Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA E-mail: tiago_csouza@hotmail.com
Graduado em Direito pelo Centro Universitário
Eurípides de Marília - UNIVEM.
Título da Monografia: Epistemologia do Processo de
Conhecimento (2010).
Especialista em Direitos Humanos pela Faculdade de
Direito da Universidade de Coimbra/PT.
Título: Os Precedentes da Corte Europeia de Direitos
Humanos como instrumento de refinamento das normas de Direitos Humanos: decisão judicial e norma de direito fundamental adscrita/derivada (2014).
Mestrado em Teoria do Estado e do Direito pelo Centro
Universitário Eurípides de Marília – UNIVEM
Título: Decisão Judicial e Racionalidade Jurídica: Razão
Prática e a Legitimidade Discursiva das Decisões Judiciais no âmbito dos Direitos Fundamentais (2014).
Professor de Introdução ao Estudo do Direito – IED e
Pesquisa é coisa de laboratório? Isso pode se
desenvolver no curso de Direito?
Da importância da Pesquisa no Curso de Direito para o
desenvolvimento acadêmico e intelectual do aluno e do progresso da Ciência Jurídica.
Dos órgãos de fomento à pesquisa no Brasil e no
Estado de São Paulo: CNPq, CAPES, FAPESP entre outras. (25/02 – Publ. Edital PIBIC 2015/2016)
Das bolsas de Pesquisa e do Programa de Iniciação
1. Procedimentos Especiais I
1.1. Procedimento nos crimes de competência do Tribunal do
Júri
1.1.1 Tribunal do Júri 1.1.2 A função do jurado
1.1.3 Primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri 1.1.4 Segunda fase do procedimento do Tribunal do Júri
1.2. Procedimento nos crimes contra a honra (arts. 519 a 523 do
CPP)
1.3. Procedimento nos crimes contra a propriedade imaterial
(arts. 524 a 530-H do CPP)
1.4. Procedimento nos crimes funcionais (arts. 513 a 518 do
2. Procedimentos Especiais II
2.1. Procedimento nos crimes da lei de falência
(11.101/05)
2.2. Procedimento nos crimes de menor potencial
ofensivo (9.099/95)
2.3. Procedimento nos crimes da lei de drogas
(11.343/06)
2.4. Procedimento nos crimes de violência
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 20ª Ed.,
São Paulo: Saraiva, 2013.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Processo
Penal e Execução Penal. 10ª Ed. São Paulo: RT, 2013.
NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e
Processuais Penais Comentadas. 7ª Ed. São Paulo:
BRASIL. Leis, etc.Código de Processo Penal e
Constituição Federal. 53ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
AVENA, Norberto. Processo Penal Esquematizado. 5. Ed., São Paulo: Método, 2012.
GOMES, Luiz Flavio; CUNHA, Rogerio Sanches.
Legislação Especial Criminal. 2. Ed. São Paulo: RT, 2010.
OLIVEIRA, Eugenio Pacelli de. Curso de Processo Penal. 17ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2013.
TÁVORA, Nestor; ALENCAR, Rosmar Antonni Rodrigues C. De. Curso de Direito Processual Penal. 8ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2013.
O critério de avaliação baseia-se na aplicação de 02
provas bimestrais, bem como na aplicação de trabalhos em sala de aula e atividades que desenvolvam o raciocínio crítico do aluno se necessário for. O peso das notas das provas, bem como dos trabalhos irão depender das atividades desenvolvidas, sendo que, os trabalhos e atividades nunca poderão exceder a 20% da nota total, ou seja, não poderá exceder 2,0 (dois) pontos.
Provas Bimestrais – 06 a 17/04 (0,0 a 8,0 pontos).
Prova mista (testes e discursiva) ou somente discursiva.
- Matéria de todo o Bimestre.
Trabalhos – data da entrega: 16/03 – (0,0 a 2,0 pontos).
Trabalhos digitados seguindo o Manual de Elaboração de Trabalhos Acadêmicos do Unisalesiano e ABNT.
1. Procedimentos Especiais I
1.1. Procedimento nos crimes de competência do
Tribunal do Júri
1.1.1 Tribunal do Júri
1.1.1.2 Histórico
- Disciplinado pela primeira vez pela Lei 18 de junho de 1822 (competência: crimes de imprensa). - Constituição Imperial de 1824 – Júri
passou a integrar o Poder Judiciário (Competência: causas cíveis e criminais)
- Constituição 1891 – manteve o Júri como
instituição soberana.
- Constituição de 1937 – silenciou a respeito do instituto, o que permitiu ao Decreto n. 167, de janeiro de 1938, suprimir esta soberania, permitindo aos tribunais de apelação a reforma de seus julgamentos pelo mérito.
- Constituição de 1946 restabeleceu a soberania do Júri, prevendo-o entre os direitos e garantias constitucionais.
- Constituição de 1967 também manteve o Júri no capítulo dos direitos e garantias individuais.
- Emenda Constitucional n. 1, de 17 de
outubro de 1969, manteve a instituição no mesmo
capítulo, mas restrita ao julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
- Constituição Federal de 1988 –
reconhece a Instituição do Júri como a
organização que lhe der a lei, assegurando
como princípios básicos: a plenitude do
direito de defesa, o sigilo nas votações, a
soberania dos veredictos e a competência
mínima para o julgamento dos crimes
dolosos contra a vida.
1.1.1.3 O Tribunal do Júri na Constituição
Federal
- Art. 5°, XXXVIII:
“XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamentos dos crimes dolosos contra a vida.”
Plenitude de defesa: possui dois aspectos – exercício
da defesa técnica (realizada pelo advogado) e a autodefesa, consistente na apresentação da sua tese pessoal no momento do interrogatório.
Soberania dos Veredictos: impossibilidade de o
tribunal técnico modificar a decisão dos jurados pelo mérito. Exceções: Tribunal que anula a decisão dos jurados sob o argumento de afrontar manifestamente as provas dos autos (analisa o mérito); e Revisão Criminal, em que o Tribunal poderá inclusive absolver o Réu (sempre em benefício do réu – mitiga-se um direito fundamental formal em benefício de outro direito fundamental).
Sigilo dos Veredictos: ao Tribunal do Júri não se
aplica o art. 93, IX, da Constituição Federal. Quando há votação unânime quebra-se o sigilo. Por esta razão, a votação é interrompida assim que surgir o quarto voto idêntico.
Competência mínima para os crimes dolosos
contra a vida: trata-se de competência mínima, logo
poderá o legislador infraconstitucional ampliar a competência.
Obs.: Importa destacar que eventual ampliação não
fere a cláusula pétrea, já que buscará ampliar e não reduzir ou mitigar esta garantia constitucional.
A concepção de Direito e Garantia e a
natureza do Tribunal do Júri:
- garantia do devido processo legal
(garantia da garantia);
- direito do cidadão de participar,
diretamente, dos julgamentos do
Poder Judiciário (direito individual).
1.1.1.4 Competência do Tribunal do Júri
- - art. 5°, XXXVIII, d, CF – crimes dolosos
contra a vida.
- Art. 74, CPP, § 1°:
- Crimes tipificados nos arts. 121, §§ 1° e 2°, 122, § único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal.
- Inadmissível interpretações extensivas: incompetente para julgar latrocínio, extorsão mediante sequestro com resultado morte e demais crimes qualificados pelo resultado morte (preterdolosos).
1.1.1.5 Competência do Tribunal do Júri
- - art. 5°, XXXVIII, d, CF – crimes dolosos contra a vida.
- Segundo o entendimento de Guilherme Nucci: “É bem verdade que algumas posições existem sustentando ser essa competência fixa, não podendo ser ampliada, embora não haja nenhuma razão plausível para tal interpretação. Nota-se que o texto constitucional mencionada ser assegurada a competência para os delitos contra a vida e não
somente para eles” (NUCCI, Guilherme de Souza.
Manual de Processo Penal e Execução Penal, 2014, p. 680)
- Em caso de ampliação não abala a cláusula pétrea, já que sua missão é impedir seus esvaziamento.
- Conceito técnico para fixar a competência.
Logo somente será de competência do
Tribunal do Júri aqueles crimes previstos no
Capítulo I (Crimes contra a vida), do Título I
(dos crimes contra a pessoa), da Parte
Especial do Código Penal.
- Assim, aqueles crimes que de qualquer
forma envolvam a vida humana, mas que
não esteja no Título I, não são de
competência do Tribunal do Júri (Ex.:
latrocínio, lesão corporal qualificada pelo
resultado morte entre outros).
- Crimes em espécie de competência do Tribunal do Júri: a) Homicídio simples (art. 121, caput);
b) Homicídio privilegiado (art. 121, § 1°); c) Homicídio qualificado (art. 121, § 2°);
d) Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio (art. 122);
e) Infanticídio (art. 123);
f ) E as várias formas de aborto (arts. 124, 125, 126 e 127). g) Crimes conexos – força da atração do Tribunal do Júri
(art. 76, 77, 78, I, CPP)
Somente para os crimes dolosos contra a vida. Vale ressaltar que alcança a forma consumada, bem como a forma tentada do crime.
Súmula 603 do STF: “A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri”
1.1.1.6 – Função do Jurado
“[...] serviço público relevante (art. 439, CPP), além de essencial para a formação do devido processo legal daqueles que são acusados da prática de crimes dolosos contra a vida [...], é natural que seja obrigatória a participação de qualquer brasileiro, respeitado alguns requisitos”. (Nucci, p. 712)
* Podem ser jurados os maiores de 18 anos e estão isentos, embora possam participar, os maiores de 70 (art.437, IX, CPP).
* Além do fator idade já exposto, é fundamental que o jurado seja pessoa de notória idoneidade, alfabetizado, possuidor de saúde mental e física compatível com a função, bem como deve estar no gozo dos seus direitos políticos e ser brasileiro.
* Os casos de isenção do serviço do júri estão expostos no art. 437 do Código de Processo Penal: a) o Presidente da República e os Ministros de Estado; b) os Governadores de Estado e seus Secretários; c) os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e Distrital e das Câmaras Municipais; d) os Prefeitos Municipais; f) os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública; g) as autoridades e servidores da polícia e da segurança pública; h) os militares e serviço ativo; i) os cidadãos maiores de 70 anos que requeiram sua dispensa; j) aqueles que o requerem, demonstrando justo impedimento.
1.1.1.8 O Procedimento Especial do Júri:
admissibilidade da acusação
Primeira Fase: Atos de Instrução Preliminar (Judicium
Accusationis – Juízo de Acusação)
Findo o Inquérito Policial:
a) - MP oferece a denúncia no prazo de 5 (cinco) dias no caso de imputado preso, ou de 15 dias se estiver em liberdade – deve conter rol de até 8 testemunhas (por fato ou por réu?)
b) - Inércia do MP: queixa-crime subsidiária (legitimados: vítima, ascendente, descendente, cônjuge ou irmão);
c) - Juiz recebe ou rejeita a peça acusatória inaugural (art. 395 CPP);
d) - Recebida a peça acusatória o acusado será citado para apresentar defesa (Defesa Prévia) no prazo de 10 dias (peça obrigatória). Aqui deverá:
* Arrolar testemunhas (8 por réu);
* Alegar todas as preliminares que entender cabível;
* Juntar documentos;
* Postular suas provas.
* Formular, em autos apartados, as exceções, quando cabíveis.
* prazo decorre da citação válida ou do comparecimento do acusado ou de seu defensor em juízo
d.1)- Arguir a exceções que entender cabíveis (art. 95 a 112 do CPP).
Obs.I: caso o réu não apresente a defesa escrita no
prazo de 10 dias, deverá o magistrado nomear defensor para fazê-lo, em observação ao princípio da ampla defesa (também no prazo de 10 dias). Em caso de defesa patrocinada por Defensor Público basta ao juiz oficiar a Defensoria Pública para que outro defensor seja nomeado.
e) - Vista dos autos ao MP para manifestação quanto ao alegado na defesa no prazo de 5 dias (Crítica de Aury Lopes Jr. – fere os princípios do contraditório e ampla defesa).
f) – Designação, em dez dias, de audiência de Instrução para oitiva das testemunhas e produção das demais provas em uma só audiência.
* Oitiva da vítima (quando possível); * Testemunhas de acusação;
* Testemunhas de defesa;
* Oitiva dos Peritos (1 oficial ou 2 nomeados) – requerida com antecedência mínima de 10 dias;
* Acareações;
* Reconhecimento de pessoas e coisas; e * Interrogatório do Réu.
Obs.II: Novidade trazida pela Lei 11.689/2008: audiência única; e Inversão da ordem das testemunhas (segundo Nucci é possível que as partes invertam a ordem) e perguntas realizadas diretamente às testemunhas (sistema
g) - Possibilidade de Mutatio Libelli: aditamento da peça acusatória em decorrência de surgimento de fato novo. * Interrompe-se a audiência una, dando prazo de 5 dias para a defesa (podem arrolar até 3 testemunhas).
Ex.: Durante a instrução criminal é produzida prova pericial, até então desconhecida, de que a mãe, ao matar o filho, não se encontrava sob a influência do estado puerperal, desaparecendo, portanto, a elementar do infanticídio, o juiz não poderá pronunciar a ré diretamente por homicídio sem antes dar-lhe oportunidade de se defender da nova imputação (art. 384, § único).
h) – Não ocorrendo a Mutatio Libelli a instrução será encerrada passando para os debates orais (20 min. para cada parte, prorrogáveis por mais 10).
Obs.III: 1. para cada acusado será concedido o prazo de 20 min., prorrogáveis por mais 10 min.
2. Assistente de acusação contará com prazo de 10 min (acrescenta-se 10 min. para a defesa).
i)- Sentença em audiência ou no prazo de 10 dias.
- Prazo para encerramento da Primeira Fase do
Procedimento do Júri – 90 dias (art. 412). Prazo impróprio, entretanto não havendo justificativa razoável para o retardamento, deve ser o acusado colocado em liberdade.
- Decisões possíveis na Instrução Preliminar:
I) Pronuncia; II) Impronúncia; III) Absolvição Sumária
- 1.1.1.8.1 PRONÚNCIA (encerra a primeira
fase – interlocutória mista):
* Não produz coisa julgada
material (pode haver desclassificação no
plenário);
* Resume-se a indicar a
materialidade do fato e a existência de
indícios suficientes de autoria ou de
participação (indicar circunstâncias de
aumento de pena específicas – do tipo
derivado, Ex: Art. 121, § 4° e § 6° CP e
qualificadoras, Ex: 121, § 2°, CP – FIXAÇÃO
DO TIPO PENAL);
* Não poderá fazer qualquer menção as
regras sobre concursos de crimes, a causas de
diminuição de pena, tais como o privilégio (art. 7°,
LICPP), a agravantes, nem atenuantes, a fim de
preservar o campo de atuação dos jurados
(FIXAÇÃO DA PENA).
** Crítica de Aury Lopes Jr. ao
Indubio pro societate: fere o princípio da presunção
de inocência.
****
Crimes
Conexos:
pronunciado o crime de competência do júri, o
conexo o seguirá (não será objeto de decisão
condenatória ou absolutória nessa fase).
* Quanto a decretação ou revogação de prisão preventiva: segue-se a mesma lógica das prisões cautelares.
obs.: o art. 408, § 2° autorizava o juiz a decretar a prisão provisória, quando o réu fosse reincidente ou tivesse maus antecedentes (era consequência automática da sentença de pronúncia), daí o surgimento do art. 413, § 3°. Além da revogação do art. 594.
* Intimação da Decisão de Pronúncia;
- pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao MP;
- defensor constituído, querelante e as assistente de acusação, intimação por nota de expediente (intimação no DO);
- Acusado em LINS, intimação por edital (Com a atualização legislativa é possível haver julgamento sem a presença do réu no plenário).
* A sentença de pronúncia poderá ser
alterada mesmo depois de preclusa, desde que
observada
circunstância
superveniente
modificadora da classificação do delito (art. 421, §
1°, CPP).
Ex.: Pronunciou por tentativa de homicídio.
Posteriormente à pronúncia chega aos autos a
prova da morte da vítima decorrente da ação do
agente. Há necessidade de alteração da pronúncia,
para homicídio consumado. A lei 11.689/08 diz que
apenas o MP será ouvido, mas em observação ao
princípio do contraditório e da ampla defesa é
necessário que se o acusado também se manifeste.
* Sentença de Pronúncia interrompe o
curso da prescrição da pretensão punitiva. Não
perde a força interruptiva em caso de eventual
desclassificação pelos jurados (Súmula n. 191 do
STJ “A pronúncia é causa interruptiva da
prescrição, ainda que o Tribunal do Júri venha a
desclassificar o crime”).
Ex.: Júri desclassifica uma tentativa de homicídio
para um crime de lesão corporal. Na prescrição
retroativa, a pronúncia continuará interrompendo
seu curso.
* Da Sentença de Pronúncia cabe
Recurso em Sentido Estrito (Art. 581, IV).
1.1.1.8.2 IMPRONÚNCIA - decisão terminativa, já
que encerra o processo sem julgamento de
mérito.
* Cabe Recurso de Apelação;
* Não havendo convencimento da
materialidade do fato ou da existência de indícios
suficientes de autoria ou de participação;
** Crítica de Aury Lopes Jr.:
inconstitucionalidade (estado de pendência e
insegurança social) – violação ao princípio da
presunção de inocência.
* Despronúncia: decisão do
Tribunal que reforma a decisão de pronúncia
(Espínola Filho) ou de quando há juízo de
retratação do magistrado diante do ajuizamento
de Recurso em Sentido Estrito contra decisão de
Pronúncia.
1.1.1.8.3 – DECLASSIFICAÇÃO –
* Dar ao fato uma definição
jurídica diversa, tanto de um crime mais grave para
outro menos grave, mas também no sentido
inverso.
* Pode ocorrer na primeira fase ou
em plenário;
*
Desclassificação
própria:
desclassifica para crime cuja competência não é a
do Tribunal do Júri;
*
Desclassificação
imprópria:
desclassifica para outro crime de competência do
Tribunal do Júri.
* Com a antiga sistemática legal
(art. 410), havendo desclassificação abria-se
vista à defesa para, querendo, indicar novas
testemunhas, prosseguindo-se, a partir daí,
para a sentença final.
* A mera desclassificação não é
suficiente, por si só, para permitir a imediata
soltura do réu preso. É necessário observar
os requisitos da prisão cautelar.
1.1.1.8.4 – ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA -
sentença, com análise de mérito.
* cabe recurso de Apelação.
* Hipóteses:
-estar
provado
a
inexistência do fato ou de que o réu não é
autor ou partícipe do fato;
- quando o fato narrado
não constitui infração penal (fato atípico);
- Demonstrada a presença de qualquer causa de
exclusão da ilicitude ou da culpabilidade (salvo quando única tese defensiva for a excludente prevista no art. 26 do CP – doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado);
Ex.: A defesa pode ter alegado a hipótese de legítima defesa. Mesmo que inimputável o réu, há viabilidade de ser absolvido com base na excludente de ilicitude. E, se tal ocorrer, porque sua conduta foi considerada lícita, não se pode impor medida de segurança. Em face disso, é possível que se queira demonstrar a ocorrência da legítima defesa aos jurados. O magistrado, então, embora constatada a inimputabilidade, deve pronunciar o réu para ser julgado pelo Tribunal do Júri (não sendo caso de absolvição sumário, em decorrência de dúvida, por exemplo).
* A absolvição sumária exige
certeza, diante da prova colhida.
Segundo Nucci “Havendo dúvida
razoável,
torna-se
mais
indicada
a
pronúncia,
pois
o
júri
é
o
juízo
constitucionalmente
competente
para
deliberar sobre o tema” (Manual de Processo
Penal e Execução Penal, p. 698)
* Pela antiga sistemática era
obrigatório a submissão ao reexame
necessário ou recurso de ofício. Isso não
mais ocorre.
1.2 LIBELO CRIME-ACUSATÓRIO
Tratava-se da peça acusatória, cujo conteúdo era fixado pela decisão de pronúncia, expondo, na forma de artigos, a matéria que seria submetida a julgamento pelo Tribunal do Júri. O libelo era a peça formal da acusação, que visava à exposição do fato criminoso (filtrado pelo pronúncia) ao Tribunal Popular, deduzindo a pretensão punitiva do Estado e pretendendo um julgamento de mérito (suprimido pela Lei 11.689/2008).
1.3 FASE DE PREPARAÇÃO DO PLENÁRIO Nucci (p. 701) sustenta a existência não de
duas, mas três fazes no procedimento do Júri:
Instrução Preliminar; Fase de Preparação do Plenário; e Fase do Plenário.
- Preclusa a decisão de pronúncia os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri (art. 421, caput, CPP).
- Intimação do MP (ou querelante) e defesa para que apresentem em 05 dias o rol de testemunhas que irão depor em plenário (até o máximo de 05) para cada parte. Obs.: poderão juntar documentos e
- O juiz deliberará acerca de quais provas serão produzidas de imediato e quais ficarão para o plenário.
- Promoverá as diligências necessárias para sanar qualquer falha ou vício até então ocorrido.
- Deverá, o magistrado, realizar um relatório do processo que será entregue, por cópia, a cada um dos jurados componentes do Conselho de Sentença (art. 423, II, CPP).
1.3.1 Desaforamento
Medida judicial que altera a competência fixada pelos critérios constantes no art. 69 do CPP.
- Não fere o princípio do juiz natural, já que é medida excepcional, prevista em lei, sendo válida para todos os réus.
- Cabe o desaforamento (art. 427 e 428 CPP): a) se o interesse da ordem pública o reclamar (segurança na Comarca); b) se houver dúvida sobre a imparcialidade do júri (grande comoção social); c) se houver dúvida quanto à segurança do réu; d) se o julgamento não se realizar no período de seis meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia, desde que para a demora não tenha contribuído a defesa.
- Súmula 712 do STF: “É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do Júri sem a audiência da defesa”.
1.3.2 – Supressão de nulidade
- Cabe ao juiz sanar qualquer nulidade antes da ocorrência do julgamento em plenário, justamente na fase de preparação da sessão do Tribunal do Júri (art. 423, I, CPP) – ex.: tenha faltado a assinatura do advogado em alguma peça; não tenha sido juntado algum documento imprescindível, etc.
1.3.3 – Providências para o julgamento:
- Suprimidas as nulidades, o juiz designará a data do julgamento, determinando a intimação do MP (querelante), assistente de acusação, do réu e seu defensor. - Intimação das testemunhas (Carta Precatória,
- Escolha de 25 jurados da Lista Geral, que deverão servir na sessão (art. 433, caput, CPP).
- Expede-se edital convocatório, onde constará a data em que o júri se reunirá, bem como o nome dos
jurados sorteados, afixando-se à porta do fórum (art. 435, CPP).
- Ordem de julgamento (art. 429, CPP): 1°) réus presos; 2°) dentre os presos, os mais antigos na prisão; 3°) em igualdade de condições, os que tiverem sido