DECRETO N. 4.600, DE 30 DE MAIO DE 1929.
Regulamenta as leis ns. 2.269, de 31 de Dezembro de 1927, e 2.315, de 31 de Dezembro de 1928, que reformaram a Instrucção Publica do Estado.
O doutor Julio Prestes de Albuquerque, Presidente do Estado de São Paulo, usando da attribuição que lhe confere o art. 42, n. 2, da Constituição do Estado, e para execução das leis ns. 2.269, de 31 de Dezembro de 1927, e 2.315, de 31 de Dezembro de 1928, que reformaram a Instrucção Publica do Estado, resolve approvar o Regulamento que com este baixa. REGULAMENTO TITULO I DA DIRECTORIA GERAL DA INSTRUCÇÃO PUBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO CAPITULO UNICO Artigo 1.º A Directoria Geral da Instrucção Publica, subordinada ao Secretario do Interior, é a repartição encarregada da organização technica e da fiscalização do ensino e bem assim da execução das deliberações do Governo sobre o mesmo, em todo o Estado. Artigo 2.º Para a execução dos serviços a seu cargo, tem a Directoria Geral da Instiucção Publica, sob sua immediata dependencia: a) a Secretaria b) a Inspecção MedicoEscolar, c) o Almoxarifado. TITULO II DA ADMINISTRAÇÃO E DIRECÇÃO DO ENSINO CAPITULO I
Artigo 3.º A direcção supre na do ensino cabe ao Presidente do Etado, que terá como auxiliares o Secretario do Interior e o Director Geral da Instrucção Publica. Artigo 4.º Ficam reunidas na Directoria Geral da Instrucção Publica todas as funcções que entendem com a direcção technica do ensino primario, secundario e profissional. Artigo 5.º A inspecção geral do ensino é feita pelo Director Geral da Instrucção Publica, que terá como auxiliares directos as seguintes autoridades escolares : a) 5 inspectores geraes ; b) 4 inspectores especiaes ; c) 7 inspectores districtaes da Capital, cabeudo a um delles a inspecção do ensiuo particular ; d) 73 inspectores districtaes do interior ; e) auxiliares de inspecção.
§ 1.º Para os effeitos de fiscalização e orientação do ensino, fica o Estado dividido em 80 districtos escolares.
§ 2.º O Director Geral designará, aos inspectores geraes, annualmente ou quando convier, os trabalhos que a cada um deve competir, de accordo com o art.0 13 deste Regulamento.
CAPITULO II
Artigo 6.º Compete ao Presidente do Estado, além da suprema direcção do ensino: a) prover os cargos referentes á Instrucção Publica, nomeando e demittindo, na firma da lei; b) conceder licenças superiores a 12 mezes, remoções, permutas, aposentadorias e disponibilidades; c) criar grupos escolares, cursos nocturnos para adultos e reunir escolas; d) annexar escolas a grupos escolares; e) suspender ou restabelecer o funccionamento de grupos escolares, escolas reunidas e isoladas. CAPITULO III DO SECRETARIO DO INTERIOR Artigo 7.º Compete ao Secretario do Interior, além da direcção e inspecção geral do ensino: a) nomear e exonerar substitutos effectivos, substitutos interinos, porteiros e continuos ; b) contratar professores e empregados para os estabelecimentos de ensino ;
c) approvar os programmas de ensino para as escolas preliminares, complementares normaes e profissionaes;
d) approvar os planos de construcções escolares;
e) conceder licenças até 12 mezes aos funccionarios e professores em geral, e aos serventes além desse prazo. f) designar quem deva substituir o Director Geral da Instrucção Publica, nas suas faltas e impedimentos; g) resolver as duvidas que surgirem na execução das leis e dos regulamentos do ensino ; h) decidir dos recursos que lhe forem interpostos; i) decidir sobre materia de inspecção de saude. CAPITULO IV DIRECTOR GERAL
Artigo 8.º O Director Geral da Instrucção Publica será nomeado livremente pelo Governo, dentre brasileiros natos que se tenham distinguido em estudos pedagogicos ou na pratica do magisterio.
Artigo 9.º Compete ao Director Geral da Instrucção Publica:
1.º dirigir o ensino primario, complementar, secundario e profissional de todo o Estado;
2.º orientar os inspectores geraes e especiaes, e superintender a Inspecção MedicoEscolar e o Almoxarifado ;
3.º propor ao Governo: a) nomeação de inspectores ; b) nomeação e remoção de directores de estabelecimentos de ensino e professores e dos fiscaes e lentes de pedagogia das escolas normaes livres; c) criação, localização, desdobramento, transferencia e conversão de escolas ou classes de grupos escolares; d) designação de inspectores 3e professores para serviços especiaes ou para commissões de estudos na Capital ou no interior ; e) equiparação e suspensão de escolas normaes livres ; f) nomeação de bancas examinadoras para exames de admissão ás escolas de pharmacia reconhecidas ; 4.º nomear a commissão julgadora dos candidatos a escolas vagas da Capital; 5.º nomear o jury encarregado de verificar a incapacidade docente de professores ; 6.º nomear e dispensar serventes e jardineiros dos estabelecimentos de ensino e da Directoria Geral e concederlhes licença até um anno; contractar serventes nos termos do art.° 8.° da lei n.° 2.315, de 31 de dezembro de 1928 7.º fixar a séde dos districtos escolares do interior, de accordo com as conveniencias da fiscalização 8.º reunir, quando jolgar conveniente, os inspectores, os directores de escolas normaes, das profissionaes e dos gymnasios, para estudo de questões de interesse do ensino.
9.º autorizar ao Almoxarifado a acquisição e o fornecimento de livros didacticos e material escolar; 10.º autorizar o funccionamento de estabelecimentos de ensino particular, que satisfizerem as exigencias legaes ; 11.º visar e remetter ao Thesouro do Estado a folha de pagamento do pessoal da Directoria Geral 12.º determinar syndicancias e processos administractivos: 13.º determinar quando o julgar conveniente, que se proceda ao recenseamento das creanças em idade escolar, para a applicação da obrigatoriedade e para a boa localização das escolas; 14.º autorizar o gozo de ferias aos inspectores e demais funccionarios da Directoria Geral Artigo 10 O Director Geral escolherá, dentre os funccionarios do ensino, em exercicio, um auxiliar de gabinete, que servirá em commissão, emquanto convier.
§ unico. O auxiliar de gabinete terá, alem dos vencimentos do seu cargo effectivo, uma gratificação mensal de 200$000.
Artigo 11. O Director Geral tem direito a quinze dias de ferias, annualmente, mediante autorização do Secretario do Interior. CAPITULO V DOS INSPECTORES GERAES Artigo 12. Os inspectores geraes serão nomeados pelo Governo, mediante proposta do Director Geral da instrucção Publica, dentre os professores diplomados, em exercicio no Estado.
§ unico. Os inspectores geraes terão funcções individuaes, e collectivas, quando reunidos em Conselho.
Artigo 13. Os trabalhos dos inspectores geraes serão distribuidos da seguinte forma:
1.º Orientação didactica; programmas e horarios; inspecção das Escolas Normaes officiaes e livres e escolas maternaes; e organização do Annuario.
2.º Policia escolar: queixas, notificações, syndicancias, processos administrativos, obrigatoriedade do ensino. Cursos nocturnos de alphabetização; alterações do inicio e terminação das aulas por conveniencias locaes. Ensino particular, legalização de funccionamento e suspensão de escolas.
3.º Estatistica escolar :matricula, frequencia, mappas de movimento; criação e suppressão de classes em grupos escolares; localização,conversão, transferencia,suspensão e restabelecimento de escolas isoladas e reunidas; resumos estatisticos para a revista do ensino e para o Annuario; fichas e promptuarios ; recenseamento.
4.º Material escolar: distribuição, arrecadação, concertos, limpeza; despezas dos inspectores districtaes com os serviços de inspecção ; passes de estrada de ferro ; attestados de exercicio
5.º Predios escolares : construcção, adaptação, concertos, limpeza, acquisição, alugueis, arrendamentos; hygiene escolar, gabinetes dentarios ; caixas escolares. § unico. Os demais trabalhos dos inspectores geraes, alem dos mencionados neste artigo, ser lhesão designados, na oppotunidade, pelo Director Geral da Instrucção Publica. Artigo 14. São attribuições dos inspectores geraes reunidos em Conselho : 1.º julgar livros didacticos e decidir sobre sua adopção; 2.º julgar syndicancias e processos administrativos ; 3.º organizar horarios e progammas de ensino ; 4.º discutir a orientação didactica que deverá ser seguida nas escolas.
Artigo 15. Nos casos de impedimento de um inspector geral, será elle substituido por um inspector districtal ou espacial, designado pelo Director Geral da Instrucção Publica.
CAPITULO VI
DO CONSELHO GERAL
Artigo 16. O Conselho Geral será formado pelos inspectores geraes, sob a p esidencia do Director Geral, ou de um dos inspectores geraes por elle designado, e secretariado por um membro do Conselho, á escolha do seu presidente.
Artigo 17. O Conselho Geral reunirseá: a) quando necessario, afim de resolver sobre a adopção de livros didact cos ;b) para o julgamento de syndicancias ou processos administrativos; c) sempre que o determinar o Director Geral.
Artigo 18. O Conselho Geral só poderá funccionar com a presença no minimo, de quatro dos seus membros.
Artigo 19. O inspector geral encarregado de proceder a syndicancias e, processos administrativos, será o relator perante os outros inspectores, reunidos em Conselho.
CAPITULO VII
DOS INSPECTORES ESPECIAES
Artigo 20. Os inspectores especiaes serão nomeados pelo Governo, mediante proposta do Director Geral, dentre os professores de comprovada competencia para a especialidade de que se tratar. Artigo 21. Os inspectores especiaes serão em numero de quatro, assim distribuidos: 1.º um de traba,hos manuaes; 2.º um de musica ; 3.º um de desenho ; 4.º um de exercicios physicos.
Artigo 22. Os inspectores especiaes apresentarão ao Director Geral o progamma detalhado das materias, de cuja orientação forem encarregados. Artigo 23. O inspector especial, em seus impedimentos temporarios, será substituido por um professor competente na especialidade, proposto pelo Director Geral. Artigo 24. O inspector especial representará o Governo nos concursos para preenchimento das vagas, nas materias de sua especialidade, abertas no corpo docente das escolas profissionaes e normaes. Artigo 25. A funcção dos inspectores especiaes, que é somente technica exercerseá em todas as escolas normaes officiaes e livres, profissio aos, complementares e preliminares.
CAPITULO VIII
DOS INSPECTORES DISTRICTAES
Artigo 26. Os inspectores districtaes serão nomeados pelo Governo, dentre os directores de grupos escolares com dois annos, pelo menos, de direcção.
Artigo 27. Ao inspector districtal imcumbe:
1.º executar e fazer executar as recommendações emanadas da Directoria Geral ;
2.º fiscalizar as escolas dos respectivos districtos, no que concerne á technica do ensino, disciplina e frequencia dos alumnos e á idoneidade, assiduidade e efficiencia dos professores ;
3.º attestar o exercicio dos professores do municipio da séde do districto a seu cargo, e, na falta de auxiliar de inspecção, o dos professores dos outros municipios componentes do districto ;
4.º receber e transmittir á Directoria Geral, devidamente informadas, as queixas e solicitações referentes ao ensino no districto, tomando logo as providencias cabiveis ao caso e que forem de sua alçada; 5.º enviar á Directoria Geral, com a possivel brevidade, um roteiro mensal do seus serviços, prestando conta dos gastos que effectuar ; 6.º enviar, mensalmente, até o 8.° dia util de cada mez, á Secretaria do Interior e á Directoria Geral da Instrucção Publica, os mappas de movimento das escolas isoladas, escolas reunidas e, grupos escolares confiados a seu cargo; 7.º representar ao Director Geral da Instrucção Publica sobre;
a) criação, localização, transferencia, conversão, desdobramento e suspensão do funccionamento de escolas;
b) mudança de horarios e de períodos escolares ;
c) pedido de material escolar para os estabelecimentos que fiscalizar;
8.º apresentar, cada anno, ao Director Geral, um relatorio de seus trabalhos, dizendo, de accordo com a sua experiencia, sobre a efficacia da organização escolar e suggerindo os melhoramentos que, julgar necessarios ;
9.º providenciar sobre a matricula de crianças analphabetas ;
10. instruir os adjuntos e directores do grupos escola es, professores de escolas reunidas e isoladas sobre o cumprimento de seus deveres ;
11. orientar gradativamente os professores das escolas isoladas, principalmente sobre a execução do programma adoptado, e dar as necessarias aulas modelo, afim de que veja claramente o professor a murcha que deve seguir no curso de determinada materia. 12. informar quando para isso solicitado, sobre a competencia e dedicação dos professores e directores dos estabelecimentos de ensino. 13. indagar, sempre que puder, sobre a população escolar das localidales que visitar e das visinhas. 14. verificar a legalidade do funccionamento das escolas particulares do districto, visitar assiduamente as subvencionadas para orientar o ensino e attestar a matricula e frequencia dos alumnos e inspeccionar as muuicipaes ; 15. tomar compromisso dos professoros nomeados para as escolas isoladas do districto ; e, logo que receba delles communicação de terem assumido o exercício, visar os respectivos títulos e remetelos ao Thesouro do Estado, para os devidos fins ;
16. dar informações, com a maxima urgencia, nos pedidos de licença de professores de escolas isoladas, remettendoos em seguida á Secretaria do Interior acompanhados de proposta de substitutos idoneos para os mesmos; 17. justificar, ate tres, somente, as faltas mensaes dos professores sob sua jurisdicção, desde que não excedam de quinze por anno; 18. communicar, immediatamente. á Directoria Geral, em relação aos professores das escolas isoladas e directores dos grupos escolares e escolas reunidas do districto, o inicio e a cessação de exercicio, bem como o inicio de gozo de licença e a reassumpção de exercicio, declarando se esta foi por terminação ou desistencia; 19. promover nos municipios, em occasiões opportunas, com autorização do Director Geral reuniões de
professores para iustrucções technicas e palestras padagogicas; realizar conferencias publicas, tratando de assumptos geraes referentes á educação popular, sobre hygiene, historia patria, civismo, etc.; 20. visitar, com a necessaria frequencia, as escolas isoladas, grupos escolares e escolas reunidas, para collaborar na orientação do ensino desses estabelecimentos ; 21. propor a dispensa de professores leigos, uma vez verificada sua incapacidade para o magisterio ; 22. dar posse aos diretores dos grupos escolares e escolas reunidas do distrito. Artigo 28. Os inspectores districtaes poderão ser removidos de um para outro districto.
Artigo 29. Quando o inspector districtal receber quaesquer auxilios prestados ao ensino, deverá communicar o facto ao Director Geral da Instrucção Publica.
CAPITULO IX
DOS AUXILIARES DE INSPECÇÃO
Artigo 30. Os districtos escolares terão, em cada um dos municipios de que se compõem o da séde exceptuado, um auxiliar de inspecção, quando necessario, a quem cumpre coadjuvar o inspector districtal no exercicio de suas funcções.
§ 1.º Nos municipios séde poderá haver um auxiliar de inspecção, uma vez que o reclamem as necessidades do serviço.
§ 2.º O cargo de auxiliar de inspecção recairá em director de grupo ou de escolas reunidas do municipio, ou em qualquer professor de escola isolada, indicado pelo inspector districtal, sempre que haja, pelo menos, tres escolas isoladas providas.
§ 3.º O auxiliar de inspecção deve communicar ao inspector districtal qualquer irregularidade de funccionamento das escolas a seu cargo, logo que do facto tenha conhecimento.
§ 4.º O auxiliar de inspeeçâo deverá executar, ou fazer executar, no respectivo municipio, as determinações do inspector districtal, relativamente a remessas e acautellamento de material escolar, a circulares e outras recomrneudações necessarias a bem das escolas isoladas. § 5.º O auxiliar de inspeeção será reembolsado pelo inspector districtal respectivo, no principio de cada mez, das despezas effectuadas com os serviços a seu cargo. § 6.º O auxiliar de inspecção poderá justificar as faltas dos professores do seu municipio, nos termos da lei, quaudo communicadas por escripto, dentro do prazo de 3 dias. Artigo 31. 0 inspector districtal só dará ao respectivo auxiliar de inspeeção serviços que não importem em prejuizo para o eusino no estabelecinento em que trabalha.
Artigo 32. O auxiliar de inspecção, além de seus vencimentos, terá uma gratificação mensal de 50$000.
TITULO III
DA SECRETARIA DA INSTRUCÇÃO PUBLICA CAPITULO I
Artigo 33. Para execução dos serviços internos, tem a Directoria Geral da Instrucção Publica uma secretaria que compreende seis secções. § unico. Compete á 1.ª secção: a) expediente geral b) archivo; c) estatistica ; d) serviços avulsos ; á 2.ª secção, os serviços relativos a grupos escolares ; á 3.ª secção, os relativos ás escolas reunidas ; á 4.ª secção, os relativos ás escolas isoladas. A 5.ª secção compreende escolas normaes officiaes e livres e estabelecimentos annexos, escolas profissionaes, maternaes e creches, e gymnasios; á 6.ª secção, os serviços relativos ás escolas particulares. Artigo 34. Os serviços da Secretaria da Directoria Geral da Instrucção Publica serão discriminados em Regimento Interno, approvado pelo Direetor Geral. Artigo 35. A Secretaria da Instrucção Publica tem os seguintes funccionarios :
1 director da Secretaria a quem compete a direcção de todos os serviços internos da Repartição, de accordo com o estabelecido no respectivo Regimento, 1 primeiro escripturario ; 7 segundos escripturarios ; 17 terceiros escripturarios ; 1 porteiro ; 1 continuo ; 4 serventes.
Artigo 36. Todos os funccionarios são obrigados a estar presentes á hora marcada para inicio do expediente, ficando sujeito á perda da gratificação o que comparecer depois de e cerrado o ponto, e a
dos vencimentos o que, tendo entrado depois, retirarse antes de encerrado o expediente.
§ 1.º Perderá a metade dos vencimentos o funccionario que, tendo entrado á hora determinada, se retirar antes de findos os trabalhos, e a gratificação somente, se a retirada fôr precedida de licença. § 2.º Em caso algum, salvo motivo de interesse publico, se poderá dispensar o funccionario de sua presença diaria e ininterrupta ás horas do expediente.
CAPITULO II DA REVISTA
Artigo 37. A Directoria Geral da Instrucção Publica fará editar, como julgar mais conveniente, uma revista de funcção technica, doutrinaria e educativa, destinada á orientação do ensino no Estado.
Artigo 38. O pessoal da revista constará de um redactor, dois auxiliares e um remessista, podendo o Director Geral convidar para collaboradores pessoas estranhas, de notoria competencia sobre assumptos de educação, a titulo gratuito.
§ 1.º Os cargos de redactor e auxiliares serão exercidos, em commissão, por professores diplomados § 2.º Não sendo professor do quadro, terá o redactor os vencimentos annuaes de doze contos (12:000$000), e, em caso contrario, os vencimentos do cargo e a gratificação mensal de quatrocentos mil réis (400$000), § 3.º Os auxiliares de redactor serão professores do quadro e terão, além dos vencimentos proprios, a gratificação de duzentos mil réis (200$000) mensaes. § 4.º O remessista terá vencimentos annuaes de 4:200$000 (quatro contos e duzentos mil réis). Artigo 39. A revista será distribuida mediante assignatura paga adiantadamente.
§ unico. Aos funccionarios publicos e professores, pagos pelos cofres do Estado, é facultado o pagamento da assignatura por meio de desconto mensal em seus vencimentos, feito no Thesouro do Estado. TITULO IV DA INSPECÇÃO MEDICOESCOLAR CAPITULO I DO PESSOAL DA INSPECÇÃO MEDICOESCOLAR Artigo 40. O pessoal da secção de Inspecção MedicoEscolar da Directoria Geral da Instrucção Publica compõese de: 1 medicochefe; 12 medicosinspectores; 1 inspector dentario; 1 segundo escripturario; 1 terceiro escripturario. § 1.º Dentre, os medicosinspectores, um será especialista de olhos, outro de nariz, garganta e ouvidos, e um terceiro de psychiatria e molestias nervosas.
§ 2.º Os escripturarios da Inspecção MedicoEscolar serão tirados do quadro dos escriptarios da Directoria Geral da Instrucção Publica.
CAPITULO II
DAS ATTRIBUIÇÕES DA INSPECÇÃO MEDICA
Artigo 41. A inspecção medica abrange todos os estabelecimentos de ensino do Estado, publicos ou particulares.
Artigo 42. A inspecção medica será exercida por um corpo medico escolar, com séde na Capital, composto de um medicochefe e de doze inspectores medicos, livremente nomeados pelo Governo. § 1.º Enquanto o Governo não instituir a inspec ção medica nos demais municipios, poderão as municipalidades nomear e dispensar inspectores medicos, subordinados ao chefe da inspecção medico escolar do Estado.
§ 2.º Nos municipios em que houver inspectores sanitarios, a esses incumbe a inspecção dos estabelecimentos locaes, emquanto as municipalidades não nomearem os seus inspectores medicos. Artigo 43. A inspecção medica tem por objecto :
frequencia escolar, os alumnos pobres das escolas publicas e das particulares que o solicitarem ;
2.º examinar, de accordo com a determinação da autoridade competente, os professores, alumnos e empregados dos estabelecimentos da Instrucção Publica ;
3.º applicar, nas casas de ensino, as medidas prophylacticas determinadas pela legislação sanitaria ; 4.º vaccinar e revaccinar os professores, alumnos e empregados das escolas ;
5.º verificar se satisfazem ás condições hygienicas os predios onde so tenham de installar escolas publicas e particulares;
6.º prover a assistencia dentaria escolar aos alumnos pobres ;
7.º examinar os professores e demais funccionarios do ensino, para concessão de licença, disponibilidade e aposentadoria
8.º determinar, como medida prophylactica, o afastamento dos alumnos, professores e demais funccionarios do ensino.
§ unico. O parecer de cada uma das inspecções, de que trata o n. 7.º, será sempre concludente, podendo a junta medica requisitar das repartições competentes do Estado os exames de laboratorio e radiologicos, necessarios ao esclareçimento do diagnostico. Artigo 44. O medicochefe, os inspectoresmedicos e o inspector dentario, quando em serviço fora da Capital, terão direito, alem da conducção, á diaria que o Secretario do Interior arbitrar. CAPITULO III DO MEDICOCHEFE: Artigo 45. Ao medicochefe compete : 1.º organizar e fiscalizar o serviço de inspecção medica nas escolas, de accordo com a Directoria Geral da Instrucção Publica, cumprindo as recommendações desta ;
2.º tomar parte, por si ou por um inspector medico, como presidente, nas commissões do jury verificador da incapacidade para o ensino; 3.º presidir a commissão que, diariamente, deve examinar os professores e demais funccionarios do ensino, para concessão de licença e aposentadoria ;
4.º propor ao Director Geral da Instrucção Publica as medidas que reputar convenientes á inspecção medica ;
5.º apresentar ao Director Geral, até 1.° de janeiro de cada anno, o relatorio minucioso dos serviços executados durante o anno anterior. Artigo 46. O medicochefe será substituido nos casos de impedimento eventual, ferias ou licenças, pelo inspectormedico designado pelo Director Geral. CAPITULO IV DOS INSPECTORES MEDICOS Artigo 47. Compete aos inspectoresmedicos:
1.º comparecer diariamente á repartição e apresentar boletim pormenorizado do serviço feito no dia anterior, vigilancia sanitaria, prophylaxia, exames escolares, etc.;
2.º vaccinar e revaccinar os alumnos, professores e empregados das escolas;
3.º visitar diariamente uma escola do districto no 1.° periodo ou no 2.o, procedendo de modo que as inspecções se façam ora em um, ora em outro periodo e extendendo estas inspecções aos professores e ao pessoal administrativo;
4.º encaminhar á assistencia medicoescolar ou ao Centro de Saude os alumnos pobres que necessitarem de qualquer tratamento, e verificar depois se as prescripções feitas em boletim foram fielmente cumpridas pelos alumnos;
5.º examinar os funccionarios do ensino para effeito de licença, aposentadoria e disponibilidade; 6.º examinar os predios escolares, emittindo seu parecer sobre as suas condições hygienicas;
7.º apresentar ao medicochefe, até 1.° de janeiro, um relatorio dos trabalhos que tiver realizado no anno anterior 8.º realizar, por occasião das visitas ás classes, sempre que possível, ligeiras palestras sobre noções de hygiene. § unico. Para o trabalho de inspecção será o municipio da Capital dividido em zonas, de accordo com a Directoria Geral da Instrucção Publica e de modo que fique o serviço distribuído equitativamente. CAPITULO V DO INSPECTOR DENTARIO
Artigo 48. Ao inspector dentario compete: 1.º Inspeccionar os gabinetes dentarios installados nos estabelecimentos de ensino ; 2.º organizar o serviço odontologico, unificando o systema de fichas e archivo de todos os dispensarios escolares do Estado; 3.º apresentar, mensalmente, um relatorio dos serviços realizados; 4.º communicar ao medico chefe as vagas existentes no inicio das clinicas, em cada semestre;
5.º submetter á approvação do medicochefe as modificações que julgar necessarias as bom funccionamento da Assistencia Dentario Escolar.
CAPITULO VI
DA ASSISTENCIA DENTARIOESCOLAR
Artigo 49. Nenhum gabinete dentario pode ser installado ou fucccionar em estabelecimento de ensino, sem previo entendimento cora o inspector dentario escolar, que immediatamente dará sciencia ao Director Geral da Instrucção Publica.
Artigo 50. Os gabinetes dentarios, fundados por iniciativa particular ou não, destinados a prestar assistencia gratuita aos alumnos das escolas, ficam sujeitos á fiscalização dentaria da Inspectoria MedicoEscolar.
Artigo 51. Os gabinetes dentarios e o corpo clinico serão mantidos: a) pela competente verba orçamentaria ; b) pela subvenção da Prefeitura; c) pelo auxilio da Caixa Escolar; d) pelas contribuições de outras procedencias; e) por fornecimentos do Almoxarifado da Instrucção Publica.
Artigo 52. Aos cirurgiões dentistas contratados pelo Governo, por associações ou por particulares que mantêm gabinetes dentarios, installados em estabelecimentos escolares compete: 1) cumprir as determinações do inspector dentario; 2) apresentar, mensalmente, um resumo dos trabalhos realizados; 3) comparecer as reuniões para as quaes forem duvidados pelo inspector dentario.
CAPITULO VIII
DOS EXAMES MEDICOS
Artigo 53. Os exames medicos para concessão de licença, disponibilidade ou aposentadoria aos funccionarios do ensino, realizarseão na séde da Inspectoria Medico Escolar, ou, se necessario, na residencia do funccionario que tiver de ser inspeccionado.
§ 1.º A commissão medica será constituída pelo medicochefe da Inspecção Escolar como presidente, e por dois inspectores medicos.
§ 2.º Para esse fim será organizada uma escala de plantão diario, em que os inspectoresmedicos se revezem, de modo que permaneçam, sempre, dois delles na repartição.
§ 3.º Após o exame medico, será, por um dos medicos, lavrado o auto respectivo com indicação da molestia estado do doente e tempo provavel necessario ao tratamento
Artigo 54. Os inspectoresmedicos procederão, annualmente, e sempre que necessario, ao exame medico dos alumnos dos estabelecimentos de ensino.
§ 1.º O exame será registado em fichas especiaes, guardadas sob chave no estabelecimento em que estiver o alumno.
§ 2.º O Director Geral providenciará para que a escripturação das fichas seja feita com o auxilio do director e dos professores do estabelecimento.
Artigo 55. Depois de preenchidos os dados referentes ao exame medico, a ficha só poderá ser vista pelos inspectores medicos.
§ unico. Quando um alumno se retirar da escola, será entregue ao pae ou responsavel pela sua educação uma copia de sua ficha, que deverá ser, no caso de transferencia, apresentada ao director do novo estabelecimento.
Artigo 56. Se o exame medico revelar molestia das enumeradas no n.° 1 do artigo 43, o inspector medico providenciará para o seu tratamento, nos seguintes termos:
1.º se a família puder effectuar o tratamento, será ella notificada para fazelo por medico de sua confiança;
2.º Se a família fôr reconhecidamente pobre, o inspector medico encaminhará a criança para as clinicas escolares e estabelecimentos de assistencia, mantidos ou subvencionados pelo Estado.
Artigo 57.º A inobservancia das intimações dos medicos inspectores dará lugar á imposição de multa de . . . 50$000 a 500$000, ficando a cobrança executiva a cargo da Procuradoria da Fazenda, na comarca da Capital e, nas demais, a cargo dos respectivos promotores publicos.
§ 1.º Caberá ao promotor metade da importancia liquida da multa, cujo recebimento promover, sendo a parte restante recolhida á Collectoria estadual da localidade.
§ 2.º Da imposição do multas caberá recurso, dentro do prazo do quinze dias, respectivamente, para o Director Geral da Instrucção Publica e para o Secretario do Interior, que decidirá em ultima instancia. TITULO V DO ENSINO EM GERAL CAPITULO UNICO DA COMPREHENSÃO DO ENSINO Artigo 58. O ensino, no Estado de São Paulo, é publico ou privado. Artigo 59. O ensino publico dividese em primario, complementar, secundario, profissional e superior e é leigo em todos os graus.
§ 1.º O ensino primario compreende quatro annos de curso nos grupos escolares, tres nas escolas isoladas e reunidas urbanas a dois nas ruraes. § 2.º O ensino primario é obrigatorio e gratuito para as crianças de ambos os sexos, de 8, 9 e 10 annos e facultativo ás de 7, 11 e 12. § 3.º O ensino complementar, de 3 annos de curso, é ministrado nas escolas complementares. § 4.º O ensino secundaro é ministrado em seis annos nos gymnasios do estado, em cinco na Escola Normal da Praça e em tres nas outras normaes. § 5.º O ensino profissional, que se destina ao preparo de alumnos maiores de 12 annos, é ministrado nas escdas profissionaes mantidas pelo Estado. § 6.º O ensino superior é ministrado nas academias e faculdades superiores. § 7.º O Governo manterá um Jardim de Infancia, annexo á Escola Normal da Praça, e outros, que serão installados, quando fôr julgado conveniente.
§ 8.º O Governo poderá criar escolas maternaes e creches, junto ás fabricas cujos proprietarios facilitarem a sua installação, assumindo os compromissos constantes do regulamento vigente, approvado pelo decreto n. 3.847, de 14 de Maio de 1925. TITULO VI DO ENSINO PUBLICO PRIMARIO CAPITULO UNICO DOS ESTABELECIMENTOS E PROGRAMMAS DO ENSINO PRIMARIO
Artigo 60. O ensino publico primario é ministrado nas seguintes escolas, criadas e mantidas pelo Estado: a) escolas isoladas, ruraes, diurnas; b) escolas isoladas, urbanas, diurnas; c) escolas reunidas, diurnas, ruraes ou urbanas; d) grupos escolares; e) escolas e cursos nocturnos; f) grupo modelo e escolas isoladas modelo, annexas ás escolas normaes, além da educação inicial dada no Jardim da Infancia, annexo á Escola Normal da Praça e das escolas maternaes. Artigo 61. O ensino nos grupos escolares, escolas urbanas e ruraes, bem como nos cursos nocturnos, obedecerá a programmas distinctos para cada uma dessas categorias de escolas, organizados pela Directoria Geral e approvados pelo Secretario do Interior.
§ unico. O programma compreenderá : a) Nos grupos escolares:
Leitura e escripta, exercicios de redacção, calligraphia, arithmetica pratica, até proporções inclusive, geometria pratica, noções uteis e intuitivas de sciencias physicas e naturaes e de physiologia e hygiene, elementos de geographia geral e do Brasil e, especialmente, do Estado de São Paulo, factos da historia patria, instrucção civica, desenho, musica e canto orpheonico, trabalhos manuaes, escotismo para os meninos e gymnastica.
b) Nas escolas urbanas:
Leitura e escripta, exercicios de redacção, calculo applicado a problemas da vida domestica e da industria e commercio locaes, noções de geometria pratica, conhecimentos úteis o intuitivos relativamente aos animaes, ás plantas e aos phenomenos da natureza noções de physiologia e de hygiene, visando a saude do alumno, idéa geral do mundo o conhecimento geographico da localidade, do
Brasil e do Estado de São Paulo, factos da historia pa tria, instrucção civica desenho educativo, cinto, trabalhos manuaes adequados á zona da escola e exercicios physicos.
c) Nas escolas ruraes:
Leitura e escripta, exercicios de redacção, calculo applicado a questões de interesse local, conhecimentos uteis e intuitivos relativamente aos animaes, ás plantas e aos phenomenos da natureza, noções de physiologia e de hygiene, visando a saude do alumno conhecimento geographico da localidade, do Brasil em geral e do Estado de São Paulo, factos da historia patria, desenho educativo, canto, trabalhos manuaes adequados á zona da escola e exercicios physicos.
d) Cursos nocturnos:
Leitura e escripta, exercicios de redacção, calculo applicado a questões da vida domestica e das profissões, industrias e commercio locaes, geometria pratica e desenho com applicações ás artes e os officios, noções de physiologia e hygiene, visando a saúde do alumno, conhecimento do mundo em geral, do Brasil e do Estado de São Paulo e instrucção civica.
Artigo 62. O ensino será ministrado nas respectivas classes de accordo com o programma adoptado, sem preferencia de materias.
Artigo 63. Nas escolas primarias, o methodo natural de ensino é a intuição, a lição de cousas, o contacto da intelligencia com as realidades que ensinam, mediante a observação e a experimentação, feitas pelos alumnos e orientadas pelos professores São expressamente banidos da escola os processos que appellem exclusivamente para a memoria verbal, as tarefas de mera decoração, a substituição das cousas e factos pelos livros, os quaes só devem ser usados como auxiliares do ensino.
§ 1.º O professor da escola isolada escolherá, dentre os seriados pela Directoria Geral, os livros didacticos que tiver de usar em sua classe, os quaes serão conservados nas substituições por licença ou em novo provimento realizado no correr do anno. § 2.º Considerase alphabetizado o alumno que souber ler, escrever e contar regularmente. Artigo 64. Os exercicios de educação physica serão adaptados ás condições individuaes dos alumnos, sendo dispensados de taes exercicios os doentes, a criterio do professor ou do director do grupo escolar. TITULO VII DAS ESCOLAS ISOLADAS CAPITULO I DA CRIAÇÃO,CLASSIFICAÇÃO,LOCALIZAÇÃO,TRANSFERENCIA, SUSPENSÃO E RESTABELECIMENTO DO FUNCCIONAMENTO DE ESCOLAS
Artigo 65. Ao Governo compete a localização de escolas, de accordo com a verba orçamentaria annualmente votada.
§ 1.º O decreto de localização designará a categoria da escola, o municipio e o districto em que deve ser ella installada.
§ 2.º A Directoria Geral precisará o loeal em que a escola deve funccionar, de accordo com as necessidades da alphabetização. Artigo 66. As escolas isoladas são urbanas ou ruraes. § 1.º São urbanas: a) as do municipio da Capital; b) as das sédes de outros municipios, situados em lugares sujeitos ao imposto predial urbano; c) as das sédes dos districtos de paz. § 2.º São ruraes as demais escolas.
Artigo 67. O Governo poderá adquirir áreas necessarias de terra, para construcção de casas, uniformes e simples, onde os professores das escolas ruraes possam residir e organizar um pequeno campo de ensino agricola. Artigo 68. Considerase nucleo de analphabetos, capaz de uma escola, a area de dois kilometros de raio, em que se verifique a existencia, no minimo, de 25 crianças de 8 a 10 annos. § 1 º Dentro dessa área só se poderá localizar outra escola se o numero de alumnos matriculaveis, de 8 a 10 annos de idade, exceder de 45. § 2.º Nos lugares onde, em virtude da densidade da população, houver mais de uma escola, no raio de obrigatoriedade, poderão ellas funccionar em um mesmo predio, localizado no ponto mais conveniente do nucleo escolar.
§ 3.º Matriculadas as crianças em idade obrigatoria, as vagas restantes serão preenchidas pelos candidatos de 7, 11 e 12 annos.
Artigo 69. Emquanto não houver edifícios apropriados, as escolas funccionarão nos lugares designados pela autoridade escolar.
Artigo 70. As escolas primarias serão transferidas para outros lugares do mesmo municipio ou supprimidas :
a) quando a matricula fôr inferior a 20 alumnos ;
b) quando a frequencia media fôr inferior a 15, em tres mezes consecutivos.
Artigo 71. Não terão direito aos vencimentos os professores cujas escolas tiverem frequencia media inferior a 15 e matricula menor do que 20;
§ unico. Poderá, não obstante, o Secretario do Interior concederlhes, por equidade, o pagamento de seus vencimentos, durante tres mezes, se a falta de frequencia e matricula não fòr devida á negligencia do professor.
Artigo 72. Serão suspensas as escolas que, em tres visitas successivas do inspeetor districtal, não apresentarem o minimo de frequencia legal.
§ 1.º Ao professor respectivo será designada uma outra escola da mesma categoria, para continuação de exercicio, e, sendo possivel, no mesmo municipio.
§ 2.º A designação deverá ser feita dentro de 30 dias.
§ 3.º As escolas poderão ser restabelecidas, logo que apresentem condições regulamentares para funccionamento.
Artigo 73. Será exonerado o professor que, em processo administrativo, fôr julgado culpado, por negligencia ou desidia no cumprimento dos deveres de seu cargo, da falta de frequencia e matricula da escola. Artigo 74. No caso de suspensão da escola poderá a verba ser aproveitada para uma outra de igual categoria. CAPITULO II REGIMEN DAS AULAS NAS ESCOLAS PRIMARIAS Artigo 75. Os professores das escolas primarias deverão comparecer com a necessaria antecedeccia, afim de preparar o material para inicio das aulas á hora regulamentar. Artigo 76. Haverá nas escolas, para a verificação das faltas, uma unica chamada, antes do inicio das aulas. § unico. Alem das faltas, devem os professores assignalar os comparecimentos tardios e as retiradas dos alumnos. Artigo 77. A retirada do alumno, antes de terminados os trabalhos, será mencionada na columna de observações, com a declaração do motivo, e só será permittida em caso de molestia, ou a pedido, por escripto, dos paes ou responsaveis.
§ unico. Encerradas as aulas diarias, o professor sommará os comparecimentos e as faltas dos alumnos e lançará os totaes nas columnas respectivas.
Artigo 78. As faltas dos alumuos serão justificadas pelos respectivos professores.
Artigo 79. Nos dias de receber vencimentos, haverá, quando presente o inspector ou o auxiliar de inspecção, sob a presidencia de um delles, em hora e lugar previamente determinados, reunião dos professores das escolas isoladas do municipio, para realização de palestras sobre questões pedagogicas. CAPITULO III DA MATRICULA, FREQUENCIA E ELIMINAÇÃO DE ALUMNOS Artigo 80. A matricula uas escolas isoladas do Estado, será feita pelo respectivo professor, nos dias 29 e 31 de janeiro do maneira que as aulas comecem regularmente a 1.º de fevereiro. § unico. As vagas verificadas serão preenchidas no primeiro dia util de cada mez e as transferencias em qualquer epoca.
Artigo 81. Serão matriculadas as crianças que por seus paes, tutores ou responsaveis,forem apresentadas aos professores nas epocas proprias, solicitando matricula e dando informações exigidas por este Regulamento.
Artigo 82. Os alumnos que hajam frequentado a escola no anno anterior terão preferencia á matricula, quando se apresentarem na epoca marcada, solicitando sua inscripção.
Artigo 83. A matricula será feita em livros especialmente destinados a esse fim, segundo o modelo approvado pela Directoria Geral.
§ unico. Do livro de matricula constarão os seguiutes esclarecimentos relativos a cada alumno: a) numero de ordem ;
b) nome do alumno ;
d) filiação, contendo nome, nacionalidade e profissão do pae ou responsavel pelo alumno ; e) naturalidade do alumno. f) data da matricula, com discriminação, por columnas, do dia, mez e anno ; g) data da matricula primitiva ; h) anno do curso ; i) residencia, com o nome da rua e numero da casa.
Artigo 84. Nos boletins de promoção annual deverá constar, em letras bem visiveis, a epoca regulamentar da matricula. § unico. Não serão matriculadas as crianças : a) de idade inferior a sete annos completos ; b) que padecerem de molestia contagiosa ou repugnante ; c) não vaccinadas ; d) as imbecis e as que, por defeito organico, não forem capazes de receber instrucção. Artigo 85. Serão eliminados da matricula, além dos que completarem o curso, os alumnos: a) isentos da obrigatoriedade que se despedirem com autorização expressa dos paes ou representantes legaes, ou derem 25 faltas injustificadas ou 60 justificadas ; b) que transferirem sua residencia para fora do raio da obrigatoriedade; c) os que incorrerem na pena de elimanação. § unico. Por motivo comprovado de molestia, poderá a alumno ser afastado das aulas, com autorização expressa do inspector districtal, pelo tempo necessario ao seu restabelecimento. Artigo 86. Os alumnos sujeitos á obrigatoriedade, que derem as faltas ás quaes se refere o artigo 85, letra a, serão eliminados, caso haja candidatos á matricula não recebidos por falta de vagas.
Artigo 87. Os alumnos serão distribuidos nas classes, tomandose em consideração o grau de acuidade visual e auditiva e a estatura, combinados, procedendo o professor, em cada começo de anno, ao respectivo exame.
CAPITULO IV
DOS EXAMES, NOTAS E PROMOÇÕES
Artigo 88. Haverá, cada mez, provas escriptas de linguagem, calculo, desenho ou cartographia e geographia ou historia patria, nas classes do 2.º anno e 3.º. § 1.º As secções do 1.º anno farão uma prova de linguagem, calculo escripto e desenho, de accordo com o seu adiantamento. § 2.º Essas provas serão corrigidas e annotadas pelo professor e guardadas para exame do inspector districtal na sua primeira visita. Artigo 89. O tempo para cada prova, escripta deverá corresponder ao que, no horario do dia marcado, se consagrar á respectiva materia, do modo que se não prejudique o ensino das demais disciplinas. Artigo 90. Nas escolas primarias, as notas de applicação e exames serão de 0 a 12, com as seguintes equivalencias : 0, nulla ; 2, má ; 4, soffrivel ; 6, regular; 8, boa; 10, boa para optima; 12, optima. § unico. Para estabecer as graduações entre esses valores, serão permittidas as notas impares. Artigo 91. No mez do novembro haverá exames finaes de leitura, arithemetica, geographia e historia patria, sob as vistas do inpector districtal ou de quem este designar. § unico. Só serão approvados os alumnos que, no minimo, obtiverem a media 6, nas notas de exames finaes ; e para promoção do 1.° para o 2.° anno, será indispensavel a nota minima de 6 em leitura e calculo.
Artigo 92. O professor dará notas semanaes de comportamento e applicação aos seus alumnos, as quaes servirão de base para as notas mensaes do boletim, que será distribuido aos alumnos até o terceiro dia util de cada mez.
Artigo 93. Nos ultimos dias do mez, o professor fará na columna de «observações», do livro de chamada, o resumo da escripturação, de accordo com o modelo officialmente adoptado. § 1.º Mediante copia mensal deste resumo, apresentado á autoridade competente, obterá o professor o attestado de exercicio relativo a cada mez. § 2.º O professor que deixar de enviar essa copia até o 3.º dia util do mez, só terá direito ao attestado do mez seguinte. Artigo 94. As escolas isoladas terão os seguintes livros do escripturação: a) um de matricula; b) um de chamada diaria de alumnos ; c) um de termos de visitas e actas de exames d) um de inventario do material escolar. CAPITULO V
DAS ESCOLAS E CURSOS NOCTURNOS
Artigo 95. Onde se verificar a existencia no minimo de 30 a 40 analphabetos maiores de 12 annos, poderá ser installado um curso nocturno, a cargo de um professor publico do lugar, com a gratificação mensal de 150$000.
Artigo 96. Serão transformados em cursos, nocturno, á medida que vagarem, as actuaes escolas nocturnas.
§ 1.º As escolas e cursos nocturnos, masculinos e femininos, que, em tres visitas successivas do inspector districtal, não apresentarem frequencia media de 15 alumnos serão suspensos.
§ 2.º Será igualmente suspenso o curso ou a escola nocturna que não obtiver sala para o seu funccionamento.
§ 3.º Nas escolas e cursos nocturnos a matricula minima será de 30 alumnos e a frequencia media minima, de 15.
Artigo 97. As escola e cursos nocturnas funccionarão durante toda a semana, com excepção dos sabbados, das 19 ás 21 horas, o terão o mesmo regime de ferias das escolas diurnas. Artigo 98. Ao professor de escola nocturna, cujo funccionamento seja suspenso será designada uma escola diurna para continuação do seu exercicio, Artigo 99. Para a matricula nos cursos e escolas nocturnas o candidato deverá: a) ter pelo menos 12 annos completos ; b) não soffrer de molestia contagiosa ou repugnante e ter sido vaccinado recentemente ; c) ter bom procedimento.
Artigo 100. Para provimento do cargo de professor de curso nocturno o Governo dará preferencia, entre os professores de localidade: a) áquelle que tiver alphabetizado maior numero de alumnos no anuo anterior; b) áquelle que tiver promovido maior numero de alumnos c) ao que tiver sido mais frequente; d) ao que tiver maior tempo de exercicio no magis terio. Artigo 101. Será dispensado da regencia de curso nocturno o professor que, no correr do anno, não alphatizar, no minimo 50 dos matriculados. Artigo 102. As obrigações inherentes aos professores das escolas e cursos nocturnos são as mesmas dos professores do curso preliminar. Artigo 103. As escolas e cursos nocturnos terão os mesmos livros exigidos para as escolas isoladas, em geral, escripturandose, no de matricula, mais o estado civil do alumno. Artigo 104. O professor deve fazer observar pelos alumnos rigorosamente, os principios de disciplina e urbanidade necessarios na escola.
Artigo 105. E' expressamente prohibido, sob pena de eliminação, no caso de reincidencia, que os alumnos escrevam ou desenhem figuras nas paredes da escola, bem como nos bancos e carteiras. Artigo 106. As escolas e cursos nocturnos ficam sob a immediata fiscalização dos inspectores districtaes e auxiliares de inspecção. Artigo 107. No fim do anno lectivo haverá exames nas escolas e cursos nocturnos, sob a presidência do inspector districtal ou de quem elle designar. § unico. Applicase ás escolas e aos cursos nocturnos o mesmo regime de exames, notas e promoções do artigo 88 e seguintes deste Regulamento. TITULO VIII CAPITULO UNICO DOS DEVERES DOS PROFESSORES DAS ESCOLAS ISOLADAS Artigo 108. Ao professor de escola isolada compete: 1.°) prestar compromisso e tomar posse perante a autoridade escolar a que estiver sujeito ; 2.°) iniciar o exercicio de suas funcções dentro do pra so regulamentar; 3.°) dar aulas com a máxima regularidade, dentro do horário approvado ; 4.°) executar com interesse a programma de ensino e occuparse, durante as aulas, exclusivamente com os seus alumnos; 5 °) ensinar com desvelo, impondose aos seus discípulos pelo exemplo e pela bondade; 6.°) manter a disciplina entre seus alumnos; 7.°) registar suas faltas e fazer a respectiva communicação á autoridade competente, dentro de três dias, expondolhe os motivos que as determinaram; 8.°) trazer em dia a escripturaçâo escolar e preencher com regularidade os boletins mensaes ;
9.º) guardar, tanto na escola como no meio social, a decencia e a correcção moral necessarias a um educador;
10.°) enviar os requerimentos dirigidos ao Governo ou quaesquer papeis de seu interesso ou do interesse do ensino, por meio das autoridades a que estiver sujeito; 11.°) prestar todas as informações e esclarecimentos sobre o ensino que lhes forem solicitados por seus superiores hierarchicos; 12.°) conservar em boa guarda os moveis e utensilios de sua escola, sob pena de indemnisar ao Estado pelos damnos ou extravios verificados; 13.°) trazer sempre no devido asseio e ordem a séde escolar; 14.º) franquear a escola ás visitas das autoridades escolares;
15.°) comparecer ás festas, quando collectivas, e realizalas em sua sala de aulas, de accordo com a orientação a ser observada; 16.°) representar á autoridade escolar a proposito das duvidas que lhe occorrerem no exercicio de suas funcções e solicitar as instrucções que julgar necessarias; 17.º) prestar auxilio ás autoridades escolares na execução das disposições relativas á obrigatoriedade do ensino; 18.) aconselhar aos seus alumnos medidas prophylacticas que redundem em beneficio dos centros em que residem ; 19.°) enviar, até o 3.º dia util de cada mez, á autoridade competente, o boletim do movimento da escola, sob pena de não receber o respectivo attestado nesse mez ; 20°) comparecer ás reuniões pedegogicas determinadas pelo inspector districtal, sob pena de falta. TITULO IX CAPITULO I DAS ESCOLAS RURAES E DAS URBANAS DO INTERIOR Artigo 109. As escolas ruraes serão providas livremente pelo Governo, em qualquer epoca do anuo, por professores normalistas ou a elles equiparados e por leigos, que as requerem, de accordo com este regulamento.
§ 1.º O Governo preferirá os professores cujas famílias residam no lugar onde tiver de funccionar a eseola.
§ 2.º O candidato que reclamar esta preferencia juntará á petição documentos que a justifiquem.
§ 3.º Nenhuma escola rural será provida senão quando houver casa para o sou funccionamento e residencia do professor, dependendo tal provimento de previa informação do inspector districtal.
Artigo 110. Quando fôr impossivel o regular funccionamento da escola, em virtude de embaraços ou difficuldades criadas pela administração da fazenda, poderá ella ser supprimida ou transferida.
Artigo 111. O provimento das escolas urbanas será feito, de preferencia, no periodo de ferias de verão. Artigo 112. O Governo fará conhecida dos interessados, por edital publicado no «Diario Official», na segunda quinzena de dezembro de cada anno, a lista de escolas urbanas e ruraes, vagas em condições de provimento. Artigo 113. Duzentos dias de effectivo exercicio em escola rural dão direito á nomeação de professor para escola urbana do interior. § unico. Serão dispensados desse estagio os candidatos que estiverem nas condições previstas pelo art. 3.° da lei n. 2.269 de 31 de dezembro de 1927, combinado com o art. 5.° da lei n. 2315, de 21 de dezembro de 1928. Artigo 114. Quatrocentos dias de effectivo exercicio em escola rural dão ao professor direito de : a) concorrer ao provimento de escolas isoladas e reunidas da Capital; b) ser nomeado adjunto de grupo escolar do interior. Artigo 115. Ao professor diplomado nos termos do art 3.°, da lei n. 2.269, de 31 de dezembro de 1927, combinado com o art. 5.º da lei n. 2.315, de 21 de dezembro de 1928, duzentos dias de effectivo exercicio em escola urbana ou rural dão direito á nomeação para adjunto de grupo escolar do interior. § unico. A este mesmo professor, quatrocentos dias de effectivo exercicio em escola rural ou urbana dão direito de concorrer ao concurso para provimento de escolas isoladas e reunidas da Capital. Artigo 116. Compreendese por dias de effectivo exercicio, para o effeito de aceesso no magistério, os dias de trabalho na regencia de classe ou escola, excluido os de ferias, licenças (salvo as do art. 25, da lei n 1521, de 26121916) e faltas. Artigo 117. Dentre os professores que, com tempo legal, requererem nomeação para adjunto de grupo escolar do interior, o Governo dará preferencia aos de maior assiduidade e dedicação, com exercicio em escola do municipio.
CAPITULO II
DAS ESCOLAS URBANAS DA CAPITAL
Artigo 118. O provimento das escolas urbanas da Capital, isoladas ou reunidas, será feito mediante concurso.
Artigo 119. Poderão inscrever se neste concurso os candidatos que tenham : 1.º ) 400 dias, no minimo, de effectivo exercicio em escola rural ;
2.° ) 200 dias, no minimo, de effectivo exercicio em escola urbana e outros 200 em escola rural;
3.° ) 50 % de promoção em cada um dos ultimos annos em que leccionarem, desde que estes sejam consecutivos.
§ 1.º Os adjuntos de grupos escolares poderão inscreverse no concurso desde que tenham a porcentagem de promoção a que se refere o n. 3 °, deste artigo.
§ 2.º Os directores de grupos escolares, seus auxiliares e directores de escolas reunidas, sem regencia de classe, tambem poderão inscreverse, contandose como base de sua porcentagem as medias alcançadas pelo estabelecimento nos dois ultimos annos lectivos, uma vez que estas não sejam inferiores a 50 % ou se tiverem menos de dois annos de direcção, a da classe que regerem nos dois ultimos annos.
Artigo 120. Para conhecimento dos interessados, pulbicarseá no «Diário Official», de 1.° a 15 de janeiro, o edital de inscripção no concurso para provimento das escolas vagas da Capital.
Artigo 121. O concurso terá inicio no 3 ° dia util de fevereiro de cada anno, independentemente de convocação especial.
§ 1.º Realizarseá o concurso perante uma commissão composta de um inspector do ensino, como presidente, e dois directores de grupo escolar, designados pelo director geral.
§ 2.º Os membros da commissão examinadora terão direito a uma diaria, que será arbitrada pelo Secretario do Interior.
§ 3.º A inscripção neste concurso será requerida ao Director Geral da Instrucção Publica, de 20 a 26 de janeiro.
§ 4.º O concurso constará de duas provas: uma escripta e outra pratica, nas quaes a commissão julgadora lançará as notas de 0 a 12.
§ 5.º A prova eseripta versará sobre theses sorteadas dentre as que para esse fim, forem organizadas pelo Director Geral da Instrucção Publica, de accordo com os programmas de psychologia e pedagogia das escolas normaes.
§ 6.º Essas theses serão publicadas no «Diario Official», com antecedencia do 5 dias
§ 7.º A prova eseripta effectuarseá ao mesmo tempo para todos candidatos, em salas differentes, sendo necessario.
§ 8.º As provas escriptas não serão assignadas, mas os candidatos receberão uma folha especial, em que lançarão seu nome e que deixarão dentro da prova; entregues as provas ao presidente da banca, este as numerará, annotando com os mesmos numeros as respectivas folhas de assignatura, que conservará em seu poder
§ 9.º Depois de verificada pelos candidados a collocação na urna das theses da prova escripta, o presidente da commissão chamará o primeiro inscripto para o sorteio do ponto.
§ 10.º Esta prova se realizará,em seguida, a portas fechadas, no prazo de tres horas.
§ 11.º Se qualquer candidato fôr encontrado a consultar apontamentos, será admoetado pelo presidente da commissão e, no caso de reincidencia, será excluido do concurso. § 12.º Terminada a prova escripta, a commissão, no dia seguinte, iniciará a leitura e o julgamento da mesma. § 13. Julgada a prova escripta, darseá inicio ás provas praticas, no dia immediato, em turmas que nao excedam de cinco candidatos, trabalhando uma turma no primeiro e outra no 2,° perido escolar. § 14. No ultimo dia do julgamento das provas escriptas, serão chamadas as duas turmas, que deverão entrar em provas praticas no dia seguinte, para assistirem ao sorteio dos respectivos pontos. § 15. Os candidatos da mesma turma não poderão assistir ás provas praticas de seus competidores, antes de terem feito a sua. § 16. As provas praticas serão publicas e durarão de 20 a 30 minutos.
§ 17. Os candidatos serão chamados na ordem de inscripção, que poderá ser alterada, por motivos attendiveis, a juizo do presidente da commissão, antes de ter sido sorteado o ponto para a respectiva turma.
§ 18. O candidato que não comparecer á prova escripta é considerado como tendo desistido do concurso, não podendo, por motivo algum, continualo.
§ 19. O candidato que não comparecer á prova pratica no dia designado poderá ser chamado no ultimo dia, mediante petição ao presidente da banca.
porcentagem de promoção, nos termos deste Regulamento.
§ 21. Este julgamento será feito e o resultado affixado, diariamente, no grupo escolar em que se effectuar o concurso.
§ 22. Para a classificação dos professores effectivos, multiplicarseá a nota de porcentagem de promoção por 20 e por 15, respectivamente, a de prova pratica e a de eseripta.
§ 23. As porcentagens de 50 a 59, de 60 a 69, de 70 a 79, de 80 a 84, de 85 a 89, de 90 a 94, de 95 a 100 corresponderão, respectivamente, ás seguintes notas : 6, 7, 8, 9, 10, 11, e 12.
§ 24 A porcentagem a ser considerada é a media que o candidato tiver obtido nos ultimos annos de effectivo exercicio.
Artigo 122. Feita a classificação, lavrarseá, em livro proprio, uma acta pormenorizada dos trabalhos, com especificação das notas obtidas em cada uma das provas e a media geral de cada candidato, remettendose uma copia da mesma, devidamente assignada pela banca examinadora á Secretaria do Interior, por intermedio da Directoria Geral.
§ unico Os candidatos serão nomeadas na ordem da classificação.
Artigo 123. No dia designado para a escolha das escolas será, na Directoria Geral da Instrucção Publica, apresentada aos candidatos classificados, em numero igual ao das vagas, a relação completa das mesmas com esclarecimentos relativeis á localização, distancia, meios de conducção e mais informações julgadas necessarias. § unico. Os professores approvados, que não con seguirem nomeação immediata, serão aproveitados nas vagas que se verificarem até o dia 31 de dezembro, sempre na ordem da classificação. CAPITULO III DO EXERCICIO DOS PROFESSORES, PERMUTAS E REMOÇÕES Artigo 124. Duzentos dias de effectivo exercicio em escola urbana do municipio da Capital habilitam o professor para o cargo de adjunto de grupo escolar do mesmo municipio.
Artigo 125. As vagas verificadas nos grupos escolares da Capital, durante o anno lectivo, serão preenchidas por professores das escolas urbanas do municipio e por adjuntos dos grupos escolares do interior, de accordo com as disposições do presente Regulamento. Parágrafo único Para este efeito contamse como vagas as novas classes creadas. Artigo 126. As vagas de adjuntos de grupos escolares modelo e escolas isoladas modelo, annexos a escolas normaes da Capital serão providas por professores com exercicio na Capital. Artigo 127. O professor da Capital poderá ser removido para escola vaga do interior, se o requerer, e, nesse caso, perceberá os vencimentos do cargo que passar a exercer.
Artigo 128. O professor com exercicio na Capital, que fôr exonerado ou removido para o interior, só poderá voltar a exercer o magistério na Capital, submettendose novamente ás exigencias do concurso estabelecido para os demais candidatos.
Artigo 129. As remoções e permutas, salvo o caso de necessidade do ensino e mediante proposta devidamente informada pelo Director Geral da Instrucçao Publica, só poderão ser feitas nas ferias de verão. Artigo 130. Para permuta é indispensavel que as escolas sejam de igual categoria. Artigo 131. O Governo fará publicar na primeira quinzena de dezembro, a relação das escolas vagas. Artigo 132. O professor removido em periodo de ferias, continuará, até o final das mesmas na escola ou classe que regia, entrando em exercicio em outra no inicio das aulas. Artigo 133. Tratandose de escola isolada rural, o professor, ao fechala, por transferencia, permuta ou remoção, entregará ao proprietario agricola, ou a quem suas vezes fizer, o material da escola, mediante uma declaração da pessoa a quem a entrega é feita, de que o guardará, gratuitamente, até novo provimento da escola.
§ 1.º Essa declaração será apresentada ao auxiliar de inspecção do municipio ou ao inspector do districto que, á vista da mesma, passará ao professor recibo do material da escola.
§ 2.º Quando o proprietario agricola ou quem suas vezes fizer, se recusar a ter sob sua guarda o material da escola, cabe ao inspector do districto ou ao auxiliar da inspecçã , tomar as providencias que o caso exigir, pata que possa o professor removido obter, eom a necessaria brevidade, o recibo da entrega do material. § 3.º A' vista desse recibo, será concedido attestado para recebimento dos vencimentos do ultimo mez. TITULO X Dos professores leigos CAPITULO UNICO