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Academic year: 2021

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AULA DE

DIREITO ELEITORAL

Profª Lúcia Luz Meyer

atualizado em 02.2010

PONTO 01 – DIREITO ELEITORAL

Roteiro de Aula (24 fls)

SUMÁRIO: 1.1. Noções introdutórias. Revisão. 1.1.1. Conceitos básicos de: federação, soberania, cidadania, voto. 1.1.2. Formas e sistemas de governo. 1.2. Conceito de Direito Eleitoral. 1.3. Fontes. 1.4. Histórico. 1.4.1. Quadro evolutivo legislativo. 1.4.2. Quadro evolutivo constitucional. 1.5. Legislação eleitoral vigente.

O Analfabeto Político

O pior analfabeto é o analfabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha,

do aluguel, do sapato e do remédio, dependem das decisões políticas.

O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado

e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.

Bertold Brecht.

1.1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS. REVIS Ã O:

Inicialmente, cumpre definir DIREITO ELEITORAL como o conjunto de normas concernentes às eleições, desde os sistemas eleitorais, alistamento, domicílio e transferência eleitoral, as providências preparatórias para a realização do procedimento eleitoral, convenção partidária, registro de candidatura, condições de elegibilidade, causas de inelegibilidade, a desincompatibilização, os partidos políticos em seus diversos aspectos, as coligações e o fenômeno da ‘verticalização das coligações’, a questão da propaganda política, até a votação, apuração dos votos e a diplomação dos eleitos, arrecadação, aplicação e prestação de contas da campanha eleitoral, sem esquecer das ações, dos recursos e de ações penais eleitorais, bem como os órgãos da Justiça Eleitoral, do Ministério Público Eleitoral, e etc.

Como se pode observar, tem-se muito estudo pela frente. E para aprender tudo isso é interessante, de início, revisar alguns assuntos já estudados em outras disciplinas, sobremodo em Direito Constitucional, tais como sobre Estado, funções e poderes estatais, Estado federativo,

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soberania e cidadania, sistemas de governo, e etc. Nossa proposta é tentar fazer com que todos vocês, ao final deste curso sobre Direito Eleitoral, disponham de uma visão geral, consistente e atual sobre a disciplina, capaz de fazê-los entender muitas das inúmeras questões que a envolvem.

Para o estudo da disciplina necessário o manuseio da Constituição Federal, do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65), da Lei Geral das Eleições (Lei nº 9.504/97), da Lei das Inelegibilidades (Lei Complementar nº 64/90) e a Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95), as quais, via de regra, constam de um mesmo compêndio, além de outras leis federais e, não menos importantes, das Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral – TSE.

Sobre a origem do Estado:

É a Idade Moderna (1453 a 1789), sobremodo com o advento da Revolução Francesa que, pondo fim ao Estado Absolutista, faz nascer o Estado Nacional; com ele, vem o sentimento de nacionalidade e surgem as Monarquias nacionais do séc. XVIII.

Logo, foram as Revoluções Sociais do séc. XVIII que deram fim dos velhos regimes absolutistas; as idéias de JEAN JACQUES ROUSSEAU e do Barão de MONTESQUIEU com sua obra “L’ésprit des lois” (1748), instituindo a ‘teoria da separação das funções estatais’ e, posteriormente, o ‘sistema de freios e contrapesos’, resultaram no constitucionalismo moderno, na tripartição de ‘poderes estatais’, e na ‘democracia representativa’ com seus ideais republicanos.

Eis um panorama cronológico de importantes acontecimentos históricos com repercussão no Direito, incluindo nos sistemas eleitorais:

a) em 1776 = Independência dos EUA – primeira proclamação institucional dos direitos fundamentais do homem – influência na organização política dos novos Estados democráticos;

b) em 1787 = Constituição dos EUA (1ª Constituição escrita), República Federativa Presidencialista, eleições para o Executivo e para o Legislativo (sistema bicameral a nível federal);

c) em 1789 = Revolução francesa - marco inicial do Direito Administrativo – ‘Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão’ (26/08/1789);

d) em 1791 = Constituição Francesa;

e) IDADE CONTEMPORÂNEA (1789 até os dias atuais) - inicia-se o Estado de Direito, o Estado Democrático. Firmam-se princípios constitucionais e há o surgimento e crescimento do Direito Administrativo; com a Declaração Universal dos Direitos do Homem (ONU-10/12/1948) firma-se a Democracia Representativa. Princípios gerais da organização do ‘Estado de Direito’:

a) origem popular do poder e do direito;

b) temporariedade das funções políticas, legislativas e executivas; c) divisão (independência e harmonia) dos Poderes estatais;

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d) garantia e disciplina jurídica dos direitos civis, políticos e econômicos, inerentes à personalidade humana;

e) participação do Estado, assim organizado, na comunidade internacional, baseada no reconhecimento dos princípios fundamentais de organização democrática.

Em resumo, até as Revoluções Sociais do séc. XVIII haviam os Estados absolutistas, em regra sem qualquer representação popular.

MONTESQUIEU e a Teoria da Separação dos Poderes (na realidade, a separação das ‘funções estatais’) - Executivo, Legislativo e Judiciário - propiciam as eleições para o Executivo e para o Legislativo; considera-se, pois, como origem do Direito Administrativo a Europa continental do séc. XVIII, especificamente na França.

1.1.1 Conceitos Básicos:

Veremos alguns conceitos básicos de Estado, Soberania, Cidadania, Eleição, Sufrágio e Voto:

ESTADO:

Do latim status (estar firme) = Sociedade politicamente organizada. Elementos essenciais:

a) materiais = povo e território; b) formal = soberania ;

c) e, para alguns, a finalidade.

MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO (Curso de Direito Constitucional, 31ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005, p. 47):

Segundo ensina a doutrina tradicional, Estado é uma associação humana (povo), radicada com base espacial (território), que vive sob o comando de uma autoridade (poder) não sujeita a qualquer outra

(soberania).

BALLADORE PALLIERI:

Estado é uma ordenação que tem por fim específico e essencial a regulamentação global das relações sociais entre os membros de uma dada população sobre um dado território, na qual a palavra ordenação expressa a idéia de poder soberano, institucionalizado.

F

ormas de Estado :

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a) Simples ou Unitário: formado por um único Estado, um único poder político: a.1) centralizados – uma única esfera de poder político;

a.2) descentralizados ou regionais - que admitem um certo grau de descentralização política ou administrativa em regiões ou províncias. Ex. Brasil-Império, Itália, França e Portugal.

b) Composto ou Complexo: formado por mais de um Estado, com pluralidade de poderes políticos internos:

b.1) União pessoal – dois ou mais Estados sob o governo de um só rei (somente em Estados Monárquicos). Ex. Portugal e Espanha no período de 1580 a 1640;

b.2) União real – dois ou mais Estados sob o governo de um só rei, mas guardando sua organização interna. Ex. Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, de 1815 a 1822;

b.3) Confederação – união permanente de Estados, para defesa externa, paz interna e outras finalidades. Os Estados Confederados guardam a soberania. Ex. CEI (Comunidade dos Estados Independentes, resultante da dissolução da antiga URSS);

b.4) Federação – união de dois ou mais Estados para formar um novo, para o qual é transferida a soberania; os Estados-membros conservam a autonomia política / pode ser por agregação (EUA) ou por desagregação (Brasil).

O nome do Estado brasileiro é REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL: - forma de governo = República;

- forma de Estado = Federativa; - nome do país = Brasil.

O Estado brasileiro compreende a União, os Estados-membros, os Municípios e o Distrito Federal (com suas entidades da Administração Indireta: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista) – arts. 1º c/c 18 e art. 37, XIX da CF/88.

FEDERAÇÃO ( ou Estado Federal ):

Segundo conceitua MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO (2005:58-59–grifo original):

Estado federal é um Estado e, por isso, apresenta aspecto unitário, quer no plano internacional, quer no plano interno. No plano internacional, esse aspecto se manifesta em sua unidade de

personalidade – só o Estado Federal é pessoa de Direito Internacional Público, o que na Constituição

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estadual (CF de 1988, art. 12) – em sua unidade de território (CF de 1988, art. 1º).

Para JOSÉ AFONSO DA SILVA (Curso de Direito Constitucional Positivo, Malheiros, 1.2004, p. - grifo original):

Federação ou Estado Federal caracteriza-se pela união de coletividades públicas dotadas de autonomia político-constitucional. A federação compreende, pois, a União (governo federal), os

Estados Federados (Estados-membros ou simplesmente Estados, que são coletividades regionais

autônomas), o Distrito Federal e, agora, também os Municípios, todos autônomos, ou seja, com governos próprios e competências exclusivas (arts. 1º ao 18).

Ainda, prevê o art. 34, inciso VII, da CF/88, in verbis:

Art. 34 - A União não intervirá nos Estados nem o Distrito Federal, exceto para: [...]

VII – assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; [...].

SOBERANIA:

Considera-se que a primeira obra teórica a conceituar soberania tenha sido “Les Six Livre de la Republique” (1576-?), de Jean Bodin.

JEAN JACQUES ROUSSEAU – O Contrato Social (1762) – transfere a titularidade da soberania da pessoa do governante para o povo.

MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO (2005:48-49)

O Estado apenas é verdadeiramente Estado quando o poder que o dirige é soberano (...) a ausência de subordinação é, em última análise, a soberania (...) soberania é o caráter supremo do poder: supremo visto que esse poder não admite nenhum outro, nem acima nem concorrente com ele.

ANTÔNIO DE SAMPAIO DÓRIA:

O poder que dita, o poder supremo, acima do qual não há outro poder, é a soberania. Só ela determina a si mesmo os limites de sua competência. A autonomia, não. A autonomia atua dentro de limites que a soberania lhe tenha prescrito.

Observa DALMO DE ABREU DALLARI (Elementos da Teoria Geral do Estado, 23ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p. 84) que:

De fato, porém, apesar do progresso verificado, a soberania continua a ser concebida de duas maneiras distintas: somo sinônimo de independência, e assim tem sido invocada pelos dirigentes dos Estados que desejam afirmar, sobretudo ao seu próprio povo, não serem mais submissos a qualquer potência estrangeira; ou como expressão do poder jurídico mais alto, significando que, dentro dos limites da jurisdição do Estado, este é que tem o poder de decisão em ultima instância, sobre a eficácia de qualquer norma jurídica.

No valioso ensinamento de JOSÉ AFONSO DA SILVA (2004:104 – grifo original):

A soberania não precisava ser mencionada, porque ela é fundamento do próprio conceito de Estado. Constitui também princípio da ordem econômica (art. 170, I). Soberania significa poder político

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nenhum outro na ordem interna’, independente, porque ‘na ordem internacional, não tem de acatar regras que não sejam voluntariamente aceitas e está em pe de igualdade com os poderes supremos dos outros povos’.

Características da soberania:

a) una (só existe uma única soberania dentro do Estado);

b) indivisível (não se admite a existência de várias partes separadas da mesma soberania);

c) inalienável (aquele que a detém, desaparece se ficar sem ela); d) imprescritível (não há prazo certo de duração).

Também, seu poder é :

a) originário (nasce quando nasce o Estado e é atributo inseparável deste); b) exclusivo (só o Estado o detém);

c) incondicionado (só encontra limites impostos pelo próprio Estado);

d) coativo (o Estado ordena, impõe e tem meios para fazer cumprir suas ordens coativamente).

Ver o art. 14 da CF/88 - soberania popular. CIDADANIA:

A cidadania diz respeito à capacidade civil e ao uso e gozo de direitos políticos.

No dizer de VERA MARIA NUNES MICHELS (Direito Eleitoral de acordo com a Lei nº 9.504/97, 2ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2002, p. 13):

Cidadania é a expressão que indica a qualidade da pessoa que, estando na posse da plena capacidade civil, também se encontra investida no uso e gozo de seus direitos políticos. A cidadania possui duas dimensões: a ativa, que se traduz na capacidade pessoal de compartilhar do exercício do sufrágio, e a

passiva, que se traduz em ter legítimo acesso a cargos públicos, não significando apenas os cargos de

provimento eletivos, expresso no direito de disputar o sufrágio para obtenção de mandatos representativos.

JOSÉ AFONSO DA SILVA (2004:104 – grifo original):

A cidadania está aqui num sentido mais amplo do que o de titular de direitos políticos. Qualifica os participantes da vida e do Estado, o reconhecimento do indivíduo como pessoa integrada na sociedade estatal (art. 5º, LXXVII). Significa aí, também, que o funcionamento do Estado estará submetido à vontade popular.

NACIONALIDADE:

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a) nacionalidade – é um vínculo jurídico entre o sujeito e o Estado, que o torna integrante do elemento ‘povo’;

b) naturalidade é um simples vínculo territorial, indicando o local de nascimento da pessoa;

c) cidadania - como já visto - é o vínculo político.

Segundo ALEXANDRE DE MORAES (Direito Constitucional, 19ª ed. São Paulo: Atlas, 2006, p. 189), “cidadão é o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) no gozo dos direitos políticos e participante da vida do Estado”.

Tema de Direito Constituc ional (art. 12 da CF/88), a nacionalidade pode ser: a) originária (ou de origem, ou primária) = brasileiro nato:

a.1) quem nasce no território brasileiro, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço do governo do país de origem;

a.2) quem nasce em território estrangeiro, mas filho de mãe ou pai brasileiro, desde que a serviço do governo do Brasil e, ainda,

a.3) quem nasce no estrangeiro, filho de pai brasileiro ou mãe brasileira, mesmo que não estejam a serviço do governo brasileiro, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

Portanto, adota-se aqui dois critérios: o jus solis e o jus sanguinis.

b) derivada (ou adquirida ou secundária) = brasileiro naturalizado, ou seja, aquele estrangeiro que, na forma da lei, adquire nacionalidade brasileira, naturalizando-se:

b.1) estrangeiros provenientes de países de língua portuguesa, com residência ininterrupta no Brasil a mais de 1 ano, com idoneidade moral, e que requeira a naturalização e,

b.2) estrangeiro de qualquer país, com residência ininterrupta no Brasil a mais de 15 anos, sem condenação criminal, que opte pela nacionalidade brasileira; é a chamada naturalização quinzenária; vide Lei nº 6.815/80. Assim diz o art. 12 da CF/88, in verbis:

Art. 12. São brasileiros: I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

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b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;

c)os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente, ou venham a residir na República Federativa do Brasil antes da maioridade e, alcançada esta, optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira; c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira;(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãebrasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007)

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b)os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de trinta anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, salvo os casos previstos nesta Constituição.

§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.(Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

[…].

Salienta ainda HENRIQUE SAVONITTI MIRANDA (Curso de Direito Constitucional, 2ª ed, rev. e atual. Brasília: Senado Federal, 2005:339 – grifo original) que:

(...), embora a Constituição Federal de 1988 traga apenas os dois casos acima mencionados de naturalização expressa, a legislação infraconstitucional continua prevendo a possibilidade de naturalização por radicação precoce e conclusão de ensino superior. A hipótese de naturalização tácita, no entanto, prevista desde a Constituição de 1824, foi suprimida pela Constituição de 1988 por razões óbvias.

Assim, nos termos da legislação infraconstitucional, temos também a naturalização por: a) radicação precoce – Lei Federal nº 6.964/81, art. 115, § 2º, I (grifamos):

Art. 115. O estrangeiro que pretender a naturalização deverá requerê-la ao Ministro da Justiça, declarando: nome por extenso, naturalidade, nacionalidade, filiação, sexo, estado civil, dia, mês e ano de nascimento, profissão, lugares onde haja residido anteriormente no Brasil e no exterior, se satisfaz ao requisito a que alude o artigo 112, item VII e se deseja ou não traduzir ou adaptar o seu nome à língua portuguesa. (Renumerado pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

§ 1º. A petição será assinada pelo naturalizando e instruída com os documentos a serem especificados em regulamento. (Incluído pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

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§ 2º. Exigir-se-á a apresentação apenas de documento de identidade para estrangeiro, atestado policial de residência contínua no Brasil e atestado policial de antecedentes, passado pelo serviço competente do lugar de residência no Brasil, quando se tratar de: (Incluído § e incisos pela Lei nº 6.964, de 09/12/81)

I - estrangeiro admitido no Brasil até a idade de 5 (cinco) anos, radicado definitivamente no território nacional, desde que requeira a naturalização até 2 (dois) anos após atingir a maioridade;

[...]

Para HENRIQUE SAVONITTI MIRANDA (2005:340 – grifo original):

A naturalização por radicação precoce, prevista na Constituição de 1967/1969, autorizava naturalizar-se brasileiro aquele que, nascido no estrangeiro e vindo morar no Brasil até a idade de cinco anos, manifestasse inequivocamente essa sua vontade em um prazo decadencial de até dois anos do atingimento de sua maioridade. Embora a Constituição da República de 1988 não traga mais essa hipótese em seu texto, a Lei Federal nº 6.964/81, recepcionada pela nova Carta Política, continua a prever essa situação no inciso I do parágrafo 2º do seu artigo 115.

b) conclusão de ensino superior – Lei Federal nº 6.964/81, art. 115, § 2º, II:

Art. 115. (…). […].

II - estrangeiro que tenha vindo residir no Brasil antes de atingida a maioridade e haja feito curso superior em estabelecimento nacional de ensino, se requerida a naturalização até 1 (um) ano depois da formatura.

[…].

Leciona o citado autor (2005:340-341 – grifos originais) que:

Já a naturalização por conclusão de curso superior, autorizada pelo inciso II do parágrafo 2º do art. 115 da Lei Federal nº 6.964/81, prevê a possibilidade de tornar-se brasileiro aquele que, vindo a residir no Brasil antes de completar a maioridade, conclua curso superior em estabelecimento oficial de ensino brasileiro, e manifeste essa vontade até um ano depois de formado. (...) A alínea ‘a’ do inciso II do art. 12 da Constituição da República corrobora esse exegese quando prevê serem brasileiros naturalizados ‘os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira (...)’.

Direitos políticos: (arts. 14-16/CF-88);

JOSÉ AFONSO DA SILVA (2004:347 – grifo original) ensina que:

Os direitos políticos positivos consistem no conjunto de normas que asseguram o direito subjetivo de participação no processo político e nos órgãos governamentais. Eles garantem a participação do povo no poder de dominação política por meio das diversas modalidades de direito de sufrágio: direito de voto nas eleições, direito de elegibilidade (direito de ser votado), direito de voto nos plebiscitos e referendos, assim como por outros direitos de participação popular: o direito de iniciativa popular, o direito de propor ação popular e o direito de organizar e participar de partidos políticos.

Ainda nessa introdu ção vale pontuar: Eleição, Plebiscito, Referendo, Iniciativa Popular, sufrágio e voto:

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A eleição pode ser direta e indireta. Ver o art. 14 da CF/88:

Art. 14 – A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, e, nos termos da lei, mediante:

I – plebiscito; II referendo;

III - iniciativa popular.

Capacidade eleitoral:

Eleitores são todos os brasileiros (natos ou naturalizados) que, à data da eleição, estiverem alistados, na forma da lei; pode ser ativa (de votar) e passiva (de ser votado).

Ver art. 14, § 1º da CF/88 e art. 8º/Código Eleitoral. Alistamento eleitoral:

Considera-se alistamento o reconhecimento da condição de eleitor, feito através da inscrição eleitoral, perante o Juiz Eleitoral, compreendendo a qualificação e a inscrição; os estrangeiros não podem alistar-se eleitoralmente, portanto, são impedidos de votar (salvo o português, caso se enquadre no previsto no Tratado de Reciprocidade, nos termos do art. 12, § 1º da CF/88).

Ver art. 14, § 2º da CF/88 e art. 42 a 81/Código Eleitoral.

Segundo ADEMIR ISMERIM MEDINA (Comentários à Lei Eleitoral, São Paulo: Quartier Latin, 2002. p. 197):

O alistamento eleitoral é o ato que qualifica o indivíduo perante a Justiça Eleitoral, a exercer o direito de voto, bem como para o exercício de diretos pertencentes, apenas aos eleitores, a exemplo da propositura de Ação Popular, art. 1º, Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965.

Obrigatoriedade de alistamento e do voto – o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios para os maiores de 18 anos e menores de 70 anos de idade (art. 14, § 1º, I da CF/88);

Voto e alistamento facultativo – analfabetos, maiores de 70 anos e maiores de 16 e menores de 18 anos (art. 14, § 1º, II da CF/88);

Inalistáveis – os absolutamente incapazes para a vida civil - art. 3º do CC: menores de 16 anos, os que por enfermidade ou doença mental não tiverem discernimento para a prática de atos da vida civil e os que, mesmo transitoriamente, não puderem exprimir sua vontade. Efeitos do alistamento:

a) adquire a condição de eleitor (Título de Eleitor);

b) dados necessários para determinar o número de representantes nas eleições proporcionais (vereadores, deputados estaduais e federais);

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c) comodidade para atender ao dever cívico, e

d) delimita o termo da incorporação do eleitor ao corpo eleitoral da Circunscrição para nela concorrer a cargo eletivo.

PLEBISCITO:

O plebiscito nasceu em Roma (era a lei da plebe, ou ordem da plebe: plebe = povo e cito = ordem). Equivale a uma consulta extraordinária e excepcional exprimindo a opinião popular sobre as medidas de base ou de princípio, tais como a forma de Estado e de Governo, modificação das formas políticas, decisão acerca de mudanças de natureza territorial, etc. Tem, pois, por características ser sempre consulta popular prévia, consulta sobre idéia, não sobre etapa legislativa.

Esteve também previsto para criação de novos Estados e novos Municípios (art. 18, §§ 3º e 4º da CF/88).

Exemplo: em 1993, houve plebiscito sobre adoção da forma de governo (república ou monarquia) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo), art. 2º, ADCT/CF:

Art. 2º. No dia 7 de setembro de 1993 o eleitorado definirá, através de plebiscito, a forma (república ou monarquia constitucional) e o sistema de governo (parlamentarismo ou presidencialismo) que devem vigorar no País. (Vide emenda Constitucional nº 2, de 1992)

§ 1º - Será assegurada gratuidade na livre divulgação dessas formas e sistemas, através dos meios de comunicação de massa cessionários de serviço público.

§ 2º - O Tribunal Superior Eleitoral, promulgada a Constituição, expedirá as normas regulamentadoras deste artigo.

REFERENDO:

O referendo consubstanciaria o poder de aprovar as leis; equivale a uma consulta popular; seria a decisão popular sobre lei discutida e votada pelos representantes do povo.

Pode ser:

a) constituinte; b) legislativo. Pode produzir efeito:

a) constitutivo (a norma é aprovada e passa a existir); b) ab-rogativo (resulta na extinção de sua vigência). Quanto à natureza jurídica, pode ser:

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b) facultativo. E ainda, pode ser:

a) ante legem (antes da edição da lei);

b) post legem (após a aprovação do Parlamento, para confirmar ou tolher a confirmação da lei).

Depende de regulamentação legal. Ver art. 49, XV da CF/88 (consulta sobre projeto de lei). INICIATIVA POPULAR:

Considera-se inciativa popular o poder conferido à parcela do eleitorado para propor direito novo (apresentar projeto de lei).

Pode ser:

a) não-formulada (apresenta documento contendo matéria e diretrizes, sem forma legal);

b) formulada (apresentação de projeto popular já em forma de lei). Ver art. 27, § 4º, art. 61, § 2º, e art. 29, XIII da CF/88:

Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.

[…].

§ 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual. […].

Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

[…].

XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional nº 1, de 1992)

[…].

Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.

[…].

§ 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

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[…].

SUFRÁGIO:

Sufrágio significa o direito de votar ou de ser votado, ou seja, o direito de sufrágio abrange dois aspectos: ativo (direito de votar) e passivo (direito de ser votado);

Quanto à extensão - pode ser restrito e universal;

a) restrito: se a inclusão no corpo eleitoral fica submetido a critérios de sexo, raça, hereditariedade, fortuna e instrução elitista;

b) universal: no Brasil o sufrágio é universal, direito de voto a todos os cidadãos, mas também não pode ser levado em termos absolutos, considerando os estrangeiros e os conscritos durante o período do serviço militar obrigatório / conscrito é o praça que se encontra prestando o serviço militar, que se já estiver alistado ficará impedido de votar – decisão proferida pelo TSE – Consulta nº 9.881/90.

Vale observar que sufrágio e voto são muitas vezes empregados como sinônimos. VOTO:

Voto é o exercício do direito de votar. Pode ser:

a) descoberto; b) secreto.

Quanto ao valor, pode ser:

a) igual - os votos são contados, e não medidos – one man, one vote;

b) qualificado - pressupostos elitistas, mas está sendo abolido no mundo atual. Quanto à forma:

a) secreto - adotado entre nós, é matéria de ordem pública, que não pode ser dispensada pelo eleitor;

b) público - defendido por Montesquieu, que considerava fundamental para a democracia.

Quanto ao modo:

a) direto - vigora no Brasil, para todos os cargos, em todos os níveis, onde o eleitor escolhe diretamente seus representantes;

(14)

b) indireto - compreendendo dois estágios: o povo designando seus delegados, e estes delegados, em nome do povo, escolhem seus representantes; é utilizado nos EUA.

Quanto à distribuição territorial:

a) distrital - eleitorado distribuído por distritos – vide Dalmo de Abreu Dallari“o colégio eleitoral é dividido em distritos, devendo o eleitor votar apenas no candidato do respectivo distrito” - adotado no Japão.

CRÍTICA: pode perpetuar lideranças locais;

b) circunscricional - eleitorado distribuído por circunscrições;

Em ambos os casos o eleitor fica vinculado a uma área territorial, tendo de sufragar candidatos de seus respectivos núcleos eleitorais.

Ver o art. 86 do Código Eleitoral - Circunscrição: “Nas eleições presidenciais a circunscrição será o País; nas eleições federais e estaduais, o Estado; e, nas municipais, o respectivo Município”.

Segundo VERA MARIA NUNES MICHELS (2002:42-43):

Circunscrição eleitoral é uma base física territorial onde são colhidos os votos nas diversas eleições. Como em nossa Federação temos três espécies de entes federativos – a União, os estados (Distrito Federal) e Municípios, -, três são as circunscrições eleitorais, em tese.

Ver o art. 14, § 3º, IV da CF/88. 1.1.2. Formas e Sistemas de Governo :

FORMAS DE GOVERNO:

De acordo com a organização política, consideram-se as seguintes formas de governo: a) Monarquia

-C

aracterísticas :

1) hereditariedade (a regra) ou eletividade (excepcionalmente, e os eleitores eram apenas os príncipes,

2) vitaliciedade,

3) irresponsabilidade do Chefe de Estado (o monarca não tem responsabilidade política).

P

(15)

1) absoluta – o poder está concentrado em mãos de uma só pessoa, que o exerce de forma ilimitada;

2) limitada ou constitucional – o poder é exercido por uma só pessoa, mas esta o exerce limitado por uma Constituição. Ex. Brasil-Império, Reino Unido da Grã-Bretanha, Espanha e Japão.

b) República:

Opõe-se à monarquia absoluta afirmando a soberania popular; é uma forma de governo mais próxima da democracia; participação do povo no governo.

Características:

1) eletividade (chefe do governo – Presidente - eleito pelo povo);

2) temporariedade (mandato com duração predeterminada, proibindo-se reeleições sucessivas);

3) responsabilidade (chefe de governo politicamente responsável, devendo prestar contas de sua orientação política).

No Brasil, prevalece desde a Constituição de 1889, prevendo-se eleições periódicas pela vontade popular de cargos nos Poderes Executivo e Legislativo.

SISTEMAS DE GOVERNO:

De acordo com o grau de relacionamento entre os Poderes Executivo e Legislativo, existem 3 sistemas de governo: Presidencialismo, Parlamentarismo e Diretorialismo.

a) Presidencialismo:

Sistema de governo em que os Poderes Executivo e Legislativo são independentes. Características básicas:

1) forma monocrática de poder: o Presidente é chefe de governo e Chefe de Estado;

2) o Presidente é eleito pelo povo, de forma direta ou indireta; 3) mandato fixo;

4) participação do Poder Executivo no processo legislativo; 5) separação entre os Poderes.

Base da noção de Estado democrático: governo do povo, supremacia da vontade popular.

(16)

Princípios:

1) supremacia da vontade popular / representatividade, 2) preservação da liberdade / sem interferência do Estado, e 3) igualdade de direitos.

JOSÉ AFONSO DA SILVA (2004:125-126) considera que:

Democracia é conceito histórico (...) mantido sempre o princípio básico de que ela revela

um regime político em que o poder repousa na vontade do povo (...) é um processo de afirmação do povo e de garantia dos direitos fundamentais que o povo vai conquistando no decorrer da história (...) a democracia é um processo de convivência social em que o poder emana do povo, há de ser exercido, direta ou indiretamente, pelo povo e em proveito do povo.

Tem-se a:

a) democracia direta: as decisões são tomadas diretamente pelos cidadãos em Assembléia (Atenas); não existe mais;

b) democracia indireta: o povo se governa por meio de representantes escolhidos por ele; modelo clássico: a democracia representativa.

b) Parlamentarismo:

O parlamentarismo é um sistema de governo em que os Poderes Executivo e Legislativo são interdependentes. Considerado para alguns como uma criação racional americana do séc. XVIII. São idéias centradas na liberdade, igualdade dos indivíduos e soberania popular.

Características básicas:

a) chefia de governo (condução das políticas do Estado, atribuída ao Primeiro-Ministro) e chefia de Estado (representação externa e interna – Presidente Federal ou rei) atribuídos a pessoas diferentes;

b) chefia de governo com responsabilidade política (o Primeiro-Ministro permanece no cargo enquanto tiver apoio da maioria dos parlamentares); c) possibilidade de dissolução do Parlamento pelo Chefe de Estado, convocando-se novas eleições gerais;

d) interdependência do Legislativo e Executivo, pois o Parlamento é quem escolhe o Primeiro-Ministro.

c) Diretorialismo:

(17)

Parlamento; há absoluta subordinação do Executivo ao Legislativo. P. ex: Suíça e a ex-URSS.

Entende MANOEL GONÇALVES FERREIRA FILHO (2005:138 – grifos originais) que:

Já se mostrou anteriormente que a tipologia usual dos sistemas de governo toma critérios a consagração ou não da divisão clássica de poderes. Há assim sistemas de confusão de

poderes, onde inexiste a divisão de poderes, por exemplo, as ditaduras; de colaboração de poderes, onde a divisão existe, mas os poderes não são independentes, como no

parlamentarismo; e, enfim, sistemas de separação de poderes, como o presidencialismo. Na verdade, é tradicional definir juridicamente um sistema de governo pela posição recíproca dos poderes e por suas relações no processo governamental. De fato, o que se chama juridicamente de sistema de governo nada mais é senão a marcha conjunta dos órgãos do Estado para atenderem aos fins deste, segundo as prescrições legais. Assim, o estudo dos sistemas de governo está para o direito como a dinâmica está para a física.

1.2. CONCEITO DE DIREITO ELEITORAL:

Conforme já dito, Direito Eleitoral é o conjunto de normas concernentes às eleições, desde as providências preparatórias para a realização do procedimento eleitoral, inclusive alistamento de eleitores, inscrição de candidatos, condições de elegibilidade, a inelegibilidade, a reelegibilidade, os sistemas eleitorais, partidos políticos em seus diversos aspectos, até a apuração dos votos e a diplomação dos eleitos, sem esquecer dos recursos porventura havidos no decorrer do processo, a Justiça Eleitoral, a questão da Propaganda Política, etc.

Vale trazer o precioso ensinamento de FÁVILA RIBEIRO (apud Joel J. Cândido, Direito Eleitoral Brasileiro, 11ª ed. atualizada, Bauru, São Paulo: Edipro, 2004, p. 23):

O Direito Eleitoral, precisamente, dedica-se ao estudo das normas e procedimentos que organizam e disciplinam o funcionamento do poder de sufrágio popular, de modo a que se estabeleça a precisa adequação entre a vontade do povo e a atividade governamental.

Ensina JOEL J. CÂNDIDO (2004:23) que:

Embora não seja fácil conceituar qualquer disciplina jurídica, pode-se dizer que o Direito Eleitoral é o ramo do Direito Público que trata de institutos relacionados com os direitos políticos e das eleições, em todas as suas fases, como forma de escolha dos titulares dos mandatos eletivos das instituições do Estado.

Finalmente, diz TUPINAMBÁ MIGUEL CASTRO DO NASCIMENTO que:

O direito eleitoral, como as demais áreas do vasto campo do direito, tem ampla base científica. Não se limita a regras práticas para uma eleição ou pouco mais. Possui idéias e fundamentos que devem e são ressaltados, estudados e pesquisados, porque valem como regras-base de um direito que, visto cientificamente, se manterá no tempo.

1.3. FONTE:

(18)

científica e didaticamente. Considera-se suas fontes:

a) fonte direta: Direito Constitucional, que é “a sede principal de seus institutos e a fonte imediata e natural de seus principais preceitos”;

b) outras fontes diretas: leis federais, exclusivamente (art. 22, I da CF/88) e também as Resoluções do Tribunal Superior Eleitoral – TSE (art. 1º, PU e art. 23, IX do Código Eleitoral), que têm força de lei ordinária;

c) fontes indiretas: o Direito Administrativo, Direito Penal, Processo Penal, Direito Civil e Processo Civil, dentre os outros ramos do Direito (art. 20, caput, art. 287 e art. 364 do CE), bem como a Jurisprudência dos Tribunais e a doutrina eleitoral. 1.4. HISTÓRICO:

RICARDO MOREIRA, em artigo de sua autoria intitulado “Sistema Eleitoral Brasileiro: evolução histórica” (TEXTO Nº 0004), diz que:

Cabe esclarecer que em nosso País as eleições vêm sendo realizadas desde a sua colonização e, desde aquela época, vêm sofrendo mudanças em alguns aspectos históricos de suas representações eleitorais (...) Assim, verifica-se que as condições políticas do País possuem relação intrínseca com o Processo Eleitoral e a escolha de nossos representantes através do voto, da eleição e da representação.

Segundo JAIRO NICOLAU (História do voto no Brasil, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2002, grifamos – contra-capa):

Poucos países têm uma história eleitoral tão rica quanto a do Brasil, que hoje representa o terceiro

maior eleitorado do planeta, perdendo apenas para Índia e Estados Unidos.

AROLDO MOTA classifica em cinco fases históricas o elenco de leis eleitorais: 1a fase) no Império;

2a fase) na 1ª República (1889-1930); 3a fase) na 2ª República (1930-1945), 4a fase) na 3ª República (1945-1964);

5a fase) na 4ª República (1964-até nossos dias).HILDA SOARES classifica os períodos de:

1) Colônia;

2) Império (1822-1889);

(19)

4) Revolução de 1930; 5) Estado Novo (1937-1945); 6) Redemocratização (1945-9167); 7) Regime Militar (1967-1985);

8) Nova República (1985-até os dias de hoje).

1.4.1. Quadro Evolutivo - Histórico Legislativo: Brasil Colônia:

No Brasil Colônia vigoravam, basicamente, as Ordenações do Reino:

Ordenações do Reino (Título 67 do Livro Primeiro das Ordenações), que constituiu um Código Eleitoral e vigorou no Brasil desde a Colonização até 1828;

Alvará de 12/11/1611 – preencheu lacunas das Ordenações;

Alvará Régio, de 1771 – Imunidade Parlamentar;

Decreto de 07 de março de 1821, de D. João VI – aprovou as “Instruções para as eleições dos Deputados das Cortes do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves” / abrangeu pela primeira vez todo o território brasileiro.

Brasil Império:

Com a Independência, em 1822, o Brasil passou a editar sua própria legislação eleitoral; as Leis eram então chamadas de Instruções, feitas através de Decretos do Imperador:

1ª Lei Eleitoral do Brasil = Decreto de 26 de março de 1824 (no Brasil Império foram várias as Leis Eleitorais e as Instruções);

2ª Lei Eleitoral do Brasil = 1º de outubro de 1828;

Decreto nº 157, de 04/03/1842 – aboliu o voto por procuração;

Lei nº 387, de 19/08/1846 (considerada a 1ª Lei Eleitoral realmente brasileira, marco final da aplicação das Ordenações do Reino em todo o Império do Brasil) – regulava a maneira de proceder às eleições de Senadores, Deputados, membros das Assembléias Provinciais, Juízes de Paz e Câmaras Municipais;

Decreto nº 842, de 19 de setembro de 1855 – nova Lei Eleitoral, conhecida como Lei dos Círculos, que implantou o sistema dos “círculos” ou distritos eleitorais;

Decreto nº 1.082, de 18/08/1860 – “Segunda Lei dos Círculos”, derrogou a Lei 387/46 e o Decreto 842/55 / aumentou o número de deputados por distrito;

Decreto nº 2.675, de 20/10/1875 – Lei do Terço – os eleitores votavam em 2/3 dos elegíveis / introduziu o título eleitoral;

LEI SARAIVA ou LEI DO CENSO , sancionada através do Decreto Legislativo nº 3.029, de 09 de janeiro de 1881, e regulamentada pelo Decreto nº 8.213, de 13 de agosto de 1881 – redação de RUY BARBOSA, (o Projeto tinha sido iniciativa do Conselheiro Saraiva) - determinava um censo com vista ao alistamento permanente

(20)

de eleitores, títulos eleitorais assinados pelos Juízes de Direito, determinava eleições diretas através do voto secreto, adotou o voto do analfabeto que foi proibido mais tarde, e restabelecido na EC nº 25/1985, etc;

Lei nº 3 .340, de 14/10/1887 – sancionada pela Regente Princesa Isabel, foi a última Lei Eleitoral do Império e modificou o processo de eleições das Assembléias Legislativas Provinciais e dos Vereadores às Câmaras Municipais.

BRASIL REPÚBLICA:

Até 1930, legislação eleitoral esparsa, ainda influenciada pelas práticas do Império:

Decreto nº 511, de 23 de junho de 1890 - Regulamento Alvim - 1ª Lei Eleitoral da República / quase todo baseado na Lei Saraiva quanto ao processo de eleição;

Decreto nº 663, de 14/08/1890 – mecanismos de controle e fiscalização eleitoral;

Lei nº 35, de 26/11/1892 – estabeleceu o processo direto de eleições federais;

Lei nº 1.269, de 15/11/1904 – Lei Rosa e Silva – considerada por alguns como autêntico código eleitoral, a mais importante lei eleitoral da velha república;

Decreto nº 2.419, de 11/07/1911 – estabeleceu inelegibilidades;

Lei nº 3.129, de 02/08/1916 – regulou o processo eleitoral, dispôs sobre alistamento, etc;

Decreto nº 4.226, de 20/12/1920 – instituiu o alistamento permanente;

Decreto nº 21. 076, de 24/02/1932 - 1º Código Eleitoral – a estrutura do Direito Eleitoral Brasileiro baseou-se nesse Código e na Lei Saraiva / universalidade de sufrágio, considerando o voto como um direito e um dever cívico e estendo o direito do voto à mulher, criação dos princípios de uma democracia de partidos políticos, criou uma Magistratura Especial (Justiça Eleitoral);

Lei nº 48, de 04 de maio de 1935 - 2º Código Eleitoral.

OBS. de 1937 a 1945 – foi extinta a Justiça Eleitoral no Brasil.

Decreto -Lei nº 7.586, de 28/05/1945 – alguns consideram como sendo o 3º Código Eleitoral - ressurge a Justiça Eleitoral;

Lei nº 1.164, de 24/07/1950 - 3º Código Eleitoral.

Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 = 4º Código Eleitoral, ainda vigente. 1.4.1. Quadro Evolutivo - Histórico Constitucional:

A Constituição Federal será sempre “o norte da trajetória do Direito Eleitoral”, tanto no sentido material quanto no sentido processual.

Todas as Constituições brasileiras dispuseram sobre matéria eleitoral típica: 1ª) Constituição de 1824 - 1ª Constituição do Brasil, de 25 de março de 1824.

Também denominada de Constituição Imperial (outorgada, única semi-rígida / Monarquia), é considerada amais longa das Constituições Brasileiras. Adotava, em matéria eleitoral, o Livro 6 das Ordenações do Reino.

(21)

“Capítulo VI – Das Eleições” - arts. 90 a 97, preve o sistema político bicameral (Câmara dos Deputados e Câmara do Senado) e sobre a vitaliciedade dos Senadores; Sobre a Constituição de 1824 diz JOEL J. CÂNDIDO (2004:23) que ela:

Dispôs sobre as eleições indiretas para deputados e senadores para a Assembléia Geral e Conselhos Gerais das Províncias; sobre quem podia ou não votar nas Assembléias Paroquiais e sobre quem era elegível, legando à ‘lei regulamentar’ a missão de marcar o ‘modo prático das eleições e o número de deputados relativamente à população do Império’ arts. 90 a 97).

2) Constituição de 1891 - 2ª Constituição do Brasil e 1ª Constituição da República, de 24 de fevereiro de 1891.

Institui no Brasil a República Federativa Presidencialista (promulgada; rígida;). Previu eleições por “sufrágio direto da nação e maioria absoluta de votos” para Presidente e Vice-Presidente da República, bem como as hipóteses de inelegibilidades para o cargo de Presidente e Vice-Presidente da República (art. 47). 3) Constituição de 1934 – 3ª Constituição do Brasil, de 16 de julho de 1934.

Foi a 1ª Constituição a prever a Justiça Eleitoral (que já havia sido criada pelo Código Eleitoral, através do Dec. nº 2.076/32) como órgão do Poder Judiciário. Estabeleceu competência privativa da Justiça Eleitoral para o processo das Eleições, dispôs sobre alistamento, direitos políticos e inelegibilidades e assegurou à mulher o direito constitucional do voto.

Houve um avanço na sistemática eleitoral.

4) Constituição de 1937 – 4ª Constituição do Brasil, de 10 de novembro de 1937. É a Constituição do Estado Novo (outorgada), tendo extinguido a Justiça Eleitoral. A Lei Constitucional nº 9, de 28/02/1945, ensejou a edição do Decreto Lei nº 7.586, de 28/05/1945, recriando a Justiça Eleitoral como órgão autônomo do Poder Judiciário.

5) Constituição de 1946 – 5ª Constituição do Brasil, de 18 de setembro de 1946. A Constituição de 1946 assemelhou-se à Constituição de 1891.

A Justiça Eleitoral volta a ter previsão constitucional e atribui-se à União competência privativa para legislar sobre Direito Eleitoral.

Manteve o espírito do Código Eleitoral de 1932.

O “Ato Adicional” EC nº 4, de 02/09/1961/61, institui o sistema parlamentar no Brasil. A EC nº 6, de 23/02/1963, retorna o país ao regime presidencialista.

6) Constituição de 1967 – 6ª Constituição do Brasil;

A Constituição de 1967 manteve a Justiça Eleitoral como órgão do Poder Judiciário e dispôs sobre os direitos políticos e sobre os partidos políticos.

(22)

A EC nº 01/69 regulou a Justiça Eleitoral e dispôs sobre os direitos políticos e sobre os Partidos Políticos. A EC nº 15, de 19/11/1980 restabeleceu o voto direto para Governador e Senador. A EC nº 25, de 15/05/1985 dispos que o Presidente e Vice seriam eleitos por sufrágio universal, voto direto e secreto.

1.5. LEGISLAÇÃO ELEITORAL VIGENTE:

• Lei nº 1.207, de 25/10/1950 – Dispõe sobre o direito de reunião.

• Lei nº 4.410, de 24/09/1964 – Institui prioridade para os feitos eleitorais e dá outras providências.

CÓDIGO ELEITORAL - Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 = 4º Código, ainda vigente.

• Lei nº 6.091, de 15/08/1974 – Dispõe sobre o funcionamento gratuito de transporte, em dias de eleição, a eleitores residentes nas zonas rurais e dá outras providências. • Lei nº 6.996, de 07/06/1982 – Dispõe sobre a utilização de processamento eletrônico

de dados nos serviços eleitorais e dá outras providências.

• Lei nº 6.999, de 07/06/1982 – Dispõe sobre a requisição de servidores públicos pela Justiça Eleitoral e dá outras providências.

• Lei nº 7.444, de 20 de dezembro de 1985 – Dispõe sobre a implantação do processamento eletrônico de dados no alistamento eleitoral e revisão do eleitorado e dá outras providências.

CONSTITUIÇÃO DE 1988 – 7ª Constituição do Brasil (vigente), de 05 de outubro de 1988, com 62 Emendas Constitucionais / arts. 14 a 16 (direitos políticos), art. 17 (Partidos Políticos), arts. 92, V e 118 a 121 (Justiça Eleitoral) / EC nº 16, de 04/06/1997 – emenda da reeleição / art. 29 (eleição municipal) EC 58/09.

LEI DAS INELEGIBILIDADES – Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990 – Estabelece, de acordo com o art. 14, § 9º, da CF, casos de inelegibilidade, prazos de cessação, prevê crime eleitoral, e determina outras providências.

Lei Complementar nº 78, de 30/12/1993 – Disciplina a fixação do número de Deputados, nos termos do Art. 45, § 1º da CF.

LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS - Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995 – Dispõe sobre Partidos Políticos, regulamenta os arts. 17 e 14, § 3º, inciso V, da CF/88 / revogou a LOPP - Lei Orgânica dos Partidos Políticos, nº 5.682/71.

Lei nº 9.265, de 12/02/1996 – Regulamenta o inciso LXXVII do art. 5º da CF, dispondo sobre a gratuidade dos atos necessários ao exercício da cidadania.

Lei Complementar nº 86, de 14/05/1996 – Acrescenta dispositivo ao Código Eleitoral, a fim de permitir a ação rescisória em casos de inelegibilidade.

LEI GERAL ELEITORAL – Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997 – Estabelece normas para as eleições / criada para vigorar para todas as eleições a partir de 1998 / alterada pela Lei nº 9.840, de 28/09/1999 (Lei da CNBB – 1ª Lei levada ao Congresso por iniciativa popular, coordenada pela CNBB e outras entidades), pela Lei nº 10.408, de 10/01/2002 (dispôs sobre a segurança e fiscalização do voto eletrônico, introduzindo o “voto impresso”) e pela Lei nº 11.300, de 10 de maio de 2006 (Dispõe sobre propaganda, financiamento e prestação de contas das despesas com campanhas eleitorais);

(23)

Segundo TITO COSTA (apud ADEMIR ISMERIN MEDINA, 2002, apresentação):

Após o advento da Lei nº 9.504/97 (a Lei das Eleições) o direito positivo eleitoral enriqueceu-se com um diploma legal de caráter permanente, marcando um avanço em nossa legislação especial dessa área, complementando regras inscritas em nosso Código Eleitoral, na Lei das Inelegibilidades e na Lei dos Partidos Políticos.

Ver RESOLUÇÕES do TSE.

RICARDO MOREIRA,no artigo citado (TEXTO Nº 0004), considera que:

Os Sistemas Eleitorais e suas possibilidades de evolução para mecanismos que permitam ao povo uma maior participação no seu próprio destino visam uma melhoria na qualidade de vida e torna-se um instrumento importante para a compreensão da Democracia, eis que, se não condicionam, pelo menos têm forte relação com os sistemas partidários e com os sistemas de governo, pois suas diversas modalidades influenciam o leitor, restringindo ou não sua liberdade de escolha, dando-lhe maior ou menor e expressão, não restando dúvidas, portanto, de que todas essas questões não será resolvidas com apelos éticos partidários (...) A legislação eleitoral no Brasil, embora consagre modelos que também são aplicados em outros países, possui variações que são típicas de nossa história e que correspondem, muitas vezes, a situações específicas do jogo de poder. É importante este referencial, porque, mais do que em qualquer outro ramo do Direito, ele se faz sentir no Direito Eleitoral Brasileiro.

OBS. Para consultar a legisla ção eleitoral :

< http://tse.gov.br/internet/legislacao/eleitoral_blank.htm

< http://noticias.terra.com.br/eleicoes/guia/legislacao/integras.html

DOUTRINA CITADA:

CÂNDIDO, Joel J. - Direito Eleitoral Brasileiro, 11ª ed. atualizada, Bauru, São Paulo: Edipro, 2004.

DALLARI, Dalmo de Abreu - Elementos da Teoria Geral do Estado, 23ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

FERREIRA FILHO, Manoel Goncalves – Curso de Direito Constitucional, 31ª ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

MEDINA, Ademir Ismerim - Comentários à Lei Eleitoral, São Paulo: Quartier Latin, 2002.

MICHELS, Vera Maria Nunes - Direito Eleitoral de acordo com a Lei nº 9.504/97, 2ª ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2002.

MIRANDA, Henrique Savonitti - Curso de Direito Constitucional, 2ª ed, rev. e atual. Brasília: Senado Federal, 2005.

MORAES, Alexandre de - Direito Constitucional, 19ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.

NICOLAU, Jairo - História do voto no Brasil, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed, 2002.

SILVA, José Afonso da - Curso de Direito Constitucional Positivo, São Paulo:Malheiros, 1.2004.

(24)

TEXTOS RECOMENDADOS COMO LEITURA COMPLEMENTAR:

ALVES, Fábio Wellington Ataíde - Os 500 anos de participação popular no Brasil, (disponível em: < http://www.senado.gov.br/web/cegraf/ril/Pdf/pdf_146/r146-15.pdf >) - TEXTO Nº 0002.

MORAES, Alexandre de - Reforma política do estado e democratização, (disponível em: < http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3022 >) - TEXTO Nº 0003.

MOREIRA, Ricardo, Sistema Eleitoral Brasileiro: evolução histórica, (disponível em: <

http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3468&p=1 >) - TEXTO Nº 0004.PASSOS, Edilenice - Fontes de Informação de Direito Eleitoral,

(disponível em: < http://www.infolegis.com.br/fonte-direitoeleitoral.htm >) - TEXTO Nº 0001.

SILVEIRA, Cláudia Maria Toledo - A cidadania no Brasil pela Constituição de 1988, (disponível em: < www.jusnavigandi.com.br) >) - TEXTO Nº 005.

(autor desconhecido) - Presidencialismo e Parlamentarismo. (disponível em: <http://www.educacional.com.br/reportagens/eleicoes2002/presidencialismo.asp >) - TEXTO Nº 0046.

Osnabrück, Niedersachsen - Deutschland, revisto e atualizado em 10 de fevereiro de 2010 Profª LUCIA LUZ MEYER

meyer.lucia@gmail.com

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