• Nenhum resultado encontrado

PROJETO PESQUISA EXEMPLO RASCUNHO 1 51209

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PROJETO PESQUISA EXEMPLO RASCUNHO 1 51209"

Copied!
18
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO – UNAERP CAMPUS GUARUJÁ

PROJETO DE PESQUISA

Estimativa do valor da cesta básica da cidade de Guarujá SP. CB - UNAERP JR

Prof. Dr. Rubens C. Ulbanere

Curso de Administração - Unaerp Campus Guarujá rulbanere@superig.com.br

(2)

Resumo.

A partir do ano de 2005, o autor instalou a pesquisa sobre a “Estimativa do valor da cesta básica da cidade de Guarujá”, realizada por alunos estagiários da empresa Unaerp Jr., tendo a participação de docentes para a realização e interpretação dos cálculos. Desde o mês de junho de 2007, a pesquisa foi ampliada, sendo que o valor da cesta básica calculada a partir dos preços praticados na cidade de Guarujá passou a ser comparado com os valores da cesta básica nacional das dezesseis capitais do país, cujos valores são divulgados mensalmente pela mídia. A necessidade de compreensão da evolução dos preços da CB UNAERP JR. e do seu significado junto à comunidade de Guarujá e região, é que motivaram a realização deste trabalho que apresenta três principais objetivos: a) Calcular o valor da cesta básica para a cidade de Guarujá; b) Comparar os valores da CB UNAERP JR. com os valores da Cesta Básica do DIEESE e das dezesseis capitais no país; c) Sensibilizar e conscientizar os empresários através da divulgação dos resultados da pesquisa. Este projeto é permanente, pois faz parte de um conjunto de dados e informações que a Universidade de Ribeirão Preto – Unaerp Campus Guarujá, disponibiliza para a comunidade e empresários. A metodologia de cálculo consiste na pesquisa dos treze produtos componentes da cesta básica nacional, conforme a definição do DIEESE (1993). Os preços são levantados na última semana do mês, em três unidades de lojas, empresas e supermercados do centro da cidade de Guarujá e do distrito de Vicente de Carvalho. São calculadas as médias simples dos preços e obtém-se o valor da cesta básica de cada uma das áreas. Desses dois valores, calcula-se a média e obtém-se o valor da cesta básica de Guarujá, que ficou intitulada como CB UNAERP JR.

Palavras-chave: Salário mínimo, cesta básica, cesta básica nacional, indicadores econômicos.

(3)

I. INTRODUÇÃO.

A pesquisa da Cesta Básica Nacional (Ração Essencial Mínima), realizada pelo Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Socioeconômicos - DIEESE, em dezesseis capitais do Brasil, acompanha mensalmente a evolução de preços de treze produtos de alimentação, assim como o gasto mensal que um trabalhador teria para comprá-los, conforme mostra o DIEESE (1993).

A cesta básica – CB, mínima do trabalhador foi definida pelo Decreto Lei 399 de 1938, que considera um número mínimo diário de calorias e proteínas que devem ser consumidas por um trabalhador. Têm sido discutidos os valores e a evolução de preços da CB em relação à correção do salário mínimo.

A Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP instalou o Campus na cidade de Guarujá no ano de 1999 e até 2004, enquanto desenvolvia suas atividades de ensino, pesquisa e extensão, não havia um indicador que definisse o valor da cesta básica da cidade de Guarujá.

Através do Núcleo de Pesquisas Fernando Eduardo Lee, e com o auxílio de alunos do laboratório de ensino intitulado Unaerp Jr., foi proposto este projeto, cujos resultados são publicados todos os meses, na mídia local e regional. O indicador passou a ser conhecido como CB UNAERP JR.

A necessidade de compreensão da evolução dos preços da CB UNAERP JR. e do seu significado junto à comunidade de Guarujá e região, é que motivaram a realização deste trabalho que apresenta três principais objetivos:

a) Calcular o valor da cesta básica para a cidade de Guarujá; b) Comparar os valores da CB UNAERP JR. com os valores da Cesta Básica do DIEESE e das dezesseis capitais no país;

c) Sensibilizar e conscientizar os empresários através da divulgação dos resultados da pesquisa.

(4)

II JUSTIFICATIVA.

A cidade de Guarujá conta com 312.504 habitantes, conforme a Fundação Seade (2009), sendo que aproximadamente um terço de moradores sobrevivem em regiões de posse e bolsões de pobreza, com renda abaixo das necessidades diárias de um cidadão. A cidade não tinha uma referência sobre o valor da cesta básica – CB, pois nenhuma instituição ou órgão realizava esse estudo. No período de 2003/2004, Gonzales e Ulbanere (2004), realizaram um estudo piloto e estimaram o valor da cesta básica, apresentando os resultados para a comunidade.

A partir de abril de 2004, Ulbanere et al. (2005) iniciaram a divulgação do resultado da pesquisa sobre a determinação do índice do custo de vida da cidade de Guarujá, que é calculado com a participação dos alunos da Unaerp Jr. O índice vem suscitando inúmeras discussões no meio empresarial da cidade, pois há um interesse na conquista da credibilidade do turista, que não admite a elevação de preços sem uma justificativa plausível. Tem sido oferecidos espaços na mídia eletrônica, falada e escrita para a disseminação dessas informações. E esse fato tem causado efeito positivo junto à comunidade acadêmica, que comprova a aplicação prática dos ensinamentos em sala de aula, para o campo. A comunidade empresarial e a população em geral sentem-se satisfeitas, pois acompanham as informações e dentro do possível, agem de forma a obter economia em suas aquisições de materiais e ou serviços.

O objetivo final da pesquisa é manter a classe empresarial e a comunidade de Guarujá informada de forma permanente sobre o valor da cesta básica, pois o benefício sobre o conhecimento desse valor será dos próprios habitantes. Outra vantagem relevante do projeto é a possibilidade imediata do convite para que alunos participem do projeto, em especial da Unaerp Jr., para a necessária instalação de um banco de dados sobre os preços dos produtos da cesta básica.

(5)

III. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.

2.1. Conceito e importância dos indicadores econômicos.

“O nível de atividade econômica é uma área que estuda determinados indicadores econômicos para a análise do andamento e ritmo de expansão ou recessão da economia brasileira. Estes indicadores são, em geral, estatísticas relacionadas à produção brasileira e suas conseqüências que refletem à sociedade”, conforme o site www.nupe.ufjf.br (2003).

“Dentre os muitos tópicos analisados quando nos referimos a finanças, podemos destacar os índices econômicos e financeiros como norteadores no contexto da tomada de decisão. A correta análise e correção destes indicadores, incluindo a comparação com índices de outras organizações do mesmo setor, é uma indicação da realidade que vive a sociedade e o país”, como declara Paixão (2002).

Conforme Carrasco (2003), “os indicadores econômicos caracterizam a situação presente da economia e antecipam seu comportamento futuro. Os indicadores econômicos distinguem-se entre indicadores de crescimento econômico e indicadores de preços”. Segundo Silva (2000), “a formulação de indicadores e índices, principalmente aqueles voltados para os desempenhos econômicos, vem sendo praticada em diferentes países há muitas décadas. Essas informações têm proporcionado uma visão geral das condições de um dado local, em relação ao nível de emprego, taxas de inflação, balança de pagamentos, dívidas do setor público, produto interno bruto, entre outros. A peculiaridade observada nas últimas décadas reside na importância gradativa que tem sido dada à implementação de indicadores que forneçam dados mais abrangentes, de forma a possibilitar análises e avaliações de tendências de alteração ou de transformação no meio social. Esse recurso teve o seu grau de

(6)

importância imensamente potencializado com o incremento do processo de urbanização das sociedades contemporâneas, na medida em que o fenômeno urbano e seus imperativos econômicos têm sido agentes fundamentais nos efeitos nefastos provocados pelas desigualdades sociais vistas em nosso país.”

2.2. Cesta Básica: legislação e significado.

Segundo o PROCON (2003), “a CB mínima do trabalhador tem por base uma cesta de alimentos definida pelo Decreto-Lei nº 399 de 1938, quando da criação do salário mínimo no país. Esta ração considera um número mínimo diário de calorias e proteínas que devem ser consumidas por um trabalhador. Esta pesquisa é também realizada pelo Departamento Intersindical de Estudos Estatísticos e Sócio-Econômicos (DIEESE) nas principais capitais brasileiras e tem como objetivo oferecer, diariamente ao consumidor paulistano, das diversas regiões da cidade, informações sobre os preços praticados e suas variações bem como, a relação de supermercados e seus respectivos endereços, onde pudessem ser adquiridos os produtos da cesta básica pelo menor valor, o consumidor passou a ter, então, um grande aliado contra as remarcações excessivas de preços, prática comum durante os primeiros anos da pesquisa, a característica inovadora do projeto foi a periodicidade diária da publicação, sendo esta o diferencial da”. pesquisa. A variação de preços tem sido usada como indicador econômico em órgãos públicos, associações, sindicatos, bancos e empresas de consultoria, ultrapassando as fronteiras do objetivo inicial e propiciando comparações de dados e análises econômicas. Atualmente os valores divulgados pela cesta básica, têm servido de referência às autoridades governamentais incumbidas de estabelecer a política salarial, pois ela retrata a renda mínima necessária para garantir o acesso ao consumo dos bens de primeira necessidade; tais como: alimentos, produtos de higiene pessoal e limpeza doméstica.

(7)

Segundo Escoda (2001), no Brasil, destacam-se três propostas de CB: a do Decreto 138/38, a do PROCON/DIEESE e a do Estudo Multicêntrico realizado pelo Ministério da Saúde.

A economia e a situação nutricional de uma população estão intimamente relacionadas. O estado nutricional de uma população ou de um indivíduo é determinado na ordem social. E desta resultam as condições de vida, tais como renda, habitação, preços, subsídios, produção agrícola, etc. O funcionamento do capital depende em parte, de formas de reprodução da força de trabalho que, em última instância, é garantida pelo consumo adequado de alimentos em termos quantitativos e qualitativos pela população. Parte da produção do trabalhador está diretamente relacionada com a função do seu estado nutricional. O acesso a alimentação é um direito humano básico, sem ele não se pode discutir os outros. Uma alimentação adequada concede o direito à vida, porque sem alimentação correta não há o direito à humanidade, que deve ser entendida aqui como o direito de acesso à riqueza material, cultural, científica e espiritual produzida pela espécie humana. É importante conceituar o termo Segurança Alimentar e Nutricional, internacionalmente referido como a garantia, a todos, ao acesso a alimentos básicos de qualidade, em quantidade suficiente, de modo permanente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, com base em práticas alimentares saudáveis, contribuindo, assim, para uma existência digna, em um contexto de desenvolvimento integral da pessoa humana. Esta definição é a mais utilizada sobre segurança alimentar e foi construída por ocasião da elaboração do documento brasileiro para a Cúpula Mundial de Alimentação por representantes do governo e da sociedade civil.

Trata-se de um conceito muito abrangente, pois engloba hábitos alimentares e valor nutricional dos alimentos, sem interferir no acesso, na disponibilidade dos alimentos e sem observar o poder aquisitivo da população. Enfatiza a alimentação como um direito do homem, assim como uma forma que ele possui de exercer sua condição

(8)

de cidadão. Apesar da discussão em torno do assunto o que se apreende é uma grande insegurança alimentar que põe em questão a saúde do homem, pois a maioria da população em situação nutricional vulnerável não tem acesso aos alimentos por não disporem de poder aquisitivo suficiente para comprá-los.

Sobre a questão da segurança alimentar, Escoda (2001), “enfatiza o papel do Estado na proteção dos direitos da população no sentido de que o Estado deve evitar a insegurança alimentar provocada por quebras de produção, calamidades materiais, desemprego, quedas de salários, através de políticas públicas que tenham por finalidade a promoção da cidadania.”

2.2.1. Procedimentos para a pesquisa da cesta básica nacional.

Conforme o DIEESE (2003), a pesquisa da CB nacional (ração essencial mínima), realizada hoje, em dezesseis capitais do Brasil, acompanha mensalmente a evolução de preços de treze produtos de alimentação, assim como o gasto mensal que um trabalhador teria para comprá-los. Outro dado importante da pesquisa são as horas de trabalho necessárias ao indivíduo que ganha salário mínimo, para adquirir estes bens. O salário mínimo necessário, também divulgado mensalmente, é calculado com base no custo mensal com alimentação obtido na pesquisa da cesta.

Este texto apresenta a metodologia utilizada pelo DIEESE para a pesquisa da CB nacional, estabelecida com base no Decreto Lei nº 399 (em anexo), que regulamenta o salário mínimo no Brasil.

Após uma descrição mais detalhada desta lei, apresenta-se a forma como foi implantada a pesquisa nas várias capitais do país. Para isso, descreve-se a pesquisa de locais de compra, realizada pelos vários escritórios regionais do DIEESE para o início da coleta de preços do cálculo da cesta.

(9)

São também descritos os procedimentos metodológicos utilizados para calcular o custo da CB nacional e do salário mínimo necessário, ambos divulgados mensalmente pelo DIEESE e importantes instrumentos na luta em defesa do poder aquisitivo do trabalhador, principalmente daquele que ganha o salário mínimo.

a) Decreto Lei nº 399.

Em 30 de abril de 1938, foi regulamentada a Lei nº 185 de 14 de Janeiro de 1936, pelo Decreto Lei nº 399. Este estabelece que o salário mínimo é a remuneração devida ao trabalhador adulto, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, capaz de satisfazer, em determinada época e região do país, às suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte.

Através de um estudo censitário realizado em cada localidade, e de informações salariais obtidas junto às empresas de várias regiões, as comissões do salário mínimo, criadas antes da instituição do decreto, estabeleceram os valores mínimos regionais a serem pagos aos trabalhadores. Apresentam também uma lista de alimentos, com suas respectivas quantidades. Os bens e as quantidades estipuladas são diferenciados por região, como mostra a Tabela 1:

Tabela 1. Lista de alimentos, com suas respectivas

quantidades e regiões, kg, litro, unidade.

Região 1 Região 2 Região 3 Região 4 Carne 6,0 kg 4,5 kg 6,6 kg 6,0 kg Leite 7,5 l 6,0 l 7,5 l 15,0 l Feijão 4,5 kg 4,5 kg 4,5 kg 4,5 kg Arroz 3,0 kg 3,6 kg 3,0 kg 3,0 kg Farinha 1,5 kg 3,0 kg 1,5 kg 1,5 kg Batata 6,0 kg - 6,0 kg 6,0 kg Legumes (tomate) 9,0 kg 12,0 kg 9,0 kg 9,0 kg Pão Francês 6,0 kg 6,0 kg 6,0 kg 6,0 kg Café em pó 600 gr. 300 gr. 600 gr. 600 gr. Frutas (banana) 90 unid 90 unid 90 unid 90 unid

(10)

Banha/Óleo 750 gr 750 gr 900 gr 1,5 kg Manteiga 750 gr 750 gr 750 gr 900 gr Fonte: www.dieese.org.br

Esta cesta, chamada cesta básica nacional, seria suficiente para o sustento e bem estar de um trabalhador em idade adulta, contendo quantidades balanceadas de proteínas, calorias, ferro, cálcio e fósforo.

Região 1 – Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal.

Região 2 – Estados de Pernambuco, Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Amazonas, Pará, Piauí, Tocantins, Acre, Paraíba, Rondônia, Amapá, Roraima e Maranhão.

Região 3 – Estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Nacional – Cesta normal média para a massa trabalhadora em atividades diversas e para todo o território nacional.

O decreto estabelece também uma estrutura de gastos de um trabalhador. Dos cinco itens que compõem essa estrutura (habitação, alimentação vestuário, transporte e higiene), estipulou-se uma ponderação, onde a soma total é de 100%. O Decreto Lei nº 399 determina que a parcela do salário mínimo correspondente aos gastos com alimentação não pode ter valor inferior ao custo da CB nacional (art. 6º § 1º).

b) Pesquisa da Cesta Básica Nacional.

Em janeiro de 1959, o DIEESE começou a calcular o índice de custo de vida no município de São Paulo. A partir dos preços coletados mensalmente para o cálculo do ICV e também dos treze produtos básicos, com as respectivas quantidades apresentadas no Decreto Lei 399, passou-se a acompanhar mensalmente o custo da cesta básica nacional, desde aquela data.

(11)

Ao longo dos anos, a partir da criação dos escritórios regionais do DIEESE, foi sendo implantado o acompanhamento da cesta nas várias capitais do Brasil. Hoje, dezesseis capitais divulgam o custo da CB. Esta pesquisa permite acompanhar, mensalmente, a variação dos preços de cada produto, o custo mensal de cada um deles e quantas horas um indivíduo que ganha salário mínimo precisa trabalhar para poder comprá-los.

c) Pesquisa de locais de compra.

A CB nacional está definida no Decreto Lei 399, tanto em relação aos produtos a serem pesquisados, quanto as suas respectivas quantidades. Para medir a evolução dos preços desses bens, em cada capital, é necessária a realização de uma pesquisa de locais de compra. Esta indicará os hábitos de compra dos trabalhadores, ou seja, quais os produtos que compõem a CB são consumidos e em que tipo de estabelecimento, mais freqüentemente, são comprados pelos trabalhadores. O procedimento descrito a seguir foi realizado em cada uma das capitais que realizam a pesquisa da CB nacional.

d) Amostra da pesquisa.

A amostra de entrevistados é composta por trabalhadores de sindicatos e associações de diversas categorias, filiadas ou não ao DIEESE, de forma a garantir a participação do maior número possível de entidades sindicais na pesquisa de locais de compra. O número de questionários respondidos é de aproximadamente 1000, distribuídos proporcionalmente segundo o número de trabalhadores em cada categoria profissional. Entretanto, no caso de sindicatos pequenos, o número mínimo de questionários está estabelecido em quinze, fazendo com que a amostra torne-se superior a 1000. Face ao problema de recusa por parte de algum entrevistado, distribui-se para cada categoria profissional, um número de questionários acima da proporcionalidade definida.

(12)

e) Questionários.

O questionário aplicado junto ao trabalhador é composto de duas folhas: a primeira expõe a finalidade da pesquisa de locais de compra e explicações sobre o preenchimento. Na segunda parte, estão as listas de produtos da CB e a relação de locais de compra (ex: açougue, supermercado, padaria, etc...). estes estabelecimentos são definidos previamente, conforme as características do mercado de cada região. Há também uma coluna onde o entrevistado pode assinalar os produtos que não consome. O pesquisado deve assinalar com um X o estabelecimento em que adquire, com maior freqüência, cada um dos bens consumidos, informando também o endereço do local.

Outra parte do questionário traz perguntas referentes à empresa e cargo ocupado pelo entrevistado, ao salário bruto recebido, á jornada de trabalho, ao cargo que ocupava, e finalmente, município e bairro de sua residência.

f) Tabulação de dados de locais de compras.

Terminada a fase de pesquisa de campo, confere-se a quantidade de questionários recebidos com o número pré-determinado. Caso a quantidade respondida seja muito inferior ao estabelecido, procede-se a uma nova fase de preenchimento. O número mínimo de questionários respondidos, por entidade, deve ser de 80% da quantidade inicialmente prevista. A tabulação de dados foi feita em duas etapas:

 Participação de cada local de compra na aquisição de vários produtos.

 Constrói-se uma tabela ampliada, no mesmo formato do questionário, acrescentando uma coluna para NÃO INFORMADO. Em seguida, anota-se a freqüência das ocorrências informadas. Para selecionar o tipo de equipamento a ser pesquisado, por produto, somam-se os mais freqüentados por ordem decrescente. Quando a

(13)

soma alcança ou supera 80%, eliminam-se os demais locais, elaborando uma nova ponderação com os tipos de estabelecimentos definidos. Por exemplo, no caso da carne, temos que 61,35% a adquirem no supermercado, 14,10% no açougue e 11,88% na feira. Somando no total, 87,24%. Logo, a coleta de preços da carne, para a Cesta, precisaria ser feita nos locais selecionados acima, apesar de haver indicação de outros estabelecimentos. É necessário porém, refazer a ponderação de foram que no total, some 100%.

 Listagem de endereços dos locais de compra.

 A definição dos endereços comerciais para a realização do levantamento de preços é feita selecionando-se aqueles de maior freqüência. Na impossibilidade de realização da pesquisa em alguns desses locais, a substituição é efetuada obedecendo à ordem do cadastro.

g) Determinação de marcas e tipos de produtos.

O passo seguinte é a confirmação dos endereços (nome, rua, número), com uma visita prévia, para fazer a pesquisa de preços. Havendo a concordância, verifica-se, nestes estabelecimentos quais as marcas ou tipos de maior procura pelos consumidores. A partir destas informações é organizada a tabela de marcas dos produtos. Esta tabela, definida a partir das marcas e ou tipos que apresentam maior freqüência absoluta, compõe o painel de produtos cujos preços são coletados.

Para a substituição da marca ou tipo de qualquer bem, deve-se consultar a referida tabela, ou então, repetir a operação junto aos estabelecimentos.

h) Coleta de preços e produtos que compõem a cesta. A coleta de preços deve ser feita apenas uma vez por mês em cada um dos estabelecimentos da amostra. Caso haja, em alguma

(14)

cidade, poucos equipamentos comerciais do mesmo tipo, o mesmo endereço poderá ser pesquisado mais de uma vez, para melhor acompanhar a evolução mensal dos preços.

A pesquisa de preços nas padarias e nos açougues é realizada nos endereços mais próximos dos supermercados e das feiras, para facilitar o trabalho de campo. Os equipamentos selecionados são divididos por 20 dias no mês (já descontados 10 a 11 dias para fins de semana e ou feriados), seguindo preferencialmente um critério regional para facilitar a divisão de trabalho e locomoção. Determinada a ordem do levantamento, evita-se alterações, ou seja, todo o mês volta-se ao mesmo lugar, na mesma semana do mês e preferencialmente, no mesmo dia da semana.

O preço dos produtos é coletado diretamente da prateleira, de preferência sem o auxilio de informante. O pesquisador não deve fazer a conversão da unidade de medida. No caso de produtos onde a medida não corresponde à indicada, anota-se detalhadamente a medida apresentada, por exemplo, no caso da banana vendida por peso, quando a unidade de medida é a dúzia. Então se anota o número de bananas e o respectivo preço. No escritório faz-se a conversão adotando-se, no calculo da cesta, o preço correspondente á dúzia.

i) Cálculo do custo mensal da cesta básica nacional. Mensalmente, após a coleta dos preços, são calculados os preços médios dos produtos por tipo de estabelecimento, usando o seguinte procedimento para cada um dos produtos pesquisados:

 Faz-se uma média aritmética de todos os preços coletados, por tipo de estabelecimento.

 Multiplica-se essa média pelo peso do local obtido na pesquisa de locais de compra.

 Usa-se o mesmo procedimento para o produto comprado em outros estabelecimentos.

(15)

 Somam-se os vários resultados, obtendo-se o preço médio ponderado por produto.

O preço médio de cada produto, multiplicado pelas quantidades definidas no Decreto Lei nº 399, indica o gasto mensal do trabalhador com cada produto, cuja soma é o custo mensal da cesta básica.

III. MATERIAIS E MÉTODOS.

Neste título são apresentados os principais procedimentos para

o alcance dos objetivos da pesquisa.

3.1. Cidade de aplicação da pesquisa comparativa.

Foi escolhida a cidade de Guarujá como base para a comparação dos preços da CB entre aquela apresentada pelo DIEESE (2003) e preparada com a estimativa neste trabalho.

A principal justificativa de escolha da cidade está baseada no fato da Universidade de Ribeirão Preto – Campus Guarujá localizar-se na cidade.

3.2. Cesta Básica.

Optou-se pelos valores da CB referentes à região 1, que corresponde aos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal, conforme DIEESE (2003).

3.3. Cesta básica local.

Serão considerados os valores projetados de acordo com o Decreto Lei nº 399, que dispõe sobre os componentes e respectivas quantidades e preços.

(16)

Conforme as estimativas populacionais, a cidade de Guarujá tem uma população aproximada de 300 mil habitantes, sendo distribuída da seguinte forma: residentes no Distrito de Vicente de Carvalho – 100 mil pessoas; residentes na região central da cidade e praias – 100 mil habitantes e moradores em favelas e periferia sem infra-estrutura – 100 mil habitantes. Para alcançar esse público, procurar-se-á determinar o valor da CB que abranja duas grandes regiões: Distrito de Vicente de Carvalho e respectiva periferia e a orla de Guarujá e demais moradores das favelas. Serão considerados os principais mercados fornecedores dos produtos e suas posições em relação ao perfil desses consumidores.

3.3.2. Período analisado.

A pesquisa será aplicada de janeiro à dezembro do ano de 2010.

3.4. Indicadores do poder de compra do trabalhador. Para efeito de estudos e comparações do poder de compra do agente assalariado, foram consideradas as publicações do IBGE (2003).

IV. CRONOGRAMA.

A pesquisa de preços é aplicada em todo o final de mês, sendo que os cálculos são completados até a primeira semana do mês subseqüente, quando são anunciados os resultados e publicados na mídia.

V. CUSTOS OPERACIONAIS. Conforme anexo.

VI. REFERÊNCIAS APLICADAS E SELECIONADAS.

BRITO, P. Dieese sugere que salário mínimo necessário deveria ser de R$ 1.366,76 (2003), disponível em http://www2. uol.com.br/info-pessoal/noticias /_HOME_OUTRAS_166036.shtml, Acesso em 04/10/2010 20:45

(17)

CARRASCO, D C. La importância de los indicadores económicos em los mercados financieros, 2003. Disponível em http://www.risklab-madrid.uam.es /es/seminarios/meff-uam/seminarios.html, Acesso em 24/10/2010 20:00

COFECON, Conselho Federal de Economia. Salário mínimo no Brasil: evolução histórica e impactos sobre o mercado de trabalho e as contas

públicas, (2003). Disponível em

http://www.cofecon.org.br/homepage-/hp_var/ debate/minimo/artigos /artig_01.html, Acesso em 10/09/2010 13:15

DIEESE, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos. Pesquisa nacional da cesta básica - metodologia, (2003). Disponível em http://www.dieese.org.br/rel/rac/cesta.html, Acesso em 03/10/2010 18:15

DIEESE, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos. Estrutura do orçamento doméstico, (2003). Disponível em http:// www.dieese.org.br/pof/pof3.html, Acesso em 02/10/2010 17:15

DIEESE, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos. DIEESE realiza a primeira pesquisa de orçamentos familiares após o plano real, (2003). Disponível em http://www.dieese.org.br/pof/pof.html, Acesso em 01/09/2010 20:10

DIREITO E NEGÓCIOS. (2003) Valores do salário mínimo. Disponível em http://www.direitoenegocios.com.br/salario_minimo.htm, Acesso em 15/09/2010 20:00

ESCODA, M S Q. Segurança, Cesta Básica e Planejamento, 2001. Disponível em http://www.ufrnet.br/~scorpius/39-Cesta%20basica%20e %20seg%20alim. Htm, Acesso em 02/10/2010 14:15

FGV, Fundação Getúlio Vargas. Índices gerais de preços, 2003. Disponível em http://www.fgv.br/indicadores/index.cfm, Acesso em 10/08/2010 16:15

FROYEN, R T. Macroeconomia, 1999. Ed Saraiva, São Paulo, 635p.

GONZALES, C., ULBANERE, R. C. Cálculo da cesta básica da cidade de Guarujá. Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, Universidade de Ribeirão Preto – Unaerp, 82 p., 2004.

MANKIW, N G. Introdução a economia princípios de micro e macroeconomia, 2001. Ed Campus, Rio de Janeiro, 805p.

(18)

MININE, R M. Depreciação da força de trabalho, (2003). Disponível em http://www.anovademocracia.com.br/1420.htm, Acesso em 04/09/2010 17:15

NUPE - Grupo de Conjuntura Econômica, 2003. Disponível em http://www.nupe.ufjf.br/gce.html, Acesso em 24/09/2010 20:15

PAIXÃO, R B P. A importância dos índices financeiros e econômicos para o administrador: uma análise preliminar, 2002. Disponível em http://www.bte .com.br/index.asp?queryStr=paix%-E3o&op=search &tema=Finan%E7as&vdir=Finan%E7as, Acesso em 20/11/2010 12:15 PROCON. (2003), Cesta básica PROCON – Histórico. Disponível em http://www. procon.sp.gov.br/informativoscbhistorico.shtml, Acesso em 10/06/2010 16:10

SILVA, S R M S. Indicadores de sustentabilidade urbana, 2000. Disponível em http://www.ufscar.br/~ursus/projetos/indicbadores.htm, Acesso em 20/05/2010 15:15

ULBANERE, R. C., SHINODA, S., GUILHEN, A. Determinação de índice do custo de vida da cidade de Guarujá. Boletim Informativo – Unaerp Jr., Universidade de Ribeirão Preto – Unaerp, Guarujá, 3 p., 2005.

Referências

Documentos relacionados

A tem á tica dos jornais mudou com o progresso social e é cada vez maior a variação de assuntos con- sumidos pelo homem, o que conduz também à especialização dos jor- nais,

Nessa situação temos claramente a relação de tecnovívio apresentado por Dubatti (2012) operando, visto que nessa experiência ambos os atores tra- çam um diálogo que não se dá

nesta nossa modesta obra O sonho e os sonhos analisa- mos o sono e sua importância para o corpo e sobretudo para a alma que, nas horas de repouso da matéria, liberta-se parcialmente

A placa EXPRECIUM-II possui duas entradas de linhas telefônicas, uma entrada para uma bateria externa de 12 Volt DC e uma saída paralela para uma impressora escrava da placa, para

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

esta espécie foi encontrada em borda de mata ciliar, savana graminosa, savana parque e área de transição mata ciliar e savana.. Observações: Esta espécie ocorre

3.3 o Município tem caminhão da coleta seletiva, sendo orientado a providenciar a contratação direta da associação para o recolhimento dos resíduos recicláveis,

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..