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Estágio curricular supervisionado: o lugar das disciplinas curriculares na relação teoria e prática

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDUC CURSO DE PEDAGOGIA

CAMPUS CAICÓ

WIARA BEATRIZ ALVES PEREIRA

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: O LUGAR DAS DISCIPLINAS

CURRICULARES NA RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA

CAICÓ – RN 2019

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WIARA BEATRIZ ALVES PEREIRA

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO: O LUGAR DAS DISCIPLINAS

CURRICULARES NA RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia do Centro de Ensino Superior do Seridó, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação da Prof.ª Drª. Christianne Medeiros Cavalcante.

CAICÓ – RN 2019

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Dedico esse trabalho as pessoas que mais amo na minha vida, minha família, que me proporcionaram condições para a realização deste sonho.

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AGRADECIMENTOS

Vivemos constantes mudanças em nossas vidas, de forma que ciclos terminam para que outros possam começar. Chegou o grande momento de encerrar mais uma etapa na minha vida. Foram quatro anos e meio de muitos aprendizados e conquistas. Decerto, por meio da minha força de vontade consegui alcançar todos os objetivos que eu tracei durante o curso.

Hoje, realizada, agradeço primeiramente a força de Deus, por me manter firme nos meus estudos e me fazer uma pessoa melhor a cada dia.

Aos meus queridos pais, Maria Aparecida Alves Pereira e Amauri Pereira, exemplos de amor e dedicação, que me apoiam em todas as minhas decisões e me amparam em todos os momentos da minha vida, não medindo esforços para ver a felicidade da nossa família.

Aos meus irmãos, Mayara Luíza Alves Pereira e Kleytone Alves Pereira, pessoas que me inspiram nos caminhos estudantis, trazendo somente orgulho diante das suas conquistas que também são frutos dos esforços de nossos amados pais.

Aos meus Avós Maternos (em memória), Cícero Alves e Severina Beatriz de Brito, pessoas que fizeram parte da minha infância e que hoje são anjos, que com certeza, olham por nossa família todos os dias.

A Jonas Pablo de Araújo Costa, pessoa ímpar que comunga comigo bons momentos, agradeço imensamente pela força que me fez nunca desistir dos meus sonhos, sempre me fazendo feliz.

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As minhas queridas amigas, mais conhecidas como Pedagogatas, pessoas que eu amo e admiro: Anne Karine Muniz da Silva, Alynne Crystyna dos Santos Silva Medeiros, Ana Maria da Costa Batista e Adelgise Moreno Fernandes. Ao lado delas vivi momentos de extrema relevância para minha formação pessoal e profissional.

A minha querida professora e orientadora, Christianne Medeiros Cavalcante, pelos momentos de apoio e dedicação. Você é uma profissional que inspira os seus alunos, diante da sua forma de lecionar e amar o que faz.

Aos professores que fizeram parte da minha jornada universitária, assim como aqueles profissionais que me receberam calorosamente nas escolas de Estágio e no Programa de Iniciação à Docência-PIBID. Só gratidão pelos momentos de aprendizado vivenciados.

Agradeço aos meus colegas de trabalho do Apoio Pedagógico do Ceres, pessoas que respeito e admiro, que também me proporcionaram bons momentos juntos.

Aos meus colegas da turma de Pedagogia 2015.1, pelos momentos de companheirismo e aprendizado durante todo esse trajeto percorrido. Gratidão.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a concretização desse sonho, meus sinceros agradecimentos.

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RESUMO

O Estágio Curricular Supervisionado é uma Disciplina Curricular prática que aproxima os discentes da escola campo profissional, proporcionando-os descobertas e aprendizados, além de dificuldades e incertezas no tocante à prática profissional. É momento de se pensar qual a relação que se estabelece entre teoria aprendida no ambiente universitário e a prática pedagógica. Neste sentido, este trabalho destaca a discussão acerca da importância dos Estágios na formação acadêmica, almejando saber como se estabelece a relação teoria e prática nos estágios. Realizamos a pesquisa por meio da abordagem qualitativa, de cunho exploratório, tomando como referência os estudos de Calderano (2017), Malandrino (2015), Justino (2013), Scalabrin e Molinari (2013), Pimenta e Lima (2012), Gil (2002), entre outros, que possibilitaram acesso aos conhecimentos desejados. Os acontecimentos relacionados ao Estágio Supervisionado foram caracterizados por meio da aplicação de um questionário, a partir do qual foi possível saber acerca da teoria vista na academia e a prática dos Estágios, as dificuldades e experiências dos alunos do curso de Pedagogia. Partindo do que foi pesquisado, nós identificamos que os discentes apontam a importância dos Estágios na sua formação, contudo apontam dificuldades e barreiras encontradas nas escolas quanto a recepção dos profissionais, o pouco tempo disponível para a prática e a pouca habilidade em algumas situações nas escolas podem ser citados como exemplos.

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ABSTRACT

The Supervised Internship it’s a practice curricular activity that approaches the students to the professional field work, providing them discoveries and learning, besides difficulties and uncertain about the vocational practice. It’s the moment to think about what relationships are stablished between the learned theory in the academic environment and the pedagogic practice. In this sense, this paper highlights the discussion about the internship significance in the academic formation, aiming to know how is stablished the relationship between theory and practice on internships. We did the research using the exploratory qualitative method, employing as reference the works of Calderano (2017), Malandrino (2015), Justino (2013), Scalabrin and Molinari (2013), Pimenta and Lima (2012), Gil (2002), among others that allowed the access to the desired knowledge. The events related to Supervised Internship were characterized through the application of a questionnaire, that allowed us to know about the difficulties and experiences of the Pedagogy students regarding the theory learned at Academy and the internship practices. Starting with was researched, we identified that the students point the importance of internships on their graduation, however they also talk about difficulties and barriers found at schools regarding the receptivity of the local professionals, the tiny time available to the supervised internship practice, the little ability on some situations at school can be cited as examples.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - O estágio na instituição em estudo...19

Quadro 2: Atividades desenvolvidas nos estágios da UFRN no período de 2016 a 2018...31

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ... 11

2 UMA DEFINIÇÃO DE ESTÁGIO ... 14

2.1 RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NO ESTÁGIO DO CURSO DE PEDAGOGIA ... 18

3 PERCURSO METODOLÓGICO DA PESQUISA ... 34

3.1. CONSTRUÇÃO DOS DADOS ... 37

3.2 DISCUSSÃO E ANÁLISE DOS DADOS ... 42

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 66 Referências

APÊNDICE ANEXO

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1 INTRODUÇÃO

Na formação acadêmica dos cursos de licenciatura, os Estágios Supervisionados ocupam lugar primordial na formação de professores, visando a habilitação desses profissionais para atuar no ambiente educacional. A prática, acaba por complementar o ensino aprendizagem dado em ambiente universitário, almejando amadurecer o crescimento pessoal e humano dos estudantes.

No curso de Pedagogia ofertado pelo Centro de Ensino Superior do Seridó, no Campus de Caicó, o Estágio divide-se em quatro etapas, sendo elas: Estágio I e II, desenvolvidos na Educação Infantil, sendo o Estágio I na gestão e o II na regência em sala de aula. Os Estágios III e IV são vivenciados no Ensino Fundamental, estando o Estágio III na área da gestão escolar e o Estágio IV lecionando em sala de aula. Assim, o Componente Curricular de Estágio deve oferecer aos discentes a oportunidade de relacionar a teoria significada no ambiente formal da Universidade e da sua busca pessoal, com a prática pedagógica nas escolas campo de prática profissional.

Ao discorrer sobre Estágio, levamos em consideração também as dificuldades que os discentes enfrentam na sua prática pedagógica. Logo, é fato que, quando os estagiários se deparam pela primeira vez com a prática, podem enfrentar dificuldades, sobretudo com a recepção pelos funcionários da escola, assim como pelas condições de trabalho e a contradição entre o que foi estudado no ambiente universitário e a prática pedagógica.

Nesse período, alguns alunos passam por uma fase de dúvidas, questionando se estão realmente na trajetória certa da sua formação profissional.

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O presente trabalho apresenta o Estágio Curricular Supervisionado enquanto formador, buscando explorar a relação entre a teoria vista nas Disciplinas Curriculares com a prática dos Estágios Supervisionados. Interesse resultante da vivência desta autora como aluna, assim como pela verificação dos relatos de discentes que já vivenciaram a prática em campo profissional.

Dessa forma, a investigação esteve ancorada nos seguintes questionamentos: será que os alunos do curso de licenciatura em Pedagogia estão conseguindo relacionar as teorias vistas na Universidade, diante das Disciplinas Curriculares com a prática dos estágios? Quais as dificuldades que os mesmos enfrentaram? Qual a importância do Estágio na vida do aluno, enquanto atividade formadora? Qual a relevância da teoria na prática?

Nessa perspectiva, procuramos verificar nas vivências as dificuldades enfrentadas diante da prática do Estágio por meio da análise de questionários aplicados à estudantes que já vivenciaram todas as etapas dos Estágios tendo como norte as perguntas anteriores. Decerto, a partir desses questionamentos, procuramos discutir as experiências e as complicações constatadas pelos alunos na significação do conhecimento teórico visto nas Disciplinas Curriculares e sua relação com a prática do Estágio.

Destarte, o nosso trabalho está organizado de forma que, inicialmente temos o referencial teórico, no qual apresentamos aspectos do Estágio Curricular Supervisionado, analisando também a relação teoria e prática na formação acadêmica. Abordamos a base legal que fundamenta e normatiza os Estágios, além de pareceres, decretos e resoluções que garantem o Estágio na licenciatura.

Seguidamente, apontamos os procedimentos metodológicos adotados na pesquisa. Um estudo exploratório de cunho qualitativo, rico em dados descritivos, mostrando a voz de diversos autores nas discussões, tais como: Calderano (2017), Malandrino (2015), Justino (2013), Scalabrin e Molinari

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(2013), Pimenta e Lima (2012), Gil (2002), entre outros; alternando com a voz dos alunos, trazendo relatos de experiência vivenciados nos seus Estágios acadêmicos.

Por fim, nas considerações finais, abordamos as contribuições de cada capítulo, almejando responder aos questionamentos propostos na pesquisa, averiguando as contribuições das Disciplinas Curriculares, e dentre elas o Estágio enquanto formador prático dos estudantes-professores.

Pesquisar sobre essa temática é importante para mostrar as contribuições que o Estágio traz para a vida acadêmica dos estudantes dos cursos de licenciatura, dentre eles o de Pedagogia do Centro de Ensino Superior do Seridó, campus Caicó, além das dificuldades enfrentadas pelos mesmos. Destarte, esta vem contribuir com a voz daqueles que vivenciam o Estágio de perto e, busca oferecer uma reflexão almejando melhorar a prática, mostrando onde os discentes apontam dificuldades, esperando que assim possamos contribuir para a melhoria das práticas do Estágio formativo.

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2 ENTENDENDO O ESTÁGIO

Nesse capítulo, trazemos uma discussão acerca do Estágio, conversando com a voz de diversos autores como Calderano (2017), Malandrino (2015), Justino (2013), Scalabrin e Molinari (2013), Pimenta e Lima (2012), além de documentos legais que regulamentam a educação no Brasil.

O Estágio Supervisionado é componente obrigatório no currículo acadêmico de muitos, senão de todos os cursos de formação inicial, no Ensino Superior. Pimenta e Lima (2012, p. 61) apontam o Estágio como “campo de conhecimento e eixo curricular central dos cursos de formação de professores possibilita que sejam trabalhados aspectos indispensáveis à construção da identidade, dos saberes e das posturas específicas ao exercício profissional docente”.

Nesse particular, torna-se importante destacar a distinção entre: o Estágio Supervisionado e o Estágio Profissional. Passerini (2007, p. 30 apud Januario, 2008, p. 3) nos esclarece que o Estágio Curricular Supervisionado é:

[...] aquele em que o futuro profissional toma o campo de atuação como objeto de estudo, de investigação, de análise e de interpretação crítica, embasando-se no que é estudado nas disciplinas do curso, indo além do chamado Estágio Profissional, aquele que busca inserir o futuro profissional no campo de trabalho de modo que este treine as rotinas de atuação.

Acreditamos no Estágio enquanto atividade formadora, tomando as palavras de Januario, de forma que este vai além do que é estudado nas Disciplinas Curriculares dos cursos, sendo aquele que insere os estudantes no seu futuro campo de atuação, fazendo com que eles treinem a rotina diária que ali acontece.

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Fazendo esta distinção, iniciamos mostrando o que a Lei do Estágio, Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, define o Estágio como:

Art. 1° [...] é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos (BRASIL, 2008, p. 1).

Esse visa “[...] ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o trabalho” (BRASIL, 2008, p. 1).

Percebe-se com estas primeiras informações, que o Estágio é uma etapa fundamental neste processo da formação profissional, uma vez que “o Estágio como campo de conhecimento, contribui na formação da identidade profissional, que se constrói a partir da significação social da profissão e de sua revisão constante” (MALANDRINO, 2015, p. 23).

Decerto, é durante a licenciatura que o aluno consolida a sua formação inicial, diante das ações desenvolvidas através da relação teoria-prática que visa possibilitar a compreensão de como se sucede o campo educacional e quais os desafios que este apresenta. Assim, segundo Pimenta e Lima (2012):

O estágio para alunos que estão em fase de formação inicial e que ainda não exercem o magistério é antes de tudo um estágio de

boas-vindas de novos companheiros de profissão. Estes alunos é que

ocuparão os lugares de professores de hoje e continuarão o trabalho que iniciamos (PIMENTA; LIMA, 2012, p.117). Grifos do autor

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Considerando tal realidade, interpomos aqui a formação de professores, na qual o Estágio Supervisionado é obrigatório. Assim, a prática pedagógica na formação acadêmica acontece quando há uma “articulação com os demais componentes curriculares, integram a formação do estudante, conforme previsto no projeto pedagógico do curso” (BRASIL, 2013, p. 12). De acordo com Barreiro e Gebran (2006, p. 20) que:

O estágio pode se constituir no lócus de reflexão e formação da identidade ao propiciar embates no decorrer das ações vivenciadas pelos alunos, desenvolvidos numa perspectiva reflexiva e crítica, desde que efetivado com essa finalidade (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p.20).

Todavia, ainda é comum que os discentes sintam insegurança ao entrever-se como integrantes do processo de Estágio, principalmente quando não teve nenhuma experiência laboral. O Estágio configura-se como veia, que possibilita acesso a “conhecimentos pedagógicos, administrativos, como também a organização do ambiente escolar, entre outros fatores” (BORSSOI, 2008, p. 2). Dessa maneira, a formação de um professor não pode estar limitada às discussões teóricas, ainda que as mesmas sejam essenciais para a sua formação.

Com efeito, o Estágio oferta ao graduando à oportunidade de conhecer e caracterizar o seu futuro profissional, onde a partir da prática ele pode incorporar sua personalidade pedagógica, agindo essencialmente no desenvolvimento de sua formação acadêmica. Segundo Cury (2003), o Estágio Supervisionado implica em:

1. Conhecer o real em situação. 2. Fazer crescer o interesse pela área. 3. Verificar se os conhecimentos adquiridos são pertinentes à área. 4. Articular-se com mercado de trabalho. 5. Comparar

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programas de estudos face às diferentes necessidades da sociedade (CURY, 2003, p. 118).

Nesse contexto, a formação de professores precisa destacar a questão da Prática Pedagógica, no espaço da educação contextualizada que:

[...] se efetiva, de modo sistemático e sustentável, nas instituições educativas, por meio de processos pedagógicos entre os profissionais e estudantes articulados nas áreas de conhecimento específico e/ou interdisciplinar e pedagógico, nas políticas, na gestão, nos fundamentos e nas teorias sociais e pedagógicas para a formação ampla e cidadã e para o aprendizado nos diferentes níveis, etapas e modalidades de educação básica (BRASIL, 2015, p. 4)

No bojo das Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior e para formação continuada (2015), podemos ter acesso às orientações para organização da formação de professores, com destaque para “a articulação entre a teoria e a prática no processo de formação docente, fundada no domínio dos conhecimentos científicos e didáticos, contemplando a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” (BRASIL, 2015, p. 4).

O Estágio e nele, a prática, têm por objetivo proporcionar ao professor-aluno o contato com o campo educacional, proporcionando a ele a oportunidade de construir o seu conhecimento e a sua aprendizagem prática, ao mesmo tempo em que pode discutir saberes advindos de seus estudos teóricos.

Na formação inicial da licenciatura, a Universidade proporciona ao aluno a vivência junto a disciplinas acadêmicas que deverão sustentar o exercício de sua profissão. Destarte, o Estágio por si só não deve alcançar o objetivo proposto quando não há anteriormente uma reflexão acerca da prática pedagógica, ficando o aluno reduzido a momentos práticos e as “rotinas de

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intervenção técnica deles derivadas” (PIMENTA; LIMA, 2012, p. 37). Dessa maneira:

A articulação da relação teoria e prática é um processo definidor da qualidade da formação inicial e continuada do professor, como sujeito autônomo na construção de sua profissionalização docente, porque lhe permite uma permanente investigação e a busca de respostas aos fenômenos e às contradições vivenciadas (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p. 22).

Assim, diante dessas considerações podemos observar a importância do Estágio enquanto momento formador do aluno na licenciatura, sendo este um elo que aproxima a teoria da prática, consolidando a educação profissional. Porém, para concebermos bem esta ideia, vamos analisar a teoria e a prática na perspectiva do curso de Pedagogia, como um momento de aprendizado que pode se efetivar.

2.1 Relação teoria e prática no Estágio do curso de Pedagogia

Na licenciatura em Pedagogia, o Estágio Supervisionado deve fazer “parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do educando” (BRASIL, 2006, p.6). Assim, este se coloca como “[...] componente obrigatório da organização curricular das licenciaturas, sendo uma atividade específica intrinsecamente articulada com a prática e com as demais atividades de trabalho acadêmico” (BRASIL, 2015, p. 12).

Não distante disso, esteve o Projeto Pedagógico do curso de Pedagogia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, campus Caicó, nosso foco de estudo.

Segundo a Resolução nº 171/2013 - CONSEPE, de 5 (cinco) de novembro de 2013, que regulamenta os cursos de graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, podemos observar que:

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Art. 77. O estágio pode ser realizado em duas modalidades:

I – Estágio curricular obrigatório, definido como tal no projeto pedagógico do curso, constituindo-se componente curricular indispensável para integralização curricular.

II – Estágio curricular não obrigatório, previsto no projeto pedagógico do curso no âmbito dos componentes curriculares que integralizam a carga horária optativa ou complementar (BRASIL, 2013, p. 15).

Considerando as prerrogativas legais, os cursos de graduação são orientados a incorporar as Diretrizes Curriculares Nacionais - DCNS aos seus Projetos Pedagógicos, sendo esta “condição indispensável à criação, estruturação e funcionamento do curso de graduação”, que se ocupam em orientar e determinar diversas ações sobre o estágio (BRASIL, 2013, p. 4). No tocante a licenciatura em Pedagogia, conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais - DCNS (2005) apontam que:

A formação em Pedagogia inicia-se no curso de graduação, quando os estudantes são desafiados a articular conhecimentos do campo educacional com práticas profissionais e de pesquisa, estas sempre planejadas e supervisionadas com a colaboração dos estudantes. Tais práticas compreendem tanto o exercício da docência como o de diferentes funções do trabalho pedagógico em escolas, o planejamento, a coordenação, a avaliação de práticas educativas em espaços não-escolares, a realização de pesquisas que apoiem essas práticas. Nesta perspectiva, a consolidação da formação iniciada terá lugar no exercício da profissão que não pode prescindir da qualificação continuada (BRASIL, 2005, p. 6).

Vale salientar que os Estágios no curso de Pedagogia da UFRN, campus Caicó, acontecem em quatro etapas e em períodos diferentes. Podemos analisar brevemente como se desenvolvem os estágios na instituição em estudo:

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ATIVIDADE EM DISCUSSÃO

DESCRIÇÃO DE COMO E ONDE CADA ESTÁGIO OCORRE

Estágio I É vivenciado no quarto período do curso de Pedagogia, sendo amiúde o primeiro contato do estudante com o seu campo de atuação profissional, podendo este experienciá-lo na gestão de uma escola de Educação Infantil. Almeja-se que nele os alunos tenham acesso ao planejamento, execução, coordenação, avaliação de projetos e experiências educativas, além de também poderem escolher onde e como gostaria de atuar com intervenção pedagógica na relação escola, família e comunidade.

Estágio II A experiência de estudos no estágio II ocorre no 5° (quinto) período do curso, ainda em uma escola de Educação Infantil, porém agora em sala de aula, na regência. Nesse, o aluno é orientado a observar aulas de professores que atuam junto aos alunos dos primeiros anos até o nível 5 (cinco), analisando também a realidade social da escola, buscando referência nos fundamentos da educação e nos pressupostos referentes ao ensino aprendizagem.

Estágio III Desenvolve-se junto à gestão educacional em escola de Ensino Fundamental - EF. Ocorre no 6º período, e nesse estágio, o aluno analisa a realidade do sistema de EF, partindo dos modelos de organização e gestão da instituição escolar, almejando contribuir com o cotidiano da escola enquanto a prática estiver sendo vivenciada.

Estágio IV Acontece no Ensino Fundamental, contudo não mais ao lado diretamente da equipe da gestão, mas sim em sala de aula, na regência, semelhante ao que ocorre no estágio II. O aluno deve escolher uma turma, observá-la durante um período determinado e, planejar atividades educacionais para serem vivenciadas com crianças.

Fonte: Elaboração da autora. Como e onde se desenvolve cada estágio vivenciado por licenciandos de Pedagogia na UFRN- campus Caicó.

A partir deste quadro, pode-se ter uma visão de como ocorre o Estágio, considerando a matriz curricular vigente. Neste, o aluno define uma escola que tenha convênio com a UFRN e passa a realizar as atividades propostas para cada etapa do estágio.

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ESTÁGIOS

I - Gestão na

Educação infantil

Processo de

Gestão das

unidades

II - Regência na

Educação Infantil

Regência em sala

de aula

III - Gestão no

Ensino

Fundamental

Processo de

Gestão das

unidades

IV - Regência no

Ensino

Fundamental

Regência em sala

de aula

Fonte: Elaborado pela autora com base em histórico curricular, 2019.

Diante do exposto no quadro acima, podemos observar que na UFRN temos o desenvolvimento de quatro estágios, sendo que dois deles acontecem na Educação Infantil, e outros dois no Ensino Fundamental I, sendo dois de regência e dois na área da Gestão Educacional.

A carga horária de cada etapa dos Estágios do curso de Pedagogia em vigência é de 75h, perfilando um total de 300h. Pode-se apresentar a distribuição das atividades dentro desse espectro de tempo.

A Lei do Estágio traz em seu texto que ele deve ser desenvolvido a partir do momento em que a Universidade e a parte concedente firmam um termo de compromisso com as atividades escolares dos estudantes, mas os períodos de desenvolvimento de atividades não devem ultrapassar:

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[...] II - 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.

§ 1° O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino.

§ 2° Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos períodos de avaliação, a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante (BRASIL, 2008, p. 4).

Os Estágios I e III dispõem 75 (setenta e cinco) horas de Estágio na gestão da Educação Infantil (o primeiro) e no Ensino Fundamental (o terceiro), sendo 15 (quinze) horas de aula na Universidade, seguidas por 40 (quarenta) horas para observação e coparticipação, finalizando com 20 (vinte) horas para intervenção na escola.

Destarte, as práticas dos Estágios II e IV, conta também com 75 (setenta e cinco) horas de duração, mas agora junto à regência no Ensino Infantil (o segundo) e no Ensino Fundamental (o quarto), sendo 15 (quinze) horas de aula no ambiente universitário, 40 (quarenta) horas para observação e para coparticipação e 20 (vinte) horas para regência de classe.

Em cada Estágio, os alunos iniciam os estudos teóricos na instituição, com apoio de um professor orientador, de forma que “[...] este procura apresentar os elementos a serem conhecidos, despertar e acompanhar o interesse pelo conhecimento e, a partir disso, o educando deve constituir propriamente o conhecimento” (FORESTE, 2008 apud JUSTINO, 2013, p. 86).

Após os estudos iniciais propostos pelo professor orientador, os discentes são direcionados a escola, onde desenvolvem atividades em etapas, de acordo com o Estágio de seu período de curso.

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Em toda prática de estágio, há um período de observação da/na escola, no qual é feito um levantamento da história da escola e seu funcionamento. No caso dos Estágios de gestão (I e III), o estagiário, após a vivência com a equipe gestora, define uma área de discussão, reflexão e planejamento para a execução de uma atividade de apoio junto à instituição, comumente chamada de “intervenção”.

Nos Estágios II e IV, a regência é o centro do trabalho. Também conta com um período de observação, de coparticipação (onde o estagiário se envolve no cotidiano da sala de aula) e por fim a regência. Januario (2008, p. 5), ao refletir sobre esse formato de Estágio nos coloca que é uma possibilidade do aluno estagiário “[...] elaborar os projetos de intervenção pedagógica, [...] aplicá-los, assumindo, pela primeira vez, a postura de professor”.

No tocante a regência, ele diz que:

Com a aplicação dos projetos, na modalidade regência, o aluno-estagiário não cumpre simplesmente uma exigência do curso, mas contribui para uma aula diversificada, além de, posteriormente, olhar para as suas experiências e delas constituir sua identidade. É a partir dessas primeiras sensações que ele poderá tomar gosto pela profissão e motivar-se-á a buscar, sempre, alternativas de melhorias em sala de aula (JANUARIO, 2008, p. 5).

E complementa, acrescentando uma ideia que muito nos fez refletir e concordar, quando fala que podemos entender a intervenção, em educação como “[...] uma ação pedagógica que traga contribuições para que o educando encontre possibilidades de atingir um objetivo determinado, ou seja, uma aprendizagem com significado” (JANUARIO, 2008a, p. 8).

Então, considerando todas as informações e situações, após a conclusão de seu estágio, o aluno desenvolve um relatório de estágio, no qual

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tem a oportunidade de expressar o que de mais significativo vivenciou e aprendeu durante este período prático. O referido documento coloca-se como exigência legal para a consolidação do componente curricular.

Com base nas situações descritas e considerando alguns aportes teóricos que estão a subsidiar nossas reflexões, decidimos ainda analisar o estágio sob duas perspectivas: a que está posta pela Lei do Estágio, Lei 11.788/2008 (onze mil setecentos e oitenta e oito de dois mil e oito) e através das classificações apresentadas por Pimenta e Lima (2012) no livro de Estágio e Docência.

Nesse bordo, podemos observar que a Lei do Estágio, 11.788/2008, assim como a resolução n° 171/2013 que regulamenta os cursos de graduação da UFRN, mostram em seu texto que a formação do graduando deve ser desenvolvida no ambiente profissional, visando uma preparação para o mercado de trabalho. Assim, observamos nesses textos uma aproximação do Estágio com a concepção de instrumentalização técnica, como se o profissional diante da ação ficasse reduzido apenas a prática. Pimenta e Lima (2002) mostram a prática como instrumentalização técnica, onde:

Essa compreensão tem sido traduzida, muitas vezes, em posturas dicotômicas em que teoria e prática são tratadas isoladamente, o que gera equívocos graves nos processos de formação profissional. A prática pela prática e o emprego de técnicas sem a devida reflexão podem reforçar a ilusão de que há uma prática sem teoria ou de uma teoria desvinculada da prática (PIMENTA; LIMA, 2012, p. 37).

Assim, os documentos que regulamentam a prática dos Estágios nos passam uma visão de que o Estágio é somente uma atividade curricular a ser cumprida, devendo se adequar ao projeto pedagógico do curso. Pimenta e Lima (2012, p. 36) também apresentam a concepção de prática como imitação de modelos, onde a ação “[...] reduz-se a observar os professores em aula e

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imitar esses modelos, sem preceder a uma análise crítica fundamentada teoricamente e legitimada na realidade social em que o ensino se processa”, caracterizando o Estágio como uma reprodução do que se observa.

Não obstante, para fins de discussão, entendemos que no tocante a experiência de Estágio ora acompanhada nesse trabalho, traz características da concepção de Estágio como pesquisa (PIMENTA; LIMA, 2012). Destacamos que, esta concepção difere das duas concepções antes apresentadas por Pimenta e Lima (2012) e a Lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008 que regulamenta esta atividade, mas não apresenta em seu texto descrição de como deve acontecer a vivência dos Estágios.

Nesse bordo, reiteramos que na UFRN, particularmente no ceres Campus de Caicó, o Estágio tem se desenvolvido a partir da dinâmica do Estágio como pesquisa, carregando algumas características dessa abordagem, como descrito por Pimenta e Lima (2012).

Nessa concepção de Estágio, o aluno pode refletir a sua experiência, sendo ele pesquisador de sua prática, como podemos ver:

A pesquisa no estágio, como método de formação de futuros professores, se traduz de um lado, na mobilização de pesquisas que permitam a ampliação e análise de contextos onde os estágios se realizam; por outro, e em especial, se traduz na possibilidade de os estagiários desenvolverem posturas e habilidades de pesquisador a partir das situações do estágio (PIMENTA; LIMA, 2012, p. 46).

Com efeito, quando há o desenvolvimento do Estágio como pesquisa possibilita-se que o aluno tenha a oportunidade de refletir acerca das ações que se passam no ambiente coletivo e social de sua profissão, fato que vai ao encontro do que nos diz Ghedin, Oliveira e Almeida (2015) sobre a importância de se trabalhar os instrumentos de reflexão e investigação, onde “[...] quanto

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mais os profissionais de uma área do conhecimento continuem agindo com os referenciais do senso comum, menos aquele conhecimento é considerado científico” (GHEDIN, OLIVEIRA, ALMEIDA, 2015, p. 35).

O contexto educativo está repleto de problemas cotidianos que envolvem os professores e suas práticas. Muitas vezes a cultura da escola não abarca a busca da resolução dos problemas por completo, como um processo objetivo de trabalho, agindo somente com conhecimentos restritos e análises superficiais. Dessa forma, uma formação pautada apenas na busca ativista da operacionalização do exercício da unidade prática-teoria-prática não dá conta da realidade, assim:

O próprio contexto tem demonstrado que um profissional apenas tecnicamente competente não tem dado conta de pensar significativamente os problemas próprios da profissão do professor. Por isso, é necessário pensar novos modelos que nos ajudem a ampliar as dimensões que compõem os aspectos da formação do professor (GHEDIN; OLIVEIRA; ALMEIDA, 2015, p. 38).

Os autores alertam ainda que:

É pela prática da pesquisa que aprendemos a reelaborar o conhecimento, para aprender a reinterpretar a realidade e aprender a reunir as informações para traduzi-las num conhecimento próprio e pessoal que é um modo de interpretar o mundo, a realidade e propor novas formas de agir e de ser do/no mundo (GHEDIN; OLIVEIRA; ALMEIDA, 2015, p. 59).

Essas ideias vão também ao encontro do que nos colocam Pimenta e Lima (2012). Assim, podemos observar que as Disciplinas Curriculares e a teoria nelas significadas assumem autonomia em relação à prática, uma vez que a ação na realidade profissional se dá apenas com quatro práticas de

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Estágio durante toda a graduação em Pedagogia. Neste particular, Pimenta e Lima (2012, p. 49) apontam que:

A teoria, além do seu poder formativo, dota os sujeitos de pontos de vista variados sobre a ação contextualizada. Os saberes teóricos propositivos se articulam, pois, aos saberes da ação dos professores e da prática institucional, ressignificando-os e sendo por eles ressignificados.

Dessa maneira, a teoria assume o papel de nos ofertar formas de compreender a nossa realidade cultural, social e histórica e transformá-la. Assim, Malandrino (2015) revela-nos que:

O estágio constitui uma oportunidade para começar a colocar em prática os conhecimentos, que o candidato adquiriu nos primeiros anos de curso, para relacionar o conhecimento teórico com as situações práticas e começar a constituir seu próprio estilo de atuação (MALANDRINO, 2015, p.28).

Não obstante, é através da prática que os alunos começam a compreender a realidade na qual estão inseridos, estando estes num espaço de troca de experiência, onde podem relacionar as vivências com a teoria estudada nas Disciplinas Curriculares, contudo:

Os currículos de formação têm-se constituído em um aglomerado de disciplinas isoladas entre si, sem qualquer explicitação de seus anexos com a realidade que lhes deu origem. Assim, nem sequer se pode denominá-las teorias, pois são apenas saberes disciplinares em curso de formação, que em geral estão completamente desvinculados do campo de atuação profissional dos futuros formandos (PIMENTA; LIMA, 2012, p. 33). Grifos das autoras

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Neste cenário, através das Disciplinas Curriculares e da prática dos Estágios, os alunos podem consolidar a sua formação, assim como compreender os desafios que se encontram unidos à educação. Igualmente, em seu contato inicial com a prática de estágio, os futuros professores retratam o que nela acontece e se desenvolve. Destarte, Pequiá e Rosa (2010) afirmam que:

A vivência do estágio supervisionado traz, para o estagiário, o conhecimento de aspectos que auxiliam a tomada de decisão no processo de vir a ser profissional, bem como auxilia na concretização de relações entre o saber organizado adquirido na universidade e o saber reconstruído na prática profissional (PEQUIÁ; ROSA, 2010, p.158).

Diante desse contexto, o Estágio possibilita ao aluno momentos de investigação, que quando bem orientados, trazem uma vasta bagagem de aprendizado da prática, assim como as dificuldades, fazendo com que a partir disto os alunos possam refletir e significar suas experiências através da teoria aprendida nas Disciplinas Curriculares. Pimenta (2012) relata que:

O estágio passa a ser um retrato vivo da prática docente e o professor aluno terá muito a dizer, ensinar, a expressar sua realidade e a de seus colegas de profissão, de seus alunos, que nesse mesmo tempo histórico vivenciam os mesmos desafios e as mesmas crises na escola e na sociedade (PIMENTA, 2012, p. 127).

Nesse sentido, o educando quando entra em contato com sua área profissional tem a oportunidade de descobrir o seu alvo de interesse, isto é, o nível com o qual mais se afina. Assim, também pode verificar se os conhecimentos aprendidos na teoria, diante das disciplinas curriculares, se aproximam da prática, comparando-os. Nessa dimensão:

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O estágio, então, deixa de ser considerado apenas um dos componentes e mesmo um apêndice do currículo e passa a integrar o corpo de conhecimentos do curso de formação de professores. Poderá permear todas as suas disciplinas, além de seu espaço específico de análise e síntese ao final do curso. Cabe-lhe desenvolver atividades que possibilitem o conhecimento, a análise, a reflexão do trabalho docente, das ações docentes, nas instituições, a fim de compreendê-las em sua historicidade, identificar seus resultados, os impasses que apresenta as dificuldades. Dessa análise crítica, à luz dos saberes disciplinares, é possível apontar as transformações necessárias no trabalho docente, nas instituições (PIMENTA; LIMA, 2004, p. 55).

Em consonância com o que disse Pimenta e Lima (2004), o Estágio torna-se caminho estorna-sencial ao estudante, pois promove a aproximação entre universidade e escola, de modo que podemos considerar “[...] os Estágios Supervisionados uma parte importante da relação trabalho-escola, teoria-prática, e eles podem representar, em certa medida, o elo de articulação orgânica com a própria realidade” (KULCSAR, 1991, p.63).

Com efeito, a prática do Estágio tem relevante contribuição na realidade social e no fortalecimento da ação educacional na Universidade, pois ajuda aos discentes a fortalecer a capacidade de atuação na educação formal. Pimenta e Lima (2012) apontam que:

Quando os professores-alunos são convidados a trabalhar os conteúdos e as atividades do estágio no campo de seu conhecimento específico, que é a Pedagogia - ciência da educação - e a Didática - que estuda o ensino e a aprendizagem-, percebem que os problemas e as possibilidades de seu cotidiano são debatidos, estudados e analisados à luz de uma fundamentação teórica e, assim, fica aberta a possibilidade de se sentirem coautores desse trabalho (PIMENTA; LIMA, 2012, p.127).

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Dessa maneira, para ajudar e guiar os seus passos no campo educacional, o aluno precisa do apoio de um professor orientador, assim como de seus colegas, estes que o fazem relembrar estudos e significar a sua identidade profissional. Nesse processo, o aluno à luz da teoria habilita-se a transformar a sua prática educacional, considerando-a através das experiências presenciadas. Não obstante, Calderano (2017) relata que:

Muitos estudos apontam que a falta de relação entre o espaço das formações nas licenciaturas no ensino superior e as práticas educacionais no e para o trabalho docente nas escolas de educação básica. Esse tem sido um problema recorrentemente apontado quando se discute a formação inicial de professores no ensino superior. Não é de hoje que se discute que os saberes profissionais dos professores são situados, ou seja, são constituídos e ganham sentido em função dos contextos de trabalho nos quais são exercidos. Assim, a inserção orientada, problematizada e planejada do licenciando na escola e a vivência das situações cotidianas da vida escolar é fator essencial na sua formação (CALDERANO, 2017, p. 16)

Dessa feita, os discentes precisam entender que não é apenas a licenciatura e a sua frequência na Universidade que irão proporcionar uma formação eficaz, mas também a sua busca por conhecimentos advindos dos meios práticos e culturais nos quais está inserido, por meio de uma ação orientada.

Nesse particular, as teorias aprendidas em sala de aula acabam por ajudar o aluno a melhorar as suas competências e aprendizagens diante da prática pedagógica, podendo assim constituir a sua identidade profissional. Com efeito, segundo Pimenta (2002):

A identidade do professor é construída, também, pelo significado que cada professor, enquanto ator e autor atribui à atividade docente no

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seu cotidiano a partir de seus valores, de seu modo de se situar no mundo, de sua história de vida, de suas representações, de seus saberes, de suas angústias e anseios, do sentido que tem em sua vida o ser professor (PIMENTA, 2002, p. 19).

Entendemos assim que, é importante que diante dos desafios da formação profissional o professor busque a estreita relação da teoria com a prática na aproximação da realidade possibilitada pelo Estágio, certo de que “[...] a teoria é determinada pelo conhecimento preciso da prática e no qual, em contrapartida, a teoria determina com mais rigor sua experiência” (FAZENDA et. al., 1991, p. 23).

A partir das atividades propostas em cada etapa do Estágio, no curso de pedagogia da UFRN, podemos vislumbrar a tentativa de incorporar a prática da pesquisa no exercício do Estágio. No quadro a seguir, estão descritos exemplos de atividades desenvolvidas nos Estágios da UFRN, do Estágio I ao Estágio IV, direcionadas pelos professores orientadores das turmas, no período de 2016 a 2018, extraídas do sistema de gestão acadêmica (SIGAA), no portal do aluno da UFRN.

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Quadro 2: Atividades desenvolvidas nos Estágios da UFRN no período de 2016 a 2018.

ETAPA ATIVIDADES PROPOSTAS

ESTÁGIO I - GESTÃO ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Estudo sobre a cartilha do estágio na UFRN; Estudo sobre as DCNS;

Discussão sobre indicadores de qualidade no Ensino Infantil;

Orientações acerca de documentos e como elaborar um plano de aula;

Observação e Organização da Secretaria Escolar;

Identificação e Análise de programas e projetos especiais em andamento na escola;

Permanência na escola para caracterização e identificação da problemática da escola. Integrar-se ao cotidiano da escola, iniciar observações e entrevistas e realizar levantamento da problemática ou demanda da escola para a intervenção;

Elaboração e apresentação de relatório de atividades desenvolvidas. ESTÁGIO II - REGÊNCIA

NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Estudo sobre currículo;

Estudo de textos para fundamentação da prática, como Metodologia na Escola Infantil: Critérios e Parâmetros de escolha (RÊGO; PERNAMBUCO; 1999);

Apresentação do modelo de desenvolvimento de regência; Identificação da escola e elaboração de texto histórico; Acompanhamento da rotina de ação pedagógica de regência; Desenvolvimento de plano de atividades;

Atividade de ação em regência no ambiente profissional;

Elaboração de relatório, apresentando a prática e as aprendizagens e desafios vivenciados nela.

ESTÁGIO III - GESTÃO ESCOLAR NO ENSINO FUNDAMENTAL

Discussão da concepção de estágio curricular, das bases legais do estágio supervisionado e da importância do estágio curricular no contexto da formação teórico-prática;

Estudo de textos de fundamentação;

Observação do espaço e dinâmica escolar com levantamento de informações mediante entrevista direta;

Análise do Regimento Escolar com destaque as atribuições do Corpo Diretivo da Instituição de Ensino;

Observação e Organização da Secretaria Escolar;

Identificação e Análise de programas e projetos especiais em andamento na escola;

Permanência na escola para caracterização e identificação da problemática da escola. Integrar-se ao cotidiano da escola, iniciar observações e entrevistas e realizar levantamento da problemática ou demanda da escola para a intervenção.

ESTÁGIO 4 - REGÊNCIA NO ENSINO

FUNDAMENTAL

Planejamento do Estágio de Observação da Realidade; Estudo do texto e orientações para observação;

Acompanhar a rotina do trabalho pedagógico durante um período determinado (as atividades gravitam em torno de: Estudo da instituição escolar, Estudo da prática docente, Estudo dos Alunos, Análise de Documentos – livros, cadernos, planos, etc).;

Participação e direção de classe: Auxiliar o professor na rotina da sala de aula (co-participação: colaboração do estagiário nas atividades desenvolvidas pelo professor da instituição cedente); Atividades de regência - participação: desempenho de tarefas pertinentes ao futuro profissional pelo estagiário, sob a orientação do supervisor de estágio e sob a supervisão do professor da instituição cedente.

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Fonte: Elaborado pela autora, através de dados do sistema de gestão acadêmica (SIGAA), no portal do aluno da UFRN, 2016-2018.

Pode-se perceber que, as atividades propostas nas Disciplinas Curriculares do curso de Pedagogia da UFRN, remetem a uma prática vinculada com a pesquisa no Estágio, de forma que ele possibilita que os alunos relacionem a teoria com esta vivência, podendo analisar os limites e as possibilidades nos trabalhos desenvolvidos.

Assim, “[...] já que o Estágio nos oportuniza observar a prática in lóco, nos possibilita a visão de um profissional crítico-reflexivo e pesquisador” (FERNANDES; NASCIMENTO, 2012, p. 5). Em síntese, o Estágio se configura como espaço que possibilita aos estudantes-professores estabelecer postura e habilidade de pesquisador, propiciando um olhar atento aos diversos setores do ambiente escolar, podendo compreender e problematizar situações que estes observam no ambiente do Estágio.

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3 PERCURSO METODOLÓGICO DA PESQUISA

Sabemos que, uma pesquisa implica no estudo aprofundado acerca do objeto em discussão, onde em sua prática se busca obter dados relevantes, tendo por objetivo “[...] proporcionar respostas aos problemas que são propostos” mediante o emprego de procedimentos científicos (GIL, 2010, p. 1).

A pesquisa é responsável por vincular o pensamento e a ação, isto é, objetivos e estratégias. Neste particular, quando almejamos responder a questionamentos sem resposta, desenvolvemos pesquisas. Assim, devemos conhecer os caminhos percorridos pelo pesquisador na busca de respostas, pois é importante para a validação do conhecimento retratado na conclusão da pesquisa.

A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na realidade, a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação do problema até a satisfatória apresentação dos resultados (GIL, 2002, p. 17).

Com efeito, “[...] pesquisa é, portanto, o caminho para se chegar à ciência, ao conhecimento. É na pesquisa que utilizaremos diferentes instrumentos para se chegar a uma resposta mais precisa” (BRITTO JÚNIOR; FERES JÚNIOR, 2011, p. 238). Decerto, para se desenvolver uma pesquisa é fundamental utilizar-se de um método. Assim, temos o método de pesquisa como um caminho a ser percorrido para se chegar a um determinado fim.

Particularmente, iniciamos a nossa discussão refletindo sobre o Estágio Supervisionado enquanto componente formador, e mostrando a importância das disciplinas curriculares do curso de pedagogia, na relação teoria e prática, no contexto da experiência do Estágio.

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Ao esquematizar essa pesquisa, entendemos que sua abordagem é qualitativa, cuja característica é ser "[...] rica em dados descritivos que são categorizados para facilitar e melhor organizar suas análises" (CAVALCANTE, 2009, p. 81). Ainda de acordo com Cavalcante (2009):

A pesquisa qualitativa caracteriza-se pela percepção do fenômeno a partir de casos isolados, nos quais se observam as sequências dos testemunhos, o contexto, numa exploração inicial que ajuda na eleição dos sujeitos que serão entrevistados ou dos casos que serão observados. As informações obtidas são organizadas para a análise com o estabelecimento de possíveis padrões que auxiliam na classificação e triangulação, ou ainda na sua interpretação, o que contribui para a validação do conhecimento daí advindo (BOGDAN; BIKLEN, 1994 apud CAVALCANTE, 2009, p. 81). Grifo da autora

Nesse contexto, a pesquisa qualitativa apresenta como característica uma abordagem mais livre, fazendo com que o colaborador questionado sinta-se confortável para expressar suas considerações em relação a uma determinada temática, tendo o pesquisador acesso a experiência das pessoas envolvidas, enquanto empenha-se a entender o assunto sob estudo.

Mormente, entende-se se caracterizar este trabalho como de cunho qualitativo exploratório, sendo desenvolvido inicialmente a delimitação do assunto estudado, buscando ouvir os sujeitos foco da pesquisa para sondagem inicial, seguindo-se de pesquisa bibliográfica, e concomitantemente a aplicação de questionário estruturado. Neste particular, Moreira (2002) entende como características principais da pesquisa qualitativa:

1. A interpretação como foco. Nesse sentido, há um interesse em interpretar a situação em estudo sob o olhar dos próprios participantes; 2. A subjetividade é enfatizada. Assim, o foco de interesse é a perspectiva dos informantes; 3. A flexibilidade na conduta do estudo. Não há uma definição a priori das situações; 4. O interesse é no processo e não no resultado. Segue-se uma orientação que objetiva entender a situação em análise; 5. O contexto como intimamente ligado ao comportamento das pessoas na

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formação da experiência; e 6. O reconhecimento de que há uma influência da pesquisa sobre a situação, admitindo-se que o pesquisador também sofre influência da situação de pesquisa (MOREIRA, 2002, p.52).

Com efeito, anunciamos a postura de ação apresentada por Moreira (2002) como o perfil do nosso estudo. Destarte, buscamos explorar experiências singulares, de alunos do curso de Pedagogia que cursaram o Estágio I (Gestão na Educação Infantil), Estágio II (Educação Infantil), III (gestão no Ensino Fundamental) e encontram-se matriculados no Estágio IV (Ensino Fundamental), assim como estudantes já tiveram a experiência de todos os Estágios.

Dessa maneira, realizamos inicialmente uma pesquisa exploratória, com o "[...] objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato, onde habitualmente envolvem levantamento bibliográfico e documental, entrevistas não padronizadas e estudos de caso" (GIL, 2010, p.27). Esta etapa, foi por nós considerada uma das mais importantes, vindo a contribuir no levantamento inicial das experiências subjetivas dos estudantes envolvidos, unindo-as também as vivências da autora.

O levantamento prévio das informações deu-se diante do diálogo ou entrevista informal. Ribeiro (2008) define entrevista como:

A técnica mais pertinente quando o pesquisador quer obter informações a respeito do seu objeto, que permitam conhecer sobre atitudes, sentimentos e valores subjacentes ao comportamento, o que significa que se pode ir além das descrições das ações, incorporando novas fontes para a interpretação dos resultados pelos próprios entrevistadores (RIBEIRO, 2008, p. 141).

Com efeito, a entrevista informal é conhecida como um tipo de entrevista:

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Menos estruturado possível e só se distingue da simples conversação porque tem como objetivo básico a coleta de dados. É recomendado nos estudos exploratórios, que visam a abordar realidades pouco conhecidas pelo pesquisador, ou então oferecer visão aproximativa do problema pesquisado (BRITTO JÚNIOR, FERES JÚNIOR, 2011, p. 240).

Para tanto, buscamos entender a respeito da realidade que a pesquisadora pouco conhece, utilizando os conhecimentos prévios adquiridos acerca do tema estudado como um norte para a formulação dos questionários a serem aplicados junto aos colaboradores.

O estudo realizou-se no semestre 2019.1, com acadêmicos do curso de Pedagogia da UFRN, Campus de Caicó, no Seridó do Rio Grande do Norte.

3.1. Construção dos dados

Diante dos dados reunidos na fase exploratória, apresentou-se um questionário estruturado com perguntas abertas, almejando permitir aos colaboradores a exposição de suas realidades de forma livre e espontânea, podendo relatar tudo que viesse a contribuir com a pesquisa.

Neste particular, temos como público alvo estudantes que já vivenciaram a experiência da prática no seu futuro campo profissional através das Disciplinas de Estágio I, realizado na gestão da Educação Infantil; Estágio II, vivenciado em sala de aula da Educação Infantil; Estágio III, experimentado na área de gestão de escolas de Ensino Fundamental I e o Estágio IV, também no Ensino Fundamental, mas regência em sala de aula. Assim:

Pode-se definir questionário como a técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado, etc. (GIL, 2008, p. 121).

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[...]

Construir um questionário consiste basicamente em traduzir objetivos da pesquisa em questões específicas. As respostas a essas questões é que irão proporcionar os dados requeridos para descrever as características da população pesquisada ou testar hipóteses que foram construídas durante o planejamento da pesquisa (GIL, 2008, p. 121).

Os questionamentos pensados tiveram o objetivo de investigar a relação que os estudantes do curso de Pedagogia estão tendo diante da teoria estudada no meio formal e a prática vivenciada diante das situações de aprendizagem no período dos Estágios.

O questionário respondido pelos alunos foi composto por 7 (sete) perguntas. Por consideração e respeito aos colaboradores nos responsabilizamos em garantir o sigilo no que diz respeito à identificação dos sujeitos. Logo, esta ação tem como base as orientações acerca da ética em pesquisa que envolve pessoas, disposta na Resolução 466, de 12 de dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde, que certifica:

II.14 - pesquisa envolvendo seres humanos - pesquisa que, individual ou coletivamente, tenha como participante o ser humano, em sua totalidade ou partes dele, e o envolva de forma direta ou indireta, incluindo o manejo de seus dados, informações ou materiais biológicos (BRASIL, 2012, p, 2).

A resolução aborda a ética na pesquisa, realçando a importância do envolvimento do ser humano em estudos, enfatizando a importância do:

[...] respeito ao participante da pesquisa em sua dignidade e autonomia, reconhecendo sua vulnerabilidade, assegurando sua vontade de contribuir e permanecer, ou não, na pesquisa, por

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intermédio de manifestação expressa, livre e esclarecida (OP CIT, p.3).

Destarte, diante dos dados significados pelos colaboradores, buscamos por manter o seu sigilo, identificando-os na pesquisa como Aluno, usando a letra “A” seguida de números para diferenciá-los. Exemplo: A1, A2.

As perguntas elaboradas almejaram saber inicialmente o perfil do estudante, seguindo-se pelo grau de desenvolvimento de suas práticas de estágios, finalizando com o ponto de vista deles no tocante a experiência com a teoria e os autores estudados nas Disciplinas Curriculares, assim como a prática no campo de formação profissional.

Nessa perspectiva, apresentamos os 06 (seis) questionamentos que foram feitos:

1.Para você, o Estágio é importante para a formação docente? Por quê?

2.Qual Estágio você mais gostou? Por quê?

3.Você enfrentou alguma dificuldade durante o (s) Estágio (s)? Qual (is)?

4.Em sua opinião, qual a importância da teoria vista nos componentes curriculares e sua utilização na prática no Estágio? Justifique.

5. Em seu ponto de vista, os livros e autores estudados nas Disciplinas Curriculares do curso forneceram a você base teórica sólida para fundamentar sua prática? Justifique

6.Após a vivência dos Estágios, você se sente preparado para atuar profissionalmente na sua área de formação? Justifique.

Com efeito, os sujeitos foco da pesquisa, alunos do curso de Pedagogia, foram procurados pela pesquisadora na Universidade, de forma que a mesma lhes apresentou a proposta do trabalho monográfico, disponibilizando também

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o termo de confidencialidade, este que garante o sigilo dos informantes e o uso exclusivo dos dados para a pesquisa.

Estabelecemos três dias para que os questionários fossem respondidos, contudo alguns alunos responderam na hora e outros garantiram o envio posterior para um e-mail disponibilizado. Dessa maneira, visamos garantir ao colaborador mais tempo para formular a sua resposta. Contudo, o questionário quando utilizado em uma pesquisa apresenta ainda algumas limitações, tais como:

a) Exclui pessoas que não sabem ler ou escrever, o que, em certas circunstâncias, traduz a graves deformações nos resultados da investigação;

b) Impede auxílio ao informante quando este não entende corretamente as instruções ou perguntas;

c) Não oferece a garantia de que a maioria das pessoas o devolvam devidamente preenchido, o que pode implicar a significativa diminuição da representatividade da amostra;

d) Envolve, geralmente, número relativamente pequeno de perguntas, porque é sabido que questionários muito extensos apresentam alta probabilidade de não serem respondidos.

e) Proporciona resultados bastante críticos em relação à subjetividade, pois os itens podem ter significado diferente para cada sujeito pesquisado (GIL, 2008, p. 122).

Neste bordo, aplicamos os questionários com alunos que já vivenciaram o Estágio, assim como alguns que estão no Programa Residência Pedagógica, criado pelo MEC/CAPES, através do edital nº 06/2018. Este programa:

[...] é uma das ações que integram a Política Nacional de Formação de Professores e tem por objetivo induzir o aperfeiçoamento da formação prática nos cursos de licenciatura, promovendo a imersão do licenciando na escola de educação básica, a partir da segunda metade de seu curso. Essa imersão deve contemplar, entre outras atividades, regência de sala de aula e intervenção pedagógica,

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acompanhadas por um professor da escola com experiência na área de ensino do licenciando e orientada por um docente da sua Instituição Formadora (CAPES, 2018, p.1).

Esse programa visa a “reformulação do Estágio Supervisionado nos

cursos de licenciatura” (OP CIT). Conforme a portaria GAB nº 38, de 28 de fevereiro de 2018, que institui o Programa de Residência Pedagógica, dentre os seus objetivos, temos aqueles dispostos nos incisos do Art. 2º, que são:

I. Aperfeiçoar a formação dos discentes de cursos de licenciatura, por meio do desenvolvimento de projetos que fortaleçam o campo da prática e conduzam o licenciando a exercitar de forma ativa a relação entre teoria e prática profissional docente, utilizando coleta de dados e diagnóstico sobre o ensino e a aprendizagem escolar, entre outras didáticas e metodologias;

II. Induzir a reformulação do estágio supervisionado nos cursos de licenciatura, tendo por base a experiência da residência pedagógica;

III. Fortalecer, ampliar e consolidar a relação entre a IES e a escola, promovendo sinergia entre a entidade que forma e a que recebe o egresso da licenciatura e estimulando o protagonismo das redes de ensino na formação de professores;

IV. Promover a adequação dos currículos e propostas pedagógicas dos cursos de formação inicial de professores da educação básica às orientações da Base Nacional Comum Curricular - BNCC (CAPES, 2018, p. 1).

Devido a esse dispositivo, foram criados dentro da estrutura curricular do curso de Pedagogia, os Componentes Curriculares: Residência Pedagógica I, II, III para que fosse possível realizar a equivalência destes com os Estágios Supervisionados convencionais, fazendo com que as experiências dos alunos não se perdessem.

Desse modo, passou a ser ofertado o componente Residência Pedagógica III que é equivalente ao Estágio Supervisionado IV - regência no Ensino

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Fundamental. Em vista disto, os integrantes deste componente também fizeram parte da pesquisa.

Neste particular, em uma turma de Pedagogia do 7º (sétimo) período foram entregues 25 (vinte e cinco) questionários e houve a devolução de 21 (vinte e um).Logo, em uma turma de alunos da Residência Pedagógica foram enviados 20 (vinte) questionários e 7 (sete) foram respondidos e entregues via e-mail. Assim, ocorre que foram disponibilizados 45 (quarenta e cinco) questionários, contudo somente 28 (vinte e oito) foram respondidos, ou seja, 60% dos questionários. Vale salientar que, de todos os colaboradores somente 3 (três) deles já vivenciaram todos os Estágios Supervisionados (I, II, III e IV).

3.2 Discussão e análise dos dados

O Estágio curricular Supervisionado nos cursos de licenciatura pode ser compreendido como um “[...] processo de experiência prática, que aproxima o acadêmico da realidade de sua área de formação e o ajuda a compreender diversas teorias que conduzem ao exercício da sua profissão” (SCALABRIN; MOLINARI, 2013, p. 4).

Nesse exercício inicial da prática, os alunos podem sentir desconforto ao se deparar com as dificuldades emergentes do cotidiano da escola, o que gera muitas dúvidas sobre o que realmente querem com a profissão. Desta maneira, não havendo possibilidade de programação a priori, a não ser suposições e incertezas, ao invés de respostas, é comum que haja barreiras e conflitos no desenvolvimento inicial das etapas dos Estágios.

Assim, após leitura e análise dos questionários, apresentamos e discutimos a seguir os depoimentos de alunos do curso de licenciatura em Pedagogia de uma instituição de Ensino Superior público, no interior do Seridó, sendo estes estudantes do 7º e 9° período, juntamente com discentes bolsistas do Programa e do componente Residência Pedagógica.

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Na construção textual, para o melhor entendimento do leitor, diante de cada questionamento selecionamos os depoimentos com as opiniões “comuns ou parecidas” apresentadas pelos alunos, que forma nosso núcleo de categorias. Posteriormente, vamos relacionar as considerações dos estagiários com as ideias de Pimenta e Lima (2012), Scalabrin e Molinari (2013), Maziero e Carvalho (2012), Malandrino (2015), entre outros, visando contribuir na fundamentação e discussão das análises empreendidas.

Os discentes colaboradores estão apresentados no corpo do texto, nas citações e quadros elaborados com a designação A1 para aluno 1, e seguidamente os demais. Logo após, apresentamos a discussão acerca do primeiro questionamento que corresponde a importância do Estágio na formação docente.

CATEGORIA 1 - A IMPORTÂNCIA DO ESTÁGIO NA FORMAÇÃO

1.1 Relação teoria e prática

Consciente de que o Estágio deve acontecer durante a vida acadêmica dos licenciandos, por meio do exercício de funções referentes à sua profissão, discutiremos a seguir os apontamentos dos alunos acerca da importância dos Estágios para a formação docente, onde responderam que:

A8: O estágio é de extrema relevância para a formação docente pois aproxima a relação teoria compreendida em sala pelo futuro profissional com a verdadeira prática nas escolas. Traz para perto a prática do futuro profissional e possibilita a vivência antecipada; A14: Para que as teorias que estudamos sejam testadas na prática; A17: Sim, pois o estágio é o momento que as teorias vistas em sala de aula serão colocadas em prática, e a partir disso o graduando adquire experiência para a sua vida profissional;

A28: Sim, pois nos dá a oportunidade de aplicar a teoria aprendida na sala de aula com a prática da realidade das escolas públicas.

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