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2° estágio_A3-1

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Academic year: 2021

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CURSO: DIREITO

DISCIPLINA: Processo Civil I TURMA(s): A e B

PROFESSOR (A): Cláudio Pinto Lopes PERÍODO: 5º

HORÁRIO: 18:30 e 20:20

DIAS DA SEMANA: quartas-feiras e sextas-feiras

PROCESSO DE CONHECIMENTO – ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA

TUTELA DEFINITIVA

AULA 3

Tema da aula (3): ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA DEFINITVA 1. Fundamentos históricos,

2. Generalidades,

3. Fungibilidade entre tutela cautelar e tutela antecipada, 4. Requisitos para antecipação de tutela,

4.1. Prova inequívoca,

4.2.Verossimilhança das alegações,

4.3. Fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação,

4.4. Abuso do direito de defesa e manifesto propósito protelatório do réu, 5. A reversibilidade como pressuposto da antecipação de tutela,

6. A incontrovérsia como fundamento para antecipação de tutela, 7. Efetivação da tutela antecipada,

8. Modificação e revogação da tutela antecipada.

1. FUNDAMENTOS HISTÓRICOS:

 O termo TUTELA vem sendo empregado pela doutrina para significar uma proteção a uma situação de vida que alguém postula em juízo: a) qualquer cidadão alegando lesão ou ameaça de direito tem o direito de se dirigir ao Estado-Juiz e pleitear TUTELA; b) O Estado-Juiz não tem o dever de acolher aludido pleito; seu dever consiste sim, em um prazo razoável e por meio de um justo e adequado processo, de decidir acerca de aludida pretensão. Mas a dinâmica forense revela diversas fases, nem sempre previsíveis pelo legislador.

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Art. 798. Além dos procedimentos cautelares específicos,

que este Código regula no Capítulo II deste Livro, poderá o juiz determinar as medidas provisórias que julgar adequadas, quando houver fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao direito da outra lesão grave e de difícil reparação.

ALGUMAS DISTINÇÕES ENTRE A TUTELA CAUTELAR e TUTELA ANTECIPADA – Certas regras gerais: (a) a primeira não admite a satisfação do direito

pela parte, só podendo fazê-lo por intermédio de uma ação principal. Já a segunda, permite a satisfação já que manejada dentro da própria ação principal; (b) a primeira é mais complexa e exige dois procedimentos distintos para completa realização – medida cautelar “preparatória ou incidental” e a ação principal. A segunda exige apenas um único procedimento – ação principal; (c) a primeira pode ser concedida com mero exame superficial da existência do direito litigado – fumus boni iuri e periculum in mora. A segunda, justamente pelo caráter satisfativo, exige para sua concessão, requisitos gerais e específicos de maior complexidade; (d) a tutela cautelar é medida de “apoio” ao processo, ao passo que a tutela antecipada, compreendida como medida de apoio às pessoas que litigam; (e) Na TUTELA CAUTELAR a liminar aqui deferida pretende

CONSERVAR interesses, o que desafia ANÁLISE SUPERFICIAL; Já na TUTELA

ANTECIPATÓRIA a liminar em questão pretende CONCEDER um direito, antecipando o próprio mérito, por isto que de EXAME MAIS APROFUNDADO.

 Portanto, A inefetividade do antigo procedimento ordinário transformou o art. 798 do CPC em autêntica ‘válvula de escape’ para apresentação da tempestiva tutela jurisdicional. O uso desta tutela cautelar com fim satisfativo levou o legislador brasileiro a introduzir no CPC a norma que hoje consta no art. 273, in verbis:

Art. 273. O juiz poderá, a “requerimento da parte”, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou

II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.

§ 1º. Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento.

§ 2º. Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. (Até aqui, redação original de 1994)

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§ 3º A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4º e 5º, e 461-A. (Redação dada ao parágrafo pela Lei nº 10.444, de 07.05.2002, DOU 08.05.2002, em vigor 3 (três) meses após a data de publicação)(Parágrafo modificado pela reforma de 2002 – A reforma de 2005/2006 revogou o art. 588 citado, substituindo-o pelo art. 475-O)

§ 4º. A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.

§ 5º. Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julgamento. (Redação dada ao artigo pela Lei nº 8.952, de 13.12.1994)(Estes dois parágrafos mantiveram a redação original de 1994)

§ 6º A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso. (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 10.444, de 07.05.2002, DOU 08.05.2002, em vigor 3 (três) meses após a data de publicação) § 7º Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado. (NR) (Parágrafo acrescentado pela Lei nº 10.444, de 07.05.2002, DOU 08.05.2002, em vigor 03 (três) meses após a data de publicação)(Os dois últimos parágrafos foram criados pela reforma processual de 2002)

2. GENERALIDADES:

 CONCEITO: Dá-se o nome de tutela antecipada ao “adiantamento dos efeitos da decisão final”, a ser proferida em processo de conhecimento, com a finalidade de evitar dano ao direito subjetivo da parte.

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 Neste, contexto, É POSSÍVEL QUE O JUIZ CONCEDE-A ‘DE OFÍCIO’? – Art. 273, caput, 1ª parte 12.

3. FUNGIBILIDADE ENTRE TUTELA CAUTELAR E TUTELA ANTECIPADA:

 Mesmo que distintas na essência, não se deve esquecer que tanto a “antecipação de tutela” quanto a “medida cautelar – típica ou atípica” derivam do mesmo gênero, qual seja, tutela jurisdicional de urgência. Não raro às vezes o operador do direito confunde os dois institutos, naturalmente muito próximos. Daí se criou a seguinte regra:

§ 7º Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado.

 EXEMPLO – Art. 1.562. Antes de mover a ação de nulidade do casamento, a de anulação, a de separação judicial, a de divórcio direto ou a de dissolução de união estável, poderá requerer a parte, comprovando sua necessidade,

1 PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS A NECESSITADO. OBRIGAÇÃO DE FAZER DO ESTADO. INADIMPLEMENTO. COMINAÇÃO DE MULTA DIÁRIA. ASTREINTES. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. VALOR DESPROPORCIONAL. 1. Ação ordinária c/c pedido de tutela antecipada ajuizada em face do Estado objetivando o fornecimento do medicamento Miflasona 400 Spray e Zetron 150 mg, indicado para paciente portador de doença de Chagas e doença pulmonar obstrutiva. 2. A função das astreintes é vencer a obstinação do devedor ao cumprimento da obrigação e incide a partir da ciência do obrigado e da sua recalcitrância. 3. In casu, consoante se infere dos autos, trata-se obrigação de fazer, consubstanciada no fornecimento de medicamento ao paciente que em virtude de doença necessita de medicação especial para sobreviver, cuja imposição das astreintes objetiva assegurar o cumprimento da decisão judicial e conseqüentemente resguardar o direito à saúde. 4. "Consoante entendimento consolidado neste Tribunal, em se tratando de obrigação de fazer, é permitido ao juízo da execução, de ofício ou a requerimento da parte, a imposição de multa cominatória ao devedor, mesmo que seja contra a Fazenda Pública."(AGRGRESP 189.108/SP, Relator Ministro Gilson Dipp, DJ de 02.04.2001). 5. Precedentes jurisprudenciais do STJ: REsp 775.567/RS, Relator Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ 17.10.2005; REsp 770.524/RS, Relatora Min.ELIANA CALMON, DJ 24.10.2005; REsp 770.951/RS, Relator Min. CASTRO MEIRA, DJ 03.10.2005; REsp 699.495/RS, Relator Min. LUIZ FUX, DJ 05.09.2005. 6. À luz do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, valor erigido com um dos fundamentos da República, impõe-se a concessão dos medicamentos como instrumento de efetividade da regra constitucional que consagra o direito à saúde. 7. In casu, a decisão ora hostilizada pelo recorrente ratifica multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) que, além de comprometer as finanças do Estado do Rio Grande do Sul, revela-se exorbitante. 8. Recurso especial parcialmente provido. (STJ, REsp 775233 / RS ; RECURSO ESPECIAL 2005/0137890-0, Ministro LUIZ FUX, 1ª Turma, julgado em 20/06/2006, publicado em DJ 01.08.2006 p. 380).

2 Art. 69. O aluguel fixado na sentença retroage à citação, e as diferenças devidas durante a ação de revisão, descontados os alugueres provisórios satisfeitos, serão pagas corrigidas, exigíveis a partir do trânsito em julgado da decisão que fixar o novo aluguel. § 1º. Se pedido pelo locador, ou sublocador, a sentença poderá estabelecer periodicidade de reajustamento do aluguel diversa daquela prevista no contrato revisando, bem como adotar outro indexador para reajustamento do aluguel – Lei nº 8.245/91 – Lei Inquilinato.).

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a separação de corpos, que será concedida pelo juiz com a possível brevidade – Código Civil.

 QUAL O MOMENTO PROCESSUAL PARA CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPATÓRIA 3?

4. REQUISITOS PARA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA:

 Os requisitos para a antecipação da tutela (art. 273, caput e incisos I e II) são: a) prova inequívoca, de forma a convencer o juiz da verossimilhança da alegação e; b) fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou c) abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu.

4.1. PROVA INEQUÍVOCA (REQUISITO GERAL):

 Por prova inequívoca entende-se a prova suficiente para levar o juiz a creditar que a parte é titular do direito material disputado.

4.2. VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES (REQUISITO GERAL):

 A prova inequívoca conduz à verossimilhança das alegações, vale dizer, antecipa-se os efeitos da decisão de mérito em razão da “aparência do bom

direito afirmado”.

 A verossimilhança pode, não obstante, levar em consideração, para efeito de sua fixação: a) o valor do bem jurídico ameaçado; b) a dificuldade de o autor provar sua alegação; c) credibilidade da alegação, de acordo com as regras de experiência; d) a própria urgência descrita.

4.3. FUNDADO RECEIO DE DANO IRREPARÁVEL OU DE DIFÍCIL REPARAÇÃO (1º REQUISITO ESPECÍFICO):

 É o periculum in mora. É a possibilidade de dano de difícil reparação caso os efeitos da decisão só sejam produzidos a final, na sentença.

3 PROCESSO CIVIL. CONCESSÃO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA NA SENTENÇA. RECURSO CABÍVEL. APELAÇÃO. AGRAVO INTERNO. DECISÃO QUE DEVE SER MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. ARTIGO 557 DO CPC. APLICABILIDADE. MATÉRIA PACÍFICA. SÚMULA Nº 83/STJ. 1. Não há como abrigar agravo regimental que não logra desconstituir os fundamentos da decisão recorrida. 2. Nos termos do artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, "o relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior", sendo prescindível que o tema reste apreciado pela Corte Especial. 3. A apelação é o recurso cabível contra sentença em que foi concedida a antecipação de tutela. 4. Com a adoção pelo sistema recursal brasileiro do princípio da singularidade dos recursos, mesmo que várias tenham sido as questões decididas em seu bojo, a sentença é una, devendo, portanto, ser enfrentada pelo recurso cabível previsto no artigo 513, CPC, que é apelação. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ, AgRg no REsp 553273 / BA ; AGRAVO

REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL

2003/0108655-0, Ministro PAULO GALLOTTI, 6ª Turma, julgado em 06/04/2004, publicado em DJ 06.03.2006 p. 465).

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4.4. OU ABUSO DE DIREITO DE DEFESA OU MANIFESTO PROPÓSITO PROTELATÓRIO DO RÉU (2º REQUISITO ESPECÍFICO):

 Todavia, ainda que inexistente o periculum in mora, a tutela antecipada pode ser concedida se ficar demonstrado o abuso de direito ou o manifesto propósito protelatório do réu 4.

5. A REVERSIBILIDADE COMO PRESSUPOSTO DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA:

 Previsão normativa:

§ 2º. Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.

 O que significa? Como a antecipação de tutela é um juízo provisório, o qual pode ser modificado a qualquer instante, pretendeu o legislador que não se cometesse injustiça com o réu, na medida em que, demonstrando este que o direito tutelado na verdade lhe cabe e não ao autor, possa retornar àquela situação inicialmente existente.

 “A exigência da irreversibilidade inserta no § 2o do art. 273 do CPC não pode ser levada ao extremo, sob pena de o novel instituto da tutela antecipatória não cumprir com a excelsa missão a que se destina”. 5

E mais:

“AGRAVO REGIMENTAL – AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA ANTECIPATÓRIA. REQUISITOS.

IRREVERSIBILIDADE DA MEDIDA. NÃO

CARACTERIZAÇÃO. 1. A irreversibilidade da tutela antecipatória não é óbice intransponível à concessão do adiantamento, pois, cão o autor seja vencido na demanda, deve indenizar a parte contrária pelos prejuízos que ela sofreu com a execução da medida. 2. Agravo regimental improvido”. 6

6. A INCONTROVÉRSIA COMO FUNDAMENTO PARA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA:

4 Art. 5º (...) LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.

5 STJ, REsp 144.656/ES, 2a Turma, un., rel. Min. Adhemar Maciel, DJU 27.10.1997, p. 54.778. 6 (AGA 528825 – PR, 6ª Turma do STJ, rel. Min. Paulo Medina, j. 4.12.2003, DJ 19.12.2003, p. 637).

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 A ausência de impugnação quanto a um ponto da demanda autoriza a antecipação de tutela independentemente de prova inequívoca, de fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, ou de abuso do direito de defesa ou manifesto propósito protelatório do réu, ou reversibilidade dos efeitos da decisão concessiva da tutela:

§ 6º A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso.

7. EFETIVAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA:

 Disposição normativa:

§ 3º A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4º e 5º, e 461-A.

 A decisão que concede a tutela antecipatória, além de seu conteúdo principal, que pode consistir numa declaração, condenação ou constitutividade, contém um plus mandamental que dispensa a instauração de execução nos moldes tradicionais – é a “coerção” por meio de imposição de multa, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obra, impedimento de atividade nociva, requisição de força policial etc.

§ 5º Para a efetivação da tutela específica ou a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz, de ofício ou a requerimento, determinar as medidas necessárias tais como a imposição de “multa por tempo de atraso, busca e apreensão, remoção de pessoas e coisas, desfazimento de obras e impedimento de atividade nociva, se necessário com requisição de força policial”.

8. MODIFICAÇÃO E REVOGAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA:

 Em face da provisoriedade, em qualquer fase do procedimento é possível modificar a tutela anteriormente concedida:

§ 4º. A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.

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Art. 272. O procedimento comum é ordinário ou sumaríssimo.

Art. 273. O procedimento especial e o procedimento sumaríssimo regem-se pelas disposições

que lhes são próprias, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, as disposições gerais do procedimento ordinário.

Redação posterior a dezembro de 1994:

Art. 272. O procedimento comum é ordinário e sumário.

Parágrafo único. O procedimento especial e o procedimento sumário regem-se pelas

disposições que lhes são próprias, aplicando-se-lhes, subsidiariamente, as disposições gerais do procedimento ordinário.

Princípio da fungibilidade recursal no CPC de 1939:

Art. 810. Salvo a hipótese de má fé ou erro grosseiro, a parte não será prejudicada pela

interposição de um recurso por outro, devendo os autos ser enviado à Câmara, ou turma, a que competir o julgamento.”

Recepção do princípio da fungibilidade recursal pela Jurisprudência Pátria mesmo não estando expressamente disciplinado no CPC vigente:

AGRAVO DE INSTRUMENTO – DECISÃO DO RELATOR DEFERITÓRIA DE EFEITO SUSPENSIVO – INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – FUNGIBILIDADE RECURSAL – CONHECIMENTO COMO AGRAVO REGIMENTAL – Em atenção ao princípio da fungibilidade recursal, conhece-se dos embargos de declaração opostos contra decisão do relator deferitória ao efeito desde que estejam presentes os pressupostos consagrados no art. 558, caput, do CPC, quais sejam, a possibilidade de lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a fundamentação, cumpre ao relator deferir a tutela recursal pleiteada. (TJDF – AGI 20030020040250 – DF – 2ª T.Cív. – Relª Desª Carmelita Brasil – DJU 19.11.2003 – p. 31) JCPC.558

Inspiração próxima do Direito positivo para a criação do art. 273, do CPC – Art. 84, § 3o, CDC/1990

Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o

Juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento.

(...)

§ 3º. Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do

provimento final, é lícito ao Juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.

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FAZENDA PÚBLICA E ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA DEFINITIVA:

Logo que editada a lei imensa instituidora da antecipação da tutela inúmeros os debates quanto da sua admissibilidade contra a Fazenda Pública.

1) CORRENTES:

a) pela inadmissibilidade: 1) reexame necessário: seria obstáculo, pois a sentença final contra a Fazenda só poderia ser concedida depois de confirmada pelo tribunal – art. 475, CPC; 2) regime de pagamentos em dinheiro pela Fazenda Pública pela via dos precatórios: impediria a satisfação imediata das obrigações pecuniárias – art. 100, CF; 3) A lei nº 8.437/92 impediria a concessão de liminar contra a Fazenda Pública. b) pela admissibilidade: os argumentos se mostravam equivocados: 1) quanto à lei nº 8.437/92 ela própria já abria espaço à liminar em ação popular e ação civil pública; 2) o direito fundamental do acesso à justiça não poderia ser burlado; 3) A lei federal nº 9.494/97 regulou a antecipação de tutela contra a Fazenda Pública – se uma lei veio regulá-la é porque a antecipação é possível e só não o será nas hipóteses por ela previstas.

OUTROS ASPECTOS:

a) precatório – na pior das hipóteses a decisão que antecipasse a tutela apenas colocaria o autor na “fila de espera” (DIDIER) para sua expedição. b) Reexame obrigatório – I) o reexame obrigatório só se exige de sentença e tutela antecipada é decisão interlocutória (nem sempre; há situações que ela pode ser concedida na própria sentença)

1ª CONCLUSÃO: à exceção das vedações legais acima nominadas e

expressamente consignadas em lei, entendemos que é possível a livre concessão de antecipação dos efeitos da tutela definitiva contra a Fazenda Pública.

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2ª CONCLUSÃO: a) quando do surgimento da Lei nº 9.494/97 sua

constitucionalidade foi levada à prova através da ADC n.4 e o STF, EM 11.02.98, POR MAIORIA DE VOTOS, considerou-a constitucional, porém com a ressalva já contida na ADI n. 233-6/DF, sustenta em voto do Min. Sepúlveda Pertence: “Assim, creio que a solução estará no manejo do sistema SISTEMA DIFUSO, porque nele, em cada caso concreto, nenhuma medida provisória poderá subtrair ao juiz da causa um exame da constitucionalidade, inclusive sob o prisma da razoabilidade, das restrições impostas, se a entender inconstitucional, conceder a liminar, deixando de dar aplicação, no caso concreto, à medida provisória, na medida em que, em relação àquele caso, a julge inconstitucional, porque absurda”.

LEI Nº 9.494, DE 10 DE SETEMBRO DE 1997.

Conversão da MPv nº 1.570-5, de 1997 Disciplina a aplicação da tutela antecipada contra a Fazenda Pública, altera a Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, e dá outras providências.

Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a Medida Provisória nº 1.570-5, de 1997, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Antonio Carlos Magalhães, Presidente, para os efeitos do disposto no parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal, promulgo a seguinte Lei:

Art. 1º Aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de

Processo Civil o disposto nos arts. 5º e seu parágrafo único e 7º da Lei nº 4.348, de 26 de junho de 1964, no art. 1º e seu § 4º da Lei nº 5.021, de 9 de junho de 1966, e nos arts. 1º, 3º e 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992.

Art. 1o-A. Estão dispensadas de depósito prévio, para interposição de recurso, as pessoas jurídicas de direito público federais, estaduais, distritais e municipais." (NR) (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

Art. 1o-B. O prazo a que se refere o caput dos arts. 730 do Código de Processo Civil, e 884 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a ser de trinta dias" (NR) (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

Art. 1o-C. Prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. (NR) (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

Art. 1o-D. Não serão devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções não embargadas. (NR) (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

Art. 1o-E. São passíveis de revisão, pelo Presidente do Tribunal, de ofício ou a requerimento das partes, as contas elaboradas para aferir o valor dos precatórios antes de seu pagamento ao credor. (NR) (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

Art. 1o-F. Os juros de mora, nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas a servidores e empregados públicos, não poderão ultrapassar o percentual de seis por cento ao ano. (NR) (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

Art. 2º O art. 16 da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, passa a vigorar com a seguinte redação:

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“Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova.”

Art. 2o-A. A sentença civil prolatada em ação de caráter coletivo proposta por entidade associativa, na defesa dos interesses e direitos dos seus associados, abrangerá apenas os substituídos que tenham, na data da propositura da ação, domicílio no âmbito da competência territorial do órgão prolator. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

Parágrafo único. Nas ações coletivas propostas contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas autarquias e fundações, a petição inicial deverá obrigatoriamente estar instruída com a ata da assembléia da entidade associativa que a autorizou, acompanhada da relação nominal dos seus associados e indicação dos respectivos endereços. (NR) (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

Art. 2o-B. A sentença que tenha por objeto a liberação de recurso, inclusão

em folha de pagamento, reclassificação, equiparação, concessão de aumento ou extensão de vantagens a servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclusive de suas autarquias e fundações, somente poderá ser executada após seu trânsito em julgado. (NR) (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)

Art. 3º Ficam convalidados os atos praticados com base, na Medida Provisória nº 1.570-4, de 22 de julho de 1997.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Congresso Nacional, 10 de setembro, de 1997;176º da Independência e 109º da República.

Senador ANTONIO CARLOS MAGALHÃES Presidente do Congresso Nacional

LEI Nº 4.348, DE 26 DE JUNHO DE 1964.

Mensagem de veto Estabelece normas processuais relativas amandado de segurança.

Art. 5º Não será concedida a medida liminar de mandados de segurança impetrados visando à reclassificação ou equiparação de servidores públicos, ou à concessão de aumento ou extensão de vantagens.

Parágrafo único. Os mandados de segurança a que se refere este artigo serão executados depois de transitada em julgado a respectiva sentença

LEI Nº 8.437, DE 30 DE JUNHO DE 1992.

Dispõe sobre a concessão de medidas cautelares contra atos do Poder Público e dá outras providências.

Art. 1° Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.

§ 1° Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua liminar, quando impugnado ato de autoridade sujeita, na via de mandado segurança, à competência originária de tribunal.

§ 2° O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação popular e de ação civil pública.

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§ 3° Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação.

§ 4° Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo da comunicação ao dirigente do órgão ou entidade, o respectivo representante judicial dela será imediatamente intimado.

(Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 5o Não será cabível medida liminar que defira compensação de créditos tributários

ou previdenciários. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

Art. 3° O recurso voluntário ou ex officio, interposto contra sentença em processo cautelar, proferida contra pessoa jurídica de direito público ou seus agentes, que importe em outorga ou adição de vencimentos ou de reclassificação funcional, terá efeito suspensivo.

Art. 4° Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso, suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

§ 1° Aplica-se o disposto neste artigo à sentença proferida em processo de ação cautelar inominada, no processo de ação popular e na ação civil pública, enquanto não transitada em julgado.

§ 2o O Presidente do Tribunal poderá ouvir o autor e o Ministério Público, em setenta e duas horas. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 3o Do despacho que conceder ou negar a suspensão, caberá agravo, no prazo de cinco dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte a sua interposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 4o Se do julgamento do agravo de que trata o § 3o resultar a manutenção ou o restabelecimento da decisão que se pretende suspender, caberá novo pedido de suspensão ao Presidente do Tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 5o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 4o, quando negado provimento a agravo de instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo.

(Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 6o A interposição do agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o Poder Público e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 7o O Presidente do Tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar, se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 8o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o Presidente do Tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 9o A suspensão deferida pelo Presidente do Tribunal vigorará até o trânsito em julgado da decisão de mérito na ação principal. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

LEI No 10.099, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000.

Altera a Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, regulamentando o disposto no § 3o do art. 100 da Constituição Federal, definindo obrigações de pequeno valor para a Previdência Social.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o O art. 128 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, alterado pela Lei no 9.032, de 28 de abril de 1995, passa a vigorar com a seguinte redação:

(13)

"Art. 128. As demandas judiciais que tiverem por objeto o reajuste ou a concessão de benefícios regulados nesta Lei cujos valores de execução não forem superiores a R$ 5.180,25 (cinco mil, cento e oitenta reais e vinte e cinco centavos) por autor poderão, por opção de cada um dos exeqüentes, ser quitadas no prazo de até sessenta dias após a intimação do trânsito em julgado da decisão, sem necessidade da expedição de precatório." (NR)

"§ 3o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido no caput, o pagamento far-se-á sempre por meio de precatório." (AC)

Referências

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