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Plano de ação para fortalecimento do tratamento e a adesão aos procedimentos terapêuticos ao paciente com transtorno bipolar do humor

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FABIOLA ALVES PINHEIRO DA SILVA SÁ TELES

PLANO DE AÇÃO PARA FORTALECIMENTO DO TRATAMENTO E A ADESÃO AOS PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS AO PACIENTE COM TRANSTORNO

BIPOLAR DO HUMOR

SEABRA (BA) 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

FABIOLA ALVES PINHEIRO DA SILVA SÁ TELES

PLANO DE AÇÃO PARA FORTALECIMENTO DO TRATAMENTO E A ADESÃO AOS PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS AO PACIENTE COM TRANSTORNO

BIPOLAR DO HUMOR

SEABRA (BA) 2014

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em Enfermagem – Saúde Mental do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista.

Profª.Orientadora:Giovana DornelesCallegaro Higashi

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FOLHA DE APROVAÇÃO

O trabalho intitulado PLANO DE AÇÃO PARA FORTALECIMENTO DO TRATAMENTO E A ADESÃO AOS PROCEDIMENTOS TERAPÊUTICOS AO PACIENTE COM TRANSTORNO BIPOLAR DO HUMOR de autoria do aluno FABIOLA

ALVES PINHEIRO DA SILVA SÁ TELES foi examinado e avaliado pela banca avaliadora, sendo considerado APROVADO no Curso de Especialização em Linhas de Cuidado em

Enfermagem – Área Saúde Mental.

_____________________________________ Profa. Dda. Giovana Dorneles Callegaro Higashi

Orientadora da Monografia

_____________________________________ Profa. Dra.Vânia Marli Schubert Backes

Coordenadora do Curso

_____________________________________ Profa. Dra. Flávia Regina Souza Ramos

Coordenadora de Monografia

SEABRA (BA) 2014

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Dedico este trabalho ao meu filho João Luiz, que é a razão do meu viver e ao meu avô Fidelcino Pinheiro, que a cada dia me mostra novas lições de vida.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço DEUS, por estar presente em todos os momentos da minha vida. Aos meus pais, João Luiz (in memorian) e Mª Neta, pelo incentivo que sempre

me deram para que eu pudesse estudar.

Ao meu querido esposo e companheiro, Abelman por tudo que tem feito por mim. Ao meu adorado avô Fidelcino Pinheiro, que me faz sorrir a cada dia com uma

“piada” diferente.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 08

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 10

2.1 Conceitualizando o episódio de mania 11 2.2 Conceitualizando o episódio de depressão 12

2.3 Conceitualizando os episódios de estados mistos 12 3. MÉTODO 13

4.RESULTADO E ANÁLISE 14 4.1 Plano de Ação 16

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 18

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RESUMO

O presente estudo apresenta uma revisão de literatura sobre o Transtorno Bipolar do Humor (TBH) haja vista que o TB é uma patologia crônica e em boa parte incapacitante, é altamente relevante devido ao prejuízo associado a esta condição, não somente aos pacientes, mas também aos familiares e cuidadores. Tem como objetivo revisar a literatura sobre o Transtorno Bipolar do Humor e propor um plano de ação para fortalecer o tratamento e a adesão aos procedimentos terapêuticos dispensados pelos profissionais de saúde. Foi realizado um estudo literário, utilizando livros e literaturas eletrônicas. No decorrer do estudo pode-se perceber a importância dos profissionais de saúde, na melhoria do quadro clínico dos portadores de TBH. A partir do estudo, chegou-se à conclusão de que a saúde mental continua sendo uma das áreas mais defasadas em relação à assistência prestada e qualificação profissional. Mesmo com a existência de um programa específico preconizado pelo Mistério da Saúde, ainda, percebe-se a escassez de estudos publicados acerca da temática abordada. Palavras-chave: Transtorno Bipolar; Profissionais de Saúde; Tratamento.

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O Transtorno Bipolar do Humor (TBH) ou Transtorno Afetivo Bipolar, também conhecido como psicose maníaco depressiva, é uma doença psiquiátrica caracterizada por oscilações ou mudanças cíclicas de humor e comportamento que variam em intensidade (leve, moderada ou grave) e duração (episódios curtos, longos e crônicos). As mudanças de humor vão desde as oscilações normais, como nos estados de alegria e tristeza, até mudanças patológicas acentuadas e diferentes do normal, como episódios de mania, hipomania, depressão e misto.

O TBH é uma doença de grande impacto na vida do paciente, de sua família e da sociedade, causando prejuízos frequentemente irreparáveis na saúde, na reputação e nas finanças do indivíduo, além do sofrimento psicológico. Nos últimos anos, ocorreu o desenvolvimento de inúmeras pesquisas sobre Transtorno Bipolar do Humor com isso houve uma evolução e reabilitação desses pacientes. Assim especialistas acreditam que um programa integrado baseado na ação de uma equipe multidisciplinar, oferecendo tanto acompanhamento médico, com tratamento farmacológico, quanto serviço psicológico (recurso terapêutico) e apoio à família do paciente, é de extrema relevância para uma melhora em longo prazo no quadro clínico do paciente.

A Enfermagem sempre pareceu, para alguns olhares menos perspicazes, estar à sombra do conhecimento médico. Mas, na verdade, ela constrói seu conhecimento e divide com todas as outras áreas envolvidas os triunfos e as frustrações de trabalhar em Saúde Mental, a flexibilidade para desprender-se de conceitos científicos fixos e a atenção para as necessidades de mudanças a cada passo constitui pontos-chave para o crescimento pessoal e do conhecimento no setor Saúde Mental.

Durante vinte e dois meses que venho atuando como Enfermeira do CAPS I, na cidade de Seabra-BA, tenho notado o alto índice de portadores de TBH, independentemente de sexo e faixa etária. Diante desta afirmativa, surgiu a necessidade de pesquisar melhor, em literaturas sobre o Transtorno Bipolar do Humor, para entenderquais consequênciasfísicas, sociais e psíquicaspodem trazer ao portador desta patologia.

Não há dúvidas de que o Transtorno Bipolar do Humor não é somente uma condição endógena. Severos eventos negativos durante a vida influenciam o desenvolvimento do primeiro episódio e alteram o curso do transtorno bipolar durante a vida. Uma teoria proposta para explicar esta observação é a de que o stress que acompanha o primeiro episódio resultando em alterações

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duradouras na biologia cerebral. Entretanto, o exato papel de acontecimentos vitais recentes na sua etiologia ainda é incerto (KUNZ et al, 2011).

De modo geral, os estudos se de param com achados não-conclusivos. Há várias limitações, principal mente em virtude das inúmeras variáveis passíveis de interferência, que dificultam a interpretação dos achados. O fator mais significativamente associado ao desenvolvimento do transtorno bipolar, encontrado em vários estudos, é história familiar positiva, o que remete aos fatores genéticos sugerindo mais uma vez a interação gene–ambiente, necessária para a expressão de um fenótipo comportamental. Nessa mesma perspectiva, merecem investigação o papel do temperamento pré-mórbido na modulação das reações afetivas aos eventos estressores e a relação dos fatores ambientais com o subtipo da doença apresentado pelos afetados (BIONDO, BOARATI e WANG, 2012).

Dubovsky e Dubovsky (2004) referem que as hipóteses que tentam explicar os transtornos do humor são geralmente mais freqüentemente associadas a depressão, uma vez que aquelas relacionadas a mania jamais foram testadas empiricamente no sentido de que seja uma defesa contra o quadro clínico depressivo.

Sigmund Freud, de acordo com Lafer (1996), expandiu a teoria psicanalítica para a depressão proposta inicialmente em 1911 por Abraham que comparava o luto a depressão patológica. Freud, conforme citação de Dubovsky e Dubovsky (2004) indicaram que tanto o luto como a depressão são reações a perdas, porém os sintomas depressivos incluem culpa e baixa auto-estima.

Então, este trabalho propõe uma revisão literária sobre o Transtorno Bipolar do Humor,enfatizando o produto como o próprio projeto e plano de ação desenvolvido, utilizando a Tecnologia da Concepção, cujo objetivo principal é revisar a literatura sobre o Transtorno Bipolar do Humor e propor um plano de ação para fortalecer o tratamento e a adesão aos procedimentos terapêuticos dispensados pelos profissionais de saúde.

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O Transtorno Bipolar do Humor (TBH) é uma doença frequentemente grave, de caráter crônico e recorrente, caracterizada por episódios de elevação patológica do humor, alternando na maioria dos indivíduos com fases de depressão. O transtorno atinge de 1 a 3% da população mundial. O transtorno é dividido em dois tipos principais: o tipo 1 é caracterizado pela presença de, no mínimo, um episódio maníaco no curso da doença; o tipo 2, por sua vez, não apresenta em seu histórico qualquer episódio maníaco, mas obrigatoriamente a presença de, no mínimo, um episódio hipomaníaco (FRYE, 2011).

Ainda conforme o autor supracitado, o TBH é uma doença séria, considerada uma enfermidade para toda a vida, que inicia-se geralmente entre a adolescência e o começo da vida adulta, raramente começa acima dos 50 anos e quando isso acontece, é importante investigar outras causas (FRYE, 2011).

As taxas de prevalência do Transtorno Bipolar ainda variam bastante na literatura, devido à heterogeneidade na metodologia dos estudos, aos vieses de seleção, escassez de centros de referência mundial e pela dificuldade diagnóstica deste transtorno, principalmente na infância e adolescência quanto mais cedo for diagnosticada e tratada, melhor será sua evolução, ressaltando que filhos e parentes de pacientes têm maior risco de manifestá-la (BIONDO, BOARATI e WANG, 2012).

A principal causa é genética, quando se herda a predisposição para a doença, porém fatores ambientais, sociais, psicológicos e físicos também podem interferir, a enfermidade é recorrente, e em 90% dos casos os episódios tendem a se repetir ao longo da vida. Essa doença manifesta-se por meio de mudanças psicológicas e comportamentais incapacitantes, que são diferentes da maneira habitual de o indivíduo ser. (BENAZZI, 2007).

O TBH, quando não tratado, causa grande impacto na vida do paciente, da família e da sociedade, ocasionando prejuízos frequentemente irreparáveis na saúde, na reputação e nas finanças do indivíduo, sem falar no sofrimento psicológico e físico, o que compromete a qualidade de vida do portador, da família e dos amigos (BENAZZI, 2007).

O caráter crônico da doença reflete no indivíduo uma importante condição de morbidade, levando ao aumento da mortalidade geral, prejuízos cognitivos e funcionais. Além disso, o transtorno encontra-se fortemente associado não somente a quadros comórbidos psiquiátricos,

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mas também a outros quadros médicos (MCINTYRE et al, 2002). Isso caracteriza o Transtorno Bipolar como um alvo potencial de interesse científico, na pesquisa não somente de seus aspectos psicopatológicos ou terapêuticos, mas também em debates acerca de sua etiologia e prognóstico.

O TBH, segundo o DSM-IV (APA, 1994) e o DSM IV-R (APA, 2000), para Hilty, Brady e Hales (1999), é classificado em tipo I, caracterizado por um ou mais episódios maníacos ou episódios mistos; tipo II, quando ocorrem um ou mais episódios depressivos maiores acompanhados por, pelo menos, um episódio hipomaníaco, ciclotímicos caracterizados por alterações crônicas e flutuantes do humor e aqueles sem outra especificação (SOE).

2.1 Conceitualizando o episódio de mania

Considerada o mais característico dos episódios e, a despeito de frequente e incapacitante, é a que mais resulta em internações agudas em virtude das graves mudanças de comportamento e conduta que provoca, além de ser também pouco estudada e diagnosticada. Um episódio maníaco clássico é caracterizado por elevação do humor que se torna expansivo ou eufórico, sintomas psicóticos ou conduta perigosa para o próprio paciente ou outrem, afetando o humor e as funções vegetativas, como sono, cognição, psicomotricidade e nível de energia. Há uma diminuição da necessidade de sono, ocorre aumento da energia, de atividades dirigidas a vários objetivos, de forma que o paciente inicia vários projetos ao mesmo tempo, de atividades prazerosas, da libido, além de inquietação e até mesmo agitação psicomotora. O pensamento torna-se mais rápido, podendo evoluir para a fuga de ideias. O discurso é caracterizado por prolixidade, pressão para falar e tangencialidade. As ideias costumam ser de grandeza, podendo ser delirantes. Geralmente a crítica está prejudicada e os ajuizamentos emitidos se afastam da realidade do paciente (OMS, 1993; APA, 1994 e APA, 2000).

Segundo Carlson e Goodwin (1973), o diagnóstico torna-se mais difícil quando ocorre quando há quadros de irritabilidade, ideias delirantes paranoides, agitação psicomotora e sintomas depressivos com labilidade afetiva. Quando os sintomas depressivos são muito frequentes, estes autores referem que a denominação volta-se para um episódio misto ou depressão agitada. Entretanto, não há consenso sobre o número de sintomas necessários para esta diferenciação. Há muito tempo se conhecem os estágios de agravamento na evolução natural desses episódios quando não tratados.

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Del Porto (2000), ao mencionar o significado do termo depressão, refere que a mesma pode designar tanto um estado afetivo normal e compreensível, que é reativo a uma perda de um ente querido, quanto um sintoma que pode surgir em vários transtornos mentais e enfermidades clínicas ou ocorrer como resposta a situações estressantes, ou a circunstâncias sociais e econômicas adversas. A depressão também pode se apresentar como uma síndrome onde ocorreriam alterações do humor (tristeza, irritabilidade, anedonia, apatia), cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite) e, finalmente, como doença, na dependência do período histórico, preferência dos autores e do ponto de vista adotado (transtorno depressivo maior, distimia, episódio depressivo em transtorno bipolar I e II ou como parte da ciclotimia). 2.3Conceitualizando os episódios de estados mistos

Akiskal et al (2000) referem que os Estados Mistos são considerados as maiores evidências da relação entre mania e depressão. Segundo os mesmos autores, foi proposto seis tipos de Estados Mistos baseados no resultado da interação entre três domínios, ou seja, humor, atividade e pensamento, com os dois polos de mania e depressão. Assim, estes tipos resultaram em depressão agitada; depressão com fuga de ideias, mania ansiosa–depressiva; mania inibida; mania improdutiva e o estupor maníaco.

Entretanto, não existe na literatura científica uma terminologia definida para estes estados, sendo denominados de “estado misto”, “mania mista”, “depressão durante a mania” ou “mania disfórica”, de maneira intercambiável (ALCÂNTARA et al, 2003).

Conforme Akiskal(2000) o estado Misto é caracterizado por: Sintomas depressivos e maníacos acentuados ocorrendo simultaneamente, o indivíduo pode se sentir deprimido pela manhã e progressivamente eufórica com o passar do dia, ou vice-versa, pode ainda apresentar-se agitada, acelerada e ao mesmo tempo queixar-se de angústia, desesperanças e ideias suicidas, porém os sintomas mais frequentes incluem: agitação, insônia e alteração do apetite. Nos casos mais graves, podem haver sintomas psicóticos. É difícil ser diagnosticado, podendo muitas vezes ser confundido com outras patologias.

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Segundo Minayo (2004) a metodologia é o caminho do pensamento e a prática exercida na abordagem da realidade. O método é “a alma da teoria”, distinguindo a forma exterior com que muitas vezes é abordado tal tema (como técnicas e instrumentos) do sentido generoso de pensar a metodologia como a articulação entre conteúdos, pensamentos e existência.

Foi realizado uma revisão literária sobre o Transtorno Bipolar do Humor, enfatizando o produto como o próprio projeto e plano de ação desenvolvido, utilizando a Tecnologia da Concepção, no período de novembro de 2013 a março de 2014.

O presente estudo teve caráter descritivo que de acordo Rampazzo (2002) observa, registra, analisa e correlaciona fatos, ou fenômenos (variáveis), sem manipulá-los; estuda fatos e fenômenos do mundo físico e, especialmente, do mundo humano sem a interferência do pesquisador.

Para a realização desta pesquisa, optou-se pela revisão de literatura em livros e artigos científicos pertinentes à temática abordada. Portanto, foram pesquisados sites especializados, tais como Lilacs, Bireme, Scielo e Pubmed, utilizando os seguintes termos: transtorno bipolar, profissionais de saúde, tratamento e saúde mental.

Vale ressaltar que por não se tratar de pesquisa, este trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e não foram utilizados dados relativos aos sujeitos ou descrições sobre as situações assistenciais, não foi envolvido Seres Humanos diretamente, apenas descrições literárias.

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4. RESULTADO E ANÁLISE

Nos últimos anos, vem aumentando o interesse, com maiores pesquisas em diagnóstico, neurobiologia, epidemiologia e tratamento sobre o Transtorno Bipolar do Humor. A despeito disso, segundo Ghaemi et al (2000), a identificação de pacientes pertencentes ao amplo grupo de bipolares, validando a existência de um amplo Espectro Bipolar, embora de suma importância clínica, social e econômica, e a despeito da terapêutica disponível, continua sendo pouco ou tardiamente diagnosticado e inadequadamente tratado.

Mesmo diante de algumas dificuldades em “traçar” diagnósticos e planos de ação para o fortalecimento do tratamento e a adesão aos procedimentos terapêuticos dispensados pelos profissionais de saúde, pôde-se perceber que a terapia medicamentosa é o método mais utilizado no tratamento do TBH, dando ênfase ao lítio, que age com estabilizador do Humor, amenizando os sintomas apresentados pela doença, uma vez que o Transtorno Bipolar ainda é uma patologia incurável, porém o tratamento de indivíduos com Transtorno Bipolar envolve estratégias distintas nas diferentes fases da doença.

Apesar do lítio ser o medicamento mais utilizado neste transtorno, até o momento não existe cura para o transtorno bipolar, porém ajuda no controle da doença das seguintes maneiras: No tratamento do episódio agudo de mania ou depressão; seu uso contínuo ao longo dos anos evita que novos episódios de mania, hipomania, mistos ou depressão ocorram, pois o risco de recaídas sem tratamento é muito elevado; previne o comportamento de suicídio, já que o risco de tentar suicidar-se é considerável; estabiliza o humor, prevenindo os prejuízos psicológicos, sociais e físicos ocasionados pelos episódios da doença (ALCÂNTARA et al, 2003).

A não adesão ao medicamento é um problema significativo no atendimento de pacientes bipolares. Vários fatores contribuem para isso, mas a negação da doença resulta da pouca perspicácia, e o desconforto causado pelos efeitos colaterais adversos do medicamento estão entre os mais comuns (YUDOFSKY ; HALES, 2006).

Conforme os teóricos supracitados, a não adesão ao uso do medicamento precisa ser avaliada com cuidado em pacientes bipolares, o que em alguns casos envolve buscar fontes alternativas de informação. As estratégias para minimizar os efeitos colaterais dos fármacos (diminuir a dosagem, prescrever medicamentos adjuvantes ou até mesmo mudar para um fármaco

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melhor tolerado) podem ser eficazes para melhorar a adesão.É de fundamental importância a participação de profissionais de saúde, com o intuito de persuadir o paciente a adesão da terapia medicamentosa.

O Transtorno Bipolar do Humor é visto como uma doença que pode se manifestar em indivíduos biologicamente vulneráveis, nos quais o ambiente afetivo familiar pode colaborar para o início da doença ou para recaídas. No entanto, a família não é responsável ou culpada pela ocorrência da doença. Procura-se, ao contrário, reconhecer as dificuldades que a família passa a ter com a presença de um membro com grave incapacitação mental (SCAZUFCA, 2010).

Nem todos os familiares possuem condições estruturais, econômicas e emocionais para conduzir satisfatoriamente esses aspectos da convivência com a doença. Entretanto, de alguma forma elaboram a experiência, lidam com seu sofrimento e expectativas e podem viabilizar a convivência com a doença, buscando apoio em sua rede de conhecidos, em algum sistema de crenças e em tratamentos alternativos. Enquanto unidade, a família é vista como um sistema, e seus membros como componentes deste, ocorrendo influências recíprocas (SCAZUFCA apud TRAJANO, 2008).

Para Scazufca (2007) o uso da medicação é indispensável ao controle dos sintomas apresentados pelo TBH, porém a utilização de estratégias que combinam medicação e tratamento psicossocial aumenta a possibilidade de recuperação e podem otimizar os resultados.

Para Souza; Guimarães e Ballone (2004), a terapia ocupacional se utiliza das atividades como recurso terapêutico, seja elas aplicadas na área física, social ou mental. Dentro desse contexto essas atividades podem ser elaboradas por meio de oficinas terapêuticas, sendo elas pré-selecionadas, específicas e aplicadas em cada grupo de pacientes.

O objetivo da terapia ocupacional em oficinas terapêuticas na saúde mental é oferecer ao paciente a possibilidade de reencontrar sua capacidade de busca e desenvolvimento da autonomia (SOUZA; GUIMARÃES; BALLONE, 2004).

Durante a realização das atividades, as trocas pessoais proporcionam ao grupo um espaço rico, favorecendo o diálogo e o debate. Ora compartilhando as dores e angústias, ora vivendo uma situação de prazer e satisfação, quando percebem que podem criar e transformar (BENETTON, 1991).

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Conforme Souza; Guimarães e Ballone (2004), as terapias ocupacionais aplicadas a pacientes psiquiátricos, favorecem uma rica troca de experiência e uma aproximação com a realidade social.

4.1 Plano de Ação

Diante de tudo que foi mencionado na análise de resultados, pôde-se propor um plano de ação, para que possa fortalecer o tratamento e a adesão aos procedimentos dispensados pelos profissionais de saúde. Haja vista que o TBH é uma doença crônica, em que o paciente necessita de terapia medicamentosa contínua, sendo assim, faz-se necessária a dispensação do carbonato de lítio, juntamente com outros estabilizantes de humor (quando houver necessidade), pelo município, sem custo algum ao paciente

Na cidade de Seabra-BA o lítio é fornecido gratuitamente pela farmácia básica do município, porém na maioria das vezes este medicamento está em falta, o que dificulta a eficácia da terapia pelo paciente, uma vez que nem todos os usuários possuem condições financeiras suficiente para compra do fármaco. Outra colocação importante é sobre o uso correto da medicação prescrita pelo médico, é sabido que nem todos os usuários fazem uso correto da medicação, muitos por falta de informação, outros suspendem o uso por conta própria, por se sentir “curado”, dentre outros. Sendo assimdeve-se orientarao paciente e ao familiar acerca do uso de medicamento de forma correta, para que a terapia medicamentosa seja considerada eficaz no tratamento de TBH.evitando a suspensão dos fármacos, em caso de melhoria dos sintomas, sem ordem médica.

Diante dessas questões, surgiu a necessidade da preparação da equipe do CAPS I, em especial a equipe médica, de Enfermagem e o farmacêutico da unidade, para que possa orientar os usuários e acompanhantes sobre a importância do uso correto da medicação e sanar algumas dúvidas como os possíveis efeitos colaterais. A equipe de Enfermagem deve prestar seus cuidados e está atenta aos possíveis efeitos colaterais que a medicação pode causar, principalmente o lítio.Ouvindo e registrando sempre as queixas do paciente. Como todo medicamento, o uso do lítio também pode provocar efeitos indesejáveis. A maioria dos sintomas ocorre com mais intensidade no início do tratamento e desaparece com o tempo. Dentre os principais efeitos colaterais destacam-se: polidipsia, polaciúria, náuseas, pirose, aumento

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ponderal, sonolência, tonteira, diminuição da libido, alterações de exames laboratoriais, dentre outros.

Vale ressaltar a importância da terapia ocupacional, com os usuários da unidade, portadores de TBH, para o desenvolvimento de ações em saúde visando fortalecer o tratamento do paciente com TBH, como afirma Souza,Guimarãese Ballone, 2004,aterapia ocupacional oferece ao paciente a possibilidade de reencontrar sua capacidade de busca e desenvolvimento da autonomia, visando melhoria na autoestima, fazendo com que o usuário possa ser reinserido à sociedade.

Diversas são as terapias ocupacionais utilizadas, dentre elas temos: pintura em telas, oficina de corte e costura para os estabilizados, bordados e horta. Para que aconteça essas terapias é necessário o apoio de toda a equipe em especial a terapeuta ocupacional, podendo também contar com ajuda de voluntários e familiares. Atividades esportivas também são válidas desde que acompanhadas por um profissional competente, como educador físico e/ou fisioterapeuta, levando em consideração as condições físicas e psíquicas de cada paciente.

Para que haja adesão aos procedimentos dispensados pelos profissionais de saúde, faz-se necessário palestras com familiares e usuários do CAPS, visando melhoria na qualidade de vida dos usuários, familiares e toda a sociedade.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi visto neste estudo que o Transtorno Bipolar, crônico e em boa parte incapacitante, é altamente relevante devido ao prejuízo associado a esta condição, não somente aos pacientes, mas também aos familiares e cuidadores. Além dos sintomas de depressão, mania (ou hipomania) e o risco de suicídio, os pacientes com Transtorno Bipolar enfrentam múltiplas comorbidades psiquiátricas e físicas, como o transtorno de ansiedade, altas taxas de suicídio, abuso de substâncias, obesidade, diabetes tipo II, doenças cardiovasculares, entre outras.

O diagnóstico do Transtorno Bipolar inclui alterações de humor, com uma sintomatologia complexa e de etiologia multifatorial, na qual fatores biológicos e psicossociais interagem em diversos níveis. Mesmo tendo sido descrito há longo tempo, ainda existem casos em que o Transtorno Bipolar não é diagnosticado em tempo hábil para um tratamento adequado ou mesmo de forma correta, sendo comum um diagnóstico inicial de depressão unipolar ou esquizofrenia.

Durante a realização deste estudo, chegou-se a conclusão de que a saúde mental continua sendo uma das áreas mais defasadas em relação à assistência prestada e qualificação profissional. Percebendo também os baixos índices de pesquisa literária a respeito do assunto abordado. Apesar da existência de um programa específico preconizado pelo Mistério da Saúde.

A enfermagem sempre pareceu, para alguns olhares menos perspicazes, estar à sombra do conhecimento médico. Mas, na verdade, foi percebido durante a realização desta pesquisa que no tocante a saúde mental, ela constrói seu conhecimento e divide com todas as outras áreas envolvidas os triunfos e as frustrações de trabalhar em Saúde Mental. A construção de novos conhecimentos a cerca desta temática explica-se pela flexibilidade para desprender-se de conceitos científicos fixos e a atenção para as necessidades de mudanças a cada passo, constitui-se pontos chave para o crescimento pessoal e do conhecimento no constitui-setor mental.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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