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Conservação de serpentes nos biomas brasileiros

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Academic year: 2021

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Zoologia

Conservação de serpentes nos biomas brasileiros

Snake conservation in Brazilian biomes

Maria Eliana Carvalho Navega-Gonçalves1

Tatiane Porto2

R E S U M O

Este estudo avaliou o estado atual de conservação das serpentes nos biomas brasileiros. As questões levantadas foram principalmente: quantas e quais são as espécies de serpentes ameaçadas? Quais as principais ameaças e estratégias adotadas para sua conservação? Entre as 392 espécies de serpentes conhecidas no Brasil, 29 constam da “Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção”, das quais 11 são endêmicas da Mata Atlântica, o bioma mais devastado; 6 espécies ocorrem na Caatinga, 5 no Cerrado, 1 na Amazônia e uma no Pampa, também endêmicas desses biomas. A perda e a degradação de habitats são as principais ameaças às serpentes em decorrência do desmatamento para atividades agropecuárias, expansão urbana, extração de madeira e queimadas. Cinco Planos de Ação Nacionais, voltados para conservação da herpetofauna brasileira, incluem 44 espécies de serpentes como alvo, das quais apenas 9 constam da atual lista nacional de espécies ameaçadas. Para várias espécies de serpentes, há deficiência de dados, evidenciando a necessidade de mais estudos que permitam avaliar o status e implementar medidas de conservação.

Palavras-chave: Ofidiofauna. Plano de ação nacional. Serpentes ameaçadas.

A B S T R A C T

This study assessed the current conservation status of snake species in the Brazilian biomes. Our main questions were: how many and what are the endangered species? What are the main threats and which conservation strategies are been

1Universidade Metodista de Piracicaba, Faculdade de Ciências da Saúde, Curso de Ciências Biológicas. Rod. do Açúcar, Km 156,

13400-911, Piracicaba, SP, Brasil. Correspondência para/Correspondence to: M.E.C. Navega-Gonçalves. E-mail: <eliana.navega@gmail.com.br>.

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adopted? Among the 392 species of snakes known to occur in Brazil, 29 of them are included in the “Brazilian Red List of Endangered Species”, of which 11 are endemic to the Atlantic Forest, the most devastated biome; 6 species occur in the Caatinga, 5 in Cerrado, 1 in Amazon and 1 in Pampa, all endemic to these biomes. Habitat loss and degradation is the main threat to snakes, as a result of deforestation for agricultural and livestock activities, urban expansion, logging, and fire. At least five National Action Plans for the Brazilian herpetofauna include 44 snake species, of which only 9 are included in the national red list. Several snake species are Data Deficient, highlighting the need for more studies that evaluate their conservation status and the implementation of conservation measures.

Keywords: Snake fauna. National action plan. Threated species of snakes.

I N T R O D U Ç Ã O

As serpentes têm intrigado os seres humanos há séculos e foram incorporadas em várias mitologias e culturas (Mullin & Seigel, 2009). Embora sejam animais fascinantes para muitas pessoas, estão entre os animais mais temidos e odiados, devido ao perigo que algumas espécies peçonhentas oferecem (Dorcas & Willson, 2009; Bernarde, 2012). Nesse aspecto, é relevante destacar que os acidentes ofídicos têm grande importância epidemiológica devido a sua gravidade e ao número de registros (Brasil, 2001).

Apesar disso, as serpentes são essenciais para os ecossistemas, pois sendo carnívoras são responsáveis pelo controle da população de roedores e de outros animais, além de serem fontes de alimento para muitos animais (Martins & Molina, 2008). Seu veneno tem grande potencial medicinal para a fabricação de medicamentos e de outros produtos utilizados em procedimentos cirúrgicos (Martins & Molina, 2008; Ereno, 2009).

São mais de 3 mil espécies de serpentes descritas, distribuídas em 27 famílias (Uetz & Hosek, 2014), encontradas em quase todos os ambientes do globo, principalmente nas regiões tropicais e temperadas do planeta, devido à necessidade de obtenção de calor externo para sua termorregulação (Melgarejo, 2009).

Além de serem mortas indiscriminadamente, as serpentes estão ameaçadas, principalmente, devido à perda e à degradação das áreas naturais em que vivem (Gibbons et al., 2000; Rodrigues,

2005) e, embora existam numerosos estudos sobre a ecologia e a história natural desses animais, muitas são as lacunas desse conhecimento que limitam a capacidade de desenvolver estratégias de conservação, principalmente pela falta de informações sobre a biologia populacional de várias espécies (Dorcas & Willson, 2009).

Considera-se, ainda, que a visão equivocada sobre as serpentes, que não se encaixam num padrão de beleza e de utilidade estabelecido pela sociedade, tenha dificultado, durante muito tempo, sua conservação (Dodd Jr., 1993), de forma que os esforços para conservar as espécies de serpentes ocorrem, inevitavelmente, no contexto de planos relacionados à conservação de outros organismos, normalmente priorizados por parte dos gestores e do público (Beaupre & Douglas, 2009). Assim, segundo esses autores, a conservação de serpentes requer a persuasão de gestores, proprietários de terras, agricultores entre outras pessoas sobre a importância desses organismos nos ecossistemas.

Seigel & Mullin (2009) chamam a atenção para o número relativamente baixo de estudos dedicados à conservação e manejo de serpentes, antes de 1993. Em 2009, no entanto, um livro inteiro

“Snakes: Ecology and Conservation” (Mullin &

Seigel, 2009) é dedicado a esse tema, mostrando que os estudos aplicáveis à conservação de serpentes têm crescido desde então.

No Brasil, a situação não é diferente, e nas últimas décadas esforços de vários pesquisadores têm buscado reverter esse quadro. Sendo assim, este

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estudo teve como objetivo revisar o estado atual de conservação das serpentes nos biomas brasileiros, tendo como base a “Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção” (Brasil, 2014a), de forma a responder às seguintes questões: (1) Quantas e quais são as espécies de serpentes ameaçadas? (2) Quais são as principais ameaças às serpentes brasileiras? (3) As estratégias de conservação que vêm sendo adotadas nos biomas brasileiros incluem serpentes como espécies-alvo? (4) Há medidas direcionadas especificamente à conservação das serpentes? (5) O conhecimento atual sobre a biologia das serpentes no Brasil é suficiente para avaliação de seu estado de conservação e para a implementação de medidas de conservação voltadas para esses animais?

Biomas brasileiros, diversidade de ser-pentes e espécies ameaçadas

O Brasil é considerado um país megadiverso que abriga 13,2% da biota mundial (Lewinsohn & Prado, 2006). Seus ecossistemas naturais são classificados, normalmente, em diferentes áreas de domínio morfoclimático e fitogeográfico (Ab’Saber, 2008) e seis biomas terrestres são considerados: Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Pampa, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2004). A Mata Atlântica e o Cerrado estão incluídos na lista de hotspots de biodiversidade, que são áreas do Planeta com alta biodiversidade, endemismo e que estão sob extrema ameaça, sendo, portanto, prioritárias para a conservação (Myers et al., 2000; Mittermeier et al., 2005). Atualmente são 35 áreas ao redor do mundo qualificadas como hotspots, segundo a Conservation International (2014).

Deve-se salientar que todas as áreas naturais são importantes para conservação da biodiversidade, no entanto o estabelecimento de prioridades visa a orientar as políticas públicas e os investimentos em conservação, e as áreas prioritárias são definidas a partir de alvos ou “objetos de conservação”, que podem ser espécies endêmicas, espécies de

distribuição restrita ou ameaçadas, espécies de importância econômica ou medicinal, habitat, áreas importantes para a manutenção de serviços ambientais entre outros (Brasil, 2007).

Segundo Machado (2008), duas estratégias básicas podem ser utilizadas para a conservação da biodiversidade, uma centrada nos ecossistemas e outra com foco nas espécies. Embora existam programas específicos para a conservação de espécies no Brasil, as estratégias frequentemente utilizadas incluem ações voltadas para a conservação de ecossistemas e biomas como um todo.

Os biomas brasileiros, que abrigam uma porção significativa da biodiversidade mundial, com altos níveis de riqueza e endemismo, são considerados importantes centros de biodiversidade (Aleixo et al., 2010). A herpetofauna do Brasil é uma das mais ricas do mundo, sendo que a lista mais recente aponta para 773 espécies de répteis, das quais 392 são serpentes (Costa & Bérnils, 2015).

As serpentes são encontradas em todo o Brasil, em habitat e nichos variados (Bernarde, 2012). A Amazônia é o bioma com a maior diversidade, com 138 espécies inventariadas, seguida pela Mata Atlântica, com 134 (Rodrigues, 2005), o Cerrado, com 129 (Couto et al., 2007), a Caatinga, com 117 (Guedes et al., 2014a), o Pantanal, com 63 (Mar-ques et al., 2005) e o Pampa, com 63 (Junk et al., 2006).

O número de espécies por bioma é estimado com base nos inventários realizados, no entanto é bem possível que esse número seja subestimado devido a inventários insuficientes (Rodrigues, 2005), uma vez que a elaboração de uma lista de espécies para um determinado grupo taxonômico envolve a utilização de técnicas específicas e eficientes de amostragem, além de um conhecimento razoável sobre sua sistemática, taxonomia, ecologia e história natural (Silveira et al., 2010). No caso das serpentes, o grande número de espécies raras, fossoriais e semifossoriais, que normalmente são ignoradas ou subamostradas, é um agravante no estabelecimento confiável de padrões de distribuição e abundância (Couto et al., 2007).

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Os inventários são o ponto de partida para o conhecimento da biodiversidade, mas é necessário avaliar o estado de conservação das espécies ou subespécies, fundamental para priorizar ações de conservação, além de apontar as espécies com maior urgência de ações nesse sentido (Peres et al., 2011). Um dos recursos é a elaboração de listas de espécies ameaçadas de extinção, as chamadas “Listas Vermelhas” (“Red Lists”), que podem ser interna-cionais, nainterna-cionais, estaduais e municipais (Machado, 2008) e são estratégias importantes que indicam a necessidade de proteção legal às espécies ameaçadas, por meio de ações voltadas para a conservação de seus habitats, tornando-se um alerta para a sociedade e principalmente para o governo, que deve adotar políticas públicas voltadas para conservação da biodiversidade (Bataus & Reis, 2011). Martins & Molina (2008) e Sawaya et al. (2008) apontam que até informações básicas sobre as serpentes são escassas e poucos estudos enfocam taxocenoses, o que impossibilita avaliações seguras sobre o estado de conservação de muitas das espécies descritas. Publicações recentes nessa direção (Hartmann et al., 2009; Mesquita et al., 2013; Guedes et al., 2014a, 2014b; Leão et al., 2014) têm buscado atender a demanda por informações, favorecendo, sem dúvida, as análises para a elaboração de listas de espécies de serpentes ameaçadas de extinção, bem como a imple-mentação de planos de ação para sua conservação. De acordo com a recente “Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção”, publicada no Diário Oficial da União, através das Portarias no 444 e 445, de 17 de

dezembro de 2014 (Brasil, 2014a), 29 espécies de serpentes pertencentes a 5 famílias estão incluídas como ameaçadas, segundo as categorias esta-belecidas pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, International Union for

Conservation of Nature and Natural Resources) e em

conformidade com a legislação nacional e nos termos da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) (Brasil, 2014b), cujas informações sumarizadas são apresentadas no Quadro 1. Além dessas, foram incluídas no Quadro 1 outras três espécies de

serpentes que estão enquadradas na categoria “Quase Ameaçada de Extinção” (NT) (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 2014a). Outras 51 espécies de serpentes (Quadro 2) estão ameaçadas estadualmente ou figuram na categoria “Deficiente em Dados” (DD) (ou “dados insufi-cientes”), quando não há informações consistentes sobre o táxon, principalmente sobre sua ecologia populacional, de forma a saber se ele se encontra ameaçado ou não, de acordo com os critérios estabelecidos pela IUCN.

Mata Atlântica

O Domínio Mata Atlântica é constituído por um conjunto de formações florestais e ecossistemas associados, com uma área original estimada de cerca de 1.300.000km², equivalente a 16% do território nacional e presente, ao menos em parte, em 17 estados brasileiros (Câmara, 2005). É reconhecida pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Reserva da Biosfera, pelo seu ambiente de exuberante megadiversidade e alto grau de endemismo, com uma estimativa de 15.700 espécies vegetais, das quais cerca de 7 mil são de plantas vasculares endêmicas, o que equivale a 45% do total (Pinto

et al., 2012).

Segundo informações disponibilizadas pela Fundação SOS Mata Atlântica, o bioma abriga aproximadamente 72,0% da população brasileira, calculada em cerca de 145 milhões de habitantes, e é o mais descaracterizado bioma do país devido aos primeiros e principais processos de colonização e ciclos de desenvolvimento. Hoje a Mata Atlântica se apresenta altamente fragmentada, restando apenas 8,5% de remanescentes florestais acima de 100 hectares; somando-se todos os fragmentos de floresta nativa acima de 3 hectares, restam 12,5% do original (Fundação SOS Mata Atlântica, 2016). A Mata Atlântica é uma das áreas do Planeta identificadas pela Conservation International como um hotspot de biodiversidade e, portanto, com prioridades para a conservação (Mittermeier et al., 2005).

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Dezesseis espécies de serpentes que ocorrem na Mata Atlântica estão na “Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção” (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b) (Quadro 1), das quais 13 são endêmicas do Brasil. Apostolepis quirogai e Atractus

thalesdelemai são encontradas, respectivamente,

também na Argentina e no Paraguai, enquanto que

Ditaxodon taeniatus não se pode afirmar que seja

endêmica do Brasil. Atractus caete e Typhlops

amoipira foram descritas em regiões que pertencem

à Mata Atlântica e também à Caatinga (Brito & Freire, 2012; Guedes et al., 2014a, 2014b). As demais são endêmicas da Mata Atlântica no Brasil: Atractus

serranus, Bothrops alcatraz, B. insularis, B. muriciensis, B. otavioi, B. pirajai, Calamodontophis ronaldoi, Corallus cropanii, Echinanthera cephalomaculata, Typhlops paucisquamus e Tropidophis grapiuna.

Cerrado

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, com um espaço territorial de 2.036.448km2,

ocupando aproximadamente 23% do território brasileiro e presente em 15 estados (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2004). As estimativas demográficas indicam que 20 a 28 milhões de habitantes vivem no bioma (Cavalcanti

et al., 2012). Segundo os mesmos autores, o Cerrado

abriga várias nascentes, como a do rio São Francisco, e uma grande diversidade de espécies, com mais de 12 mil espécies de plantas, sendo 44% endêmicas no bioma, motivo pelo qual é considerado um dos

hotspots de biodiversidade do mundo, que sofre com

o alto grau de degradação de seus habitats e, portanto, com prioridades para a conservação (Mittermeier et al., 2005).

A destruição de seus ecossistemas é preocupante e já atingiu mais de 50% de sua área original, principalmente devido à expansão agropecuária, que vem promovendo a fragmentação de habitats naturais e perdas de biodiversidade (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2004; Machado et al., 2004), assim como às usinas

hidrelétricas, que são responsáveis pela alteração hidrológica, na maior parte do rios que corta o Cerrado, com efeitos negativos para o bioma (Cavalcanti et al., 2012).

No estudo realizado por Couto et al. (2007), foram levantadas 129 espécies de serpentes no bioma, incluindo as espécies marginais, ou seja, comuns em outros biomas com pontos de ocorrência no Cerrado. Dessas, 15 espécies são endêmicas e cinco estão na lista de espécies ameaçadas (Quadro 1): Apostolepis serrana, A. striata, Hydrodynastes

melanogigas, Phalotris multipunctatus e Philodryas lívida (Instituto Chico Mendes de Conservação da

Biodiversidade, 2014b).

Bothrops itapetiningae, Phalotris lativittatus e Liotyphlops schubarti estão na lista das espécies quase

ameaçadas (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014a) (Quadro 1).

Caatinga

O Bioma Caatinga se estende pelos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o Norte de Minas Gerais, ocupando uma área de 844.453km², que corresponde a 10% do território nacional (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2004). Aproximadamente 27 milhões de pessoas habitam essa região, segundo dados disponibilizados pelo Instituto EcoDesenvolvimento (2011a), e a degradação do bioma vem sendo acelerada por práticas insustentáveis de uso da terra, como a agricultura de corte-e-queima, o uso indiscriminado de madeira e lenha, a caça e a supressão continuada da vegetação nativa para a criação de caprinos e bovinos (Santos et al., 2012).

A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e ainda muito mal conhecido, o que induz à crença de que é pouco diverso (Leal et al., 2003). No entanto, constitui-se de um grande mosaico de vegetação, incluindo florestas secas com estruturas variadas até tipos arbustivos sobre afloramentos rochosos, sendo que alguns registros apontam para mais de 4 mil espécies de plantas nos domínios da Caatinga (Santos et al., 2012).

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Segundo Rodrigues (2003), a herpetofauna da Caatinga é a mais bem conhecida dos biomas brasileiros; em estudo recente, foi registrada a ocorrência de 112 espécies de serpentes, sendo 22 delas endêmicas (Guedes et al., 2014b). Oito espécies estão na lista de serpentes ameaçadas (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade,

2014b) (Quadro 1), das quais 6 são endêmicas da Caatinga: Apostolepis arenaria, A. gaboi, Atractus

ronnie, Rodriguesophis chui, R. scriptorcibatus e Typhlops yonenagae. As outras 2 ocorrem também

na Mata Atlântica: Atractus caete e Typhlops

amoipira (Brito & Freire, 2012; Guedes et al., 2014a,

2014b).

Quadro 1. Serpentes da “Lista nacional oficial de espécies da fauna ameaçadas de extinção” (Brasil, 2014a) e da “Lista das espécies de serpentes quase ameaçadas” (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014a), por ordem de família, com dados de distribuição; categoria de ameaça (indicando também a categoria de ameaça, conforme o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção, para algumas espécies); presença em áreas protegidas entre outros; com base nos dados disponíveis no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b) e em outras fontes consultadas (Martins & Molina, 2008; Sawaya et al., 2008; Marques et al., 2009; Bataus & Reis, 2011; Guedes et al., 2014a, 2014b; Leão et al., 2014; Uetz & Hosek, 2014; International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 2015).

Anomalopedidae Boidae Dipsadidae Liotyphlops schubarti (Vanzolini, 1948) Cobra-cega-de-pirassununga Corallus cropanii (Hoge, 1953) Jibóia-amarela Apostolepis arenaria (Rodrigues, 1992) Cobra-rainha-do-são-francisco Apostolepis gaboi (Rodrigues, 1992) Cobra-rainha-das-dunas Apostolepis quirogai (Giraudo & Scrocchi

1998)

CERRADO (endêmica) Conhecida apenas a partir

de sua localidade tipo, Cachoeiras de Emas,

Pirassununga, SP

MATA ATLÂNTICA (endêmica) Ocorre no sul do estado de São Paulo, no Vale do

Ribeira

CAATINGA (endêmica) Encontrada nas dunas do

médio rio São Francisco na Bahia

CAATINGA (endêmica) Encontrada nas dunas do

médio rio São Francisco na Bahia

MATA ATLÂNTICA Noroeste do estado do Rio

Grande do Sul e no nordeste da Argentina

(Misiones)

QUASE AMEAÇADA Perda e degradação de habitat devido à expansão

urbana

VULNERÁVEL Poucos indivíduos encontrados na natureza

indicando que a espécie pode realmente ser pequena. (Lista Nacional: CR; Lista Estadual SP: EN)

EM PERIGO Desestabilização das

dunas causada pela extração de areia e madeira para a produção

de carvão EM PERIGO Desestabilização das

dunas causada pela extração de areia e madeira para a produção

de carvão EM PERIGO Perda de habitat em consequência de atividades agrícolas e de silvicultura PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste /Parque do Mar

Família Espécie

(Nome Popular)

Bioma (Endemismo) Distribuição Categoria de ameaça e principais ameaças

Plano de Ação/Presença em áreas protegidas

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Quadro 1. Serpentes da “Lista nacional oficial de espécies da fauna ameaçadas de extinção” (Brasil, 2014a) e da “Lista das espécies de serpentes quase ameaçadas” (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014a), por ordem de família, com dados de distribuição; categoria de ameaça (indicando também a categoria de ameaça, conforme o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção, para algumas espécies); presença em áreas protegidas entre outros; com base nos dados disponíveis no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b) e em outras fontes consultadas (Martins & Molina, 2008; Sawaya et al., 2008; Marques et al., 2009; Bataus & Reis, 2011; Guedes et al., 2014a, 2014b; Leão et al., 2014; Uetz & Hosek, 2014; International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 2015).

Família Espécie

(Nome Popular)

Bioma (Endemismo) Distribuição Categoria de ameaça e principais ameaças

Plano de Ação/Presença em áreas protegidas

Apostolepis serrana (De Lema & Renner, 2006)

Cobra-rainha-da-serra-do-roncador Apostolepis striata (De Lema, 2004) Cobra-rainha-estriada Atractus caete (Passos, Fernandes, Bérnils, & Moura-Leite,

2010)

Cobra-da-terra-da-floresta

Atractus hoogmoedi (Prudente & Passos,

2010) Atractus ronnie (Passos, Fernandes, & Nojosa, 2010) Cobra-da-terra-dos-brejos Atractus serranus (Amaral, 1930) CERRADO (endêmica) Conhecida apenas da localidade tipo, na Serra do Roncador, Mato Grosso

CERRADO (endêmica) Encontrada em Vilhena

(localidade tipo), Rondônia, ao leste da Chapada dos Parecis, divisa com Mato Grosso

Região de transição de cerrado com floresta amazônica (Cerradões)

MATA ATLÂNTICA (endêmica) Encontrada na região da Mata Atlântica, do estado de Alagoas e na Caatinga

AMAZÔNIA (endêmica) Conhecida apenas da localidade tipo, em Capitão Poço (Santa Luzia), no leste do

Pará

CAATINGA (endêmica) Encontrada no estado do Ceará, no bioma Caatinga, em

enclave de floresta úmida (Serra do Baturité, Chapada do Araripe e Planalto de Ibiapaba)

MATA ATLÂNTICA (endêmica) Encontrada em floresta ómbrofila, submontana da Mata Atlântica, na região da Serra do

Mar, estado de São Paulo

EM PERIGO

Perda em decorrência da transformação de áreas

naturais em pastagens e cultivo mecanizado

EM PERIGO Perda de habitat devido ao

avanço da fronteira agropecuária

EM PERIGO Fragmentação de habitat devido à expansão urbana

e atividades agrícolas (particularmente cana-de-açúcar) EM PERIGO A principal ameaça é o desmatamento EM PERIGO Perda de habitat devido à atividade agropastoril e extração de madeira VULNERÁVEL Fragmentação de habitat com isolamento

de subpopulações devido à expansão

urbana

Pode ocorrer em áreas protegidas (Terra Indígena Gurupi), próximas ao local de

registro

PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste

2 de 6

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Quadro 1. Serpentes da “Lista nacional oficial de espécies da fauna ameaçadas de extinção” (Brasil, 2014a) e da “Lista das espécies de serpentes quase ameaçadas” (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014a), por ordem de família, com dados de distribuição; categoria de ameaça (indicando também a categoria de ameaça, conforme o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção, para algumas espécies); presença em áreas protegidas entre outros; com base nos dados disponíveis no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b) e em outras fontes consultadas (Martins & Molina, 2008; Sawaya et al., 2008; Marques et al., 2009; Bataus & Reis, 2011; Guedes et al., 2014a, 2014b; Leão et al., 2014; Uetz & Hosek, 2014; International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 2015).

Família Espécie

(Nome Popular)

Bioma (Endemismo) Distribuição Categoria de ameaça e principais ameaças Plano de Ação/Presença em áreas protegidas Atractus thalesdelemai (Passos, Fernandes, & Zanella, 2005) Cobra-da-terra-do-sul Calamodontophis paucidens (Amaral, 1936) Cobra-espadas-dos-pampas Calamodontophis ronaldoi (Franco, De Carvalho

Cintra, & De Lema, 2006) Cobra-espada-do-paraná Ditaxodon taeniatus (Peters in Hensel, 1868) Parelheira-listrada-do-campo Echinanthera cephalomaculata (Di-Bernardo, 1994) Hydrodynastes melanogigas (Franco, Fernandes, &

Bentim, 2007) Cobra-d´água-grande-do-tocantins

MATA ATLÂNTICA No Brasil ocorre no estado do

Rio Grande do Sul, em locais próximos da área urbana do município de Passo Fundo.

Encontrada também no Paraguai

PAMPA No Brasil está restrita à Depressão Periférica no centro do Rio Grande do Sul. Também

encontrada no Uruguai

MATA ATLÂNTICA (endêmica) Ocorre apenas do estado do Paraná, em locais de Floresta

Ombrófila e campos associados

MATA ATLÂNTICA Ocorre de maneira disjunta e

rarefeita nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo em

áreas de campos bem preservados associados à Floresta de Araucária. Não há

certeza se a espécie é endêmica do Brasil

MATA ATLÂNTICA (endêmica) Ocorre na Mata Atlântica do Estado de Alagoas, conhecida

apenas da localidade-tipo

CERRADO (endêmica) Aparentemente a espécie tem distribuição restrita ao longo de

um trecho do rio Tocantins. É conhecida de uma única

localidade EM PERIGO Perda de habitat devido à expansão agrícola EM PERIGO Perda e degradação de habitat devido a expansão agrícola. (IUCN:VU; Lista Estadual RS : VU) EM PERIGO Perda da vegetação nativa devido a expansão das atividades agrícolas e pecuárias VULNERÁVEL Alteração de habitat devido à atividades agrícolas, silvicultura e queimadas. (Lista Estadual PR: VU) VULNERÁVEL Fragmentação de habitat devido à atividades agropecuárias EM PERIGO Expansão da agricultura e urbanização PAN Herpetofauna do Sul PAN Herpetofauna do Sul PAN Herpetofauna do Sul e PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste 3 de 6 Dipsadidae

(9)

Quadro 1. Serpentes da “Lista nacional oficial de espécies da fauna ameaçadas de extinção” (Brasil, 2014a) e da “Lista das espécies de serpentes quase ameaçadas” (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014a), por ordem de família, com dados de distribuição; categoria de ameaça (indicando também a categoria de ameaça, conforme o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção, para algumas espécies); presença em áreas protegidas entre outros; com base nos dados disponíveis no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b) e em outras fontes consultadas (Martins & Molina, 2008; Sawaya et al., 2008; Marques et al., 2009; Bataus & Reis, 2011; Guedes et al., 2014a, 2014b; Leão et al., 2014; Uetz & Hosek, 2014; International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 2015).

Família Espécie

(Nome Popular)

Bioma (Endemismo) Distribuição Categoria de ameaça e principais ameaças Plano de Ação/Presença em áreas protegidas Phalotris lattivitatus (Ferrarezzi, 1994) Phalotris multipunctatus (Puorto & Ferrarezzi,

1993) Fura-terra-pintada Philodryas livida (Amaral, 1923) Parelheira-do-campo Rodriguesophis chui (Rodrigues, 1993) Muçurana-nariguda-das-dunas Rodriguesophis scriptorcibatus (Rodrigues, 1993) Muçurana-nariguda-do-rio-são-francisco Typhlops amoipira (Rodrigues & Juncá, 2002)

Cobra-cega-das-dunas

Typhlops paucisquamus (Dixon & Hendricks, 1979)

CERRADO (endêmica) Distribuição no estado de São

Paulo

CERRADO (endêmica) presenta apenas dois registros: no município de Brotas, no estado de São Paulo e no município de Brilhante, no

Mato Grosso do Sul

CERRADO (endêmica) Apresenta registro nos estados

de Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo, em fisionomias

campestres de Cerrado

CAATINGA (endêmica) Associada a solos arenosos das dunas, na margem direita

do Rio São Francisco, no estado da Bahia

CAATINGA (endêmica) Associada a solos arenosos

das dunas, na margem esquerda do Rio São Francisco, no estado da Bahia

CAATINGA/ MATA ATLÂNTICA Conhecida apenas em duas localidades: (1) região de dunas

da margem esquerda do Rio São Francisco, na Bahia e (2)

no município de Bonito de Minas, áreas de transição entre

os biomas Caatinga e Cerrado MATA ATLÂNTICA (endêmica) Encontrada nos estados de Alagoas, Pernambuco, Paraíba,

Maranhão e Rio Grande do Norte

QUASE AMEAÇADA Perda de habitat devido ao

desmatamento, gramíneas invasoras e fogo EM PERIGO Expansão da atividade agropecuária e urbanização. (Lista Estadual de SP: EN) VULNERÁVEL Redução da área natural de ocupação da espécie devido à expansão agrícola (monoculturas e pastagens) EM PERIGO Desestabilização das dunas devido à extração de areia e madeira, além

da expansão agrícola

EM PERIGO Desestabilização das dunas devido à extração de areia e madeira, além

da expansão agrícola

EM PERIGO Perda de habitat por meio de ações antrópicas, como

extração de areia e produção de carvão

VULNERÁVEL Grande redução e fragmentação do habitat natural para pastagens e

monoculturas PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste /ESEC de Itirapina, SP Typhlopidae 4 de 6 Dipsadidae

(10)

Quadro 1. Serpentes da “Lista nacional oficial de espécies da fauna ameaçadas de extinção” (Brasil, 2014a) e da “Lista das espécies de serpentes quase ameaçadas” (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014a), por ordem de família, com dados de distribuição; categoria de ameaça (indicando também a categoria de ameaça, conforme o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção, para algumas espécies); presença em áreas protegidas entre outros; com base nos dados disponíveis no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b) e em outras fontes consultadas (Martins & Molina, 2008; Sawaya et al., 2008; Marques et al., 2009; Bataus & Reis, 2011; Guedes et al., 2014a, 2014b; Leão et al., 2014; Uetz & Hosek, 2014; International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 2015).

Família Espécie

(Nome Popular)

Bioma (Endemismo) Distribuição Categoria de ameaça e principais ameaças Plano de Ação/Presença em áreas protegidas Typhlops yonenagae (Rodrigues, 1991) Cobra-cega-do-são-francisco Tropidophis grapiuna (Curcio, Nunes, Argolo, Skuk, & Rodrigues, 2012)

Bothrops alcatraz (Marques, Martins, &

Sazima, 2002) Jararaca-de-alcatrazes Bothrops insularis (Amaral, 1921) Jararaca-ilhoa Bothrops itapetiningae (Boulenger, 1907) Jararaquinha-do-campo Bothrops muriciensis (Ferrarezzi e Freire, 2001) Bothrops otavioi (Barbo, Grazziotin, Sazima, Martins, & Sawaya, 2012)

CAATINGA (endêmica) Apresenta distribuição restrita

no município de Gentio de Ouro - Bahia, região de dunas na margem direita do

rio São Francisco MATA ATLÂNTICA (endêmica)

Distribuição restrita às florestas montanhas ao Sul

da Bahia

MATA ATLÂNTICA (endêmica) Restrita à Ilha de Alcatrazes, litoral norte do estado de São

Paulo

MATA ATLÂNTICA (endêmica) Endêmica da Ilha da Queimada Grande, litoral Sul

do estado de São Paulo

CERRADO (endêmica) Porção sul do Cerrado

Brasileiro

MATA ATLÂNTICA (endêmica) Encontrada apenas em porções da floresta atlântica ao Norte de Maceió - Alagoas

MATA ATLÂNTICA (endêmica) Ocorre somente na Ilha Vitória, no litoral norte do

estado de São Paulo

EM PERIGO Perda do habitat por meio de ações antrópicas, como extração

de areia e produção de carvão

VULNERÁVEL Expansão das atividades agropecuárias

CRITICAMENTE AMEAÇADA Perda de habitat ocasionada por

incêndios. (Lista Nacional e da IUCN: CR; Lista Estadual de SP:

VU)

CRITICAMENTE AMEAÇADA Alteração do habitat e captura

ilegal dos indivíduos para o mercado negro de espécies exóticas. (Lista Nacional e da IUCN: CR; Lista Estadual de SP:

EN)

QUASE AMEAÇADA Atividades antrópicas que afetam o bioma, tais como agricultura e expansão

urbana. (Listas Estaduais MG: VU e SP: EN)

EM PERIGO Perda da qualidade do habitat

devido a invasão de gado; declínio do número de indivíduos

por captura ilegal CRITICAMENTE AMEAÇADA

Ações antrópicas como desmatamento, atividade agrícola e introdução de animais

domésticos, causando declínio da qualidade do habitat e do número de indivíduos maduros

PAN Herpetofauna Insular e PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste/ESEC de Tupinambás, SP PAN Herpetofauna Insular e PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste /ARIE Ilhas

da Queimada Pequena e Queimada Grande, SP PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste /ESEC de Itirapina, SP ESEC de Murici, AL PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste 5 de 6 Tropidophiidae Viperidae Typhlopidae

(11)

Amazônia

A Amazônia é o maior domínio fitogeográfico de florestas tropicais remanescentes do planeta, e três quartos dela, uma área com cerca de 4,2 de km², encontra-se no Brasil (Ab’Sáber, 2008). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2004), o bioma ocupa a totalidade (ou quase totalidade) dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Rondônia, e partes de Mato Grosso, Maranhão e Tocantins, o que equivale a quase metade do território nacional (49,29%), com uma população de mais de 19 milhões de habitantes (Vieira et al., 2012).

É onde se situa também a maior bacia hidrográfica, com o maior volume de água doce do planeta, sendo a região de maior diversidade biológica do mundo. Só a Amazônia brasileira abriga mais de 13 mil espécies de plantas, com 15% de endemismo (Vieira et al., 2012).

Historicamente, o bioma Amazônia vem sofrendo um processo de descaracterização através da ação do desmatamento, decorrente do modo de ocupação e uso da terra, o que pode ser considerado o principal problema ambiental da região (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2004).

O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (2013), por meio do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), monitora o desmatamento e a degradação florestal na Amazônia, e, embora tenha constatado uma redução de 80% no desmatamento entre 2004 e 2012, como resultado de uma série de medidas implementadas pelo governo, nos anos seguintes, os registros têm mostrado que o desmatamento voltou a crescer e a degradação florestal continua, como pode ser acompanhado nos boletins mensais publicados pelo instituto (Fonseca et al., 2015).

Somente uma espécie de serpente, Atractus

hoogmoedi, endêmica do bioma, está presente na

lista de serpentes ameaçadas (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b) (Qua-dro 1).

Pantanal

O Pantanal, uma das maiores áreas alagáveis contínuas do planeta, cobre aproximadamente 150.355km2 e é considerado um dos menores biomas

brasileiros, ocupando 1,76% do território nacional, nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2004),

Bothrops pirajai (Amaral, 1923) Jararacuçu-tapete

EM PERIGO

Descaracterização do ambiente natural devido à produção de cacau tornando a

população fragmentada, isolada geográfica e geneticamente. (Lista Nacional: EN; IUCN:VU)

PAN Herpetofauna do Nordeste/RESEC

Michelin e APA Municipal Serra da

Jibóia, BA Quadro 1. Serpentes da “Lista nacional oficial de espécies da fauna ameaçadas de extinção” (Brasil, 2014a) e da “Lista das espécies de serpentes quase

ameaçadas” (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014a), por ordem de família, com dados de distribuição; categoria de ameaça (indicando também a categoria de ameaça, conforme o Livro Vermelho da Fauna Ameaçada de Extinção, para algumas espécies); presença em áreas protegidas entre outros; com base nos dados disponíveis no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b) e em outras fontes consultadas (Martins & Molina, 2008; Sawaya et al., 2008; Marques et al., 2009; Bataus & Reis, 2011; Guedes et al., 2014a, 2014b; Leão et al., 2014; Uetz & Hosek, 2014; International Union for Conservation of Nature and Natural Resources, 2015).

Família Espécie

(Nome Popular)

Bioma (Endemismo) Distribuição Categoria de ameaça e principais ameaças

Plano de Ação/Presença em áreas protegidas

Nota: CR: Criticamente ameaçada; EN: Em perigo; VU: Vulnerável; APA: Área de Proteção Ambiental; ARIE: Área de Relevante Interesse Ecológico; ESEC: Estação Ecológica; IUCN: International Union for Conservation of Nature and Natural Resources; PAN: Plano de Ação Nacional; RESEC: Reserva Ecológica.

Total: 32 espécies

6 de 6

Viperidae

MATA ATLÂNTICA (endêmica) Matas ombrófilas densas no

(12)

e abrigando cerca de dois milhões de pessoas (Silva, 2012).

É a maior área úmida do mundo e também uma das mais importantes, tendo sido declarada pela Unesco como Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera. Suas paisagens de transição entre os ambientes aquáticos e terrestres, no Brasil, fazem fronteira com os biomas Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia (Silva, 2012), de forma que sua fauna e flora sofrem influência deles, sendo que o regime de inundações anuais característico do bioma é um fator ecológico fundamental que permite uma rápida ciclagem de nutrientes e propicia alta riqueza de espécies aquáticas e terrestres (Signor et al., 2010). Com quase 3.500 espécies de plantas, a maior parte da planície pantaneira (cerca de 85%) apresenta sua vegetação nativa em bom estado de conservação, no entanto, quando se considera apenas o planalto da bacia, constata-se que 60% das áreas altas estão severamente descaracterizadas (Silva, 2012). O desmatamento de áreas naturais para formação de pastagens, a caça, a introdução de espécies exóticas, os grandes empreendimentos - como as usinas hidrelétricas - e a poluição de rios por pesticidas estão entre as principais ameaças ao bioma (Harris et al., 2005).

A despeito da abundância e da diversidade de habitats aquáticos e de suas interfaces com habitats terrestres, não há endemismo em relação à fauna herpetológica no Pantanal (Junk et al., 2006; Strüssmann et al., 2007). Nenhuma das espécies de serpentes conhecidas no bioma consta da lista atual de serpentes ameaçadas.

Pampa

O bioma Pampa (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2004) abrange regiões pastoris de planícies em três países da América do Sul - Brasil, Argentina e Uruguai - e, no Brasil, só existe no Rio Grande do Sul, onde ocupa 63% do território do estado e possui uma população estimada de cerca de 6 milhões de habitantes (Instituto EcoDe-senvolvimento, 2011b). Suas principais formações são

os campos, matas ciliares (de galeria), capões de mato e matas de encosta numa área de aproximadamente 176.496km², o que corresponde a apenas 2,07% do território brasileiro (Suertegaray & Silva, 2009).

Os campos do Sul são ecossistemas naturais que apresentam alta biodiversidade, com cerca de 2.600 espécies de plantas vasculares (Pillar et al., 2012), muito embora não possam ser comparados com ecossistemas ecologicamente mais complexos, como as florestas tropicais. Suas comunidades biológicas são ricas e representam uma importante contribuição à biodiversidade do planeta, apesar das massivas alterações na paisagem provocadas pela conversão dos habitats para agricultura e silvicultura (Behing et al., 2009).

Apenas uma espécie de serpente da lista de espécies ameaçadas (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b) (Quadro 1) ocorre no bioma Pampa, Calamodontophis

paucidens, onde é endêmica.

Principais ameaças e estratégias para a conservação das serpentes

Embora o Brasil seja detentor de exuberante biodiversidade e ocupe o primeiro lugar no ranking mundial em diversidade de répteis, o grande desafio tem sido a conservação e a gestão dessa rica diversidade biológica, ameaçada pela intensificação das atividades antrópicas, que exercem pressão sobre o patrimônio biológico (Luz, 2011). No que diz respeito às serpentes, é possível afirmar que a perda e a degradação de habitats são as principais ameaças (Martins & Molina, 2008). De acordo com os dados apontados pelos especialistas envolvidos na elaboração da lista das espécies ameaçadas, a perda de habitat tem ocorrido devido ao desmatamento para expansão de atividades agropecuárias, expansão urbana, extração de madeira, queimadas entre outras atividades (Quadro 1).

Segundo Martins & Molina (2008), a maioria das serpentes das florestas tropicais brasileiras não sobrevive em ambientes alterados, como pastos e

(13)

plantações, e nem em florestas de eucalipto ou pinheiro. No entanto, algumas espécies, como a cascavel (Crotalus durissus), beneficiam-se de habitats antropizados, invadindo áreas abertas em função da derrubada de florestas tropicais (Marques

et al., 2004). Como a cascavel é uma espécie

peçonhenta, acaba por tornar-se um problema, sendo morta inescrupulosamente pela população.

A maioria das espécies de serpentes ameaçada é endêmica no bioma onde ocorre e/ ou possui distribuição restrita, sinalizando urgência na implementação de medidas conservacionistas, como as previstas nos planos de ação, com foco em espécies ameaçadas de extinção. Os planos de ação incluem, entre outras, informações sobre as espécies-alvo, seu estado de conservação e de seus habitats, principais ameaças a que estão sujeitas e ocorrência em áreas protegidas para delimitação posterior dos

objetivos e metas de conservação (Bataus & Reis, 2011).

Nesse sentido, cinco Planos de Ação Nacionais, elaborados ou em processo de elaboração ou de implementação, voltados para a conservação da herpetofauna brasileira e coordenados pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios, apontam medidas visando à recuperação de espécies de répteis e anfíbios ameaçados.

São citadas 44 espécies de serpentes como alvos para conservação nesses planos (abaixo descritos), das quais 9 constam na “Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção” e 3 na lista das espécies quase ameaçadas (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014a, 2014b). A maioria das espé-cies citadas nos planos de ação apresenta insufi-ciência de dados ou algum tipo de risco (Quadro 2).

Quadro 2. Espécies de serpentes estadualmente ameaçadas ou deficiente em dados, por ordem de família, segundo os planos de ação citados, o Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção (Martins & Molina, 2008) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (2014a). Família

Anomalepididae

Colubridae

Dipsadidae

Espécie

Liotyphlops trefauti (Freire, Caramaschi, Suzart Argôlo, 2007)

Coluber mentovarius (Duméril, Bibron, & Duméril, 1854) Dendrophidion atlantica (Freire, Caramaschi, & Gonçalves, 2010)

Apostolepis cerradoensis (De Lema, 2003) Apostolepis christineae (De Lema, 2002) Apostolepis intermedia (Koslowsky, 1898) Apostolepis lineata (Cope, 1887)

Atractus caxiuana (Prudente & Santos-Costa, 2006) Atractus edioi (Da Silva, Rodrigues Silva, Ribeiro, Souza, & Do Amaral Souza, 2005)

Atractus francoi (Passos, Fernandes, Bérnils, & Moura-Leite, 2010)

Atractus maculatus (Günther, 1858) Atractus potschi (Fernandes, 1995) Caaeteboia amarali (Wettstein, 1930)

Clelia hussami (Morato Franco & Sanches, 2003) Dipsas albifrons cavalheiroi (Hoge, 1950)

Dipsas sazimai (Fernandes, Marques, & Argôlo, 2010)

Drymoluber brazili (Gomes, 1918)

Risco/Categoria de ameaça DD DD DD DD DD DD DD DD DD DD DD DD Estadualmente ameaçada DD (IUCN) Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada

Presença nos PAN

PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste

PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna do Sul PAN Herpetofauna Insular PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste

(14)

Echinanthera cephalostriata (Di-Bernardo, 1996) Lioheterophis iheringi (Amaral, 1935)

Liophis maryellenae (Dixon, 1985)

Oxyrhopus clathratus (Duméril, Bibron, & Duméril, 1854) Oxyrhopus formosus (Wied, 1820)

Oxyrhopus rhombifer (Duméril, Bibron, & Duméril, 1854) Phalotris concolor (Ferrarezi, 1993)

Phalotris nasutus (Gomes, 1915) Phalotris reticulatus (Peters, 1860)

Philodryas aestiva (Duméril, Bibron, & Duméril, 1854) Philodryas agassizii (Jan, 1863)

Philodryas arnaldoi (Amaral, 1933) Philodryas laticeps (Werner, 1900) Philodryas psammophidea (Günther, 1872) Sibynomorphus lavillai (Scrocchi, Porto, & Prey, 1993) Siphlophis leucocephalus (Günther, 1863)

Siphlophis pulcher (Raddi, 1820) Tropidodryas serra (Schlegel, 1837) Uromacerina ricardinii (Peracca, 1897) Xenodon guentheri (Boulenger, 1894) Xenodon histricus (Jan, 1863) Xenodon nattereri (Steindachner, 1867) Xenodon neuwiedii (Günther, 1863)

Micrurus ibiboboca (Merrem, 1820)

Epictia clinorostris (Arredondo & Zaher, 2010) Tropidophis preciosus (Curcio, Nunes, Argolo, Skuk, & Rodrigues, 2012)

Bothrops bilineatus (Wied, 1821) Bothrops cotiara (Gomes, 1913)

Estadualmente ameaçada DD DD Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada DD Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada DD (IUCN) e estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada e DD (IUCN) DD e estadualmente ameaçada DD DD DD Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada DD (IUCN) Estadualmente ameaçada e DD (IUCN) Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada DD DD DD Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada e DD (IUCN)

PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Serra do Espinhaço

PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Serra do Espinhaço e PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna do Sul PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste e PAN Serra do Espinhaço

PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna do Sul PAN Herpetofauna do Sul PAN Herpetofauna da Mata

Atlântica do Sudeste

PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata

Atlântica do Sudeste

PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste e PAN

Herpetofauna do Sul Quadro 2. Espécies de serpentes estadualmente ameaçadas ou deficiente em dados, por ordem de família, segundo os planos de ação citados, o Livro

vermelho da fauna ameaçada de extinção (Martins & Molina, 2008) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (2014a).

Família Espécie Risco/Categoria de ameaça Presença nos PAN

Viperidae Leptotyphlopidae Elapidae

Tropidophiidae

(15)

Quadro 2. Espécies de serpentes estadualmente ameaçadas ou deficiente em dados, por ordem de família, segundo os planos de ação citados, o Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção (Martins & Molina, 2008) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (2014a).

Família Espécie Risco/Categoria de ameaça Presença nos PAN

Bothrops diporus (Cope, 1862)

Bothrops aff. jararaca (Ilha da Moela)

Bothrops aff. jararaca (Ilha de Búzios)

Bothrops jararacussu (Lacerda, 1884)

Bothrocophias microphthalmus (Cope, 1875) Lachesis muta (Linnaeus, 1766)

Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada Estadualmente ameaçada DD Estadualmente ameaçada

PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata

Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata

Atlântica do Sudeste PAN Herpetofauna da Mata

Atlântica do Sudeste

PAN Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste Total: 51 espécies

Nota: DD: Deficiente em dados; IUCN: International Union for Conservation of Nature and Natural Resources; PAN: Plano de Ação Nacional.

3 de 3

Plano de Ação Nacional Herpetofauna Insular

O Plano de Ação Nacional para Conservação da Herpetofauna Insular, disposto pela Portaria nº 194, de 28 de maio de 2013 (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2013a), abrange áreas protegidas na forma de unidades de conservação e estabelece ações que visam à proteção de espécies de anfíbios e répteis da Mata Atlântica, incluindo as serpentes Dipsas albifrons

cavalheiroi, Bothrops alcatraz e B. insularis (Bataus

& Reis, 2011): as duas últimas figuram na lista oficial de espécies ameaçadas e estão categorizadas como Criticamente Ameaçadas (CR) (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b), situação que se mantem, uma vez que, no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (Machado et al., 2008), ambas espécies aparecem na mesma categoria, na lista nacional e na lista da IUCN (Quadro 1).

Bothrops alcatraz (jararaca-de-Alcatrazes) tem

sua população restrita à Ilha de Alcatrazes, associada à floresta ombrófila densa, no litoral norte do estado de São Paulo. A ilha apresenta cerca de 135 hectares de área, com parte pertencente à Marinha do Brasil e outra inserida na Estação Ecológica Tupinambás, uma Unidade de Conservação Federal de Proteção

Integral. A principal ameaça a que a espécie está sujeita são os incêndios causados por exercícios de tiro pela Marinha do Brasil, que têm provocado redução do habitat natural (Martins & Molina, 2008; Marques et al., 2009).

Bothrops insularis (jararaca-ilhoa) é endêmica

da Ilha da Queimada Grande, com 43 hectares, localizada no litoral Sul do Estado de São Paulo. A ilha está inserida na Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) Ilhas da Queimada Pequena e Queimada Grande (SP), Unidade de Conservação Federal de Uso Sustentável. A principal ameaça é a redução da população por atividades antrópicas, pois, segundo Martins & Molina (2008), algumas porções da floresta original foram queimadas e substituídas por capim. Além dessa ameaça, que, segundo os autores, parece sob controle, a captura ilegal dessa serpente por traficantes, para o mercado de espécies exóticas, ainda é preocupante.

Dipsas albifrons cavalheiroi, embora não

esteja na lista nacional de 2014, aparece no Livro Vermelho (Machado et al., 2008) como CR, em nível nacional, e Vulnerável (VU) na lista estadual de São Paulo, devido ao fato de essa subespécie ser endêmica da ilha da Queimada Grande, no estado de São Paulo (Martins & Molina, 2008) (Quadro 2). Espécies encontradas em ilhas são parti-cularmente suscetíveis à extinção, porque muitas

(16)

delas são endêmicas e/ou possuem baixa densida-de populacional e pequena variação genética (Vitousek, 1997).

Plano de Ação Nacional Herpetofauna do Sul

O Plano de Ação Nacional para Conservação da Herpetofauna do Sul, elaborado em 2011 e aprovado pela Portaria nº 25, de 17 de fevereiro de 2012 (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2012a), abrange ações voltadas às espécies pertencentes aos biomas Pampa, Mata Atlântica e Cerrado, e inclui as espécies de serpentes ameaçadas: Calamodontophis paucidens, de ocorrência no Pampa, e Calamodontophis ronaldoi e Ditaxodon taeniatus, que ocorrem na Mata Atlântica. As serpentes Clelia hussami, Philodryas

arnaldoi, Xenodon histricus, Xenodon guentheri e Rhinocerophis cotiara (= Bothrops cotiara) também

são alvos desse plano de ação por estarem ameaçadas estadualmente ou apresentarem deficiência de dados (Quadro 2).

Calamodontophis paucidens está categorizada

como Em Perigo (EN) na lista oficial vigente (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b) e como VU na IUCN e na lista estadual do Rio Grande do Sul, conforme consta no Livro Vermelho (Machado et al., 2008). A espécie ocorre no bioma Pampa e, no Brasil, os registros estão restritos à Depressão Periférica, no centro do estado do Rio Grande do Sul, onde foram coletados até o momento apenas 13 espécimes. A perda e degradação contínuas de habitat para expansão agrícola é a principal ameaça uma vez que a espécie foi registrada apenas em campos nativos em bom estado de conservação (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b).

Calamodontophis ronaldoi, também na

categoria EN, é uma espécie endêmica do Brasil, com distribuição restrita no estado do Paraná, em áreas de Floresta Ombrófila associada com campos. A perda de vegetação nativa e poluição, em decor-rência da expansão de atividades agropecuárias, provocam degradação do habitat (Franco et al., 2006; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiver-sidade, 2014b).

Ditaxodon taeniatus, com status VU, também

na lista estadual do Paraná (Machado et al., 2008), apresenta distribuição descontínua, com registros isolados nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. As localidades onde foram registradas têm sido exploradas para cultivo de Pinus e Eucalyptus entre outras culturas e sofrem com queimadas utilizadas para a limpeza de terrenos, provocando descaracterização do habitat da espécie (Marques et al., 2009; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b).

Plano de Ação Nacional Herpetofauna do Nordeste

O Plano de Ação Nacional desenvolvido para a Herpetofauna do Nordeste, elaborado em 2012 e aprovado em 2013 pela Portaria nº 200, de 1º de julho de 2013 (Instituto Chico Mendes de Conser-vação da Biodiversidade, 2013b), abrange os remanescentes da Mata Atlântica Nordestina e inclui como um dos alvos de conservação a serpente

Bothrops pirajai (Instituto Chico Mendes de

Conser-vação da Biodiversidade, 2012b). A espécie, categorizada como EN na lista atual, é endêmica do Brasil e da Mata Atlântica, com distribuição restrita à região sul do estado da Bahia, em áreas de floresta ombrófila densa. Nesses locais, as florestas en-contram-se muito fragmentadas devido à exploração agrícola, o que leva a crer que suas populações es-tejam fragmentadas e isoladas (Martins & Molina, 2008; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b). Segundo Martins & Molina (2008), exemplares foram registrados na Reserva Ecológica Michelin e na Área de Proteção Ambien-tal Municipal Serra da Jiboia, áreas protegidas na Bahia. No Livro Vermelho (Machado et al., 2008), aparece como EN na lista nacional e como VU na IUCN.

Plano de Ação Nacional Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste

O Plano de Ação Nacional para a Conservação da Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste, aprovado pela Portaria nº 48, de 6 de outubro de

(17)

2015 (Brasil, 2015), inclui da lista de espécies de serpentes ameaçadas: Corallus cropanii, Atractus

serranus e Bothrops otavioi, além das serpentes Bothrops alcatraz e Bothrops insularis, que constam

também no Plano de Ação Nacional Herpetofauna Insular, e Ditaxodon taeniatus, espécie-alvo também do Plano de Ação Nacional Herpetofauna do Sul.

Corallus cropanii, categorizada como VU na

lista atual, tem distribuição restrita à Mata Atlântica do vale do Ribeira, na planície litorânea sul do Estado de São Paulo, com poucos registros para os municípios vizinhos de Miracatu, Pedro de Toledo e Eldorado. Já esteve classificada como CR na lista nacional, conforme Livro Vermelho (Machado et al., 2008). A maior ameaça, devido à distribuição restrita, é a destruição de habitat, uma vez que a região do vale do Ribeira vem sofrendo grande pressão antrópica, convertendo a floresta original em culturas agrícolas e pastagens (Martins & Molina, 2008). Segundo dados sobre a fauna ameaçada no estado de São Paulo (Bressan et al., 2009), exemplares preservados em coleção foram encontrados na área do Parque Estadual da Serra do Mar.

Atractus serranus, com status VU, é também

endêmica da Mata Atlântica, de ocorrência em floresta ombrófila submontana, na Serra do Mar, no estado de São Paulo. Devido à expansão urbana da cidade de São Paulo, a vegetação foi drasticamente reduzida, o que provocou a fragmentação e o isolamento de sua população original (Passos et al., 2010; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade/Ministério do Meio Ambiente, 2014b). Espécie que ocorre somente na Ilha de Vitória, no litoral norte do estado de São Paulo, Bothrops

otavioi foi recém-descrita em 2012 e já se encontra

categorizada como CR, devido ao desmatamento, atividades agrícolas entre outras ações antrópicas, que têm provocado a degradação do habitat e redu-zido o número de indivíduos maduros (Barbo et al., 2012; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014b).

Além destas, o Plano de Ação Nacional Herpetofauna da Mata Atlântica do Sudeste beneficia, em suas ações previstas, as três espécies de serpentes “Quase-Ameaçadas” (NT): Bothrops

itapetiningae, Liotyphlops schubarti e Phalotris lativittatus, e outras três espécies de serpentes com

“Dados Insuficientes” (DD): Atractus francoi, Micrurus

ibiboboca e Philodryas laticeps (Instituto Chico

Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2014a).

B. itapetiningae consta no Livro Vermelho (Machado et al., 2008) como VU e como EN nas listas estaduais

de Minas Gerais e de São Paulo, respectivamente. Outras 23 espécies de serpentes ameaçadas estadualmente também são alvos desse plano (Brasil, 2015) (Quadro 2). Segundo a Portaria do Ministério do Meio Ambiente nº 43/2014, em seu Artigo 6º e § 3º, as espécies enquadradas como NT e DD são consideradas prioritárias na realização de pesquisa sobre seu estado de conservação (Brasil, 2014b).

Plano de Ação Nacional para a Herpeto-fauna da Serra do Espinhaço

O Plano de Ação Nacional para a Herpe-tofauna da Serra do Espinhaço, elaborado em 2011 e aprovado pela Portaria nº 24, de 17 de fevereiro de 2012 (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2012c), que abrange os biomas Cerrado e Mata Atlântica, possui ações previstas para as espécies de serpentes Philodryas laticeps,

Philodryas agassizii e Liophis maryellenae (Instituto

Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2011a), que não constam na “Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção” e nem na lista das espécies quase ameaçadas (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade 2014a, 2014b), mas são consideradas em risco ou com deficiência de dados (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2012c).

Nos Planos de Ação Nacionais são indicadas e priorizadas as principais ações que se fazem necessárias para a conservação da biodiversidade do local de abrangência de cada plano, com foco nas espécies já avaliadas e inseridas em categorias de risco (Bataus & Reis, 2011). Embora haja ações específicas para cada situação (que podem ser consultadas em seus respectivos sumários executi-vos), de modo geral, os planos de ação preveem as seguintes estratégias para a conservação das

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serpentes: a criação de Unidades de Conservação, bem como ações de fiscalização, recategorização e implementação das Unidades de Conservação existentes; a realização de pesquisas científicas, com o intuito de aumentar o conhecimento sobre as espécies (biologia, ecologia, distribuição geográfica e sistemática), principalmente sobre aquelas cujos dados são insuficientes; a conservação in situ e ex

situ das espécies ameaçadas; a proposição de

medidas que reduzam o impacto e a perda de habitats, que levam ao declínio populacional das espécies-foco; além de ações que envolvam educação ambiental, importantes para a sensibilização das comunidades diretamente envolvidas e do público em geral e para a mediação de conflitos (Bataus & Reis, 2011; Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 2011a, 2011b, 2012b, 2015).

É consenso entre os pesquisadores que a implantação de áreas protegidas é uma das estratégias mais eficientes para a conservação da biodiversidade. Segundo Wiedmann (2008), a conservação in situ nessas áreas protege os habitats e preserva o patrimônio genético. Embora o Brasil tenha uma extensa rede de Unidades de Conservação, com áreas protegidas ocupando cerca de 17% do território, além de 13% em áreas indígenas, é necessário que a gestão local dessas áreas possa garantir a conservação da biodiversidade e dos processos ecológicos naturais, através de um monitoramento eficiente ao longo do tempo (Pereira

et al., 2013). Além disso, é necessário estabelecer

novas Unidades de Conservação, com intuito de conferir proteção para áreas ecologicamente representativas dos biomas, haja vista seu processo de degradação, conforme relatado.

Poucas são as espécies de serpentes ameaçadas que se encontram em unidades de conservação, segundo os dados disponíveis, a exemplo do que ocorre para as espécies do gênero

Bothrops (B. alcatraz, B. insularis, B. muriciensis, B. pirajai) e para Corallus cropani, endêmicas da Mata

Atlântica e que são encontradas em áreas sob proteção. Não é por acaso que a maioria das espécies de serpentes ameaçadas (16 das 29) ocorra

na Mata Atlântica, que, além do alto grau de endemismo, é o bioma mais ameaçado, com acentuada devastação e fragmentação florestal, o que reflete também em outros grupos taxonômicos com alta porcentagem de espécies ameaçadas (Paglia et al., 2008).

Quando confrontada a lista atual das espécies de serpentes ameaçadas com aquela constante no Livro Vermelho (Machado et al., 2008), verifica-se que 21 espécies são novas inclusões, o que parece demonstrar avanço nas avaliações das espécies, embora o resultado seja preocupante, principalmente quando se constata que apenas nove das 29 espécies ameaçadas são contempladas nos planos de ação. Para as outras 20 espécies da lista atual, ainda não há informações sobre medidas de conservação adotadas. Por outro lado, a inclusão de 44 espécies-alvo nos planos de ação, a maioria de ocorrência na Mata Atlântica, é um avanço importante em relação à conservação de serpentes no Brasil, ainda que a maioria não esteja na lista das espécies ameaçadas. É possível que essas espécies (ou parte delas) estejam em áreas protegidas. No entanto, a falta de inventários para a ofiofauna tem dificultado a avaliação de seu estado de conservação. É necessário investimento em pesquisa científica, com vistas a um melhor conhecimento sobre os hábitos das espécies de serpentes e informações mais precisas sobre sua distribuição geográfica para que possam ser implementadas as medidas de proteção necessárias.

Para finalizar, é importante destacar o que foi enfatizado por Seigel & Mullin (2009): a falta de conservação das populações de serpentes tem implicações evolucionárias significativas e a perda de uma espécie pode ter consequências negativas imprevistas não só em relação aos ecossistemas, mas sob os aspectos cultural, econômico e médico, para os seres humanos.

R E F E R Ê N C I A S

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