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A perícia contábil no processo de reclamatória trabalhista

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UNIJUI - UNIVERSIDADE REGIONAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

A PERÍCIA CONTÁBIL NO PROCESSO DE RECLAMATÓRIA

TRABALHISTA

VIVALDINO ROQUE MARTINS

(2)

UNIJUI - UNIVERSIDADE REGIONAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

DECON - DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

A PERÍCIA CONTÁBIL NO PROCESSO DE RECLAMATÓRIA

TRABALHISTA

Relatório do Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Ciências Contábeis da UNIJUI, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Contador.

Aluno: VIVALDINO ROQUE MARTINS

Professor Orientador: TEODORO CLEBSCH

(3)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ... 10

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 12

1.1. Área do Conhecimento Contemplada ... 12

1.2. Caracterização do Processo e das Partes ... 12

1.3. Problematização do Tema ... 13 1.4. Objetivos ... 14 1.4.1. Objetivo Geral ... 14 1.4.2. Objetivos Específicos ... 14 1.5. Justificativa ... 15 1.6. Metodologia ... 15 1.6.1. Classificação da Pesquisa ... 16

1.6.1.1. Do Ponto de Vista de sua Natureza ... 16

1.6.1.2. Do Ponto de Vista de Seus Objetivos ... 16

1.6.1.3. Quanto a Forma de Abordagem do problema ... 16

1.6.1.4. Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos... 17

1.6.2. Plano de Coleta de Dados (Instrumentos de Coleta de Dados) ... 18

1.6.2.1. Instrumentos de Coleta de Dados ... 18

1.6.3. Plano de Análise e Interpretação de Dados ... 18

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 19

2.1. Conceito de Contabilidade... 19

2.1.1. Objeto da Contabilidade ... 19

2.1.2. Finalidade, Funções e Objetivos da Contabilidade. ... 20

2.1.3. Princípios Fundamentais de Contabilidade ... 21

2.1.3.1. Principio da Entidade ... 22

2.1.3.2. Princípio da Continuidade ... 22

(4)

2.1.3.4. Princípio do Registro pelo Valor Original ... 23

2.1.3.6. Princípio da Competência. ... 24

2.1.3.7. Princípio da Prudência. ... 25

2.2. Conceito de Perícia Contábil. ... 26

2.2.1. Diferença entre Perícia e Auditoria. ... 28

2.2.2. Características da Perícia Contábil. ... 30

2.2.3. Perícia Judicial e Perícia Extrajudicial. ... 30

2.2.4. Prova Pericial Contábil ... 31

2.2.4.1. Depoimento Pessoal e das Partes ... 32

2.2.4.2. Confissão ... 33

2.2.4.3. Exibição de Documento ou Coisa ... 33

2.2.4.4. Prova Documental ... 34 2.2.4.5. Prova Testemunhal ... 35 2.2.4.6. Prova Pericial ... 36 2.2.5. Quesitos ... 37 2.2.5.1. Quesitos Necessários ... 38 2.2.5.2. Quesitos Elucidativos ... 38 2.2.5.3. Quesitos Impertinentes ... 38

2.2.5.4. Quesitos Suplementares ou Complementares ... 39

2.2.6. Laudo Pericial ... 39

2.2.6.1. Laudo Individual ... 41

2.2.6.2. Laudo Coletivo ... 41

2.2.6.3. Laudo de Consenso ... 41

2.2.6.4. Laudo Discordante ou Divergente ... 42

2.2.7. Planejamento da Perícia... 42

2.2.7.1. Pleno Conhecimento da Questão... 43

2.2.7.2. Pleno Conhecimento dos Fatos ... 43

2.2.7.3. Levantamento Prévio dos Recursos Disponíveis para Exame ... 44

2.2.7.4. Prazo para Execução das Tarefas ... 44

2.2.7.5. Acessibilidade aos Dados ... 44

2.2.7.6. Pleno Conhecimento dos Sistemas Contábeis Adotados e Confiabilidade Documental ... 45

2.2.7.7. Natureza de Apoios ... 45

(5)

2.2.9. Escusa e Recusa da nomeação: Impedimento, Suspeição e Substituição. ... 46

2.2.10. Honorários Profissionais do Perito ... 48

2.3. Direito Processual Trabalhista ... 49

2.3.1. Processo Trabalhista ... 49

2.3.2. Fase preliminar da Execução: Liquidação de Sentença ... 50

2.3.3. Liquidação Por Cálculo ... 51

3. CASO PRÁTICO ... 52

3.1 – O Caso ... 52

3.2. Caracterização do Processo e das Partes ... 56

3.2.1. Caracterização da Parte Reclamante ... 58

3.2.2. Contestação da Reclamada ... 59

3.3 – Preliminar de Mérito: Pedido Genérico ... 63

3.4 – Mérito ... 66

3.4.1 – Grupo Econômico ... 66

3.4.2 – Desconsideração da Personalidade Jurídica ... 68

3.4.3 – Período contratual e Anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) 69 3.4.4 – Gratificação de Quebra de Caixa e de Gerência ... 70

3.4.5 – Salário In Natura: Integrações... 71

3.4.6 – Aviso Prévio ... 74

3.4.7 – Férias Integrais e proporcionais e 13° Salário Integral e Proporcional ... 74

3.4.8 – Diferenças de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Multa Rescisória ... 77

3.4.9 – Adicional de Periculosidade ... 78

3.4.10 – Piso Salarial da Categoria Profissional ... 80

3.4.11 – Salário-família ... 80

3.4.12 – Multa Prevista nas Convenções Coletivas de Trabalho... 81

3.4.13 – Horas Extras Intervalos Intrajornada, Domingos e Feriados Trabalhados. ... 81

3.4.14 – Indenização pela Supressão do Serviço Complementar ... 86

3.4.15 – Danos Morais ... 86

3.4.16 – Vale-Transporte ... 87

3.4.17 – Indenização do Seguro-Desemprego ... 89

3.4.18 - Indenização do Art. 477 da CLT... 92

3.4.19 – Multa do Art. 477, Parágrafo 8° da CLT. ... 93

3.4.20 – Correção Monetária e Juros ... 94

(6)

3.4.22 – Descontos Previdenciários e Fiscais ... 96

3.4.23. Os Pedidos feitos pelo Reclamante, deferidos ou indeferidos pelo Juiz do Trabalho.. 99

4. Cálculos de Liquidação de Sentença ... 103

4.1. Laudo Pericial Contábil de Liquidação de Sentença... 105

4.2. Desenvolvimento dos Cálculos de Liquidação de sentença ... 107

4.2.1. Fatores de Atualização Monetária ... 108

4.2.2. Indenização do Seguro Desemprego ... 109

4.2.3. Vale Transporte ... 109

4.2.4. Salário In Natura e Integração no Terço Constitucional de Férias ... 110

4.2.5. Diferença de Décimo Terceiro ... 112

4.2.6. Diferenças de Férias ... 113

4.2.7. Adicional de Periculosidade ... 114

4.2.8. Horas Extras e Integrações ... 115

4.2.9. FGTS e Multa Rescisória ... 122

4.2.10. Contribuição Previdenciária das Partes ... 124

4.2.10.1. Encargos Previdenciários do Empregado (Reclamante)... 126

4.2.10.2. Encargos Previdenciários da Empresa (Reclamada) ... 130

4.2.10.3. Encargos Previdenciários Totais, Abrangendo Ambas as Partes. ... 133

4.2.11. Correção Monetária e Juros ... 133

4.2.12. Retenção Fiscal do Imposto de Renda Na Fonte ... 134

4.2.13. Resumo dos Valores Devidos ao Reclamante (Autor) ... 139

4.2.14. Resumo Geral das Verbas Devidas pelo Empregador ... 139

CONCLUSÃO ... 141

(7)

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Característica da Perícia ... 29

Quadro 2: Valores da FACDT no período evidenciada, meses normais. ... 109

Quadro 3: Evolução do Piso Salarial da Categoria Profissional no Período Trabalhado. ... 111

Quadro 4: Evolução do Salário Mínimo Nacional no Período Trabalhado ... 111

Quadro 5: Cálculo do Salário In Natura e Integração em 1/3 de Férias. ... 112

Quadro 6: 13° Salário: 8/12 deferido em Sentença... 113

Quadro 7: Férias 8/12 deferidos em Sentença. ... 114

Quadro 8: Adicional de Periculosidade de 11.12.2004 a 01.08.2005. ... 115

Quadro 9: Cálculo das Horas Extras e Integrações em 13° Salário, Férias e Aviso Prévio... 117

Quadro 10: Base de Cálculo das Horas Extras. ... 118

Quadro 11: Cálculo do Valor das Horas Extras com 50% de Acréscimo ... 118

Quadro 12: Cálculo do Valor das Horas Extras com 100% de Acréscimo ... 118

Quadro 13: Cálculo do Valor das Horas Extras com 50% de Acréscimo sobre as Horas Normais. ... 119

Quadro 14: Cálculo do Valor do Intervalo Intrajornada. ... 120

Quadro 15: Cálculo do Valor das Horas Extras com 100% de Acréscimo. ... 121

Quadro 16: Cálculo do Valor do Repouso Remunerado. ... 122

Quadro 17: FGTS com Acréscimos de Juros. ... 123

Quadro 18: Acordo na Justiça do Trabalho: Incidência ou Não de INSS:... 125

Quadro 19: Tabela de Contribuição de 2004:... 128

Quadro 20: Tabela de Contribuição de 2005:... 128

Quadro 21: Tabela de Contribuição de 2006:... 129

Quadro 22: Retenção do INSS do mês de dezembro 2004: ... 129

(8)

Quadro 24: Retenção do INSS do ano de 2006: Parcela do Empregado. ... 130

Quadro 25: Composição dos Encargos do Empregador – INSS ... 131

Quadro 26: Parcela de INSS descontado pelo Empregador do mês de dezembro 2004:... 132

Quadro 27: Parcela de INSS devida pelo Empregador do ano 2005: ... 132

Quadro 28: Parcela de INSS devida pelo Empregador do ano de 2006: ... 133

Quadro 29: Encargos Previdenciários Totais – Empregado – Empregador ... 133

Quadro 30: Correção de números de FACDT’s. ... 134

Quadro 31: Tabela do IRPF 2009: ... 135

Quadro 32: Retenção Fiscal – Imposto de Renda Retido na Fonte sobre as diferenças salariais devidas ao reclamante. ... 135

Quadro 33: Apuração do Principal Bruto devido ao Reclamante... 137

Quadro 34: Parcelas Devidas ao Reclamante não sujeita a IRRF ... 138

Quadro 35: Encargos Salariais Base de Cálculo do IRRF. ... 138

Quadro 36: Encargos Referentes ao IRRF. Foi acrescentado juros de 1% a partir do ajuizamento da ação. ... 139

Quadro 37: Resumo dos Valores Devido ao Autor. ... 139

(9)

AGRADECIMENTOS

Á Deus, acima de tudo, pela vida, pelas bênçãos alcançadas, pela força e coragem de nunca desistir no meio do caminho.

Aos meus pais (in memória), e a minha esposa, pelos incentivos que me passou, pela sua compreensão, durante toda esta jornada.

Aos professores do curso pela atenção e dedicação que tiveram, e em especial meu orientador, professor Teodoro, pela disponibilidade e dedicação que teve sempre.

(10)

INTRODUÇÃO

A Contabilidade é uma Ciência Social que dá ao estudante a oportunidade de estudar em diversas áreas e variados temas. No amplo leque de possibilidades que o curso de Ciências Contábeis proporciona ao aluno está a Perícia Contábil. A Perícia Contábil é uma forma de busca da verdade formal, em que o perito através de levantamentos, investigações, vistorias, avaliações, esclarece a Juízes e Advogados, a verdade formal, ou seja, a que se extrai dos fatos sobre a matéria em questão, como expostos nos autos do processo, através do depoimento das partes, das testemunhas, dos documentos fixados no processo.

O conhecimento adquirido necessariamente pela experiência caracteriza o termo perícia, oriundo do latim peritia, que em seu sentido próprio significa conhecimento e experiência.

Não basta o perito dispor de vastos conhecimentos teóricos, é necessário habilidade, destreza, sagacidade, atributos sedimentados e também experiência.

A presença do perito contador e dos peritos contadores assistentes técnicos, indicados pelas partes nas perícias judiciais, prende-se ao fato de que a análise da matéria exige conhecimento da ciência contábil, no âmbito técnico e científico, oriundos da formação acadêmica e profissional, que fazem com que as questões sejam plenamente justificadas. O profissional que atua na área de perícia contábil utiliza-se de procedimentos que visa fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer técnico contábil, e abrange total ou parcial, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame, vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação. Por isso é fundamental que os fatos sejam analisados com profundidade, não pairando quaisquer dúvidas sobre a conclusão obtida.

(11)

Optou-se para a realização deste TCC a área de Perícia Contábil, aplicada a um processo de Reclamatória Trabalhista transitado e julgado na justiça do Trabalho, de Ijuí. Na descrição do processo serão utilizados nomes fictícios, uma vez que faz parte da ética profissional contábil, como não tornar público os nomes das pessoas envolvidas no processo em estudo.

Este projeto consiste na Contextualização do Estudo, Caracterização das Partes e do Processo, Problematização do Tema, Objetivos e Metodologia, que será utilizado na primeira parte da realização deste trabalho. Já na segunda etapa do trabalho segue com a Fundamentação Teórica, com base na pesquisa bibliográfica. Este trabalho proporciona ao aluno a oportunidade de buscar um conhecimento mais aprofundado sobre o assunto, contribuindo para futura aplicação profissional como Perito Contador.

(12)

1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Esse estudo é realizado na área de Perícia Contábil, consistindo na análise e revisão dos Cálculos de Liquidação de Sentença em um processo de Reclamatória Trabalhista, bem como na constatação de se obedecerem a legislação trabalhista, previdenciária e fiscal pertinentes e as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade. Neste primeiro capítulo foi apresentada à área de conhecimento contemplada, a caracterização do processo, a problemática e os objetivos gerais e específicos deste trabalho.

1.1. Área do Conhecimento Contemplada

O Curso de Ciências Contábeis possibilita ao aluno a oportunidade de estudar as mais diversas áreas relacionadas à Contabilidade, como Contabilidade Geral, Gerencial, Financeira, Custos, Orçamentária, Ambiental, Social, Auditoria Interna e Externa, Perícia Contábil e outras áreas relacionadas à mesma.

O trabalho de conclusão de curso é realizado na área de Perícia Contábil, dando ênfase à Perícia Contábil Trabalhista e ao Cálculo de Liquidação de Sentença.

A Perícia Contábil dá ao Contador a prerrogativa de atuar como Perito-Contador, isso lhe proporciona a oportunidade de crescimento profissional e também ganhos extras através de atividade paralela.

1.2. Caracterização do Processo e das Partes

Refere-se a um caso de uma ação de reclamatória trabalhista em estudo que tem como protocolo n° 00061-2008-601-04-00-6, transitado e julgado na Vara do Trabalho de Ijui, sendo omitidos os nomes das pessoas envolvidas no caso, para fins de preservação do princípio do sigilo profissional.

(13)

1.3. Problematização do Tema

As empresas, no decorrer do desempenho de suas atividades, procuram fazer seus controles dentro da legalidade. Contam com seus próprios controles patrimoniais e técnicos, e geralmente contam com a necessária atuação de um profissional contábil junto à empresa.

Uma ação trabalhista leva algum tempo para ser solucionada, dependendo da Vara em que for peticionada, dependendo ainda de eventuais recursos expostos em instâncias superiores, caso uma ou ambas as partes decidirem recorrer da sentença de primeira ou segunda instância.

Na primeira audiência busca o Juiz a conciliação das partes, caso não obtenha êxito é designado outra audiência o que se chama de instrução e que serve para coletar novos documentos, depoimentos das partes e oitiva das testemunhas. Pode haver perícia técnica em casos de insalubridade ou periculosidade, bem como perícia contábil, antes do julgamento ou já na fase de execução. Tudo depende da orientação do Juiz e do tipo de ação. Se houver, acordo, a ação trabalhista pode se encerrar já na primeira audiência. Se não houver acordo, a ação é demorada. Há casos em que a ação demora pelo menos de três a quatro anos. Em outros casos extremos, o tempo pode chegar a mais de cinco anos. Se o processo for ao Tribunal Superior do Trabalho, a demora poderá ser ainda maior.

No processo em estudo devido à instrução do processo e os recursos interpostos às decisões do Juiz, o problema que se coloca em relação à Reclamatória Trabalhista sob análise é: Qual foi a lide, a reclamação trabalhista apresentada pelo empregado à Justiça do Trabalho, qual foi à contestação, a resposta apresentada pela reclamada (empresa) e qual foi à decisão do juiz a respeito da reclamatória trabalhista, como o perito contador transformou a sentença certa do Juiz do Trabalho numa sentença líquida, ou seja, expressa em valores monetários (reais), tomando-se a partir da homologação do Laudo Pericial do Cálculo de Liquidação de Sentença, numa sentença certa e exigível?

(14)

1.4. Objetivos

Os objetivos com este componente de conclusão de curso, buscam-se o que se quer alcançar, de maneira abrangente, para que a pergunta principal seja respondida de forma satisfatória, não deixando dúvidas.

1.4.1. Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho de conclusão de curso é revisar os Cálculos de Liquidação de Sentença efetuada pelo Perito Contador e atualizar os débitos trabalhistas na fase da liquidação de sentença.

1.4.2. Objetivos Específicos

· Analisar o processo de reclamatória trabalhista no que diz respeito às demandas e correspondentes conquistas manifestadas na sentença elaborada;

· Diagnosticar os principais motivos que levam o empregado a conflitar com o empregador, resultado de suma reclamatória trabalhista, constatou o pedido do reclamante, qual foi à constatação a presente a Juízo pela Reclamada e quais motivação fáticas e de direito fundamentaram a decisão do Juiz, expressa na sentença, deferindo ou indeferindo o pedido do reclamante;

· Revisar os cálculos de Liquidação de Sentença feitos pelo Perito Contador no processo analisado, relacionando-os com a legislação trabalhista, previdenciária e fiscal;

Constatou seu embasamento na Sentença Judicial, na legislação e na jurisprudência, bem como as Normas Profissionais e Técnicas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

(15)

1.5. Justificativa

Chegado ao final do curso de Ciências Contábeis deve se elaborar um trabalho de conclusão de curso. Este trabalho nos dá a oportunidade de revisar e integrar dos conteúdos estudados até aqui. Para a elaboração deste trabalho escolheu-se a área de maior interesse dentre as estudadas no curso, Perícia Contábil.

A área de Perícia Contábil à qual foi escolhida para a elaboração deste projeto, é uma das mais importantes prerrogativas que o contador tem, e resolveu-se aprofundar os conhecimentos na Perícia Contábil com enfoque no âmbito trabalhista, que possui um vasto campo de atuação deste profissional, tanto na esfera judicial como na extrajudicial.

Com a realização deste trabalho, teremos a oportunidade de obter mais conhecimentos nesta área e conhecer todas as partes que compõe um processo de reclamatória trabalhista e a atuação do Perito-Contador junto à justiça. Para o nós alunos que estamos nos formando, é muito bom estar realizando o trabalho de conclusão de curso na área de Pericia Contábil, porque é uma das áreas do campo profissional em plena ascensão, e é, uma oportunidade de aprimorar nossos conhecimentos para uma futura atuação como Perito Contador na Vara Trabalhista.

Assim como para mim, como aluno graduando no curso de Ciências Contábeis, este trabalho, é importante para a Universidade e em especial aos alunos do curso de Ciências Contábeis, que terão uma fonte de pesquisa e mais informações sobre essa área que a cada ano vem aumentando o interesse por parte dos profissionais de contabilidade, devido a grande demanda no mercado, por bons profissionais.

1.6. Metodologia

O presente trabalho será elaborado conforme o artigo 8º, item “B” do regulamento do Trabalho de Conclusão de Curso, ou seja, é relatório Técnico - Científico decorrente de estudos envolvendo tema ligado ao campo de conhecimento contábil.

(16)

Tal modalidade estabelece a realização de um relatório técnico científico decorrente de estudo e pesquisas envolvendo temas, questões, hipóteses ou situações ligadas ao campo de trabalho de conclusão de curso.

1.6.1. Classificação da Pesquisa

O Trabalho de Conclusão de Curso é um relatório técnico cientifico que contém Revisão Bibliográfica, e será realizado na parte prática em relação ao Cálculo de Liquidação de Sentença e pode ter classificações de diferentes conceitos que serão previamente comentadas a seguir.

1.6.1.1. Do Ponto de Vista de sua Natureza

Neste trabalho será utilizada uma pesquisa aplicada, pois busca a resolução de um problema concreto, no caso em estudo será a resolução de um processo Reclamatória Trabalhista, com Liquidação de Sentença.

Segundo Vergara (1998, p.45), a pesquisa aplicada busca a resolução de problemas concretos, mais imediatos ou não, portanto, possui uma finalidade prática.

1.6.1.2. Do Ponto de Vista de Seus Objetivos

A classificação deste trabalho, de acordo com os seus objetivos da pesquisa, pode ser de três tipos, conforme Gil (2002, p.41): exploratória, descritiva ou explicativa.

Este trabalho se classifica como Pesquisa Exploratória e Descritiva, pelo fato de nos proporcionar uma pesquisa Bibliográfica aprofundada sobre o assunto de Perícia Contábil, como também um estudo de caso do processo de uma Reclamatória Trabalhista com Cálculo de Liquidação de Sentença.

1.6.1.3. Quanto a Forma de Abordagem do problema

A pesquisa, quanto à forma de abordagem do problema, pode ser qualitativa ou quantitativa. No projeto em estudo será aplicada a pesquisa qualitativa.

(17)

Os dados podem ser tratados de forma quantitativa, isto é, utilizando-se procedimentos estatísticos, como o teste de hipóteses, ou de forma qualitativa como, por exemplo, codificando-os, apresentando-os de forma mais estruturada e analisando-os, (VERGARA, 1998, p. 57).

A pesquisa qualitativa considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Ela não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesquisador é um instrumento chave. É descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem, (VIEIRA, 2010).

1.6.1.4. Do Ponto de Vista dos Procedimentos Técnicos

Com referência aos Procedimentos Técnicos, segundo Gil (2002, p.43) pode ser classificado como Pesquisa Bibliográfica, Documental, Levantamento e Estudo de Caso.

Para Gil (1999):

A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A única diferença entre ambas está na natureza das fontes, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa, podendo ser documentos de primeira mão, ou seja, que nunca receberam qualquer tipo de tratamento analítico, como reportagens fotografias ou documentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados é o caso de balanços patrimoniais, relatórios de empresas, (GIL, 1999, p. 66).

O estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa praticamente impossível mediante os outros tipos de pesquisa considerados.

(18)

A pesquisa bibliográfica “é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”, (VERGARA, 1998, p. 46).

1.6.2. Plano de Coleta de Dados (Instrumentos de Coleta de Dados)

Este trabalho utilizará coleta de dados, observação ou testes, com isto será analisado a atuação do Perito Contador, para tanto serão utilizadas planilhas do Microsoft Excel, para a realização dos Cálculos de Liquidação de Sentença.

Será utilizada a observação, mediante detalhada análise do processo de Reclamatória Trabalhista em estudo e o questionamento do Laudo Judicial contábil nele presente.

1.6.2.1. Instrumentos de Coleta de Dados

Para a parte teórica do estudo, serão utilizados livros, revistas, artigos, leis e normas que se relacionem com o objeto que será estudado nesta pesquisa.

Para a parte prática será utilizado um processo de Reclamatória Trabalhista, julgado e transitado na Justiça do Trabalho de Ijui, RS, no qual será realizado um estudo de todas as partes que o compõe, e serão refeitos todos os Cálculos de Liquidação de Sentença.

1.6.3. Plano de Análise e Interpretação de Dados

Em plano de análise dos dados deve-se descrever como será feita a descrição e analise do resultado da pesquisa, como neste caso será estudado um processo, serão refeitos todos os cálculos nas tabelas do Microsoft Excel, e os mesmos serão comparados com o do Perito Contador, e confrontados com a legislação trabalhista, fiscal e previdenciária.

Após o levantamento de dados serão analisados a petição do processo, bem como as sentenças proferidas pelo magistrado.

(19)

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo são apresentados conceitos com a finalidade de fundamentar o tema proposto para este trabalho em estudo.

2.1. Conceito de Contabilidade

A contabilidade é uma Ciência Social que registra, controla e estuda o Patrimônio das Entidades através de suas técnicas, regras e normas, com o objetivo de gerar informações para a tomada de decisões seja para o gestor quanto para os acionistas, clientes, fornecedores e á própria sociedade em geral.

Um conceito sobre contabilidade pode ser descrito por Basso a seguir:

Entendemos que contabilidade, como um conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controlam e observam o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico) e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui uma técnica de coletar, catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir revelar informações de suas variações e situação especialmente de natureza econômico financeiro, (BASSO, 2005, p. 22).

Conforme a Norma Brasileira de Contabilidade – NBC T1, aprovada pela Resolução CFC nº. 785/95 conceitua a contabilidade como:

A contabilidade na condição de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio, busca, por meio de apreensão, da quantificação da classificação, do registro da eventual sumarização, da demonstração, da análise e relato das mutações sofridas pelo Patrimônio das Entidades particularizadas, a geração de informações quantitativas e qualitativas sobre ela, expressas tanto em termos físicos quanto monetário.

2.1.1. Objeto da Contabilidade

O objeto da contabilidade é o patrimônio, que é constituído por um conjunto de Bens, Direitos e Obrigações pertencentes a uma determinada entidade, e segundo Basso (2005, p. 23), o patrimônio é enfocado sob dois aspectos básicos:

(20)

· Aspecto qualitativo: consideram bens, direitos e obrigações do ponto de vista de sua natureza, como a composição física individual e a natureza jurídica de cada elemento.

· Aspecto quantitativo: considera bens, direitos e obrigações do ponto de vista do valor monetário intrínseco, isto é, considera os elementos patrimoniais como expressão de valor econômico.

Bens são objetos materiais e imateriais que pertencem ao patrimônio, e direitos são os haveres que a entidade tem a receber perante terceiros, bens e direitos formam a parte positiva do patrimônio, enquanto as obrigações, a parte negativa do patrimônio, são os valores que a entidade tem a pagar.

2.1.2. Finalidade, Funções e Objetivos da Contabilidade.

Para Basso (2005, p. 24), “a finalidade fundamental da Contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio com ênfase no planejamento”.

As principais Funções da Contabilidade são a coleta de documentos dos atos e fatos que ocorrem na entidade, classificar os documentos de acordo com as alterações que provocaram no patrimônio da entidade, registrar os fatos contábeis, acumularem informações quantitativas e qualitativas, resumir informações do patrimônio em demonstrativos contábeis, revelar as situações patrimoniais, econômicas e financeiras da entidade.

Conforme Basso (2005, p. 25):

Os objetivos da Contabilidade são: controlar o patrimônio da entidade, apurar os resultados decorrentes das variações ocorridas no patrimônio da entidade, evidenciar a situação patrimonial econômica e financeira da entidade, bem como as suas tendências, atentar para o cumprimento de normas, leis e demais dispositivos emergentes da legislação aplicável aos negócios da entidade, bem como fornecer informações sobre o patrimônio a seus usuários, conforme suas necessidades, (BASSO, 2005, p. 25).

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2.1.3. Princípios Fundamentais de Contabilidade

Segundo Crepaldi (2003):

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam à essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade. Concerne à Contabilidade em seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o Patrimônio das Entidades. São estes os princípios: Princípio da Entidade; Da Continuidade; Da Oportunidade; do Registro Pelo Valor Original; da Atualização Monetária; da Competência e da Prudência, (CREPALDI, 2003, p, 22).

Basso (2005), em relação aos princípios fundamentais de contabilidade, esclarece:

Os princípios fundamentais de contabilidade representam o núcleo central da própria contabilidade, na sua condição de ciência social, sendo a ela inerente. Os princípios constituem sempre as vigas mestras de uma ciência, revestindo-se dos atributos de universidade veracidade, conservando validade em qualquer circunstância. No caso da contabilidade, seus princípios fundamentais valem para todos os patrimônios, independentemente das entidades a que pertençam das finalidades para as quais sejam usados, da forma jurídica da qual estejam revestido, ou da sua localização, expressividade e quaisquer outros qualitativos, desde que gozem da condição de autonomia em relação aos demais patrimônios existentes. (BASSO, 2005, p. 307).

Para Iudicibus, Marion (2002), princípios são como placas que nos mostram a direção correta a seguir. Os Princípios Fundamentais, na contabilidade exercem a mesma função, são “guias” de direção que se devidamente observados nos levam a objetivos desejados.

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade são conceitos básicos que constituem o núcleo essencial que deve guiar a profissão na consecução dos objetivos da contabilidade, que como vimos, consiste em apresentar informação estruturada para os usuários, (IUDICIBUS e MARION, 2002, p. 89).

Os Princípios Fundamentais de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universo científico e profissional de nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.

O artigo 3º da Resolução do CFC nº 750/93 enumera os Princípios Fundamentais de Contabilidade: Ι – Entidade; Π – Continuidade – Ш – Oportunidade; ΙV – Registro Pelo Valor

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Original; V – Atualização Monetária (Revogado pela Resolução n° 1.282/2009); VΙ – Competência; VΠ – Prudência.

A Resolução CFC nº. 1.282/10 atualiza e consolida dispositivos da Resolução CFC nº. 750/93, que dispõe sobre os Princípios Fundamentais de Contabilidade, e que passa a denominar de “Princípios Contábeis”. O Princípio da Atualização Monetária foi alterado pela Resolução CFC n°. 1.282/2009, publicada no DOU de 02.06.2010.

2.1.3.1. Principio da Entidade

O artigo 4º da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) nº. 750/93 fornece o conceito do Princípio da Entidade:

Artigo 4º. O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por conseqüência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único. O Patrimônio pertence à Entidade, mas à recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomo não resulta em nova Entidade, mas numa unidade de natureza econômico Contábil.

Numa Reclamatória Trabalhista, confrontam-se em litígio duas unidades contábeis, com patrimônios individualizados, a saber, o reclamante e o reclamado, ambos com direitos e obrigações, reconhecidos na sentença transitada e julgado.

2.1.3.2. Princípio da Continuidade

A Resolução 1.282/10 fornece os pressupostos do Princípio da Continuidade: Artigo 5º. O Princípio da Continuidade pressupõe que a entidade continuara em operação no futuro e, portanto a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstancia.

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A Continuidade ou não da Entidade é relevante no caso de uma Reclamatória Trabalhista, tanto a do Reclamante (geralmente pessoa física, empregado) quanto do reclamado (pessoa física ou jurídica, empregador).

2.1.3.3. Princípio da Oportunidade

O Princípio da Oportunidade é definido pela Resolução CFC 1.282/10 no artigo 6º:

Artigo 6º. O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.

Somente após sentença transitada em julgado, com o cálculo da liquidação de sentença, efetuado pelas partes ou pelo perito contador, é que se forma a dívida, a obrigação Trabalhista, constituindo um passivo.

2.1.3.4. Princípio do Registro pelo Valor Original

A Resolução CFC nº. 1.282/2010, no artigo 7º, discorre sobre a aplicação do Princípio do Registro pelo Valor Original.

Artigo 7º. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. §1º. As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: Ι – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; Π – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalente de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis. b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos

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valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada liquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída liquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. § 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.

Numa Ação de Reclamatória Trabalhista seja na fase de instrução do processo, seja na fase de Liquidação de Sentença, devem ser levantados, quer pelas próprias partes, quer pelo perito contador, os valores originais, tanto efetivamente pagos pelo empregador ao empregado, quanto a ele devidos na época da prestação de serviço.

2.1.3.6. Princípio da Competência.

O artigo 9º da Resolução do CFC n.º. 1.282, é descrito a aplicação na Contabilidade do Principio da Competência:

Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento.

Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.

Quando do Cálculo de Liquidação de Sentença os valores pagos e devidos ao reclamante pelo reclamado devem ser levantados mês a mês, seguido o principio da competência.

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Uma exceção se constitui no Imposto de Renda Retido na fonte (IRPF) sobre as diferenças salariais e reflexos pagos ao reclamante, na fase de execução de uma Ação Reclamatória Trabalhista, que segure o principiam de caixa.

2.1.3.7. Princípio da Prudência.

A aplicação do Principio da prudência na valoração dos elementos patrimoniais é descrita no artigo 10 da Resolução CFC n.º. 1.282/2010:

Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.

Na área pericial contábil a obediência ao principio da prudência reflete-se na responsabilidade e pontualmente, no zelo do perito contador deve ter ao desempenhar suas tarefas, conforme esclarece a Norma Brasileira de Contabilidade Profissional (NBC P) nº 2,6, aprovada pela Resolução CFC nº 1.051/05, nos itens 2.6.1.3 e 2.6.1.4.

Quanto do cálculo de Liquidação de Sentença, que procede a fase de execução de uma Ação Reclamatória Trabalhista, os valores originais devem ser atualizados por meio da aplicação do Fator de atualização e Correção de Débitos Trabalhistas (FACDT).

A Súmula n° 21, do TRT - 4° Região estabelece que:

Os débitos trabalhistas sofrem atualização monetária pro rata die a partir do dia imediatamente posterior à data do seu vencimento, considerando-se esta a prevista em norma legal ou, quando mais benéfica ao empregado, a fixada em cláusula contratual, ainda que tácita, ou norma coletiva.

Releva neste tópico esclarecer que, atrás da decisão do CFC de revogar o Princípio da Atualização Monetária, está a teoria econômica que considera que a correção monetária gera inflação inercial. Em palavras mais simples, para estes economistas proceder à correção monetária é como botar lenha na fogueira da inflação.

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O 1° conceito é de que inflação é um desequilíbrio na Economia, que consiste na perda de poder aquisitivo da moeda.

O 2° conceito é de que a inflação é a alta geral e continuada dos preços na Economia, alta em que uns preços sobem mais e outros menos.

Juridicamente, ao se determinar a correção monetária de rendas, tais como salários, honorários, proventos e aluguéis, visa-se a recomposição do poder de compra destas rendas.

2.2. Conceito de Perícia Contábil.

Segundo Alberto (2002, p. 19), a “perícia é um instrumento especial de constatação, prova ou demonstração, cientifica ou técnica, da veracidade de situações, coisas ou fatos”.

Segundo Sá (2008):

Perícia contábil é a verificação de fatos ligados ao patrimônio individualizado visando oferecer opinião, mediante questão proposta. Para tal opinião realizam-se exames, vistorias, indagações, investigações, avaliações, arbitramentos, em suma todo e qualquer procedimento necessário à opinião, (SÁ, 2008, p. 02).

A Norma Brasileira de Contabilidade a NBC TP 01 – Perícia Contábil, reformulada pela Resolução do CFC 1.243/2009, assim conceitua Pericia Contábil no item 2 (dois):

A Perícia Contábil constitui o conjunto de procedimentos técnicos e científicos destinados a levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar à justa solução do litígio, mediante laudo pericial contábil, e ou parecer pericial contábil, em conformidade com as normas jurídicas e profissionais, e a legislação específica no que for pertinente.

Conforme Hoog e Petrenco (2003, p.43): “A Perícia Contábil pode ser conceituada como um serviço especializado, com bases cientifica contábeis, fiscais e societárias, para a qual se exige formação de nível superior, para a apuração de questões jurídicas e extrajudiciais”.

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A Perícia visa buscar a verdade dos fatos através de laudo e opinião, busca a solução e esclarecimento dos interesses das partes envolvidas. A Perícia Contábil é de profundo conhecimento de profissional na área de Contabilidade e tem o intuito de fornecer informações sobre o patrimônio da entidade.

Sobre a responsabilidade Civil do Perito – Contador dispõe o Código Civil de 2002, art. 186: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

Código Civil de 2002, no art. 927 dispõe:

Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

Responsabilidade Pessoal dos Contadores na Qualidade de Profissionais Liberais

Código de Defesa do Consumidor - CDC/1990 - Lei 8.078,de 11.09.1990, art. 14, § 4°: A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.

Sobre prescrição da Ação Indenizatória, dispõe o CDC/1990, art. 27: Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.

Este prazo se sobrepõe ao prazo de 10 (dez) anos previsto no art. 205 do CC/2002.

Responsabilidade Criminal do Perito Contador

Código Penal (CP) – Decreto-lei 2.848, de 07.12.1940, no artigo 342, dispõe sobre falsa perícia: Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador,

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tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.

Código Penal de 1940, no art. 343: Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem à testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação.

2.2.1. Diferença entre Perícia e Auditoria.

De acordo com Sá (2008, p.16) “a auditoria permite muito maior delegação, que a Perícia Contábil; auditoria são mais “revisão” e perícia mais “produção de prova” por verificação, exame, arbitramentos etc.”.

Sá (2008) esclarece ainda a diferença entre perícia e auditoria:

A perícia serve a uma época, a um questionamento, a uma necessidade; a auditoria tende a ser a necessidade constante, atingindo um numero muito maior de interessados, sem necessidade de rigores metodológicos tão severos; basta dizer que a auditoria consagra a amostragem e a perícia a repele, com critério habitual. (SÁ, 2008, p. 16).

Hoog (2006) assim diferencia perícia de auditoria:

A perícia é a “prova elucidativa dos fatos”, já a auditoria é mais revisão, verificação, tende a ser necessidade constante repetindo-se de tempo em tempo, com menos rigores metodológicos, pois utiliza-se da amostragem. Já a perícia repudia a amostragem como critério e tem caráter de eventualidade e só trabalha com o universo completo, onde a opinião é expressada com rigores de cem por cento de análise. (HOOG, 2006, p. 105).

(29)

Quadro 1: Característica da Perícia

PERÍCIA

1 – Executada somente por pessoa física, na esfera judicial, pois depende de um profissional de nível universitário (CPC, art. 145). E tem autoridade e independência de juízo acadêmico concedida pelo juiz. Responde cível e criminalmente pelo resultado de sua opinião. Pode ser realizado por pessoa jurídica quando extrajudicial hipótese do art. 8° da lei 6.404/76.

2 – A perícia serve a uma época, questionamento específico, por exemplo, apuração de haveres na dissolução de sociedade.

3 – A perícia se prende ao caráter científico de uma prova com o objetivo de esclarecer controvérsias. Não se repete, é específica.

4 - É específica, restrita aos quesitos e pontos controvertidos, especificados pelo condutor judicial. 5 – Sua análise é irrestrita e abrangente.

6 – objetivo do trabalho: emissão de laudo pericial.

7 – Usuários do serviço: - as partes e principalmente a justiça.

8 – As normas técnicas são:

Resolução CFC 857/99 - trata das normas profissionais do perito; Resolução CFC 858/99 - trata da perícia contábil.

Resolução CFC 938?02 – trata do Termo de Diligência. Resolução CFC 939/02 – trata do Laudo e Parecer de Leigos. Resolução CFC 940/02 – trata da assinatura do conjunto. Resolução CFC 978/03 – trata do Laudo Pericial Contábil. Resolução CFC 985/03 – trata do Parecer Pericial Contábil. Resolução CFC 1.021/05 – trata do Planejamento da Perícia. Resolução CFC 1.041 – trata do Laudo Pericial.

Resolução CFC 1.050/05 – trata do Impedimento e Suspeição. Resolução CFC 1.051/05 – trata da Responsabilidade e Zelo. Resolução CFC 1.056/05 – trata da Competência Profissional. Resolução CFC 1.057/05 – trata dos honorários.

Resolução CFC Nº. 1.243/09- Aprova a NBC TP 01 – Perícia Contábil. Resolução CFC Nº. 1.244/09- Aprova a NBC PP 01 – Perito Contábil.

9 – o seu objeto é a prova de um ato ou ato. Fonte: HOOG, (2006, p. 106).

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2.2.2. Características da Perícia Contábil.

Segundo Sá (2008, p. 4) “caráter fundamental da perícia é a especificidade de exame e de opinião”, ou seja, ter objeto determinado para que se possa se dar uma opinião.

Em consonância com Sá (2008), a Perícia pode ser parcial ou total o exame de contas, demonstrações, documentos ou fatos. Dependendo do que se pretende, fixa-se o objeto a examinar a sua extensão. Nos exames de partes, todavia, mesmo assim, esses não podem ser obsoletos ou tidos como se fossem isolados, pois tudo no patrimônio vive em regime de interação.

“A especificidade exige do trabalho pericial a perseguição plena, pelo exame contábil, do objetivo para o qual se deseja a opinião”, (Sá, 2008, p. 4). Tudo o que for pertinente à opinião a ser emitida deve ser objeto de exame da perícia.

2.2.3. Perícia Judicial e Perícia Extrajudicial.

Segundo Sá (2008) esclarece:

Perícia Judicial é especifica e define-se pelo texto da lei, ela se motiva no fato de o juiz depender do conhecimento técnico ou especializado de um profissional para poder decidir. Classifica também a perícia contábil judicial como a que visa servir de prova, esclarecendo o juiz sobre assuntos em litígio que merecem seu julgamento, objetivando fatos relativos ao patrimônio aziendal ou de pessoas, (Sá, 2008, p. 57).

A perícia judicial é definida como o tipo de prova que utiliza os procedimentos de exame, avaliação e vistoria, expressando por meio de laudo pericial, elementos estes que juntam com os autos do processo, permitem ao magistrado o conhecimento de fatos que de outra forma dificilmente seriam trazidos a esta instância julgadora (Justiça do Trabalho e Justiça Civil, Poder Judiciário).

Segundo Alberto (2002), esclarece:

Perícia Extrajudicial é a que e realizada fora da esfera judicial, independe de tramitação judicial, podendo se transformar em judicial, caso haja um processo,

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dividem em demonstrativas, discriminativas e comprobatórias, onde se busca demonstrar a veracidade ou não do fato ou coisa previamente especificados na consulta; discriminativas são vias instadas a colocar nos justos termos os interesses de cada parte envolvida em conflito, e se tratando em comprobatória serve para comprovar, entre outras as fraudes, desvios e simulações supostamente ocorridos na matéria perecida, (ALBERTO, 2002, p. 53).

2.2.4. Prova Pericial Contábil

A prova pericial é um instrumento que contribui para a fundamentação da sentença, é uma atividade técnica cientifica integrada pelas etapas de verificação, constatação e analise do objeto em questão, visa à demonstração da verdade, ou seja, a prova pericial contábil auxilia o juiz dando a instrução necessária sobre algum fato que dependa de conhecimento especial.

Todas as vezes que se inicia uma ação judicial, as partes que entram em disputa seguramente o fazem com a convicção de que têm a razão, e a finalidade do processo judicial que se instaura é justamente de dar razão a quem realmente a possui, existindo uma premissa que consagra esta prática como sendo um instrumento que o Estado põe à disposição dos litigantes, a fim de administrar justiça, (MAIA NETO, 2005, p.14).

A prova e instrumento utilizado para a demonstração da veracidade entre o fato alegado e o fundamento jurídico do pedido, é a prova que colora a real verdade dos fatos e assim o juiz poderá aplicar a lei e dar a sentença com base nos fatos que lhe convenceram.

São provas:

· Prova documental: documento compreende não apenas os escritos, mas toda e qualquer coisa que transmita diretamente um registro físico a respeito de algum fato, como os desenhos, as fotografias, as gravações sonoras, filmes cinematográficos etc. Mas, em sentido estrito, quando se fala da prova documental, cuida-se especificamente dos documentos escritos, que são aqueles em que o fato vem registrado através da palavra escrita, em papel ou outro material adequado.

· Prova Testemunhal: é a que se obtém através do relato prestado, em juízo, por pessoas que conhecem o fato litigioso. Testemunha são todas as pessoas que vem em juízo depor sobre o fato controvertido.

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Diz o CPC no art. 400:

A prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a inquisição de testemunhas sobre fatos:

I – já provados pro documento ou confissão da parte;

II – que só por documento ou por exame pericial puderem ser provados.

· Prova Pericial: é a prova que se realiza por intermédio de pessoa dotada de certos conhecimentos, chamada pelo juiz para auxiliá-lo na percepção, observação, interpretação de certos fatos da causa, na descoberta da verdade, o art. 145 do CPC, diz quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou cientifico, o juiz será assistido por perito.

O CPC define a perícia no art. 420: “A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação”.

2.2.4.1. Depoimento Pessoal e das Partes

Theodoro Jr. (2008) esclarece o conceito de depoimento pessoal:

Depoimento pessoal é o meio de prova destinado a realizar o interrogatório da parte, no curso do processo. Aplica-se tanto ao autor como ao réu, pois ambos se submetem ao ônus de comparecer em juízo e responder ao que lhe foi interrogado pelo juiz (art. 340, I). A iniciativa da diligência processual pode ser da parte contrária (art. 343) ou do próprio juiz (art. 342). A finalidade desse meio de prova é dupla: provocar a confissão da parte e esclarecer fatos discutidos na causa, (THEODORO JR, 2008, p. 439).

Diz o artigo 342 do CPC: “O juiz pode, de ofício, em qualquer estado do processo, determinar o comparecimento pessoal das partes, a fim de interrogá-las sobre os fatos da causa”.

Dispõe o artigo 343 do CPC: “Quando o juiz não o determinar de oficio, compete a cada parte requerer o depoimento pessoal da outra, a fim de interrogá-la na audiência de instrução e julgamento”.

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O depoimento pessoal é resultante da interrogação (a inquirição) das partes litigantes pelo condutor do processo judicial (o juiz). O depoimento pessoal faz prova nos autos, à medida que, interrogada pelo juiz, a parte transmite no processo sua visão dos fatos submetidos à prestação jurisdicional, (ALBERTO, 2002, p. 27).

2.2.4.2. Confissão

Segundo Alberto (2002, p. 29) “Confissão só é admissível como tal sob determinadas condições, quais sejam: a) admitir como verdadeiro o fato contrário a seu interesse e favorável a outra parte; b) não se referir a fatos relativos a direitos indisponíveis; c) o caráter de indivisibilidade desta prova”.

“Há confissão, quando a parte admite a verdade de um fato, contrário ao seu interesse e favorável ao adversário. A confissão é judicial ou extrajudicial”, (CPC, art. 348).

Dispõe o artigo 354 do CPC:

A confissão é de regra admissível, não podendo a parte, que a quiser invocar como prova, aceitar no tópico que a beneficiar e rejeitá-la no que lhe for desfavorável. Cindir-se-á, todavia quando o confitente lhe aduzir fatos novos, suscetíveis de constituir fundamento de defesa de direito material ou de reconvenção.

Theodoro Jr. (2008) esclarece o conceito de confissão:

Como a confissão importa verdadeira renúncia de direitos (ou possíveis direitos envolvidos na relação litigiosa), só as pessoas maiores e capazes podem confessar. E, assim mesmo, apenas quando a causa versar sobre direitos disponíveis (art. 351) ou quando o ato não for daqueles cuja eficácia jurídica reclama forma solene. De tal sorte, podem-se arrolar os seguintes requisitos para eficácia da confissão: I – capacidade plena do confitente; os representantes legais de incapazes nunca podem confessar por eles; II – inexigibilidade de forma especial para validade do ato jurídico confessado (não se pode confessar um casamento sem demonstrar que ele se realizou com as solenidades legais; ou a aquisição da propriedade imobiliária sem a transcrição no Registro de Imóveis); III – disponibilidade do direito relacionado com o fato confessado. (THEODORO JR., 2008, p. 443).

2.2.4.3. Exibição de Documento ou Coisa

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É importante observar, principalmente para o profissional da perícia, que a exibição será elemento de prova por si ou por sua ausência, ou seja, (a) se exibida à coisa ou documento trará aos autos um elemento probante, ou (b) se não exibida, fará com que o juiz admita como verdadeiros os fatos que por meio daqueles, a parte pretendia provar, (ALBERTO, 2002, p. 30).

Diz o artigo 355 do CPC: “O juiz pode ordenar que a parte exiba documentos ou coisa, que se ache em seu poder”.

Dispõe o artigo 359 do CPC: “Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou coisa, a parte pretendia provar: I - se o requerido não efetuar a exibição, nem fizer qualquer declaração no prazo do art.357; II - se a recusa for havida por ilegítima”.

O artigo 360 do CPC completa: “Quando o documento ou a coisa estiver em poder de terceiro, o juiz mandará citá-lo para responder no prazo de 10 (dez) dias”.

Para Theodoro Jr. (2008), as partes e aos terceiros tem o dever de colaborar com o Poder Judiciário “para o descobrimento da verdade” (CPC, artigos. 339 a 341), pertence ao juiz o poder de determinar a exibição de documento ou coisa que se ache na posse das referidas pessoas, sempre que o exame desses bens for útil ou necessário para a instrução do processo.

2.2.4.4. Prova Documental

Para Alberto (2002, p. 31), a prova documental é a mais utilizada em um processo de reclamatória trabalhista, ela possui força probante. Os documentos com força probante poderão ser públicos ou particulares.

O artigo 364 do CPC contempla “O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença”.

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“Os documentos particulares, isto é, aqueles em que não ocorre interferência de oficial público em sua elaboração, podem assumir as feições de declaração: 1) escrita assinada pelo declarante; 2) escrita por outrem e assinada pelo declarante; 3) escrita pela parte, mas não assinada (papéis domésticos e anotações posteriores em documentos assinados); 4) mera escrita nem assinada pela parte (livros comerciais)”, (THEODORO JR., 2008, p. 456).

2.2.4.5. Prova Testemunhal

O artigo 400 do CPC contempla: “a prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: Ι- já aprovados por documentos ou confissão da parte; Π- que só por documentos ou exame pericial puderem ser aprovados”.

Theodoro Jr. (2008) conceitua prova testemunhal:

Prova testemunhal é a que se obtém através do relato prestado, em juízo, por pessoas que conhecem o fato litigioso. Testemunhas, pois, é as pessoas que vêm a juízo depor sobre o fato controvertido. Não podem ter interesse na causa e devem satisfazer a requisitos legais de capacidade para o ato que vão praticar, (THEODORO JR., 2008, p. 471).

Alberto (2002) comenta sobre a prova testemunhal:

Esta prova, no próprio Código de Processo Civil, é sempre admissível, exceto quando: a) a lei disponha de modo diverso; ou (b) os fatos já estejam provados por documentos ou confissão da parte; ou (c) os fatos somente possam ser provados por documento ou exame pericial, (ALBERTO, 2002, p. 32).

Há testemunhas podem ser presenciais, de referência e referidas. “As presenciais são as que, pessoalmente, assistiram ao fato litigioso; as de referência, as que souberam dele através de terceiras pessoas; e referidas, aquelas cuja existência foi apurada por meio do depoimento de outra testemunha”, (THEODORO JR., 2008, p.471).

(36)

As testemunhas podem ser classificadas ainda em judiciárias e instrumentárias. “Aquelas são as que relatam em juízo o seu conhecimento a respeito do litígio e estas as que presenciaram a assinatura do instrumento do ato jurídico e, juntamente comas partes, o firmaram”, (THEODORO JR., 2008, p.471).

Theodoro Jr. (2008, p.471), alerta que só é prova testemunhal à colhida com as garantias que cercam o depoimento oral, que obrigatoriamente se faz em audiência, em presença do juiz e das partes, sob compromisso legal previamente assumido pelo depoente e sujeito a contradita e perguntas daquele contra quem foi produzido.

2.2.4.6. Prova Pericial

Theodoro Jr. (2008) dispõe sobre Prova Pericial:

Os fatos litigiosos nem sempre são simples de forma a permitir a sua integral revelação ao juiz, ou sua inteira compreensão por ele, através apenas dos meios usuais de prova que são as testemunhas e documentos. Aparece, então, a prova pericial como o meio auxiliar o juiz através de conhecimentos técnicos de que se necessite para a apuração dos fatos, (THEODORO JR., 2008, p.481).

O artigo 332 do CPC contempla: “Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa”.

A prova pericial esta presente no CPC nos artigos 420 a 439 e sobre o perito contador dispõe os artigos 145 a 147 do CPC.

Diz o artigo 420 do CPC: “A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação”. A respeito dos procedimentos de Perícia Contábil para obtenção da Prova Pericial Contábil, a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Profissional (NBC TP) Perícia Contábil, pela Resolução CFC n° 1.243/2009, assim se manifesta:

18. – Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame,

(37)

vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.

19. – O exame é a análise de livros, registros das transações e documentos.

20. – A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.

21. – A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto da perícia.

22. – A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.

23. – O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico.

24. – A mensuração é o ato de quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações.

25. – A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.

26. – A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé

pública atribuída a este profissional. 2.2.5. Quesitos

De acordo com Zanna (2005):

A necessidade da prova pericial decorre de dúvidas a respeito da verdade que as partes desejam evidenciar ao magistrado. Essa dúvida e divergências apresentadas sob a forma de quesitos (perguntas) têm o objetivo de esclarecer e dar respostas a questões relacionadas com as controvérsias suscitadas nos autos no processo. Ao responder os quesitos, o perito cumpre a missão para a qual foi nomeado. Espera-se que suas respostas sejam taxativamente esclarecedoras, (ZANNA, 2005, p. 131).

Zanna (2005, p.131) esclarece o que são quesitos: “Quesitos são perguntas formuladas nos autos com a intenção de, pelas respostas a elas oferecidas pelo expert, as duvidas, as divergências e as contas possam a ser esclarecidas, se possível, de forma cabal ou taxativa”.

Para Medeiros Junior citado por Zanna (2005) na redação das respostas aos quesitos o perito necessita tomar cautelas especiais, devendo elas ser:

Claras: evitar palavras de duplo sentido ou linguagem intricada e obscura que venham a prejudicar a compreensão da matéria envolvida;

Objetivas: atender exclusivamente aquilo que foi perguntado; Pertinentes: ater-se a matéria envolvida na causa;

Concisas: evitar a narração extensa de fatores que podem ser resumidas em poucas palavras, sem perder seu conteúdo, (ZANNA, 2005, p. 133).

Hoog (2006) comenta sobre a oportunidade, o momento adequado da apresentação dos quesitos:

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O normal é que os quesitos sejam apresentados e deferidos antes da proposta de honorários, para que o s.r. Perito possa mensurar o número de horas a serem gastas. Mas, é possível que os quesitos sejam, apresentados a qualquer tempo. Portanto, interessante solicitar ao Exmo. Juiz que sejam apresentados antes da proposta dos honorários. Durante a diligência, as partes podem apresentar quesitos suplementares (CPC, 425), porém somente antes da apresentação do laudo, não podendo os mesmos ampliarem o objetivo da perícia, (HOOG, 2006, p. 127).

2.2.5.1. Quesitos Necessários

Ao nos referirmos aos quesitos necessários não consideramos que os mesmos sejam indispensáveis, mas tão somente questionamentos que são importantes, podendo a partir destes, que consideramos a estrutura básica, desenvolver as perguntas dentro das necessidades específicas da ação ou mesmo de uma redação que seja mais conveniente à situação encontrada, (MAIA NETO, 2005, p. 77).

2.2.5.2. Quesitos Elucidativos

“Se os quesitos forem apresentados após entrega do laudo e tiverem caráter meramente elucidativo, explicações dos quesitos primários são válidas e devem ser respondidos pelo perito”, (HOOG, 2006, p. 127).

2.2.5.3. Quesitos Impertinentes

“Um quesito é impertinente quando, por qualquer motivo, não é apropriado para o esclarecimento dos fatos, sendo irrelevante a sua resposta para a convicção do Juiz”, (MAIA NETO, 2005, p. 79).

Hoog (2006, p. 130), “São impertinentes à função contábil os quesitos que buscam a interpretação de textos legais, ou ligados à matéria de mérito, ou pertencentes à outra profissão: medicina, engenharia etc.”.

Como exemplos de quesitos impertinentes:

È importante frisar que constatando o perito a existência de quesitos que julgar impertinentes, mesmo que o juiz não os tenha indeferido, pode o profissional

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