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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.2. Conceito de Perícia Contábil

2.2.4. Prova Pericial Contábil

2.2.4.4. Prova Documental

Para Alberto (2002, p. 31), a prova documental é a mais utilizada em um processo de reclamatória trabalhista, ela possui força probante. Os documentos com força probante poderão ser públicos ou particulares.

O artigo 364 do CPC contempla “O documento público faz prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o tabelião, ou o funcionário declarar que ocorreram em sua presença”.

“Os documentos particulares, isto é, aqueles em que não ocorre interferência de oficial público em sua elaboração, podem assumir as feições de declaração: 1) escrita assinada pelo declarante; 2) escrita por outrem e assinada pelo declarante; 3) escrita pela parte, mas não assinada (papéis domésticos e anotações posteriores em documentos assinados); 4) mera escrita nem assinada pela parte (livros comerciais)”, (THEODORO JR., 2008, p. 456).

2.2.4.5. Prova Testemunhal

O artigo 400 do CPC contempla: “a prova testemunhal é sempre admissível, não dispondo a lei de modo diverso. O juiz indeferirá a inquirição de testemunhas sobre fatos: Ι- já aprovados por documentos ou confissão da parte; Π- que só por documentos ou exame pericial puderem ser aprovados”.

Theodoro Jr. (2008) conceitua prova testemunhal:

Prova testemunhal é a que se obtém através do relato prestado, em juízo, por pessoas que conhecem o fato litigioso. Testemunhas, pois, é as pessoas que vêm a juízo depor sobre o fato controvertido. Não podem ter interesse na causa e devem satisfazer a requisitos legais de capacidade para o ato que vão praticar, (THEODORO JR., 2008, p. 471).

Alberto (2002) comenta sobre a prova testemunhal:

Esta prova, no próprio Código de Processo Civil, é sempre admissível, exceto quando: a) a lei disponha de modo diverso; ou (b) os fatos já estejam provados por documentos ou confissão da parte; ou (c) os fatos somente possam ser provados por documento ou exame pericial, (ALBERTO, 2002, p. 32).

Há testemunhas podem ser presenciais, de referência e referidas. “As presenciais são as que, pessoalmente, assistiram ao fato litigioso; as de referência, as que souberam dele através de terceiras pessoas; e referidas, aquelas cuja existência foi apurada por meio do depoimento de outra testemunha”, (THEODORO JR., 2008, p.471).

As testemunhas podem ser classificadas ainda em judiciárias e instrumentárias. “Aquelas são as que relatam em juízo o seu conhecimento a respeito do litígio e estas as que presenciaram a assinatura do instrumento do ato jurídico e, juntamente comas partes, o firmaram”, (THEODORO JR., 2008, p.471).

Theodoro Jr. (2008, p.471), alerta que só é prova testemunhal à colhida com as garantias que cercam o depoimento oral, que obrigatoriamente se faz em audiência, em presença do juiz e das partes, sob compromisso legal previamente assumido pelo depoente e sujeito a contradita e perguntas daquele contra quem foi produzido.

2.2.4.6. Prova Pericial

Theodoro Jr. (2008) dispõe sobre Prova Pericial:

Os fatos litigiosos nem sempre são simples de forma a permitir a sua integral revelação ao juiz, ou sua inteira compreensão por ele, através apenas dos meios usuais de prova que são as testemunhas e documentos. Aparece, então, a prova pericial como o meio auxiliar o juiz através de conhecimentos técnicos de que se necessite para a apuração dos fatos, (THEODORO JR., 2008, p.481).

O artigo 332 do CPC contempla: “Todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, são hábeis para provar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou a defesa”.

A prova pericial esta presente no CPC nos artigos 420 a 439 e sobre o perito contador dispõe os artigos 145 a 147 do CPC.

Diz o artigo 420 do CPC: “A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação”. A respeito dos procedimentos de Perícia Contábil para obtenção da Prova Pericial Contábil, a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Profissional (NBC TP) Perícia Contábil, pela Resolução CFC n° 1.243/2009, assim se manifesta:

18. – Os procedimentos de perícia contábil visam fundamentar as conclusões que serão levadas ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil, e abrangem total ou parcialmente, segundo a natureza e a complexidade da matéria, exame,

vistoria, indagação, investigação, arbitramento, mensuração, avaliação e certificação.

19. – O exame é a análise de livros, registros das transações e documentos.

20. – A vistoria é a diligência que objetiva a verificação e a constatação de situação, coisa ou fato, de forma circunstancial.

21. – A indagação é a busca de informações mediante entrevista com conhecedores do objeto da perícia.

22. – A investigação é a pesquisa que busca trazer ao laudo pericial contábil ou parecer pericial contábil o que está oculto por quaisquer circunstâncias.

23. – O arbitramento é a determinação de valores ou a solução de controvérsia por critério técnico.

24. – A mensuração é o ato de quantificação física de coisas, bens, direitos e obrigações.

25. – A avaliação é o ato de estabelecer o valor de coisas, bens, direitos, obrigações, despesas e receitas.

26. – A certificação é o ato de atestar a informação trazida ao laudo pericial contábil pelo perito-contador, conferindo-lhe caráter de autenticidade pela fé

pública atribuída a este profissional. 2.2.5. Quesitos

De acordo com Zanna (2005):

A necessidade da prova pericial decorre de dúvidas a respeito da verdade que as partes desejam evidenciar ao magistrado. Essa dúvida e divergências apresentadas sob a forma de quesitos (perguntas) têm o objetivo de esclarecer e dar respostas a questões relacionadas com as controvérsias suscitadas nos autos no processo. Ao responder os quesitos, o perito cumpre a missão para a qual foi nomeado. Espera-se que suas respostas sejam taxativamente esclarecedoras, (ZANNA, 2005, p. 131).

Zanna (2005, p.131) esclarece o que são quesitos: “Quesitos são perguntas formuladas nos autos com a intenção de, pelas respostas a elas oferecidas pelo expert, as duvidas, as divergências e as contas possam a ser esclarecidas, se possível, de forma cabal ou taxativa”.

Para Medeiros Junior citado por Zanna (2005) na redação das respostas aos quesitos o perito necessita tomar cautelas especiais, devendo elas ser:

Claras: evitar palavras de duplo sentido ou linguagem intricada e obscura que venham a prejudicar a compreensão da matéria envolvida;

Objetivas: atender exclusivamente aquilo que foi perguntado; Pertinentes: ater-se a matéria envolvida na causa;

Concisas: evitar a narração extensa de fatores que podem ser resumidas em poucas palavras, sem perder seu conteúdo, (ZANNA, 2005, p. 133).

Hoog (2006) comenta sobre a oportunidade, o momento adequado da apresentação dos quesitos:

O normal é que os quesitos sejam apresentados e deferidos antes da proposta de honorários, para que o s.r. Perito possa mensurar o número de horas a serem gastas. Mas, é possível que os quesitos sejam, apresentados a qualquer tempo. Portanto, interessante solicitar ao Exmo. Juiz que sejam apresentados antes da proposta dos honorários. Durante a diligência, as partes podem apresentar quesitos suplementares (CPC, 425), porém somente antes da apresentação do laudo, não podendo os mesmos ampliarem o objetivo da perícia, (HOOG, 2006, p. 127).

2.2.5.1. Quesitos Necessários

Ao nos referirmos aos quesitos necessários não consideramos que os mesmos sejam indispensáveis, mas tão somente questionamentos que são importantes, podendo a partir destes, que consideramos a estrutura básica, desenvolver as perguntas dentro das necessidades específicas da ação ou mesmo de uma redação que seja mais conveniente à situação encontrada, (MAIA NETO, 2005, p. 77).

2.2.5.2. Quesitos Elucidativos

“Se os quesitos forem apresentados após entrega do laudo e tiverem caráter meramente elucidativo, explicações dos quesitos primários são válidas e devem ser respondidos pelo perito”, (HOOG, 2006, p. 127).

2.2.5.3. Quesitos Impertinentes

“Um quesito é impertinente quando, por qualquer motivo, não é apropriado para o esclarecimento dos fatos, sendo irrelevante a sua resposta para a convicção do Juiz”, (MAIA NETO, 2005, p. 79).

Hoog (2006, p. 130), “São impertinentes à função contábil os quesitos que buscam a interpretação de textos legais, ou ligados à matéria de mérito, ou pertencentes à outra profissão: medicina, engenharia etc.”.

Como exemplos de quesitos impertinentes:

È importante frisar que constatando o perito a existência de quesitos que julgar impertinentes, mesmo que o juiz não os tenha indeferido, pode o profissional

escusar-se de respondê-los, apontando os motivos que o levaram a tal atitude. Entendemos que este problema pode ser resolvido pelo perito que possui discernimento para isto, não havendo necessidade de peticionar ao Juiz sobre o assunto, (MAIA NETO, 2005, p. 79).

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