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Ser treinador na Football by Carlos Queiroz Manchester United Soccer Schools

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Academic year: 2021

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i Dedicatória

Aos meus pais, por todo o esforço, dedicação e compreensão na minha educação e formação enquanto ser humano.

Ao meu irmão, que para além desse elo familiar, é um amigo que está sempre presente e por tudo o que significa para mim.

A toda a minha família, em especial aos meus Avós pelo amor e carinho, os anos passam mas as saudades não, continuam sempre comigo.

À Filipa, pessoa fundamental neste meu percurso, pelo apoio constante e absoluto, por me suportar no stress deste desafio e, especialmente, pelo Amor incondicional que me dá todos os dias.

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ii Agradecimentos

Agradeço a todos que contribuíram para o desenvolvimento e para consecução deste trabalho. Nestes anos conheci e convivi com diversas pessoas que acrescentaram muito na minha formação pessoal e profissional.

Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Victor Maças, a disponibilidade e rigor na orientação do presente trabalho e a todos os Professores pelo conhecimento transmitido.

Agradeço ao meu orientador da instituição Prof. Hugo Pereira, pela orientação dada ao longo do ano.

Agradeço a todos os treinadores mas de forma especial aos treinadores que acompanhei toda a época Gonçalo Nunes e Jorge Cordeiro.

Agradeço às instituições FootballBy Carlos Queiroz e ao Manchester United Soccer School e aos atletas pela colaboração prestada neste relatório.

À minha família, cujo apoio foi fundamental para vencer este desafio. Todos me ensinaram que o conhecimento e crescimento são importantes, mas só valem quando acompanhados de valores como honestidade, dignidade, respeito, coragem e determinação constante.

Finalmente à Filipa, pela paciência demonstrada e pelo constante apoio e incentivo que me permitiu concluir este trabalho.

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iii Índice Dedicatória ... i Agradecimentos ... ii Índice de Figuras ... v Índice de Gráficos ... vi Resumo ... vii Abstract ... viii 1 Introdução ... 1

1.1 Caracterização geral do estágio ... 1

1.2 Objetivos de estágio ... 2

2 Enquadramento da prática profissional ... 3

2.1 A Organização Dinâmica do Jogo de Futebol ... 6

2.2 Unidade de Treino ... 7

2.3 O Exercício de Treino ... 10

3 Realização Prática Profissional ... 18

3.1 Análise da situação – Diagnóstico ... 18

3.1.1 Caracterização do Nível competitivo ... 18

3.2 Análise da situação - Prognóstico ... 19

3.2.1 Definição de objetivos competitivos ... 19

3.2.2 Definição de objetivos de processo ... 20

3.3 Organização do processo de treino ... 25

3.3.1 Organização Estrutural ... 25

3.3.2 Organização Ofensiva ... 25

3.3.3 Organização Defensiva ... 27

3.3.4 Transição Ataque-Defesa:... 27

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iv

3.3.6 Esquemas Táticos – A Favor ... 28

3.3.7 Esquemas Táticos – Contra ... 29

4 Planeamento anual processo treino ... 31

4.1 Instrumentos controlo do processo de treino ... 32

4.2 Avaliação ... 34

4.2.1 Resultados Jogos Oficiais ... 34

4.2.2 Análise dos dados competitivos ... 36

5 Observação Adversários ... 42

6 Conclusão ... 43

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v Índice de Figuras

Figura 1 - Parâmetros para realização das sessões de treino. (FBCQ, s.d.a.) ... 8

Figura 2 - Da intenção prévia à intenção em ação, segundo Silva, M. (cit. por Tani, 2001) ... 11

Figura 3 - Componentes estruturais do Exercício de treino, Castelo (1996)... 12

Figura 4 - Estrutura e organização dos exercícios e jogos. (FBCQ, s.d.a.) ... 15

Figura 5 - Princípios orientadores na construção de exercícios e jogos. (FBCQ, s.d.a.) ... 16

Figura 6 - Relação dinâmica entre programa curricular e objetivos do clube. (FBCQ, s.d.a.) ... 22

Figura 7 - Princípios orientadores MUSS. (FBCQ, s.d.a.)... 23

Figura 8 - Sistema tático preferencial. (FBCQ, s.d.a.) ... 25

Figura 9 - Organização defensiva. (FBCQ, s.d.a.) ... 27

Figura 10 - Esquema tático ofensivo. (FBCQ, s.d.a.) ... 28

Figura 11 - Esquema tático defensivo. (FBCQ, s.d.a.)... 29

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vi Índice de Gráficos

Gráfico 1 - Horas de treino por atleta ... 33

Gráfico 2 - Minutos de jogo por atleta ... 36

Gráfico 4 - Golos sofridos e tempo de jogo por guarda-redes. ... 37

Gráfico 3 - Golos sofridos por guarda redes por tempo de jogo ... 37

Gráfico 5 - Melhores marcadores equipa ... 38

Gráfico 6 - Melhores marcadores por tempo de jogo ... 38

Gráfico 7 - Mais assistências para golo ... 39

Gráfico 8 - Mais assistências para golo por tempo de jogo ... 39

Gráfico 9 - Envolvimento em golos ... 40

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vii Resumo

A direção de um processo de treino que visa o aumento de rendimento de jovens atletas, com o objetivo de realização competitiva é um processo que, antes de mais, visa preocupações do ponto de vista pedagógico. Para além disso todo o trabalho técnico-tático, físico, mental e social ganha novos contornos, uma vez que, como estamos a desenvolver competências e capacidades em crianças, requer uma profunda investigação e ponderação por parte dos treinadores de futebol jovem

O objetivo deste trabalho foi desenvolvido em torno de uma equipa de competição de escalão de Infantis (11 e 12 anos) e consistiu em compreender todas as formas de preparar e orientar uma equipa de futebol jovem num processo competitivo. Assim, para além de uma fase inicial de diagnóstico do clube e dos processos que se visam desenvolver para alcançar os objetivos propostos fiz o acompanhamento integral da equipa durante toda a época oficial 2010/2011.

Foi-me possível acompanhar e envolver nos processos de treino planeados, conhecer as estratégias desenvolvidas para a competição, a relação com os encarregados de educação, as responsabilidades educativas, mas mais importante conhecer e estudar elementos utilizados que visam o controlo do processo de treino e de competição. Fruto de um registo por treino e por jogo durante toda a época foi possível perceber o volume de treino por atleta bem como o tempo que estes jovens atletas passam a competir.

Palavras-chave: Treino, Jovem Atleta, Competição, Controlo, Volume de Treino, Prática Profissional, Organização

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viii Abstract

Directing a process of training which goal is to enhance the performance of youth athletes, with the objective of competitive achievement is a process that, first of all, intends preoccupations in the pedagogic perspective. Besides that, all the technical, tactical, mental and physic work gains a new layout, because we are developing competences and capacities in children’s and the way they react to this adaptations is crucial.

The objective of this work was develop around a competition team, Infant grade (11 and 12 years old), and consists in understanding all the forms to prepare and orientate a youth football team trough out the process of competition. Therefore, besides of the initial stage of diagnostic of the club and of all the process’s that are aimed to develop to achieve the proposed objectives I did de follow up and monitoring of the team all the 2010/2011 season.

It was possible to monitor and get myself involved in the planned process’s of training, know the strategies developed to the competition, the relationship with the parents, the educational responsibilities, but more important was to know and to study to elements used that aim to control the process of training and competition. Outgrowth of a registry of the training sessions and the games trough out the whole season it was possible to understand the training volume by athlete as well as the time that this young athlete’s spend competing.

Keywords: Training, Young Athlete, Competition, Control, Training Volume, Professional

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1 1 Introdução

1.1 Caracterização geral do estágio

No âmbito do Mestrado em Jogos Desportivos Coletivos, foi proposta a realização de um estágio, cujo objetivo principal era integral uma equipa de futebol de competição. Fazer parte de todo o processo que envolve a equipa e com isso, adquirir alguns conhecimentos para a minha formação académica e profissional.

Neste sentido, foi-me dada a possibilidade de realizar o estágio na escola de futebol Football By Carlos Queiroz (FBCQ) / Manchester United Soccer Scholl (MUSS).

Está dividido em duas grande área, sendo a primeira o enquadramento da minha prática profissional enquanto estagiário e depois a realização da minha prática profissional onde constam todas as tarefas de estágio realizadas.

A equipa acompanhada foi o escalão de Infantis A da FBCQ com atletas de 11 e 12 anos.

Os treinadores da equipa são Gonçalo Nunes e Jorge Cordeiro, enquanto o meu orientador no local de estágio foi o Professor Hugo Pereira.

A primeira fase de treinos consistiu numa integração de novos atletas e preparação para o início dos jogos do campeonato. Neste momento tive oportunidade de aos poucos ir conhecendo todos os atletas e eu mesmo me ir integrando e realizando algum trabalho de diagnóstico do clube e de recolha de informação para o início da produção do presente relatório de estágio.

Com o início do campeonato começámos a entrar no ciclo e numa rotina de trabalho, direcionada para a competição e com o desenvolvimento de princípios pretendidos para a equipa, trabalhos estes que continuaram até dia 21 de Maio de 2011, coincidindo com o final do campeonato e onde encerrei o meu dossier de estágio. Estendendo-se depois até ao dia 30 de Junho de 2011, ultimo dia de treinos da equipa.

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2 1.2 Objetivos de estágio

O principal objetivo deste estágio foi ter a oportunidade de integrar a equipa técnica de uma equipa de competição e assimilar todo um conjunto de formas de trabalho, e aspetos relacionados com as especificidades do futebol inerentes à orientação de uma equipa direcionada para competir. Sobre este ponto de vista podemos definir os seguintes objetivos:

- Organização do processo de treino; - Execução do programa;

- Instrumentos de controlo processo de treino; - Instrumentos de controlo de competição; - Gestão equipa no momento competitivo;

- Analise do momento competitivo e tomadas decisão do treinador;

Outro dos objetivos principais foi perceber, enquanto estagiário, o porquê de opções tomadas ao longo da época, a forma de relacionamento com os atletas e a gestão das dinâmicas existentes no seio da equipa. Através de conversas com os treinadores, observação dos treinos e competição e contactos próximos com os atletas defini como objetivos de estágio:

- Integração no clube e diagnóstico das áreas de funcionamento do mesmo e formas de organização;

- Formas de controlo do processo de treino e oportunidades de melhoria;

- Relatar, mas acima de tudo ter um pensamento crítico sobre o processo de treino e impacto do mesmo, com base nos instrumentos de controlo disponíveis;

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3 Assim, foram estes os principais objetivos definidos para estágio e aos quais procurei manter-me centrado, podendo dessa forma reunir um conjunto de dados que de forma organizada, concisa e objetiva procuro expor ao longo deste relatório final de estágio.

2 Enquadramento da prática profissional

Segundo Castelo (2003) a organização dinâmica do jogo de futebol pode caracterizar-se por duas entidades coletivas em confronto direto que planificam e coordenam as suas ações para agir uma contra a outra, cujos comportamentos são determinados pelas relações antagónicas de ataque/defesa. É com base nesta descrição que se desenvolve o processo de treino, acima de tudo com o objetivo de superação da equipa adversária.

Assim, e como estamos a falar de futebol jovem, mais concretamente de atletas com 11 e 12 anos é importante perceber que a ação, a decisão e a tática a resultam da interação com o contexto, assim é necessário saber a especificidade (contexto) de cada desporto (Araújo, 2005). Por isso foi feita a descrição detalhada ao longo do trabalho de todo o contexto onde são tomadas as decisões e respetivas ações consequentes.

Pretende-se antes de mais desenvolver uma adequada formação desportiva a longo prazo, uma vez que o nosso trabalho enquanto treinadores não se esgota, quando deixamos de orientar os nossos atletas. Assim para assegurar este princípio de bom trabalho de formação desportiva é necessário considerar os processos de crescimento e desenvolvimento, as características e particularidades etárias dos praticantes. Considerar estes processos significa entender como eles influenciam as adaptações ao exercício de treino. Assim, segundo Bogin (1993) o crescimento é o conjunto de modificações quantitativas de tamanho e de massa e de acordo com o estudo efetuado por Wilmore & Costill (2001), nos rapazes o pico de velocidade em altura começa a desenvolver-se perto dos 12 anos (idade de escalão Infantis) enquanto, que por sua vez, o pico de alterações de peso inicia-se mais tarde, 13 a 14 anos. De acordo com os estádios de desenvolvimento de Piaget os atletas da equipa acompanhada encontram-se na fase pré pubertária, ou jovens pubertários sendo importante considerar nesta análise também o estado de maturação e não apenas o crescimento. Assim, segundo Malina (2003) a maturação é um processo de aqui são gradual do estado adulto ou maturidade. Existem

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4 diversos indicadores da mesma mas ao analisar individualmente os elementos da equipa percebe-se claramente que existem estados diferenciados de desenvolvimento entre eles, quer através das características sexuais secundárias observadas, do pico de velocidade em altura, ou mais tarde como foi feito, através da idade óssea.

É por isso importante ter em consideração o desenvolvimento próprio de cada indivíduo e o seu estado de desenvolvimento, ou seja, segundo Malina (2003) o desenvolvimento é um processo intimamente relacionado com o crescimento e a maturação, mas integrado num contexto biológico e comportamental definido, ou seja, um processo que decorre da interação de um organismo, com a sua carga genética própria, e o envolvimento.

Então a consideração do estado de desenvolvimento dos nossos atletas é fundamental de forma a desenvolvermos uma adequada formação desportiva. Tendo em conta a idade dos mesmos alguns estudos indicam que entre os 11 e os 12 os rapazes continuam a ter um aumento contínuo da potência aeróbia máxima se os mesmos forem estimulados através de atividade física, de acordo com Costill & Willmore, (2001). Outro estudo realizado por Armstrong e tal (1998) indica que há um aumento da razão massa magra/massa corporal total e que a concentração de hemoglobina durante a puberdade no sexo masculino aumenta. Relacionando a velocidade de crescimento com a potência aeróbia máxima Malina (1988) verificara que o pico de velocidade em altura coincide com o pico de aumento do VO2Max, entre os 12 e os 14 anos nos rapazes. A relação entre a economia de corrida e maturação foi estudada por Krahenbuhl & Williams (1992) verificando-se que nas crianças se regista uma menor economia de corrida em relação aos adultos, indicando como possíveis causas um metabolismo basal superior e um maior quociente frequência/amplitude de passada. É importante por isso ter algumas referência no que diz respeito ao controlo do treino nestas idades, nomeadamente que: na fase pré pubertária a resposta central aguda ao esforço reside no aumento da frequência cardíaca (FC), sendo por isso tomado como valor de referência entre os 8 e os 13 anos uma amplitude de FC apropriada para a estimulação aeróbia de 150 a 155 Batimento por minuto (BPM).

Outro fator a ter em conta é a influência da hereditariedade das aptidões e habilidades motoras, de forma a determinar os limites de treinabilidade. Segundo

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5 Lopes, Maia, J. e al. (1998) as estimativas de hereditariedade podem servir como medida do grau de influência que o treino pode exercer sobre determinados traços motores (aptidões e habilidades). Platonov (2003) vai mais longe e refere-nos que a velocidade de execução o tempo de reação simples, composição muscular, altura e comprimento dos membros e do tronco bem como a resistência global têm um elevado nível de hereditariedade.

Quando falamos de treino jovem, tudo isto são fatores a ter em conta no nosso trabalho do dia-a-dia, de forma a uma melhor adequação e orientação do nosso trabalho enquanto treinadores e para garantirmos uma adequação formação desportiva a longo prazo.

Uma compreensão dinâmica do jogo de futebol exige uma aproximação psicossocial e de acordo com Castelo (2003) as duas equipas em confrontação e com objetivos antagónicos produzem um campo de forças que tendem a manter-se em equilíbrio. É por isso importante reter que este jogo de forças é constante quer ao nível do posicionamento como da estrutura durante o jogo propriamente dito, o que nos remete para o aspeto técnico tácito. Sobre este ponto de vista Castelo (2003) evidência um óbvio grau de complexidade destes subsistemas remetendo-nos para uma dupla dependência entre capacidades técnico coordenativas dos jogadores e a opção tático estratégica tomada pelo jogador.

De acordo com Matveev (1991) a coordenação pode definir-se como a aptidão de construir (formar, subordinar, relacionar num todo único) as ações motoras; em segundo lugar, a aptidão de transformar formas de ação motora já completamente trabalhadas ou de passar de umas para outras segundo as exigências de uma situação mutável. Sobral (1988) refere-nos que gestos coordenados e ajustados em relação às referências exteriores constituem a essência do próprio treino técnico. Daí a importância da inclusão do mês ao longo de todos os microciclos como vamos verificar ao longo do trabalho.

Por fim sobre o ponto de vista da tomada de decisão é importante percebermos que a decisão mais do que dependente da capacidade do indivíduo, está condicionada pelo que o contexto permite fazer. Neste sentido nem sempre é possível realizar o movimento ótimo, uma vez que nem sempre é possível realiza-lo por diversas razões. Fazendo a ligação com a ação tática, esta é sinónimo de comportamento decisional ou

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6 seja uma sequência interdependente de decisões e ações que devem ser tomadas em tempo útil, num contexto em mudança e para determinado fim, mas concretamente no desporto é ação intencionalmente desencadeada com intuito de ganhar ou manter vantagem sobre o adversário, indo de acordo ao conceito de relação de forças e antagonismo de objetivos definido por Castelo (2003). O praticante deteta na situação as informações que revelam possibilidades de ação direcionadas param o objetivo. A ação tática emerge do resultado da exploração das possibilidades de ação (Gibson, J.L. e al. 1988) as quais são constrangidas pelas regras, tempo disponível, pela fadiga etc. Os desportistas ao longo da sua evolução vão ficando mais sensibilizados para usar informação relevante as quais aumentam a probabilidade de êxito e isso é conseguido e sobretudo maximizado através do treino e da própria competição.

2.1 A Organização Dinâmica do Jogo de Futebol

“ O jogo de Futebol sendo uma modalidade desportiva coletiva recorre contínua e persistentemente ao aperfeiçoamento da sua organização com o intuito de atingir os seus objetivos e a ultrapassar as suas próprias limitações momentâneas.” (Castelo. J.; 2009)

A organização dinâmica a que o jogo de Futebol está sujeito, deverá estar assente em seis subsistemas fundamentais e em constante interligação, Castelo, J. (2009):

• Subsistema Cultural • Subsistema Estrutural • Subsistema Metodológico • Subsistema Relacional • Subsistema Técnico-tático • Subsistema Estratégico-tático

Estes subsistemas deverão ser tidos em conta pelo treinador para o planeamento do treino. O planeamento do treino é um processo fundamental para o Futebol, pois analisa, define e sistematiza as diferentes operações inerentes à construção e desenvolvimento dos jogadores ou das equipas. Por outro lado, organiza essas operações em função das

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7 finalidades, objetivos e previsões a curto, médio ou longo prazo, escolhendo-se as

decisões que visam o máximo de eficiência e funcionalidade das mesmas.

Para a organização e execução do planeamento de treino devemos considerar as seguintes 4 etapas:

1. Análise de Situação: Diagnóstico e Prognóstico 2. Organização do Processo de Treino: Programação 3. Execução do Programa: Treino

4. Avaliação e controlo: Análise do produto

2.2 Unidade de Treino

“O treino é o principal meio para criar a competição e o jogo que nós queremos” (Guilherme Oliveira, 2004)

A unidade de treino é considerada a célula base para a periodização do processo de treino, nela se organizarão os princípios biológicos e metodológicos do treino numa sequência lógica, de modo a operacionalizar e concretizar a preparação para a

competição e o desenvolvimento do atleta. No caso do Futebol, a unidade de treino está subordinada a um plano semanal de microciclo, onde se processará a integração dos fatores de treino. Segundo Castelo, J. e Matos, L. (2006) “as sessões de treino são construídas por um conjunto de exercícios, devidamente sistematizados e coordenados, por forma, a constituírem um processo metodológico unitário e global.”

A unidade de treino pode ostentar dois padrões distintos de orientação: a

orientação Seletiva e a orientação Complexa. Pode ser classificada quanto ao seu tipo: Aprendizagem, Repetição, Controlo, Reconhecimento e Mista. Quanto a sua estrutura, esta pode ser dividida em 4 partes: Introdutória, Preparatória, Principal, Final. Vejamos a proposta apresentada por Bompa (2003) para a duração relativa das partes da unidade de treino:

• Parte Introdutória – até 5% • Parte Preparatória – 15% a 20% • Parte Principal – 50% a 70% • Parte Final – 5% a 10%

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8 Segundo o programa curricular interno (doc. não publicado), a direção e a gestão da sessão deve assumir um conjunto de particularidades que, tal como os pontos anteriores sugerem, garante uma uniformização de procedimentos dos formadores/treinadores. A leitura de tais particularidades deve iniciar-se desde o modo como a sessão foi planeada, ao modo como foi concretizada, incluindo ainda a análise e reflexão sobre os potenciais desvios (previsto vs realizado). Os instrumentos de planeamento estão construídos com base num conjunto de requisitos que permitem monitorizar os procedimentos (estrutura e organização do plano anual e do plano mensal de treino), sendo que a responsabilidade dos formadores/treinadores assenta sobretudo na sua concretização coerente na prática. Os procedimentos a ter em conta na estruturação e organização das sessões integram os requisitos apresentados de seguida.

Figura 1 - Parâmetros para realização das sessões de treino. (FBCQ, s.d.a.)

1. A parametrização das sessões em TRÊS FASES ESTRUTURANTES:

a) Fase Preparatória, que integra o aquecimento sob a forma de jogos pré-desportivos, exercícios contextualizados e alongamentos balísticos;

b) Fase Principal, que integra os exercícios fundamentais e complementares, os jogos reduzidos e os jogos formais;

• FASE PREPARATÓRIA • FASE PRINCIPAL • RETORNO À CALMA FASES ESTRUTURANTES • CONTEXTUALIZAÇÃO DAS TAREFAS • PROGRESSÃO LÓGICA • ENCADEAEMNTO DE IDEIAS LIGAÇÃO ENTRE CONTEÚDOS • INSTRUÇÃO INICIAL • TEMPO DE CADA FASE • TEMPOS DE PAUSA, TRANSIÇÃO E INSTRUÇÃO GESTÃO DO TEMPO • TRANSIÇÃO ENTRE EXERCÍCIOS • TEMPO DE EMPENHAMENTO MOTOR ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

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9 c) Fase de Retorno à Calma, que integra os alongamentos dinâmicos, estáticos

ou o treino da flexibilidade.

2. A LIGAÇÃO ENTRE CONTEÚDOS nas fases estruturantes, que garante:

a) A contextualização das tarefas e exercícios propostos;

b) A progressão lógica dos conteúdos (dificuldade e complexidade);

c) O encadeamento de ideias, formas e níveis de interação entre os jovens jogadores.

3. A GESTÃO DO TEMPO adequada a cada escalão etário, que permite:

a) Através da instrução inicial - definição de objetivos, contextualização das tarefas e descrição da estrutura da sessão – reduzir o tempo de transição entre exercícios e tarefas;

b) A ponderação entre o tempo gasto em cada fase (mais tempo de jogo e menos tempo em qualquer uma outra das tarefas);

c) A rentabilização dos tempos de pausa, de transição e de instrução (sendo aconselhável que os tempos de instrução, de pausa e de transição coincidam no tempo);

4. A ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DO ESPAÇO, que permite:

a) A rapidez nas transições entre exercícios e jogos (a preparação do espaço da sessão projeta todos os exercícios e jogos a realizar e inibe reajustes e reorganizações a meio da sessão);

b) Um elevado tempo de empenhamento motor dos jovens jogadores, quer através da rapidez das transições, quer pelo aproveitamento da totalidade do espaço com um número suficiente de tarefas que inibam as filas e os tempos de espera prolongados.

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10 2.3 O Exercício de Treino

Segundo Teodurescu, (1984) o exercício de treino é “o principal meio de preparação dos jogadores e das equipas” e sendo este um conteúdo indispensável das sessões de treino observadas, é essencial a abordagem desta temática na fundamentação teórica deste dossier.

Para Bompa (2003), o exercício de treino é “um ato motor sistematicamente repetido representando o principal meio de execução do treino, tendo em vista a elevação do rendimento”. Bompa destaca a sistematização e a repetição que o exercício deve possuir para poderem surtir efeitos no ganho de competências por parte dos jogadores/equipa.

Já Brito (2003) considera o exercício “um meio/instrumento técnico – pedagógico fundamental – que o treinador/professor dispõe para elevar e potenciar o nível de prestação/rendimento dos seus jogadores/alunos”. A definição de Brito distingue-se das demais definições pelo facto de considerar o exercício como um instrumento pedagógico fundamental à disposição do treinador.

Segundo Castelo, J. (2006) o exercício de treino é “a estrutura de base de todo o processo responsável pela elevação, manutenção e redução do rendimento dos jogadores e das equipas, de forma a aumentar os seus limites de adaptação, com a finalidade de atingir o máximo de rendimento, um resultado pré-estabelecido.” O autor realça o facto de o exercício de treino poder ser um elemento promotor da redução do rendimento dos jogadores/equipa, desmistificando assim, a ideia de quanto mais melhor, pois a seleção e a organização de exercícios que promovam a incompatibilidade dos jogadores/equipa de lidar com a carga de treino poderá provocar a síndrome do sobretreino. O treinador deve procurar um equilíbrio ótimo entre o stress e recuperação ao longo do processo de treino.

Queiroz (1986) já defendia a máxima de que os exercícios de treino deveriam “reproduzir, de forma parcial ou integral, o conteúdo e a estrutura do jogo”, aqui já existia a preocupação pela especificidade do exercício de treino. Esta visão é extremamente importante, pois é para o jogo que os jogadores/equipa se preparam e é no jogo que se dá a consecução das potencialidades desenvolvidas nos exercícios de treino. Então, quanto maior a similaridade dos exercícios de treino com as situações de jogo, maior será

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11 o despoletar dos mecanismos neurais de intenção prévia (desenvolvidos com o treino) à intenção em ação (consciencialização do ato motor).

Como defende Tani (2001) “ as habilidades abertas como o futebol, requerem a identificação e interpretação das situações e dos dados sensoriais para desenvolver a capacidade de antecipação e predição das ações.” De seguida apresento um esquema representativo da intenção prévia à intenção em ação realizado por Silva, M. citado por Tani, 2001) que ilustra muito bem o processamento mental desenvolvido pelos jogadores ao longo do treino/jogo. Penso que este esquema convidará a uma reflexão profunda da estruturação dos exercícios de treino.

Figura 2 - Da intenção prévia à intenção em ação, segundo Silva, M. (cit. por Tani, 2001)

No planeamento e estruturação do treino deverão ser tomadas em linha de conta algumas variáveis para uma melhor administração das cargas do exercício de treino. Assim, os fatores estruturais do exercício de treino terão que estar presentes na planificação do treino. Os fatores estruturais do Exercício de Treino têm como função, a correta administração dos exercícios, definindo-os, objetivando-os, caracterizando-os e controlando-os, de maneira a que estes correspondam às condições estabelecidas pelo enquadramento competitivo do modelo de jogo adotado.

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12 De acordo com Castelo (1996) as componentes estruturais do exercício devem ser consideradas no plano fisiológico e no plano técnico - tático.

Figura 3 - Componentes estruturais do Exercício de treino, Castelo (1996)

O Plano Fisiológico, ao nível da estruturação do treino de jovens deverá ter uma menor relevância em comparação com o plano técnico-tático, pois nas idades mais jovens a ênfase deverá ser atribuída a este último.

Assim exige-se uma abordagem referente aos seguintes fatores:

• Duração – Refere-se ao tempo efetivo de execução de um exercício ou série de exercícios, sem interrupção, medidas em unidades de tempo.

• Volume – Refere-se ao tempo total de carga executada pelos praticantes num exercício, incluindo pausas do mesmo. Pode ser medido em km, kg, número de repetições, horas, etc.

 Volume relativo – Quantidade total de tempo dedicada ao treino por um grupo de atletas durante uma parte ou o total de uma sessão de treino ou durante uma determinada fase da época de treino.

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13  Volume Absoluto – Medida individual da quantidade de trabalho realizada

por um atleta.

• Intensidade – Pode-se definir como a exigência com que o exercício é executado em relação ao máximo de capacidades dos praticantes nesse mesmo exercício.

 Intensidade relativa – Valor médio da intensidade.

 Intensidade absoluta – % do volume da carga correspondente a níveis de intensidade previamente definidos.

• Densidade – Representa as pausas utilizadas entre os exercícios de forma a desencadear uma relação harmoniosa entre exercício e recuperação.

 Densidade relativa (Drel = Vabs / Vrel. 100) – Diz respeito à percentagem de tempo que o atleta esteve em situação de esforço.

 Densidade absoluta (Dabs = (Vabs – Vrec). 100 / Vabs) – Relação entre o trabalho efetivo realizado pelo atleta e o volume absoluto. O trabalho efetivo calcula-se pela subtração dos somatórios dos tempos de paragem (Vrec) do volume absoluto.

• Frequência – Número de repetições de um exercício numa unidade de tempo. Quanto ao Plano Tático-técnico, deverá ser-lhe dada primazia, principalmente no treino de jovens mas não só, sendo que a partir deste deve ser dado o ponto de partida para a organização de um exercício. Castelo (2000) define 4 variáveis estruturais possíveis de orientar para o exercício de treino: o espaço, o tempo, o número e a forma.

• Espaço - Para Castelo (2000), "ao diminuirmos o espaço, maiores serão as dificuldades encontradas pelos praticantes na concretização dos objetivos consubstanciados pelos conteúdos dos exercícios de treino. Este facto deriva de que quanto menor for o espaço, maior será o tempo que os praticantes possuem para analisar a situação, e executar as ações técnicas correspondentes à sua solução, o que implica consequentemente um aumento da velocidade e do ritmo de execução das ações individuais e coletivas, diminuindo a eficiência estabelecida para a concretização dos objetivos propostos". Neste sentido, "há que adequar o espaço de forma precisa, visto que entre o espaço e a atividade desenvolvida pelos praticantes existe uma relação direta e precisa" (Queiroz, 1986).

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14 • Tempo - Pode-se relacionar com uma serie de variáveis como tempo de atividade na tarefa, frequência das ações, velocidade de execução, ritmo de jogo e índices de eficácia do rendimento. No entanto, Castelo (2000) destaca o vertente do tempo que o jogador possui para executar afirmando que "a solução dos problemas postos pelo jogo, e tanto mais adequada, quanto o jogador pode refletir essa situação durante mais tempo". O mesmo autor refere que "a invariável tempo esta estritamente ligado ao espaço, isto significa que são interdependentes quanto mais temos de um, mais temos do outro. Quanto mais tempo tiver para agir, maior margem de erro é possível por parte do jogador".

• Número - Refere-se à quantificação dos meios humanos nas tarefas. Citando Castelo (2000) podemos referir que "a redução do número de praticantes irá aumentar o número de vezes que estes podem relacionar-se de forma: - direta com a bola; ou, próximo dos companheiros e adversários que num dado momento a detém; e, tão ou mais importante, serem eles próprios a concretizarem o objetivo final estabelecido para o exercício" (ex. remate). Ou seja, segundo o mesmo autor, se "aumentarmos o número de possibilidades de solicitação dos praticantes consubstancia-se a oportunidade destes desenvolverem os aspetos técnico-táticos não só de ordem individual (relação com bola - Acão técnica) como de ordem coletiva (relação com os companheiros - combinações táticas) ".

• Forma - A forma relaciona-se com a complexidade que resulta da correlação entre a estrutura e o conteúdo do exercício e o conteúdo e estrutura do jogo. Castelo (2000) defende que na construção dos exercícios de treino técnico-tático é de primordial importância que exista uma inter-relação ótima entre número - espaço - tempo. A adequação eficaz e ajustada destas variantes permitirá estabelecer um número de solicitações exatas dos praticantes, em espaços corretos de atuação e com tempo certos para analisar e executar, de forma a consubstanciar uma aquisição e assimilação das soluções táticas e das execuções técnicas diferentes, em função da variabilidade dos dados da situação.

De forma a poder operacionalizar os conteúdos do programa curricular – e visar o cumprimento dos objetivos definidos para cada escalão etário – estão igualmente definidos os princípios orientadores para a construção dos exercícios e dos jogos a propor aos jovens jogadores durante a prática. Quando constroem os exercícios e planeiam as

(24)

15 sessões, os formadores/treinadores devem considerar tais requisitos, sem comprometer as características particulares dos grupos, das turmas ou das equipas. Os exercícios e os jogos devem integrar os seguintes requisitos:

IDENTIDADE, integrando a tensão dramática própria do jogo, no qual há sempre algo a conquistar e a defender (abordagem dos quatro momentos do jogo, ataque contra defesa sobre duas balizas – Forma Fundamental III);

1. ESPECIFICIDADE, integrando o tipo de solicitações motoras, cognitivas e psíquicas que são particulares do jogo (exercícios complementares integrados e relacionados com os exercícios fundamentais);

ESTRUTURA E

ORGANIZAÇÃO

DOS

EXERCÍCIOS E

JOGOS

IDENTIDADE ESPECIFICIDADE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS CIRCUITO PEDAGÓGICO DECISÃO E EXECUÇÃO

(25)

16

OPOSIÇÃO E COOPERAÇÃO

VARIAÇÃO DOS ALVOS E NÚMERO DE JOGADORES VARIABILIDADE DOS OBJECTIVOS DIMENSÕES E FORMAS DO CAMPO DE JOGO MANIPULAÇÃO DAS LEIS DO JOGO

EXERCÍCIO JOGO

2. CIRCUITO PEDAGÓGICO, determinados pela observação do jogo (no seu todo e de forma estrutural) – construção do exercício – retorno ao jogo;

3. Orientação para as capacidades de DECISÃO E EXECUÇÃO, integrando ordem e sequências e progressões de dificuldade e complexidade em função do escalão etário;

4. Orientação para a produção divergente e convergente, integrando a RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS como abordagem ao processo de ensino-aprendizagem.

Os princípios orientadores para a construção dos exercícios e dos jogos devem ser constituídos como referências no processo de organização e estruturação dos mesmos, de modo a que a leitura das tarefas propostas pelos formadores/treinadores aos seus jovens jogadores atinja um nível de uniformidade operacional independente das particularidades dos grupos (escalão etário, ritmo de aprendizagem, heterogeneidade, etc.). Contudo, existem um conjunto de variáveis que os treinadores podem manipular de modo a aproximar tais referências às particularidades descritas:

OPOSIÇÃO E COOPERAÇÃO: tipo de oposição e cooperação entre jogadores, fundamentalmente nas ações dos jogadores a incentivar em função das relações de espaço e tempo de jogo (Ex. utilização de apoios exteriores, número de toques na bola Figura 5 - Princípios orientadores na construção de exercícios e jogos. (FBCQ, s.d.a.)

(26)

17 por jogador, número de passes por equipa, opção por um determinado método defensivo, etc.)

1. VARIAÇÃO DO NÚMERO DE JOGADORES: relações de igualdade, superioridade e inferioridade numérica manipuladas em função dos objetivos a atingir e das ações a incentivar (Ex. exercícios de posse de bola em superioridade ou inferioridade numérica, utilização de um jogador neutro, relação entre forma de jogo e dimensão do campo);

2. DIMENSÕES E FORMAS DO CAMPO DE JOGO: condicionantes do tempo e ritmo de jogo e da vulnerabilidade das ações dos jogadores do ponto de vista das capacidades de antecipação e de execução (Ex. relação entre forma de jogo e dimensão do campo, relação entre largura e profundidade, dimensões dos corredores e dos sectores);

3. VARIAÇÃO DOS ALVOS E DAS BALIZAS: condicionamento da perceção do espaço do jogo e manipulação dos processos de decisão e de execução em função da economia de esforço – forma mais fácil, mais rápida e menos cansativa de alcançar o objetivo (Ex. colocação de balizas nos corredores laterais, nos cantos ou em todos os lados do campo de jogo, escolha dos alvos para as fases de transição, espaços a conquistar, etc.);

4. VARIABILIDADE DOS OBJECTIVOS: definição dos objetivos de um jogo em função das ações a observar, sem desvirtuar a lógica interna do próprio jogo de futebol (Ex. sobrevalorização dos pontos ou dos golos mediante o cumprimento de uma condicionante);

5. MANIPULAÇÃO DAS LEIS DE JOGO: alteração de determinadas leis do jogo de modo a garantir a predominância de um determinado conteúdo ou solicitação específica (motora, cognitiva ou psicológica) (Ex. formas diferentes de repor a bola em jogo, limitar oposição e cooperação, etc.).

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18 3 Realização Prática Profissional

Neste capítulo de realização da prática profissional vão constar as tarefas de estágio que foram realizadas ao longo do ano estando as mesmas divididas e organizadas por três grandes áreas conforme foi sugerido durante o processo de orientação.

Assim, Área 1 consiste na organização e gestão do processo de treino, onde foi realizada uma análise da situação fazendo um diagnóstico de onde estou envolvido, seguido de um prognóstico, isto é, a definição dos objetivos competitivos, dos objetivos de processo para a equipa e o meio de os alcançar.

Na Área 2 – Participação no contexto competitivo – fiz a descrição das funções oficiais que desempenhei durante os jogos da Associação de Futebol de Lisboa (AFL) bem como uma análise do desempenho competitivo da equipa.

Por fim, na Área 3 – Liderar uma turma do programa After-School da FBCQ. Esta experiência foi um passo muito importante para o meu futuro como profissional, pois pude adquirir mais experiência na área de planeamento e no processo de liderança.

3.1 Análise da situação – Diagnóstico

3.1.1 Caracterização do Nível competitivo

A equipa de Infantis A (sub-13) da “Football by” participa no Campeonato Distrital Juniores “D” de Futebol de 7, organizado pela Associação de Futebol de Lisboa (AFL).

Este campeonato é composto por três fases, sendo que, o sorteio das séries baseou-se no critério da proximidade geográfica. Assim, a 1ª fase inclui 7 séries com 14 equipas, que jogam num sistema de “round-robin” a uma volta, isto é, todos as equipas se defrontam entre si uma vez.

A 2ª fase é composta por 6 grupos cada um composto por duas séries correspondentes às classificações obtidas na 1ª fase e com sete equipas, sendo jogada no mesmo sistema “round robin” a uma volta.

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19 Por fim na 3ª fase são apuradas as classificações finais do campeonato e os grupos são compostos apenas por 4 equipas, novamente de acordo com as classificações obtidas nas fases anteriores, e desta vez jogam num sistema “round robin” a duas voltas, ou seja, todas as equipas se defrontam duas vezes entre si, com um jogo em casa e um jogo fora.

No escalão de Infantis de Futebol de 7, as regras, tamanho do campo, tamanho da bola, tamanho da baliza e duração do jogo adequam-se ao escalão etário. Assim, joga-se com uma bola tamanho nº 4, em que a maior diferença no jogo, está relacionado com a lei do fora-de-jogo, regra esta que existe apenas para lá da linha dos 13 metros (grande área). Quanto à duração, o jogo realiza-se com duas partes de 30 minutos cada. Esta época foi introduzida uma nova regra que consiste numa área restrita de substituições, o que não acontecia anteriormente, podendo o jogador substituído sair pela linha de fundo ou pela linha lateral mais próxima. Com esta nova regra existe um espaço de 5 metros para cada lado da linha do meio campo, que a equipa deve utilizar para fazer sair e depois entrar o novo jogador em jogo

3.2 Análise da situação - Prognóstico

3.2.1 Definição de objetivos competitivos

A presente época é apenas o segundo ano que a equipa participa no campeonato da AFL. Assim, tem como objetivo colocar-se entre os 2 primeiros classificados durante a primeira fase tendo em conta os adversários sorteados: Oeiras, Colégio Maristas, Fontainhas, Estoril Praia, Linda-a-Velha, Carcavelos, Central 32, U. Tires, Porto Salvo, 9 Abril Trajouce, Cascais, Parede e Estoril Atlético.

A equipa do Oeiras, será à partida o adversário mais difícil de superar tendo em conta os jogadores que fazem parte do plantel e a performance demonstrada em anos anteriores, bem como a sua experiencia competitiva, uma vez que este é o 4º ano que este grupo compete junto enquanto equipa.

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20 Se nos conseguirmos colocar entre os 2 primeiros classificados na 1ª fase somos sorteados para o primeiro grupo da 2ª fase e o objetivo aqui será alcançar o melhor resultado possível.

3.2.2 Definição de objetivos de processo

O princípio orientador de trabalho na Football By baseia – se na necessidade de formação de jovens atletas. O seu principal alicerce é o código de conduta que reflete o seguinte:

Código de Conduta Atitude – Motiva-te de forma a dares sempre o teu melhor. • Quero ser o primeiro!

• Sou o primeiro a chegar ao balneário e o primeiro a equipar-me. • Sou o primeiro a cumprimentar todos os colegas e treinadores. • Empenho-me sempre ao máximo em todas as tarefas.

• Reajo sempre com determinação às dificuldades.

Bom Comportamento – Segue os bons exemplos e tenta sempre melhorar o teu comportamento.

• Respeito tudo e todos!

• Saúdo todas as pessoas quando entro no átrio, na sala, no balneário ou no campo. • Respeito todas as indicações, propostas e sugestões, dos treinadores e

dos colegas.

• Ajudo a conservar todo o local onde treino e o material que utilizo.

Comunicação – Ouve os teus pais, professores e treinadores. Mantém sempre um espírito aberto e faz perguntas.

• Comunico bem para aprender mais!

• Eu não oiço: eu escuto tudo com atenção!

• Aguardo sempre pela minha oportunidade para falar, questionar ou responder. • Comunico com todos de forma simpática, agradável e afirmativa.

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21 • Tenho grande apreço pelas opiniões dos meus colegas.

Disciplina – Está preparado e sê pontual. Respeita as pessoas, equipamentos e o local onde jogas.

• Adoro futebol!

• Estou sempre predisposto para o treino. • Animo os meus colegas quando estão tristes.

• Incentivo os meus colegas a fazerem sempre melhor. • Conforto os meus colegas quando erram.

• Festejo sempre os golos em equipa.

Entusiasmo – Dá o teu melhor e incentiva os outros. • Sou exigente comigo próprio!

• Não falto a nenhum treino. • Sou sempre pontual.

• Estou sempre bem equipado.

• Mantenho bons hábitos de alimentação e de higiene.

Fair Play – Aprende a ganhar e a perder com o mesmo grau de dignidade. • Nunca minto e sou leal a treinar e a jogar.

• As faltas fazem parte do jogo e eu sei como lidar com isso.

• Saúdo sempre os adversários no início do jogo e cumprimento-os no fim. • Sei ganhar e perder com o mesmo grau de dignidade.

Estes 6 princípios orientadores refletem a filosofia que se pretende no clube tanto dos seus atletas, como treinadores e qualquer outro funcionário. Neste seguimento, aquilo que se pretende para a equipa de Infantis é que desenvolvam o seu sentido de responsabilidade e de autonomia durante o seu desenvolvimento. Com isto o trabalho que é desenvolvido pelos treinadores, quer a nível técnico, tático, físico ou psicológico fica facilitado uma vez que existe uma predisposição para aprender e para se dedicarem a novos ensinamentos e solicitações.

(31)

22 Desportivamente o programa curricular, orienta as aprendizagens e objetivos de treino para cada atleta tendo em conta o seu nível de desenvolvimento e competências avaliadas pelos seus treinadores ao longo da época. Este programa curricular é revisto todos os anos, sofrendo sempre algumas alterações na tentativa de ser cada vez melhor para ir de encontro à excelência de formação que se pretende no clube, sendo no final revisto pelo Prof. Carlos Queiroz antes de ser entregue e apresentado às equipas técnicas. Sobre o ponto de visto de objetivos de processo o que se pretende individualmente é que um atleta que por exemplo está enquadrado no nível I de qualquer tema do programa curricular consiga através do treino e de experiências competitivas atingir o nível seguinte. A mesma lógica está subjacente ao objetivo coletivo, isto é, se um jogador evolui a equipa também, desta forma consegue corresponder mais eficazmente ao modelo de jogo proposto e do qual iremos falar adiante. Para uma melhor compreensão do programa curricular e dos objetivos que são propostos individualmente iremos apresentar o mesmo em anexo. Sobre o ponto de vista dos objetivos de processo coletivos, o que se quer então é que equipa corresponda da melhor maneira possível ao modelo de jogo o que só se consegue progredindo nas aprendizagens definidas pelo programa curricular.

(32)

23 A figura acima ilustra o que se pretende transmitir, seguindo a ideia de que existe uma relação dinâmica entre o programa curricular e tudo o que é desenvolvido desportivamente no clube. Assim, este programa influencia fortemente os objetivos de processo individuais que por sua vez contribuem para os objetivos de processo coletivos.

Princípios orientadores de trabalho

Já foi definido no ponto anterior qual o código de conduta interno do clube e que deve ser seguido por qualquer jogador, treinador ou funcionário.

Assim para além do código de conduta é transmitido a qualquer novo atleta o que se pretende sobre o ponto de vista técnico, tático, físico, social e mental:

TÁCTICA

Quero chegar ao golo da forma mais fácil, mais rápida e menos cansativa!

Sou veloz e criativo

a atacar e paciente a defender.

Sei jogar em diferentes posições no campo.

Vou decidir o que fazer de acordo com o que vejo no jogo.

TÉCNICA

Quero executar rápido!

Gosto de criar novos dribles e experimento-os sempre nos treinos e nos jogos.

Tento desarmar o adversário com lealdade.

Faço o passe para o colega como gostava que fizessem para mim. Vou receber sempre a bola de frente para a baliza adversária.

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24 FÍSICO

Quero chegar mais rápido, mais alto e mais longe!

Quero tornar-me ágil e forte nos treinos para enfrentar os jogos com mais confiança. Reconheço a importância da flexibilidade e dedico-me muito nos alongamentos. Vou procurar superar-me sempre em todos os momentos!

MENTAL

Quero decidir sempre bem!

Aprendo sempre com tudo aquilo que escuto, vejo ou sinto.

Não tenho receio de errar e gosto de experimentar técnicas novas. Vou agir sempre com a certeza de que estou a fazer bem.

Vou estar sempre concentrado e antecipar todas as jogadas.

SOCIAL

Preciso dos meus companheiros e eles precisam de mim!

Os meus companheiros precisam mais de mim quando erram do que quando jogam bem.

Sou sempre sociável com todos os participantes dos jogos. Celebro os feitos dos companheiros como se fossem os meus.

Adoro a minha equipa e defendo-a sempre em todas as situações Com isto pretende-se desenvolver nos alunos 5 pontos fundamentais:

1-Desenvolver no aluno a capacidade de ler e compreender o jogo e a capacidade de decidir em conformidade com o objetivo do jogo e com os constrangimentos a ele associados;

2- Desenvolver no aluno as competências motoras essenciais para a aprendizagem e execução dos movimentos e ações associadas ao futebol;

3- Desenvolver no aluno as capacidades mentais essenciais que despoletam, conduzem e balizam a sua atuação;

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25 4- Desenvolver no aluno a capacidade de interagir com todos os agentes que fazem parte do jogo;

5- Possibilitar ao aluno a construção, conservação e aperfeiçoamento do conjunto de gestos técnicos do futebol.

3.3 Organização do processo de treino 3.3.1 Organização Estrutural

2:3:1 é o sistema preferencial, enquanto que o sistema alternativo é o 3:1:2,

Figura 8 - Sistema tático preferencial. (FBCQ, s.d.a.)

3.3.2 Organização Ofensiva

a. Macro Princípios – Ataque apoiado (privilegia-se o passe curto no pé); “Campo Grande” (largura e profundidade); circulação da bola; utilização dos 3 corredores; Manutenção da distância entre linhas. Nos jogos em “casa”, em função das dimensões máximas do campo, privilegia-se a profundidade, através de passes para o espaço livre.

b. Meso-Princípios – Defesa atua sempre em diagonal, em função do lado da bola, sendo que, quando a bola se encontra em meio-campo ofensivo têm a linha mais recuada do

(35)

26 círculo central como referência. O sector intermediário atua em triângulo, de forma a que o MC, se coloque como vértice mais recuado

• Micro-Princípios – GR: procura jogar em cobertura à linha defensiva; DC: procura “atacar espaço” ou servir de referência para mudar o CJ, utilizando o 2º DC; MC: joga em cobertura aos alas, funciona como playmaker gerindo a alternância entre passes no pé e passes para o espaço livre e gere o ritmo de jogo; Médios ala: jogam em largura procurando quer passes no pé, quer passes no espaço, liberdade para arriscar situações de 1x1, ala do lado contrário ao CJ deve surgir em zonas de finalização; PL: alternar desmarcações de apoio com desmarcações de rutura.

1ª fase de construção: GR tenta repor a bola à mão nos DC que jogam em largura, tendo como referência as linhas laterais de grande área. Caso não seja possível, colocam a bola nos alas e em última instância jogam em profundidade para o PL.

2ª fase de construção: se a bola entra nos DC, estes procuram o espaço livre para “atacar espaço” em condução, ou realizam um passe em diagonal para o MC , ou ainda mudam o CJ através do 2º DC para que posteriormente a bola entre no MC. Caso o DC consiga progredir em condução, o MC realiza uma permuta com o mesmo.

3ª fase de construção: se a bola entra no MC este tem liberdade gerir o ritmo de jogo, apesar de lhe ser pedido para jogar a 2, 3 toques. Contudo, procurar mudar consoante o lado de onde veio a bola, ou colocando a bola no espaço livre onde entra o ala contrário, ou no pé de forma a potenciar situações de 1x1.

As zonas preferenciais de finalização são à entrada da área, sendo que raramente os alas procuram ir à linha para cruzar.

De salientar que a equipa procura sempre assumir a iniciativa de jogo. Contudo, nos jogos em casa, quando se encontra com um resultado confortável, a equipa procura ataques rápidos e contra-ataques.

(36)

27 3.3.3 Organização Defensiva

Figura 9 - Organização defensiva. (FBCQ, s.d.a.)

a. Macro Princípios - “Campo pequeno”, fechar corredor central, manter/aproximar distância entre linhas, defender em 2 corredores quando a bola se encontra num corredor lateral, basculações, Defesa à zona, bloco médio e compacto.

b. Meso Princípios – Existência de coberturas defensivas ao 1º defesa em qualquer zona do campo.

c. Micro Princípios – GR: que jogue em cobertura aos DC; DC: mantenham a distância entre si e realizem coberturas entre si; MC: realiza cobertura aos alas e faça a dobra em caso de necessidade; Alas: realizem contenção ao jogador que surja em condução pelo seu corredor, ala contrário ocupa posição do MC sempre que este sai na cobertura ala do corredor onde se encontra a bola; PL: feche linhas de passe entre DC, ou entre DC e MC. 3.3.4 Transição Ataque-Defesa:

• Equipa muda lentamente de atitude perante a posse de bola, não existindo pressão imediata sobre o PB.

• Existe uma maior preocupação dos espaços a ocupar.

• O pressing só é utilizado quando o adversário em posse de bola se encontra de costas para a baliza.

• Equipa não recorre a faltas táticas.

• Numa situação de resultado favorável há pouca preocupação com este momento de jogo, confiando na capacidade dos DC em resolver as situações com que se deparam, mesmo que em inferioridade numérica destes.

(37)

28 3.3.5 Transições Defesa-Ataque

• Procuram frequentemente o MC para que este decida

• Se PL se encontra em igualdade numérica ou isolado, procuram a profundidade rapidamente.

• GR procura esperar que a equipa se organize, de forma a dar início ao PO.

3.3.6 Esquemas Táticos – A Favor Pontapés de canto

Figura 10 - Esquema tático ofensivo. (FBCQ, s.d.a.)

• Marcado pelo ala ou pelo médio centro

• Existem 3 tipos de sinalética: “sinal da meia” – canto curto; “um braço levantado” – 1º poste; “dois braços levantados” – 2º poste

• 3 jogadores colocados na marca de penálti: 1 ataca 1º poste, outro realiza movimento de desmarcação circular ao 2º poste e o 3º jogador desloca-se para a entrada da área.

• Os 2 jogadores mais rápidos e baixos ficam na zona do meio-campo Lançamentos de linha lateral

• Marcados preferencialmente pelos jogadores da ala respetiva. • Não existem movimentações definidas

• Lançador procura em 1º lugar o PL que realiza movimento de aproximação, em 2º lugar o jogador da cobertura. O lançamento para o MC é evitado.

(38)

29 Livres diretos (zona de finalização)

• Marcados pelo avançado (em força) ou pelo ala direito (mais em jeito), ambos destros.

Livres indiretos

• Marcados pelo jogador “da zona”

Grandes penalidades – não existe marcador definido

3.3.7 Esquemas Táticos – Contra Pontapés de canto

Figura 11 - Esquema tático defensivo. (FBCQ, s.d.a.)

• Defesa à zona

• Jogador posicionado por dentro do 1º poste e outro por dentro do 2º poste. Um jogador perto da linha da pequena área de forma a formar um triângulo entre o jogador do 1º poste e o GR. Um jogador perto da linha da pequena área, de forma a formar um triângulo entre GR e jogador do 2º poste.

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30 • Um jogador à entrada da área.

• Um jogador na frente.

Lançamentos de linha lateral

• Não existem trocas de marcação. • Fecho de linhas de passe.

Livres diretos (zonas de finalização)

• Barreira formada por 3 a 4 jogadores (jogador mais alto “tapa” ângulo morto do GR) • Um jogador no “enfiamento” do 2º poste

• Um jogador na frente

Livres indiretos laterais (no Sector Defensivo)

• 2 jogadores na barreira (composta por jogadores baixos). • 3 jogadores na linha da barreira.

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31 4 Planeamento anual processo treino

Figura 12 - Planeamento anual. (FBCQ, s.d.a.)

Do ponto de vista de planeamento do processo de treino verificamos que no aspeto tático há uma preocupação na consolidação do modelo de jogo anteriormente descrito ao longo de toda a época introduzindo as transições Ataque-Defesa e Defesa-Ataque dois meses após o início da época nesse tempo desenvolvido o restabelecimento dos índices físicos dos atletas a introdução de rotinas e procedimentos bem como todos os códigos de conduta do clube e processos do ponto de vista social e mental.

Durante o mês de Dezembro há uma simultaneidade de treino de aspetos fundamentais: transições, permutas e compensações e introdução da velocidade máxima de curta distância do ponto de vista físico. A consolidação destes aspetos mantém-se até

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32 Fevereiro onde se dá inicio à introdução de novos conteúdos, nomeadamente a um sistema tático alternativo, o 3:1:2, e de novos princípios mobilidade e equilíbrio bem como a inferioridade numérica no ataque. Nos aspetos técnicos há também a introdução do jogo de cabeça.

A meu ver é um planeamento que assenta sobre os objetivos e modelo de jogo que o treinador pretende para a sua equipa e que visa atender aos princípios e aprendizagens que constam no programa curricular da FBCQ.

4.1 Instrumentos controlo do processo de treino

Existem dois grandes instrumentos utilizados como forma de controlo do processo de treino na FBCQ: relatório mensal equipa e avaliação treinadores.

No relatório mensal da equipa constam o número de presenças nos treinos dos atletas bem como a sua assiduidade face aos treinos previstos/presentes.

A avaliação dos treinadores é um instrumento utilizado que visa a avaliação dos mesmos em sessões de treino sobre o ponto de vista pedagógico e didático.

Relativamente aos dados do relatório mensal da equipa foi possível apurar os seguintes valores no final da época:

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33

A análise deste gráfico permite verificar o volume de treino dos atletas no final da época e podemos concluir que existem diferenças significativas entre atletas. É o caso dos Nº 3,5 ,17,13,14 e 1 que têm qualquer um deles acima de 150 horas de treino no fim da época e outros atletas no extremo oposto como o Nº 27,21 e 15 com aproximadamente 110 horas e o Nº 29 com apenas 82,5 horas. Este gráfico mostra um resultado do número de horas que os atletas treinam e no qual temos oportunidade de induzir modificações, introduzir novas aprendizagens e consolidar conteúdos pretendidos.

Do ponto de vista orientado para a competição verificamos que existem grandes diferenças de volume de treino entre atletas (desvio padrão:11,43 horas), o que significa que nem todos os atletas estão a ser preparados da mesma forma, pelo menos no que diz respeito ao volume de treino, a meu ver, algo que deveria ser melhorado.

145,5 115,5 154,5 148,5 138 153 151,5 144 151,5 139,5 123 142,5 153 145,5 145,5 148,5 130,5 147 151,5 138 115,5 136,5 106,5 145,5151,5 144 145,5 139,5 82,5 0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 2 15 3 4 16 5 7 9 17 10 11 12 13 20 18 19 23 22 14 28 21 24 27 25 1 26 8 30 29

Horas de treino

Horas de treino

(43)

34 Outro instrumento utilizado como controlo de treino é a avaliação de treinadores. A mesma rege-se por duas grandes linhas de intervenção: componente pedagógica e componente didática.

Do ponto de vista pedagógico pretende-se analisar as formas de comunicação com os atletas, o relacionamento do treinador-atleta e a gestão de conflitos. Por sua vez a componente didática visa avaliar aspetos como: a apresentação e imagem do treinador, a estrutura da sessão de treino segundo as fases constituintes da mesma, os conteúdos da sessão, a gestão da sessão, organização do espaço e por fim a correspondência com o programa curricular sobre a perspetiva de ligação com a matriz programática, a estrutura dos exercícios e as variáveis dos mesmos.

O objetivo principal destas avaliações é encontrar oportunidades de melhoria de forma a potenciar o melhor de cada atleta e a tornar melhor as sessões de treino. Assim, depois de recolhidas 3 avaliações de cada treinador é realizada uma reunião com o mesmo indicando os pontos fortes das suas sessões de treino e oportunidades de melhoria das mesmas.

4.2 Avaliação

4.2.1 Resultados Jogos Oficiais

A equipa de Infantis da Football By Carlos Queiroz apresentou os seguintes resultados em jogos oficiais da Associação de Futebol de Lisboa, escalão Juniores D – Futebol Sete.

Infantis A

A equipa de Infantis A terminou a época com 17 vitórias, 1 empate e 7 derrotas em 25 jogos disputados, obtendo a classificação final de 4º lugar pela primeira vez. Tendo em conta os objetivos competitivos estipulados inicialmente e também o facto de o clube ainda ter apenas dois anos de trabalho foi um registo extremamente positivo.

Analisando os resultados das duas equipas verificamos que os Infantis A apenas perderam 3 pontos na 1ª fase, com uma derrota fora contra o Oeiras,

(44)

35 apurando-se entre os 2 primeiros para a fase seguinte. Assim, partiram para a segunda fase com objetivos bastante ambiciosos estando qualquer classificação final ainda em aberto. Nesta 2ª fase a equipa terminou o grupo em 1º lugar com um empate e uma derrota Posto isto, conquistaram o direito de disputar o apuramento de campeão, com Benfica, Sporting e Oeiras, sendo a fase onde estão equipas mais competitivas e obtiveram o maior número de derrotas – 5 derrotas em 6 jogos – conquistando o 4º lugar como classificação final.

(45)

36 4.2.2 Análise dados competitivos

Resultante do preenchimento da ficha de jogo no decorrer do mesmo foi possível extrair os dados, constatando o quadro abaixo, relativo aos 25 jogos oficiais realizados ao longo da época e tentar perceber a influência e contribuição dos jogadores para o resultado dos mesmos.

Gráfico 2 - Minutos de jogo por atleta

Através deste gráfico podemos verificar que existe um jogador que se destaca claramente dos restantes pelo número de minutos que competiu ao longo de toda a época – Nº4 competiu 1421 minutos. Em contraste o Nº 29 foi o menos utilizado, com apenas 189 minutos. Também, podemos concluir que existe uma clara tendência de utilização de um determinado grupo de jogadores, é o caso dos Nº 10, 14 e 20 em detrimento de outros como o 21, 24 e 11.

754 436 728 1421 384 859 798 823 923 1124 320 540 875 1028 913 947 900 608 1058 592 311 323 450 650 673 789879 695 189 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 2 15 3 4 16 5 7 9 17 10 11 12 13 20 18 19 23 22 14 28 21 24 27 25 1 26 8 30 29

Tempo Jogo Época (Minutos)

(46)

37 28 26 30 39 540 900 673 695 0 200 400 600 800 1000 Nº12 Nº23 Nº1 Nº30

GR- Golos Sofridos GR - Tempo Jogo 0,052 0,029 0,045 0,056 0,000 0,010 0,020 0,030 0,040 0,050 0,060 Nº12 Nº23 Nº1 Nº30

GR- Golos Sofridos por Tempo

Jogo

GR- Golos Sofridos por Tempo Jogo

Ao analisar os golos sofridos e tempo de jogo deparamo-nos que o Nº 23 foi o guarda-redes que sofreu menos golos e que tem um maior tempo jogado, o que equivale a dizer que tem um menor número de golos sofridos por tempo de jogo, o que é um bom indicador de sucesso. Por sua vez o guarda-redes que se segue com menos golos sofridos é o Nº 12, mas tendo em conta o seu tempo de jogo verificamos que tem um rácio de golos sofridos por tempo de jogo superior ao Nº 1, que apesar de ter sofrido mais golos jogou mais tempo que o seu colega. Assim verificamos que apesar de o Nº 30 ter mais golos sofridos em comparação com o outro guarda-redes, ele apresenta um rácio mais favorável.

Verificamos que o jogador nº 1º tem mais tempo de jogo devido há sua regularidade no treino, mas também ao bom desempenho que demonstrou ao longo das primeiras fases o que levou o treinador a lhe proporcionar mais tempo de jogo na fase final onde o nível competitivo era extremamente exigente. O jogador nº12 apresenta menos tempo porque foi inserido na equipa algum tempo depois do início da época, o que fez ter perdido alguns jogos da primeira fase.

Gráfico 4 - Golos sofridos e tempo de jogo por guarda-redes.

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38 Gráfico 5: Melhores marcadores equipa

12 18 25 38 17 27 19 17 16 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Nº5 Nº7 Nº9 Nº10 Nº13 Nº18 Nº28 Nº25 Nº26

Golos Marcados

Golos Marcados 0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030 0,035 0,040 Nº5 Nº7 Nº9 Nº10 Nº13 Nº18 Nº28 Nº25 Nº26

Golos Marcados Por Tempo de Jogo

Golos Marcados Por Tempo de Jogo

Relativamente ao número de golos marcados verificamos que o Nº 10 é o melhor marcador com 38 golos. Lidera os melhores marcadores por uma grande margem uma vez que o segundo melhor marcador é o Nº 18 com 27 golos, existindo portanto uma diferença de 11 golos.

Após a normalização do número de golos marcados por tempo de jogo verificamos que o Nº 10 mantém-se como o melhor marcador, e como verificamos através do tempo de jogo da época este é um dos jogadores mais utilizados e com mais minutos em jogos oficiais. Assim podemos concluir que este é um jogador que tem tendência para marcar muitos golos quando está em campo.

Continuando esta análise verificamos que o segundo jogador com mais golos marcados (Nº18) é ultrapassado pelos Nº 9 e Nº28 uma vez que apesar de terem marcado menos golos face aos minutos que jogaram obtiveram um maior rácio de golos marcados por tempo de jogo

Gráfico 6: Melhores marcadores por tempo de jogo

Gráfico 5 - Melhores marcadores equipa

Imagem

Figura 1 - Parâmetros para realização das sessões de treino. (FBCQ, s.d.a.)
Figura 2 - Da intenção prévia à intenção em ação, segundo Silva, M. (cit. por Tani, 2001)
Figura 3 - Componentes estruturais do Exercício de treino, Castelo (1996)
Figura 4 - Estrutura e organização dos exercícios e jogos. (FBCQ, s.d.a.)
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Referências

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