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O uso de tecidos tecnológicos em uniformes de garçons

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ - UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DCEENG – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS CURSO DE DESIGN – HABILITAÇÃO PRODUTO

O uso de tecidos tecnológicos em uniformes de garçons

Alessandra Messa

Orientadora:

Professora Me. Diane Johann

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Alessandra Messa

O uso de tecidos tecnológicos em uniformes de garçons

Monografia apresentada no Curso de Design como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharelado em Design – Habilitação Produto

Orientadora:

Professora Me. Diane Johann

Ijuí 2013

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RESUMO

Este trabalho apresenta os procedimentos técnicos empregados na elaboração de uniformes femininos e masculinos para garçons, utilizando tecidos tecnológicos. Para isso temos a coleta de informações sobre tecidos, tramas, beneficiamentos, tipos de tecidos tecnológicos disponíveis no mercado e produtos que utilizam essa matéria prima, seguindo de uma análise de uniformes atuais e uma pesquisa com o público-alvo para identificar os requisitos necessários para a elaboração de um novo produto. Após a análise das características identificadas, foi elaborado e confeccionado um protótipo, com um tecido que propõe a redução de manchas durante o uso do uniforme. Com este protótipo, foi possível testar e averiguar as melhoras no desempenho de seus usuários, além de constatar que o uso desse material é viável para o setor.

Palavras-chave:

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ABSTRACT

This paper presents the technical procedures used in preparing uniforms for female and male waiters, using technological fabrics. For this we have the collection of information on fabrics, weaves, beneficiamentos, types of technological fabrics available in markets and products that use this raw material, following an analysis of uniform current and a survey of the target audience to identify requirements for developing a new product. After analyzing the characteristics identified, was developed and a prototype made with a fabric that proposes reducing blemishes during use of the uniform. With this prototype it was possible to test and assess the improvements in performance of their users, and find that the use of this material is viable for the industry.

Keywords:

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Hydra Jeans ... 11

Figura 2: Jeans Luminato ... 12

Figura 3: Fibras, variedades e proveniências ... 13

Figura 4: Fibra sendo transformada em fio ... 14

Figura 5: Ligamento tafetá ... 16

Figura 6: Ligamento sarja ... 16

Figura 7: Ligamento cetim ... 16

Figura 8: Anuncio de tecido com proteção UV ... 18

Figura 9: Tecido que imita pele de tubarões ... 19

Figura 10: Etiqueta de tecido resistente a água e cloro ... 19

Figura 11: Estrutura de um colete a prova de balas ... 20

Figura 12: Maiô LZR Racer ... 22

Figura 13: Calça confeccionada com TK-Borracha ... 24

Figura 14: Etiqueta da marca Coca-Cola Clothing ... 25

Figura 15: Bermuda que combate a celulite ... 25

Figura 16: Biquíni que permite bronzear partes cobertas ... 26

Figura 17: Uniforme com gravata borboleta ... 27

Figura 18: Uniforme com colete ... 28

Figura 19: Aventais curtos ... 28

Figura 20: Avental masculino longo e avental feminino curto ... 29

Figura 21: Qualidades do uniforme ... 30

Figura 22: Defeitos do uniforme ... 31

Figura 23: Temperatura corporal ... 31

Figura 24: Mobilidade ... 32

Figura 25: Higiene ... 32

Figura 26: Higienização ... 33

Figura 27: Cor ... 33

Figura 28: Esboços de uniformes femininos...36

Figura 29: Esboços de uniformes masculinos...36

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Figura 31: Uniformes masculino selecionado...38

Figura 32: Desenho ilustrativo feminino...39

Figura 33: Desenho ilustrativo masculino...40

Figura 34: Desenho técnico de camisa feminina...41

Figura 35: Desenho técnico de camisa masculina...41

Figura 36: Desenho técnico de calça feminina...42

Figura 37: Desenho técnico de calça masculina...42

Figura 38: Desenho técnico de colete feminino...43

Figura 39: Desenho técnico de colete masculino...43

Figura 40: Uniforme feminino...44

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 7

1 ANÁLISE DE TECIDOS TECNOLÓGICOS E PRODUTOS EXISTENTES ... 9

1.1 Tipos de tramados de tecidos ... 12

1.2 Tipos de tecidos tecnológicos ... 17

1.3 Análise de produtos similares ... 22

1.4 Uniformes de garçons disponíveis no mercado ... 26

2 PESQUISA DE USUÁRIOS ... 29 2.1 Análise de resultados ... 29 3 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO ... 34 3.1 Problematização ... 34 3.2 Lista de Requisitos ... 34 3.3 Geração de Alternativas...35 3.4 Seleção...37 3.5 Desenho Ilustrativo...39 3.6 Desenho Técnico...41 3.7 Materiais...44 3.8 Produto...44 4 TESTES DO PRODUTO ... 46 4.1 Levantamento de dados ... 46 4.2 Análise de resultados ... 46 CONCLUSÃO ... 48 REFERÊNCIAS ... 49 APÊNDICE ... 52

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INTRODUÇÃO

Vivemos em um mundo onde a correria do dia-a-dia nos faz apreciar produtos que facilitem nossa rotina. Cabe ao designer identificar as oportunidades de gerar produtos que agreguem características que o tornem atraente esteticamente e funcionalmente. No design de moda essa situação não é diferente. A moda esta deixando der ser apenas uma ferramenta de expressão ao agregar novas funções e características a produtos que são tendências tanto na moda de rua quanto na alta costura.

Atualmente é possível encontrar uma grande variedade de tecidos inteligentes no mercado. As novas tecnologias usadas no setor têxtil auxiliam o designer a desenvolver produtos que beneficiam diversos setores do vestuário, elaborando desde uniformes para prática de esportes até lingeries e biquínis com características especiais que beneficiam seu usuário de outras maneiras além do simples ato de vestir.

Os tecidos, inicialmente, diferenciam-se entre si por suas tramas, fibras e fios que recebem os mais diversos tratamentos e acabamentos. Dentre os processos de acabamento, o beneficiamento têxtil é a principal técnica usada para adição de componentes especiais às fibras, fios ou ao tecido pronto, para que este tenha acabamentos e características diferenciadas.

Através do beneficiamento têxtil, é possível adicionar componentes diversos ao tecido, como por exemplo, teflon e parafina, criando assim o que chamamos de tecidos tecnológicos. Esse processo facilita a elaboração de novos acabamentos o que contribui para a grande variedade de tecidos inteligentes disponíveis no mercado que vão desde blusas com filtro UV a bermudas com partículas de cerâmica que estimulam a corrente sanguínea.

Apesar da grande disponibilidade de produtos, alguns setores da indústria não fazem uso dessa tecnologia. É o caso de empresas da área da gastronomia que poderiam beneficiar-se com o uso de uniformes feitos com tecidos tecnológicos. Com base nisso desenvolveu-se um estudo sobre uniformes de garçons disponíveis no mercado para avaliar a qualidade e a estética dos produtos, assim como uma pesquisa com o público alvo, visando identificar problemas e qualidades dos

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uniformes disponíveis, a fim de que seja possível elaborar o projeto de um novo uniforme, utilizando o recurso de tecidos tecnológicos para um melhor desempenho do usuário.

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1. ANÁLISE DE TECIDOS TÉCNOLOGICOS E PRODUTOS EXISTENTES

A escolha do tecido certo é tão essencial para a roupa quanto sua modelagem. Atualmente é possível agregar as mais diversas características aos tecidos e aliá-los a função do vestuário para garantir melhor comodidade e desempenho para seu usuário. Sobre tecidos, Udale afirma que:

É necessário conhecer suas qualidades estéticas, a maneira como se modela ao corpo, o manuseio da roupa, sua textura, cor, estampa, superfície, seu caimento e ainda a forma como ele pode ser costurado. O tecido será utilizado pelas suas qualidades protetoras, talvez contra chuva ou contra o frio? (UDALE, 2009, p 11).

O mercado conta com uma grande variedade de tecidos e a diferença entre estes está em características como seu tramado, fio e acabamento. Mesmo com a variedade de tecidos disponíveis, a necessidade de novas características e de maior valorização de produtos estimulou o surgimento de tecidos tecnológicos. Para Udale

Os avanços na criação de tecidos parecem seguir dois caminhos: O dos tecidos derivados de preocupações éticas ambientais e os surgidos com os avanços tecnológicos na área. O ponto que esses caminhos se cruzam é onde os tecidos do futuro serão produzidos. Em outras palavras, tecidos com um excelente design, ecologicamente sustentáveis e inovadores. (UDALE, 2009, p 36).

Com isso, entende-se que tecidos tecnológicos, técnicos ou inteligentes são materiais que apresentam outras características além das tradicionais em tecidos comuns, sendo que a gama dessas características é ampla e seu destino abrange os mais diversos setores da indústria. Os tecidos conhecidos como técnicos vieram para suprir uma necessidade do mercado, fazendo com que roupas e uniformes deixem de ser um empecilho e se tornem aliadas às funções de cada usuário, melhorando seu desempenho. Segundo Chataignier (2006, pg. 111), “tecidos tecnológicos, de ponta, de ultima geração, enchem de entusiasmo todos aqueles que desejam acompanhar o ritmo do tempo em suas modas”.

Atualmente contamos com uma grande variedade de tecidos, Seus nomes correspondem a natureza de suas fibras e ao tipo de tecelagem utilizada para tramar seus fios. A tecelagem varia de acordo com o numero do fios da trama e seu padrão. Para chegar a um tecido, a fibra, matéria básica do produto, passa por

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diversos processos desde limpeza até sua tecelagem, processos estes que surgiram na antiguidade e permanecem até hoje.

Com as mudanças da sociedade, a indústria têxtil sentiu necessidade de agregar novas características aos tecidos. O consumidor não compra uma roupa por ser bonita ou barata, ele busca conforto, qualidade e um “algo mais” de acordo com suas necessidades. Segundo Chataignier (2006, p 112), “os novos produtos, assim criados, são dirigidos a um novo mercado consumidor mais exigente e, também, atravessado por todas essas novas conquistas tecnológicas, características de nossa época”. Por exemplo, um trabalhador que não tem tempo para cuidar adequadamente de suas roupas não ira comprar tecidos que precisem ser lavados a mão ou que amassem com facilidade, ele irá preferir roupas que interfiram o menos possível em sua rotina. Para Chataignier,

Os tecidos desta safra pós-moderna merecem olhares não só da moda – que reconhece neles uma nova oportunidade de desenvolver produtos inéditos – mas também de todos os setores da sociedade que lidam com mercados que consomem materiais têxteis. (CHATAIGNIER, 2006, p 112)

Para atender a demanda que fica a cada dia mais exigente, a indústria têxtil desenvolveu e aplicou novas tecnologias como o beneficiamento têxtil, a nanotecnologia1 e a biotecnologia2 para a incorporação de outros componentes as fibras dos tecidos. Dentre estes novos processos, o mais comum é o beneficiamento têxtil que constitui em várias etapas onde são aplicados produtos químicos em tecidos de algodão ou poliéster para que esses adquiram as características desejadas em um tecido técnico. Segundo Pezzolo,

Após a tecelagem e a tintura, o tecido pode ser submetido a diferentes tratamentos que modificam sua aparência ou lhe acrescentam novas propriedades. Além de acabamentos finais físicos, como pré-encolhimento, prensagem permanente (permanente-press), flanelagem (felpagem), lixagem (lixamento) e escovagem (escovamento), existem outros, responsáveis por diferenças consideráveis. (PEZZOLO, 2007, p 160)

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Nanotecnologia: É a capacidade de criar objetos de qualidade superior aos existentes hoje, a partir da organização dos átomos da forma desejada (Eliene Percília, Brasil Escola).

2 Biotecnologia: É um conjunto multidisciplinar de conhecimentos que visa o desenvolvimento de

métodos, técnicas e meios associados a seres vivos, macro e microscópicos, que originem produtos úteis e contribuam para a resolução de problemas. (Fabrício Alves Ferreira, Brasil Escola)

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Uma das principais vantagens do uso do beneficiamento têxtil é sua diversificada gama de acabamentos. Segundo Udale,

Acabamentos e tratamentos podem ser aplicados a um tecido em qualquer estágio da sua produção, seja na forma de fibra, fio, tecido ou na roupa final. Esses acabamentos podem destacar e alterar as qualidades do material têxtil para a moda. Características relacionadas à cor, à textura e ao desempenho podem ser adicionadas. (UDALE, 2009, p 41.)

No Brasil, essa tecnologia é bastante empregada e está ao alcance do consumidor. Marcas nacionais como a Planet Girls e Ellus utilizam o beneficiamento têxtil desde 2011. Exemplos de produtos nacionais com esta tecnologia são o Hydra Jeans (Figura 1.), licenciado pela Planet Girls, um tecido com cobertura de microcápsulas de aloe vera que além de hidratar a pele, promete amaciá-la, estimular a formação de colágeno, tranquilizar as terminações nervosas, auxiliar o equilíbrio e estimular a regeneração celular, e o jeans Luminato (Figura 2.), trazido para o Brasil pela empresa Ellus, o qual possui a característica de brilhar no escuro.

Figura 1 – Hydra Jeans

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Figura 2 – Jeans Luminato

Fonte: Publicidade Ellus

O processo de beneficiamento, nada mais é do que uma forma de acabamento que pode ser dada diretamente a fibra, fio ou ao tecido final, sendo uma das operações mais importantes na tecelagem, conferindo ao produto qualidades táteis e visuais. Nos capítulos a seguir, as etapas de produção de um tecido e os tecidos tecnológicos são abordados de forma mais aprofundada.

1.1 Tipos de tramados de tecidos

Os tecidos são feitos a partir de fibras. Segundo Pezzolo (2012), durante muitos anos, essas fibras foram obtidas exclusivamente de plantas e animais, mas com a necessidade de gerar novos tecidos com outras características, tornou-se necessário o desenvolvimento de fibras feitas a partir de novos elementos. Atualmente as fibras dividem-se em dois grupos, naturais e químicas, sendo que cada grupo possui suas subdivisões (Figura 3).

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Figura3: Fibras, variedades e proveniências

Fonte: Adaptado de Dinah Bueno Pezzolo

As fibras naturais são derivadas de fontes orgânicas que podem ser de origem animal ou vegetal. Segundo Pezzolo (2007, p 10), “A História nos documenta que as primeiras fibras têxteis cultivadas pelo homem na Antiguidade foram o linho e o algodão, no campo vegetal, e a lã e a seda no campo animal”.

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As fibras artificiais são fibras consideradas celulósicas, pois são obtidas através do tratamento químico de matérias naturais, o principal exemplo dessa categoria é o raiom. Sobre o raiom e fibras celulósicas, Udale afirma

Como é derivado da celulose (polpa de madeira), possui características semelhantes às do algodão: é forte, modela-se facilmente e é macio. Essa fibra apresenta uma excelente absorção, por isso é confortável e pode ser tingida com facilidade. Diferentes substancias químicas e processos são utilizados na produção dos tipos de raiom, que incluem: raiom de acetato, raiom de cupramônio e raiom de viscose, mais conhecido como viscose. Lyocell e Modal são desenvolvidos a partir do raiom. (UDALE, 2009, p 49)

Já as fibras sintéticas são não celulósicas, possuindo apenas elementos químicos e artificiais em sua composição. Exemplos de tecidos sintéticos são a poliamida e o poliéster. Sobre tecidos sintéticos, Udale (2009, p 50) afirma que “Os tecidos sintéticos não tem boa absorvência, o que significa que secam rapidamente mas são difíceis de tingir. O tingimento na etapa de produção da fibra cria um tecido que não desbota.”

Para poderem se tornar fio, as fibras, são limpas e passam por máquinas de estiramento e torção (Figura 4) para então serem fiadas e transformadas em fio. Após a matéria-prima é tecida, transformando-se em um tecido de aspecto cru. Em seguida o beneficiamento têxtil é iniciado e o tecido é preparado para o tingimento e outros acabamentos.

Figura 4: Fibra sendo transformado em fio

Fonte: http://www.gbljeans.com.br3

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O fio pode ser classificado em quatro grupos: Penteado, cardado, fantasia ou tinto. O fio penteado é o fio de fibras longas e por isso melhor qualidade, resistência e acabamento. Ao contrário, o fio cardado possui fibras curtas e apresenta irregularidades em sua superfície. O fio Fantasia é aquele que adquire novas características através do beneficiamento, a fim de aumentar seu valor e melhorar seu aspecto. O fio tinto é o fio que recebe tingimento antes da tecelagem.

Os processos básicos da tecelagem são os mesmos desde seu surgimento, a principal mudança causada pelos avanços tecnológicos se deu por meio dos equipamentos utilizados, da descoberta de novas tramas e consequentemente novas texturas e desenhos. Considerada uma das artes mais antigas do mundo, os primeiros tecidos surgiram de fibras tecidas com os dedos, para Udale (2009, p 11) “O homem, nos abrigos que a natureza lhe oferecia, encontrava na trama de galhos e folhas uma forma de se resguardar. Ele também se valeu desse tipo de trabalho para proteger ser corpo.”

Segundo Pezzolo,

O modo de tecer os fios determina a estrutura básica de um tecido, ou seja, seu padrão. A tecelagem pode ser feita de inúmeras maneiras, entretanto, são três os ligamentos ou ordens básicas de cruzamento dos fios da trama com os fios do urdume: ligamento tafetá, ligamento sarja e ligamento cetim. (PEZZOLO, 2007, p 154).

O ligamento tafetá ou tela, apresenta a estrutura mais simples onde cada fio passa alternadamente por cima e por baixo de cada fio do urdume. Essa trama esta presente em mais de 70% dos tecidos (Figura 5). Segundo Udale,(2009, p 71) “Os tecidos de ligamento tela são geralmente planos e adequados para estamparia e técnicas como plissagem e franzidos em casa de abelha.” Exemplos de tecidos com ligamento tafetá são a organza e o chifom.

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Figura 5: Ligamento Tafetá

Fonte: Dinah Bueno Pezzolo

O ligamento sarja apresenta linhas diagonais e seu lado direito difere significativamente do lado avesso. O fio alterna, passando por um fio do urdume e em seguida falhando dois fios ( Figura 6). Segundo Udale, (2009, p 72) “Os tecidos em ligamento sarja costumam apresentar um firme entrelaçamento e são fortes e resistentes.” Exemplos de tecidos com ligamento sarja são o brim e o tweed.

Figura 6: Ligamento sarja

Fonte: Dinah Bueno Pezzolo

O ligamento cetim resulta em um tecido liso, onde o lado direito apresenta brilho e o lado avesso é fosco. Sua trama não apresenta efeito (Figura 7). Segundo Udale,

O ligamento cetim é muito brilhante e sedoso, devido à estrutura de trama fechada que permite que o fio seja disposto pela superfície do tecido. O fio de urdume é tecido para ficar por cima da trama ou vice-versa. Os tecidos de cetim muitas vezes são utilizados em forros, pois deslizam com facilidade sobre outras roupas. (UDALE, 2007, p 73)

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Exemplos de tecidos com ligamento de cetim são o cetim dupla face e o crepe.

Figura 7: Ligamento cetim

Fonte: Dinah Bueno Pezzolo

Os tecidos, após sua finalização, são divididos em tecidos planos e tecidos malha e cada uma dessas divisões apresenta subdivisões.

Tecidos planos: São tecidos não elásticos que possuem estrutura feita pelo entrelaçamento de dois fios, um no urdume e outro na trama, que se cruzam e formam um ângulo reto. Os tecidos planos podem ser classificados como: Lisos, com aspecto uniforme e sem qualquer estampa; Maquinetado, com aspecto fantasioso feito pela forma de trama, um exemplo é o xadrez; Jacquard, com efeito decorativo feito através da tecelagem; e Estampado, tecido que recebe acabamento de desenhos.

Os tecidos malha são feitos através do entrelaçamento de laçadas de um ou mais fios e são divididos em três tipos: Malha de trama, onde apenas um fio é entrelaçado; Malha de teia ou de urdume, onde um ou mais fios são posicionados lado a lado; e malha mista, feita com a aplicação de um fio de trama para dar firmeza.

A base de todo tecido é a fibra, o fio e sua trama, após o processo de tecelagem o tecido é encaminhado para receber outros acabamentos, processo

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conhecido como beneficiamento têxtil, onde recebe as mais diversificadas características a fim de agregar valor ao produto final.

Os tecidos tecnológicos são produzidos com as mesmas etapas de um tecido comum e com qualquer tipo de trama. Seu diferencial esta nos componentes e acabamentos utilizados nos fios ou no tecido.

1.2 Tipos de tecidos tecnológicos

A nanotecnologia e o uso de componentes a base de teflon e outros sintéticos, ampliou o mercado de tecidos inteligentes. Tendo como base um tecido em algodão, poliéster ou feito com ambos, é possível aplicar os mais diversos tratamentos e acabamentos de acordo com a necessidade de um público específico. Dentre as diversas aplicações da tecnologia, está o algodão coberto com nano partículas de óxido de zinco que protege seu usuário de raios UV (Figura 8.), por isso é bastante utilizado em camisetas de atletas e uniformes de trabalhadores que ficaram muito tempo expostos ao sol. Outro exemplo da nanotecnologia aliada aos tecidos vem da marca de lingeries Hope, que produz calcinhas com forros bactericidas, segundo a revista Galileu, “A calcinha com forro antibacteriano que, segundo o fabricante (Hope), previne contra a proliferação de bactérias e odores desagradáveis e mantém a propriedade durante sua vida útil, mesmo após uso intenso e lavagens frequentes”.

Figura 8 – Anúncio de tecido com proteção UV

Fonte: www.uvline.com.br4

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Tecidos com capacidade antibacteriana, antiestática e outras características fazem parte do uniforme de diversos segmentos. No esporte, roupas para nado com características semelhantes a pele de tubarões foram apresentadas em eventos como as olímpiadas (Figura 9), além de uniformes mais resistentes ao cloro e que regulam a absorção de água (Figura 10). A empresa canadense Nexia Biotechnologies, utilizou a nanotecnologia para isolar em aranhas os genes responsáveis pela produção da proteína que origina a seda, criando assim um tecido altamente resistente chamado de Biosteel, que vem sendo testado em uniformes do exército dos Estados Unidos. Segundo Pezzolo,

A expectativa dos fabricantes é entregá-lo para uso por volta de 2014. As pesquisas trabalham não só para tornar o uniforme resistente às balas, mas também para fazê-lo ser capaz de regular a temperatura do corpo. Suas fibras, responsáveis pela ventilação do corpo, se fecharão quando em contato com armas químicas. Além disso, o uniforme possuirá sensores que medirão os sinais vitais dos soldados e mudarão de cor conforme o ambiente. (PEZZOLO, 2007, p 252)

Uniformes inteligentes não são apenas um grande avanço no campo militar. Essa tecnologia empregada em roupas civis pode ser de grande auxilio para diversos setores como por exemplo, o hospitalar.

Figura 9 - Tecido que imita pele de tubarões

Fonte: http://www.speedo.com.br5

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Figura 10 – Etiqueta de tecido resistente a água e cloro

Fonte: http://www.santaconstancia.com.br6

Outro exemplo é a gama de tecidos com acabamento wash and wear, como por exemplo, o oxford, que não amarrota, sendo ideal para usuários que viajam com frequência e precisam lavar uniformes em lugares onde nem sempre tem acesso a ferros de passar, como por exemplo, aeromoças. Sobre o acabamento wash and

wear, Pezzolo (2007, p 161) afirma que “permite que o tecido de algodão ou de

algodão e poliéster não se amarrote por tempo indeterminado, facilitando e tornando praticamente desnecessário o alisamento por ferro de passar ou prensa após a lavagem doméstica”.

As características de cada tecido dependem principalmente de suas fibras. Essas fibras podem ser caracterizadas como naturais, artificias ou sintéticas, a maneira como são fiadas e o fio é fabricado é a garantia de alteração no tecido. Dentre as fibras artificiais e sintéticas, destaca-se o spandex, feito com fibras altamente elásticas que possui características semelhantes a da borracha, sendo possível estica-lo até 100% do seu tamanho original. Já o Kevlar, uma fibra sintética semelhante ao nylon, é cinco vezes mais forte que o aço, sendo usada para a confecção de coletes a prova de balas (Figura 11.), outra característica é a resistência ao fogo, por isso este tecido é o mais empregado para uniformes militares.

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Figura 11 – Estrutura de um colete a prova de balas

Fonte: http://www.fibrenamics.com7

Após o ano 2000, o avanço tecnológico garantiu que não só fibras sintéticas e artificiais possuíssem características superiores. Segundo Udale,

A indústria química está fabricando agora fibras de fontes naturais, alterando sua estrutura para produzir propriedades superiores. O desenvolvimento de microfibras e da nanotecnologia permitirá a produção de tecidos com propriedades avançadas capazes de reagir ao ambiente de vários modos. (UDALE, 2009, p 52)

As microfibras são caracterizadas por possuírem propriedades avançadas, dentre elas leveza, toque aveludado, resistência à água e ao vento além de permitir a respiração corporal, sendo por isso empregadas na fabricação de uniformes esportivos de alto desempenho. Sobre as microfibras, Udale afirma que,

Elas podem ser produzidas com microcápsulas que contêm substancias químicas como medicamentos, vitaminas, cremes hidratantes, agentes antibacterianos, bloqueadores UV ou perfume. Essas substâncias químicas são liberadas sobre a pele por abrasão ou em consequência do calor emitido pelo corpo. Medicamentos, vitaminas ou hidratantes são então absorvidos proporcionando benefícios à pele. Contudo, essas substancias químicas se esgotam e saem gradualmente com a lavagem do tecido. Microrganismos que vivem de sujeira e suor também podem ser incorporados, mantendo as roupas limpas e sem odor. (UDALE, 2009, pg 53)

Com a nanotecnologia trabalhada em nível molecular para alterar as características das fibras é possível desenvolver tecidos inteligentes capazes de adquirir as mais diversas propriedades, como por exemplo, mudar de cor ou

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tamanho além de acabamentos especiais, como o desenvolvido pela Schoeller, fabricante Suíça especializada em malhas especiais para vestuário de alta performance, que resiste a sujeira. O futuro da indústria têxtil é caracterizado por uma gama ilimitada de tecidos e acabamentos, para todos os tipos de produtos.

1.3 Análise de produtos similares

Vários segmentos da indústria de vestuário utilizam tecidos tecnológicos como forma de agregar diferencial e valor a seus produtos. Desde a moda fitness até a alta costura, os tecidos tecnológicos são aplicados com o intuito de obter as mais diversas características que variam de tecidos que mudam de cor até aquelas que visam melhorar o desempenho do usuário, como por exemplo tecidos que tornam nadadores mais velozes.

A indústria de uniformes esportivos se destaca no uso de tecidos tecnológicos, principalmente aqueles que apresentam características como controle térmico, retirada de suor do corpo, e outros voltados para esportes aquáticos. Um exemplo é o tecido do maiô LZR Racer, usado pelo nadador Michael Phelps, que possui uma trama semelhante à de tendões humanos (Figura 12), além de um acabamento que oferece menor resistência à água, garantindo mais velocidade.

Figura 12 – Maiô LZR Racer

Fonte: http://www.speedo.com.br/8

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A indústria de moda infantil também passou a usar tecidos técnicos ou beneficiados. Algodão com propriedades hidrófobas são usados principalmente em blusas com mangas longas, evitando que crianças as molhem enquanto lavam as mãos. Há ainda tecidos com capacidade para repelir insetos e com microcápsulas de perfume, como, por exemplo, os usados pela empresa Marisol, que liberam perfume por até 50 lavagens.

Atualmente, muitas empresas da alta costura, com renome mundial têm investido em tecidos técnicos. No Brasil, o uso de tecidos técnicos na moda esta crescendo consideravelmente, tendo destaque em marcas renomadas como por exemplo as roupas da grife Carlos Miéle, que segundo Pezzolo,

O tecido térmico, fabricado com base nas pesquisas espaciais da Nasa para uso de astronautas, é outra inovação que Miéle incluiu em suas criações. Sua propriedade se deve à presença de microcápsulas de parafina. Quando a temperatura do corpo aumenta, a parafina se liquidifica e armazena o calor excessivo, quando a temperatura cai, ela se solidifica e libera calor. (PEZZOLO, 2007, p. 254)

Outro exemplo é o estilista Jefferson Kulig que desenvolveu o TK-Borracha (Figura 13), um tecido resistente e elástico semelhante ao neoprene. A alta costura tem encontrado nos tecidos tecnológicos mais um fator diferencial para a produção de peças exclusivas e de valor agregado.

Figura 13: Calça confeccionada com TK-Borracha

Fonte: http://manequim.abril.com.br9

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Na moda jovem, os estilistas estão aproveitando características diferenciadas, como mudança de cor à exposição solar, tecidos perfumados e até estampas que surgem apenas quando o tecido esta em contato com a água, para aprimorar e diferenciar suas coleções, atraindo assim um maior público-alvo. Outro exemplo é o tecido utilizado pela marca Coca-Cola Clothing, que entre suas características possui microcápsulas de perfume além de uma estampa que surge apenas quando o tecido está molhado (Figura 14).

Figura 14 – Etiqueta da marca Coca-Cola Clothing

Fonte: Alessandra Messa

Na moda íntima, bermudas feitas com nanopartículas de cerâmica que em contato com o calor do corpo irradiam faixas de infravermelho que ativam a circulação e reduzem a celulite são encontradas em diversas marcas como Nike, Invel e Puma (Figura 15).

Figura 15: Bermuda que combate a celulite

Fonte: http://gloss.abril.com.br10

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Na moda praia os tecidos tecnológicos são usados principalmente para desenvolver peças mais resistentes ao cloro e a produtos como protetores solares. Um exemplo é o fio LYCRA® Xtra Life, da fabricante INVISTA, principal indústria no setor de malhas com fios LYCRA® e SUPPLEX®, que segundo o site da empresa “tem a propriedade de resistir até 10 vezes mais ao cloro, quando comparado com elastanos comuns, além de sal, óleos bronzeadores e protetores solares. E ainda proporciona conforto, liberdade de movimento e maior aderência” (Alfapress Comunicações, http://www.lycra.com). Outro exemplo é o biquíni desenvolvido pelo designer Jun-hyeon Kim (Figura 16), feito em poliamida com uma tecnologia semelhante ao de painéis solares que permite que o usuário bronzeie até mesmo partes do corpo que estão cobertas.

Figura 16: Biquíni que permite bronzear partes cobertas

Fonte: yankodesign.com11

Apesar da grande variedade de características dos tecidos tecnológicos, alguns setores da indústria da moda são carentes de investimentos e pesquisas na área, como por exemplo, uniformes para o meio gastronômico e hospitalar.

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1.4 Uniformes para garçons disponíveis no mercado

Com a intenção de descobrir o que está sendo produzido na categoria de uniformes para garçons, foram consultadas dez lojas virtuais de grande porte que distribuem para todo o Brasil. Dentre estas lojas foi possível constatar que muitas não informam o material usado na confecção dos uniformes. As lojas que informam quais os materiais usados para a confecção do uniforme citam tricoline e Oxford como matéria prima, ambos derivados da mistura de algodão com fibras de poliéster e por isso com baixo custo.

Foram pesquisadas em fontes como a Associação Brasileira de Normas técnicas, possíveis regras de vestuário para profissionais da área, mas constatou-se que no Brasil não existem normas especificas de vestimenta para garçons, com isso é possível perceber que cada empresa produz o uniforme a seu estilo e com materiais de baixo custo. Alguns elementos podem ser identificados como característicos destes uniformes, como por exemplo gravatas borboleta (Figura 17), coletes (Figuras 18) e aventais curtos (Figuras 19) e longos (Figura 20).

Figura 17 – Uniforme com gravata borboleta

Fonte: http://www.novovisualuniformes.com12

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Figura 18 – Uniforme com colete

Fonte: http://www.novovisualuniformes.com13

Figura 19 – Aventais curtos

Fonte: http://www.apatita.com.br14

13 Disponível em www.novovisualuniformes.com Acesso em 26 junho 2013 14

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Figura 20 – Avental masculino longo e avental feminino curto

Fonte: http://www.apatita.com.br15

Ao analisar os uniformes existentes no mercado, é possível perceber que existem poucas variedades e que não são adequados de acordo com a estação do ano, tanto para inverno quanto para verão o uniforme não sofre alterações. Também é possível perceber a predominância de cores neutras, como o branco e preto, além de modelagens sociais como calças e camisas. O uniforme também precisa se destacar em meio ao público para que os garçons sejam facilmente identificados. As variações entre o uniforme masculino e feminino são minimas, dando-se apenas pela modelagem mais justa das roupas femininas.

Pode-se constatar que os atuais uniformes precisam de algumas melhorias, tanto na aparência quanto em conforto. A modelagem poderia ser ajustada para que as peças não sejam nem muito amplas e nem muito justas. Uma maior diferenciação do uniforme feminino para o masculino traria maior conforto para as usuárias. Cortes diferenciados, porém elegantes, dariam mais requinte as peças.

15

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2 PESQUISA DE USUÁRIOS

Para desenvolver um modelo de uniforme para garçons utilizando tecnologia de tecidos inteligentes, foi feita uma pesquisa exploratória através de levantamento de dados qualitativos, onde serão ouvidos possíveis consumidores a respeito das necessidades destes. Para isto, foi aplicado um questionário (Apêndice A) em garçons que atuam a mais de um ano, com o intuito de identificar problemas e necessidades que estes encontram no uso de seus uniformes e quais características gostariam que estes apresentassem. Essa abordagem foi feita com questões sobre higiene, conforto, limpeza, aparência e sugestões.

2.1 Análise de resultados

O questionário aplicado a garçons abordou questões sobre higiene, conforto, beleza, temperatura corporal, defeitos e qualidades dos uniformes. Foram ouvidas 22 pessoas, com idades entre 21 e 42 anos, escolaridade entre ensino médio incompleto e curso superior incompleto, com no mínimo 1 ano de experiência na área. Os resultados obtidos estão representados em gráficos (Figuras 21 a 27).

Questionados sobre quais as principais qualidades dos atuais uniformes, 41% dos entrevistados afirmam que a principal característica do uniforme é a mobilidade, sendo este confortável e permitindo movimentos sem empecilhos. Outros ainda afirmam que o uniforme é de fácil higienização, bonito e fácil de vestir.

Figura 21: Qualidades do uniforme

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Quanto a defeitos dos uniformes, foram identificados problemas quanto a temperatura corporal. Também foi citado o desconforto causado por uniformes femininos e masculinos semelhantes e a difícil higienização, sendo citado o motivo de que as mangas muitas vezes ficam manchadas.

Figura 22 – Defeitos do uniforme

Fonte: Alessandra Messa

Questionados sobre a temperatura corporal, 91% dos entrevistados afirmam que o uniforme apresenta problemas quanto a temperatura, não conservando o calor do corpo em ambientes frios e aquecendo em ambientes quentes, além de aumentar o nível de transpiração. Já 9% dos entrevistados afirmaram que o uniforme é confortável em qualquer temperatura.

Figura 23 – Temperatura Corporal

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Sobre a mobilidade, 82% dos entrevistados responderam que o uniforme é confortável e permite a movimentação corporal, 9% dos entrevistados afirmaram que mangas e barras muitas vezes interferem durante a movimentação, 5 % afirmaram que mangas e barras não interferem e 4 % afirmaram que o uniforme impede alguns movimentos.

Figura 24 - Mobilidade

Fonte: Alessandra Messa

Sobre a higiene do uniforme, constatou-se que segundo os usuários, estes adquirem diversas manchas de bebida e comida ao longo do uso, perdendo o aspecto de limpeza, mas não adquirem odores desagradáveis.

Figura 25 - Higiene

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Quanto a higienização, todos 86% dos entrevistados afirmam que o uniforme é de fácil limpeza, 9% afirmam ter dificuldades na higienização do uniforme e 5% afirmam que o uniforme não é fácil de passar e dobrar.

Figura 26 - Higienização

Fonte: Alessandra Messa

Sobre a cor do uniforme, 95% dos usuários estão satisfeitos quanto a cor do uniforme e 5% são indiferentes a cor.

Figura 27 - Cor

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A partir dos dados levantados, perguntou-se sobre quais melhorias gostariam que fossem feitas e contatou-se que a maioria dos usuários gostaria que houvesse maior diferenciação do uniforme masculino e feminino, além de uma variação de uniformes de acordo com o clima. Também foi sugerido o uso de camisas na cor preta para que manchas não apareçam.

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3. DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO

Para criar um novo uniforme para garçons que satisfaça da melhor forma possível as necessidades destes e utilizando tecidos inteligentes, será usada uma metodologia baseada na metodologia de Bonsiepe com etapas de problematização, lista de requisitos, geração de alternativas, desenho ilustrativo, desenho técnico e produção de um modelo.

3.1 Problematização

Os atuais uniformes para garçons encontrados no mercado apresentam diversos problemas relacionados a temperatura e higiene, além de não possuírem um padrão e um maior diferencial entre modelos femininos e masculinos. Também é possível constatar que mesmo sem normas especificas de vestuário, há pouca variação nos uniformes disponíveis. As modelagens atuais não favorecem o usuário, sendo muito amplas ou muito justas.

Visando melhorar as características dos uniformes e aproveitando-se de tecidos inovadores, serão desenvolvidos novos modelos de uniforme feminino e masculino que melhorem de forma significativa os problemas apresentados pelos uniformes atuais. Para isto, através da pesquisa feita com os usuários e do levantamento de dados sobre tecidos tecnológicos, serão desenvolvidos passos para a elaboração de um novo modelo, assim como testes com usuários.

3.2 Lista de Requisitos

A lista de requisitos servirá como base para a elaboração de possíveis uniformes, sendo uma guia de critérios que deveram ser observados durante o processo de criação. Por meio da coleta de todos os conhecimentos disponíveis, temos progressivamente uma visão do problema em toda sua extensão, o que torna

(36)

possível defini-lo com precisão. O novo modelo de uniforme deve atender aos seguintes requisitos:

- Mobilidade: O usuário deve ter facilidade para se movimentar;

- Controle da temperatura corporal: O uniforme deve manter a temperatura corporal durante as atividades exercidas pelo usuário;

- Higiene: O uniforme deve permanecer limpo durante o máximo de tempo possível;

- Manutenção: O uniforme deve ser de fácil manutenção, incluindo limpeza, dobra e passagem;

- Estética: O uniforme deve ser de boa aparência, levando em conta características distintivas de ambos os sexos e tendências atuais de moda, levando-se em conta o uso deste em eventos formais.

- Modelagem: A modelagem deve estar adequada ao tipo físico do usuário;

3.3 Geração de Alternativas

Para a elaboração de um uniforme para garçons, foram feitos diversos esboços de uniformes femininos (Figura 28) e masculinos (Figura 29), com base nos requisitos necessários para o novo produto. Para o uniforme feminino, buscou-se uma variação de peças, entre saias, calças, camisas e coletes. Para o masculino a variação se deu entre camisas, coletes e casacos.

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Figura 28: Esboços de uniformes femininos

Fonte: Alessandra Messa

Figura 29: Esboços de uniformes masculinos

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3.4 Seleção

Conforme os diversos esboços elaborados, selecionou-se o modelo feminino (Figura 30) e o modelo masculino (Figura 31), ambos compostos por calça, camisa e colete, que mais se adequaram aos requisitos indicados.

Figura 30: Modelo feminino

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Figura 31: Modelo Masculino

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3.5 Desenho Ilustrativo

Figura 32: Desenho ilustrativo feminino

(41)

Figura 33: Desenho ilustrativo masculino

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3.6 Desenho técnico

Os desenhos técnicos (Figuras 34 a 39) foram elaborados para ilustrar as fichas técnicas (Apêndices B, C, D, E, F e G) que foram encaminhadas para a costureira para que esta confeccionasse os uniformes de acordo com as exigências dos requisitos.

Figura 34: Desenho técnico de camisa feminina

Fonte: Alessandra Messa

Figura 35: Desenho técnico de camisa masculina

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Figura 36: Desenho técnico de calça feminina

Fonte: Alessandra Messa

Figura 37: Desenho técnico de calça masculina

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Figura 38: Desenho técnico de colete feminino

Fonte: Alessandra Messa

Figura 39: Desenho técnico de colete masculino

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3.7 Materiais

Para a confecção do protótipo foi usado o tecido Austrália Impermeável, fornecido pela empresa Doptex, composto por fibras 100% poliéster com estrutura de ligamento do tipo sarja e o custo de R$9,00 o metro com 1,50m de largura. As cores escolhidas foram o branco e o preto.

O tecido Austrália Impermeável, evitará que o uniforme adquira manchas ao longo do uso.

Também foram utilizados zípers, botões plásticos e botões metálicos para o fechamento dos coletes.

3.8 Produto

Figura 40: Uniforme Feminino

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Figura 41: Uniforme Masculino

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4 TESTES DO PRODUTO

Os uniformes foram testados por dois usuários durante 1 hora, para que estes pudessem identificar melhoras ou problemas com o protótipo. Durante o período de teste, os uniformes foram submetidos a situações comuns ao serviço de garçom, como por exemplo, líquidos derramados. Após o período de teste, foi feito uma entrevista para levantamento de dados. Para finalizar os testes, os uniformes foram lavados e passados.

4.1 Levantamento de dados

Em uma entrevista oral foram aplicadas as questões do questionário (Apêndice A) referentes a higiene, mobilidade e outros.

Os usuários afirmaram que o uniforme permaneceu limpo durante o período de uso, e que manchas foram facilmente removidas apenas com o auxilio de uma toalha úmida.

Também afirmaram que o uniforme é confortável e de fácil mobilidade além de manter a temperatura corporal.

Quanto a aparência, ambos ficaram satisfeitos com o modelo desenvolvido, principalmente pelo detalhe que diferencia o modelo feminino do masculino sem alterar o padrão do uniforme.

Após o questionamento com os usuários, os uniformes foram lavados em uma maquina de lavar convencional, centrifugados e pendurados para secar em varal convencional, reproduzindo uma situação de limpeza semelhante a feita pelos usuários. Com isto foi possível constatar que o uniforme adquiriu poucos vincos e foi fácil desamarrotar com o uso de um ferro de passar com temperatura morna.

4.2 Análise de resultados

Após os testes foi possível constatar que houve melhoras no desempenho dos usuários ao utilizar o novo uniforme com tecido tecnológico, pois estes puderam

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permanecer com o uniforme limpo e seco por mais tempo e pequenas manchas puderam ser removidas rapidamente e com facilidade, utilizando-se de um pano úmido.

Também foi possível perceber que a manutenção é rápida e fácil, podendo ser lavado em máquinas de lavar, pois mesmo sendo centrifugado o tecido não ficou totalmente amarrotado e os poucos vincos que se formaram foram de fácil remoção, além da rapidez ao secar.

Outro ponto positivo foi o custo do uniforme que ficou acessível, sendo o preço final das camisas R$33,50, dos coletes R$31,00 e R$30,00 as calças, podendo reduzir ainda mais o preço para produção em grande escala, pois a confecção pode ser otimizada.

A modelagem é ideal para executar movimentos sem impedimento, facilitando a locomoção dos usuários.

As cores básicas deixam o uniforme discreto mas elegante sem perder as características que facilitam com que clientes possam localizar garçons em meio ao público.

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CONCLUSÃO

O uso de tecidos tecnológicos em uniformes de garçons é tão viável quanto essencial. Com a identificação das características negativas dos atuais uniformes, foi possível estabelecer uma lista de requisitos para a elaboração de um novo produto que foi facilmente cumprida com o uso de tecidos especiais.

O tecido tecnológico é um material que ainda pode ser explorado nos mais diversos segmentos. Apesar de sua grande variedade de tipos e de atender vários setores da indústria, é possível perceber que ainda existem muitos nichos no mercado que podem ser beneficiados com o uso deste material.

No meio gastronômico, principalmente em uniformes de garçons e copeiras, o uso desses tecidos potencializa a força de trabalho, garantindo não só um melhor desempenho para seus usuários como também melhorando a aparência destes que permaneceram confortáveis e com uniformes limpos por mais tempo.

Um incentivo para o uso desta tecnologia é que é tão acessível quanto tecidos comuns, resultando em um produto com custo baixo e melhor qualidade, durabilidade e manutenção.

Maiores pesquisas no assunto poderiam propor o uso de tecidos tecnológicos para outros setores que ainda não utilizam esta tecnologia, ou ainda novas possibilidades de aplicação desse produto no setor da gastronomia.

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REFERÊNCIAS

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ROMANO, Juliana. Tecidos tecnológicos que reforçam seus cuidados de beleza.

Revista Gloss. 2013. Disponível em

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APÊNDICES

Apêndice A: Questionário de pesquisa

Pesquisa sobre uniformes de garçons e copeiras.

Idade: Escolaridade: Tempo de trabalho na área:

1. Sobre as qualidades de um uniforme, quais você diria que estão presente no uniforme que costuma usar?

( ) Beleza, me sinto bem usando este uniforme ( ) Fácil higienização

( ) Praticidade na hora de vestir

( ) Mobilidade, o uniforme permite movimentos sem empecilhos

( ) Outros: _________________________________________________

2. Você identifica defeitos em seu uniforme? Quais? ( ) Uniforme muito quente que propicia maior transpiração

( ) Uniforme que não mantém a temperatura corporal em ambientes frios ( ) Difícil higienização

( ) Desconforto

( ) Outros. ___________________________________________________

3. Quanto à temperatura corporal, você diria que: ( ) O uniforme aumenta a temperatura corporal

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( ) O uniforme estimula a produção de suor

( ) O uniforme não mantem a temperatura corporal em ambientes frios, causando desconforto

( ) O uniforme é confortável em qualquer temperatura

( ) Outros. ___________________________________________________

4. Quanto a mobilidade corporal, você considera:

( ) O uniforme é confortável e permite diversos movimentos ( ) O uniforme impede alguns movimentos

( ) Mangas e barras do uniforme atrapalham na movimentação ( ) Mangas e barras do uniforme não atrapalham na movimentação

( ) Outros. ________________________________________________________

5. Quanto a higiene, você diria que:

( ) O uniforme se mantém com odor agradável durante todo o período de uso ( ) O uniforme não se mantém com odor agradável durante todo o período de uso

( ) O uniforme adquiri diversas manchas durante o tempo de uso (Ex.: Manchas de comida, bebida etc.)

( ) O uniforme não adquire manchas no período de uso

( ) Outros. ________________________________________________________

6. Quanto a higienização do uniforme, você afirma que: ( ) O uniforme é de fácil limpeza

( ) O uniforme é de difícil limpeza

( ) O uniforme é fácil de passar e dobrar ( ) O uniforme não é fácil de passar e dobrar

( ) Outros.________________________________________________________

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( ) Gosto da cor atual ( ) Não gosto da cor atual

( ) Gostaria de mais variedade de cores ( ) Sou indiferente a cor

( ) Outros.______________________________________________________

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Apêndice B: Ficha técnica de camisa feminina

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Apêndice C: Ficha Técnica de Camisa masculina

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Apêndice C: Ficha técnica de calça feminina

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Apêndice E: Ficha técnica de calça masculina

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Apêndice F: Ficha técnica de colete feminino

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Apêndice G: Ficha técnica de colete masculino

Referências

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