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08 - Metodologia de Pesquisa.pdf

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Academic year: 2019

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Palavra Digital

MBA em Gestão Estratégica de Negócios

Disciplina

Metodologia da Pesquisa Científica

Autora

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Chanceler

Ana Maria Costa de Sousa

Reitor

Guilherme Marback Neto

Vice-Reitor

Leocádia Agláe Petry Leme

Pró-Reitor Administrativo

Antonio Fonseca de Carvalho

Pró-Reitor de Extensão, Cultura e Desporto

Eduardo de Oliveira Elias

Pró-Reitor de Graduação

Leocádia Agláe Petry Leme

Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação

Eduardo de Oliveira Elias

Diretoria de Pós-Graudação e Extensão

Diretor

Silvio José Cecchi

Gerentes de Pós-Graduação

Vanessa Fabíola Nogueira Pancioni

Patrícia Paiva

Coordenador Geral de Pós-Graduação

Mario Luiz Nunes Alves

Coordenadora Geral de Pós-Graduação EAD

Claudia Regina Benedetti

Coordenadora Geral de Extensão

Joise Sartorelli Melare

Diretor da Anhanguera Publicações

Luiz Renato Ribeiro Ferreira

Núcleo de Produção de Conteúdo e Inovações

Tecnológicas

Diretora

Carina Maria Terra Alves

Gerente de Produção

Rodolfo Pinelli

Coordenadora de Processos Acadêmicos

Juliana Alves

Coordenadora de Ambiente Virtual

Lusana Verissimo

Coordenador de Operação

Marcio Olivério

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Início

Links Importantes

Vídeos Importantes

Pontuando

Referências

Vamos Pensar

(5)

ROTEIRO DE ESTUDOS DA DISCIPLINA

Caro(a) aluno(a)

Esse Roteiro de Estudos possui como objetivo principal direcioná-lo em seus estudos e garantir o melhor

aproveitamento possível de sua vida acadêmica e das ferramentas disponíveis no Ambiente Virtual de

Aprendizagem.

Assim, sugerimos os seguintes passos:

1º) Visite o Guia do Aluno e acesse os links disponíveis.

2º) No Guia do Aluno acesse o link Tutorial: nele você encontra todas as orientações iniciais e o passo a

passo para a navegação no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

3º) Ainda no espaço do Guia do Aluno verifique o link Manual do Aluno: você encontrará todas as informações para sua vida acadêmica.

4º) Confira toda semana o Mural: nele temos informações atualizadas periodicamente sobre comunicados, palestras, eventos e atividades complementares.

5º) Acesse o Fórum da disciplina: este é um espaço de interação entre você, seus colegas de turma e

seu tutor. É uma importante ferramenta para esclarecer dúvidas comuns e entrar em contato com outros

estudantes.

6º) Acesse o link Mensagem: caso tenha alguma dúvida específica, você pode encaminhá-la diretamente ao

tutor.

7º) Acesse o link da sua primeira aula (Aula 1) e verifique os materiais disponíveis e realize a leitura dos mesmos. A cada semana uma nova aula estará disponível, totalizando quatro aulas em toda a disciplina.

8º) Verifique a Proposta do Desafio Profissional no link da Aula 1: você irá desenvolvê-lo e postá-lo na Aula 4 da terceira disciplina do módulo, pois sua realização prevê o estudo de todo o conteúdo das três disciplinas

do módulo.

9º) Leia os conteúdos do seu “Palavra Digital”.

10º) Ao término de cada aula, faça a Verificação Leitura. Esta é uma importante ferramenta de auto-avaliação

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA

As páginas que se seguem dão início aos quatro textos que formam a leitura fundamental deste módulo

de metodologia da pesquisa científica. A preocupação central é a de fornecer ferramentas para que os

alunos dos cursos de especialização nas mais diversas áreas da Anhanguera Educacional possam redigir

um trabalho de conclusão de curso satisfatório. Nossa meta, na elaboração deste material, foi a de evitar que o conhecimento teórico, por mais fascinante que seja, não se desprendesse do interesse prático de um curso voltado para a elaboração de um artigo científico. Essa afirmação necessita de alguma especificação, para que não fique a impressão de que este curso se reduza a uma série de dicas para se escrever bem. Evidentemente, as dicas podem ser de grande ajuda no momento da elaboração e escrita de nossos textos,

mas de forma alguma ganharão status prioritário. O objetivo deste módulo é o de orientar o aluno tendo

como bases, por um lado, o seu próprio conhecimento e, por outro, formas de expandi-lo, para que possa construir um texto com base na sua própria experiência.

Dizer que nossa preocupação é a de possibilitar que o aluno marque seu texto com a sua experiência não implica num reducionismo do conhecimento, como se o que o aluno sabe já seria o suficiente. Nossa posição é diametralmente oposta e essa, como também o é da crença de que o acúmulo de conhecimento pelo conhecimento, desvinculado de sua realização na prática, bastaria. A maturidade de um texto científico depende de ao menos três fatores: conhecimento da área específica sobre a qual se debruça a pesquisa; uma clareza quanto aos objetivos prático-teóricos do trabalho a ser realizado; e um domínio não só da linguagem escrita, mas sobretudo do estilo acadêmico. Nosso interesse, dessa forma, será o de preparar as atividades deste módulo sobre esse tripé, contribuindo para que o aluno organize da melhor forma possível o conhecimento que já possui; tenha condições de realizar uma pesquisa bem fundamentada; e aprimore, se houver necessidade, a sua habilidade escrita.

A grande quantidade de áreas profissionais às quais essa leitura é voltada coloca-nos o problema de até

onde a generalização do que será dito pode responder aos interesses de pessoas dos mais diversos círculos

profissionais, e de como conseguir o grau de especificação necessário tanto para que o interesse do aluno seja satisfatoriamente desperto quanto para que as diferenças entre os estilos dos artigos, de acordo com as áreas de atuação, sejam devidamente abordadas. Para sanar este problema, as leituras e textos comuns a todos buscarão um grau de especificidade que não comprometa o entendimento de seu conteúdo ou o interesse de alunos diversificados, as atividades mais específicas sendo trabalhadas diretamente com o

tutor responsável pelo módulo.

Muitos alunos, pelos mais diversos motivos, possuem expectativas bastante baixas com relação a cursos de metodologia da pesquisa científica. É nosso interesse reverter esse quadro, concentrando nos aspectos fascinantes da pesquisa e da produção escrita de conhecimento, bem como da qualidade instrumental desse conhecimento nas mais diversas atividades profissionais. Um curso de especialização estabelece, em geral, um vínculo bastante estreito com a atividade profissional sobre a qual está organizado. Este módulo de

metodologia não pretende fugir a esse padrão, mas, em conjunto com os outros nove módulos, contribuir para a formação de um profissional preparado para enfrentar a realidade às vezes bastante exigente do

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AULA 1 - EPISTEMOLOGIA

Objetivos

฀ Refletir sobre ciência e método científico ฀ Objetivos específicos

฀ Refletir sobre a Verdade da ciência ฀ Discorrer sobre os tipos de conhecimento ฀ Definir as características da ciência

1. A ESFERA DE CIÊNCIA: DELIMITAÇÃO DE CAMPO

Tendo em vista que discorreremos sobre “metodologia da pesquisa científica”, devemos inicialmente definir, mesmo que brevemente, o que entendemos por “ciência” e por “método”. Tratemos de cada conceito separadamente.

1.1 A ESFERA DA CIÊNCIA

O que é necessário para que possamos dizer que algo é científico? Nossa sociedade está tão encharcada de verdades “cientificamente provadas” que não raro perdemos a noção de algumas qualidades intrínsecas do que seria uma ciência séria. Longe de defendermos uma intenção idealista, capaz de ver a ciência como “esfera autônoma”, não devemos, por outro lado, aceitar indiscriminadamente a subordinação total do conhecimento científico aos interesses do mercado. Isso porque, embora grande parte da produção científica esteja vinculada aos recursos provenientes das grandes empresas, com todas as complicações que daí advêm no que tange aos interesses por lucro que movimentam a esfera privada, a falta de critério no uso do conceito de “ciência” torna a pesquisa cientifica uma mera intervenção publicitária. O sucesso deste uso bastante específico do “científico” origina-se em uma certa crença popular de que o científico é uma Verdade, legitimando como irrefutável, consequentemente, a voz do cientista ou a do pesquisador. Vejamos um exemplo: o café faz bem ou faz mal à saúde? Com certeza todos nós já nos deparamos com argumentos contra, parcialmente contra, parcialmente a favor e a favor de sua ingestão, muitos deles cientificamente provados. Até aí, não há nada de novo. Toda a pesquisa científica bem feita possui um objetivo claro que delimita tanto a pesquisa propriamente dita quanto os resultados. Uma pesquisa sobre o

poder estimulante da cafeína no cérebro tenderá a apresentar um resultado mais positivo sobre o café do

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e frequentes contestações de teorias científicas por outras mais recentes que parecem explicar melhor a realidade. Mas se a ciência busca explicar a realidade, essa explicação tem como momento seguinte a sua manipulação. A ciência busca interferir na realidade, atuando nas mais diversas áreas das atividades humanas. E o faz pela união bem realizada da investigação científica, a pesquisa propriamente dita, com a

lógica racional que permite a generalização das descobertas e a produção de leis.

Assim, podemos dizer que a ciência tem como características básicas a observação dos fatos, sua repetição (o experimento) e sua ordenação lógica, de forma a construir teorias que dêem conta do comportamento dos eventos trabalhados, possibilitando sua utilização racional nas mais diversas áreas de atuação humana. Mas o que entendemos hoje como científico é algo relativamente novo. Embora a busca pelo conhecimento

empírico tenha existido na antiguidade, a sua aplicação prática em larga escala teve de esperar condições

culturais e sócio-econômicas favoráveis, o que ocorre já no período de transição da Idade Média para o mundo moderno. Entre as inúmeras transformações ocorridas neste período, um fator significativo para a expansão sem precedentes do conhecimento lógico-empírico foi a sua separação da filosofia, norteando-se cada vez mais, como veremos a seguir, pelo método indutivo. O mundo ocidental, a partir do humanismo,

produziu uma contínua separação das esferas de conhecimento, pouco ou não separadas na idade média, tornando possível um grau de especialização surpreendente de um novo pensamento lógico vinculado à apreensão empírica do mundo. Neste período, a razão assume o papel de instrumento para a obtenção da verdade, antes nas mãos do místico religioso. Liberta das concepções religiosas não racionais e afastando-se do paradigma lógico ditado pelo método dedutivo, a ciência constrói, em suas teorias, um outro mundo, movido por leis quantificáveis.

Este novo tipo de conhecimento pode ser mais bem visualizado com uma breve exposição das quatro grandes esferas geralmente aceitas como abrangendo os principais tipos de conhecimento no mundo

ocidental: a popular, a filosófica, a religiosa, e a científica. Para efeitos didáticos, as três primeiras esferas do conhecimento relacionadas acima serão discutidas em oposição ao conhecimento científico. Iniciemos pelo conhecimento religioso. Este conhecimento é fundamentalmente transcendental. Sua base é a fé, pois parte de evidências não verificáveis. Assim, revela-se como dogmático. Religião e ciência possuíam uma grande proximidade no mundo medieval, muitas vezes sendo indissociáveis. Tomemos, por exemplo, a astrologia – na Idade Média, este campo de estudo abrangia tanto a astronomia quanto a astrologia, que viriam a se

separar posteriormente. O homem que estudava os astros era o mesmo que traçava o destino das grandes

nações. Dentre as discussões que levaram à sua cisão, que foram muitas, podemos citar a descoberta, dados os critérios cada vez mais empíricos e cuidadosos de observação, do 13º signo, a constelação de ofiúco, que

passa pela eclíptica celeste e localiza-se entre sagitário e escorpião. Dado que essa nova constelação era

“verificável”, a nova tendência pela busca da verdade nos fatos não podia compartilhar, com os astrólogos tradicionalistas, a não aceitação da inclusão de mais um signo no zodíaco. Daí, temos um novo impulso, entre tantos outros, para a formação de um campo empírico-científico, a astronomia, e um transcendente, a

astrologia moderna.

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pelo relojoeiro divino – uma vez criadas as leis eternas, o funcionamento do mecanismo não é mais alterado

por caprichos do criador.

Comparando filosofia e ciência, detectamos que ambas trabalham com sistemas lógicos. Porém, a filosofia medieval (e boa parte da filosofia moderna) não recorria ao mundo empírico como coração de suas indagações e hipóteses. Trabalhando com grandes questões da humanidade, como o belo, a verdade, a morte, a liberdade etc., construía seus sistemas lógicos sobre hipóteses muitas vezes não verificáveis, voltando-se para critérios valorativos. Fundamentalmente dedutiva, como veremos a seguir, não pode absorver totalmente os novos valores empírico-indutivos do novo conhecimento científico.

Não se trata aqui de um critério valorativo. A ciência, apesar de todas as vantagens da apropriação da realidade pela observação, não pode abarcar o mundo. No que tange à realidade social, histórica e cultural humana, há várias áreas das quais o conhecimento empírico ou não dá conta, ou o faz ao preço de um reducionismo gritante. A liberdade, por exemplo, é um conceito que só com contorcionismos surpreendentes pode ser investigada a partir de critérios empírico-mensuráveis. Quando muito, pesquisas podem mapear o que determinada cultura ou fração de uma cultura entende por “ser livre”, ou criar critérios econômicos para definir qual seria uma renda que tornaria possível algum critério específico de liberdade, mas as conclusões jamais poderão, a não ser de forma bastante ingênua, ser generalizadas em fórmulas ou leis. Isso nos coloca um problema dos mais complexos quando, no séc. XIX, surgem as ciências humanas, obrigando a, em determinadas áreas do saber, uma reaproximação da ciência aos critérios dedutivos da filosofia. Discutiremos este tópico a seguir, ainda nesta aula.

No que tange às semelhanças e diferenças entre o conhecimento científico e o popular, o ponto de contato

mais forte está na sua qualidade empírica – embora o conhecimento popular seja muitas vezes marcado

pelo místico, tem sempre um objetivo prático a ser alcançado. O que o difere do científico são o seu caráter tradicional (não há conhecimento popular de ponta) e sua pouca preocupação com a reflexão sobre os sistemas de que faz uso. Embora o conhecimento científico pareça estar, à primeira vista, bastante acima do popular, nosso dia-a-dia é marcado pela predominância deste conhecimento. Um exemplo típico está na área da educação familiar. Não há pai ou mãe que confie toda a educação, por exemplo, às conquistas e metodologias da psicopedagogia moderna. Em vários momentos o que prevalece é a tradição, o que foi herdado de nossos pais e avós, e que define tanto do que somos hoje.

A separação dessas quatro formas de conhecimento obedece a critérios analítico-pedagógicos, já que não encontramos formas de conhecimento em “estado puro”. O que há são tendências predominantes de uma ou de outra esfera, mas sempre com a presença de outras. A religião, por exemplo, está sempre ligada seja à filosofia, quanto mais “intelectuais” os religiosos nela envolvidos, seja ao popular, que oferece a realidade concreta que será organizada e direcionada por ela. A ciência, por mais que possa julgar-se neutra, está sempre sujeita à visão de mundo do pesquisador, com seus pré-conceitos, suas crenças e sua cultura.

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artigo sobre o assunto de autoria do Prof. Eduardo Meditsch (2005), que discute o lugar específico do

jornalístico como um conhecimento que vai além da forma tradicional de vê-lo como estando entre o popular e o científico. Já o artístico, tem sido bastante reconsiderado nas últimas décadas como recurso importante

para a apreensão do mundo e atuação nele pela criatividade e pela fantasia. O espaço artístico parece possibilitar formas de dizer algo sobre o mundo que não poderia ser dito da mesma forma por outros meios.

Embora não haja espaço para esta discussão aqui, um autor que defende o conhecimento artístico como fundamental é Edgar Morin. Vale à pena conferir suas ideias em seu livro A cabeça bem-feita (2003).

Dito isto, falemos um pouco do método científico.

1.2 O MÉTODO CIENTÍFICO

Podemos definir “método” como um caminho a ser percorrido. Este caminho está presente em várias áreas

da atividade e do conhecimento humanos. Há certamente a necessidade de um método de ação no mundo

dos negócios, por exemplo, mesmo que os passos a serem seguidos não sejam teoricamente explicitados,

dependendo mais da intuição ou do conhecimento prático da pessoa envolvida. Em nossas atividades

cotidianas, também fazemos constantemente uso de métodos que muitas vezes passam despercebidos por nosso ser consciente. Basta lembrarmo-nos de quantas vezes alguém nos revelou, para a nossa surpresa, alguma mania nossa, marcada por um método, ou como percebemos no outro formas de agir bastante metódicas que lhe são invisíveis, tão invisíveis que, em alguma situações, podem causar constrangimento

se reveladas.

O que caracteriza, então, o método científico? Um elemento que definitivamente o constrói é a sequência racional das ações que constituem este processo ou caminho. Há, para falar de outra forma, uma organização lógica entre os vários momentos de uma pesquisa científica que é planejada e alterada de acordo com as

necessidades impostas pelo próprio processo. Se devermos desenvolver um trabalho de campo sobre as

tendências políticas de determinado eleitorado, há um processo, ou método, que depende, para o sucesso da pesquisa, de um estudo detalhado deste eleitorado que permita a elaboração de questões pertinentes e das quais possamos extrair material suficiente para possíveis generalizações, sempre limitadas pelo escopo da pesquisa ela mesma. Mas também se deve fazer um estudo das metodologias estatísticas à disposição, para que detenhamos um repertório suficiente para uma escolha adequada às necessidades do trabalho a ser realizado. O método deverá ainda determinar as formas de coleta dos dados, sua organização, seleção e classificação, sempre tendo em vista uma conclusão satisfatória. A razão, então, ou a lógica racional, é um elemento indispensável para um método científico bem elaborado.

Mas a filosofia também faz uso de um método racional. Então, um outro elemento distintivo deve ser considerado, uma vez que há uma diferença real entre o método filosófico e o científico. O que torna a ciência “científica” é um método que una a razão à observação dos fatos. A razão é compartilhada pela ciência e pela filosofia; a observação empírica, por sua vez, é comum à ciência e ao conhecimento popular. Contudo, razão e observação juntas constituem a marca do método científico. Isso não significa

que devamos necessariamente fazer uso do método científico (razão + observação) em nossa pesquisa

acadêmica. Há áreas de pesquisa acadêmica que trabalham sobre hipóteses não verificáveis, aproximando-se de linhas de um método filosófico. Outras áreas dependem tanto do método científico como do filosófico

(11)

1.3 DEDUÇÃO E INDUÇÃO

Talvez, de forma genérica, possamos dizer que o método dedutivo seja o coração da filosofia, e o indutivo, o da ciência. A diferença essencial entre ambos é o movimento do pensamento lógico que, no primeiro caso, move-se do geral para o específico e, no segundo, do específico para o geral. O silogismo aristotélico,

como formulação básica da dedução, é o exemplo mais frequente a que recorremos para exemplificar este encadeamento lógico de ideias:

฀ Todo ser humano é mortal. ฀ Sou um ser humano. ฀ Portanto, sou mortal.

As três partes deste raciocínio são nomeadas “premissa maior”, de caráter geral, “premissa menor”, específica, e “conclusão”. Parte-se do que é aceito como verdade geral, de um axioma, para, através de

uma premissa intermediária e específica, chegar-se a uma conclusão também verdadeira. O pensamento, movendo-se do geral conhecido à sua concretização, tem como um de seus fundamentos o conhecimento do mundo específico a partir das leis que o regem.

Como o encadeamento dos três momentos do silogismo é fundamentalmente racional, uma falsa lógica pode causar a impressão de verdade no que é falso ou parcialmente falso:

฀ Cão que ladra não morde. ฀ Este cão ladra.

฀ Portanto, não morde.

O erro, tomar o provérbio, de fundo moral, como axioma, pode levar a uma bela mordida na perna. Neste caso, a primeira premissa é falsa, por não comportar, em sua generalização, uma verdade ou mesmo algo

que se aproxime de uma verdade – há muitos cães que ladram e mordem. Pode acontecer da lógica que

articula as premissas não ser correta, ou ser ambígua, produzindo um raciocínio distorcido da realidade:

฀ A natureza é movida pela lei do mais forte. ฀ Eu sou mais forte.

฀ É natural que eu te domine.

O erro lógico aqui advém do fato do ser humano não ser movido unicamente por forças instintivas, mas possuir cultura e política. Em sociedades complexas como a nossa, a força muitas vezes provém de privilégios sociais que garantem sua legitimidade institucional. De outro lado, a mera aplicação da força física para a dominação do outro pode levar o indivíduo a atos passíveis de penalização, o que não ocorre na natureza. O pensamento dedutivo foi retomado na modernidade por Descartes. Sua nova estruturação lógica, mais complexa, parte de uma evidência que é então analisada através de sua fragmentação. A análise busca localizar e isolar as partes constitutivas do objeto de estudo para reconstruir o todo através da síntese.

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A indução apresenta um movimento oposto de apreensão da realidade ao da dedução e é parte intrínseca

da nova ciência, em sintonia com a proposta humanista do mergulho no real sensível. O que mudou, entre

tantas coisas, foi a própria concepção do real. Como vimos acima ao comentarmos o interesse de Newton pelas leis que movem o mundo sensível, desde que maçãs existem, elas caem das árvores quando maduras. Esta é uma evidência que poderia criar um silogismo simples: toda a maçã madura, salvo se for antes arrancada ou devorada por algum animal, cai da árvore. Esta é uma maçã madura presa a uma árvore. Portanto, dadas as ressalvas anteriores, cairá. O exemplo é apenas para chamar a atenção ao fato de que a evidência esteve sempre presente por toda a história do ser humano. Porém, é num determinado período histórico, denominado humanismo, parte de um movimento mais amplo de ascensão da classe burguesa, que emerge o interesse por investigar esta evidência, vista como fenômeno a ser estudado. A diferença em

relação ao pensamento dedutivo é que agora não se parte de uma hipótese pré-estabelecida. É a análise dos elementos constitutivos do fenômeno que vai tornar possível a indução de hipóteses. A reprodução

do fenômeno em condições controladas – o experimento – permite a contínua verificação das hipóteses

induzidas e sua reformulação constante. Quando a quantidade e a qualidade dos experimentos permitem a formulação de uma forte tendência, esta é examinada até que alcance o grau de generalização de uma lei geral. Contudo, esta lei geral, se genuinamente científica, não tem a pretensão de ser Verdade Eterna,

uma vez que novos estudos, realizados pelo mesmo pesquisador ou por outros na mesma época ou em épocas posteriores, pode mostrar as limitações ou mesmo os erros desta generalização, produzindo novas

leis gerais.

Há pouco espaço para o purismo quando falamos desses métodos. O método indutivo, quando se estruturou como ciência, foi muitas vezes considerado o único capaz de revelar a verdade do mundo, como diz Francis Bacon no aforismo XIV de seu Novum Organum:

O silogismo consta de proposições, as proposições de palavras, as palavras são o signo das noções. Pelo que, se as próprias noções (que constituem a base dos fatos) são confusas e temerariamente abstraídas das coisas, nada que delas depende pode pretender solidez. Aqui está por que a única esperança radica na

verdadeira indução.

Porém, dizer que devemos ser totalmente indutivos para podermos realizar o ideal de uma ciência imparcial é uma grande utopia, uma vez que não há pesquisador que possa remover, de sua pesquisa, seus conhecimentos, interesses e perspectivas de ordem cultural. Como vimos, o próprio fato de se olhar de forma diversa a maçã caindo de uma árvore não é fruto da genialidade de um homem, mas de um interesse

coletivo gerado por uma nova concepção de mundo – a verdade não estava mais nos desígnios místicos de

Deus, mas na observação dos fenômenos para o descobrimento das leis que movem o mundo físico. Não

se deve partir do pressuposto de que só a indução é válida – tudo depende da área de atuação da pesquisa

e da corrente crítica que se segue. A arqueologia, por exemplo, tem nas evidências encontradas nos sítios arqueológicos material para muita pesquisa indutiva, mas não pode se privar da construção de hipóteses

que preencham os espaços vazios entre o que se tem para observação e formas de vida de uma época histórica inacessível em sua totalidade.

(13)

forma.

1.4 TRABALHOS DE DIVULGAÇÃO E TRABALHOS

COMPARATIVOS

Mas é necessário que o argumento de um artigo seja sempre dedutivo ou indutivo? Não. Um artigo científico

pode seguir outros modelos. Há bons artigos que funcionam como material de divulgação. Pega-se um

livro importante e difícil, por exemplo, e após uma leitura e análise atentas do material, escreve-se um artigo explicitando o argumento central do livro, como ele se insere na obra do autor, como se insere na discussão teoria da qual faz parte, etc. Esse trabalho, de caráter didático, é relevante e bastante útil, dada a impossibilidade de tempo para lermos tudo o que nos interessa. Há teses de mestrado, e mesmo de doutorado, que funcionam nessa linha, situando determinada obra no trabalho do autor e/ou no desenvolvimento de

teorias em determinada época e local. Em uma entrevista para o programa de radio Radioscopie1, em 7 de fevereiro de 1973, Jean-Paul Sartre faz um comentário interessante sobre os trabalhos de divulgação de

seus escritos por outras pessoas.

No entanto, concordo que minhas obras filosóficas não são, na verdade, legíveis a não ser por filósofos. No entanto, pela mediação, elas atingirão o povo,

pelos homens que a lerão e darão a ela uma forma mais acessível. Notei muitas

vezes, após escrever, que há pessoas que escrevem melhor. Os professores, por exemplo, que explicaram melhor o existencialismo, que eu não expliquei em O ser e o nada. Simplesmente porque, naquele momento, talvez fosse necessário inventar, compreender as coisas novas.

O trecho esclarece a importância do trabalho de divulgação tanto para fins pedagógico-escolares quanto para enriquecer a discussão no próprio meio científico-acadêmico. Se o trabalho for sério, certamente será

bem recebido.

Outro tipo de artigo que não implica necessariamente na utilização dos métodos de indução e dedução é o

trabalho de comparação e enfrentamento entre teorias. Também de grande relevância no meio acadêmico,

permite mapeamentos bastante frutíferos de discussões teóricas. Muitas vezes cedemos a um ecletismo

vulgar, que aproxima teorias que são, na verdade, diametralmente opostas. Trabalhos comparativos sérios permitem que compreendamos melhor o que está em jogo em teorias as mais diversas, o que está sendo defendido e o que está sendo questionado. Toda teoria é uma intervenção em uma discussão, embora muitas vezes não explicitada. Uma pesquisa desse tipo pode contribuir muito para o amadurecimento intelectual do

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2. AS CIÊNCIAS NATURAIS E AS CIÊNCIAS

HUMANAS

Como vimos, a ciência moderna inicia-se no humanismo como fundamentalmente empírica, atenta aos fatos,

ao seu isolamento, à sua repetição e à sua análise com o objetivo de deles extrair leis gerais que os descrevam. O seu potencial foi e é extraordinário – basta vermos o desenvolvimento surpreendente das máquinas, que caminharam desde os primeiros relógios e teares mecânicos até os nossos sofisticados computadores, motores automotivos, etc. Mas essa forma de ver o mundo encontrou, sobretudo no século XIX, com o surgimento da sociologia e da psicologia modernas, dificuldades bastante grandes na transposição de um

conhecimento acumulado por meio de um estudo das forças da natureza para o estudo do comportamento

humano. O homem não é apenas natureza, é movido por interesses e desejos em dinâmica constante, dadas as relações sociais que constroem sua identidade. Assim, se é possível formular uma lei que descreva com exatidão fenômenos causados pela gravidade em todo o planeta e mesmo em outros astros, é muito mais difícil criar fórmulas que dêem conta do comportamento psicológico humano ou que determinem com

precisão o movimento da economia.

Diante disso, novas construções teóricas foram desenvolvidas, gerando por vezes uma grande disparidade entre as ciências naturais e as humanas, ou entre as ciências humanas baseadas nas teorias das ciências naturais e as ciências humanas mais preocupadas em entender o espaço não-natural (sociológico, histórico, político e cultural) do homem. Deve-se ter em mente essa diferença, para que não se corra o risco de avaliar erroneamente uma teoria, exigindo fundamentações que não são parte de seu núcleo duro. Por exemplo, a história não pode ter a precisão da física mecânica. Se às vezes aspira a essa “exatidão”, corre o risco de destruir o objeto que estuda – o ser humano, em prol de uma regularidade que, embora possa responder por certas tendências da história, não podem dar conta de toda a realidade do ser humano. Um dos grandes avanços na historiografia moderna, por exemplo, foi o questionamento da visão tradicional da

história como uma história construída pela ação de grandes homens que sucedem uns aos outros em um

movimento contínuo em direção ao futuro. O questionamento desse ideal teleológico (o “telos” do progresso, um caminho que seria marcado pelo avanço tecnológico e do processo civilizatório) é feito, nessa nova historiografia, pela constatação de que a história não é um caminho rumo ao progresso, mas uma sequência de lutas. Os que ganham e marcam seu lugar na história não são necessariamente os “melhores”, mas os mais fortes, com mais recursos, com mais homens e/ou mais estratégia. Essas qualidades, tão vinculadas ao ideal de guerra, não são necessariamente as qualidades que possibilitariam o progresso ético-moral do ser humano, por exemplo. A obra que melhor ilustra essa nova historiografia é A formação da classe operária inglesa, de E. P. Thompson, contando a história da classe operária como uma sequência de luta, de vitórias

e de perdas, sempre opondo seus idéias de comunidades aos ideais individualistas burgueses. No caso em questão, a força da obra está no fato das generalizações não “passarem por cima” do levantamento de dados, mas serem construídas a partir deles ou como hipóteses a serem neles testadas.

(15)

A indução e a dedução, dessa forma, embora marcadas pelo pensamento científico e pelo filosófico respectivamente, estão ambas presentes, em graus variados, nas pesquisas as mais diversas. As ciências exatas podem ser muito dedutivas, especialmente quando atingem um alto grau de abstração. A matemática é um bom exemplo de uma área que permite tanto estudos indutivos quanto estudos altamente dedutivos, quando as relações internas entre os números ganham autonomia, distanciando-se do mundo empírico. Do mesmo modo, a economia pode ser estudada indutivamente, colocando à prova teorias existentes e produzindo outras a partir de pesquisas de campo, ou se fechar em amplos mapeamentos de ciclos históricos

que se baseiam mais em equações matemáticas do que em um conhecimento do comportamento humano.

As ciências humanas enfrentam constantemente essa dificuldade da presença de concepções bastante diversas, umas se aproximando das ciências naturais, com a produção de leis mais fixas e quantificáveis, aos poucos se distanciando do ser humano concreto, e outras procurando entender o ser humano no mundo,

com trabalhos de campo mais empíricos e amarrados ao mundo concreto.

3. PROBLEMAS COMUNS

O artigo de conclusão do nosso curso de especialização, dessa forma, pode percorrer tanto uma via mais dedutiva quanto uma mais indutiva. Contudo, o que deve estar sempre em pauta no momento da pesquisa e da escrita é que, independentemente do caminho metodológico tomado, o argumento tem de ser movido

por critérios lógico-racionais. Vimos no início dessa aula os tipos de conhecimento. Tanto o religioso quanto

o popular não podem ser pilares de sustentação de nosso argumento. Dizer que o líder deve ser persistente, justo e sincero, por exemplo, é algo de uma generalidade gritante. Uma pesquisa que se proponha a trabalhar com essas qualidades teria de, por exemplo, examiná-las em situações e momentos históricos específicos – quais as características de persistência que contribuem para uma boa gestão em uma empresa familiar? Como fazer com que a empresa X, que implantou uma gestão estratégica mais arrojada há cinco anos, solucione problemas em sua gestão, ainda amarrada a ideais de persistência mais funcionais em uma hierarquia vertical? Estes são problemas específicos que podem ser trabalhados de forma lógico-indutiva.

Mantendo o exemplo do líder, outro problema frequente é o da falta de método. É comum que alunos venham com uma listagem de qualidades do líder, por exemplo, tiradas de algum livro sobre o assunto, mas sem organizar o seu trabalho seja dedutivamente, mostrando como essas qualidades se resolvem na prática, modificando-se em situações específicas diversas, seja indutivamente, mostrando como a prática pode ser generalizada em certas tendências mais amplas, os “itens” expostos, mas sempre como generalizações

que não podem ser simplesmente aplicadas como se fossem uma panacéia para todos os males. Temos de

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4. VAMOS PENSAR?

A partir do que foi apresentado nesta aula, comece a pensar em um tema que gostaria de pesquisar. Pense na importância deste tema e faça uma pergunta de pesquisa para a temática que escolheu.

5. PONTUANDO

Vimos nesta aula os seguintes pontos importantes:

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E

WEBGRÁFICAS

ALVES, Rubem. Filosofia da ciência. São Paulo, Ars Poética, 1996.

BACON, Francis. Ovum Organum. Arquivo eletrônico. Site: TRIPLOV.com.org. Disponível em:

http://www.triplov.com/hist_fil_ciencia/francis_bacon/novum_organum/index.htm Acesso em: 23 dez 2010. CERVO, A. L. & Bervian, P. A. Metodologia Científica. São Paulo: Makron Books, 1996.

DANTON, Gian. Metodologia Científica. MG: Virtual Books, 2002. Disponível em: http://virtualbooks.terra.com.br/osmelhoresautores/Metodologia_cientifica.htm Acesso em: Acesso em: 12 abr 2010.

LAKATOS, E. Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. São

Paulo: Atlas, 1991.

MEDITSCH, E. O jornalismo é uma forma de conhecimento?Media & Jornalismo, Brasil, v. 1, n. 1, 2005. Disponivel em:

http://revistas.univerciencia.org/index.php/mediajornalismo/article/view/1084/5273. Acessado em 28 dez 2010.

Edgar MORIN. A cabeça bem-feita. RJ: Ed. Bertrand Brasil LTDA, 2003.

RODRIGUES, André Figueiredo. Como elaborar citações e notas de rodapé. SP: Humanitas, 2007. ______ . Como elaborar e apresentar monografias. SP: Humanitas, 2008.

______ . Como elaborar referência bibliográfica. SP: Humanitas, 2008.

SIMÕES, Darcília. Trabalho acadêmico. O que é? Como se faz? Rio de Janeiro: Dialogarts, 2004. Disponível em:

(18)

AULA 2 – NORMATIZAÇÃO

OBJETIVOS

Auxiliar o aluno na formatação e normatização de seu artigo científico

Expor a formatação e normatização de artigos científicos

1. O FORMATO SARE

Os artigos científicos resultantes de sua pesquisa devem seguir alguns padrões e normatizações vigentes.

Veremos nesta aula algumas destas normas.

A primeira forma é a do SARE (Sistema Anhanguera de Revistas Eletrônicas), você deve seguir esta

formatação somente de quiser publicar seu artigo nas revistas da Anhanguera Educacional. Se não for o que

pretende, deve seguir as demais normatizações e a estrutura descrita em seu Manual de TCC.

O formato SARE está disponível para download. O acesso direto ao documento podendo ser feito pelo link

Modelo_Artigo_AESA.doc. O texto desse arquivo é uma explicação detalhada de como o modelo funciona. Contudo, como a formatação possui seções diversas para o título, subtítulo e texto, seu uso pode apresentar

problemas para pessoas que não estão muito familiarizadas com os recursos do Word. Algumas dicas podem

tornar o seu manuseio bastante simples. Primeiro trataremos dos textos escritos diretamente no SARE, e

depois discutiremos o problema da importação de documentos para esse formato.

2. ESCREVENDO NO SARE

Como dito acima, o SARE possui estilos diversos para formatações diversas. Todos esses estilos podem ser

selecionados no ícone “estilo” do Word. Essa ferramenta oferece acesso direto a toda a formatação do texto,

como vemos abaixo:

(19)

Clicando sobre o ícone “subseção”, por exemplo, temos o formato automaticamente selecionado no texto. Toda a formatação do SARE está lá, incluindo inclusive a formatação dos itens, numeração, legendas, etc. Se o ícone “mostrar visualização” for pressionado, você tem acesso inclusive ao estilo real da fonte, como na imagem abaixo:

Figura 2: Tela de Estilos II

Com um pouco de prática este recurso pode ser usado com muita facilidade.

Contudo, podem permanecer algumas dúvidas quanto à formatação do arquivo. Faremos então uma descrição de como o SARE funciona, apontando problemas que possam ocorrer e maneiras de se formatar

o texto manualmente.

Comecemos pelo título e pelo subtítulo. O SARE possui formatações específicas para o título e para o subtítulo. O título, em abóbora (cor personalizada) e fonte arial narrow tamanho 14, não aceita letras

minúsculas. O subtítulo, em arial 12, deve ser escrito com as primeiras letras em maiúsculo, com exceção

de artigos, preposições e conjunções. Uma forma de se trabalhar com essa formatação é digitar no próprio título disponível no modelo, excluindo o que está escrito. Quem for utilizar este sistema, deve “guardar” um título e um subtítulo para que, sempre que necessário, corte-o e cole-o no lugar devido. Abaixo um exemplo de como isso pode ser feito:

(20)

paragrafação passa a ser 1,5. Esse ajuste também é automático:

3.2 TÍTULO

O primeiro parágrafo se inicia colado à margem esquerda.

O segundo parágrafo se inicia com recuo esquerdo de 1,5cm. O mesmo ocorre com o subtítulo.

Pode-se proceder da mesma forma para o título e subtítulo do artigo – basta selecionar o texto e escrever

sobre ele. No final do modelo, há espaço para agradecimentos e depois para as referências bibliográficas.

Mantenha o formato original – essas seções não são numeradas.

Quanto a tabelas e figuras, o título deve ser colocado acima das tabelas e abaixo da figuras. Corte e cole

as frases abaixo, já com a formatação correta para o SARE (tabela: Times New Roman tamanho 10,

espaçamento simples, 6 pt antes e 3 pt depois; figura: Times New Roman tamanho 10, espaçamento 1,5

linhas, 3 pt antes e 3 pt depois).

Tabela 1 – Exemplo de um Título para uma Tabela. Figura 3 – Exemplo de uma imagem inserida no artigo.

Há no arquivo SARE um modelo de gráfico. Use a formatação indicada, acrescentando ou eliminando linhas

e colunas conforme a necessidade.

Quanto ao cabeçalho, no topo da página pode-se ler, no arquivo do formato SARE, “título do artigo” nas páginas pares e “nome do autor” nas páginas ímpares. Para modificar o texto, basta clicar duas vezes sobre o cabeçalho, selecionar o trecho e digitar os dados por cima. O procedimento deve ser realizado em

uma página par (título) e em uma página ímpar (autor). A formatação é automática (letra arial tamanho 8,

espaçamento simples, antes 30 pt, depois 0 pt). Deve-se manter a formatação pedida – no título, somente

substantivos próprios devem vir com a primeira letra em maiúsculo.

Na primeira página, canto esquerdo, há a frase “nome da revista”. Seu preenchimento será realizado apenas em caso de publicação. Acerte apenas o ano. Na parte “autor”, coloque seu nome, unidade e email:

autor

afiliação autor emailautor@dominio

André Luiz Glaser

Anhanguera Educacional – Unidade Brigadeiro

alglaser@usp.br

No caso de mais de um autor, basta repetir o procedimento. Porém, não se deve colocar na parte “co-autor”

(21)

ou na seção “agradecimentos”.

3.3 IMPORTANDO DOCUMENTOS PARA O SARE

Há várias situações em que essa importação se faz necessária, as mais comuns sendo quando há textos

escritos anteriormente e no caso de citações diretas. A importação de documentos para o arquivo do SARE

pode ser feita de duas formas: pré-formatando o documento ou o colando no SARE, selecionando-o e então escolhendo, na seção ‘estilo’, o estilo apropriado. Esta última é a forma mais simples, mas, para os que queiram trabalhar manualmente, abaixo serão explicados os passos para a formatação.

Antes de cortar o documento, devem ser realizados os seguintes procedimentos:

฀ O texto deve ser justificado e formatado em espaço 1,5 cm com a letra book antiqua

tamanho 11. Em seguida, deve-se entrar na seção “parágrafo” do Word para formatar as margens. O novo padrão é:

RECUO: esquerda 1, direita 0.

ESPAÇAMENTO: antes 3 pontos, depois 3 pontos (provavelmente os números deverão ser digitados – o procedimento automático pula de 0 para 6 pontos). Para isso, no Word 2007, o

ícone “início” deve ser clicado (barra de ferramentas no topo) e, em seguida, o ícone “parágrafo”. Na versão antiga, deve-se procurar o ícone “formatar parágrafo”. O texto, então, deve ser transferido em blocos (subseções), cortando e colando no SARE.

฀ O resumo e o abstract possuem letra book antiqua tamanho 10 e espaçamento simples entre as linhas (incluindo as palavras-chave). A formatação é:

RECUO: esquerda 0, direita 0.

ESPAÇAMENTO: antes 0 pontos, depois 12 pontos (No caso das palavras-chave, o espaçamento é antes 0 pt, depois 0 pt.

(22)

Se, ao colar o texto, a formatação aparecer como a da seção título ou subtítulo, basta pressionar o ícone para voltar este passo, digitar qualquer letra no novo parágrafo, colar novamente e depois apagar a letra. Isso pode ocorrer quando o texto a ser colado vier logo após um título ou subtítulo. Vamos ao exemplo. Quero importar um parágrafo de um texto sobre tradução. Ao colar o documento já formatado como especificado acima, logo após o título da seção (“A tradução hoje”), tenho esse resultado:

4. A TRADUÇÃO HOJE

AO FALARMOS DE TRADUÇÃO, NÃO ESTAMOS DISCUTINDO UMA

ESFERA AUTÔNOMA, CAPAZ DE ESTABELECER SUA PRÓPRIA

PROBLEMÁTICA COMO INERENTE AO SEU CAMPO DE AÇÃO,

EXCLUINDO-SE, MESMO QUE PARCIALMENTE, A ESTRUTURA SOCIAL

MAIS AMPLA. ASSIM, TORNA-SE INGÊNUO DISCUTIR UM “GRAU DE

OBJETIVIDADE” QUE PERMITA GERAR UMA TRADUÇÃO “IMPARCIAL”.

Vejam que o parágrafo foi incorporado ao texto com a formatação do título, ou seja, o modelo SARE não

reconheceu que se trata de uma nova seção. A forma mais prática de resolver este problema seria digitar

qualquer letra, ou mesmo espaço, antes da colagem:

4.1 A TRADUÇÃO HOJE

Z Ao falarmos de tradução, não estamos discutindo uma esfera autônoma, capaz de estabelecer sua própria problemática como inerente ao seu campo de ação, excluindo-se, mesmo que parcialmente, a estrutura social mais ampla. Assim, torna-se ingênuo discutir um “grau de objetividade” que permita

gerar uma tradução “imparcial”.

Após o procedimento, não se esqueça de apagar o caractere ou espaço incluído, neste caso, a letra Z.

4.2 ALGUMAS DICAS DE FORMATAÇÃO

O artigo deve ser impresso em papel A4, impressão em preto (exceto imagens, gráficos, etc.) e, ao menos até o momento, em apenas um lado do papel. Não há restrições explícitas ao uso do papel reciclado, mas vale à pena checar se a instituição permite o seu uso. Como o artigo será entregue no formato SARE, a sua formatação já está pronta, e não há, para impressões de arquivos nesse formato, folha de rosto. O artigo final

deve ser entregue em encadernação plástica (frente transparente) em espiral.

(23)

superior 3 cm, e inferior 2 cm. Os parágrafos devem ser justificados e a paginação no canto superior direito. Utilize espaço 1,5 e, preferencialmente, as letras Times New Roman ou Arial. Para a formatação da Falsa

Folha de Rosto, da Folha de Rosto e do Sumário consulte o site Fazendo Acontecer, que apresenta figuras

para facilitar o uso das ferramentas do Word, ou qualquer material similar. O resumo e o abstract devem vir

com espaço simples e devem ser seguidos pelas palavras-chave e keywords (de 3 a 6).

5. O PROBLEMA DO PLÁGIO

O plágio merece uma seção à parte, dada a sua frequência nos trabalhos acadêmicos nos dias de hoje. O uso constante do computador, e sobretudo da internet, tem gerado uma cultura “corta e cola” inaceitável do ponto de vista acadêmico, mas cada vez mais frequente nas atividades escolares desde trabalhos de menor porte até monografias, dissertações e teses. É surpreendente que isso ocorra, visto que o trabalho intelectual não só não é contra o diálogo com outros textos, mas o recomenda vivamente. Basta que as referências

sejam colocadas para que o plágio deixe de existir. O plágio consiste, basicamente, na apropriação indevida do texto ou idéias do outro. Como nos lembra o advogado e professor José Augusto Paz Ximenes Furtado, em artigo publicado no Site Jus Navigandi, em setembro de 2002:

No Código Penal em vigor, no Título que trata dos Crimes Contra a Propriedade Intelectual, nós nos

deparamos com a previsão de crime de violação de direito autoral – artigo 184 – que traz o seguinte

teor: Violar direito autoral: Pena – detenção, de 3 9três) meses a 1 (um) ano, ou multa. E os seus

parágrafos 1º e 2º, consignam, respectivamente:

§1º Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, com intuito de lucro, de obra intelectual, no todo ou em parte, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente, (...): Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, (...).

§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com intuito de lucro, original ou cópia de obra intelectual, (...), produzidos ou reproduzidos com violação de direito autoral.

Um pouco adiante, o Professor Furtando lembra que a Constituição Federal diz, em seu artigo 5º, XVII, que:

[...] aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, (...). E a devida proteção legal em legislação ordinária nós a encontramos na Lei nº 9.610/98, mais

(24)

de trechos de qualquer obra, desde que sejam indicados o nome do autor e a proveniência da obra, aonde constataremos a incidência dessa contrafação (reprodução não autorizada) tão grave, especificamente entendida na sua forma conhecida como PLÁGIO? Exatamente no modo como o

plagiário se apossa do trabalho intelectual produzido por outrem.

Ainda no mesmo artigo, o Professor Furtado cita então, como abominável, uma prática muito comum no meio escolar:

O plagiário recorre dolosamente aos expedientes mais sutis, porém não menos recrimináveis, e não reluta em fazer inserções, alterações, enxertos nas idéias e nos pensamentos alheios, muitas vezes apenas modificando algumas palavras, a construção das frases, a fim de ludibriar intencionalmente e assim prejudicar, de forma covarde, o trabalho original de alguém e ofendendo os direitos morais

do seu verdadeiro autor.

O assunto é da maior seriedade, sobretudo pela aparente falta de informação dos alunos com relação à ilegalidade do plágio. A cultura “corta e cola” mencionada acima, que ganha cada vez mais espaço com o crescente uso dos computadores pessoais, não é, em si, ilegal. Cortamos e colamos constantemente material para a nossa leitura diária, enviamos trechos copiados a amigos por email ou em redes sociais, cortamos e colamos partes de nossos próprios textos em nossos trabalhos. O uso contínuo desse recurso, contudo, nos induz a “facilitarmos nossa vida”, inserindo em nosso texto trechos retirados de outras fontes sem colocarmos as devidas referências. Há casos piores, e infelizmente frequentes, em que, como comentado na citação acima, o texto plagiado é “levemente modificado”, em uma tentativa intencional de ludibriar o leitor.

Uma vez detectado o plágio, o aluno terá de responder por ele. Não vale à pena arriscar a ter um artigo recusado por conta de algumas páginas sem as devidas referências. E mesmo que o aluno tenha “sorte” e o trabalho seja aprovado sem que o plágio tenha sido detectado, haverá sempre a possibilidade de um leitor futuro conhecer a fonte original e denunciar o autor. Hoje em dia, grande parte dos trabalhos de final de curso, ao invés de ser enviada para bibliotecas em forma de material impresso, é alojada em bancos de dados de acesso aberto na internet. Um plágio pode vir a ser detectado mesmo anos após sua publicação,

podendo gerar processos e perda do título adquirido.

Como então citar? As citações podem ser literais ou livres (paráfrases). Para as citações literais, que consistem na importação do texto original sem alterações, as aspas são usadas apenas se a citação for breve (até três linhas). Se for longa (mais de três linhas), deve-se usar um tamanho menor da fonte (no SARE, use book antiqua 9) e um espaçamento menor entre as linhas (em geral, de 1,5 para 1,0). Em ambos

os casos, a pontuação antes da citação é a que melhor se adequar ao contexto. Há duas formas de colocar as referências: em nota de rodapé e na forma “autor-data”. Embora a ABNT recomende ambas, a tendência atual tem sido a de utilizar a forma “autor-data”. Nela, coloca-se entre parênteses o sobrenome do autor em letras maiúsculas, a data da publicação e, se o autor julgar necessário, a página, sempre separados por

vírgula. Se o sobrenome vier no corpo do texto, não se usam letras maiúsculas. Ex:

(25)

b. Segundo Todorov (1980, p. 34), um novo gênero “é sempre a transformação de um ou vários gêneros antigos”.

Se houver dois ou três autores, devem ser separados com ponto e vírgula. Se houver mais de três, usa-se apenas o primeiro sobrenome e, após, a expressão latina et alli, mais comumente usada de forma abreviada: et al.

Importante: Toda alteração feita em uma citação literal deve vir entre colchetes, seja ela uma omissão, um

acréscimo ou uma alteração. Ex:

a. Omissão: “A visão conservadora, neste caso, está correta. [...] A ambiguidade do discurso mantém-se por toda a obra.” (Aqui as reticências marcam a omissão de uma parte do discurso

original.)

b. Acréscimo: “Sua obra [a escrita em sua primeira fase, de 1890 até 1903], apesar de coesa, ainda não possuía uma maturidade literária.” (Aqui, o acréscimo clarifica ao leitor informações

que só seriam acessíveis lendo trechos anteriores ao citado.)

c. Alteração: Segundo o autor, “[o] livro se constituiu num marco do pensamento científico.”

(Aqui os colchetes marcam a alteração do “o” maiúsculo para o “o” minúsculo).

Se o texto original apresenta erros ortográficos, problemas de coesão ou coerência textuais, etc., não corrija.

Coloque, após a passagem, (sic).

É importante ter em mente que não apenas as citações literais sem referências são plágio, mas também as paráfrases, que consistem na exposição, com as palavras do escritor, das ideias do outro. Essas exposições devem necessariamente conter, antes, após ou durante sua execução, as devidas referências ao texto original. Evidentemente as paráfrases, por não serem transcrições literais, não virão entre aspas ou destacadas do texto, como no caso das literais. Mas não basta (e essa é uma dúvida comum dos alunos) citar a obra usada apenas nas referências finais. Mesmo que o texto esteja nas referências, se houver paráfrase ou citação literal sem a devida indicação antes, durante ou depois da citação, há plágio. Aqui não há concessão possível.

A título de ilustração, vejamos como poderíamos construir uma paráfrase da citação do Professor Furtado já apresentada acima:

(26)

Uma opção de paráfrase seria (no texto em que a paráfrase for usada, como visto acima, não há recuo ou mudança no tamanho da fonte, alterados aqui por se tratar de um exemplo):

Dentre os recursos ilícitos utilizados pelos plagiadores, o Professor Furtado (2002) cita as inserções e alterações que modificam o sentido do texto. Tal atitude, entendida como recriminável e covarde, possui, seguindo o autor, uma intenção de ludibriar o leitor e infringe os direitos do autor.

Uma outra opção, de leitura bastante agradável se for em feita, é a mistura de paráfrases e citações literais breves:

Dentre os recursos ilícitos utilizados pelos plagiadores, o Professor Furtado (2002) cita “inserções, alterações, enxertos nas idéias e nos pensamentos alheios”, manobras vistas como sutis, “porém não menos recrimináveis”. Tal atitude, entendida como recriminável e covarde, possui, segundo o autor, a intenção de ludibriar o leitor, simultaneamente prejudicando o trabalho original e “ofendendo os

direitos morais do seu verdadeiro autor”.

Outro problema bastante frequente que, caso citado incorretamente, também se configura como plágio, é o

da citação da citação, que tem de ser feita com o famoso apud. A citação da citação pode ocorrer tanto na forma literal quanto na forma de paráfrase. Em ambos os casos, trata-se de citarmos um texto que já é uma citação no original que lemos. Para que as referências estejam corretas, é preciso citar primeiro a obra e/ou o autor de onde foi extraído o texto e, depois, a obra consultada. Vejamos a definição e exemplos fornecidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, s/d), que são, eles próprios, citação de citação (o texto se inicia com a seguinte informação: “’Menção de uma informação extraída de outra fonte.’ (ABNT, 2002, p.1)”:

Citação de Citação

Transcrição direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original, ou seja, retirada de fonte citada pelo autor da obra consultada.

Indicar o autor da citação, seguido da data da obra original, a expressão latina “apud”, o nome do autor consultado, a data da obra consultada e a página onde consta a citação.

Exemplo:

Citações curtas e inseridas no parágrafo:

(27)

Segundo o autor (SILVA, 1983 apud ABREU, 1999, p. 3) diz ser “[...] a educação compreende desde [...]”

Citações longas e destacadas no recuo de 4 cm.

[...] com realidades como pobreza, menor, escolaridade, menor acesso a oportunidades laborais, maior chance de sofrer exploração no trabalho, desemprego, alcoolismo, dificuldades na família e/ou na escola entre outras tantas problemáticas as quais jovens de classe média. (FERNANDES apud RACOVSCHIK, 2002, p. 2).

Vejamos um último comentário sobre citação, um problema bastante frequente em trabalhos universitários. O aluno, ao discutir um tema específico, discorre sobre vários autores e suas articulações teóricas sem tê-los lido. O conhecimento desses autores foi realizado por meio de um livro que trata do assunto. Neste caso, não dar crédito para quem de fato realizou o árduo trabalho de ler obras completas de teóricos para torná-los acessíveis a um público mais amplo é, no mínimo, muito desonesto. Se não se tratar de uma paráfrase ou citação literal, informe o leitor que as informações forma extraídas do livro X, entre as páginas 34 e 67, por exemplo.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ao invés de repetirmos o que já foi escrito centenas de vezes, um domínio muito útil para checarmos a formatação padrão de trabalhos, que merece ser consultado frequentemente, é o da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que oferece o arquivo em versão PDF e HTML. Chamemos apenas a atenção para alguns tópicos frequentemente esquecidos pelos alunos:

http://www.bu.ufsc.br/home982.PDF http://www.bu.ufsc.br/framerefer.html

฀ As referências devem ser listadas pelo sobrenome do autor, que vem em letra maiúscula. Quando há repetição do autor, ao invés de repeti-lo, deve-se usar um traço de seis caracteres. Na bibliografia deste texto, por exemplo, temos os seguintes exemplos:

DEMO, P. Introdução à metodologia da ciência. São Paulo: Atlas, 1991.

(28)

______ . Como elaborar referências bibliográficas. SP: Humanitas, 2008.

฀ É inadmissível a entrega de uma listagem de “www’s”. Se as referências eletrônicas possuírem autor, devem ser realizadas da mesma forma que um artigo impresso: nome do autor, título, data se houver e, se for revista eletrônica, todos os dados pertinentes disponíveis no site. Após isso, deve-se usar a expressão “Disponível em:” seguida do endereço eletrônico e a expressão “Acesso em:” seguida da data de acesso.

฀ Sites como a Wikipédia, embora muito úteis para nossos trabalhos, não são bem vistos como referências por não haver critério de seleção para a publicação das informações neles contidas. Se o aluno fizer uso de sites desse tipo, os bons artigos possuem links para sites mais confiáveis, vinculados a universidades ou a revistas idôneas. Opte sempre por referências confiáveis.

฀ As referências impressas e as eletrônicas podem vir juntas ou separadas, à escolha do autor. Caso deseje separá-las, o autor pode usar termos como “Referências Eletrônicas” ou “Referências Webgráficas”,

por exemplo.

฀ A formatação do SARE para as referências é fonte book antiqua tamanho 10, espaçamento simples

com três pontos antes e três depois. Não esquecer que, com exceção da primeira página, o formato SARE

possui margem esquerda de 1cm.

Para facilitar a vida do pesquisador, há um aplicativo desenvolvido pela UFSC que cria as referências a partir da digitação dos dados. O site pode ser usado livremente. Não há mais razão para a entrega de trabalhos com referências fora dos padrões.

Há uma infinidade de casos específicos que podem gerar dúvidas ao pesquisador na hora da elaboração das

referências. A melhor coisa a fazer é consultar boas referências como site aqui sugerido da UFSC ou outros materiais disponíveis. Para quem gosta de ter bons livros de consulta em casa, os livros de metodologia de André Figueiredo Rodrigues, professor da Anhanguera Educacional, são boas opções por um excelente

preço.

7. GERENCIAMENTO DO TEMPO

Antes de discutirmos o projeto e o artigo, é importante discorrermos um pouco sobre o gerenciamento do tempo. Como veremos na próxima aula, o pré-projeto possui uma seção dedicada ao cronograma. A construção do cronograma, porém, deve ser feita com bastante cuidado, dando atenção tanto às necessidades da pesquisa propriamente dita quanto ao ritmo de trabalho do pesquisador. Em outros termos, precisamos

nos conhecer. É muito comum que alunos estabeleçam prazos para ler uma quantidade grande de textos

ou apresentar versões avançadas do trabalho que simplesmente não poderão cumprir, seja por questões de tempo, seja por questões de disposição e organização. Vamos tratar brevemente delas.

(29)

haverá tempo o suficiente para o término do trabalho. Essa segurança é comum no início das atividades, quando temos muitos meses para o término do artigo. Contudo, essa postura pode nos trazer problemas, porque é praticamente inevitável que o trabalho tome mais tempo do que o imaginado, principalmente se o aluno não está familiarizado com o trabalho acadêmico. O resultado, em geral, é muita pressão no final do processo e um trabalho regular, quando um texto de mais qualidade teria sido possível. Leituras e fichamentos demandam tempo, e não é uma boa solução deixar de fichar para economizá-lo, sobretudo em textos que serão, com muita probabilidade, usados direta ou indiretamente no artigo. Após um tempo relativamente longo, tendemos a esquecer o que lemos (e mesmo onde lemos aquele parágrafo que resolveria muito do

nosso problema, o que é ainda mais frustrante).

Uma boa dica é programarmos o nosso cérebro com um prazo final anterior ao prazo oficial. Terminar o trabalho um ou dois meses antes é excelente, pois permite que ele seja relido após duas ou três semanas, período que contribui para que mantenhamos a distância do texto que, na fase da escrita, é muito difícil de

ser alcançada. Horas sem dormir nos últimos dias antes da entrega contribuem para que nosso rendimento

caia drasticamente. Para retomarmos o tópico discutido anteriormente, fichamentos bem feitos permitem um ganho de tempo surpreendente na hora da escrita do texto final. Quanto mais material lido e fichado à disposição, mais rapidamente construiremos nosso texto.

Quanto à disposição, seria ingênuo tentar traçar tendências universais, uma vez que pessoas diferentes podem apresentar variações imensas neste tópico, ou a mesma pessoa em momentos diversos de sua vida. Em geral, para os que se sentem rapidamente desmotivados, um bom recurso é a troca de atividades. Se a leitura não está rendendo, talvez valha à pena ler um outro texto que, embora tratando do mesmo tema, seja mais agradável. Outras opções seriam escrever, rever o que já foi escrito, buscar mais material na internet, assistir um vídeo sobre o assunto, em suma, fazer algo que permita que o trabalho continue fluindo.

O contato prolongado com o tema é fundamental para que nossa mente possa articular toda a informação

recebida. Só assim escreveremos “como nós mesmos”, a partir de nossa experiência. Claro que apenas quem faz as coisas com antecedência pode desfrutar desse privilégio. Sob pressão, há menos escolha.

Uma organização adequada de nossas atividades pode contribuir muito para uma boa disposição. Façamos uma listagem do que tem de ser feito, classificando as atividades em longas e curtas, e o que deve ser feito a curto, médio e longo prazo. Uma boa planilha pode permitir mudanças de atividade que não afetem o andamento do trabalho, garantindo-nos aquele dia ou semana de folga merecidos, quando adiantamos as nossas tarefas. O estresse pode ser evitado com uma organização eficiente. Trabalhar muito em um feriado pode significar um próximo feriado bastante tranquilo. Tenhamos em mente que o que deve ser buscado é o

máximo possível de tranquilidade no último terço de nosso prazo.

(30)

Em suma, o trabalho intelectual exige muita atividade mental, de modo que, em geral, se torna improdutivo se estivermos cansados. Poucas pessoas têm treino para ficarem oito horas por dia lendo e escrevendo, por exemplo. Há ainda outro problema: uma pesquisa, para ser bem realizada, necessita de familiaridade com

o objeto de estudo e maturidade diante de nossos textos-base. É muito mais produtivo um contato diário

menor, mas frequente, com sua pesquisa do que dez horas de atividade no domingo. Ou seja, deixar para a última hora é sempre um problema, com o agravante da tensão emocional gerada pela pressão dos prazos.

Não nos esqueçamos também de um problema prático – o orientador estará mais disponível no início do

prazo do que no final, quando terá de ler muitos artigos em um período curto. Quem quer uma atenção privilegiada não pode se dar ao luxo de deixar tudo para o último mês.

8. VAMOS PENSAR?

Realize uma primeira tentativa de estruturação de seu projeto, faça uma pesquisa bibliográfica sobre o tema escolhido, veja o que você encontrou e inicie as leituras que julga mais importantes.

9. PONTUANDO

Nós vimos nesta Aula:

• Exposição da formatação e normatização de artigos científicos.

• A questão de trabalhos plagiados.

(31)

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E

WEBGRÁFICAS

ABNT. NBR 10520. Informação e documentação: citações e, documentos – elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002 apud “Citações”. UFRGS, documento eletrônico. Disponível em: http://www.ufrgs.br/faced/ setores/biblioteca/citacoes.html. Acesso em: 09 jan 2011.

BUENO, Marco. Monografia sem segredo: Algumas dicas importantes (Texto extraído da revista Nova Escola, abril de 2004). GO: CESUC, 2004. Disponível em: http://www.simaodemiranda.com.br/Dicas_ Importantes.pdf Acesso em: 12 abr 2010.

CERVO, A. L. & Bervian, P. A. Metodologia Científica. São Paulo: Makron Books, 1996.

COMO FAZER REFERÊNCIAS. Arquivo eletrônico. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Disponível em: http://www.bu.ufsc.br/home982.PDF (Formato PDF); http://www.bu.ufsc.br/framerefer.html (Formato html). Acesso em: 09 jan 2011.

DANTON, Gian. Metodologia Científica. MG: Virtual Books, 2002. Disponível em: http://virtualbooks.terra. com.br/osmelhoresautores/Metodologia_cientifica.htm

Acesso em: Acesso em: 12 abr 2010.

FURTADO, José Augusto P. X. Trabalhos acadêmicos em Direito e a violação de direitos autorais através de plágio. Site: Jus Navigandi, 09/2002. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=3493 Acesso em: 12 abr 2010.

LAKATOS, E. Maria & MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. São Paulo: Atlas, 1991.

MECANISMO ONLINE PARA REFERÊNCIAS. Aplicativo eletrônico. UFSC. Disponível em: http://www. rexlab.ufsc.br:8080/more/formulario1 Acesso em: 09 jan 2011.

RODRIGUES, André Figueiredo. Como elaborar citações e notas de rodapé. SP: Humanitas, 2007. ______ . Como elaborar e apresentar monografias. SP: Humanitas, 2008.

______ . Como elaborar referências bibliográficas. SP: Humanitas, 2008.

(32)

AULA 3 - A IMPORTÂNCIA DO FICHAMENTO

OBJETIVOS

Discorrer sobre os níveis de leitura.

Expor o fichamento como instrumento de pesquisa.

Explicar os caminhos para a realização do fichamento.

Abordar a escolha do tema de pesquisa.

Apresentar boas fontes para escolha do tema.

1. O FICHAMENTO

A pesquisa bibliográficaé indispensável para a realização de um bom artigo, contenha ele trabalho de campo

ou não. Mas nem sempre o pesquisador sabe como lidar com os dados lidos nos mais diversos livros e

artigos. O fichamento é um recurso dos mais importantes para que as paráfrases e citações literais ocorram de forma apropriada no corpo do texto. O fichamento não deve se reduzir a uma anotação direta das ideias principais do que se está lendo. Este é um primeiro momento, importante, mas não exaustivo. Após essa primeira leitura, deve-se fazer um esquema geral do argumento central do texto. Um dos problemas mais comuns ocorre quando o leitor apreende o texto apenas em sua superfície, “entendendo” as ideias na medida em que são lidas, mas sem conseguir visualizar a articulação do argumento como um todo. Neste ponto, a introdução é de suma importância – lá, em um texto bem construído, a condução inicial das ideias explicita como o argumento central será desenvolvido, e oferece as informações iniciais para que o leitor possa tirar o máximo proveito da leitura. Discutiremos mais adiante as implicações da introdução em um texto acadêmico, seja artigo, monografia, dissertação ou tese (vale lembrar que as quatro categorias mencionadas comportam o conceito de “monografia”, uma vez que se trata, basicamente, do desenvolvimento de uma ideia).

Uma leitura apenas não é suficiente, na maioria das vezes, para que um argumento seja plenamente entendido. Por isso, é didaticamente improdutivo deixar as coisas para a última hora. O tempo de reflexão, tão esquecido nos dias da tecnologia da informação, é fundamental para que o amadurecimento de uma ideia se realize. Após ler o texto, fichando suas partes centrais, deve-se relê-lo, do início, com o dobro de atenção da primeira leitura. Agora, sim, o fichamento das ideias pode ser acompanhado pela reconstrução analítica da espinha dorsal do texto, entendendo como o argumento se organiza, em quais teorias se baseia,

com o que concorda e do que discorda.

Tomemos como exemplo o resumo e introdução do artigo “O planejamento estratégico dentro do conceito

de administração estratégica” (ALDAY, 2000)1. A título de ilustração, o resumo será fichado em forma de

fluxograma e a introdução em forma de itens e fluxograma. Tomemos primeiramente o resumo:

Imagem

Figura 1: Tela de Estilos I
Figura 2: Tela de Estilos II
Figura 1 – Fluxograma do resumo
Figura 2 – Fluxograma da introdução
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Referências

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