Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48278-48287, jul. 2020. ISSN 2525-8761
Abril verde - promovendo segurança e saúde do trabalhador
April green - promoting health and safety worker
DOI:10.34117/bjdv6n7-464
Recebimento dos originais: 03/06/2020 Aceitação para publicação: 17/07/2020
Romario Daniel Jantara
Mestrando em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande Instituição: Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Endereço: Rua General Osório, S/N – Centro, Rio Grande – RS, Brasil
E-mail: romario.jantara@gmail.com
Graciela Cabreira Gehlen
Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituição: Instituto Federal do Paraná, Campus Palmas
Endereço: Bento Munhoz da Rocha Neto, S/N - Trevo da Codapar, Palmas – PR, Brasil E-mail: graciela.gehlen@ifpr.edu.br
Susana Benin Amadori
Mestranda em Biociências e Saúde pela Universidade do Oeste de Santa Catarina Instituição: Universidade do Oeste de Santa Catarina
Endereço: Rua Felipe Shell Loureiro – 624 – Divino, Palmas – PR, Brasil E-mail: susibenin@yahoo.com.br
Gimene Cardozo Braga
Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) Instituição: Instituto Federal do Paraná, Campus Palmas
Endereço: Bento Munhoz da Rocha Neto, S/N - Trevo da Codapar ,Palmas – PR, Brasil E-mail: gimene.braga@ifpr.edu.br
Mariangela Gobatto
Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Instituição: Instituto Federal do Paraná, Campus Palmas
Endereço: Bento Munhoz da Rocha Neto, S/N - Trevo da Codapar, Palmas – PR, Brasil E-mail: mariangela.gobatto@ifpr.edu.br
Adrieli Jantara
Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio Grande Instituição: Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Endereço: Rua General Osório, S/N – Centro, Rio Grande – RS, Brasil
E-mail: adrieli.jantara@gmail.com
RESUMO
Na atualidade, verifica-se a existência de diversas políticas de saúde, visando a prevenção e proteção da saúde do trabalhador em âmbito nacional, todas buscando a promoção da integralidade da assistência à saúde do trabalhador. O trabalhador sofre constantemente influência de seu trabalho, e na medida que se expõe a riscos, se torna susceptível ao adoecimento. Nesse contexto, torna-se
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48278-48287, jul. 2020. ISSN 2525-8761 fundamental o desenvolvimento de ações para promoção de saúde do trabalhador e prevenção de agravos relacionados ao trabalho. O objetivo deste trabalho é descrever a experiência de um acadêmico de enfermagem no desenvolvimento de uma ação de extensão voltada para a promoção de saúde do trabalhador. Durante o mês de abril do ano de 2018, foram realizadas palestras em diversas empresas, pela Vigilância em Saúde e o acadêmico, como parte do projeto de intervenção realizado pelo mesmo, no componente curricular Estágio Supervisionado I, no 9º período do curso de graduação em enfermagem do Instituto Federal do Paraná - Campus Palmas. A ação possibilitou que mais de 400 pessoas tivessem acesso às informações sobre o Movimento Abril Verde e Saúde e Segurança do Trabalhador.
Palavras-chave: Promoção de Saúde, Vigilância em Saúde, Saúde do Trabalhador. ABSTRACT
Currently, there are several health policies, aiming at the prevention and protection of workers 'health nationwide, all seeking to promote the integrality of workers' health care. The worker is constantly influenced by his work, and as he is exposed to risks, he becomes susceptible to illness. In this context, it is essential to develop actions to promote workers' health and prevent work-related injuries. The objective of this work is to describe the experience of a nursing student in the development of an extension action aimed at promoting workers' health. During the month of April of the year 2018, lectures were given in several companies, by the Health Surveillance and the academic, as part of the intervention project carried out by the same, in the curricular component Supervised Internship I, in the 9th period of the undergraduate course in Nursing at the Federal Institute of Paraná - Campus Palmas. The action enabled more than 400 people to have access to information about the Abril Verde Movement and Worker's Health and Safety.
Keywords: Health Promotion, Health Surveillance, Worker's health.
1 INTRODUÇÃO
Historicamente, observa-se que até 1988, a saúde tratava-se apenas de um benefício previdenciário ou um serviço comprado ou por último uma ação de misericórdia ofertada por hospitais filantrópicos, para aqueles que não tinham como pagar ou não tinham direito por não estarem inseridos no mercado formal de trabalho. Naquela época, as ações prestadas pelo Ministério da Saúde eram preventivistas, resumindo-se em campanhas de vacinação e programas verticais de doenças endêmicas, perpetuando péssimas condições de saúde e de qualidade de vida aos cidadãos. (BRASIL, 2006, p.11).
Revela-se ainda, que as políticas brasileiras de desenvolvimento eram construídas e restringidas aos aspectos econômicos, paralelas ou pouco articuladas às políticas sociais, as quais eram incumbidas do ônus dos possíveis danos gerados sobre a saúde da população, dos trabalhadores e degradação ambiental. (BRASIL, 2004).
Somente a partir da década de 70 e 80, com a ascensão dos movimentos sociais, o Brasil passou por um processo de redemocratização. A Reforma Sanitária foi o movimento que propôs uma
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48278-48287, jul. 2020. ISSN 2525-8761 nova concepção de Saúde Pública para toda a sociedade brasileira, estando inclusa nela, a Saúde do Trabalhador. Considera-se, portanto, que a Saúde do Trabalhador é reflexo das reinvindicações dos movimentos sociais, sendo uma resposta do governo aos movimentos sociais. (BRASIL, 2006, p.12). De acordo com a Constituição Brasileira, em seu artigo 196: “a saúde é um direito de todos e dever do Estado”, devendo ser “garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco da doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação”. Já em seu 6º artigo afirma: “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. (BRASIL, 1988).
Observa-se que essa é a primeira vez que o direito à saúde aparece numa constituição brasileira (BRASIL, 2005, p.15). Esta, estabelece que cuidar da saúde é uma competência comum à União, estados e municípios, enquanto legislar sobre a defesa da Saúde recai sobre a União e estados juntos e, complementarmente, aos municípios. (BRASIL, 1988).
A saúde do trabalhador é entendida como um conjunto de atividades desenvolvidas pela vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, afim de promover e proteger a saúde dos trabalhadores, buscando à recuperação e reabilitação de sua saúde advindo de riscos e agravos de seu ambiente de trabalho. (BRASIL, 1990). Nesse contexto, observa-se que a saúde do trabalhador está inserida no campo de atuação do SUS, a partir da Constituição Brasileira e Lei Orgânica da Saúde (LEI 8.080/1990), devendo ser garantida nos três âmbitos do governo: União, Estados e Municípios. Entende-se, que desde os primórdios da humanidade, o trabalho é importante para os indivíduos. Na pré-história e antiguidade era considerado apenas como uma fonte de subsistência, contudo, na atualidade, essa visão foi ampliada, passando a ser visto como uma fonte de bem-estar e a autorrealização do cidadão, gerando prazer e influenciando na construção da subjetividade das pessoas. (MERLO, et al, 2014, p.7).
É importante ressaltar, que o meio ambiente do trabalho está interligado à saúde do ser humano, de forma imediata e direta, ao ser evidenciado que parte considerável do tempo de vida das pessoas é gasto no desempenho de suas funções trabalhistas, sob as mais diversas condições. Como se não bastasse, os efeitos das atividades laborais transcendem o local de trabalho, atingem efetivamente as demais áreas de convivência e afetam a qualidade da vida dos trabalhadores. (JARDIM, 2015).
No desempenho de suas funções, o trabalhador se encontra em estado de suscetibilidade à diversos eventos adversos. Entende-se por eventos adversos, as ocorrências de natureza indesejável
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48278-48287, jul. 2020. ISSN 2525-8761 no ambiente de trabalho, incluindo dentre eles, o acidente de trabalho, incidente de trabalho e circunstância indesejável. (BRASIL, 2010).
Evidencia-se, assim, que o trabalho é determinante para o desenvolvimento da sociedade, estando ligado à qualidade de vida do trabalhador. Portanto, torna-se necessário evidenciar necessidades de prevenção e produção no ambiente da atividade laboral, observando-se os meios para garantir a proteção à saúde do trabalhador, sendo de extrema relevância o seguimento da legislação para isso. (FELTRIM; ZAAK SARAIVA, 2016, p.4).
No dia 28 de abril do ano de 1969, ocorreu uma explosão em uma mina nos Estados Unidos, que foi responsável pela morte de 78 trabalhadores. Em decorrência disso, em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), adotou o dia 28 de abril, como o “Dia Internacional em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho”. Esse dia, foi reconhecido oficialmente no Brasil, no ano de 2005, a partir da Lei nº 11.121. (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, 2018, s/p).
Atualmente, no mês de abril, comemora-se o Abril Verde, movimento dedicado à promoção da saúde do trabalhador e prevenção de acidentes e doenças do trabalho. O mês foi escolhido por causa de duas datas importantes: Dia Mundial da Saúde (7/04) e Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho (28/04). (TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO, 2018, s/p).
No ano de 2018, a equipe de Vigilância em saúde do município de Palmas/PR, juntamente com um acadêmico de Enfermagem do Instituto Federal do Paraná / IFPR Campus Palmas e seus professores/orientadores, programaram e promoveram uma ação de extensão, que consistiu em um ciclo de palestras, que versavam sobre Saúde e Segurança do Trabalhador, durante o Movimento Abril Verde.
Considerando a relevância dessa ação para a sociedade e do Movimento Abril Verde, este trabalho tem como objetivo descrever a experiência de um acadêmico de enfermagem no desenvolvimento de uma ação de extensão voltada para a promoção de saúde do trabalhador.
2 MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de um relato de experiência de um acadêmico do 9º período do Curso de Graduação em Enfermagem do Instituto Federal do Paraná - Campus Palmas, relacionado à uma ação de extensão realizada nas empresas do município de Palmas, parte integrante do Projeto de Intervenção do discente, desenvolvido no componente curricular “Estágio Supervisionado I”, na Divisão de Vigilância em Saúde do referido município.
Inicialmente, ocorreu a elaboração de um Projeto de Intervenção, que era requisito avaliativo do componente curricular. A partir de discussões com a supervisão de campo de estágio e professoras
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48278-48287, jul. 2020. ISSN 2525-8761 da instituição de ensino, deliberou-se que a ação consistiria em um ciclo de palestras voltadas para a saúde do trabalhador, a serem realizadas em empresas do município.
Em seguida, empresas foram contatadas, para explicar a ação, solicitar a participação e agendar horário para as palestras. Como buscava-se atingir o maior número de trabalhadores, priorizou-se as empresas que concentravam maior número de funcionários. Posteriormente, elaborou-se um cronograma, contemplando as empresas que foram contatadas e aceitaram participar do projeto.
Para elaboração do material a ser utilizado nas palestras, realizou-se uma busca na literatura científica e também em documentos oficiais. Utilizou-se do programa PowerPoint 2016, da Microsoft Office, para construção de slides, que em sua maioria, traziam figuras, gráficos e esquemas, de fácil compreensão, para melhor entendimento dos espectadores.
Esse conteúdo foi reproduzido a partir de recurso audiovisual (projetor multimídia), às vezes, disponibilizados pelas empresas e em alguns casos pela prefeitura. A duração das palestras também variou de empresa para empresa, contudo, durava em média cerca de 30-40 minutos cada uma, sendo explanado dentro dela diversos temas relacionados à saúde do trabalhador.
Ressalta-se que além da exposição do conteúdo elaborado pelo acadêmico, os trabalhadores eram convidados a participar da ação, a partir de questionamentos dirigidos a eles.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Mais de 400 pessoas participaram do ciclo de palestras, incluindo trabalhadores e empregadores de empresas da indústria alimentícia, indústria de compensados, indústria de plásticos e do serviço hospitalar. Além da exposição de conteúdo, momentos de discussão e reflexão foram oportunizados. A temática central foi a segurança e saúde do trabalhador, sendo apresentados conceitos, dados estatísticos, e legislações pertinentes.
De início, o discente falava sobre o movimento Abril Verde e conceituava os Acidentes de Trabalho, dando ênfase aos Acidentes de Trabalho Grave (ATG), objeto de investigação da vigilância em saúde do trabalhador do município.
O Acidente de Trabalho (AT) é conceituado como “fato ou acontecimento, o qual esteja relacionado ao trabalho do acidentado e que determine a morte, perda ou redução da capacidade de trabalho”. (TORTORELLA, 2014). Destaca-se, que esse tipo de acidente, pode ocorrer no exercício da atividade laboral ou no trajeto de casa para trabalho ou vice versa, independente se o trabalhador está inserido no trabalho formal ou informal. Também são considerados acidentes de trabalho, eventos que embora não tenham sido causa única, tenham contribuído de alguma forma para sua ocorrência. (BRASIL, 2001).
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48278-48287, jul. 2020. ISSN 2525-8761 Assim, considera-se que, o AT, é aquele sofrido pelo trabalhador no momento em que está desempenhando atividades de sua função, em favor do empregador, que pode levar à morte ou lesão, acarretando em redução temporária ou permanente da capacidade para desempenho de suas funções. (BRASIL, 2001).
Também nesse momento, eram apresentados números de acidentes de trabalho graves no município, e os impactos destes na saúde da população, sendo exploradas, as diversas formas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, considerando as especificidades de cada.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), “mais de 313 milhões de trabalhadores sofrem acidentes de trabalho não fatais a cada ano, o que equivale a 860 mil pessoas feridas no trabalho diariamente”, sendo que diariamente morrem cerca de 6.400 pessoas devido à acidentes de trabalho ou doença profissional, esse número chega a 2,3 milhões de mortes quando analisados anualmente. (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2015).
No Brasil, segundo o AEPS (Anuário Estatístico da Previdência Social), foram registrados 40.955.903 acidentes de trabalho de 1970 a 2015. Em 2015, ocorreram 612.632 acidentes de trabalho e 2.502 óbitos por acidentes de trabalho. Os acidentes típicos somaram 383.663, enquanto as doenças do trabalho somaram 13.240 no mesmo ano. Os acidentes de trajeto foram responsáveis por 106.039 do número total. (BRASIL, 2017). No Paraná, há 3.113.204 trabalhadores registrados (4ª posição no país), e em 2015, ocorreram 47.337 acidentes de trabalho e 212 óbitos, o que significa que o estado ocupa o quarto lugar no ranking da acidentalidade e em terceiro lugar no ranking dos óbitos em decorrência de AT. (BRASIL, 2017).
O Brasil está em quarto lugar no ranking mundial de óbitos por AT, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, Tailândia e China. Com relação à acidentalidade no mundo, o país ocupa a quinta posição, atrás da Colômbia, França, Alemanha e Estados Unidos. É surpreendente o fato de países mais desenvolvidos estarem nas primeiras posições, contudo, acredita-se que possivelmente, isso se deva a melhor apuração e fidedignidade dos dados nesses, do que em países com menor desenvolvimento econômico. (BRASIL, 2017).
Esses dados geraram uma relevante discussão acerca dos impactos dos acidentes de trabalho no Brasil. Os trabalhadores ficaram surpresos com os números totais e percentuais, no entanto, destacaram facilmente, situações que ocorreram com colegas e/ou com eles mesmos, e observaram o quão grave e comum eram os acidentes no cotidiano de trabalho deles.
As considerações feitas pelos participantes das palestras vem ao encontro do que a literatura científica descreve, uma vez que os acidentes de trabalho representam um grave problema de saúde pública no Brasil, afetando significativamente a saúde, a produção e a economia, devido aos custos
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48278-48287, jul. 2020. ISSN 2525-8761 previdenciários e dias de trabalho que são perdidos em decorrência dos mesmos. (SANTANA, et al., 2006).
De modo geral, os participantes das palestras pareceram estar impactados com o quantitativo dos acidentes de trabalho e doenças relacionadas ao trabalho, e reconheceram a importância dessa problemática de saúde. Entretanto, ao serem questionados sobre os fatores de risco no ambiente de trabalho, para a ocorrência de acidentes e doenças do trabalho, poucos conheciam os riscos que estavam expostos.
Frequentemente, os trabalhadores brasileiros tem sua saúde agredida. Essa agressão pode ser decorrente de ruídos encontrados no local, de contato com substâncias químicas ou agentes biológicos, de problemas na relação entre trabalhadores, de seus instrumentos de trabalho ou de más condições ergonômicas e ambientais. (MERLO, et al., 2014).
Desse modo, deve ser levada em consideração, a importância legal e jurídica de se garantir condições mínimas de dignidade ao trabalhador, para que este exerça suas funções de forma saudável e salubre, garantindo a proteção física e psíquica daquele que labora. (JARDIM, 2015).
A partir da palestra, os trabalhadores puderam identificar os riscos que estão expostos em seu ambiente de trabalho, durante o desenvolvimento de suas funções, além de conhecer os mais diversos riscos descritos na literatura científica. Os empregadores também tiveram acesso à essas informações, aos quais, foi reforçada, a obrigatoriedade da oferta de equipamentos de proteção individuais (EPI´s), para proteção da saúde do trabalhador.
Ainda, foi explanado, durante as palestras, sobre as principais políticas de Promoção e Prevenção da Saúde do Trabalhador no cenário nacional: Política Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador (PNSS) e Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT).
A PNSS, foi proposta em 2004, visando superar a fragmentação, desarticulação e superposição das ações instituídas pelos setores Trabalho, Previdência Social, Saúde e Meio Ambiente. Está composta por diretrizes, responsabilidades institucionais e mecanismos de financiamento, gestão, acompanhamento e controle social das ações, devendo orientar os planos de trabalho e ações intrasetoriais e intersetoriais. Apresenta ainda interfaces com as políticas econômicas, de Indústria e Comércio, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Educação e Justiça, em uma perspectiva intersetorial e de transversalidade. (BRASIL, 2004).
Já a PNSTT, aponta os princípios, as diretrizes e as estratégias a serem observados pelas três esferas de gestão do SUS, tendo em vista o desenvolvimento da atenção integral à saúde do trabalhador, enfatizando a vigilância para a promoção e proteção da saúde dos trabalhadores e a redução da morbimortalidade decorrente dos modelos de desenvolvimento e dos processos produtivos, considerando o trabalho como determinante do processo saúde-doença. (BRASIL, 2012).
Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p. 48278-48287, jul. 2020. ISSN 2525-8761 No âmbito estadual, foi abordada a Política Estadual de Saúde do Trabalhador do Paraná, que tem, dentre seus objetivos, a promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, através de ações integradas intra e intersetoriais por meio da vigilância sanitária, epidemiológica e de assistência à saúde, sobre os determinantes dos agravos decorrentes dos modelos de desenvolvimento e processos produtivos, com participação de todos os atores sociais envolvidos. (PARANÁ, 2011).
É importante para os trabalhadores, o conhecimento dessas políticas, para que os mesmos saibam seus direitos e deveres, descritos na legislação brasileira. Os trabalhadores demostraram interesse pelo assunto e tiraram dúvidas pertinentes ao assunto, exemplos práticos foram dados, enfatizando-se a responsabilidade compartilhada do empregador, empregado e estado.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante todo o mês de abril do ano de 2018, foi promovida uma ação de extensão, relacionada à um ciclo de palestras sobre Segurança e Saúde do Trabalhador, no município de Palmas-PR, por meio de uma parceria entre Vigilância em Saúde municipal e colegiado de Enfermagem do Instituto Federal do Paraná / Campus Palmas. A ação de educação em saúde, ocorreu em apoio ao Movimento Abril Verde, e teve mais de 400 pessoas envolvidas, empregados e empregadores, de diversas empresas do município, envolvendo setores da indústria alimentícia, indústria de compensados, indústria de plásticos e do serviço hospitalar.
Os trabalhadores cooperaram com o desenvolvimento das ações e foram bem participativos, expressando desejos de saber de seus direitos e maneiras de evitar acidentes e doenças do trabalho. Ressalta-se a importância do papel das instituições de ensino, no desenvolvimento de ações, que possibilitem o conhecimento da sociedade, acerca de temas relevantes para o seu desenvolvimento, como é o caso da Segurança e Saúde do Trabalhador.
Destaca-se ainda, que apesar de ter sido uma ação pontual e específica, que não permite uma avaliação global de seu efeito, tratou-se de uma ação de grande relevância para o público em questão, pois possibilitou aos funcionários e seus empregadores, um momento de reflexão sobre sua saúde e segurança. Acredita-se, que mais atividades devam ser desenvolvidas para esse público, tendo em vista os agravos que os trabalhadores estão expostos, e os impactos destes, na vida em sociedade.
REFERÊNCIAS
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