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Análise comparativa da temperatura média do ar em Campina Grande, PB, obtida pelo Método dos Extremos e pelo Método Padrão

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ISSN:1984-2295

Revista Brasileira de

Geografia Física

Homepage: www.ufpe.br/rbgfe

Análise Comparativa da Temperatura Média do Ar em Campina Grande, PB,

Obtida pelo Método dos Extremos e pelo Método Padrão

Jório Bezerra Cabral Júnior¹; Hermes Alves de Almeida2; Cláudio Moisés Santos e Silva³

¹Geógrafo, Mestrando em Ciências Climáticas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGCC-UFRN) Campus Natal, RN, Brasil, jorio.cabral@hotmail.com; ²Prof. Dr. do Departamento de Geografia e do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional, Universidade Estadual da Paraíba, Campus Campina Grande, Paraíba, Brasil. ³Prof. Dr. do Departamento de Física Teórica e Experimental e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Climáticas (PPGCC-UFRN) Campus Natal, RN, Brasil.

Artigo recebido em 31/07/2013 e aceito em 20/08/2013

R E S U M O

O presente trabalho teve como objetivo principal comparar os valores da temperatura média do ar calculados pelos métodos Padrão (INMET) e dos Extremos (FAO). Utilizando-se uma série de dados diários de temperatura do ar (das 12:00 e 24:00 UTC) e das temperaturas máxima e mínima, do período:01.01.1980 a 31.12.2011, cedida pela Embrapa Algodão, em Campina Grande, PB. Os dados horários/diário foram agrupados cronologicamente e em seguida determinadas as médias diárias da temperatura média do ar, aplicando os dois métodos citados. Das médias diárias foram calculadas as médias mensais e por estação do ano. As análises estatísticas foram feitas usando as medidas de tendência central (média e mediana), de dispersão (amplitude e desvio padrão) e de frequência. O modelo de ajuste foi o de regressão linear simples e de correlação de Pearson. Os principais resultados indicaram que os valores médios mensais, anuais e por estação do ano da temperatura média obtida pelo método dos extremos foram maiores, em média, de 1 a 2°C que os pelo método padrão. Ao nível de 99% de confiança estatística ( = 0,01), o efeito linear foi positivo nas quatro estações do ano podendo ser expressa da seguinte forma no verão (Y= 4,4435 + 0,8725x) no outono (Y= -2,4939 + 1,1436x) no inverno (Y= -1 0445 + 1,1084x) e na primavera (Y= - 1,2228 + 1,1084x). Houve forte correlação (r) entre os dois métodos oscilando entre 0,834 (no verão) e 0,981 (no inverno). Recomenda-se precaução no uso da média pelo método dos Extremos, pois a sua utilização, através dos dados analisados, acarreta superestimativa.

Palavras-chave: Clima, variabilidade, sazonalidade.

Comparative Analysis of Average Temperature of Air in Campina Grande, PB,

When Obtained by the Extreme and Standard Methods

A B S T R A C T

The main objective of the present work is to compare the daily air temperature calculated by two different methods, the Standard and the Extreme. We used a climatological time series from 1th January 1980 to 31 December 2011 of daily air temperature collected at 1200 and 0000UTC as well as the maximum and minimum daily temperature, available from “Embrapa Algodão”, located in Campina Grande municipality. The dataset was chronologically organized and both, Standard and Extreme, methods were applied. Monthly and climatological analyses were performed from the daily results. The statistic analyses were performed based on average and median calculations. In addition statistic dispersion (amplitude and standard deviation) and frequency distribution were analyzed. We used the linear model and Pearson correlation in order to adjust the models. O main results indicates that the monthly, annual and seasonal temperature obtained by the Extreme methods is always higher relatively to Standard method one. At 99% confidence level the linear effect was positive during the four seasons. In summer the linear equation was (Y= 4,4435 + 0,8725x), in autumn (Y= -2,4939 + 1,1436x) in winter (Y= -1 0445 + 1,1084x) and in spring (Y= - 1,2228 + 1,1084x). A strong correlation was verified between the two models with r = 0.834 and r = 0.981 in winter. Based on results here presented we recommend precaution in using the Extreme values method because it causes overestimation in daily temperature.

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1. Introdução

No âmbito meteorológico e climático a temperatura do ar é o elemento de extrema importância, pois influencia diversos outros elementos climáticos, assim como na produção agrícola, nos recursos hídricos, nos meios socioeconômico e ambiental.

As aplicações de métodos e de análises estatísticas, aplicados a este elemento do tempo e do clima, permitem compreender melhor os fenômenos atmosféricos derivados, determinando os seus padrões de ocorrência e propiciando uma adequada previsibilidade do seu comportamento numa região. Com essa ferramenta científica é possível identificar se a variação de um determinado elemento climático se deve a uma variabilidade natural ou é uma mudança do elemento meteorológico ou do próprio método.

Assim, tal como é para a temperatura do ar, existe formas distintas de obtenção do valor médio diário, o que depende basicamente da quantidade de dados coletados pela estação ao longo do dia, tornando-se pertinente, sempre que possível, analisar as equações que comumente são utilizadas para o cálculo dos valores médios diários dos elementos meteorológicos. (TERAMOTO et al. 2009).

Peterson e Vose (1997) citam que há mais de cem fórmulas para calcular a temperatura média diária do ar (tmed), embora Almeida (2012), por sua vez, recomenda o método Padrão, já recomendados pela Organização Mundial de

Meteorologia (OMM) e Instituo Nacional de Meteorologia (INMET).

Quanto ao método dos extremos é utilizada pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) na estimativa da evapotranspiração de referência por Penman-Monteith (FAO 56), a partir da média das temperaturas máxima e mínima diária (ALLEN et al., 1998).

Ainda são necessárias análises comparativas quando se utiliza dos mesmos dados de temperatura, por exemplo, com métodos diferentes de média, pois isso pode resultar em diferenças apreciáveis, e consequentemente conduzir a inúmeros erros nos resultados obtidos.

Ledo et al. (2011) calculou a temperatura média por diferentes metodologias em Barbalha no estado do Ceará e identificou que os quatro métodos avaliados em relação ao padrão (INMET) podem ser utilizados nas estimativas de temperaturas médias diárias do ar.

Porém, Jerszurki e Souza (2010) fazendo análise comparativa em doze localidades com diferentes métodos encontraram sérias restrições para utilizar a temperatura média do ar calculada pelo método dos extremos (FAO), principalmente nas estações do verão e primavera.

A questão é complexa porque efeitos semelhantes podem resultar da mudança do local da estação meteorológica, ou de alteração do seu entorno (VAREJÃO-SILVA, 2006). Nesse caso não se trata de mudança de

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temperatura e sim de local, de tecnologia ou se for à média de procedimentos de determinação (Almeida, Souza e Alcântara, 2008).

Nesse contexto, o objetivo principal da presente pesquisa é o de comparar valores médios de temperatura do ar em Campina Grande-PB, para identificar se há diferenças entre estes dois métodos, Padrão (OMM / INMET) e Extremos (FAO).

2. Material e Métodos

2.1 Área de estudo e coleta de dados

A área de estudo compreende a localidade de Campina Grande (latitude 7° 13' 0" S, longitude de 35° 53' 0" W e altitude 551 m), inserida na mesorregião do Agreste do Estado da Paraíba, conforme a Figura 1.

De acordo com os anais da COBENGE (2005) Campina Grande está localizada a 120 km a Oeste da capital João Pessoa-PB. Pólo de cinco microrregiões homogêneas que compõe o Compartimento da Borborema exerce influência geoeconômica em limites que transpõem fronteiras estaduais, tornando-se, assim, uma das mais importantes do Nordeste do Brasil.

Quanto à estrutura geológica é constituída por rochas resistentes, muito antigas, que formam o Complexo Cristalino da era Pré-Cambriana (CPRM, 2005).

A área da unidade é recortada por rios predominantemente intermitentes, de pequena vazão e potencial de água subterrânea baixo. A vegetação é formada por Florestas Subcaducifólica e Caducifólica, próprias das áreas agrestes. Pela classificação climática de Köppen, o clima é Tropical, com temperatura média do mês mais frio superior a 18° C e a precipitação média anual superior a 700 mm, cuja fórmula climática é Asi.

Para análise e avaliação do presente trabalho foram utilizados dados meteorológicos horários e diários de temperatura do ar, coletados nas Estações Meteorológicas Convencional (EMC) e Automática (EMA), instaladas no Centro Nacional de Pesquisa do Algodão (Embrapa/CNPA), em Campina Grande, PB, e pertencentes ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) (Figura 2).

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Figura 1. Localização da área de estudo.

Figura 2. Estação Meteorológica, instalada no Centro Nacional de Pesquisa do Algodão /EMBRAPA, pertecente ao INMET, em Campina Grande, PB.

2.2 Procedimentos e metodologia

As observações meteorológicas foram realizadas diariamente às 12:00, 18:00 e 24:00 UTC (Unidade de Tempo Coordenado),

como também os valores das temperaturas extremas (máxima e mínima) durante o período de 01.01.1980 a 31.12.2011. A temperatura média diária (tmed), determinada

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pelo método padrão (INMET), foi calculada segundo a equação 1: 5 2 min 24h máx h 12 Padrão tar + t + t + tar = tmed  (1) Sendo:

tmedPadrão : temperatura média diária;

tar 12h : temperatura do ar lida às 12:00h UTC;

tar 24h : temperatura do ar lida às 24:00h UTC;

tmáx : temperatura máxima do dia;

t min : temperatura mínima do dia.

Em seguida determinou-se a temperatura média diária utilizando o método dos extremos (tmedExtremos), (FAO). Dado pela

equação 2:

2

min

t

+

t

=

tmed

Extremos máx (2)

A unidade de medida utilizada para ambos os métodos foi em graus Celsius (°C).

As médias mensais e anuais das temperaturas mínimas, médias e máximas do ar foram determinadas pela média aritmética dos seus respectivos valores diários e mensais. O mesmo critério foi usado no cálculo da tmed de toda a série, as medidas de tendência central (média e mediana) e dispersão (desvio padrão, amplitude e desvio relativo), foram utilizadas de acordo com os critérios propostos por Assis, Arruda e Pereira (1996).

A princípio foram analisadas separadamente as médias por estações do ano, tanto da média calculada pelo método padrão, como pelo dos extremos, e posteriormente comparadas entre si.

As frequências dos valores médios diários, pelos dois métodos, foram computados em diferentes classes de valores de temperatura e organizados num histograma de frequências relativas.

A análise de regressão (Y= a + bX) foi utilizada para indicar qual a relação existente entre as médias de temperaturas determinadas pelos dois métodos, sendo o método Padrão a referência, e, portanto a variável independente (X) em relação ao método dos Extremos (Y). Os coeficientes a e b são os parâmetros que indicam por meio do teste de significância, e do coeficiente angular, a interdependência.

Para identificar a proporção da variação entre os diferentes valores médios de temperatura do ar calculou-se o coeficiente de Determinação (R²), dado por:

R² =

SQ

reg

SQ

tot

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Sendo R²: Coeficiente de Determinação; SQreg: Soma do Quadrado de Regressão;

SQ tot: Soma do Quadrado Total.

O coeficiente de correlação (r) foi utilizado para detectar se há ou não relação linear entre as variáveis, e qual a intensidade de relação existente entre ambas. O método

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utilizado foi o da correlação de Pearson, utilizando-se as variáveis para as duas temperaturas médias (X e Y) e o numero de observações (n) de acordo com Spiegel (1972), expresso pela equação 4:

2 1 1 2 1 2 1 2 1 1 1

                           n = i n = i i i n = i n = i i i n = i n = i i n = i i i i Y Y n X X n Y X Y X n = r (4) 3. Resultados e Discussão

Nas Figuras 3 e 4, verificam-se as médias mensais das médias, medianas e Desvio Padrão (DP) calculados pelos métodos padrão e dos extremos, respectivamente.

Observa-se que os valores médios e as medianas mensais diferem entre os métodos. No método padrão a temperatura média mensal oscilou entre 24,5 °C (Jan-Fev-Mar) e 23,3 °C (Jul); no método dos extremos a oscilação ficou entre 25,8 °C (Dez-Jan) a 22 °C (Jul), indicando uma amplitude de 3,8 °C, sendo 0,6 °C a mais em relação à amplitude determinada pelo método padrão.

A maior dispersão da média pelo método padrão foi no mês de fevereiro, e pelo método dos extremos foi no mês de março, com valor igual de 0,9 °C; o coeficiente de variação para esses meses é de 3,4 e 3,5%, respectivamente. 20,0 21,0 22,0 23,0 24,0 25,0 26,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses Te m pe ra tura do a r C ) 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 D e s v io P a drã o (D P ) Média Mediana DP

Figura 3. Médias mensais da média, mediana e Desvio Padrão da temperatura média do ar (temperatura média calculada pelo método Padrão) de Campina Grande, PB, período: 01.01.1980 a 31.12.2011

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20,0 21,0 22,0 23,0 24,0 25,0 26,0

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses Te m pe ra tura do A r C ) 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 D e s v io P a drã o (D P ) Média Mediana DP

Figura 4. Médias mensais da média, mediana e Desvio Padrão da temperatura média do ar (temperatura média calculada pelo método dos extremos) de Campina Grande, PB, período: 01.01.1980 a 31.12.2011.

As médias mensais das temperaturas máximas, médias (calculadas pelos métodos dos Extremos e Padrão) e mínimas são mostradas na Figura 5. A média da temperatura máxima foi de 30,6°C em dezembro e janeiro. A menor média da mínima foi de 18,4°C em agosto quando se observou uma amplitude, média, de 12,2 °C.

As temperaturas médias pelo método padrão apresentam tendência de aproximar-se

mais das temperaturas médias das mínimas, isso se deve ao fator de ponderação com peso maior (dois) no cálculo para o horário das 24UTC (21h, horário local).

Quanto às temperaturas médias calculada pelo método dos extremos são determinadas exatamente pela interseção entre a média da máxima e da mínima, isso ocorre devido a serem esses os únicos envolvidos e sem ponderação no referido cálculo.

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18 20 22 24 26 28 30 32 J F M A M J J A S O N D Meses Te m pe ra tura do a r C ) 18 20 22 24 26 28 30 32 Te m pe ra tura do a r C )

Tmedmáx Tmed Extremos Tmed Padrão Tmedmin

Figura 5. Médias mensais da temperatura máxima (Tmáx), média calculada pelo método dos extremos (Tmed Extremos), média calculada pelo método padrão (Tmed Padrão) e mínima (Tmin). Campina Grande, PB, período de 1980-2011.

As oscilações anuais das médias da temperatura média do ar foram observadas ao longo da série histórica de 32 anos, houve anos que registraram média anual acima como abaixo da série histórica, ou seja, os anos que registraram médias acima da média histórica resultaram em Desvios Relativos Positivos (DRP’s) e as médias com valores abaixo, Desvios Relativos Negativos (DRN’s), evidenciando-se na Figura 6.

Os DRP’s da temperatura média padrão em relação à média histórica (23,3°C) foram de 40,6%. Em 9,4% estiveram na faixa da média histórica e 50% resultaram em DRN’s. Os DRP’s e os DRN’s da tmed do ar

obtida pela média dos extremos em relação a sua média histórica (24,4°C) corresponderam em 40,6 e 46,9%respectivamente; 12,5% foram os valores médios anuais que não apresentaram desvio.

Na década de 80 em 8 dos dez anos observou-se DRN’s, o contrário ocorreu na década 2000. O maior desvio médio ocorreu no ano de 1998 (1,1°C). Em 1980 a 1986 foi registrada uma sequência na diminuição das temperaturas médias, e de 2006 a 2010 uma sequência de aumento.

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-1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 1980 1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007 2010 Anos D R (°C ) tmedPadrão tmedExtremos

Figura 6. Desvios relativos médios (em °C) das médias anuais calculada pelo método Padrão pela diferença das médias anuais do método dos Extremos de Campina Grande, PB, médias do período: 01.01.1980 a 31.12.2011.

A seguir é apresentado uma análise sazonal (Figuras 7 e 8). Foi verificado diferenças quando comparadas as frequências de médias diária calculada por ambos os métodos. No verão (janeiro) a maior frequência de ocorrência de temperatura pelo método padrão foi entre 24

e ≤ 25,5 °C; pelo método dos extremos a maior ocorrência foi para valores acima de 25,5°C. Em julho (mês mais frio) a maior frequência, de ocorrer valores de temperatura média diária, é entre o intervalo de classe compreendido entre 21 e 22,5 °C, com 57,1 e 57,5%; Padrão e Extremos, respectivamente.

0 10 20 30 40 50 60 70 80 F r (% )

Jan Abr Jul Out

M eses

≤ 21°C > 21 e ≤ 22,5°C > 22,5 e ≤ 24°C > 24 e ≤ 25,5 °C >25,5 °C

Figura 7. Histograma de frequências para ocorrência de diferentes valores de temperaturas médias diárias, médias obtidas pelo método Padrão em Campina Grande, PB.

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0 10 20 30 40 50 60 70 80 F r (% )

Jan Abr Jul Out

M eses

≤ 21°C > 21 e ≤ 22,5°C > 22,5 e ≤ 24°C > 24 e ≤ 25,5 °C >25,5 °C

Figura 8. Histograma de frequências para ocorrência de diferentes valores de temperaturas médias diárias, médias obtidas pelo método dos Extremos em Campina Grande, PB.

Destaca-se que as médias dos extremos foram sempre superiores que as médias determinadas pelo método padrão; vale ressaltar que não houve relação de proporcionalidade quando se observou os desvios nas quatro estações, ou seja, há estação com desvios maiores e outras menores. No verão e na primavera identificou-se a maior diferença entre os métodos, cerca de 1,3°C em média.

As médias para o verão, outono, inverno e primavera são de respectivamente 24,4; 23,9; 21,5 e 23,2°C pelo método padrão. Para o método dos extremos são sucessivamente de 25,8; 24,9; 22,3 e 24,5 °C.

Os dados médios e medianos (Figuras

3, 4 e 5) assim como os desvios relativos médios (Figura 6) e até mesmo a ocorrência de frequências para diferentes valores de temperatura (Figuras 7 e 8) diferiram em

quantidade, ocorrência e dispersão, particularmente quando se comparou médias obtidas por métodos distintos.

As médias da temperatura média calculada pelo método dos extremos (FAO) diferiram, demonstrado superestimação quando comparada pelo método padrão (OMM), o que corrobora com resultados encontrados por Teramoto et al. (2009). Neste caso não se trata de mudança de temperatura e sim de procedimentos de determinação conforme descrito por Almeida, Souza e Alcântara (2008), complementado por Jerszurki & Souza (2010) ao afirmarem que a temperatura média do ar calculada pelo método dos extremos, poderá ser utilizada, porém com sérias restrições.

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23 24 25 26 27 28 1980 1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007 2010 Anos Te m pe r a tura do a r ( ° C ) 23 24 25 26 27 28 Te m pe r a tura do a r ( ° C )

Tmed Extremos Tmed Padrão

22 23 24 25 26 27 1980 1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007 2010 Anos Te m pe r a tura do a r ( ° C ) 22 23 24 25 26 27 Te m pe r a tura do a r ( ° C )

Tmed Extremos Tmed Padrão

20 21 22 23 24 1980 1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007 2010 Anos Te m pe r a tura do a r ( ° C ) 20 21 22 23 24 Te m pe r a tura do a r ( ° C )

Tmed Extremos Tmed Padrão

21 22 23 24 25 26 1980 1983 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007 2010 Anos Te m pe r a tura do a r ( ° C ) 21 22 23 24 25 26 Te m pe r a tura do a r ( ° C )

Tmed Extremos Tmed Padrão

Figura 9. Médias anuais das temperaturas médias, por estação do ano, calculada pelo método dos extremos (Tmed Extremos), e média calculada pelo método padrão (Tmed Padrão) em Campina Grande, PB, período de 1980-2011.

Nota-se na Figura 10 o modelo de regressão linear simples e o coeficiente de Determinação da reta (R²) entre os dois valores médios do método INMET e FAO, por estação do ano.

Foi verificado que há uma relação linear positiva entre os dois métodos de cálculo para a temperatura média do ar em Campina Grande, sendo que os valores lineares foram diferenciados. No verão, aumentando-se um grau de temperatura média do ar pelo método padrão aumenta-se, em média, 0,8725 graus da tmed pelo método dos extremos. A estação do outono foi a que

de 1,1436, em média, nos valores dos extremos com aumento de cada grau pelo método Padrão. Já os valores nas estações de inverno e primavera foi de 1,1084 de aumento, em média.

O coeficiente de determinação (R²) foi de 0,6955 no verão, nas demais estações do ano o R² ficou superior a 0,92; o que significa alta relação linear entre a temperatura média pelos métodos analisados.

No verão, o valor calculado f = 68,52 , foi maior que o valor crítico f 0,01(1,3) = 7,56;

concluindo que ao nível de 1% de probabilidade (α = 0,01), ao efeito linear da

Primavera

a

Verão Outono

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média (INMET) é significativo, podendo ser expressa pela equação Y= 4,4435 + 0,8725x.

No outono e na primavera os valores calculado f foi maior que o valor crítico f

0,01(1,3) = 7,56; e ao nível de 1% de

probabilidade (α = 0,01), essa significância pode ser expressa pela equação Y= -2,4939 +

1,1436x (no outono) e Y= - 1,2228 + 1,1084x (na primavera). Para o inverno o valor calculado f = 380, foi superior ao valor crítico

f 0,01(1,3) = 7,56; sugerindo que ao nível de 1%

de probabilidade (α = 0,01) esse efeito linear é significativo, ajustado a reta pela equação Y= -1 0445 + 1,1084x. y = 4,4435 + 0,8725x R2 = 0,6955 24,7 25,1 25,5 25,9 26,3 26,7 23,5 23,9 24,3 24,7 25,1 25,5 Tmed Padrão (°C) Tm e d E x tr e m os ( ° C ) y = - 2,4939 + 1,1436x R2 = 0,9629 23,5 24,0 24,5 25,0 25,5 26,0 26,5 27,0 22,9 23,4 23,9 24,4 24,9 25,4 25,9 Tmed Padrão (°C) Tm e d E x tr e m os ( ° C ) y = - 1,0445 + 1,084x R2 = 0,927 21,5 22,0 22,5 23,0 23,5 21,0 21,5 22,0 22,5 Tmed Padrão (°C) T m e d E x t r e m o s ( ° C ) y = - 1,2228 + 1,1084x R2 = 0,9705 23,5 24,0 24,5 25,0 25,5 22,5 23,0 23,5 24,0 Tmed Padrão (°C) Tm e d E x tr e m os ( ° C )

Figura 10. Equação de regressão linear simples e coeficiente de Determinação (R²) entre os valores médios mensais das médias por estação do ano calculado pelo método Padrão e o método dos Extremos em Campina Grande, PB, período 1980 a 2011.

Os coeficientes de correlação de Pearson são mostrados na Tabela 1, em que apresentaram valores entre 0,833957 (no verão) e o máximo de 0,985159 (na primavera), o modelo de correlação foi positiva ( > 0 ) cujas intensidades fortes. Isso

significa atribuir que haverá uma predominância quase totalitária de que quando se calcula a média de temperatura do ar em Campina Grande pelo método dos extremos a correlação será aditiva, quando comparada à média do método Padrão.

Verão Outono

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Tabela 1. Coeficientes de correlação de Pearson e as respectivas intensidades entre a temperatura média calculada pelo método Padrão e dos Extremos nas estações do ano. Campina Grande, PB. Estações Coeficiente de Pearson (r) Intensidade da correlação (r) Verão 0,833957 Forte Outono 0,981268 Forte Inverno 0,962787 Forte Primavera 0,985159 Forte 4. Conclusões

- A temperatura média diária pelo método dos extremos foi sempre maior que a do método padrão;

- No verão, as temperaturas médias, pelo método padrão ocorreram com maior frequência entre 24 e 25,5 °C e pelo extremo superior a 25 °C;

- No verão e na primavera a temperatura média do ar, pelo método dos extremos, foi 1,4 oC maior que pelo método padrão e de 1,0

o

C, no outono e inverno;

- Há uma relação linear positiva entre os dois métodos de determinação da temperatura média diária em Campina Grande, PB, sendo o método dos extremos 1,1 °C, em média, maior que o método padrão;

- Os níveis de probabilidade foram estatisticamente significantes a 99% de confiança (α = 0,01) e a correlação existente entre os dois métodos foram fortes.

5. Agradecimentos

Os autores deste trabalho agradecem, em memória, ao Dr Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão, ex-diretor geral da EMBRAPA ALGODÃO, Campina Grande, PB, pelo apoio e incentivo a este trabalho e a pesquisa agrícola nacional.

6. Referencias

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Almeida, H. A. de. 2012a. Climate, water and sustainable development in the semi-arid of northeastern Brazil. In: Sustainable water management in the tropics and subtropics and case studies in Brasil, Unikaseel, Alemanha, v.3, p.271-298.

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Referências

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