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Decreto n. 4.600, 30 mai. 1929, SP.

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DECRETO N. 4.600, DE 30 DE MAIO DE 1929. 

Regulamenta as leis ns. 2.269, de 31 de Dezembro de 1927, e 2.315, de 31 de Dezembro de 1928, que reformaram a Instrucção Publica do Estado. 

O doutor Julio Prestes de Albuquerque, Presidente do Estado de São Paulo, usando da attribuição que lhe  confere  o  art.  42,  n.  2,  da  Constituição  do  Estado,  e  para  execução  das  leis  ns.  2.269,  de  31  de Dezembro  de  1927,  e  2.315,  de  31  de  Dezembro  de  1928,  que  reformaram  a  Instrucção  Publica  do Estado, resolve approvar o Regulamento que com este baixa.  REGULAMENTO  TITULO I  DA DIRECTORIA GERAL DA INSTRUCÇÃO PUBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO  CAPITULO UNICO  Artigo 1.º ­ A Directoria Geral da Instrucção Publica, subordinada ao Secretario do Interior, é a repartição encarregada  da  organização  technica  e  da  fiscalização  do  ensino  e  bem  assim  da  execução  das deliberações do Governo sobre o mesmo, em todo o Estado.  Artigo 2.º ­ Para a execução dos serviços a seu cargo, tem a Directoria Geral da Instiucção Publica, sob sua immediata dependencia:  a) a Secretaria  b) a Inspecção Medico­Escolar,  c) o Almoxarifado.  TITULO  II  DA ADMINISTRAÇÃO E DIRECÇÃO DO ENSINO  CAPITULO I 

Artigo  3.º  ­  A  direcção  supre  na  do  ensino  cabe  ao  Presidente  do  Etado,  que  terá  como  auxiliares  o Secretario do Interior e o Director Geral da Instrucção Publica.  Artigo 4.º ­ Ficam reunidas na Directoria Geral da Instrucção Publica todas as funcções que entendem com a direcção technica do ensino primario, secundario e profissional.  Artigo 5.º ­ A inspecção geral do ensino é feita pelo Director Geral da Instrucção Publica, que terá como auxiliares directos as seguintes autoridades escolares :  a) 5 inspectores geraes ;  b) 4 inspectores especiaes ;  c) 7 inspectores districtaes da Capital, cabeudo a um delles a inspecção do ensiuo particular ;  d) 73 inspectores districtaes do interior ;  e) auxiliares de inspecção. 

§  1.º  ­  Para  os  effeitos  de  fiscalização  e  orientação  do  ensino,  fica  o  Estado  dividido  em  80  districtos escolares. 

§ 2.º ­ O Director Geral designará, aos inspectores geraes, annualmente ou quando convier, os trabalhos que a cada um deve competir, de accordo com o art.0 13 deste Regulamento. 

CAPITULO II 

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Artigo 6.º ­ Compete ao Presidente do Estado, além da suprema direcção do ensino:  a) prover os cargos referentes á Instrucção Publica, nomeando e demittindo, na firma da lei;  b) conceder licenças superiores a 12 mezes, remoções, permutas, aposentadorias e disponibilidades;  c) criar grupos escolares, cursos nocturnos para adultos e reunir escolas;  d) annexar escolas a grupos escolares;  e) suspender ou restabelecer o funccionamento de grupos escolares, escolas reunidas e isoladas.  CAPITULO III DO SECRETARIO DO INTERIOR  Artigo 7.º ­ Compete ao Secretario do Interior, além da direcção e inspecção geral do ensino:  a) nomear e exonerar substitutos effectivos, substitutos interinos, porteiros e continuos ;  b) contratar professores e empregados para os estabelecimentos de ensino ; 

c)  approvar  os  programmas  de  ensino  para  as  escolas  preliminares,  complementares  normaes  e profissionaes; 

d) approvar os planos de construcções escolares; 

e)  conceder  licenças  até  12  mezes  aos  funccionarios  e  professores  em  geral,  e  aos  serventes  além desse prazo.  f) designar quem deva substituir o Director Geral da Instrucção Publica, nas suas faltas e impedimentos;  g) resolver as duvidas que surgirem na execução das leis e dos regulamentos do ensino ;  h) decidir dos recursos que lhe forem interpostos;  i) decidir sobre materia de inspecção de saude.  CAPITULO IV  DIRECTOR GERAL 

Artigo  8.º  ­  O  Director  Geral  da  Instrucção  Publica  será  nomeado  livremente  pelo  Governo,  dentre brasileiros natos que se tenham distinguido em estudos pedagogicos ou na pratica do magisterio. 

Artigo 9.º ­ Compete ao Director Geral da Instrucção Publica: 

1.º ­ dirigir o ensino primario, complementar, secundario e profissional de todo o Estado; 

2.º  ­  orientar  os  inspectores  geraes  e  especiaes,  e  superintender  a  Inspecção  Medico­Escolar  e  o Almoxarifado ; 

3.º  ­  propor  ao  Governo:  a)  nomeação  de  inspectores  ;  b)  nomeação  e  remoção  de  directores  de estabelecimentos  de  ensino  e  professores  e  dos  fiscaes  e  lentes  de  pedagogia  das  escolas  normaes livres;  c)  criação,  localização,  desdobramento,  transferencia  e  conversão  de  escolas  ou  classes  de grupos  escolares;  d)  designação  de  inspectores  3e  professores  para  serviços  especiaes  ou  para commissões de estudos na Capital ou no interior ; e) equiparação e suspensão de escolas normaes livres ;  f)  nomeação  de  bancas  examinadoras  para  exames  de  admissão  ás  escolas  de  pharmacia reconhecidas ;  4.º ­ nomear a commissão julgadora dos candidatos a escolas vagas da Capital;  5.º ­ nomear o jury encarregado de verificar a incapacidade docente de professores ;  6.º ­ nomear e dispensar serventes e jardineiros dos estabelecimentos de ensino e da Directoria Geral e conceder­lhes licença até um anno; contractar serventes nos termos do art.° 8.° da lei n.° 2.315, de 31 de dezembro de 1928  7.º ­ fixar a séde dos districtos escolares do interior, de accordo com as conveniencias da fiscalização  8.º  ­  reunir,  quando  jolgar  conveniente,  os  inspectores,  os  directores  de  escolas  normaes,  das profissionaes e dos gymnasios, para estudo de questões de interesse do ensino. 

9.º ­ autorizar ao Almoxarifado a acquisição e o fornecimento de livros didacticos e material escolar;  10.º  ­  autorizar  o  funccionamento  de  estabelecimentos  de  ensino  particular,  que  satisfizerem  as exigencias legaes ;  11.º ­ visar e remetter ao Thesouro do Estado a folha de pagamento do pessoal da Directoria Geral  12.º ­ determinar syndicancias e processos administractivos:  13.º ­ determinar quando o julgar conveniente, que se proceda ao recenseamento das creanças em idade escolar, para a applicação da obrigatoriedade e para a boa localização das escolas;  14.º ­ autorizar o gozo de ferias aos inspectores e demais funccionarios da Directoria Geral  Artigo 10 ­ O Director Geral escolherá, dentre os funccionarios do ensino, em exercicio, um auxiliar de gabinete, que servirá em commissão, emquanto convier. 

§  unico.  ­  O  auxiliar  de  gabinete  terá,  alem  dos  vencimentos  do  seu  cargo  effectivo,  uma  gratificação mensal de 200$000. 

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Artigo 11. ­ O Director Geral tem direito a quinze dias de ferias, annualmente, mediante autorização do Secretario do Interior.  CAPITULO V  DOS INSPECTORES GERAES  Artigo 12. ­ Os inspectores geraes serão nomeados pelo Governo, mediante proposta do Director Geral da instrucção Publica, dentre os professores diplomados, em exercicio no Estado. 

§  unico.  ­  Os  inspectores  geraes  terão  funcções  individuaes,  e  collectivas,  quando  reunidos  em Conselho. 

Artigo 13. ­ Os trabalhos dos inspectores geraes serão distribuidos da seguinte forma: 

1.º ­ Orientação didactica; programmas e horarios; inspecção das Escolas Normaes officiaes e livres e escolas maternaes; e organização do Annuario. 

2.º ­ Policia escolar: ­ queixas, notificações, syndicancias, processos administrativos, obrigatoriedade do ensino.  Cursos  nocturnos  de  alphabetização;  alterações  do  inicio  e  terminação  das  aulas  por conveniencias locaes. Ensino particular, legalização de funccionamento e suspensão de escolas. 

3.º ­ Estatistica escolar :­matricula, frequencia, mappas de movimento; criação e suppressão de classes em  grupos  escolares;  localização,conversão,  transferencia,suspensão  e  restabelecimento  de  escolas isoladas  e  reunidas;  resumos  estatisticos  para  a  revista  do  ensino  e  para  o  Annuario;  fichas  e promptuarios ; recenseamento. 

4.º  ­  Material  escolar:  ­  distribuição,  arrecadação,  concertos,  limpeza;  despezas  dos  inspectores districtaes com os serviços de inspecção ; passes de estrada de ferro ; attestados de exercicio 

5.º  ­  Predios  escolares  :  ­  construcção,  adaptação,  concertos,  limpeza,  acquisição,  alugueis, arrendamentos; hygiene escolar, gabinetes dentarios ; caixas escolares.  § unico. ­ Os demais trabalhos dos inspectores geraes, alem dos mencionados neste artigo, ser lhes­ão designados, na oppotunidade,  pelo Director Geral da Instrucção Publica.  Artigo 14. ­ São attribuições dos inspectores geraes reunidos em Conselho :  1.º ­ julgar livros didacticos e decidir sobre sua adopção;  2.º ­ julgar syndicancias e processos administrativos ;  3.º ­ organizar horarios e progammas de ensino ;  4.º ­ discutir a orientação didactica que deverá ser seguida nas escolas. 

Artigo  15.  ­  Nos  casos  de  impedimento  de  um  inspector  geral,  será  elle  substituido  por  um  inspector districtal ou espacial, designado pelo Director Geral da Instrucção Publica. 

CAPITULO VI 

DO CONSELHO GERAL 

Artigo  16.  ­  O  Conselho  Geral  será  formado  pelos  inspectores  geraes,  sob  a  p  esidencia  do  Director Geral, ou de um dos inspectores geraes por elle designado, e secretariado por um membro do Conselho, á escolha do seu presidente. 

Artigo 17. ­ O Conselho Geral reunir­se­á: a) quando necessario, afim de resolver sobre a adopção de livros  didact  cos  ;b)  para  o  julgamento  de  syndicancias  ou  processos  administrativos;  c)  sempre  que  o determinar o Director Geral. 

Artigo  18.  ­  O  Conselho  Geral  só  poderá  funccionar  com  a  presença  no  minimo,  de  quatro  dos  seus membros. 

Artigo 19. ­ O inspector geral encarregado de proceder a syndicancias e, processos administrativos, será o relator perante os outros inspectores, reunidos em Conselho. 

CAPITULO VII 

DOS INSPECTORES ESPECIAES 

Artigo  20.  ­  Os  inspectores  especiaes  serão  nomeados  pelo  Governo,  mediante  proposta  do  Director Geral, dentre os professores de comprovada competencia para a especialidade de que se tratar.  Artigo 21. ­ Os inspectores especiaes serão em numero de quatro, assim distribuidos:  1.º ­ um de traba,hos manuaes;  2.º ­ um de musica ;  3.º ­ um de desenho ;  4.º ­ um de exercicios physicos. 

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Artigo  22.  ­  Os  inspectores  especiaes  apresentarão  ao  Director  Geral  o  progamma  detalhado  das materias, de cuja orientação forem encarregados.  Artigo 23. ­ O inspector especial, em seus impedimentos temporarios, será substituido por um professor competente na especialidade, proposto pelo Director Geral.  Artigo 24. ­ O inspector especial representará o Governo nos concursos para preenchimento das vagas, nas materias de sua especialidade, abertas no corpo docente das escolas profissionaes e normaes.  Artigo  25.  ­  A  funcção  dos  inspectores  especiaes,  que  é  somente  technica  exercer­se­á  em  todas  as escolas normaes officiaes e livres, profissio aos, complementares e preliminares. 

CAPITULO VIII 

DOS INSPECTORES DISTRICTAES 

Artigo  26.  ­  Os  inspectores  districtaes  serão  nomeados  pelo  Governo,  dentre  os  directores  de  grupos escolares com dois annos, pelo menos, de direcção. 

Artigo 27. ­ Ao inspector districtal imcumbe: 

1.º­ executar e fazer executar as recommendações emanadas da Directoria Geral ; 

2.º ­ fiscalizar as escolas dos respectivos districtos, no que concerne á technica do ensino, disciplina e frequencia dos alumnos e á idoneidade, assiduidade e efficiencia dos professores ; 

3.º  ­  attestar  o  exercicio  dos  professores  do  municipio  da  séde  do  districto  a  seu  cargo,  e,  na  falta  de auxiliar de inspecção, o dos professores dos outros municipios componentes do districto ; 

4.º  ­  receber  e  transmittir  á  Directoria  Geral,  devidamente  informadas,  as  queixas  e  solicitações referentes  ao  ensino  no  districto,  tomando  logo  as  providencias  cabiveis  ao  caso  e  que  forem  de  sua alçada;  5.º ­ enviar á Directoria Geral, com a possivel brevidade, um roteiro mensal do seus serviços, prestando conta dos gastos que effectuar ;  6.º ­ enviar, mensalmente, até o 8.° dia util de cada mez, á Secretaria do Interior e á Directoria Geral da Instrucção Publica, os mappas de movimento das escolas isoladas, escolas reunidas e, grupos escolares confiados a seu cargo;  7.º ­ representar ao Director Geral da Instrucção Publica sobre; 

a)  criação,  localização,  transferencia,  conversão,  desdobramento  e  suspensão  do  funccionamento  de escolas; 

b) mudança de horarios e de períodos escolares ; 

c) pedido de material escolar para os estabelecimentos que fiscalizar; 

8.º ­ apresentar, cada anno, ao Director Geral, um relatorio de seus trabalhos, dizendo, de accordo com a sua  experiencia,  sobre  a  efficacia  da  organização  escolar  e  suggerindo  os  melhoramentos  que,  julgar necessarios ; 

9.º ­ providenciar sobre a matricula de crianças analphabetas ; 

10. ­ instruir os adjuntos e directores do grupos escola es, professores de escolas reunidas e isoladas sobre o cumprimento de seus deveres ; 

11. ­ orientar gradativamente os professores das escolas isoladas, principalmente sobre a execução do programma  adoptado,  e  dar  as  necessarias  aulas  modelo,  afim  de  que  veja  claramente  o  professor  a murcha que deve seguir no curso de determinada materia.  12. ­ informar quando para isso solicitado, sobre a competencia e dedicação dos professores e directores dos estabelecimentos de ensino.  13. ­ indagar, sempre que puder, sobre a população escolar das localidales que visitar e das visinhas.  14. ­ verificar a legalidade do funccionamento das escolas particulares do districto, visitar assiduamente as subvencionadas para orientar o ensino e attestar a matricula e frequencia dos alumnos e inspeccionar as muuicipaes ;  15. ­  tomar compromisso dos professoros nomeados para as escolas isoladas do districto ; e, logo que receba delles communicação de terem assumido o exercício, visar os respectivos títulos e remetel­os ao Thesouro do Estado, para os devidos fins ; 

16.  ­  dar  informações,  com  a  maxima  urgencia,  nos  pedidos  de  licença  de  professores  de  escolas isoladas, remettendo­os em seguida á Secretaria do Interior acompanhados de proposta de substitutos idoneos para os mesmos;  17.­ justificar, ate tres, somente, as faltas mensaes dos professores sob sua jurisdicção, desde que não excedam de quinze por anno;  18. ­ communicar, immediatamente. á Directoria Geral, em relação aos professores das escolas isoladas e directores dos grupos escolares e escolas reunidas do districto, o inicio e a cessação de exercicio, bem como o inicio de gozo de licença e a reassumpção de exercicio, declarando se esta foi por terminação ou desistencia;  19. ­ promover nos municipios, em occasiões opportunas, com autorização do Director Geral reuniões de

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professores para iustrucções technicas e palestras padagogicas; realizar conferencias publicas, tratando de assumptos geraes referentes á educação popular, sobre hygiene, historia patria, civismo, etc.;  20. ­ visitar, com a necessaria frequencia, as escolas isoladas, grupos escolares e escolas reunidas, para collaborar na orientação do ensino desses estabelecimentos ;  21. ­ propor a dispensa de professores leigos, uma vez verificada sua incapacidade para o magisterio ; 22. ­ dar posse aos diretores dos grupos escolares e escolas reunidas do distrito. Artigo 28. ­ Os inspectores districtaes poderão ser removidos de um para outro districto. 

Artigo  29.  ­  Quando  o  inspector  districtal  receber  quaesquer  auxilios  prestados  ao  ensino,  deverá communicar o facto ao Director Geral da Instrucção Publica. 

CAPITULO IX 

DOS AUXILIARES DE INSPECÇÃO 

Artigo 30. ­ Os districtos escolares terão, em cada um dos municipios de que se compõem ­ o da séde exceptuado,  um  auxiliar  de  inspecção,  quando  necessario,  a  quem  cumpre  coadjuvar  o  inspector districtal no exercicio de suas funcções. 

§  1.º  ­  Nos  municipios  ­  séde  poderá  haver  um  auxiliar  de  inspecção,  uma  vez  que  o  reclamem  as necessidades do serviço. 

§  2.º  ­  O  cargo  de  auxiliar  de  inspecção  recairá  em  director  de  grupo  ou  de  escolas  reunidas  do municipio,  ou  em  qualquer  professor  de  escola  isolada,  indicado  pelo  inspector  districtal,  sempre  que haja, pelo menos, tres escolas isoladas providas. 

§  3.º  ­  O  auxiliar  de  inspecção  deve  communicar  ao  inspector  districtal  qualquer  irregularidade  de funccionamento das escolas a seu cargo, logo que do facto tenha co­nhecimento. 

§  4.º  ­  O  auxiliar  de  inspeeçâo  deverá  executar,  ou  fazer  executar,  no  respectivo  municipio,  as determinações do inspector districtal, relativamente a remessas e acautellamento de material escolar, a circulares e outras recomrneudações necessarias a bem das escolas isoladas.  § 5.º ­ O auxiliar de inspeeção será reembolsado pelo inspector districtal respectivo, no principio de cada mez, das despezas effectuadas com os serviços a seu cargo.  § 6.º ­ O auxiliar de inspecção poderá justificar as faltas dos professores do seu municipio, nos termos da lei, quaudo communicadas por escripto, dentro do prazo de 3 dias.  Artigo 31. ­ 0 inspector districtal só dará ao respectivo auxiliar de inspeeção serviços que não importem em prejuizo para o eusino no estabelecinento em que trabalha. 

Artigo  32.  ­  O  auxiliar  de  inspecção,  além  de  seus  vencimentos,  terá  uma  gratificação  mensal  de 50$000. 

TITULO III 

DA SECRETARIA DA INSTRUCÇÃO PUBLICA  CAPITULO I 

Artigo  33.  ­  Para  execução  dos  serviços  internos,  tem  a  Directoria  Geral  da  Instrucção  Publica  uma secretaria que compreende seis secções.  § unico. ­ Compete á 1.ª secção: a) expediente geral b) archivo; c) estatistica ; d) serviços avulsos ; á 2.ª secção, os serviços relativos a grupos escolares ; á 3.ª secção, os relativos ás escolas reunidas ; á 4.ª secção, os relativos ás escolas isoladas. A 5.ª secção compreende escolas normaes officiaes e livres e estabelecimentos annexos, escolas profissionaes, maternaes e creches, e gymnasios; á 6.ª secção, os serviços relativos ás escolas particulares.  Artigo 34. ­ Os serviços da Secretaria da Directoria Geral da Instrucção Publica serão discriminados em Regimento Interno, approvado pelo Direetor Geral.  Artigo 35. ­ A Secretaria da Instrucção Publica tem os seguintes funccionarios : 

1  director  da  Secretaria  a  quem  compete  a  direcção  de  todos  os  serviços  internos  da  Repartição,  de accordo com o estabelecido no respectivo Regimento,  1 primeiro escripturario ;  7 segundos escripturarios ;  17 terceiros escripturarios ;  1 porteiro ;  1 continuo ;  4 serventes. 

Artigo  36.  ­  Todos  os  funccionarios  são  obrigados  a  estar  presentes  á  hora  marcada  para  inicio  do expediente, ficando sujeito á perda da gratificação o que comparecer depois de e cerrado o ponto, e a

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dos vencimentos o que, tendo entrado depois, retirar­se antes de encerrado o expediente. 

§  1.º  ­  Perderá  a  metade  dos  vencimentos  o  funccionario  que,  tendo  entrado  á  hora  determinada,  se retirar antes de findos os trabalhos, e a gratificação somente, se a retirada fôr precedida de licença.  §  2.º  ­  Em  caso  algum,  salvo  motivo  de  interesse  publico,  se  poderá  dispensar  o  funccionario  de  sua presença diaria e ininterrupta ás horas do expediente. 

CAPITULO II  DA REVISTA 

Artigo  37.  ­  A  Directoria  Geral  da  Instrucção  Publica  fará  editar,  como  julgar  mais  conveniente,  uma revista de funcção technica, doutrinaria e educativa, destinada á orientação do ensino no Estado. 

Artigo 38. ­ O pessoal da revista constará de um redactor, dois auxiliares e um remessista, podendo o Director Geral convidar para collaboradores pessoas estranhas, de notoria competencia sobre assumptos de educação, a titulo gratuito. 

§ 1.º ­ Os cargos de redactor e auxiliares serão exercidos, em commissão, por professores diplomados  §  2.º  ­  Não  sendo  professor  do  quadro,  terá  o  redactor  os  vencimentos  annuaes  de  doze  contos (12:000$000), e, em caso contrario, os vencimentos do cargo e a gratificação mensal de quatrocentos mil réis (400$000),  § 3.º ­ Os auxiliares de redactor serão professores do quadro e terão, além dos vencimentos proprios, a gratificação de duzentos mil réis (200$000) mensaes.  § 4.º ­ O remessista terá vencimentos annuaes de 4:200$000 (quatro contos e duzentos mil réis).  Artigo 39. ­ A revista será distribuida mediante assignatura paga adiantadamente. 

§  unico.  ­  Aos  funccionarios  publicos  e  professores,  pagos  pelos  cofres  do  Estado,  é  facultado  o pagamento  da  assignatura  por  meio  de  desconto  mensal  em  seus  vencimentos,  feito  no  Thesouro  do Estado.  TITULO IV  DA INSPECÇÃO MEDICO­ESCOLAR  CAPITULO I  DO PESSOAL DA INSPECÇÃO MEDICO­ESCOLAR  Artigo 40. ­ O pessoal da secção de Inspecção Medico­Escolar da Directoria Geral da Instrucção Publica compõe­se de:  1 medico­chefe;  12 medicos­inspectores;  1 inspector dentario;  1 segundo escripturario;  1 terceiro escripturario.  § 1.º ­ Dentre, os medicos­inspectores, um será especialista de olhos, outro de nariz, garganta e ouvidos, e um terceiro de psychiatria e molestias nervosas. 

§  2.º  ­  Os  escripturarios  da  Inspecção  Medico­Escolar  serão  tirados  do  quadro  dos  escriptarios  da Directoria Geral da Instrucção Publica. 

CAPITULO II 

DAS ATTRIBUIÇÕES DA INSPECÇÃO MEDICA 

Artigo 41. ­ A inspecção medica abrange todos os estabelecimentos de ensino do Estado, publicos ou particulares. 

Artigo  42.  ­  A  inspecção  medica  será  exercida  por  um  corpo  medico  escolar,  com  séde  na  Capital, composto de um medico­chefe e de doze inspectores medicos, livremente nomeados pelo Governo.  §  1.º  ­  Enquanto  o  Governo  não  instituir  a  inspec  ção  medica  nos  demais  municipios,  poderão  as municipalidades nomear e dispensar inspectores medicos, subordinados ao chefe da inspecção medico­ escolar do Estado. 

§  2.º  ­  Nos  municipios  em  que  houver  inspectores  sanitarios,  a  esses  incumbe  a  inspecção  dos estabelecimentos locaes, emquanto as municipalidades não nomearem os seus inspectores medicos.  Artigo 43. ­ A inspecção medica tem por objecto : 

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frequencia escolar, os alumnos pobres das escolas publicas e das particulares que o solicitarem ; 

2.º  ­  examinar,  de  accordo  com  a  determinação  da  autoridade  competente,  os  professores,  alumnos  e empregados dos estabelecimentos da Instrucção Publica ; 

3.º ­ applicar, nas casas de ensino, as medidas prophylacticas determinadas pela legislação sanitaria ;  4.º ­ vaccinar e revaccinar os professores, alumnos e empregados das escolas ; 

5.º  ­  verificar  se  satisfazem  ás  condições  hygienicas  os  predios  onde  so  tenham  de  installar  escolas publicas e particulares; 

6.º ­ prover a assistencia dentaria escolar aos alumnos pobres ; 

7.º  ­  examinar  os  professores  e  demais  funccionarios  do  ensino,  para  concessão  de  licença, disponibilidade e aposentadoria 

8.º  ­  determinar,  como  medida  prophylactica,  o  afastamento  dos  alumnos,  professores  e  demais funccionarios do ensino. 

§  unico.  ­  O  parecer  de  cada  uma  das  inspecções,  de  que  trata  o  n.  7.º,  será  sempre  concludente, podendo  a  junta  medica  requisitar  das  repartições  competentes  do  Estado  os  exames  de  laboratorio  e radiologicos, necessarios ao esclareçimento do diagnostico.  Artigo 44. ­ O medico­chefe, os inspectores­medicos e o inspector dentario, quando em serviço fora da Capital, terão direito, alem da conducção, á diaria que o Secretario do Interior arbitrar.  CAPITULO III  DO MEDICO­CHEFE:  Artigo 45. ­ Ao medico­chefe compete :  1.º ­ organizar e fiscalizar o serviço de inspecção medica nas escolas, de accordo com a Directoria Geral da Instrucção Publica, cumprindo as recommendações desta ; 

2.º  ­  tomar  parte,  por  si  ou  por  um  inspector  medico,  como  presidente,  nas  commissões  do  jury verificador da incapacidade para o ensino; 3.º ­ presidir a commissão que, diariamente, deve examinar os professores e demais funccionarios do ensino, para concessão de licença e aposentadoria ; 

4.º ­ propor ao Director Geral da Instrucção Publica as medidas que reputar convenientes á inspecção medica ; 

5.º  ­  apresentar  ao  Director  Geral,  até  1.°  de  janeiro  de  cada  anno,  o  relatorio  minucioso  dos  serviços executados durante o anno anterior.  Artigo 46. ­ O medico­chefe será substituido nos casos de impedimento eventual, ferias ou licenças, pelo inspector­medico designado pelo Director Geral.  CAPITULO IV  DOS INSPECTORES MEDICOS  Artigo 47. ­ Compete aos inspectores­medicos: 

1.º  ­  comparecer  diariamente  á  repartição  e  apresentar  boletim  pormenorizado  do  serviço  feito  no  dia anterior, vigilancia sanitaria, prophylaxia, exames escolares, etc.; 

2.º ­ vaccinar e revaccinar os alumnos, professores e empregados das escolas; 

3.º ­ visitar diariamente uma escola do districto no 1.° periodo ou no 2.o, procedendo de modo que as inspecções se façam ora em um, ora em outro periodo e extendendo estas inspecções aos professores e ao pessoal administrativo; 

4.º  ­  encaminhar  á  assistencia  medico­escolar  ou  ao  Centro  de  Saude  os  alumnos  pobres  que necessitarem  de  qualquer  tratamento,  e  verificar  depois  se  as  prescripções  feitas  em  boletim  foram fielmente cumpridas pelos alumnos; 

5.º ­ examinar os funccionarios do ensino para effeito de licença, aposentadoria e disponibilidade;  6.º ­ examinar os predios escolares, emittindo seu parecer sobre as suas condições hygienicas; 

7.º  ­  apresentar  ao  medico­chefe,  até  1.°  de  janeiro,  um  relatorio  dos  trabalhos  que  tiver  realizado  no anno anterior  8.º ­ realizar, por occasião das visitas ás classes, sempre que possível, ligeiras palestras sobre noções de hygiene.  § unico. ­ Para o trabalho de inspecção será o municipio da Capital dividido em zonas, de accordo com a Directoria Geral da Instrucção Publica e de modo que fique o serviço distribuído equitativamente.  CAPITULO V  DO INSPECTOR DENTARIO 

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Artigo 48. ­ Ao inspector dentario compete:  1.º ­ Inspeccionar os gabinetes dentarios installados nos estabelecimentos de ensino ;  2.º ­  organizar o serviço odontologico, unificando o systema de fichas e archivo de todos os dispensarios escolares do Estado;  3.º ­ apresentar, mensalmente, um relatorio dos serviços realizados;  4.º ­ communicar ao medico ­chefe as vagas existentes no inicio das clinicas, em cada semestre; 

5.º  ­  submetter  á  approvação  do  medico­chefe  as  modificações  que  julgar  necessarias  as  bom funccionamento da Assistencia Dentario Escolar.  

CAPITULO VI 

DA ASSISTENCIA DENTARIO­ESCOLAR 

Artigo 49. ­ Nenhum gabinete dentario pode ser installado ou fucccionar em estabelecimento de ensino, sem  previo  entendimento  cora  o  inspector  dentario  escolar,  que  immediatamente  dará  sciencia  ao Director Geral da Instrucção Publica. 

Artigo  50.  ­  Os  gabinetes  dentarios,  fundados  por  iniciativa  particular  ou  não,  destinados  a  prestar assistencia  gratuita  aos  alumnos  das  escolas,  ficam  sujeitos  á  fiscalização  dentaria  da  Inspectoria Medico­Escolar. 

Artigo  51.  ­  Os  gabinetes  dentarios  e  o  corpo  clinico  serão  mantidos:  a)  pela  competente  verba orçamentaria ; b) pela subvenção da Prefeitura; c) pelo auxilio da Caixa Escolar; d) pelas contribuições de outras procedencias; e) por fornecimentos do Almoxarifado da Instrucção Publica. 

Artigo 52. ­ Aos cirurgiões dentistas contratados pelo Governo, por associações ou por particulares que mantêm  gabinetes  dentarios,  installados  em  estabelecimentos  escolares  compete:  1)  cumprir  as determinações do inspector dentario; 2) apresentar, mensalmente, um resumo dos trabalhos realizados; 3) comparecer as reuniões para as quaes forem duvidados pelo inspector dentario. 

CAPITULO VIII 

DOS EXAMES MEDICOS 

Artigo  53.  ­  Os  exames  medicos  para  concessão  de  licença,  disponibilidade  ou  aposentadoria  aos funccionarios  do  ensino,  realizar­se­ão  na  séde  da  Inspectoria  Medico  Escolar,  ou,  se  necessario,  na residencia do funccionario que tiver de ser inspeccionado. 

§ 1.º ­ A commissão medica será constituída pelo medico­chefe da Inspecção Escolar como presidente, e por dois inspectores medicos. 

§ 2.º ­ Para esse fim será organizada uma escala de plantão diario, em que os inspectores­medicos se revezem, de modo que permaneçam, sempre, dois delles na repartição. 

§  3.º  ­  Após  o  exame  medico,  será,  por  um  dos  medicos,  lavrado  o  auto  respectivo  com  indicação  da molestia estado do doente e tempo provavel necessario ao tratamento 

Artigo  54.  ­  Os  inspectores­medicos  procederão,  annualmente,  e  sempre  que  necessario,  ao  exame medico dos alumnos dos estabelecimentos de ensino. 

§ 1.º ­ O exame será registado em fichas especiaes, guardadas sob chave no estabelecimento em que estiver o alumno. 

§  2.º  ­  O  Director  Geral  providenciará  para  que  a  escripturação  das  fichas  seja  feita  com  o  auxilio  do director e dos professores do estabelecimento. 

Artigo 55. ­ Depois de preenchidos os dados referentes ao exame medico, a ficha só poderá ser vista pelos inspectores medicos. 

§  unico.  ­  Quando  um  alumno  se  retirar  da  escola,  será  entregue  ao  pae  ou  responsavel  pela  sua educação uma copia de sua ficha, que deverá ser, no caso de transferencia, apresentada ao director do novo estabelecimento. 

Artigo  56.  ­  Se  o  exame  medico  revelar  molestia  das  enumeradas  no  n.°  1  do  artigo  43,  o  inspector medico providenciará para o seu tratamento, nos seguintes termos: 

1.º  ­  se  a  família  puder  effectuar  o  tratamento,  será  ella  notificada  para  fazel­o  por  medico  de  sua confiança; 

2.º ­ Se a família fôr reconhecidamente pobre, o inspector medico encaminhará a criança para as clinicas escolares e estabelecimentos de assistencia, mantidos ou subvencionados pelo Estado. 

Artigo 57.º ­ A inobservancia das intimações dos medicos inspectores dará lugar á imposição de multa de  .  .  .  50$000  a  500$000,  ficando  a  cobrança  executiva  a  cargo  da  Procuradoria  da  Fazenda,  na comarca da Capital e, nas demais, a cargo dos respectivos promotores publicos. 

§ 1.º ­ Caberá ao promotor metade da importancia liquida da multa, cujo recebimento promover, sendo a parte restante recolhida á Collectoria estadual da localidade. 

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§ 2.º ­ Da imposição do multas caberá recurso, dentro do prazo do quinze dias, respectivamente, para o Director Geral da Instrucção Publica e para o Secretario do Interior, que decidirá em ultima instancia.  TITULO V  DO ENSINO EM GERAL  CAPITULO UNICO  DA COMPREHENSÃO DO ENSINO  Artigo 58. ­ O ensino, no Estado de São Paulo, é publico ou privado.  Artigo 59. ­ O ensino publico divide­se em primario, complementar, secundario, profissional e superior e é leigo em todos os graus. 

§  1.º  ­  O  ensino  primario  compreende  quatro  annos  de  curso  nos  grupos  escolares,  tres  nas  escolas isoladas e reunidas urbanas a dois nas ruraes.  § 2.º ­ O ensino primario é obrigatorio e gratuito para as crianças de ambos os sexos, de 8, 9 e 10 annos e facultativo ás de 7, 11 e 12.  § 3.º ­ O ensino complementar, de 3 annos de curso, é ministrado nas escolas complementares.  § 4.º ­ O ensino secundaro é ministrado em seis annos nos gymnasios do estado, em cinco na Escola Normal da Praça e em tres nas outras normaes.  § 5.º ­ O ensino profissional, que se destina ao preparo de alumnos maiores de 12 annos, é ministrado nas escdas profissionaes mantidas pelo Estado.  § 6.º ­ O ensino superior é ministrado nas academias e faculdades superiores.  § 7.º ­ O Governo manterá um Jardim de Infancia, annexo á Escola Normal da Praça, e outros, que serão installados, quando fôr julgado conveniente. 

§  8.º  ­  O  Governo  poderá  criar  escolas  maternaes  e  creches,  junto  ás  fabricas  cujos  proprietarios facilitarem a sua installação, assumindo os compromissos constantes do regulamento vigente, approvado pelo decreto n. 3.847, de 14 de Maio de 1925.  TITULO VI  DO ENSINO PUBLICO PRIMARIO  CAPITULO UNICO  DOS ESTABELECIMENTOS E PROGRAMMAS DO ENSINO PRIMARIO 

Artigo  60.  ­  O  ensino  publico  primario  é  ministrado  nas  seguintes  escolas,  criadas  e  mantidas  pelo Estado:  a) escolas isoladas, ruraes, diurnas;  b) escolas isoladas, urbanas, diurnas;  c) escolas reunidas, diurnas, ruraes ou urbanas;  d) grupos escolares;  e) escolas e cursos nocturnos;  f) grupo modelo e escolas isoladas modelo, annexas ás escolas normaes, além da educação inicial dada no Jardim da Infancia, annexo á Escola Normal da Praça e das escolas maternaes.  Artigo 61. ­ O ensino nos grupos escolares, escolas urbanas e ruraes, bem como nos cursos nocturnos, obedecerá  a  programmas  distinctos  para  cada  uma  dessas  categorias  de  escolas,  organizados  pela Directoria Geral e approvados pelo Secretario do Interior. 

§ unico. ­ O programma compreenderá :  a) Nos grupos escolares:

Leitura  e  escripta,  exercicios  de  redacção,  calligraphia,  arithmetica  pratica,  até  proporções  inclusive, geometria pratica, noções uteis e intuitivas de sciencias physicas e naturaes e de physiologia e hygiene, elementos de geographia geral e do Brasil e, especialmente, do Estado de São Paulo, factos da historia patria,  instrucção  civica,  desenho,  musica  e  canto  orpheonico,  trabalhos  manuaes,  escotismo  para  os meninos e gymnastica. 

b) Nas escolas urbanas:     

Leitura  e  escripta,  exercicios  de  redacção,  calculo  applicado  a  problemas  da  vida  domestica  e  da industria  e  commercio  locaes,  noções  de  geometria  pratica,  conhecimentos  úteis  o  intuitivos relativamente  aos  animaes,  ás  plantas  e  aos  phenomenos  da  natureza  noções  de  physiologia  e  de hygiene, visando a saude do alumno, idéa geral do mundo o conhecimento geographico da localidade, do

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Brasil e do Estado de São Paulo, factos da historia pa­ tria, instrucção civica desenho educativo, cinto, trabalhos manuaes adequados á zona da escola e exercicios physicos. 

c) Nas escolas ruraes: 

Leitura  e  escripta,  exercicios  de  redacção,  calculo  applicado  a  questões  de  interesse  local, conhecimentos uteis e intuitivos relativamente aos animaes, ás plantas e aos phenomenos da natureza, noções  de  physiologia  e  de  hygiene,  visando  a  saude  do  alumno  conhecimento  geographico  da localidade, do Brasil em geral e do Estado de São Paulo, factos da historia patria, desenho educativo, canto, trabalhos manuaes adequados á zona da escola e exercicios physicos. 

d) Cursos nocturnos: 

Leitura  e  escripta,  exercicios  de  redacção,  calculo  applicado  a  questões  da  vida  domestica  e  das profissões, industrias e commercio locaes, geometria pratica e desenho com applicações ás artes e os officios, noções de physiologia e hygiene, visando a saúde do alumno, conhecimento do mundo em geral, do Brasil e do Estado de São Paulo e instrucção civica. 

Artigo 62. ­ O ensino será ministrado nas respectivas classes de accordo com o programma adoptado, sem preferencia de materias. 

Artigo  63.  ­  Nas  escolas  primarias,  o  methodo  natural  de  ensino  é  a  intuição,  a  lição  de  cousas,  o contacto  da  intelligencia  com  as  realidades  que  ensinam,  mediante  a  observação  e  a  experimentação, feitas pelos alumnos e orientadas pelos professores São expressamente banidos da escola os processos que appellem exclusivamente para a memoria verbal, as tarefas de mera decoração, a substituição das cousas e factos pelos livros, os quaes só devem ser usados como auxiliares do ensino. 

§  1.º  ­  O  professor  da  escola  isolada  escolherá,  dentre  os  seriados  pela  Directoria  Geral,  os  livros didacticos que tiver de usar em sua classe, os quaes serão conservados nas substituições por licença ou em novo provimento realizado no correr do anno.  § 2.º ­ Considera­se alphabetizado o alumno que souber ler, escrever e contar regularmente.  Artigo 64. ­ Os exercicios de educação physica serão adaptados ás condições individuaes dos alumnos, sendo dispensados de taes exercicios os doentes, a criterio do professor ou do director do grupo escolar. TITULO VII  DAS ESCOLAS ISOLADAS  CAPITULO I  DA CRIAÇÃO,CLASSIFICAÇÃO,LOCALIZAÇÃO,TRANSFERENCIA, SUSPENSÃO E RESTABELECIMENTO DO FUNCCIONAMENTO DE ESCOLAS 

Artigo  65.  ­  Ao  Governo  compete  a  localização  de  escolas,  de  accordo  com  a  verba  orçamentaria annualmente votada. 

§ 1.º ­ O decreto de localização designará a categoria da escola, o municipio e o districto em que deve ser ella installada. 

§  2.º  ­  A  Directoria  Geral  precisará  o  loeal  em  que  a  escola  deve  funccionar,  de  accordo  com  as necessidades da alphabetização.  Artigo 66. ­ As escolas isoladas são urbanas ou ruraes.  § 1.º ­ São urbanas:  a) as do municipio da Capital;  b) as das sédes de outros municipios, situados em lugares sujeitos ao imposto predial urbano;  c) as das sédes dos districtos de paz.  § 2.º ­ São ruraes as demais escolas. 

Artigo  67.  ­  O  Governo  poderá  adquirir  áreas  necessarias  de  terra,  para  construcção  de  casas, uniformes  e  simples,  onde  os  professores  das  escolas  ruraes  possam  residir  e  organizar  um  pequeno campo de ensino agricola.  Artigo 68. ­ Considera­se nucleo de analphabetos, capaz de uma escola, a area de dois kilometros de raio, em que se verifique a existencia, no minimo, de 25 crianças de 8 a 10 annos.  § 1 º ­ Dentro dessa área só se poderá localizar outra escola se o numero de alumnos matriculaveis, de 8 a 10 annos de idade, exceder de 45.  § 2.º ­ Nos lugares onde, em virtude da densidade da população, houver mais de uma escola, no raio de obrigatoriedade, poderão ellas funccionar em um mesmo predio, localizado no ponto mais conveniente do nucleo escolar. 

§  3.º  ­  Matriculadas  as  crianças  em  idade  obrigatoria,  as  vagas  restantes  serão  preenchidas  pelos candidatos de 7, 11 e 12 annos. 

Artigo  69.  ­  Emquanto  não  houver  edifícios  apropriados,  as  escolas  funccionarão  nos  lugares designados pela autoridade escolar. 

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Artigo  70.  ­  As  escolas  primarias  serão  transferidas  para  outros  lugares  do  mesmo  municipio  ou supprimidas : 

a) quando a matricula fôr inferior a 20 alumnos ; 

b) quando a frequencia media fôr inferior a 15, em tres mezes consecutivos. 

Artigo 71. ­  Não  terão  direito  aos  vencimentos  os  professores  cujas  escolas  tiverem  frequencia  media inferior a 15 e matricula menor do que 20; 

§ unico. ­ Poderá, não obstante, o Secretario do Interior conceder­lhes, por equidade, o pagamento de seus vencimentos, durante tres mezes, se a falta de frequencia e matricula não fòr devida á negligencia do professor. 

Artigo  72.  ­  Serão  suspensas  as  escolas  que,  em  tres  visitas  successivas  do  inspeetor  districtal,  não apresentarem o minimo de frequencia legal. 

§ 1.º ­ Ao professor respectivo será designada uma outra escola da mesma categoria, para continuação de exercicio, e, sendo possivel, no mesmo municipio. 

§ 2.º ­ A designação deverá ser feita dentro de 30 dias. 

§  3.º  ­  As  escolas  poderão  ser  restabelecidas,  logo  que  apresentem  condições  regulamentares  para funccionamento. 

Artigo  73.  ­  Será  exonerado  o  professor  que,  em  processo  administrativo,  fôr  julgado  culpado,  por negligencia ou desidia no cumprimento dos deveres de seu cargo, da falta de frequencia e matricula da escola.  Artigo 74. ­ No caso de suspensão da escola poderá a verba ser aproveitada para uma outra de igual categoria.  CAPITULO II  REGIMEN DAS AULAS NAS ESCOLAS PRIMARIAS   Artigo 75. ­ Os professores das escolas primarias deverão comparecer com a necessaria antecedeccia, afim de preparar o material para inicio das aulas á hora regulamentar.  Artigo 76. ­ Haverá nas escolas, para a verificação das faltas, uma unica chamada, antes do inicio das aulas.  § unico. ­ Alem das faltas, devem os professores assignalar os comparecimentos tardios e as retiradas dos alumnos.  Artigo 77. ­ A retirada do alumno, antes de terminados os trabalhos, será mencionada na columna de observações, com a declaração do motivo, e só será permittida em caso de molestia, ou a pedido, por escripto, dos paes ou responsaveis. 

§  unico.  ­  Encerradas  as  aulas  diarias,  o  professor  sommará  os  comparecimentos  e  as  faltas  dos alumnos e lançará os totaes nas columnas respectivas. 

Artigo 78. ­ As faltas dos alumuos serão justificadas pelos respectivos professores. 

Artigo  79.  ­  Nos  dias  de  receber  vencimentos,  haverá,  quando  presente  o  inspector  ou  o  auxiliar  de inspecção,  sob  a  presidencia  de  um  delles,  em  hora  e  lugar  previamente  determinados,  reunião  dos professores  das  escolas  isoladas  do  municipio,  para  realização  de  palestras  sobre  questões pedagogicas.  CAPITULO III  DA MATRICULA, FREQUENCIA E ELIMINAÇÃO DE ALUMNOS  Artigo 80. ­ A matricula uas escolas isoladas do Estado, será feita pelo respectivo professor, nos dias 29 e 31 de janeiro do maneira que as aulas comecem regularmente a 1.º de fevereiro.  § unico. ­ As vagas verificadas serão preenchidas no primeiro dia util de cada mez e as transferencias em qualquer epoca. 

Artigo  81.  ­  Serão  matriculadas  as  crianças  que  por  seus  paes,  tutores  ou  responsaveis,forem apresentadas aos professores nas epocas proprias, solicitando matricula e dando informações exigidas por este Regulamento. 

Artigo 82. ­ Os alumnos que hajam frequentado a escola no anno anterior terão preferencia á matricula, quando se apresentarem na epoca marcada, solicitando sua inscripção. 

Artigo  83.  ­  A  matricula  será  feita  em  livros  especialmente  destinados  a  esse  fim,  segundo  o  modelo approvado pela Directoria Geral. 

§ unico. ­ Do livro de matricula constarão os seguiutes esclarecimentos relativos a cada alumno:  a) numero de ordem ; 

b) nome do alumno ; 

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d) filiação, contendo nome, nacionalidade e profissão do pae ou responsavel pelo alumno ;  e) naturalidade do alumno.  f) data da matricula, com discriminação, por columnas, do dia, mez e anno ;  g) data da matricula primitiva ;  h) anno do curso ;  i) residencia, com o nome da rua e numero da casa. 

Artigo  84.  ­  Nos  boletins  de  promoção  annual  deverá  constar,  em  letras  bem  visiveis,  a  epoca regulamentar da matricula.  § unico. ­ Não serão matriculadas as crianças :  a) de idade inferior a sete annos completos ;  b) que padecerem de molestia contagiosa ou repugnante ;  c) não vaccinadas ;  d) as imbecis e as que, por defeito organico, não forem capazes de receber instrucção.  Artigo 85. ­ Serão eliminados da matricula, além dos que completarem o curso, os alumnos:  a) isentos da obrigatoriedade que se despedirem com autorização expressa dos paes ou representantes legaes, ou derem 25 faltas injustificadas ou 60 justificadas ;  b) que transferirem sua residencia para fora do raio da obrigatoriedade;  c) os que incorrerem na pena de elimanação.  § unico. ­ Por motivo comprovado de molestia, poderá a alumno ser afastado das aulas, com autorização expressa do inspector districtal, pelo tempo necessario ao seu restabelecimento.  Artigo 86. ­ Os alumnos sujeitos á obrigatoriedade, que derem as faltas ás quaes se refere o artigo 85, letra a, serão eliminados, caso haja candidatos á matricula não recebidos por falta de vagas. 

Artigo  87.  ­  Os  alumnos  serão  distribuidos  nas  classes,  tomando­se  em  consideração  o  grau  de acuidade visual e auditiva e a estatura, combinados, procedendo o professor, em cada começo de anno, ao respectivo exame. 

CAPITULO IV 

DOS EXAMES, NOTAS E PROMOÇÕES 

Artigo  88.  ­  Haverá,  cada  mez,  provas  escriptas  de  linguagem,  calculo,  desenho  ou  cartographia  e geographia ou historia patria, nas classes do 2.º anno e 3.º.  § 1.º ­ As secções do 1.º anno farão uma prova de linguagem, calculo escripto e desenho, de accordo com o seu adiantamento.  § 2.º ­ Essas provas serão corrigidas e annotadas pelo professor e guardadas para exame do inspector districtal na sua primeira visita.  Artigo 89. ­ O tempo para cada prova, escripta deverá corresponder ao que, no horario do dia marcado, se consagrar á respectiva materia, do modo que se não prejudique o ensino das demais disciplinas.  Artigo 90. ­ Nas escolas primarias, as notas de applicação e exames serão de 0 a 12, com as seguintes equivalencias : 0, nulla ; 2, má ; 4, soffrivel ; 6, regular; 8, boa; 10, boa para optima; 12, optima.  § unico. ­ Para estabecer as graduações entre esses valores, serão permittidas as notas impares.  Artigo 91. ­ No mez do novembro haverá exames finaes de leitura, arithemetica, geographia e historia patria, sob as vistas do inpector districtal ou de quem este designar.  § unico. ­ Só serão approvados os alumnos que, no minimo, obtiverem a media 6, nas notas de exames finaes  ;  e  para  promoção  do  1.°  para  o  2.°  anno,  será  indispensavel  a  nota  minima  de  6  em  leitura  e calculo. 

Artigo 92. ­  O  professor  dará  notas  semanaes  de  comportamento  e  applicação  aos  seus  alumnos,  as quaes  servirão  de  base  para  as  notas  mensaes  do  boletim,  que  será  distribuido  aos  alumnos  até  o terceiro dia util de cada mez. 

Artigo  93.  ­  Nos  ultimos  dias  do  mez,  o  professor  fará  na  columna  de  «observações»,  do  livro  de chamada, o resumo da escripturação, de accordo com o modelo officialmente adoptado.  § 1.º ­ Mediante copia mensal deste resumo, apresentado á autoridade competente, obterá o professor o attestado de exercicio relativo a cada mez.  § 2.º ­ O professor que deixar de enviar essa copia até o 3.º dia util do mez, só terá direito ao attestado do mez seguinte.  Artigo 94. ­ As escolas isoladas terão os seguintes livros do escripturação:  a) um de matricula;  b) um de chamada diaria de alumnos ;  c) um de termos de visitas e actas de exames  d) um de inventario do material escolar.  CAPITULO V 

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DAS ESCOLAS E CURSOS NOCTURNOS 

Artigo 95. ­  Onde  se  verificar  a  existencia  no  minimo  de  30  a  40  analphabetos  maiores  de  12  annos, poderá ser installado um curso nocturno, a cargo de um professor publico do lugar, com a gratificação mensal de 150$000. 

Artigo  96.  ­  Serão  transformados  em  cursos,  nocturno,  á  medida  que  vagarem,  as  actuaes  escolas nocturnas. 

§  1.º  ­  As  escolas  e  cursos  nocturnos,  masculinos  e  femininos,  que,  em  tres  visitas  successivas  do inspector districtal, não apresentarem frequencia media de 15 alumnos serão suspensos. 

§  2.º  ­  Será  igualmente  suspenso  o  curso  ou  a  escola  nocturna  que  não  obtiver  sala  para  o  seu funccionamento. 

§  3.º  ­  Nas  escolas  e  cursos  nocturnos  a  matricula  minima  será  de  30  alumnos  e  a  frequencia  media minima, de 15. 

Artigo  97.  ­  As  escola  e  cursos  nocturnas  funccionarão  durante  toda  a  semana,  com  excepção  dos sabbados, das 19 ás 21 horas, o terão o mesmo regime de ferias das escolas diurnas.  Artigo 98. ­ Ao professor de escola nocturna, cujo funccionamento seja suspenso será designada uma escola diurna para continuação do seu exercicio,  Artigo 99. ­ Para a matricula nos cursos e escolas nocturnas o candidato deverá:  a) ter pelo menos 12 annos completos ;  b) não soffrer de molestia contagiosa ou repugnante e ter sido vaccinado recentemente ;  c) ter bom procedimento. 

Artigo  100.  ­  Para  provimento  do  cargo  de  professor  de  curso  nocturno  o  Governo  dará  preferencia, entre os professores de localidade:  a) áquelle que tiver alphabetizado maior numero de alumnos no anuo anterior;  b) áquelle que tiver promovido maior numero de alumnos  c) ao que tiver sido mais frequente;  d) ao que tiver maior tempo de exercicio no magis terio.  Artigo 101. ­ Será dispensado da regencia de curso nocturno o professor que, no correr do anno, não alphatizar, no minimo 50 dos matriculados.  Artigo 102. ­ As obrigações inherentes aos professores das escolas e cursos nocturnos são as mesmas dos professores do curso preliminar.  Artigo 103. ­ As escolas e cursos nocturnos terão os mesmos livros exigidos para as escolas isoladas, em geral, escripturando­se, no de matricula, mais o estado civil do alumno.  Artigo 104. ­ O professor deve fazer observar pelos alumnos rigorosamente, os principios de disciplina e urbanidade necessarios na escola. 

Artigo  105.  ­  E'  expressamente  prohibido,  sob  pena  de  eliminação,  no  caso  de  reincidencia,  que  os alumnos escrevam ou desenhem figuras nas paredes da escola, bem como nos bancos e carteiras.  Artigo  106.  ­  As  escolas  e  cursos  nocturnos  ficam  sob  a  immediata  fiscalização  dos  inspectores districtaes e auxiliares de inspecção.  Artigo 107. ­ No fim do anno lectivo haverá exames nas escolas e cursos nocturnos, sob a presidência do inspector districtal ou de quem elle designar.  § unico. ­ Applica­se ás escolas e aos cursos nocturnos o mesmo regime de exames, notas e promoções do artigo 88 e seguintes deste Regulamento.  TITULO VIII  CAPITULO UNICO  DOS DEVERES DOS PROFESSORES DAS ESCOLAS ISOLADAS   Artigo 108. ­ Ao professor de escola isolada compete:  1.°) prestar compromisso e tomar posse perante a autoridade escolar a que estiver sujeito ;  2.°) iniciar o exercicio de suas funcções dentro do pra so regulamentar;  3.°) dar aulas com a máxima regularidade, dentro do horário approvado ;  4.°) executar com interesse a programma de ensino e occupar­se, durante as aulas, exclusivamente com os seus alumnos;  5 °) ensinar com desvelo, impondo­se aos seus discípulos pelo exemplo e pela bondade;  6.°) manter a disciplina entre seus alumnos;  7.°) registar suas faltas e fazer a respectiva communicação á autoridade competente, dentro de três dias, expondo­lhe os motivos que as determinaram;  8.°) trazer em dia a escripturaçâo escolar e preencher com regularidade os boletins mensaes ; 

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9.º)  guardar,  tanto  na  escola  como  no  meio  social,  a  decencia  e  a  correcção  moral  necessarias  a  um educador; 

10.°)  enviar  os  requerimentos  dirigidos  ao  Governo  ou  quaesquer  papeis  de  seu  interesso  ou  do interesse do ensino, por meio das autoridades a que estiver sujeito;  11.°) prestar todas as informações e esclarecimentos sobre o ensino que lhes forem solicitados por seus superiores hierarchicos;  12.°) conservar em boa guarda os moveis e utensilios de sua escola, sob pena de indemnisar ao Estado pelos damnos ou extravios verificados;  13.°) trazer sempre no devido asseio e ordem a séde escolar;  14.º) franquear a escola ás visitas das autoridades escolares; 

15.°)  comparecer  ás  festas,  quando  collectivas,  e  realizal­as  em  sua  sala  de  aulas,  de  accordo  com  a orientação a ser observada;  16.°) representar á autoridade escolar a proposito das duvidas que lhe occorrerem no exercicio de suas funcções e solicitar as instrucções que julgar necessarias; 17.º) prestar auxilio ás autoridades escolares na execução das disposições relativas á obrigatoriedade do ensino;  18.) aconselhar aos seus alumnos medidas prophylacticas que redundem em beneficio dos centros em que residem ;  19.°) enviar, até o 3.º dia util de cada mez, á autoridade competente, o boletim do movimento da escola, sob pena de não receber o respectivo attestado nesse mez ;  20°) comparecer ás reuniões pedegogicas determinadas pelo inspector districtal, sob pena de falta.  TITULO IX  CAPITULO I  DAS ESCOLAS RURAES E DAS URBANAS DO INTERIOR  Artigo 109. ­ As escolas ruraes serão providas livremente pelo Governo, em qualquer epoca do anuo, por professores normalistas ou a elles equiparados e por leigos, que as requerem, de accordo com este regulamento. 

§  1.º  ­  O  Governo  preferirá  os  professores  cujas  famílias  residam  no  lugar  onde  tiver  de  funccionar  a eseola. 

§ 2.º ­ O candidato que reclamar esta preferencia juntará á petição documentos que a justifiquem. 

§  3.º  ­  Nenhuma  escola  rural  será  provida  senão  quando  houver  casa  para  o  sou  funccionamento  e residencia do professor, dependendo tal provimento de previa informação do inspector districtal. 

Artigo 110. ­ Quando fôr impossivel o regular funccionamento da escola, em virtude de embaraços ou difficuldades criadas pela administração da fazenda, poderá ella ser supprimida ou transferida. 

Artigo 111. ­ O provimento das escolas urbanas será feito, de preferencia, no periodo de ferias de verão. Artigo 112. ­  O  Governo  fará  conhecida  dos  interessados,  por  edital  publicado  no  «Diario  Official»,  na segunda quinzena de dezembro de cada anno, a lista de escolas urbanas e ruraes, vagas em condições de provimento.  Artigo 113. ­ Duzentos dias de effectivo exercicio em escola rural dão direito á nomeação de professor para escola urbana do interior.   § unico. ­ Serão dispensados desse estagio os candidatos que estiverem nas condições previstas pelo art. 3.° da lei n. 2.269 de 31 de dezembro de 1927, combinado com o art. 5.° da lei n. 2315, de 21 de dezembro de 1928.  Artigo 114. ­ Quatrocentos dias de effectivo exercicio em escola rural dão ao professor direito de :  a) concorrer ao provimento de escolas isoladas e reunidas da Capital;  b) ser nomeado adjunto de grupo escolar do interior.  Artigo 115. ­ Ao professor diplomado nos termos do art 3.°, da lei n. 2.269, de 31 de dezembro de 1927, combinado  com  o  art.  5.º  da  lei  n.  2.315,  de  21  de  dezembro  de  1928,  duzentos  dias  de  effectivo exercicio em escola urbana ou rural dão direito á nomeação para adjunto de grupo escolar do interior.  § unico. ­ A este mesmo professor, quatrocentos dias de effectivo exercicio em escola rural ou urbana dão direito de concorrer ao concurso para provimento de escolas isoladas e reunidas da Capital.  Artigo 116. ­ Compreende­se por dias de effectivo exercicio, para o effeito de aceesso no magistério, os dias de trabalho na regencia de classe ou escola, excluido os de ferias, licenças (salvo as do art. 25, da lei n 1521, de 26­12­1916) e faltas.  Artigo 117. ­ Dentre os professores que, com tempo legal, requererem nomeação para adjunto de grupo escolar do interior, o Governo dará preferencia aos de maior assiduidade e dedicação, com exercicio em escola do municipio. 

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CAPITULO II 

DAS ESCOLAS URBANAS DA CAPITAL 

Artigo 118. ­  O  provimento  das  escolas  urbanas  da  Capital,  isoladas  ou  reunidas,  será  feito  mediante concurso. 

Artigo 119. ­ Poderão inscrever se neste concurso os candidatos que tenham :  1.º ) 400 dias, no minimo, de effectivo exercicio em escola rural ; 

2.° ) 200 dias, no minimo, de effectivo exercicio em escola urbana e outros 200 em escola rural; 

3.°  )  50  %  de  promoção  em  cada  um  dos  ultimos  annos  em  que  leccionarem,  desde  que  estes  sejam consecutivos. 

§  1.º  ­  Os  adjuntos  de  grupos  escolares  poderão  inscrever­se  no  concurso  desde  que  tenham  a porcentagem de promoção a que se refere o n. 3 °, deste artigo. 

§ 2.º ­ Os directores de grupos escolares, seus auxiliares e directores de escolas reunidas, sem regencia de  classe,  tambem  poderão  inscrever­se,  contando­se  como  base  de  sua  porcentagem  as  medias alcançadas  pelo  estabelecimento  nos  dois  ultimos  annos  lectivos,  uma  vez  que  estas  não  sejam inferiores  a  50  %  ou  se  tiverem  menos  de  dois  annos  de  direcção,  a  da  classe  que  regerem  nos  dois ultimos annos. 

Artigo  120.  ­  Para  conhecimento  dos  interessados,  pulbicar­se­á  no  «Diário  Official»,  de  1.°  a  15  de janeiro, o edital de inscripção no concurso para provimento das escolas vagas da Capital. 

Artigo  121.  ­  O  concurso  terá  inicio  no  3  °  dia  util  de  fevereiro  de  cada  anno,  independentemente  de convocação especial. 

§  1.º  ­  Realizar­se­á  o  concurso  perante  uma  commissão  composta  de  um  inspector  do  ensino,  como presidente, e dois directores de grupo escolar, designados pelo director geral. 

§  2.º  ­  Os  membros  da  commissão  examinadora  terão  direito  a  uma  diaria,  que  será  arbitrada  pelo Secretario do Interior. 

§ 3.º ­ A inscripção neste concurso será requerida ao Director Geral da Instrucção Publica, de 20 a 26 de janeiro. 

§  4.º  ­  O  concurso  constará  de  duas  provas:  uma  escripta  e  outra  pratica,  nas  quaes  a  commissão julgadora lançará as notas de 0 a 12. 

§ 5.º ­ A prova eseripta versará sobre theses sorteadas dentre as que para esse fim, forem organizadas pelo Director Geral da Instrucção Publica, de accordo com os programmas de psychologia e pedagogia das escolas normaes. 

§ 6.º ­ Essas theses serão publicadas no «Diario Official», com antecedencia do 5 dias 

§  7.º  ­  A  prova  eseripta  effectuar­se­á  ao  mesmo  tempo  para  todos  candidatos,  em  salas  differentes, sendo necessario. 

§ 8.º ­ As provas escriptas não serão assignadas, mas os candidatos receberão uma folha especial, em que lançarão seu nome e que deixarão dentro da prova; entregues as provas ao presidente da banca, este  as  numerará,  annotando  com  os  mesmos  numeros  as  respectivas  folhas  de  assignatura,  que conservará em seu poder 

§  9.º  ­  Depois  de  verificada  pelos  candidados  a  collocação  na  urna  das  theses  da  prova  escripta,  o presidente da commissão chamará o primeiro inscripto para o sorteio do ponto. 

§ 10.º ­ Esta prova se realizará,em seguida, a portas fechadas, no prazo de tres horas. 

§  11.º  ­  Se  qualquer  candidato  fôr  encontrado  a  consultar  apontamentos,  será  admoe­tado  pelo presidente da commissão e, no caso de reincidencia, será excluido do concurso.  § 12.º ­ Terminada a prova escripta, a commissão, no dia seguinte, iniciará a leitura e o julgamento da mesma.  § 13. ­ Julgada a prova escripta, dar­se­á inicio ás provas praticas, no dia immediato, em turmas que nao excedam de cinco candidatos, trabalhando uma turma no primeiro e outra no 2,° perido escolar.  § 14. ­ No ultimo dia do julgamento das provas escriptas, serão chamadas as duas turmas, que deverão entrar em provas praticas no dia seguinte, para assistirem ao sorteio dos respectivos pontos.  § 15. ­ Os candidatos da mesma turma não poderão assistir ás provas praticas de seus competidores, antes de terem feito a sua.  § 16. ­ As provas praticas serão publicas e durarão de 20 a 30 minutos. 

§  17.  ­  Os  candidatos  serão  chamados  na  ordem  de  inscripção,  que  poderá  ser  alterada,  por  motivos attendiveis,  a  juizo  do  presidente  da  commissão,  antes  de  ter  sido  sorteado  o  ponto  para  a  respectiva turma. 

§  18.  ­  O  candidato  que  não  comparecer  á  prova  escripta  é  considerado  como  tendo  desistido  do concurso, não podendo, por motivo algum, continual­o. 

§ 19. ­ O candidato que não comparecer á prova pratica no dia designado poderá ser chamado no ultimo dia, mediante petição ao presidente da banca. 

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porcentagem de promoção, nos termos deste Regulamento. 

§  21.  ­  Este  julgamento  será  feito  e  o  resultado  affixado,  diariamente,  no  grupo  escolar  em  que  se effectuar o concurso. 

§  22.  ­  Para  a  classificação  dos  professores  effectivos,  multiplicar­se­á  a  nota  de  porcentagem  de promoção por 20 e por 15, respectivamente, a de prova pratica e a de eseripta. 

§ 23. ­ As porcentagens de 50 a 59, de 60 a 69, de 70 a 79, de 80 a 84, de 85 a 89, de 90 a 94, de 95 a 100 corresponderão, respectivamente, ás seguintes notas : 6, 7, 8, 9, 10, 11, e 12. 

§ 24 ­  A  porcentagem  a  ser  considerada  é  a  media  que  o  candidato  tiver  obtido  nos  ultimos  annos  de effectivo exercicio. 

Artigo 122. ­ Feita a classificação, lavrar­se­á, em livro proprio, uma acta pormenorizada dos trabalhos, com  especificação  das  notas  obtidas  em  cada  uma  das  provas  e  a  media  geral  de  cada  candidato, remettendo­se uma copia da mesma, devidamente assignada pela banca examinadora á Secretaria do Interior, por intermedio da Directoria Geral. 

§ unico ­ Os candidatos serão nomeadas na ordem da classificação. 

Artigo  123.  ­  No  dia  designado  para  a  escolha  das  escolas  será,  na  Directoria  Geral  da  Instrucção Publica, apresentada aos candidatos classificados, em numero igual ao das vagas, a relação completa das  mesmas  com  esclarecimentos  relativeis  á  localização,  distancia,  meios  de  conducção  e  mais informações julgadas necessarias.  § unico. ­ Os professores approvados, que não con seguirem nomeação immediata, serão aproveitados nas vagas que se verificarem até o dia 31 de dezembro, sempre na ordem da classificação.  CAPITULO III  DO EXERCICIO DOS PROFESSORES, PERMUTAS E REMOÇÕES   Artigo 124. ­ Duzentos dias de effectivo exercicio em escola urbana do municipio da Capital habilitam o professor para o cargo de adjunto de grupo escolar do mesmo municipio. 

Artigo  125.  ­  As  vagas  verificadas  nos  grupos  escolares  da  Capital,  durante  o  anno  lectivo,  serão preenchidas por professores das escolas urbanas do municipio e por adjuntos dos grupos escolares do interior, de accordo com as disposições do presente Regulamento. Parágrafo único ­ Para este efeito contam­se como vagas as novas classes creadas. Artigo 126. ­ As vagas de adjuntos de grupos escolares modelo e escolas isoladas modelo, annexos a escolas normaes da Capital serão providas por professores com exercicio na Capital.  Artigo 127. ­ O professor da Capital poderá ser removido para escola vaga do interior, se o requerer, e, nesse caso, perceberá os vencimentos do cargo que passar a exercer. 

Artigo 128. ­  O  professor  com  exercicio  na  Capital,  que  fôr  exonerado  ou  removido  para  o  interior,  só poderá voltar a exercer o magistério na Capital, submettendo­se novamente ás exigencias do concurso estabelecido para os demais candidatos. 

Artigo  129.  ­  As  remoções  e  permutas,  salvo  o  caso  de  necessidade  do  ensino  e  mediante  proposta devidamente  informada  pelo  Director  Geral  da  Instrucçao  Publica,  só  poderão  ser  feitas  nas  ferias  de verão.  Artigo 130. ­ Para permuta é indispensavel que as escolas sejam de igual categoria.  Artigo 131. ­ O Governo fará publicar na primeira quinzena de dezembro, a relação das escolas vagas.  Artigo 132. ­ O professor removido em periodo de ferias, continuará, até o final das mesmas na escola ou classe que regia, entrando em exercicio em outra no inicio das aulas.  Artigo 133. ­ Tratando­se de escola isolada rural, o professor, ao fechal­a, por transferencia, permuta ou remoção, entregará ao proprietario agricola, ou a quem suas vezes fizer, o material da escola, mediante uma  declaração  da  pessoa  a  quem  a  entrega  é  feita,  de  que  o  guardará,  gratuitamente,  até  novo provimento da escola. 

§  1.º  ­  Essa  declaração  será  apresentada  ao  auxiliar  de  inspecção  do  municipio  ou  ao  inspector  do districto que, á vista da mesma, passará ao professor recibo do material da escola. 

§  2.º  ­  Quando  o  proprietario  agricola  ou  quem  suas  vezes  fizer,  se  recusar  a  ter  sob  sua  guarda  o material da escola, cabe ao inspector do districto ou ao auxiliar da inspecçã , tomar as providencias que o caso exigir, pata que possa o professor removido obter, eom a necessaria brevidade, o recibo da entrega do material.  § 3.º ­ A' vista desse recibo, será concedido attestado para recebimento dos vencimentos do ultimo mez.  TITULO X  Dos professores leigos  CAPITULO UNICO 

Referências

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