• Nenhum resultado encontrado

DOC 7 - ALEGAÇÕES FINAIS - DEFESA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "DOC 7 - ALEGAÇÕES FINAIS - DEFESA"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE RONDONÓPOLIS

ESTADO DE MATO GROSSO

Autos n.º ...– CÓDIGO ... Numeração Única: ...

..., devidamente qualificado nos autos epigrafados, vem perante este honrado Juízo, através do advogado que esta subscreve, in fine, nomeado ao patrocínio da defesa em questão (fls. 75) apresentar em forma de MEMORIAIS, suas DERRADEIRAS ALEGAÇÕES, asseverando para tanto os seguintes fatos e fundamentos:

I – DOS FATOS E FUNDAMENTOS

Depreende de auto de prisão em flagrante que o DENUNCIADO foi inserido no cárcere em 04.09.2012, pela suposta prática de furto com rompimento de obstáculo (art. 155, § 4.º, I, do CP), cujo preceito secundário varia de 02 (dois) a 08 (oito) anos de reclusão e multa, sendo denunciado ainda com o acréscimo de § 1.º, por tratar-se de fato ocorrido durante o repouso noturno, visualizando-se causa de aumento de pena (1/3) .

Afirmou o Ministério Público que a subtração recaiu sobre 01 (um) aparelho de solda BANTAM 2000, avaliado em R$ 300,00 (trezentos reais).

Autuado em flagrante na posse da res furtiva, afirmou o DENUNCIADO que não foi o responsável pela subtração daquele patrimônio.

(2)

Realizados os labores instrutórios na data de 16 de janeiro de 2013, foram ouvidas as testemunhas ...e ..., arroladas pela acusação e procedido ao interrogatório de ...

Apresentadas as Alegações Finais pelo Parquet, com arrimo em artigo 386, VII, do CPP, entendeu o titular da ação penal não subsistirem elementos aptos a confirmação da prática delituosa em desfavor do Denunciado, pleiteando sua ABSOLVIÇÃO (fls. 116/118 e verso).

Pois bem.

De se evidenciar, por primeiro a insurgência da Defesa quanto a inobservância do devido processo legal, sendo surpreendida em audiência com a juntada extemporânea de Laudo Pericial a atestar o rompimento de obstáculo, APÓS a apresentação de Resposta à Acusação, não sendo intimado o subscritor de aludida peça (fls. 90/96), não tendo a oportunidade de ter seu conhecimento prévio e se insurgir ou não contra a mesma.

O registro mencionado é realizado apenas a título de necessária acuidade desse Juízo a não permitir que essa exegese persista, maculando o devido processo legal e por corolário a ampla defesa e o contraditório.

Não se nega, no entanto, NÃO subsista, in casu, prejuízo ao Denunciado, diante a tese defensiva por si encampada, NEGANDO a autoria do delito, fato que resta abrandado ainda diante o entendimento ministerial de sua absolvição, mas que não pode passar despercebido já que, inclusive, dentre as argumentações defensivas apresentadas em Resposta à Acusação, expressamente foi abordada a inexistência da qualificadora pela ausência de laudo pericial específico, em perfeita sintonia com os mandamentos legais e jurisprudenciais vigentes (fls. 79/80).

Reportando aos termos probatórios acostados aos autos, em fase inquisitorial, NÃO HÁ NOS AUTOS, robusta demonstração de que a subtração da res

furtiva tenha se dado em período de repouso noturno, também permitindo-se a exclusão

dessa causa de aumento de pena, de qualquer forma incidente apenas em crime de furto simples,1 também não há explícita demonstração de autoria da subtração de patrimônio pelo DENUNCIADO, tal como asseverado pelo mesmo em seu interrogatório, no máximo admitindo-se a apreensão do aparelho subtraído, consigo, não implicando necessária identificação da prática do crime de furto, por igual não evidenciando-se a subsistência do elemento subjetivo à prática de qualquer ilícito.

1

A majorante do furto noturno (§ 1.º) somente incide no furto simples, não se aplicando às figuras de furto qualificado do § 4.º (STJ, HC 10.240-RS, j. 21.10.99, DJU 14.2.2000, p. 79, in Bol. IBCCr 88/431).

(3)

Em escorreita análise dos elementos probatórios jurisdicionalizados, o Ministério Público foi enfático a afirmar que “verifica-se durante a instrução criminal, não foram colhidas provas seguras quanto à autoria da subtração por parte do acusado, sendo certo que, somente restou comprovado que o mesmo foi detido na posse do objeto oriundo do furto, o qual declarou ter encontrado abandonado em um terreno” (fls. 117).

O policial militar ouvido em Juízo, Sr...foi contundente a afirmar que a condução e autuação do Denunciado à Delegacia não se deu por eventual notícia da prática de crime pelo mesmo, mas simplesmente e CENSURAVELMENTE por portar objeto à noite, em dita suposta atitude suspeita, QUANDO O CONTRÁRIO DEVERIA PREVALECER, OU SEJA, DEVERIA HAVER A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA.

De qualquer forma não houve qualquer mínimo indicativo de autoria de qualquer crime por parte do Denunciado.

A vítima ..., da mesma forma, pronunciando-se não foi capaz de externar nada acerca da autoria delituosa do crime de furto.

Dessa forma Excelência, não qualquer adesão subjetiva por parte do Denunciado ...à prática de qualquer ilícito, realmente sendo sua ABSOLVIÇÃO, tal como requerido pelo Ministério Público, o único caminho possível a ser adotado.

Doutrina o eminente Livre Docente e Professor Antônio Scarance Fernandes2:

“Quando a imputação envolve concurso de agentes, a conduta de cada acusado deve ser claramente individualizada na acusação. Cada agente é responsável por parcela do fato e nem se exige que com sua ação realize todos os elementos da figura típica; em caso de participação, pode a sua conduta nem corresponder a tais elementos. Por isso para poder realizar sua defesa, o co-autor ou partícipe precisa saber claramente qual é a parcela de sua contribuição para o fato criminoso. Impõe-se, portanto, que a denúncia ou a queixa narre o fato de modo a tornar clara e precisa a conduta de todos os imputados”.

Para a incidência do tipo legal em comento, como corolário do princípio da reserva legal, a adequação do comportamento humano deve se amoldar perfeitamente ao texto da lei, a não se permitir a instabilidade advinda de períodos antidemocráticos.3

(4)

Luiz Régis Prado sintetiza a segurança jurídica a prevalecer como “restrição das fontes normativas (lei formal) e como garantia da liberdade pessoal do cidadão, representando um valor superior que se impõe não somente ao juiz, ou à administração, como ao próprio legislador”,4 destacando:

“Pelo princípio da reserva legal significa que a intervenção penal deve estar disciplinada pelo domínio da lei stricto sensu – império da lei (art. 5.° XXXIX, da CF, e 1.° do CP), como forma de evitar o exercício arbitrário e ilimitado do poder estatal de punir”5.

Os fatos em comento, já não fossem suficientes, per si, a demonstrar a ausência de comportamento ilícito a persistir em relação ao Denunciado, no mínimo contribui a confirmar a ausência de dolo.

Sob o crivo do contraditório, respeitando o devido processo legal e a amplitude da defesa, não se produziu nenhum elemento apto a permitir a autoria do ilícito em relação ao Denunciado.

Cumpre ao Estado-Juiz, detentor do jus puniendi, em eventual condenação, indicar solidamente a materialidade e autoria do fato típico, antijurídico e culpável, sendo salutar a lição do eminente doutrinador Fernando Capez, em sua obra Curso de Processo Penal, 7.ª ed. São Paulo, Ed. Saraiva, 2001, às fls. 39:

“ESTADO DE INOCÊNCIA. Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória (art. 5.º, LVII). O princípio da presunção de inocência desdobra-se em três aspectos: a) no momento da instrução processual, como presunção legal relativa de não-culpabilidade, invertendo-se o ônus da prova;

b) no momento da

avaliação da prova, valorando-a em favor do acusado quando

houver dúvida;

c) no curso do processo penal, como paradigma de

tratamento do imputado, especialmente no que concerne à análise da necessidade da prisão processual.

3

“Quando a consciência jurídica impôs ao Direito Penal, com o fim de segurança, a exigência de uma definição clara e precisa dos fatos em razão dos quais a sanção se aplica, o meio criado pelos juristas para resolver esse problema capital foi o tipo, isto é, a descrição exata das circunstâncias elementares do fato punível”. BRUNO, Aníbal. DIREITO PENAL. Parte Geral, Tomo I. 5.ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Forense, 2003. Fls. 213.

4

PRADO, Luiz Regis. BEM JURÍDICO-PENAL E CONSTITUIÇÃO. 3.ª ed. São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 2003. Fls. 67.

(5)

O estado de inocência como um dos princípios informadores do processo penal é imposição constitucional, cabendo ao Estado Juiz demonstrar, sem sombra de dúvidas a participação do Denunciado no episódio no qual viu-se inserido (grifei).

Há de ser exposto ao menos a dúvida como elemento a ser interpretado favoravelmente ao Alegante.

“FAVOR REI. A dúvida sempre beneficia o acusado. Se houver duas interpretações, deve-se optar pela mais benéfica; na dúvida, absolve-se o réu, por insuficiência de provas; só a defesa possui certos recursos, como o protesto por novo júri e os embargos infringentes; só cabe ação rescisória penal em favor do réu (revisão criminal) etc.”. (CAPEZ, Fernando. CURSO DE PROCESSO PENAL. 7.ª ed. São Paulo, Ed. Saraiva, 2001. Fls.39).

Nesta ótica:

EMENTA. PENAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. DÚVIDA ACERCA DA AUTORIA. RECURSO ESPECIAL. 1. Havendo dúvida acerca da autoria, deve imperar o princípio do "in dubio pro reo". 2. Recurso Especial não provido. RESP 171995/DF. Rel. Min. Edson Vidigal. 5.ª Turma. STJ. DJ 18/10/99.

Extrai-se dos termos alhures, o suficiente a obter-se uma exegese favorável ao Alegante, conduzindo ao desígnio pretendido pela Defesa e partilhado pela acusação, qual seja, a ABSOLVIÇÃO, amparada em elementos suficientemente robustos, mesmo não sendo necessários em nossa hermenêutica processual penal. Devendo, ao contrário, obter-se a certeza plena a condenar-obter-se, pois as conobter-seqüências advindas da inobter-serção injusta de um inocente no cárcere são incomensuráveis e irreparáveis.

A respeito da adoção de presunções na atribuição de autorias, já se decidiu:

“Só a certeza quanto à configuração do corpus delicit leva à condenação. As informações da fase investigatória só são relevantes para o juízo de suspeita sobre o fato - opinio delicti, não formando, isoladas, o mínimo de prova para o decreto condenatório. Também conduz à absolvição a dúvida quanto ao fato punível, conforme o comando normativo do artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal. Apelações conhecidas e providas ". ORIGEM: TJGO Primeira Câmara Criminal. FONTE: DJ n 12194 de 27/11/95 p 9

(6)

Como notório, ao reconhecimento da figura típica, antijurídica e culpável de furto, deve se ter amparo sólido, concreto e mesmo indiscutível acerca da materialidade e autoria do delito. Não deve, jamais, operar frente a indícios e suposições, sob pena de se prevalecerem injustiças.

O que se pode afirmar é que se a dúvida resplandece e ofusca a acusação, impõe-se que se absolva o Denunciado, não podendo ninguém ser condenado com fundamento em indícios, conjecturas ou suspeitas, como se verifica no caso sub-judice, vez que a condenação exige prova plena e incontestável em que se arrime.

A incoerência da denúncia é mostrada sem nenhum óbice nas linhas volvidas, percebendo-se que o próprio titular da ação penal pleiteia a ABSOLVIÇÃO do Denunciado.

“Se a prova da acusação é deficiente e incompleta, impõe-se a absolvição do Réu, em cujo o favor milita a presunção de inocência” (Revista Forense vol. 186/316)

Não se olvidar da busca incessante de uma verdade plena, justa e inabalável, os elementos probatórios colhidos durante todo o labor processual devem ser a “mola mestra” a se extraí-la.

Deve se ter o cuidado a não se reportar a conclusões estapafúrdias a se evitar antinomias inconciliáveis.

EMENTA: "Prova insuficiente e contraditória. Absolvição. Não se pode condenar uma pessoa quando a prova contra ela é contraditória e insuficiente. Na dúvida, a decisão, nesse caso, beneficia o réu. Apelo provido". ACÓRDÃO: 15/03/94 03/15/94. RELATOR: Des Messias de Souza Costa. TJGO Primeira Câmara Criminal. DJ n 11799 de 15/04/94 p .

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL. ROUBO QUALIFICADO. PRELIMINARES: NULIDADE DA SENTENÇA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO NA FIXAÇÃO DA PENA DE MULTA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO NA FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL. MÉRITO: INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. PRINCÍPIO DA DÚVIDA. ABSOLVIÇÃO. PRELIMINARES: NA FIXAÇÃO DA PENA DE MULTA, NÃO EXIGE FUNDAMENTAÇÃO ESPECIAL, EIS QUE SE APLICAM AS CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS ANALISADAS PARA ESTABELECER A PENA CORPORAL; 2 - DE IGUAL MODO SE APLICA PARA A FIXAÇÃO DO REGIME PRISIONAL. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 33, § 3º, DO CÓDIGO PENAL. MÉRITO: INEXISTINDO PROVA SUFICIENTE

(7)

DA AUTORIA, A SUSTENTAR A ACUSAÇÃO, AINDA QUE, INTUITIVAMENTE, SE ADMITA SEREM OS RÉUS OS AUTORES DO CRIME, IMPÕE SE APLIQUE O PRINCÍPIO IN DUBIO PRO REO, PARA ABSOLVÊ-LOS." (TJDF. Classe do Processo : APELAÇÃO CRIMINAL 19980410012256 APR DF Registro do Acordão Número : 125975 Data de Julgamento : 04/05/2000 Órgão Julgador : 2ª Turma Criminal Relator : JOAZIL M GARDES Publicação no DJU: 07/06/2000 Pág. : 36 (até 31/12/1993 na Seção 2, a partir de 01/01/1994 na Seção 3).

Não logrando a acusação alicerçar robustamene suas convicções, não subsiste outra alternativa senão a absolvição do Denunciado:

- TJMT. SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL. RECURSO DE APELAÇÃO CRIMINAL Nº 49493/2007. RELATOR DESEMBARGADOR PAULO DA CUNHA.

EMENTA

RECURSO DE APELAÇÃO - APELO MINISTERIAL – FURTO QUALIFICADO - ABSOLVIÇÃO - INSUFICIÊNCIA DE PROVAS QUANTO À MATERIALIDADE - SENTENÇA MANTIDA.

Para prolação de um decreto penal condenatório é indispensável prova que forneça segurança acerca da existência do delito e seu autor. Na situação, a prova colacionada não fornece mais do que simples indícios, inconcludentes.

Inexistindo, nos autos prova estreme de dúvida de que o réu tenha sido o autor da prática delitiva, imperiosa sua absolvição.

Recurso conhecido e improvido.

Gustavo Henrique Righi Ivahi Badaró, na festejada obra Ônus da Prova no Processo Penal6 é bastante elucidativo:

“No processo penal, a identificação da regra de julgamento com o in dubio

pro reo revela o conteúdo garantista do ônus da prova.

Neste contexto, definir as situações em que o juiz deve aplicar o in dubio

pro reo representa uma inegável garantia do acusado. O reconhecimento da

aplicação do benefício da dúvida, por exemplo, nos casos de excludentes de ilicitude, ou quando o álibi não é suficientemente provado, é uma forma de dar concretude ao aspecto probatório da presunção de inocência.

(8)

Com isto, dá-se uma dimensão positiva ao ônus da prova no processo penal. Mais do que uma indicação ao juiz de como decidir em caso de dúvida sobre fato relevante, o ônus da prova é um mecanismo técnico-processual de realização da garantia política da presunção de inocência. Inicialmente, todo acusado tem o direito à prova, enquanto possibilidade de se levarem ao processo todos os elementos necessários à demonstração de sua inocência. Ainda que sob um enfoque subjetivo, mesmo não incidindo sobre o acusado o ônus de provar sua inocência, cabendo à acusação encargo de provar sua culpabilidade, é inegável que existe um interesse do acusado em demonstrar sua inocência. Para tanto, ele alega fatos que lhe são favoráveis. Mas não basta alegar, mesmo tendo o ônus da prova a seu favor, o acusado tem de poder influenciar o convencimento judicial, provando que os fatos lhe são favoráveis são verdadeiros.

Porém, mesmo que o direito à prova tenha sido plenamente exercido – não pelo acusado, mas também pelo Ministério Público, ou pelo querelante – é possível que, ao final do processo, haja dúvida sobre os fatos relevantes. Eis o momento em que o ônus objetivo da prova no processo penal irá efetivar a garantia da presunção de inocência, impondo a absolvição, como decorrência do in dubio pro reo”.

A lição de Luigi Ferrajoli7 é oportuna:

[...] se a jurisdição é a atividade necessária para obter a prova de que um sujeito cometeu um crime, desde que tal prova não tenha sido encontrada mediante um juízo regular, nenhum delito pode ser considerado cometido e nenhum sujeito pode ser reputado culpado nem submetido a pena. Sendo assim, o princípio de submissão à jurisdição – exigindo, em sentido lato, que não haja culpa sem juízo, e, em sentido estrito, que não haja juízo sem que a acusação se sujeite à prova e à refutação – postula a presunção de

inocência do imputado até prova contrária decretada pela sentença

definitiva de condenação. Trata-se, como afirmou Luigi Lucchini, de ‘um corolário lógico do fim racional consignado ao processo’ e também a ‘primeira e fundamental garantia que o procedimento assegura ao cidadão: presunção júris, como sói dizer, isto é, até prova contrária’. A culpa, e não a inocência, deve ser demonstrada, e é a prova da culpa – ao invés da de inocência, presumida desde o início – que forma o objeto do juízo.

(9)

Esse princípio fundamental de civilidade representa o fruto de uma opção garantista a favor da tutela da imunidade dos inocentes, ainda que ao custo da impunidade de algum culpado. ‘Basta ao corpo social que os culpados sejam geralmente punidos’, escreveu Lauzé di Peret, ‘pois é seu maior interesse que todos os inocentes sem exceção sejam protegidos’. É sobre essa opção que Montesquieu fundou o nexo entre liberdade e segurança dos cidadãos: ‘a liberdade política consiste na segurança, ou ao menos na convicção que se tem da própria segurança’, e ‘essa segurança nunca é posta em perigo maior do que nas acusações públicas e privadas’, de modo que ‘quando a inocência dos cidadãos não é garantida, tampouco o é a liberdade’.

II - REQUERIMENTO

Nestes termos, chamando a si o dominante entendimento legal, jurisprudencial e doutrinário atinentes, certo de que prevalecerão intactas e ilesas as normas jurídicas

- seja absolvido o Denunciado ...dos termos acusatórios ofertados em seu desfavor, expedindo-se imediato ALVARÁ DE SOLTURA, se por al não estiver

preso.

Rondonópolis/MT, 28 de janeiro de 2013.

Referências

Documentos relacionados

Ana Beatriz Teodoro dos Anjos 1 Igor Silva Moreira 1 Joaquim Augusto Silva Gomes 1 Luiza Santos Cardoso 1 Natália Borges Rodrigues de Deus 1 Tiago de Oliveira Pitaluga 2 Mário

Depois de ser pressionado por diversas manifestações organizadas pelo Sindicato dos Professores do ABC e docentes da Fundação Santo André, o prefeito Carlos Grana pro- curou

Diante deste preocupante quadro social e ambiental, o projeto desenvolvido pela Organização não Governamental – Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) que tem como título

Mas tudo isto não aparece como um automatismo, porque quer o jovem que está no processo quer o adulto que continua necessariamente nesse processo, sob o risco de pararem e deixa-

BANESPREV ABRIU O NOVO PLANO CD E AGORA, MAIS DO QUE NUNCA, É HORA DE NÃO SE DEIXAR LEVAR POR PROMESSAS, QUE NA REALIDADE SÓ TRAZEM BENEFÍCIO PARA O SANTANDER E AINDA PODEM

(Ao LADo Do mETRÔ IPIRAnGA) 1 DORMITÓRIO COZINHA LAVANDERIA QUINTAL BoSQUE DA SAÚDE R$ 700.00 1 DORMITORIO COZINHA BANHEIRO ÁGUA FUnDA R$ 750.00 (Com IPTU) 1 DORM SALA

Então, preste atenção neste ponto muito importante, de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes continuarem sujeitos ao pecado, mesmo depois de

A coragem editorial revelada na publica- ção deste livro não se encontra também no facto de se tratar de um livro polémico – que não é – e, muito menos, de