqueles que penetram nos tecidos subepiteliais, entrando em contato dire-to com o sangue, devendo ser obrigadire-toriamente esterilizados. Nos procedimentos críticos os cuida-dos com a esterilização e desinfecção cuida-dos instru-mentais, consultório e o preparo do paciente e equipe odontológica devem ser máximos. Instrumentos semi-críticos são os instrumentos que entram em contato com a mucosa ou pele íntegra, podendo estar em contato com a saliva, porém não com o sangue. Estes instrumentos também devem ser es-terilizados. Para procedimentos semi-críticos além do instrumental esterilizado, o consultório deve es-tar desinfetado para evies-tar infecções cruzadas pela presença de secreções orgânicas existentes no inte-rior do consultório. Instrumentos não-críticos são aqueles que entram em contato apenas com a pele íntegra ou não entram em contato com o paciente. Em odontologia não existe procedimento que pos-sa ser incluído nespos-sa categoria.

Para RUSSO, RUSSO (2001), os microor-ganismos mais freqüentemente transmitidos são o papilomavírus humano, o da mononucleose, o ví-rus dos herpes simples tipo I e II, da tuberculose, o citomegalovírus, o vírus da varicela-zoster, o da influenza, o da rubéola, mas os que mais preocu-pam a classe odontológica são os vírus da hepati-te B, C e o HIV.

A síndrome da imunodeficiência adquirida direcionou maior preocupação devido às conse-qüências fatais da doença e do caráter transmissí-vel do agente infeccioso (LOTUFO, GIORGI, 1990). Mas para VERONESI, FOCCACIA (1989) e JITOMIRSKI, LINS (1994), a transmissibilidade do vírus da hepatite além de ser maior que o do HIV, o risco de contração do vírus da hepatite B

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

0-5 anos 5-10 anos Mais que 10 anos

Especialista Clínico geral

Gráfico 2 - Representação gráfica da distribuição dos

CDs quanto ao tempo de formatura e especialização.

Tipo de proteção Número %

Avental 433 97,30 Luvas 387 95,96 Máscara 297 66,74 Óculos de proteção 153 34,38 Gorro 35 7,87 Nenhum 12 2,70

Quadro 3 - Distribuição de ítens do EPI.

433 387 297 153 35 12 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Avental Luvas Máscara Óculos de proteção

Gorro Nenhum

Gráfico 3 - Representação gráfica da distribuição dos

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para profissionais da saúde é ainda maior que o risco de contrair o vírus HIV. Pois não existe casos comprovados de contaminação do HIV com a saliva devido a presença de uma macromolécula responsável pela inibição do HIV, enquanto que o vírus da hepatite pode ser transmitido pela saliva (JITOMIRSKI, LINS, 1994). Os autores VERO-NESI, FOCCACIA (1989) estimavam que para cada 150 profissionais com perfurações na pele, um poderia apresentar infecção pelo HIV, enquanto essa proporção se elevaria para 6 a 30% quando se tratasse do vírus da hepatite B. Por isso a preocupação dos profissionais da área da saúde com o controle da infecção vem resultando no aumento da taxa de vacinação contra a hepatite B entre os dentistas e também tem aumentado a preocupação com a conceituação de assepsia (GONÇALVES, 1997). Mas, sem dúvida a sín-drome da imunodeficiência adquirida foi uma das maiores responsáveis pela tomada de consciência dos profissionais de saúde para a necessidade de adotarem medidas preventivas (FERREIRA, 1995; CARVALHO, 2003).

CHINELLATO, SCHEIDT (1993) afirma-ram que a contaminação microbiana pode ocor-rer de três maneiras: por contato direto com le-sões, organismos e resíduos quando em procedi-mentos intraorais, pelo contato indireto com o ins-trumental, equipamentos ou materiais contami-nados ou ainda pela inalação de microorganis-mos aerossolizados do paciente através do san-gue ou saliva, resultante do aparelho de alta rota-ção ou equipamentos ultra-sônicos. LOTUFO, GIORGI (1990), citaram cinco tópicos principais para prevenção da infecção cruzada:

1. História médica e odontológica

2. Proteção do Cirurgião dentista e auxiliares 3. Eliminação do material contaminado 4. Limpeza da área de trabalho 5. Esterilização do instrumental

Para CARVALHO (2003) a anamnese é a primeira e uma das mais importantes medidas para a proteção da equipe de trabalho e dos pacientes. Pois através dela é que tomamos conhecimento da história médica e pessoal do paciente.

RUSSO et al. (2000) relataram que as or-ganizações de saúde do mundo inteiro têm desen-volvido normas de assepsia, esterilização e desin-fecção, preconizando a adoção de um protocolo de controle de infecção.

RUSSO, RUSSO (2001) afirmaram que o controle da infecção é uma tarefa árdua, exigindo do profissional a melhor forma de executá-la além de determinação, disciplina, organização e espe-cialmente, capacidade de mudar hábitos, muitas vezes adquiridos há muitos anos. Assim pode-se afirmar que existem algumas medidas que podem ser realizadas para controlar a transmissão de doenças infecciosas como: bochecho profilático com digluconato de clorexidine visando reduzir o número de bactérias no aerossol gerado pelas tur-binas de alta rotação, anti-sepsia extra-oral em procedimentos cirúrgicos, utilização de dique de borracha, minimizando assim a disseminação de microorganismos que ocorre através do aerossol, sugadores de alta potência, evitando que muitas partículas de saliva, sangue, resíduos de estrutura dentária e bactérias sejam dispersas no meio am-biente, posição do paciente pode diminuir a dis-persão do aerossol, proporcionando maior prote-ção para a equipe de trabalho, diminuiprote-ção da vi-rulência dos microorganismos, a antibioticotera-pia pode ser indicada em pacientes com compli-cações sistêmicas.

GUANDALINI (1997) relata que dentre as medidas pessoais que podem ser utilizadas para o controle da infecção está o uso do Equipamento de Proteção Individual (EPI), que funcionarão como barreiras protetoras reduzindo o contato com sangue e secreções orgânicas (BRASIL, 2000). Fazem parte do EPI: gorro, avental, más-cara, óculos, luvas descartáveis e pro-pés.

• Gorro, que impede que os profissionais e seus auxiliares levem para fora do ambiente de trabalho microorganismos que colonizam os ca-belos, oriundos de gotículas de saliva, aerossóis e sangue contaminados, diminuindo assim o poten-cial de contaminação, protegendo ao profissional e às pessoas de seu convívio (BRASIL, 2000; GONÇALVES, 2001; CARVALHO, 2003), e na pesquisa realizada aparece como o item menos utilizado entre os profissionais, clínica geral e es-pecialistas, totalizando apenas 7,87% da amostra entrevistada (Quadro 3 e Gráfico 3);

• Avental, deve ser usado sempre (BRASIL, 2000), podendo este ser cirúrgico que deve obri-gatoriamente ser esterilizado e é empregado para procedimentos críticos, e o avental não cirúrgico que é empregado para procedimentos semi-criti-cos, não necessitando ser estéril (GONÇALVES,

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2001). A roupa branca (uniforme) não o substitui. Não devem ser utilizadas roupas comuns durante o atendimento odontológico, pois elas ficarão con-taminadas, tornando-se fontes de infecção para o profissional, sua equipe e seus familiares. Este avental deve ter colarinho alto e mangas longas, podendo ser de tecido ou descartável (BRASIL, 2000). Devendo ser trocado diariamente ou ain-da quando apresentar contaminação visível por sangue ou fluídos corpóreos (CARVALHO, 2003). Na presente pesquisa este item apresenta-se como o equipamento mais utilizado entre os cirurgiões-dentistas totalizando 97,30% de usuários na amos-tra, sendo que este item não foi diferenciado du-rante a pesquisa em cirúrgico ou não cirúrgica (Quadro 3 e Gráfico 3);

• Máscara, que protege as vias aéreas su-periores, que são importantes locais de entrada de microorganismos para o interior do corpo huma-no, a partir do momento em que a máscara esti-ver úmida, pelo aerossol ou contato com a umi-dade, torna-se ineficiente como barreira. E quando do atendimento de pacientes com infecção ativa, particularmente tuberculose, deve-se utilizar más-caras especiais (BRASIL, 2000; GONÇALVES, 2001; CARVALHO, 2003). Chega a ser dispensá-vel dizer que as máscaras de pano, principalmen-te aquelas que são utilizadas por um dia inprincipalmen-teiro, são fontes de contaminação e não barreiras (GON-ÇALVES, 2001). Para os CDs entrevistados na pesquisa o uso de máscara é superior a metade da amostra entrevistada, atingindo 66,74% de usuá-rios (Quadro 3 e Gráfico 3);

• Óculos de proteção ou protetores ocula-res, tanto para o profissional como para o paci-ente é importante, tem por finalidade a proteção dos olhos contra os microorganismos ou também de partículas de materiais que podem se despren-der durante o atendimento odontológico, a infec-ção ocular pelo herpes vírus pode ser evitada, as-sim como proteção contra partículas de metal, acrí-lico e outros materiais, que podem ser muito incô-modos se atingirem o globo ocular. Os óculos ou protetores oculares devem ter alta resistência a impactos, apresentar proteção lateral, amplo cam-po de visibilidade, permitir sobre-cam-posição à óculos de correção visual e serem claros, para que não afetem a capacidade de diagnóstico, seu uso deve ser constante, inclusive durante os procedimentos de limpeza dos materiais (BRASIL, 2000;

GON-ÇALVES, 2001; CARVALHO, 2003) e devem ser descontaminados após o uso (BRASIL, 2000). Durante a pesquisa realizada, o item óculos de proteção só foi superior ao uso do gorro, atingin-do 34,38% de profissionais que os utilizam (Qua-dro 3 e Gráfico 3);

• Pro-pés, servem para evitar a dissemina-ção de microorganismos do exterior do consultó-rio para o inteconsultó-rior, ou mesmo entre diferentes ambientes no interior do consultório;

• Luvas descartáveis são a proteção para as mãos constituindo-se em uma barreira mecâ-nica para os microorganismos presentes nos fluí-dos bucais. As luvas descartáveis não esterilizadas podem ser utilizadas para procedimentos semi-criticos, enquanto as luvas estéreis devem ser uti-lizadas em procedimentos críticos, devendo ser descartadas após o atendimento. Outro tipo de luva que deve existir são as luvas de borracha ou de látex grossas que são empregadas para a la-vagem e desinfecção do instrumental e do ambi-ente de trabalho (BRASIL, 2000; GONÇALVES, 2001; CARVALHO, 2003). Na avaliação do ques-tionário este item atingiu um grande nível percen-tual durante a pesquisa, sendo que 95,96% dos profissionais utilizam as luvas durante o atendi-mento clínico, demonstrando assim o conhecimen-to e a preocupação dos profissionais da contami-nação através das mãos (Quadro 3 e Gráfico 3). Somente no grupo de CDs com mais de 10 anos de formado e clinico geral (n = 173), foram iden-tificados doze CDs (6,9%) que não usavam luvas e no grupo de CDs. especialistas somente um pro-fissional que não utilizava luvas.

No grupo de CDs. especialistas (Quadro 2 e Tabela 2), a especialidade de cirurgia apresentou a utilização de todos os meios de proteção envol-vidos na pesquisa independente do tempo de for-mado. Foi encontrado no grupo de CD especialis-tas com mais de 10 anos de formado somente um profissional que não utilizava nenhum dos meios de proteção.

Diante de tais resultados concluímos que é importante conscientizar e educar a classe odon-tológica sobre a utilização de meios que contro-lem os riscos de infecção e de transmissão cruza-da, pois a informação e determinação são ingre-dientes necessários na luta contra a contamina-ção e controle das doençãs transmissíveis nos con-sultórios odontológicos.

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CONCLUSÃO

1- Avental, luvas, máscara, óculos e gorro são em ordem decrescente de utilização pelos CDs. entrevistados.

2- Avental e luvas são os itens de proteção mais utilizados (95,96%).

3- Que os CDs. especialistas independente do tempo de formado estão utilizando maior nú-mero de itens de proteção que os clinico gerais.

REFERÊNCIAS

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Recebido em 02/04/2004 Aprovado em 10/06/2004

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