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As práticas avaliativas escolares e a gestão da aprendizagem / School evaluative practices and learning management

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Academic year: 2020

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761

As práticas avaliativas escolares e a gestão da aprendizagem

School evaluative practices and learning management

DOI:10.34117/bjdv6n7-264

Recebimento dos originais: 03/06/2020 Aceitação para publicação: 13/07/2020

Rosineide Pereira Mubarack Garcia

Doutora em Educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) Instituição: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Endereço: Rua L, 247, INOCOOP, Cruz das Almas, Bahia, Brasil E-mail: rose.mubarack@gmail.com

Eliane Vieira dos Santos

Especialista em Tecnologias e Educação Aberta e digital pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Endereço: Rua Dr. Xavier da Costa, 128, CENTRO, Mutuípe, Bahia, Brasil E-mail: elianevquirino@hotmail.com

RESUMO

As práticas avaliativas são processos que podem dar subsídios à gestão da aprendizagem e concomitantemente a tomada de decisão sobre a práxis do ensino e da aprendizagem dos estudantes. Desse modo, para que a avaliação consiga orientar esse caminho, é necessário compreender a natureza da sua essência, os meios e fins da sua aplicabilidade, buscando contemplar as especificidades e complexidades existentes nos anos iniciais do ensino fundamental. Nesta perspectiva, a pesquisa tem como objetivo analisar as práticas avaliativas empregadas na gestão da aprendizagem nos anos iniciais do ensino fundamental I, utilizando como campo de pesquisa o Centro Educacional Ana Lúcia Magalhães, em Mutuípe-BA. Para dialogar sobre o tema, Garcia (2013), Sant’anna (2011), Luckesi (1999; 2011), Dias Sobrinho (2005), Mendez (2002), Romão (2005), Silva (2003), Hoffmann (2001), e Vasconcellos (2003) se destacam. O estudo tem uma abordagem qualitativa, onde se fez uso do estudo de caso amparado pelos instrumentos de coleta de dados: o questionário semi-aberto, entrevista e a análise documental do Projeto Político Pedagógico. Permitiu concluir que a avaliação contribui no ensino fundamental dos anos iniciais tanto orientando o fazer pedagógico, quanto possibilitando a partir da análise dos resultados, que os sujeitos envolvidos possam tomar decisão que auxilie na melhoria da construção da aprendizagem e nos resultados escolares.

Palavras chave: avaliação, práticas avaliativas, gestão da aprendizagem. ABSTRACT

Evaluative practices are processes that can support learning management and, at the same time, make decisions about the teaching and learning praxis of students. Thus, for the evaluation to guide this path, it is necessary to understand the nature of its essence, the means and ends of its applicability, seeking to contemplate the specificities and complexities existing in the early years of elementary school. In this perspective, the research aims to analyze the evaluative practices employed in the management of learning in the early years of elementary school I, using the Ana Lúcia Magalhães Educational Center as a research field, in Mutuípe-BA. To discuss the theme, Garcia (2013), Sant'anna (2011), Luckesi (1999; 2011), Dias Sobrinho (2005), Mendez (2002), Romão (2005), Silva

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 (2003), Hoffmann (2001) , and Vasconcellos (2003) stand out. The study has a qualitative approach, using the case study supported by the data collection instruments: the semi-open questionnaire, interview and documentary analysis of the Pedagogical Political Project. It allowed to conclude that the evaluation contributes to the elementary education of the initial years, both guiding the pedagogical practice, and making it possible, based on the analysis of the results, that the subjects involved can make a decision that helps to improve the construction of learning and school results.

Keywords: evaluation, evaluative practices, learning management.

1 INTRODUÇÃO

O ser humano está ininterruptamente aprendendo, construindo e reconstruindo novos saberes e, concomitantemente, alterando nosso estado de ser e agir sobre o mundo. O aprender dar-se por meio da experimentação, exploração, observação e integração com o ambiente. Assim, a aprendizagem se fará por meio da influência mútua entre o meio e o aprendiz. Nesse processo de construção, o ambiente escolar constitui-se como elemento fundamental para o desenvolvimento cognitivo.

Por sua vez, as práticas avaliativas tornam-se instrumentos auxiliadores, capazes de compreender a construção expressiva do aprendizado, facilitando as tomadas de decisões coerentes com as necessidades existentes nesse processo. Segundo Luckesi (1999), a avaliação da aprendizagem é apreciação de valores que se manifestam na realidade com grandes relevâncias para a educação, contribuindo para a gestão da aprendizagem e para as tomadas de decisões em torno da promoção da aprendizagem, admitindo a criação de técnicas para a docência.

A Educação Fundamental nos Anos Iniciais, amparada pelas bases legais que a direcionam, aponta que a avaliação da aprendizagem deve acontecer de modo a verificar o desempenho e evolução dos estudantes de forma que os elementos qualitativos prevaleçam diante dos quantitativos. Para isso, o professor avaliador deve construir mecanismos éticos de responsabilidade social para reafirmar a educação como processo emancipatório, utilizando-se das dimensões necessárias possa dialogar com a multiplicidade de pensamentos, a realidade e a subjetividade do indivíduo, a fim de estabelecer suas práticas avaliativas.

A avaliação da aprendizagem “é o procedimento docente que atribui símbolos a fenômenos cujas dimensões foram medidas” (ROMÃO, 2005, p.80), valorizando não só os processos educativos como a aprendizagem dos estudantes, compreendendo que “a avaliação é essencialmente um processo centralizado em valores” (PENNA FIRME, 1976 apud SANT’ANNA, 2011, p. 28).

Durante todo processo histórico educacional, para Guba e Lincon (1989) a avaliação se constitui e reconstitui-se nos diferentes momentos social, econômico, político e ideológico no cenário mundial, fundamentando-se em quatro gerações distintas da avaliação. A primeira geração da

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 avaliação – conhecida como geração de medição ou mediação – encontrou arcabouço teórico na ascensão das ciências sociais e na teoria Evolucionista. A estatística e a quantificação objetiva da sociedade conduziram os trabalhos científicos da época. O medir, examinar hipóteses e estabelecer correlações foram os ideais que demarcaram a primeira geração da avaliação, cujo destaque está no rendimento, no comportamento e na mensuração de atitudes.

A segunda geração da avaliação, conhecida como descritiva, “surge após a Primeira Guerra Mundial quando novas pesquisas são incentivadas pelo governo com ênfase na necessidade da revisão do currículo escolar e na busca da melhoria no desempenho escolar” (GARCIA, 2013, p. 58-59). A necessidade em compreender o processo de avaliação, e a procura por informações a respeito dos resultados alcançados pelos estudantes, por meio da observação dos objetivos, das dificuldades e dos resultados estabelecidos marcaram essa fase. A avaliação ainda permanecia numa função técnica, entretanto, passando a descrever e observar padrões e critérios buscando justificar a necessidade descritiva do processo, afim de interpretar os fatos, surgindo a avaliação qualitativa focada no sujeito.

A terceira geração da avaliação, também conhecida como de julgamento, questionava a visão reducionista do processo avaliativo como sinônimo de medida e os testes utilizados (testes padronizados). A sua maior preocupação está no julgamento sobre todas as dimensões e objetivos, desse modo, o professor “avaliador deixa de ser um instrumento de medida, uma máquina de dar notas, e torna-se um ator em processo de comunicação que se inscreve em um contrato social, mediante regras acordadas coletivamente em uma dinâmica de negociação” (GARCIA, 2013, p. 63). A quarta geração da avaliação, conhecida como negociação, inicia-se nos anos 90 do século XX, com a potencialização das tecnologias comunicativas valorizando a interação entre os seus integrantes, por meio da criticidade dos fatos tornando a negociação o ponto principal do processo. O diálogo é o método de ensino, em que professores e estudantes são responsáveis pela construção da aprendizagem e pela própria prática avaliativa. Sua visão construtivista, que toma a educação como ato político de conscientização e transformação da sociedade, requer que tanto as práticas educativas quanto a avaliativa estejam relacionadas com o contexto social dos estudantes, trabalhando por meio de tema gerador, extraído do cotidiano dos mesmos.

É de suma importância além de conhecer as gerações da avaliação, reconhecer o processo histórico da avaliação no Brasil, o crescimento em torno das discussões nos espaços escolares, e como a mesma contribuiu com a reforma na educação. A avaliação da aprendizagem surge no país com o intuito de monitorar a educação básica e superior, visando alcançar a sua compreensão e aprimoramento, a fim de pensar a avaliação como instrumento pertencente do processo de ensino, o que nos remete a reflexão da mesma, como elemento histórico, constituído nos diversos momentos da humanidade, que permite, por meio de sua prática, compreender e melhorar o sistema educacional.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 2 PRÁTICAS AVALIATIVAS E A GESTÃO DA APRENDIZAGEM

Compreender a avaliação consiste, sobretudo, nas possibilidades de articular um diálogo entre os elementos que constituem os espaços escolares, ou seja, a prática avaliativa acontece quando a gestão, coordenação, funcionários, estudantes, pais/ responsáveis e comunidade participam da construção deste momento, pois todos emitem valores e respectivamente contribuem com a criação de técnicas adequadas para atender suas especificidades. Sendo assim, entende-se que,

A avaliação é uma ação organizada que requer a participação ampla e assumida dos agentes de todos os segmentos da instituição, em seu processo interno, de pares da comunidade acadêmica e científica externa e de representantes de setores organizados da sociedade (DIAS SOBRINHO, 2005, p. 63-64).

O significado da palavra avaliar, tomando como princípio a definição dada pelo dicionário Aurélio, corresponde a determinação do: “valor, o preço, a importância de alguma coisa” (AURÉLIO, 2015). Acrescenta ainda que é “reconhecer a grandeza, a intensidade, a força”, ou seja, a avaliação é para tal um processo de reconhecimento da importância dos elementos analisados em nosso cotidiano. Todavia, compreende-se o processo da avaliação como “uma ferramenta da qual o ser humano não se livra. Ela faz parte de seu modo de agir e, por isso, é necessário que seja usada da melhor forma possível” (LUCKESI, 2002, p.118).

A avaliação, como instrumento reflexivo de nossas ações, constitui-se como elemento fundamental para o processo de ensino e aprendizagem, pois “a avaliação deve ser entendida como atividade crítica de aprendizagem, porque se assume que a avaliação é aprendizagem no sentido de que por meio dela adquirimos conhecimento” (MENDEZ, 2002, p. 14). Para Luckesi (1999):

Termo avaliar também tem sua origem no latim, provindo da composição a-valere, que quer dizer “da valor a...”. Porém, o conceito de “avaliação” é formulado a partir das determinações da conduta de “atribuir um valor ou qualidade a alguma coisa, ato ou curso de ação...”, que, por si, implica um posicionamento positivo ou negativo em relação ao objeto, ato ou curso de ação avaliativa. Isso quer dizer que o ato de avaliar não se encerra na configuração do valor ou qualidade atribuídos ao objeto em questão, exigindo uma tomada de posição favorável ou desfavorável ao objeto de avaliação, com uma consequente decisão de ação (p. 92).

A avaliação toma como ponto de partida a análise e reflexão de um determinado aspecto da sociedade, qualificando-o para poder atribuir valor. Esse valor diz sobre as perspectivas estabelecidas e os resultados alcançados, “a avaliação visa provocar um impacto, procura despertar interesses, tenta gerar atitudes positivas; a avaliação em síntese colabora para a promoção da qualidade da educação” (VIANNA, 2005, p. 44).

Avaliar é um processo que se configura como uma ação social, pois permite analisar os indivíduos de forma individual e coletiva. Luckesi (2006) sobrepõe que: “O ser humano é um ser que

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 avalia. Em todos os instantes de sua vida, dos mais simples aos mais complexos - ele está tomando posição, manifestando-se como não-neutro” (p. 106), e é neste processo avaliativo, reflexivo e dialógico, no qual, interage avaliador e avaliando, ambos sofrem transformações, interferindo nos espaços que ocupam.

No âmbito escolar, a avaliação segundo Sant’anna (2011) “consistirá em estabelecer uma comparação do que foi alcançado com o que se pretende atingir” (p 23). É o termômetro que acompanha a construção da aprendizagem do educando, pois segundo a autora “avaliação é um processo contínuo, sistemática, compreensivo, comparativo, cumulativo, informativo e global, que permite avaliar o conhecimento do aluno” (BLOON et al. apud SANT’ANNA, 2011, p. 23).

Para tal, precisamos ter em mente que a mesma é um mecanismo (ou deveria ser) para acompanhar o ensino e a construção do saber, a fim de diagnosticar o processo e melhorar o coeficiente de rendimento dos estudantes, caso seja preciso. Para Luckesi (2000), a avaliação da aprendizagem “possibilita levar à frente uma ação que foi planejada dentro de um arcabouço teórico, como político. Não será qualquer resultado que satisfará, mas sim um resultado compatível com a teoria e com a prática pedagógica que estejamos utilizando” (p.7).

A avaliação da aprendizagem “se volta para o levantamento das dificuldades dos discentes, com vista à correção de rumos, à reformulação de procedimentos didático-pedagógicos, ou até mesmo, de objetivos e metas” (ROMÃO, 2005, p. 62). De tal forma, o processo avaliativo perpassa pelo diagnóstico, o direcionamento e acompanhamento, para Luckesi (2000), a avaliação “implica em dois processos articulados e indissociáveis: diagnosticar e decidir. Não é possível uma decisão sem um diagnóstico, como não é possível um diagnóstico, sem uma conseqüente decisão” (p. 34).

Pensar esse processo de decisão educacional é dialogar sobre a gestão da aprendizagem e reconhecer a gestão educacional “em caráter amplo e abrangente, do sistema de ensino, [...] constituem-se em área estrutural de ação na determinação da dinâmica e da qualidade de ensino” (LÜCK, 2011), pois, para a autora é pela gestão que “se estabelece unidade, direcionamento, ímpeto, consistência e coerência à ação educacional, a partir do paradigma, ideário e estratégias adotadas” (p.15).

Deste modo, gerir o processo de aprendizagem requer a participação de todos os membros que constituem a comunidade escolar afim de mapearas dificuldades para a construção de soluções, pois “os dados da realidade constituem a base da “leitura”, que, no caso da ciência, se apresenta como uma compreensão da realidade e, no caso da avaliação, sua qualificação” (LUCKESI 2011, p. 278). Neste sentido, a gestão da aprendizagem enquanto tomada de decisões devem construir coletivamente os objetivos escolares, fruto da análise dos resultados das práticas avaliativas, “assim como não há

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 possibilidade de fazer ciência sem descrição da realidade investigativa, não há possibilidade de efetuar a avaliação de alguma coisa sem a sua descrição” (LUCKESI 2011, p. 278).

Para Romão (2005) é de fundamental importância compreender que a avaliação da aprendizagem é “um tipo de investigação e é, também, um processo de conscientização sobre a ‘cultura primeira’ do educando, com suas potencialidades, seus limites, seus traços e seus ritmos especifico” (p. 102), para que juntos, professores e estudantes, possam refletir sobre todo o processo e reconstruir caminhos que fortaleça a aprendizagem. Deste modo “o espaço educativo se transforma em ambiente de superação de desafios pedagógicos que dinamiza e significa a aprendizagem” (SILVA, 2003, p. 10), que compreende desde a construção ao desenvolvimento das competências e da formação cidadã.

Para medir e acompanhar a aprendizagem dos estudantes, a prática avaliativa é fator imprescindível, Luckesi (2011) defende que “a avaliação da aprendizagem, nessa perspectiva, é um recurso pedagógico disponível ao educador para que auxilie o educando na busca de sua autoconstrução e de seu modo de estar na vida mediante aprendizagens bem-sucedidas” (p. 263). Esse processo busca a qualificação da aprendizagem dos mesmos, edificando mecanismos que visam dar conta de verificar o caminhar desse processo.

Como já foi explanado nessa seção, o sentido fundamental da avaliação da aprendizagem é compreender e acompanhar o processo de construção do saber dos estudantes a fim de contribuir não somente para os estudantes como para a prática docente. “Nessa medida a avaliação é espaço de mediação/ aproximação/ diálogo entre formas de ensino dos professores e percurso de aprendizagem” (SILVA, 2003, p.13). Sant’Anna complementa firmando que:

Para avaliar podemos usar instrumentos que testem e/ou meçam, mas é muito mais do que atribuir um número, quantificar, pesar, qualificar e atribuir um valor quantitativo e/ ou qualitativo; é acima de tudo, confirmar a validade de um empreendimento. É constatar se a estratégia escolhida, na busca de algo, funcionou, era a mais adequada à situação e compensou, isto é, satisfez nossas expectativas (SANT’ANNA, 2011, p. 17).

Deve-se ter consciência que a mesma implica na produção de materiais que deem conta de atender as demandas das atividades programadas. A avaliação da aprendizagem permite acompanhar e medir o desenvolvimento dos estudantes, utilizando instrumentos de coletas de dados da avaliação. Alguns exemplos de tais instrumentos são: provas, exames, testes e observações, que por si só não garantem a qualidade da avaliação, mas compõem o portfólio de possibilidades de coleta e a forma como são aplicados e os seus critérios de parâmetros de correção poderão fornecer um feedback satisfatório para todos os envolvidos na prática avaliativa.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Uma boa prática avaliativa requer a construção de um planejamento das ações a serem realizadas, pois “o ato de avaliar a aprendizagem é muito mais do que o ato técnico isolado de investigar a qualidade dos resultados da aprendizagem” (LUCKESI, 2011, p. 14), entendendo que as práticas avaliativas mediadoras fazem com que se consiga aprender e ensinar respectivamente de forma qualitativa, visando uma educação libertadora respeitando o tempo e o espaço de aprendizagem do estudante. Portanto “a avaliação, no espaço escolar da sala de aula como em qualquer outro contexto onde haja processo, por ser inclusiva, é democrática” (LUCKESI, 2011, p. 201).

Os estudos em avaliação deixam para trás o caminho das verdades absolutas, dos critérios objetivos, das medidas padronizadas e das estatísticas, para alertar sobre o sentido essencial dos atos avaliativos de interpretação de valores sobre o objeto da avaliação, em agir consciente e reflexivo frente às situações avaliadas e de exercícios do diálogo entre os envolvidos (HOFFMANN, 2001, p. 15).

A prática avaliativa concede ao professor a possibilidade de acompanhar e medir o êxito e o fracasso nos espaços escolares, delegando aos professores um papel muito mais do que mediador e sim de agente ativo e reflexivo, neste sentido é importante dialogar sobre o papel do professor na gestão da aprendizagem, que objetiva a qualificação acadêmica e formativa sua e dos seus estudantes. Deste modo o professor/gestor estabelece a aprendizagem como elemento fundamental deste processo de ensino, para atingir o sucesso realiza monitoramentos que permita realizar os ajustes necessários para a realização da aferição dos métodos de aprendizagem.

A gestão da aprendizagem engloba a mensuração, identificação das defasagens, planejamento das ações e metas, neste contexto, podemos conjecturar que a gestão da aprendizagem precisa ser pensada como um círculo intercalado entre o planejamento, a avaliação, a constatação da aprendizagem e as tomadas de decisões, que se estruturam em um processo onde, professores, gestores, estudantes e responsáveis devem ter participação ativa.

A avaliação como mecanismo potencializado da gestão da aprendizagem, deve estar articulada com o projeto pedagógico escolar, pois, através dos resultados obtidos será possível direcionar as tomadas de decisões para atender as necessidades de melhoria no processo educativo, permitindo que a avaliação da aprendizagem auxilie “o educador e o educando na sua viagem comum de crescimento, e a escola na sua responsabilidade social. Educador e educando, aliados, constroem a aprendizagem, testemunhando-a à escola, e está à sociedade” (LUCKESI, 1999, p. 174).

É sabido que a funcionalidade da avaliação é o diagnóstico e concomitantemente a tomada de decisões, buscando a melhoria do ensino e da aprendizagem. Por isso os instrumentos de avaliação são elementos imprescindíveis neste processo de ensino, pois permite que as habilidades e competências de cada estudante sejam reconhecidas. Os instrumentos avaliativos são elementos que

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 possibilitam ao professor coletar dados que permita qualificar a realidade e compreender a capacidade de aprendizagem de cada estudante.

Na elaboração de um instrumento avaliativo, é necessário o mapeamento de habilidade e competências dos estudantes, a fim de identificar o instrumento que melhor se emprega, assim como analisar o conteúdo, o objetivo por traz da aplicação do mesmo e inúmero outros fatores que levarão a escolha do melhor instrumento, tendo em vista a sua diversidade que possibilita com maior facilidade a compreensão da complexidade da aprendizagem. Desse modo, podemos exemplificar alguns como: As provas, a observação, as fichas ou registros, participação em sala, auto avaliação, trabalhos em grupo, portfólios, dentre outros.

As provas se dividem em quatro: a objetiva, a dissertativa, a criativa e a oral. A prova é objetiva, segundo Medeiros (1972) “quando a opinião do examinador e a interpretação dos fatos não influem no seu julgamento” (apud Sant’Anna, 2011, p. 57). A mesma faz com que o estudante julgue o elemento, organize seu conhecimento e construa sua própria resposta. Dentre elas se destacam as questões de verdadeiro-falso, múltiplas escolhas e preenchimento de lacunas. Zanon (2008) apresenta o que ela chama de limites e possibilidades da prova objetiva, sendo eles:

✓ Fornece uma ampla amostra do conhecimento visto ser formada por numerosas questões; ✓ Elimina traços pessoais do aluno;

✓ Permite um julgamento rápido e objetivo porque cada item admite uma só resposta; ✓ É de elaboração difícil e demorada;

✓ Exige atenção durante sua aplicação (p. 03).

Por sua vez, as provas dissertativas ou descritivas são questões que prezam as descrições livres, permitindo que os estudantes sempre respondam as mesmas por meio de suas interpretações e convicções, entretendo não impede que haja objetividade em suas respostas. Para Sant’Anna (2011) “as questões dissertativas podem ser elaboradas de forma a desenvolver no aluno, entre outros, níveis de pensamento que envolvam processos mentais” (p. 43), que busca organizar o processo de aprendizagem.

Temos também a prova criativa ou prova de consulta que contribui para que o estudante possa complementar suas respostas a partir de seu material didático. Para isso, é necessário se ter cuidado com as seleções de questões para que se evite que os estudantes apenas transcrevam o que está escrito, para a autora “permite a seleção de questões que priorizem a reflexão, a elaboração de conceitos, a interpretação do tema estudado” (p. 12). Por último, tem a prova oral que possibilita ao professor trabalhar nos estudantes sua oralidade e argumentação, pois é cobrada dos mesmos a capacidade de refletir e argumentar sobre os variados temas.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Outro instrumento avaliativo é a observação. Ela consiste em fornecer informações, constatar fatos e comprovar hipóteses. É por meio dele que o professor consegue conhecer melhor o seu estudante, para complementar o professor pode fazer uso de outros instrumentos, como o portfólio que “é a coleção de trabalhos e atividades produzidos pelos alunos, adequadamente organizada, que revela, com o passar do tempo, os diversos aspectos do crescimento e desenvolvimento de cada um em particular” (RIBAS, 2007 apud ZANON, 2008, p. 18). Assim como, pode utilizar também as fichas ou registros que buscam acompanhar todo processo educativo permitindo a análise avaliativa por meio do julgamento das impressões apontadas.

A participação em sala e o trabalho em grupo permitem ao professor observar os estudantes por meios de suas vivências e interação em sala, percebendo quais os mecanismos utilizados para construir sua própria aprendizagem. O último instrumento de coleta de dados avaliativos é a auto-avaliação, que permite ao estudante compreender a sua própria aprendizagem. Para Garcia (2013),

A autoavaliação faz parte do processo de avaliação da aprendizagem. Na autoavaliação, o sujeito percebe as suas ações e condutas, compara com os critérios negociados e, em seguida, o sujeito reflete, analisa e constrói progressivamente um modelo que servirá como um referencial em busca de uma progressão ou melhor desempenho. A autoavaliação pode ser compreendida como um elemento constitutivo e regulador da própria ação. O sujeito passa a ter mais consciência da importância do seu envolvimento no processo de aprendizagem e passa a ter um olhar mais crítico e reflexivo sobre os diferentes aspectos e momentos de sua atividade cognitiva (p.70-71).

Todos esses instrumentos citados e inúmeros outros existentes propiciam aos professores e estudantes a compreensão dos processos avaliativos que irão fazer parte de sua própria condição de aprendiz, melhorando a qualidade e os resultados educacionais, buscando motivar o crescimento no próprio estudante.

Contudo, as práticas avaliativas na aprendizagem requerem um olhar atento para as bases legais que as normatizam, como as características inerentes de cada geração, buscando a compreensão dos modelos teóricos, que sempre são associados à escolha dos instrumentos, procedimentos e estratégias avaliativas. Após a realização das mesmas, os professores poderão compreender o significado dos resultados obtidos pelos instrumentos de avaliação e as possibilidades de ações que potencializem a melhoria do processo de construção do conhecimento dos estudantes. Do mesmo modo, as escolhas das estratégias avaliativas também podem revelar pistas epistemológicas de como o processo de gestão da aprendizagem pode ser refletido na dinâmica da escola.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 3 AS PRÁTICAS AVALIATIVAS NO CENTRO EDUCACIONAL ANA LUCIA MAGALHÃES

A pesquisa foi realizada com professores efetivos da rede pública municipal da cidade de Mutuípe/BA, com formação nas diversas áreas da educação com experiências que variam entre 11 e 21 anos de carreira na educação, com jornada de trabalho de 40 horas semanais, no Centro Educacional Ana Lucia Magalhães (CEALM). É importante destacar que antes de qualquer coisa, buscou se compreender a concepção que os educadores tinham sobre a avaliação. Assim evidenciou-se que a compreensão dos mesmos sobre a avaliação estava voltada ora para o processo de verificação da aprendizagem, ora para a própria avaliação da aprendizagem.

Buscando compreender melhor a diferenciação entre avaliação e verificação, Luckesi (2002) diz que “A dinâmica do ato de verificar encerra-se com a obtenção do dado ou informação que se busca, isto é, "vê-se" ou "não se vê" alguma coisa. E... pronto!” (p. 75). Este processo consiste apenas na averiguação, na constatação dos fatos. Ainda para o autor a avaliação “terá de ser uma atividade racionalmente definida, dentro de um encaminhamento político” (LUCKESI, 1999, p. 46). Neste sentido pensando a respeito das políticas educacionais, que direcionam a prática avaliativa, os professores revelaram conhecer apenas os regulamentos sobre o tema que está presente na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB) e nas Diretrizes Curriculares Nacionais.

No que se refere à regulação, 75% dos entrevistados afirmam que a avaliação desenvolve-se como um meio de regulação da interação. A regulação é compreendida como instrumentos constitutivos da avaliação formativa, que contribui para a aprendizagem dos estudantes, utilizando a intervenção pedagógica permitindo que os professores consigam construir mecanismos que ajudem na melhoria da qualidade educacional e da aprendizagem. Com isso, ganha destaque a utilização do feedback entre os pares envolvidos nesse processo avaliativo, formalizando uma relação dialógica permitindo que o próprio estudante reflita sobre sua aprendizagem.

Por outro lado, os professores disseram que a avaliação dá ênfase aos resultados finais, por isso a dimensão seletiva se mantém. Nessa perspectiva, faz pensar a avaliação como um mecanismo que acompanha o processo educativo enfatizando os resultados. Segundo Vasconcellos (2003) “quando surgem dificuldades em sala, procura-se resolver pela pressão da nota” (p. 140). Essa prática enraizada no contexto da sala de aula não diz apenas sobre um processo de domínio, mas também um processo excludente e seletivo dos indivíduos.

Durante a pesquisa ficou claro que os professores acreditam que a identificação dos erros e das dificuldades faz parte do processo de aprendizagem, pois permite que estudantes e professores possam elaborar estratégias que consigam superar as lacunas existentes e direcionar um novo método de ensino. Para Vasconcellos (2003), “o erro tem grande importância no trabalho educativo (assim

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 como no científico): pode ser visto como um indicador de carências e de inadequação de estratégias cognitivas” (p. 60) ou de novas possibilidades de ensino.

Para os mesmo a auto avaliação se configura por uma forma privilegiada, para Sant’Anna (2011) “a auto avaliação é capaz de conduzir o aluno a uma modalidade de apreciação que se põe em prática durante a vida inteira” (p.94). Entretanto, apesar de inúmeros estudos e publicações nesta área, a utilização da mesma é quase inexistente nas escolas, pois ainda falta uma compreensão dos estudantes e professores acerca de sua metodologia e, principalmente, finalidade.

Os professores utilizam como instrumentos avaliativos, a observação, o questionário, os registros, seminários e prova. Todos esses elementos citados formam o entrelaçado de instrumentos que buscam acompanhar o desenvolvimento dos estudantes no Centro Educacional Ana Lucia Magalhães. Esse conjunto de elementos mostra uma preocupação em diversificar a forma de compreender e acompanhar a aprendizagem do estudante, essa diversidade é importante, pois garante trabalhar a escrita e a oralidade dando espaço para o desenvolvimento de maneira integral.

Os professores envolvidos na pesquisa avaliam seus estudantes continuamente e com os resultados avaliativos dialogam com os mesmos sobre os resultados obtidos. É sabido que esse momento de interação entre estudante e professor, além de fortalecer os vínculos, contribui para que o estudante reconheça e compreenda seus erros. Para Vasconcellos (2003), “ao aluno é solicitado uma reflexão crítica da própria produção, a tomada de consciência da sua situação no processo de aprendizagem” (p.131). Desse modo, permitir que o ensino também se garanta como mecanismo democrático.

Foi questionado aos professores se eles dividem com os estudantes a decisão de escolha das atividades avaliativas e os mesmos disseram que, nesse aspecto, a decisão é tomada entre o professor e o coordenador pedagógico. O diálogo e negociação acontecem com os resultados das atividades realizadas, buscando que o estudante compreenda melhor os seus resultados.

Após as observações, entrevistas e a aplicação dos questionários na busca de identificar como os resultados avaliativos são utilizados pela escola, ficou evidente que os mesmos são utilizados pelos professores para acompanhar o desenvolvimento dos estudantes, para a escola, serve como resultado somatório para a classificação no final do ano letivo e para os pais ou responsáveis como mecanismos para conferir a aprendizagem do filho.

A pesquisa buscou verificar em que medida as práticas avaliativas contribuem no processo de gestão da aprendizagem. Pensar a avaliação como instrumento potencializador da gestão da aprendizagem, é dialogar sobre os princípios da aprendizagem e da avaliação numa perspectiva formativa do indivíduo. Segundo Luckesi (2011), “o termo “formação” tem a ver com o ato de formar, ou seja, “dar forma a”. Cada educando dará forma a si mesmo, subsidiando por todas as características

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 que herdou geneticamente, somada às suas experiências biográficas” (p. 34). Dentro dessas experiências vivenciadas, encontramos o espaço escolar e a avaliação que se constituem mutuamente, completando uma a outra.

A avaliação constitui-se como espaço de diálogo entre os pares envolvidos no processo formativo, ajudando o professor a desenvolver uma didática desafiadora, capaz de estimular o estudante para seu desenvolvimento. Durante as entrevistas, todos os professores deixaram transparecer que veem a avaliação como um processo que acompanha o ensino e que contribui para a aprendizagem no momento que direcionam o fazer pedagógico, pois é por meio dela que se consegue rever a sua prática, permitindo um crescimento integral do estudante.

Durante a realização da pesquisa, foi possível constatar a importância da tomada de decisões dos professores, após a obtenção dos resultados (seja eles positivos ou negativos) todos geravam uma ação. Para Luckesi (1999), há três possibilidades de decisão que são: permanecer na situação em que se encontra, modificá-la para melhor ou suprimi-la. A avaliação, após acompanhar e direcionar a prática docente, servirá para a tomada de decisões.

Nesta perspectiva devemos pensar que a gestão da aprendizagem é o processo que organiza estrutura e direciona o aprender, deste modo a avaliação contribui para a mesma de duas formas: a primeira, permitindo que se acompanhe o processo de ensino e a segunda e mais importante, a tomada de decisão em frente aos resultados.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pensar o processo de ensino e aprendizagem exige um diálogo entre inúmeros elementos que a constituem, que lhes dão forma e sustento. Dentre eles, a avaliação da aprendizagem ganha destaque, pois acompanha este processo desde o seu planejamento até a constatação dos resultados e concomitantemente para as tomadas de decisões.

A gestão da aprendizagem é o processo que busca prover o desenvolvimento dos estudantes e tem como foco principal o seu sucesso, por isso constrói-se alternativas que vão ajustando-se, conforme o processo de monitoramento da aprendizagem que acontece por meio da própria avaliação. A gestão da aprendizagem tem como lógica o planejamento como primeiro item a ser pensado, assim como as habilidades e competências. Por isso, saber escolher os instrumentos avaliativos que dê conta de compreender os objetivos estabelecidos para cada disciplina é de fundamental importância.

A avaliação da aprendizagem pode ser realizada por inúmeros instrumentos de coleta de dados avaliativos, que buscam interpretar a realidade, qualificando-a e atribuindo valor significativo. É necessário estabelecer as metas de ensino e o que se deseja alcançar, para que, por meios dessas escolhas, seja possível selecionar o melhor instrumento que se aplica a realidade.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Com a inquietude por compreender como as práticas avaliativas contribuem para o processo de construção da aprendizagem, que a presente pesquisa teve como objetivo geral, analisar as práticas avaliativas na construção da aprendizagem no ensino fundamental I no Centro Educacional Ana Lúcia Magalhães em Mutuípe/ BA. Utilizou produções científicas de renomados autores para sustentar a discussão nas categorias teóricas.

Nesse sentido, esta pesquisa buscou dialogar sobre as práticas avaliativas e a aprendizagem, propondo uma discussão acerca das gerações da avaliação, sobretudo por compreender que esta é uma construção histórica, assim como, analisou algumas Bases Legais que a regulamenta, sendo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), os Parâmetros Curriculares e as Diretrizes Da Educação Básica as principais para este trabalho, além de discutir sua função, tipologia e a própria prática avaliativa.

Ainda possibilitou apreender o significado do ato avaliativo como estratégia pedagógica e de gestão presente no espaço escolar, observando as suas funções, tendo em vista a necessidade de compreender o processo de construção do saber do outro e deste modo, escolher dentre os inúmeros instrumentos de coleta de dados avaliativos, o mais adequando para cada realidade, respeitando a diversidade e diferentes estilos de aprendizagem dos estudantes.

Pôde-se identificar e caracterizar as práticas avaliativas do Centro Educacional Ana Lucia Magalhães, por meio das análises dos dados, permitindo identificar que os professores compreendem a avaliação como um processo de verificação da aprendizagem, baseando suas práticas avaliativas entre as gerações do julgamento e da negociação (respectivamente terceira e quarta geração da avaliação), sendo a avaliação diagnóstica e a auto avaliação as mais utilizadas pelos professores, ambas da quarta geração da avaliação. Por fim, seus instrumentos de coleta de dados avaliativos são a observação, o questionário, o seminário, a prova e os registros.

Ao mesmo tempo, foi possível constatar a utilização dos resultados avaliativos no Centro Educacional, pois, para os professores e os estudantes, os resultados avaliativos são as notas das atividades, sendo que essas são utilizadas para verificar a aquisição do conhecimento do estudante e posteriormente classificá-los. Verificou-se que as práticas avaliativas contribuem no processo de gestão da aprendizagem, pois permitem que os professores possam acompanhar o desenvolvimento do estudante, igualmente como através dos resultados oriundos dos instrumentos avaliativos consiga tomar decisões que auxiliem no processo de gestão da aprendizagem.

Estudos sobre avaliação da aprendizagem não se esgota, as reflexões e os caminhos feitos nesta pesquisa trouxeram novas inquietações, sendo elas: Quais os saberes necessários para a construção das práticas avaliativas? Qual a importância das avaliações externas na aprendizagem dos estudantes? Quais os impactos da avaliação da aprendizagem nos resultados escolares? Dentre outras.

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Braz. J. of Develop., Curitiba, v. 6, n. 7, p.45704-45718 jul. 2020. ISSN 2525-8761 Essas questões propiciam um novo caminhar, uma nova pesquisa, pois todo professor-pesquisador busca, na medida do possível, uma formação permanente e uma atuação qualificada em detrimento das inquietações e desafios que a própria profissão lhe impõe a todo instante.

Contudo, foi possível perceber que as práticas avaliativas contribuem no processo de construção e gestão da aprendizagem, a partir do momento que (re)orienta o fazer pedagógico, possibilitando a tomada de decisões que contribuam para a formação do estudante e quiçá para a sua própria formação e qualificação como professor.

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