• Nenhum resultado encontrado

O direito social e a lei do salário mínimo no Estado varguista 1930-1940.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O direito social e a lei do salário mínimo no Estado varguista 1930-1940."

Copied!
96
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAlBA

CURSO DE MESTRADO EM SOCIOLOGIA

CAMPUS CAMPINA GRANDE

DIREITO E SOCIEDADE:

V*0 D i r e i t o S o c i a l e a L e i do S a l a r i o Minimo

no E s t a d o V a r g u i s t a

1930 - 1940

AUTORA: I r m a Nora Perez V i c h i c h

PARA OBTENCAO DO TlTULO DE:

M e s t r e em S o c i o l o g i a

ORIENTADOR: Dr. G u i l l e r m o R a u l Ruben

(2)
(3)

D i s s e r t a g a o de M e s t r a d o a p r e s e n t a d a e d e f e n d i d a em Campina

Grande a de de 1983.

(4)

«

A Hugo e Laura3 companhe-Cros nos

(5)

AGRADECIMENTOS

Em q u a l q u e r t r a b a l h o , e mais a i n d a numa d i s s e r t a g a o onde

se carregam t e n s o e s , e x p e c t a t i v a s , medos e i n s e g u r a n g a s , depende

-se t a n t o do e s t i m u l o i n t e l e c t u a l q u a n t o do a p o i o a f e t i v o e da

s o l i d a r i e d a d e das pessoas. Nesses d o i s campos, agradego ao meu

o r i e n t a d o r , Dr. G u i l l e r m o Raul Ruben p e l a l i b e r d a d e de

pensament o e o b r a que me p e r m i pensament i u ; ao Dr. Jose N i l o T a v a r e s , do D e p a r pensament a

mento de S o c i o l o g i a e P o l l t i c a da PUCRIO, p e l a s i m p a t i a e s o l i

-d a r i e -d a -d e com que a c o l h e u meu t r a b a l h o , s u g e r i n -d o b i b l i o g r a f i a

e d i s c u t i n d o p o n t o s ; ao P r o f e s s o r C a r l o s A. P l a s t i n o do I n s t i t u

-t o de Relagoes I n -t e r n a c i o n a i s da PUC, e a P r o f a . Wanda C a p e l l e r ,

do Departamento de C i e n c i a s J u r l d i c a s da PUC, p e l a s o p o r t u n a s

o r i e n t a g o e s na f a s e i n i c i a l ; a Dra, L i l i a n a Acero que i n c e n t i v o u

o meu c r e s c i m e n t o p r o f i s s i o n a l , e que j u n t a m e n t e com a P r o f a . A l e

j a n d r a R o t a n i a , c r i a r a m as c o n d i g o e s p a r a que n e s t e s u l t i m o s

rae-ses, a d i s s e r t a g a o f o s s e a minha p r i o r i d a d e um. A Hugo R a t i e r e

L a u r a R a t i e r , p e l a i n f i n i t a p a c i e n c i a e c a r i n h o .

No campo i n s t i t u c i o n a l , meu a g r a d e c i m e n t o a UFPB e ao

Cur-so de Mestrado em S o c i o l o g i a de Campina Grande, que me p o s s i b i l i

t o u a r e c u p e r a g a o de minha a r e a o r i g i n a l : o D i r e i t o , num n i v e l

s u p e r i o r do conhecimento. A M a r i s a Colnago Coelho, que f e z o pos

s l v e l p a r a que minhas t r a n s g r e s s o e s l i n g u i s t i c a s f i c a s s e m d i m i

-n u i d a s .

(6)

S U M A R I O

INTRODUgAO 1 .

METODOLOGIA , 6.

CAPlTULO I : D i r e i t o e Modo de Producao 10.

. O E s t a t u t o T e o r i c o do D i r e i t o 1 1 .

CAPlTULO I I : D i r e i t o e E s t a d o , 17.

CAPlTULO I I I : O D i r e i t o no E s t a d o V a r g u i s t a 24.

CAPlTULO I V : A L e i do S a l a r i o Minimo 39.

. O S a l a r i o Minimo no P r o j e t o do E s t a d o 40.

. O S a l a r i o Minimo na C o n s t i t u i n t e 50.

. O S a l a r i o Minimo e a B u r g u e s i a 52.

. O S a l a r i o Minimo e a C l a s s e T r a b a l h a d o r a ... 6 1 .

CAPlTULO V: A I m p l a n t a c a o . . ' 69.

A MODO DE CONCLUSAO 78.

BIBLIOGRAFIA 84 .

(7)
(8)

I N T R O D U Q A O

E s t e t r a b a l h o e s t a d i r e c i o n a d o no s e n t i d o de conhecer um

a s p e c t o da moderna s o c i e d a d e c a p i t a l i s t a : 0 D i r e i t o S o c i a l e As

4

L e i s T r a b a l h i s t a s num p e r i o d o d e t e r m i n a d o da H i s t o r i a B r a s i l e i r a ,

g u a l s e j a a decada de 30, e, d e n t r o d e l a s a L e i de S a l a r i o M i n i

mo.

Esse s e r a o nosso o b j e t o de e s t u d o , a i n d a que partamos de

uma r e f l e x a o mais a b r a n g e n t e sobre a c a t e g o r i a D i r e i t o e t e n t e

-mos tambem a l c a n g a r algum t i p o de c o n c l u s a o a c e r c a d e l e .

Tern uma e x p l i c a g a o p a r a esse caminho. O nosso o b j e t o de es

t u d o e x i g e uma d i s c u s s a o p r e v i a , que p e r m i t a r e c o l o c a r a

dimen-sao t e o r i c a do D i r e i t o , de m a n e i r a de u l t r a p a s s a r , sempre no

g r a u de t e n t a t i v a , algumas i n t e r p r e t a c o e s que d i f i c u l t a m sua

a-p r e e n s a o como a-p a r t e das r e l a g o e s s o c i a i s que d e f i n e m a s o c i e d a d e

c a p i t a l i s t a , e o c o n v e r t e m em s i m p l e s emanagao i d e o l o g i c a ,

quan-do nao em mero i n s t r u m e n t o .

Achamos que, se sao r e a i s as r e l a g o e s de produgao e s t a b e l e

c i d a s e n t r e c a p i t a l i s t a e a s s a l a r i a d o , sao r e a i s tambem a q u e l a s

c a t e g o r i a s que p e r m i t e m a r e p r o d u g a o do c o n j u n t o das r e l a g o e s so

c i a i s , que n e c e s s a r i a m e n t e se acompanham, e que, j u n t a s , c o n f o r

mam o modo de produgao c a p i t a l i s t a .

Era p r e c i s o e n t a o , e s t a b e l e c e r a l g u n s p o n t o s de p a r t i d a pa

r a pensar essa r e a l i d a d e . Um d e l e s : s i t u a r a c a

-t e g o r i a D i r e i -t o no modo de produgao c a p i -t a l i s -t a .

Uma das p r i m e i r a s q u e s t o e s que se c o l o c a e a de sua p e r

-t e n c i a ao d o m i n i o da s u p e r e s -t r u -t u r a ou ao campo r e f l e x o da base

economica.

(9)

0 D i r e i t o tern uma e s p e c i f i c i d a d e h i s t o r i c a , e, p o r s e r ca

t e g o r i a de uma d e t e r m i n a d a forma de r e l a c a o e n t r e os homens, se

c o r r e s p o n d e com as r e l a g o e s m a t r i z e s . Porem, esse r e f e r e n c i a l nao

o c o n v e r t e em r e f l e x o d a q u e l a s r e l a g o e s , nem numa d e t e r m i n a g a o

e s t a t i c a .

Uma redugao a n a l i t i c a d e s t e t i p o , r e d u n d a r i a na d e s t r u i g a o

da d i n a m i c a do p r o c e s s o h i s t 5 r i c o como t o t a l i d a d e , i s t o e, na

d e s t r u i g a o da d i a l e t i c a de seu movimento, a i n d a que o s u j e i t o de

conhecimento se d e c l a r e amarrado as l e i s dessa d i a l e t i c a .

Se, p e l o c o n t r a r i o , r e s t r i n g i m o s o D i r e i t o ao p u r o d o m l n i o

da s u p e r e s t r u t u r a , corremos p e r i g o de a b s o l u t i z a r o r e l a t i v o , d e i _

xando o j u r x d i c o f o r a da s o c i e d a d e . Nem o D i r e i t o , nem a norma

t e c n i c a que o e x p r i m e , sao autonomos da e s t r u t u r a s o c i a l , e o D_i

r e i t o como c a t e g o r i a h i s t o r i c a s o c i a l , se m o d i f i c a e d e s e n v o l v e

com essa e s t r u t u r a , permeando t o d a a s o c i e d a d e .

Com i s t o , queremos d i s t a n c i a r a nossa a n a l i s e das redugoes

dos n i v e i s s u p e r e s t r u t u r a i s a base e c o n S m i c a ( l ) bem como das t e n

d e n c i a s que fazem das s u p e r r e s t r u t u r a s um u n i v e r s o f e c h a d o , com

r e l a g o e s puramente e x t e r n a s com a base e c o n o m i c a ( 2 ) .

Tambem nos l i b e r t a m o s daquelas chamadas " c i e n c i a s p u r a s "

de D i r e i t o , nos moldes K e l s e n i a n o s , q u e veera no D i r e i t o so um s i s

tema-normative) f e c h a d o e h i e r a r q u i z a d o (.3) .

Com e f e i t o , cabe d i s t i n g u i r o e s t u d o das normas j u r i d i c a s

(1)

(2)

(3)

Michel Mialle na sua Reflexao C r i t i c a sobre o conhecimento j u r i d i c o : Pos

sibilidades e Limites, PUC, 1981 (inimeo) assinala como a teoria do " r e

-flexo" coloca l i m i t e s nao so a compreensao dos textos de Marx referidos

ao d i r e i t o , mas tambem a complexidade e diferencas historicas do proprio

d i r e i t o : "fi preciso explicar porque certas regras estao defasadas com re

lacao a esta base, "avangadas" ou "atrasadas",segundo os casos. Dizer

portanto, porque o reflexo nao e f i e l " (pag. 29).

Notadamente sao os autores alinhados no estruturalismo os que colocam o

problema, a p a r t i r da t e o r i a das "instancias" correndo o risco de a h i s

-t o r i z a r o d i r e i -t o , seguindo a linha de Al-thusser.

(10)

4.

do e s t u d o do D i r e i t o como c a t e g o r i a h i s t o r i c a da s o c i e d a d e c a p i

-t a l i s -t a .

No caso, a p a r t i r de um momento c o n c r e t o do j u r i d i c o : as

normas r e g u l a d o r a s das r e l a g o e s e n t r e c a p i t a l e t r a b a l h o , essa

d i s t i n g a o p e r m i t i r a um d u p l o n i v e l de a n a l i s e . Por um l a d o , sua

i n s e r g a o no q u a d r o c o n s t i t u t i v e do modo de produgao c a p i t a l i s t a .

Por o u t r o , nas suas d e t e r m i n a g o e s s o c i a i s i m e d i a t a s , e na sua mo

b i l i z a g a o a p a r t i r de p r a t i c a s p o l i t i c a s das d i f e r e n t e s c l a s s e s

e f r a g o e s de c l a s s e que compoem a s o c i e d a d e . S5 a s s i m , a a p r e e n

sao s e r a t o t a l i z a d o r a , e o D i r e i t o e suas normas poderao s e r i n

-t e r r o g a d o s a r e s p e i -t o da H i s -t o r i a -t 4 ) .

0 f a t o c o n c r e t o do D i r e i t o nao s e r pensado como o b j e t o cien

' t i f i c o e uma d i f i c u l d a d e que f a z com que s e j a c a r a c t e r i z a d o como

c a t e g o r i a i n s t r u m e n t a l p u r a , s e j a da c l a s s e d o m i n a n t e , s e j a do

E s t a d o , ou e n t a o como uma s i m p l e s c r i s t a l i z a g a o i d e o l o g i c a do po

der.

I s t o l e v a a que D i r e i t o S o c i a l e L e i s T r a b a l h i s t a s sejam

t r a t a d o s num b l o c o i n d i f e r e n c i a d o , r e d u z i d o s a i n d a p o r cima a se

rem c o n s i d e r a d o s o r a f a t o r de a c e l e r a g a o da acumulagao de c a p i

-t a l , na v e r s a o e c o n o m i c i s -t a , o r a " c o n -t r o l a d o r e s " da o r g a n i z a g a o

p o l i t i c a na v e r s a o " s u p e r e s t r u t u r a l i s t a " . Sao d e s v i n c u l a d a s a s

-sim t a n t o de sua i n s e r g a o no quadro m a i o r do D i r e i t o como c a t e g o

r i a h i s t o r i c a da q u a l sao e x p r e s s a o c o n c r e t a e d i f e r e n c i a d a , q u a n

t o da sua p r 5 p r i a e s p e c i f i c i d a d e , a q u e l a que cada norma ou l e i

t r a b a l h i s t a tern, l i g a d a a um p a r t i c u l a r a l i n h a m e n t o das f o r g a s

"Que mais 'natural* que declarar que a Ciencia j u r i d i c a e o conhecimento

das regras j u r i d i c a s ? Esta afirmagao... indica apenas que o objeto - r e a l

(o conjunto de regras de d i r e i t o , mas ao inesmo tempo sua interpretacao e

sua aplicagao) se confunde com o objeto-abstrato, d i t o objeto de estudo.

Esta e a marca de uma atitude empirica. Ora, esta definicao peca por i n

-suficiencia e, no fundo poruqe ela nao respeita os termos do trabalho

c i e n t i f i c o no momento mesmo em que acredita leva-lo adiante" ( M i a l l e , c i t

p.21).

(11)

s o c i a i s e as p r a t i c a s p o l i t i c a s das c l a s s e s e f r a g o e s de c l a s s e .

Ambas v e r s o e s c r i t i c a d a s , contem v e r d a d e , porem perdem

cap a c i d a d e e x cap l i c a t i v a , enquanto o o b j e t o D i r e i t o d e s a cap a r e c e , f i

-cando so as normas.

No nosso e n t e n d e r , um p r i m e i r o passo v a l i d o p a r a s u p e r a r

esse r e t a l h a m e n t o do D i r e i t o da t o t a l i d a d e h i s t o r i c a , c o n s i s t e

em d i s c u t i r o seu e s t a t u t o t e 5 r i c o

/

o que c o n s t i t u i r a nosso p r i

(12)
(13)

METODOLOGIA

Uma r e f l e x a o puramente t e o r i c a e s t a v a f o r a de nossas c o g i

tagoes desde que nos colocamos f r e n t e a p r o b l e m a t i c a . D a i a esco

l h a do p e r i o d o V a r g u i s t a como o espago h i s t o r i c o que nos p e r m i

-t i r i a m o s -t r a r o p r o c e s s o de f o r m a l i z a g a o ao mesmo -tempo que, pen

savamos, a l a r g a r o c o n h e c i m e n t o sobre um momento p r o f u n d a m e n t e

p o l e m i c o e com f a c e t a s a i n d a d e s c o n h e c i d a s .

Tentamos m a r c a r a r e l a c a o e x i s t e n t e e n t r e o D i r e i t o e o Es_

t a d o fundamentando nosso r a c i o c i n i o na l i t e r a t u r a t e o r i c a e

na-q u e l a na-que t r a t a a n a l i t i c a m e n t e o p e r i o d o em na-q u e s t a o .

No C a p i t u l o I I e no I I I mostramos um panorama dessa r e l a

-gao d i f e r e n c i a n d o o p r o c e s s o s o c i a l nos p a i s e s l a t i n o a m e r i c a n o s

1

daquele dos p a i s e s e u r o p e u s , e n f a t i z a n d o a d i v e r s i d a d e da sua

n a t u r e z a , e tambem as s i m i l i t u d e s e d i f e r e n g a s e n t r e os p r o c e s

-ses p a r t i c u l a r e s de cada p a i s l a t i n o a m e r i c a n o no que d i z respe_i

t o a conformagao de suas formas j u r i d i c a s . I n t e r e s s a v a - n o s porem

d e s e n v o l v e r a p r o b l e m a t i c a em termos do B r a s i l , sendo as

compa-ragoes e s t a b e l e c i d a s a t i t u l o i l u s t r a t i v o e r e f o r g a d o r de nossa

p o s t u r a .

Atentamos a e s t a b e l e c e r o " s e n t i d o " do D i r e i t o S o c i a l como

c a t e g o r i a o r d e n a d o r a e f o r m a da s o c i e d a d e c a p i t a l i s t a .

Correndo no e n t a n t o o p e r i g o de f i c a r p r e s o s nas grandes

d e f i n i g o e s v a z i a s , i n t e g r a m o s o segundo n i v e l de a n a l i s e : o do

D i r e i t o como c a t e g o r i a ordenada p e l a s o c i e d a d e , a p a r t i r das con

d i g o e s e s t r u t u r a i s , da c o n s t i t u i g a o das c l a s s e s e de suas p r a t i

cas p o l i t i c a s . Consequentes com nosso p r e s s u p o s t o t e o r i c o , que

d i f e r e n c i a o D i r e i t o das normas que o exprimem, destacamos do

(14)

8,

b l o c o das L e i s T r a b a l h i s t a s , a q u e l a que pareceu-nos com m a i o r po

t e n c i a l i d a d e e x p l i c a t i v a : A L e i de S a l a r i o M i n i m o , tema que

de-senvolvemos no C a p i t u l o I V .

Na p r o c u r a de uma a v a l i a g a o das d e t e r m i n a g o e s economicas ,

p o l i t i c a s e i d e o l o g i c a s da norma, f i z e m o s um s e g u i m e n t o de sua

t r a j e t o r i a h i s t o r i c o s o c i a l , a t r a v e s de sua p r e s e n c a nos p r o j e

-t o s e s p e c i f i c o s de cada c l a s s e s o c i a l e do E s -t a d o . Para i s s o ,

nos u t i l i z a m o s de documentos h i s t o r i c o s , a r q u i v o s p e s s o a i s e

o f i c i a i s , documentos o p e r a r i o s , r e l a t o r i o s de orgaos de c l a s s e ,

os poucos e d i s p e r s o s dados e s t a t i s t i c o s r e f e r i d o s a epoca e, so

b r e t u d o , centramos nossa p e s q u i s a na d i s c u s s a o que sobre a i n c l u

sao do S a l a r i o Minimo na C o n s t i t u i g a o N a c i o n a l e a c r i a c a o de

uma L e i que o e s t a b e l e c e r a , t e v e l u g a r na A s s e m b l e i a N a c i o n a l

C o n s t i t u i n t e , de 1933-34.

A p r e s e n g a na A s s e m b l e i a , a i n d a que a s s i m e t r i c a m e n t e r e

p r e s e n t a d o s , de t o d a s as c l a s s e s e f r a g o e s de c l a s s e , nos p e r m i

t i u a p r o x i m a r n o s a c o r r e l a g a o de f o r g a s dessa p a r t i c u l a r c o n j u n

t u r a , e a v a l i a r as mudangas dessa c o r r e l a g a o no p e r i o d o p o s t e

-r i o -r . Com base nessa a v a l i a g a o conseguimos t e -r uma v i s a o do peso

que cada c l a s s e t e v e na formagao da norma e seus a l c a n c e s . I s t o

e: conseguimos a v a l i a r o peso do P o l i t i c o , e n t e n d i d o como

aque-l a s p r a t i c a s t e n d e n t e s a c o n s e r v a r ou t r a n s f o r m a r a s o c i e d a d e .

Usamos como f o n t e p a r a e s t e p o n t o , os A n a i s da A s s e m b l e i a

N a c i o n a l C o n s t i t u i n t e , f a z e n d o um l e v a n t a m e n t o c o m p l e t o da d i s

-cussao, complementando-o com d i s c u r s o s , d e p o i m e n t o s , ou r e l a t o

r i o s s i g n i f i c a t i v o s . No t r a t a m e n t o d e s t e tema, f i c a m o s r e s t r i t o s

a essas f o n t e s p o r e x i s t i r escassez de t r a b a l h o s a e l e r e f e r i d o ,

s o b r e t u d o com a abordagem que p o s t u l a ao D i r e i t o como "ponto de

v i s t a " p a r a i n t e r p r e t a r a s o c i e d a d e como um t o d o ,

(15)

-b l i c a d o p e l a i m p r e n s a , ou p u -b l i c a g o e s o f i c i a i s p o s t e r i o r e s , ou

a i n d a alguraa l i t e r a t u r a . F o i de m u i t a a j u d a o acesso a B i b l i o t e

ca da A s s e m b l e i a no R i o de J a n e i r o , a da Fundagao G e t u l i o V a r

-gas, e ao CPDOC, na mesma Fundagao.

Na e l a b o r a g a o da a n a l i s e tentamos l e r alem do d i s c u r s o , pa

r a que e s t e f o r a a r t i c u l a d o com as c o n d i g o e s o b j e t i v a s em que era

e m i t i d o , e comparado com as p r a t i c a s r e a i s dos e m i t e n t e s .

No C a p i t u l o V, r e f e r i d o a i m p l a n t a g a o da L e i de S a l a r i o M i

nimo, t r a t a m o s a d i s c u s s a o p o s t e r i o r a i n s e r g a o do S a l a r i o M i n i

mo como p r i n c i p i o c o n s t i t u c i o n a l , a mudanga do e i x o dos p o s i c i o

-namentos de a c o r d o ao novo e q u i l i b r i o s o c i a l que a l c a n g a sua c u l

minagao com o E s t a d o Novo, e os novos problemas aos que a norma

j u r i d i c a deve d a r f o r m a .

T r a t a n d o - s e de uma p r o c u r a de novas formas de p e n s a r o Di.

r e i t o nas c o n c l u s o e s nao podem s e r mesmo c o n c l u s o e s , apenas p i s

-t a s que p e r m i -t a m -t r i l h a r novos caminhos.

(16)
(17)

CAPlTULO I

DIREITO E MODO DE PRODUgAO

0 e s t a t u t o t e o r i c o do D i r e i t o

A H i s t o r i c i d a d e do D i r e i t o e o c o n c e i t o de Modo de Produgao

e s t a o intiinamente l i g a d o s . A i n d a que f o r a m a u t o r e s p o s t e r i o r e s os

que d e s e n v o l v e r a m a r e f l e x a o s o b r e o tema, j a Marx t i n h a r e s s a l

-t a d o a i m p o s s i b i l i d a d e de uma h i s -t o r i a p r 5 p r i a do D i r e i -t o ( 1 ) . N o s

propomos f a z e r h i s t 5 r i a tomando o d i r e i t o como o b j e t o .

Na s o c i e d a d e f e u d a l , f i c a v a b a r r a d a a p o s s i b i l i d a d e de um

d i r e i t o u n i v e r s a l e a p l i c a v e l a t o d o s os i n d i v i d u o s , porque a

forma de p r o d u g a o , fundamentada nas r e l a g o e s de d e p e n d e n c i a p e s

-s o a l t i n h a no p r i v l l e g i o a -sua forma j u r i d i c a c o e r e n t e .

A i r r u p g a o do i n t e r c a m b i o na e s f e r a da produgao de mercado

r i a s , que d e f i n e "uma r e l a g a o de produgao m e d i a n t e i n t e r c a m b i o

e n t r e i n d i v i d u o s i n d e p e n d e n t e s " ( 2 ) , e que da ao D i r e i t o moderno,

forma e c o n t e u d o e s p e c i f i c o .

Tentemos a n a l i s a r os seus fundamentos: Nao sendo os i n d i

-v i d u o s s o c i a l m e n t e s u b o r d i n a d o s uns aos o u t r o s no modo de p r o d u

gao c a p i t a l i s t a , sao l i v r e s p a r a d i s p o r d a q u i l o de que sao p r o

-p r i e t a r i e s .

MARX, K., "A Ideologia Alema" Lisboa. Presenca, 1978, pag. 96. Nao exis^

tem em Marx desenvolvimentos sistematicos de uma teoria do D i r e i t o ,

sen-do que desenvolvimentos parciais estao disseminasen-dos na sua obra, devensen-do

ser interpretados a luz da coerencia da mesma.

(18)

A q u e l e s homens, que l i b e r a d o s t o t a l m e n t e dos meios de p r o

-dugao, nada tem alem de sua f o r g a de t r a b a l h o , c o n c o r r e r a o so

com essa m e r c a d o r i a ao mercado. Temos assim a f o r g a de t r a b a l h o

i n c o r p o r a d a a c a t e g o r i a mais g e r a l de m e r c a d o r i a .

0 r e c o n h e c i m e n t o dos I n d i v i d u o s e n t r e s i como p r o p r i e t a

-r i o s p -r i v a d o s de d i f e -r e n t e s m e -r c a d o -r i a s , i n c l u s i v e a f o -r g a de

t r a b a l h o , e a l i b e r d a d e p a r a t r o c a r e n t r e s i essas m e r c a d o r i a s

a p e s a r da sua d i s p a r i d a d e , vao c o n f i g u r a r uma i g u a l d a d e de t i p o

e s p e c i a l : a i g u a l d a d e j u r i d i c a , que de f a t o d e c l a r a i g u a i s os

d e s i g u a i s porque t o d o s sao p r o p r i e t a r i e s de m e r c a d o r i a s .

Ora, essa I g u a l d a d e , i m p r e s c i n d i v e l ao modo de produgao ca

p i t a l i s t a , t r a n s f o r m a os homens em " s u j e i t o s de d i r e i t o s " , que

como " p r o p r i e t a r i e s " e " l i v r e s " , c e l e b r a m c o n t r a t o s . Mais e s t r i

t a m e n t e , c e l e b r a m c o n t r a t o s de t r a b a l h o , nos q u a i s , " v o l u n t a r i a

-mente" se o b r i g a m a e n t r e g a r p o r um c e r t o tempo sua f o r g a de t r a

b a l h o a cambio de um s a l a r i o .

0 c o n t r a t o de t r a b a l h o e n t a o , surge como a forma j u r i d i c a

que s u s t e n t a e v i a b i l i z a as r e l a g o e s de produgao c a p i t a l i s t a , e

sua economia como um t o d o . Forma e c o n t e u d o n e s t e caso vao j u n

-t o s , nao sao e x -t e r i o r e s uma ao o u -t r o .

Nesse s e n t i d o , c o m p a r t i l h a m o s a a n a l i s e de M i a l l e :

" e l a Ca forma) nos lembra que a obra de' Marx3 consis_

t e3 -precisamente em a n a l i s a r e e x p l i c a r o universo

de formas s o c i a i s que nao sao 3 de forma alguma3 envo_

l u c r o s v a z i o s mas3 em si p r o p r i a s3 portadoras de um

conteudo espec-tf'ico3 tanto assim que Marx e s c r e v i a

ao seu pai em 1837 que 'a forma e sempre o desenvol-vimento do fundo'"(3).

(3)

MIALLE, Michel, "Reflexao C r i t i c a sobre o Conhecimento Juridico -

Possibilidades e Limites PUC, 1981 (mimeo). 0 paragrafo se insere numa c r i

t i c a a teoria das "instancias" de Althusser, e tende a incorporar o d i

-r e i t o como "fo-rma s o c i a l " que contempla toda a vida e as cont-radigoes so^

c i a i s " sem l i m i t a - l o a uma parte dessa sociedade. pag. 30.

(19)

13.

Esse "conteudo e s p e c i f i c o " no caso do D i r e i t o moderno, nao

e o u t r o que a r e l a c a o b a s i c a de p r o d u g a o , a r e l a g a o de a s s s a l a

r i a m e n t o , e o D i r e i t o dando forma a essa r e l a c a o r e g u l a n d o d i r e

tamente a e s f e r a da produgao. Com e f e i t o , a i n c o r p o r a g a o da f o r

-ga de t r a b a l h o ao mercado, r e q u e r um t r a t a m e n t o m e r c a n t i l como

m e r c a d o r i a C4) e c o n t r a t u a l , como o b j e t o j u r l d i c o que se concreto.

za no c o n t r a t o de t r a b a l h o . Porem, essa forma j u r i d i c a nao e n v o i

ve q u a l q u e r o b j e t o j u r l d i c o mas o cerne do modo de produgao capi.

t a l i s t a , que sao as suas r e l a g o e s de p r o d u g a o , c o n s t i t u i n d o o r i

-g i n a r i a m e n t e , ou

1

c o - c o n s t i t u i n d o

1

, na c a t e g o r i z a g a o de Mia].

l e ( 5 ) o modo de produgao c a p i t a l i s t a .

0 momento em que se c o n f i g u r a m as c a t e g o r i a s f o r m a i s do

D i r e i t o Moderno, e o momento em que se c o n f i g u r a m t o d a s as o u

t r a s c a t e g o r i a s do modo de produgao, i s t o e, o momento de c o n f i

-guragao do c a p i t a l como r e l a g a o s o c i a l .

T o d a v i a , a s i m u l t a n e i d a d e ou u n i c i d a d e do momento de c o n s

t i t u i g a o , nao pode s e r c o n f u n d i d a com i d e n t i d a d e no d e s e n v o l v i

-mento das c a t e g o r i a s , A s s s i m , o D i r e i t o , do mesmo modo que as

o u t r a s c a t e g o r i a s , e que a e s t r u t u r a s o c i a l t o t a l que nao e " e t e r

na e i g u a l a s i mesma", se m o d i f i c a , se d e s d o b r a como r e s u l t a d o

de d e t e r m i n a g o e s que tem a v e r com o economico, que tem a v e r

com o p o l i t i c o , e com o E s t a d o , mas que nao se c o n f i i n d e com e s

-sas c a t e g o r i a s . D a i , que uma a n a l i s e nao d i f e r e n c i a d a do D i r e i t o

f a r i a com que perdessemos a " p e n e t r a g a o e s p e c i f i c a " d e l e , ao d i

-z e r de C e r r o n i :

"Uma unt-ficagao desse t i p o3 so pode s e r levada a

ca-bo - e assim tem aconteeido - em duas diregoes: com

Para melhor desenvolvimento, cf. Werneck Vianna, L., Liberalismo e Sindi

cato no B r a s i l , Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977, p. 11.

(20)

base na revelagao do trago comum imperativo c o e r c i t i vo da norma, e com base na f i n a l i d a d e p o l i t i c a da norma. No primeiro caso3 nao vemos porque a u n i f i c a

-gao nao pode s e r e x t e n s i v a a outros t i p o s de norma s o c i a l nao j u r i d i c a3 ou bem por que nao deve c e n t r a r

- s e a analyse na genese h i s t o r i c o - s o c i a l desse mono-p o l i o e s mono-p e c i f i c o da coagao que e o Estado. No segun-do caso3 nao vemos por que o D i r e i t o ha de d i f e r e n

-c i a r - s e da p o l i t i -c a " (6).

A r e f l e x a o marca um c e r t o espago e n t r e D i r e i t o e P o l i t i c a

e e n t r e D i r e i t o e E s t a d o , que tem como r e s u l t a d o que o D i r e i t o

possa s e r a p r e e n d i d o como c a t e g o r i a com c e r t o g r a u de autonomia

e com um peso p r o p r i o , e que as normas j u r i d i c a s possam s e r i n s e

r i d a s no movimento da s o c i e d a d e como um t o d o .

Convem a q u i , f a z e r uma b r e v e r e f e r e n d a a algumas c o n s t r u

goes t e o r i c a s que t r a t a m do a s s u n t o .

T e o r i c o s s u s t e n t a r a m a d e f e s a de uma c i e n c i a d i t a "pura"do

D i r e i t o , e de um s i s t e m a de normas autonomizado. T a l v e z o m a i o r

expoente d e s t a l i n h a s e j a Hans K e l s e n C 7 ) . Porem, a autonomia n o r

m a t i v a p r o p o s t a p o r e l e , se r e f e r e a uma l 5 g i c a do "dever s e r " ,

apoiada numa h a e r a r q u i z a g a o i n t e r n a das normas, que s u b o r d i n a

cada uma d e l a s a norma s u p e r i o r , e t o d a s a chamada "norma f u n d a

-m e n t a l " . A e s c a l a h i e r a r q u i c a chega a t e a C o n s t i t u i g a o p o l i t i c a

f u n d a m e n t a l . Sendo essa l o g i c a i n d e p e n d e n t e do h i s t o r i c o - s o c i a l ,

a d i t a "norma f u n d a m e n t a l " , f i c a sem e x p l i c a g a o , e a p a r t i r da

C o n s t i t u t i g a o se e s t a b e l e c e um vacuo que p r e c i s a s e r p r e e n c h i d o

p e l a r e m i s s a o de t o d a a c o n s t r u g a o t e 5 r i c a ao " D i r e i t o N a t u r a l "

ou simplesmente ao campo da f i l o s o f i a .

D e n t r o do campo do m a t e r i a l i s m o h i s t o r i c o , e i n t e r e s s a n t e

CERRONI, op, c i t , , pag. 63.

KELSEN, H, op, c i t .

(21)

r e p r o d u z i r a d e f i n i c a o que em 1938 dava do d i r e i t o o t e o r i c o s o

v i e t i c o A n d r e i V i s h i n s k y , porque a i n d a h o j e e a m a t r i z de f o r m u

-l a g o e s sobre o p r o b -l e m a da n a t u r e z a do d i r e i t o , e tem i n f -l u e n c i a

do s o b r e m a n e i r a p a r a que o d i r e i t o como o b j e t o t e n h a s i d o

desde-nhado ou r e d u z i d o , d i l u i d o o seu p o t e n c i a l e s p e c i f i c o de a g i r e

p a r a l i z a d a a p o s s i b i l i d a d e de s e r alguma o u t r a c o i s a a mais do

i

que i n s t r u m e n t o .

D i z i a V i s h i n s k y :

"El derecho es e l conjunto de r e g l a s de conducta que expresa la voluntad de la c l a s e dominante l e g i s l a t i

-vamente e s t a b l e3 lo mismo que de las formas consuetu

d i n a r i a s y de las r e g l a s de convivencia saneionadas por e l poder e s t a t a l y cuya a p l i c a c i o n e s t a garanti da por la fuerza c o e r c i t i v a del Estado a f i n de t u t e

l a r3 sancionar y d e s a r r o l l a r las r e l a c i o n e s s o c i a l e s

y los ordenamientos ventajosos y convenientes para la c l a s e dominante"C8).

N e s t a p e r s p e c t i v a " v o l u n t a r i s t a " , o f a t o do d i r e i t o s e r

r e s u l t a d o dessa v o n t a d e c r i a d o r a , o t r a n s f o r m a em c a t e g o r i a p u r a

mente i n s t r u m e n t a l ao s e r v i c o da dominacao da c l a s s e ou s e t o r e s

de c l a s s e d o m i n a n t e s . T r a n s f i g u r a d o em s i m p l e s i n s t r u m e n t o i d e o

-l o g i c o e de c o e r c a o f i c a r e s t r i t o como o b j e t o c u j a genese comeca

e acaba no seu s u j e i t o c r i a d o r .

A l i m i t a g a o d e s t e enfoque nao impede que se^a u t i l i z a d o

a i n d a quando se f a l a em d i r e i t o ou em norma j u r i d i c a , sendo que

o s u j e i t o c r i a d o r c l a s s e dominante pode bem s e r s u b s t i t u i d o p e l o

s u j e i t o c r i a d o r E s t a d o , o que nao muda a q u e s t a o de f u n d o .

Desde um p o n t o de v i s t a d i f e r e n t e , N i c o s P o u l a n t z a s

basea-do na t e o r i a basea-dos " n i v e i s " ( 9 ) c i r c u n s c r e v e o d i r e i t o ao d o m l n i o

Vishinsky, A . I . Voprosy T e o r i i Gosudarstva i Prava, p. 83-84, citado por

Cerroni, U. em Marx y e l Derecho Moderno,Buenos Aires, Jorge Alvarez, As.

s/d.

(9) . ^

Poulantzsas, Nicos, Hegemonia y Dominacion en e l Estado Moderno.Cuadernos

de Pasado y Presrente n9 48, Cordoba, 1973.

(22)

16.

das s u p e r e s t r u t u r a s , mas p r e c i s a m e n t e ao " n i v e l " e s t a t a l . A p a r

t i r d a l , a t r a v e s do que chama um p r o c e s s o de " a n a l i s e e x t e r n a - i n

t e m a " C I O ) , d e t e r m i n a que as r e l a g o e s que e s t a b e l e c e com a base

economica, sao " e x t e r n a s " , conformando o d i r e i t o um sistema fechado

e coerente de normas; coerencia que e s t a dada p e l o s dados dessa base

economica.

0 d i r e i t o , como a p o l i t i c a , f i c a m p a r a P o u l a n t z s a s r e s t r i

t o s ao a m b i t o e s t a t a l e ao seu d o m i n i o .

C o n t e m p l a r i a m e s t a s t e o r i a s um a s p e c t o p a r c i a l do D i r e i t o ,

aquele que C e r r o n i chamou de "normagao o r d e n a d o r a " ( 1 1 ) .

Faz-se n e c e s s a r i o e n x e r g a r o complexo panorama do D i r e i t o

e do j u r i d i c o a t r a v e s de um o u t r o p r i s m a : o de c a t e g o r i a moldada

p e l a s c o n t r a d i c o e s da sociedade e permeando a t o t a l i d a d e da

so-c i e d a d e e da l u t a de so-c l a s s e s , i s t o e "ordenada" p o r e l a s .

Aderimos e n t a o a p r o p o s t a de M i a l l e , que a t r i b u i ao DirejL

t o o e s t a t u t o t e o r i c o de c a t e g o r i a c o - c o n s t i t u t i v a do modo de

produgao c a p i t a l i s t a , porque l e v a em c o n t a , achamos, nao so a na

t u r e z a ao mesmo tempo "ordenadora" da s o c i e d a d e e "ordenada" p o r

e l a , mas tambem p e r m i t e a t e n d e r a " b i p o l a r i d a d e " i d e o l o g i c a e r e a l

p r o p r i a do D i r e i t o . Essa p r o p o s t a , abre caminho p a r a uma a n a l i s e

nao l i n e a r do D i r e i t o e das normas j u r i d i c a s que sao sua expres_

sao, c o n t r a p o s t a t a n t o as t e o r i a s " r e d u c i o n i s t a s " q u a n t o as "nor

m a t i v i s t a s " , f a c i l i t a n d o uma compreensao t o t a l i z a d o r a que i n c o r

-p o r e t o d o o -p r o c e s s o s o c i a l com suas c o n t r a d i g o e s .

Idem, ibidem, p. 31.

^ Cerroni, U., op. c i t .

(23)
(24)

CAPlTULO I I

DIREITO E ESTADO

A d i s c u s s a o s o b r e o D i r e i t o no B r a s i l e s t a i n t i m a m e n t e l

i

gada ao d e s e n v o l v i m e n t o do " u n i v e r s o das formas s o c i a i s " p r o p r i o

da e s p e c i f i c a i n c o r p o r a g a o do p a i s ao mercado m u n d i a l .

Nesse s e n t i d o , a p a r t i r da p r o p r i a c o l o n i z a g a o e p o s s f v e l

d e t e c t a r p a r t i c u l a r i d a d e s desse u n i v e r s o : a i n d a que nao c o n s t i

-t u i d o o Es-tado N a c i o n a l , sao organismos de mediagao p o l i -t i c a , no

caso l i g a d o s a Coroa P o r t u g u e s a , os que vao v i a b i l i z a r e f a c i l i

-t a r o -t r a n s p a s s o a p r o p r i e d a d e p r i v a d a das -t e r r a s do -t e r r i -t o r i o

b r a s i l e i r o , a t r a v e s do p r o c e s s o de " a p r o p r i a g a o p r e v i a " ( 1 ) .

Sent a d a s as bases de um esquema l a Sent i f u n d i a r i o a g r o e x p o r Sent a d o r s u b o r

-d i n a -d o ao s i s t e m a m u n -d i a l , o Esta-do se c o n s t i t u i com bases bem

d i f e r e n t e s as do c l a s s i c o Estado l i b e r a l - b u r g u e s .

Tambem o D i r e i t o P u b l i c o , que no c a p i t a l i s m o c o n c o r r e n c i a l

aparece p o r um l a d o atendendo a o r g a n i z a c a o p o l i t i c a mais g e r a l ,

i s t o e a d i v i s a o dos p o d e r e s em L e g i s l a t i v e , E x e c u t i v o e J u d i c i a

r i o , e p e l o o u t r o e s t a b e l e c e n d o o e s t a t u t o de c i d a d a o s dos compo

n e n t e s da Sociedade C i v i l , tem uma n a t u r e z a d i f e r e n t e . Na forma

c l a s s i c a , as r e l a g o e s e n t r e c a p i t a l e t r a b a l h o , e a economia de

um modo g e r a l , f i c a m f o r a do campo do E s t a d o . As formas j u r i d i

-cas que r e g u l a m essas r e l a g o e s se apolam mais na i d e o l o g i a l i b e

r a l e o d i r e i t o de p r o p r i e d a d e , do que p r o p r i a m e n t e num c o r p o

e s p e c i f i c o e r i g i d o de normas. Com e f e i t o , se o d i r e i t o de p r o

-Figueira, Pedro Alcantara e Mendes, Claudinei M. M. Estudo Preliminar: o

escravismo c o l o n i a l , i n : Benci, Jorge. Economia Crista dos senhores no

Governo dos Escravos. ' p. 7-38.

(25)

p r i e d a d e e os v a l o r e s de i g u a l d a d e e l i b e r d a d e estavam bem r e s -guardados e l e g i t i m a d o s a p a r t i r do s i s t e m a p o l i t i c o , e r a so d e i x a r o l i v r e j o g o das vontades a g i r , e o d i r e i t o p r i v a d o sacramen t a r .

Nao e a s s i m que a c o n t e c e no B r a s i l , onde as formas c o n c o r -r e n c i a i s no economico e o l i b e -r a l no p o l i t i c o sao fo-rmas secunda r i a s na sua formagao. D a i que o d e s e n v o l v i m e n t o do D i r e i t o So-c i a l se de s i m u l t a n e a m e n t e ao de um s i s t e m a p o l i t i So-c o a u t o r i t a r i o ,

" c o n d i c i 5 n n e c e s a r i a p a r a l a c o n t i n u a c i o n d e l p r o c e s o de acumula

c i o n en esas s o c i e d a d e s (dos p a i s e s p e r i f e r i c o s ) " ( 2 ) . Mais l i g a -do ao c a p i t a l que p r o p r i a m e n t e ao c a p i t a l i s t a , esse D i r e i t o v a i a t e n d e r as c o n d i g o e s g e r a i s que p e r m i t a m a r e p r o d u g a o g l o b a l do s i s t e m a , abrangendo desde a c r i a c a o de i n f r a e s t r u t u r a s a t e a c o -l o c a g i o de -l i m i t e s a depredagao da f o r g a de t r a b a -l h o n e c e s s a r i a a esse p r o c e s s o g l o b a l , em f i m , as r e l a g o e s s o c i a i s no seu con -j u n t o .

Porem, nao s e r a sem c o n t r a d i g o e s que esse p a p e l e cumprido, e o D i r e i t o em c e r t a forma e x p r i m i r a essas c o n t r a d i g o e s d e t e r m i -nadas p e l a s r e l a g o e s s o c i a i s e a l u t a de c l a s s e s em cada p e r i o do. Extendemos ao D i r e i t o o que P o u l a n t z a s c o l o c a c a r a c t e r i z a n d o o E s t a d o , no s e n t i d o de que nao e uma " e n t i d a d e " e s s e n c i a l m e n t e i n s t r u m e n t a l i n t r i n s e c a , mas uma r e l a g a o , "a condensagao de uma r e l a g a o de c l a s s e " (3). . _

(2) (3)

Plastino, Carlos. Estado de Derecho y Derecbos Humanos en e l capitalismo p e r i s f e r i c o . Rio de Janeiro, PUC, 1982 (mimeo).

Poulantzas, Nicos. As Classes Sociais no Capitalismo de Hoje. Rio de Ja-neiro, Zahar, 1978, p. 28. Aqui convem fazer a ressalva de que Poulant-zas, quem coloca a l u t a de classes com determinates proprias em cada " n i v e l " e s t r u t u r a l , i d e n t i f i c a uma l u t a de classes p o l i t i c a que se da so na superestrutura, decorrendo essa identificacao do pressuposto teorico da "regionalizacao" e s t r u t u r a l . Nao compartilhamos t a l pressuposto, mas, todavia, f o i a p a r t i r da contribuicao de Poulantzas que conseguimos r e f l e t i r sobre o Estado e o D i r e i t o numa dimensao diferente que a i n s t r u -mental.

(26)

20 .

Em 1930, dase uma r u p t u r a , uma r e d e f i n i g a o dessas r e l a

-goes e do c o n t e x t o s o c i o - p o l l t i c o , em fungao da q u e b r a de um s i s

tema de hegemonia onde a b u r g u e s i a a g r a r i a c a f e e i r a C 4 ) , d e v e r a

p a s s a r a d i s p u t a r sua f a t i a de p o d e r com s e t o r e s de um o u t r o t i

-po de b u r g u e s i a m a i s l i g a d a a um p r o c e s s o i n d u s t r i a l i z a d o r e a

s e t o r e s chamados " p e r i f e r i c o s " da mesma b u r g u e s i a a g r a r i a . B u r

-g u e s i a a -g r a r i a c a f e e r i a , b u r -g u e s i a a -g r a r i a p e c u a r i a e a -g u c a r e i r a ,

eram os s e t o r e s da c l a s s e dominante c u j o s i n t e r e s s e s c o n f l i t u a

-dos se e x p r i m i a m no n l v e l p o l i t i c o . E l e s compunham o e q u i l i b r i o

i n s t a l a d o desde f i n s da decada de 20, quando o j o g o p o l i t i c o de_i

xou de g a r a n t l r aos c a f e i c u l t o r e s os seus i n t e r e s s e s , e p r o d u

-z i u - s e a r u p t u r a da chamada " p o l i t i c a do c a f e com l e i t e " , concre

t i z a d a na d e s i g n a g a o do c a n d i d a t o p a u l i s t a sem r e s p e i t a r os a c o r

d o r s de r o t a t i v i d a d e no c a r g o de P r e s i d e n t e que essa p o l i t i c a t i

nha consagrado.

Assim, Minas G e r a i s se c o n v e r t e em s e t o r d i s s i d e n t e da b u r

g u e s i a r u r a l e, a l i a d a ao R i o Grande do S u l e a P a r a i b a , a p o i a

o movimento que em 19 30 l e v a Vargas ao Governo P r o v i s o r i o .

No que d i z r e s p e i t o as c l a s s e s i n d u s t r i a l s , a u t o r e s como

B o r i s F a u s t o ( 5 1 tem demonstrado como e l a s nao e s t i v e r a m s u b s t a n

-c i a l m e n t e -comprometidas -com o movimento. P e l o -c o n t r a r i o , no -caso

da grande i n d u s t r i a p a u l i s t a , houve a p o i o i r r e s t r i t o a c a n d i d a t u

r a J u l i o P r e s t e s ( 6 ) . Por o u t r a p a r t e , o mesmo a u t o r f o r n e c e mate

r i a l sobre a p a r t i c i p a g a o da FIESP no l e v a n t e p a u l i s t a de 1932 ,

onde o seu p r e s i d e n t e R o b e r t o Simonsen c u m p r i u d e s t a c a d a atuagao

(A) . . ~ . - . . .

Preferimos a denommacao de burguesia agraria a de oligarquia, j a que

es_

te ultimo termo i n d i c a r i a um antagonismo que nao e x i s t i a nas contradi

-goes entre ambos setores que eram, na verdade, complementares. Neste pon

t o , cf. entre outros, Silva, Sergio, Expansao Cafeeira e origens da i n

-dustria no B r a s i l . Sao Paulo, Alfa-Omega, 1976.

Fausto, Boris. A Revolucao de 1930: H i s t o r i o g r a f i a e H i s t o r i a . Sao Paulo,

Brasiliense, 1970.

(27)

21.

. *

e n t r e o u t r a s c o i s a s como P r e s i d e n t e dos S e r v i g o s de C a d a s t r o e

M o b i l i z a g a o I n d u s t r i a l , c u j a s fungoes eram o r g a n i z a r a produgao

no p e r i o d o do l e v a n t e , e n t r e o u t r a s .

0 e s f o r g o d e s t e e o u t r o s a u t o r e s m o s t r a como nenhuma das

d i f e r e n t e s f r a g o e s de c l a s s e pode s e r apontada como sendo a base

s o c i a l que s u s t e n t o u a Revolugao, e d e i x a a b e r t o o caminho que

p e r m i t i r a s u p e r a r em c e r t a medida a i n t e r p r e t a g a o do Estado emer

g e n t e em 193Q, a p a r t i r de concepgoes baseadas numa d u a l i d a d e Es_

t a d o - S o c i e d a d e . N e l a s aparece um dos termos como p r i v i l e g i a d o na

sua d i n a m i c a , em d e t r i m e n t o do o u t r o que e c o l o c a d o em s i t u a g a o

s u b o r d i n a d a . Essa l i n h a de a n a l i s e d e i x a de l a d o as p r a t i c a s

so-c i a i s e p o l i t i so-c a s que imprimem movimento ao p r o so-c e s s o so-como um t o

do.

E s t e p o s i c i o n a m e n t o t e o r i c o e e s p e c i a l m e n t e i m p o r t a n t e no

caso que nos o c u p a , porque tem i n f o r m a d o boa p a r t e da produgao

que abordou o tema

( . 7 1 .

A c o n t e c e que deve l e v a r - s e em c o n t a que a Sociedade e o Es

t a d o e s t a o r e l a c i o n a d o s , nao j a em g r a u de s u b o r d i n a g a o um r e s

p e i t o do o u t r o , mas de a r t i c u l a g a o , e que essa a r t i c u l a g a o e e s

-p e c i f i c a da f o r m a em que o d e s e n v o l v i m e n t o do c a -p i t a l i s m o se deu

no B r a s i l . Nao e x i s t e m n e l e s antagonismos e n t r e d o i s modos-- de

produgao, mas c o n t r a d i g o e s i n t e r n a s de um so modo de produgao: o

c a p i t a l i s t a . Essas c o n t r a d i g o e s sao m a n i f e s t a s nos c o n f l i t o s de

i n t e r e s s e s p o l i t i c o s e economicos de cada s e t o r de c l a s s e , que

vao se d i r i m i r no a m b i t o do E s t a d o , sendo que em m a i o r ou menor

g r a u , o o u t r o t e r m o da c o n t r a d i g a o f u n d a m e n t a l : a c l a s s e t r a b a

-(7) Entre outros, desenvolvem essa linha, Almeida, M.H. Tavares de. Estado e

Classes Trabalhadoras no B r a s i l , 1930-1945, Tese de Dout. DCS da Fac.

Fil.Cs.Humanas USP, 1978; Camargo, Aspasia Alcantara de. Autoritarismo e

Populismo: bipolaridade no sistema p o l i t i c o b r a s i l e i r o , Dados 12,IUPERJ,

(28)

l h a d o r a , v a i ganhar um espago que l e v e a r e f o r m u l a g a o do Estado

e do Poder, p a r a d a r c o n t a da d i n a m i c a g l o b a l da s o c i e d a d e .

Nao e um f a t o mecanico d e c o r r e n t e do d e s e n v o l v i m e n t o das

f o r g a s p r o d u t i v a s o r e c o n h e c i m e n t o s o c i a l e l e g a l desse espago .

Sendo o Estado nao uma i n s t i t u i g a o d e n t r o da s o c i e d a d e , mas a

forma da s o c i e d a d e c a p i t a l i s t a ( 8 ) , o que v a i d a r unidade a essas

i

duas c a t e g o r i a s e ao mesmo tempo a s s e g u r a r - l h e s uma c e r t a a u t o n o

m i a , e a dimensao p o l i t i c a e n t e n d i d a no seu s e n t i d o mais amplo :

como p r a t i c a s de c l a s s e d e s t i n a d a s a c o n s e r v a r ou t r a n s f o r m a r a

r e a l i d a d e e s t r u t u r a l da s o c i e d a d e , d e t e r m i n a d a p e l a agao dos

ho-mens e as c l a s s e s s o b r e as e s t r u t u r a s , i s t o e, emergente do p r o

cesso s o c i a l ( 9 ) . Nesse s e n t i d o podemos d i z e r com M i a l l e que:

"Le concept de mode de production comme c e l u i d'Etat doivent done e t r e s o i s i s a p a r t i r des c o n t r a d i c t i o n s qu 'its organisentnon a p a r t i r de l ''organization q u ' i l s manifestent"(10} .

Nao e x i s t e nos p a i s e s l a t i n o a m e r i c a n o s antagonismo e n t r e

d o i s modos de p r o d u g a o , mas c o n t r a d i g o e s i n t e r n a s d e n t r o do capi_

t a l i s m o , que se m a n i f e s t a m e tendem a se r e s o l v e r na dimensao

p o l i t i c a , que p e r m e i a t o d a a s o c i e d a d e , e nao s5 o "dominio p o l l

t i c o " e s t a t a l , como c o l o c a P o u l a n t z a s (.11) , c o n f i g u r a n d o um novo

r e d u c i o n i s m o .

0 e q u i l i b r i o r e s u l t a n t e dessas p r a t i c a s p o l i t i c a s o u , p a r a

u s a r da t e r m i n o l o g i a g r a m s c i a n a , as " r e l a g o e s de f o r g a " marca

-r a o o g -r a u de a u t o n o m i a e n t -r e E s t a d o e c l a s s e s : e n t -r e as fo-rmas

(9)

Mialle, Hichel. L'Etat de d r o i t . Grenoble, Presses Universitaires.

Mas-pero, 1980. p. 19.

Tentamos nos diferenciar assim das concepcoes e s t r u t u r a l i s t a s , que i

-dentificam o p o l i t i c o com o e s t a t a l , ou seja as praticas de classe no

" n i v e l " da superestrutura. V. Poulantzas.

^

1 0

^ Mialle, M. op. c i t . i b i d .

^••^ Poulantzas, Nicos. El concepto de hegemonia en e l Estado Moderno.Buenos

Aires, Eudeba, 1973.

(29)

da s o c i e d a d e c a p i t a l i s t a e a p r o p r i a s o c i e d a d e .

No D i r e i t o essas c o n t r a d i g o e s tendem tambem a s e r o r g a n i z a

das, se f i x a r e a s e r novamente m o b i l i z a d a s a p a r t i r de desdobra

mentos dessas c o n t r a d i g o e s , r e g i s t r a n d o e q u i l i b r i o s n a s " r e l a g o e s

de f o r g a " e s i n t e t i z a n d o o p o d e r de b a r g a n h a de cada c l a s s e num

momento da H i s t o r i a . 0 a r b i t r i o do E s t a d o e s t a r a c o n d i c i o n a d o ,

d e l i m i t a d o nao so p e l a o b j e t i v i d a d e das r e l a g o e s de produgao v i

g e n t e s na s o c i e d a d e , mas tambem p e l a s p r a t i c a s p o l l t i c a s c o n c r e

-t a s de cada c l a s s e .

(30)
(31)

CAPlTULO I I I

O DIREITO NO ESTADO VARGUISTA

0 d e s e n v o l v i m e n t o do D i r e i t o S o c i a l e do D i r e i t o do Traba

l h o nao f o i , no p e r i o d o que nos ocupa, um fenomeno c i r c u n s c r i t o

ao B r a s i l . Neste p o n t o , i n t e r e s s a l i m i t a r uma c e r t a t e n d e n c i a

que m i n o r a a i m p o r t a n c i a das d e t e r m i n a c o e s mais g l o b a i s c o n s i d e

randoas e x t e r n a s a h i s t o r i a b r a s i l e i r a , o que impede uma e x p l i

-cagao mais t o t a l i z a d o r a . Sem p r e t e n s o e s de d e s e n v o l v e r o p o n t o

em q u e s t a o , so vamos a s s i n a l a r que d i v e r s o s p a i s e s de L a t i n o a m e

-r i c a v i v e -r a m o mesmo p -r o c e s s o com d i f e -r e n g a s que, no tempo, nao

sobrepassaram em m u i t o a decada e, nas formas a s s u m i d a s , mostram

as e s p e c i f i c i d a d e s n a c i o n a i s .

No marco do a p o s - g u e r r a que r e a l i n h o u p o l i t i c a m e n t e as

na-goes, o T r a t a d o de V e r s a l h e s de 1919 t e n d i a , p o r um l a d o , a homo

g e n e i z a r i n t e r n a c i o n a L m e n t e os pregos dos p r o d u t o s , e p e l o o u t r o

as r e l a g o e s s o c i a l s a p a r t i r das q u a i s sao p r o d u z i d o s ( 1 ) , e q u a l i

zando as c a r g a s s o c i a i s e as r e g u l a m e n t a g o e s da r e l a g a o e n t r e

c a p i t a l e t r a b a l h o .

Cuba, Guatemala, P e r u , A r g e n t i n a , M e x i c o , e n t r e o u t r o s , s a o

p a i s e s que e n t r e 1930 e 1946, t i v e r a m c o n s o l i d a d a s suas l e g i s l a

-goes s o c i a i s . A l e g i s l a g a o como e x p r e s s a o do D i r e i t o m o s t r a as

c l a r a s como f o i d i f e r e n c i a d a a r e a l i z a g a o d a q u e l e s p r i n c i p i o s

Baste p e g a r um exemplo: o D e c r e t o - L e i n9 23.852, chamado de

As-s o c i a g o e As-s P r o f i As-s As-s i o n a i As-s da A r g e n t i n a e As-s t a b e l e c i a expreAs-sAs-samente

a nao i n t e r v e n g a o e s t a t a l nos s i n d i c a t o s ( 2 ) , e enumerava e n t r e

BARROS, Alberto da Rocha. Origens e Evolucao da Legislacao Trabalhista .

Rio de Janeiro, Laemmert, s/d. p.

(2)

(32)

26,

os d i r e i t o s das a s s o c i a c o e s p r o f i s s i o n a i s o de " p a r t i c i p a r c i r

-c u n s t a n -c i a l m e n t e em a t i v i d a d e s p o l l t i -c a s , devendo se a j u s t a r as

d i s p o s i g o e s l e g a i s que regem aos p a r t i d o s p o l i t i c o s quando p a r t i

cipem em forma permanente e c o n t i n u a d a nessa a t i v i d a d e " ( 3 ) . Tarn

bem eram separadas as a s s o c i a g o e s p r o f i s s i o n a i s de empregadores

(Cameras) .

No B r a s i l , o D e c r e t o 19.770 de margo de 1931, que r e g u l a a

o r g a n i z a g a o dos s i n d i c a t o s p r e v i a a sua formagao em termos c o r p o

r a t i v o s , i n c l u i n d o empregadores e empregados, e acabava com os

s i n d i c a t o s p o l i t i c o s a p a r t i r do t e x t o de seu a r t . 19, p a r a g r a f o

69: "Abstencao no s e i o das o r g a n i z a g o e s s i n d i c a i s de t o d a e qual_

q u e r propaganda de i d e o l o g i a s s e c t a r i a s , de c a r a t e r s o c i a l , p o l l

t i c o ou r e l i g i o s o , bem como de c a n d i d a t u r a s a c a r g o s e l e t i v o s

e s t r a n h o s a n a t u r e z a e f i n a l i d a d e das a s s o c i a g o e s " . E s t a b e l e c i a

ademais uma e s t r i t a f i s c a l i z a g a o do Estado s o b r e os s i n d i c a t o s

e suas f i n a n g a s . P e l a s p r o p r i a s c o n d i g o e s e s t a b e l e c i d a s nos anos

i m e d i a t a m e n t e p o s t e r i o r e s a 1930, nao t e v e a p l i c a g a o e f e t i v a , s e n

do c o n t e s t a d o na p r a t i c a p e l a i n c l u s a o dos " r e p r e s e n t a n t e s c l a s

-s i -s t a -s " , d i t a d o que de alguma m a n e i r a q u e b r a a n e u t r a l i d a d e p o l l

t i c a dos s i n d i c a t o s (4) . No regime r e l a t i v a m e n t e l i b e r a l de 1934

ganham c e r t a e l a s t i c i d a d e , que se p e r d e d e f i n i t i v a m e n t e com o

g o l p e de 1937 e a i m p l a n t a g a o do E s t a d o Novo, que i n s t i t u c i o n a l i

za d e f i n i t i v a m e n t e a q u a l i d a d e de "orgao de c o l a b o r a g a o " dos s i n

d i c a t o s a t r e l a n d o - o s f o r m a l m e n t e ao E s t a d o , p r o c e s s o que e

com-p l e t a d o em 1943 com a C o n s o l i d a g a o das L e i s do T r a b a l h o .

No B r a s i l esses i n t e n t o s de r e g u l a r as o r g a n i z a g o e s s i n d i

i n t e r v i r na direcao ou administracao de uma sociedade p r o f i s s i o n a l , t e

-nha esta ou nao personalidade gremial". C i t . por PUIGGROS, Rodolfo. El

peronismo y sus causas. Buenos Aires, Cepes, 1974, p.

(3) n * « • •

REMORINO, Jeronimo. La nueva legislacion social argentina. Buenos Aires,

Kraft, 1955, p. 189.

(4) ' . . „

FUTCHNER, Hans. Os sindicatos b r a s i l e i r o s , organizagao e funcao p o l i t i c a .

(33)

27.

c a i s dao-se no c o n t e x t o de:

1) uma c r i s e economica que a g u d i z a as d i f i c u l d a d e s que des

de a decada a n t e r i o r t i n h a m - s e m a n i f e s t a d o na a r e a das

chamadas e x p o r t a g o e s p r i m a r i a s ;

2) e os e s f o r c o s p o r r e d u z i r a v u l n e r a b i l i d a d e da economia

" a t r e l a d a ao c o m e r c i o e x t e r i o r p a r a a s a t i s f a g a o de t o

-das suas n e c e s s i d a d e s i n t e r n a s " ( 5 ) , o que l e v a a

mudan-gas no a m b i t o economico e no p r 5 p r i o a m b i t o da o r g a n i z a

gao p o l i t i c a , f a c e a d e s a r t i c u l a g a o das c l a s s e s e s e t o

-r e s de c l a s s e s d o m i n a n t e s , a i n d a com uma p e -r s p e c t i v a

r e g i o n a l i s t a da economia;

3) uma c l a s s e o p e r a r i a c u j a i m p o r t a n c i a numerica cresce:em

1920, 13.336 e s t a b e l e c i m e n t o s com 275.512 o p e r a r i o s ; em

1940, 49.418 e s t a b e l e c i m e n t o s com 781.185 o p e r a r i o s ; em

1950, 89.096 e s t a b e l e c i m e n t o s com 1.256.507 opera

-r i o s ( 6 ) , mas c u j a o -r g a n i z a g a o e -r a f -r a g i l e s u j e i t a as

d i s c u s s o e s que sobre o p o n t o mantinham a n a r q u i s t a s , a n a r

c o s i n d i c a l i s t a s e c o m u n i s t a s ( 7 ) , sem c o n t a r com um o r

-ganismo u n i c o que os n u c l e a s s e ; sua p a r t i c i p a g a o r e s t r i

t a , deve-se nao so aos condicionamentos e s t r u t u r a i s ou a uma di.

f u s a d e s o r g a n i z a g a o , como tambem a percepgao da H i s t o

-r i a como um p -r o c e s s o -r e c o -r -r e n t e , p o -r p a -r t e ' dos s e t o -r e s

p o l i t i c a m e n t e a t i v o s da c l a s s e .

As c o n d i g o e s em que se forma essa nova c l a s s e o p e r a r i a u r

bana sao bem d i f e r e n t e s daquelas que vingavam na f a s e da i n d u s

-DINIZ, E l i s . E m p r e s a r i o , Estado e C a p i t a l i s m o . R i o de J a n e i r o , Paz e Ter_ r a , 1978, p. 64.

^ PINHEIRO, P.S. P o l i t i c a e t r a b a l h o no B r a s i l . R i o de J a n e i r o , Paz e T e r -r a , 1975. p. 86.

Algumas dessas d i s c u s s o e s e s t a o r e c o l h i d a s em: PEREIRA, A s t r o j i l d o . Cons t r u i n d o o PCB ( 1 9 2 2 - 1 9 2 4 ) , o r g a n i z a d o por M i c h e l Z a l d a n . Sao P a u l o , Cien c i a s Humanas, 1980.

(34)

2 8 .

t r i a l i z a g a o e u r o p e i a e s p e c i a l m e n t e a I n g l a t e r r a e a Franga, que

s e r i a o modelo das vanguardas o p e r a r i a s , e s p e c i a l m e n t e dos anar

q u i s t a s o que c r i a r i a uma defasagem e n t r e as c o n d i g o e s e s t r u t u

-r a i s e suas p -r o p o s t a s p o l i t i c a s , nao adaptadas as c o n d i g o e s "da

e t a p a de d e s e n v o l v i m e n t o das r e l a g o e s de produgao".

As d i f e r e n g a s no c o n t e u d o e n t r e ambos os t e x t o s l e g a i s e x

primem bem as c l a r a s , na comparagao e n t r e os d o i s p a i s e s , a a s

-s i m e t r i a e n t r e a-s c o n d i g o e -s " o r d e n a d o r a -s " v i g e n t e -s em cada uma

das s o c i e d a d e s , a a r g e n t i n a e a b r a s i l e i r a . Ambas e s t a o i g u a l m e n

t e i n s e r i d a s no c a p i t a l i s m o " d e p e n d e n t e " , m a s com d i f e r e n t e s p r o

-cesses h i s t o r i c o s de c o n s t i t u i g a o das c l a s s e s e s o b r e t u d o , de

p a r t i c i p a g a o das c l a s s e s dominadas no j o g o de poder(8). .

No B r a s i l , na medida em que a c l a s s e o p e r a r i a , a i n d a que

sem grande o r g a n i z a g a o , comegava a m o s t r a r p o t e n c i a l i d a d e p a r a a.

g i t a r a ordem e s t a b e l e c i d a , a "questao s o c i a l " , r e s t r i t a a t e en

t a o aos n i v e i s da r e p r e s s a o , passa a se i n s e r i r no quadro da r e

-o r g a n i z a g a -o das r e l a g -o e s e n t r e a s -o c i e d a d e e -o Estad-o e e n t r e as

c l a s s e s e n t r e s i .

I n u m e r a v e i s q u e s t o e s l i g a d a s a nova s i t u a g a o marcam o nas

cedouro das c o n d i g o e s p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o de uma b u r o c r a c i a

e s t a t a l . E s t a t o r n a r s e i a o n u c l e o desde onde p a r t i r i a m as t e n

t a t i v a s de t r a n s f e r i r p a r a o i n t e r i o r do Estado os c o n f l i t o s s o

-c i a i s , t e n t a n d o a sua d i l u i g a o em p r o l da "harmonia s o -c i a l " , -

co-l o c a d a como v a co-l o r s u b s t i t u t o da co-l u t a de c co-l a s s e s .

E x i s t i a sem d u v i d a uma preocupagao nos grupos que e x e r c i a m

o poder em 1930 p o r r e s o l v e r a "questao s o c i a l " , e n t e n d i d a nos

Neste s e n t i d o concordaraos com o p o n t o de v i s t a de Fernando H e n r i q u e Car doso, que e x t e n d e o c o n c e i t o de c o n s t i t u i g a o as formas que a d q u i r e m suas r e l a g o e s com as o u t r a s c l a s s e s ( c f . Classes s o c i a i s e H i s t o r i a : c o n s i d e -ragoes m e t o d o l o g i c a s , i n : A u t o r i t a r i s m o e d e m o c r a t i z a g a o . R i o de J a n e i r o Paz e T e r r a , 19 , p. 1 2 3 - 4 .

(35)

seus termos m a i s amplos, que i n c l u i a : o r g a n i z a g a o do t r a b a l h o e

sua p r o t e g a o ; amparo a produgao e d e s e n v o l v i m e n t o do c o m e r c i o ( 9 ) .

Forma p a r t e desse p r o j e t o a u t i l i z a g a o do D i r e i t o como i n s t r u m e n

t o f u n d a m e n t a l p a r a " s u b s t i t u i r m o s o v e l h o e n e g a t i v o c o n c e i t o

de l u t a s de c l a s s e p e l o c o n c e i t o novo, de c o l a b o r a g a o de c l a s

-s e -s " ( 1 0 ) . O D i r e i t o d a r i a a -s -s i m , na-s p a l a v r a -s de L i n d o l f o C o l l o r ,

"expressao l e g a l r e a l a essas novas d i r e t r i z e s s o c i a i s " .

Vargas d i r i a , a 4 de maio de 1931, que "o e d i f i c i o do d i

-r e i t o novo, a e -r i g i -r - s e , -remodelado da base ao a l t o , p a -r a conse

g u i r s o l i d e z e e f i c i e n c i a , deve t e r p o r argamassa os f a t o s econo

m i c o s , p e r s c r u t a d o s nas suas o r i g e n s , p r e v i s t o s na sua marcha e

ascensao, p r o g n o s t i c a d o s nos seus f i n s . A ordem j u r i d i c a p r e c i s a

p o i s , r e f l e t i r a ordem economica, g a r a n t i n d o - a e f o r t a l e c e n d o

- a " ( 1 1 ) .

Com a c r i a g a o do M i n i s t e r i o do T r a b a l h o , I n d u s t r i a e Comer

c i o em 1930 se pensava homogeneizar a produgao b r a s i l e i r a , t a n t o

a g r i c o l a como i n d u s t r i a l . A t r a v e s de cada um dos Departamentos

que o compunham, o Governo P r o v i s o r i o v i s a v a a t i n g i r esse o b j e t i

v o ( 1 2 ) , que de alguma f o r m a j a e s t a v a p r e s e n t e na decada a n t e

-r i o -r , como e demonst-rado p o -r A n g e l a M a -r i a de C a s t -r o Gomes (.13). , l i

gado a formagao de um mercado i n t e r n o que p e r m i t i s s e a r e a l i z a

-gao do c a p i t a l tambem no a m b i t o n a c i o n a l .

As chamadas L e i s T r a b a l h i s t a s s e r i a m o n u c l e o p r i v i l e g i a d o

de i n s t r u m e n t o s que l e v a r i a m a esses f i n s .

( 9 ) - * • D i s c u r s o de Posse do M i n i s t e r i o de T r a b a l h o , de 19 de Dezembro de 1930 e D i s c u r s o no R o t a r y C l u b , de 26 de Dezembro de 1930. A r q u i v o L i n d o l f o C o l l o r ; CPDOC, FGV LC, p i , 30-12=01, L C p i , 30-12-26. (10) Idem i b i d .

VARGAS, G e t u l i o . A Nova P o l i t i c a do B r a s i l . R i o de J a n e i r o , Jose Olym -p i o , 1938, -p . 114.

( 1 2 )

No seu d i s c u r s o de p o s s e , L i n d o l f o C o l l o r chama ao Departamento da I n -d u s t r i a "orgao -da p a -d r o n i z a c a o -da pro-dugao n a c i o n a l " . L o c . c i t .

(13) - . GOMES, A n g e l a M a r i a de C a s t r o . B u r g u e s i a e T r a b a l h o . R i o de Janeiro,Cam pus, 1979.

(36)

3 0 .

0 d i s c u r s o o f i c i a l e a grande q u a n t i d a d e de L e i s s a n c i o n a

-das no Governo P r o v i s 5 r i o enganam, fazendo com que o Estado

apa-r e c a como p apa-r o p u l s o apa-r u n i c o e i n c o n t e s t a d o das mudangas ao n f v e l

j u r i d i c o , e s t a b e l e c e n d o essa c o n d i g a o como p r e s s u p o s t o e r e d u z i n

do consequentemente a n a t u r e z a das l e i s a s i m p l e s meios t e c n i c o s

p a r a a t i n g i r os f i n s p r o p o s t o s (.14) .

Alem do d i s c u r s o , a r e a l i d a d e se m o s t r a um pouco mais

com-p l e x a , sem n e g a r esse d i s c u r s o como e x com-p r e s s a o de uma com-p a r t e s i g n i

f i c a t i v a d e l a .

Com e f e i t o , nem o Estado e o u n i c o d i n a m i z a d o r da s o c i e d a

de que muda, nem a i n e x i s t e n c i a de um s e t o r p o l i t i c a m e n t e hegemo

n i c o e e m p e c i l h o p a r a que as c l a s s e s e s e t o r e s de c l a s s e e x e r

gam p r e s s o e s p a r a m o d i f i c a r os rumos dessa mudanga.

Em o u t r a s p a l a v r a s : a c o n s t a t a g a o de uma " l 5 g i c a p r 5 p r i a "

na marcagao das d i r e t r i z e s p r i n c i p a l s do E s t a d o , sao r e s u l t a d o

s i m u l t a n e a m e n t e das c o n d i g o e s de e q u i l i b r i o e s p e c i a l das c l a s

ses que da uma c e r t a p r e e m i n e n c i a do a p a r a t o e s t a t a l , de uma l i

nha de pensamento que m i s t u r a v a e l e m e n t o s de c r i t i c a ao l i b e r a

-l i s m o como f o n t e de d e s o r g a n i z a g a o s o c i a -l , e da d o u t r i n a da " f u n

gao s o c i a l " da p r o p r i e d a d e , que p r e s t i g i a ao Estado f o r t e , capaz

de g a r a n t i r a h a r m o n i a em que essa fungao deve se r e a l i z a r (.15) ,

t e n d o a i n d a a i m p r o n t a do p o s i t i v i s m o : o r g a n i c i d a d e , e r a c i o n a l i

-dade na o r g a n i z a g a o s o c i a l , p r o p r i a do grupo no poder.

A capacidade l e g i f e r a n t e do Governo P r o v i s 6 r i o , f o i r e s u l

-t a d o s i m u l -t a n e o dessa l i n h a p r e d o m i n a n -t e em 1930 e de r e i v i n d i c a

goes que, em p a r t i c u l a r desde 1919, vinham sendo c o l o c a d a s : j o r

-( 1 4 ) .

Neste s e n t i d o , uma b r i l h a n t e a n a l i s e das r e l a c o e s e n t r e b u r g u e s i a e Es t a d o no p e r i o d o e f e i t a p o r E l i DINIZ em E m p r e s a r i o , Estado e C a p i t a l i s " mo no B r a s i l . R i o de J a n e i r o , Paz e T e r r a , 1978, f u g i n d o ao enfoque c r i

t i c a d o . ~ Este pensamento f i n c a as suas r a i z e s na E n c i c l i c a "Rerum Novarum" de 15

Referências

Documentos relacionados

Portanto, conclui-se que o princípio do centro da gravidade deve ser interpretado com cautela nas relações de trabalho marítimo, considerando a regra basilar de

A Parte III, “Implementando estratégias de marketing”, enfoca a execução da estratégia de marketing, especifi camente na gestão e na execução de progra- mas de marketing por

Serve o presente relatório para descrever e refletir sobre as atividades realizadas durante o Estágio Profissionalizante do 6º ano do Mestrado Integrado em

Estudos sobre privação de sono sugerem que neurônios da área pré-óptica lateral e do núcleo pré-óptico lateral se- jam também responsáveis pelos mecanismos que regulam o

Os principais resultados obtidos pelo modelo numérico foram que a implementação da metodologia baseada no risco (Cenário C) resultou numa descida média por disjuntor, de 38% no

Os resultados mostraram que as crianças que realizaram a tarefa direcionando sua atenção nos efeitos do movimento no ambiente, obtiveram maiores níveis de aprendizagem quando

A iniciativa parti- cular veiu em auxílio do govêrno e surgiram, no Estado, vá- rios estabelecimentos, alguns por ventura falseados em seus fins pelos defeitos de organização,

Os filmes finos dos óxidos de níquel, cobalto e ferro, foram produzidos por deposição dos respectivos metais sobre a superfície de substratos transparentes no