• Nenhum resultado encontrado

Notas para o acompanhamento das aulas de

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "Notas para o acompanhamento das aulas de"

Copied!
41
0
0

Texto

(1)

Notas para o acompanhamento das aulas de

Sequˆ

encias e S´

eries de N´

umeros Reais

(2)
(3)

Sum´

ario

1 Uma Breve Introdu¸c˜ao `as Sequˆencias de N´umeros Reais 3

2 S´eries de N´umeros Reais 7

2.1 Defini¸c˜oes e Primeiros Exemplos . . . 7

2.2 Somando S´eries . . . 10

2.3 Uma Condi¸c˜ao Necess´aria para a Convergˆencia de uma S´erie . . . 13

2.4 Testes de Convergˆencia para S´eries de Termos Positivos . . . 14

2.5 S´eries Alternadas . . . 21

2.5.1 Estimando Erros de Aproxima¸c˜ao em Somas Parciais de S´eries Alternadas . . . 22

2.6 S´eries de Termos de Sinais Quaisquer . . . 23

2.7 Exerc´ıcios Diversos . . . 24

3 S´eries de Potˆencias 27 3.1 S´eries de Potˆencias de x−a . . . 27

3.2 Deriva¸c˜ao e Integra¸c˜ao de S´eries de Potˆencias de x−a . . . 30

3.3 S´eries de Taylor . . . 32

3.3.1 F´ormula Geral do Binˆomio . . . 34

(4)
(5)

Cap´ıtulo 1

Uma Breve Introdu¸

ao `

as Sequˆ

encias de

umeros Reais

Uma sequˆencia, ou sucess˜ao, de n´umeros reais ´e uma fun¸c˜aof:NR, sendof(n) =xn.

´

E costume indicar fpor(xn)n∈N ou, simplificadamente,(xn), sendoxn=f(n), ou ent˜ao,(x1, x2, x3, . . .).

Chamamos a imagem xn denporfdetermo geral da sequˆencia(xn)nN.

Exemplos.

Exemplo (1) A sequˆencia f : N R dada por f(n) = xn = n1 ´e indicada por (xn)n∈N = n1

n∈N, ou ent˜ao,

1,12,13,14, . . .

. Neste caso,xn = 1

n ´e o termo geral da sequˆencia 1 n

n∈N.

Exemplo (2)A sequˆencia f:NRdada porf(n) =xn = (−1)n

+1 1

n ´e indicada por(xn)n∈N=

(−1)n+1 1n n∈N,

ou ent˜ao, 1,−12,13,−14,15, . . .

. Neste caso,xn= (−1)n+1 1n ´e o termo geral da sequˆencia(−1)n+1 1n n∈N.

Exemplo (3) A sequˆenciaf:NRdada porf(n) =xn =c, constante real, ´e indicada por(xn)n∈N= (c)n∈N, ou

ent˜ao, (c, c, c, . . .). Neste caso,xn =c´e o termo geral da sequˆencia(c)n ∈N.

Exemplo (4)A sequˆenciaf:NRdada porf(n) =xn= n

P

i=1

ai ´e indicada por(xn)n∈N=

n

P

k=1 ak

n∈N

, ou ent˜ao,

1

P

k=1 ak,

2

P

k=1 ak,

3

P

k=1 ak, . . .

= (a1, a1+a2, a1+a2+a3, . . .). Neste caso, xn = n

P

k=1

ak ´e o termo geral da sequˆencia n

P

k=1 ak

n∈N

.

Observa¸c˜oes.

(1)A representa¸c˜ao gr´afica de uma sequˆencia no plano cartesiano ´e constituida por um conjunto discreto de pontos cujas abscissas s˜ao os n´umeros naturais.

De modo n˜ao preciso, do ponto de vista matem´atico, em um conjunto discreto de pontos cada ponto est´a “isolado” ou “separado” dos demais.

No Exemplo(1)acima, 1 n

n∈N´e a fun¸c˜aof(n) =

1

n,n∈N, cujo gr´afico (somente os pontos sobre a curvay= 1 x) segue abaixo.

y

x 1

curva y=1 x/ (fora de escala)

0 2 3

...

1

1 3/ 1 n/ 1 2/

(6)

(2)N˜ao confundir oconjunto imagem de f: NR com a sequˆencia. Por exemplo,f :N Rdada por f(n) = 1,

∀nN, ´e uma sequˆencia que pode ser representada por(1)n

∈N= (1, 1, 1, . . .)e ´e diferente do conjunto imagem def,

que ´e representado apenas por{1}.

Mais exemplos.

Exemplo (5)A sequˆencia (xn)n∈N= (2n)n∈N = (2, 4, 6, 8, . . .)´e a sequˆencia dos n´umeros pares maiores do que ou

iguais a2.

Exemplo (6)A sequˆencia(xn)n

∈N= (2n−1)n∈N= (1, 3, 5, 7, . . .)´e a sequˆencia dos n´umeros ´ımpares maiores do que

ou iguais a1.

Exemplo (7)Sequˆencia(xn)n

∈N= sen nπ2

n∈N= (1, 0,−1, 0, 1, 0,−1, 0, . . .).

Exemplo (8)O termoxn =xn−1+2ncomx1=0´e o termo geral da sequˆencia(xn)n∈N= (0, 4, 10, 18, 28, 40, 54, . . .).

Exemplo (9)O termo xn =xn−1+r comx1=a´e o termo geral de(xn)n∈N= (a, a+r, a+2r, a+3r, a+4r, . . .)

cujos termos formam uma PA(progress˜ao aritm´etica) de raz˜aor e 1o. termoa.

Exemplo (10)O termoxn =qxn−1comx1=a´e o termo geral da sequˆencia(xn)n∈N= a, qa, q2a, q3a, q4a, . . .

cujos termos formam uma PG (progress˜ao geom´etrica) de raz˜aoqe 1o. termoa.

Uma sequˆencia ´econvergente quando seus termos tornam-se arbitrariamente pr´oximos de um determinado n´umero real `a medida quenaumenta.

De modo matematicamente preciso:

(xn)n∈N converge paraL∈Rquando:

∀ε > 0,n0∈Ntal que para n > n0⇒|xn−L|< ε.

Indicamos a convergˆencia da sequˆencia(xn)n∈Npor lim

n→∞xn=Louxn→Le dizemos que(xn)n∈Nconverge paraL.

Quando n˜ao existe o LRtal que lim

n→∞

xn=L dizemos que a sequˆencia(xn)n∈Ndiverge, ou ´edivergente.

Exemplos.

Exemplo (1)A sequˆencia 1 n

n∈N converge para0pois limn→∞

1

n =0.

Exemplo (2)A sequˆencia(1)n∈Nconverge para1pois lim

n→∞

1=1.

Uma sequˆencia (xn)n∈N ´e chamada de sequˆencia de Cauchy quando os seus termos tornam-se arbitrariamente

pr´oximos uns dos outros `a medida quenaumenta. De modo matematicamente preciso:

(xn)n∈N ´e sequˆencia de Cauchy quando:

∀ε > 0,n0∈Ntal que para m, n > n0⇒|xm−xn|< ε.

Exemplo. A sequˆencia 1 n

n∈N´e de Cauchy pois limn→∞

m→∞

1

n −

1 m

= 0, ou seja, 1

n e

1

m s˜ao n´umeros arbitrariamente

pr´oximos `a medida quemenaumentam. J´a a sequˆencia (−1)n

n∈N= (−1, 1,−1, 1,−1, 1, . . .)n˜ao ´e de Cauchy, pois

xn =1, paranpar, exm = −1, param´ımpar, n˜ao s˜ao n´umeros que se tormam arbitrariamente pr´oximos `a medida quemenaumentam.

Proposi¸c˜ao 1. (Crit´erio de convergˆencia de Cauchy) Uma sequˆencia(xn)n∈R´e convergente se, e somente se,(xn)n∈N

´e de Cauchy.

Exemplos.

Exemplo (1)A sequˆencia (−1)n

n∈Nn˜ao ´e de Cauchy. Logo, ´e divergente.

Exemplo (2)A sequˆencia(n)n∈Ntem termos que n˜ao se tornam arbitrariamente pr´oximos `a medida quenaumenta.

(7)

Exemplo(3)A sequˆencia sen nπ 2

n∈N= (1, 0,−1, 0, 1, . . .)tem termos que n˜ao se tornam arbitrariamente pr´oximos

`

a medida quenaumenta. Logo, n˜ao ´e de Cauchy e, portanto, ´e divergente.

Proposi¸c˜ao 2. (Propriedades operat´orias) Sejam (xn)n∈N e (yn)n∈Nsequˆencias convergentes tais que lim

n→∞xn =a

e lim

n→∞yn

=b. Ent˜ao:

(1) lim

n→∞(xn±yn) =nlim→∞xn±nlim→∞yn=a±b. (2) lim

n→∞

(xnyn) = lim n→∞

xn lim n→∞

yn=ab. Em particular, se xn=c, ent˜ao lim n→∞

cyn =c lim n→∞

yn =cb.

(3)Se b6=0, ent˜ao lim

n→∞

xn yn =

lim

n→∞xn

lim

n→∞yn

= a b.

Exemplos.

Exemplo (1)A sequˆencia n−1 n

n∈N´e tal que lim

n→∞

n−1

n =nlim→∞ 1

− 1 n

= lim

n→∞1

+ lim

n→∞

1

n =1−0=1.

Exemplo (2)A sequˆencia 5 n2

n∈N´e tal que lim

n→∞

5

n2 =5 lim

n→∞

1 nnlim→∞

1

n =5.0.0=0.

Exemplo (3)A sequˆencia 4−7n6

n6+3

n∈N´e tal que limn→∞

4−7n6

n6+3 = lim

n→∞

4 n6−7

1+ 3

n6

= nlim→∞( 4 n6−7)

lim

n→∞(

1+ 3

n6)

= nlim→∞ 4 n6−nlim→∞7

lim

n→∞1 +lim

n→∞ 3 n6

= 01+70 = −7.

Proposi¸c˜ao 3. (Teorema do Confronto para sequˆencias) Sejam (xn)nN, (yn)nN e (zn)nN sequˆencias tais que xn ≤yn ≤zn, para n > n0 fixado, e tais que lim

n→∞xn = lim

n→∞zn

=L. Ent˜ao, lim

n→∞yn =L.

Exemplo. A sequˆenciacosn(n)

n∈N ´e tal que limn→∞

cos(n)

n = 0. De fato, fazendoxn = − 1

n; yn =

cos(n)

n ezn =

1 n

temos −1

n ≤

cos(n)

n ≤

1 n e limn→∞

−1 n

= lim

n→∞

1

n =0. PeloTeorema do Confronto para sequˆencias, limn→∞

cos(n)

n =0.

Proposi¸c˜ao 4. Seja f:XRRe aX. Ent˜ao,

lim

x→a

f(x) =f(a)

| {z }

f´e cont´ınua em a ⇐⇒

h

∀(xn)n∈N em Xcom lim

n→∞

xn=a⇒ lim n→∞

f(xn) =f(a)

i

Seja f:XRRcont´ınua com Xn˜ao limitado superiormente. Ent˜ao,

lim

x→+∞f

(x) =L⇐⇒h(xn)nN em Xcom lim

n→∞xn

= +∞ ⇒ lim

n→∞f

(xn) =L

i

A proposi¸c˜ao acima afirma que no caso def ser cont´ınua, podemos encontrar lim

n→∞f

(xn)calculando lim

x→af

(x)(ou lim

x→+∞f(x)).

Exemplos.

Exemplo (1)A sequˆencia(xn)n ∈N=

ln(n) n

n∈N´e convergente.

De fato, sejaf(x) = ln(xx), que ´e cont´ınua emR+.

Temos lim

n→∞

n= +. Logo, pela proposi¸c˜ao acima (segunda parte),

lim

n→∞

ln(n)

n =xlim→∞

ln(x)

x =xlim→∞

1 x

1 =0(Regra de L’Hospital).

Exemplo (2)A sequˆencia(xn)n∈N=

ln(nc)

n

n∈N´e convergente.

De fato, lim

n→∞

ln(nc)

n =nlim→∞

cln(n)

n =cnlim→∞

ln(n)

n =c.0=0.

Exemplo (3)A sequˆencia(xn)n∈N= n +1 n−1

n

(8)

Temos lim

n→∞n

= +. Logo, pela proposi¸c˜ao acima (segunda parte),

lim

n→∞

n+1 n−1

n = lim

x→∞

x+1 x−1

x = lim

x→∞e

xln(x+1

x−1) = lim

x→∞e

ln(xx+11)

1 x

=exlim→∞

ln(xx+11)

1

x =e

lim

x→∞

− 2

x2−1

− 1

x2 (Regra de L’Hospital)

=exlim→∞ 2x2 x2−1 =e2.

Exemplo (4)A sequˆencia(xn)n∈N= 1+nc

n

´e convergente. De fato, sejaf(x) = 1+ c

x x

´e cont´ınua parax > 0. Temos lim

n→∞n

= +. Logo, pela proposi¸c˜ao acima (segunda parte),

lim

n→∞

1+ c

n n

= lim

x→∞

1+ c

x x

= lim

x→∞e

xln(1+c

x) = lim

x→∞e

ln(1+xc)

1 x

=exlim→∞

ln(1+cx)

1

x =e

lim

x→∞

− c

x(x+c) − 1

x2 (Regra de L’Hospital)

=exlim→∞ cx x+c

=ec.

Os resultados abaixo s˜ao demonstrados em cursos mais avan¸cados de sequˆencias num´ericas (cursos de An´alise Real). Vamos utiliz´a-los em nossos exemplos.

(i) lim

n→∞

n √

a=1paraa > 0.

(ii) lim

n→∞

n √

n=1.

(iii) lim

n→∞

an=0para−1 < a < 1.

(iv)Paransuficientemente grande temos logb(n)nk ann!nn, sendob > 1,kNea > 1. (Obs. o s´ımbolosignifica “muito menor do que”)

(v) lim

n→∞

logb(n)

nk = lim

n→∞

nk

an = lim

n→∞

an

n! =nlim→∞

n!

nn =0.

Exemplo. A sequˆencia(xn)n∈N= n √

nc

comcN´e tal que

lim

n→∞

n √

nc= lim

n→∞

n √

nc= lim

n→∞

n √

n . . . √n

n

| {z }

cvezes

= lim

n→∞

n √

n . . . lim

n→∞

n √

n=1 . . . 1=1.

Exerc´ıcio. Mostre que(xn)n∈N= 1+a+a2+· · ·+an

n∈Ncom−1 < a < 1converge para

1 1−a.

De fato, de xn = 1+a+a2+· · ·+an temos axn =a+a2+a3+· · ·+an+1 exn−axn =1−an+1, de onde conclu´ımos que xn= 1−a

n+1

1−a .

Logo, lim

n→∞xn

= lim

n→∞

1−an−1

1−a =

1−lim

n→∞a n−1

1−a =

(9)

Cap´ıtulo 2

eries de N´

umeros Reais

2.1

Defini¸

oes e Primeiros Exemplos

Seja (xn)n∈N um sequˆencia de n´umeros reais. Definimos as´erie de n´umeros reaisassociada `a sequˆencia(xn)n∈N

como sendo

∞ P

n=1

xn =x1+x2+x3+· · ·.

Desta forma, uma s´erie ´e simplesmente a soma dos infinitos termos de uma sequˆencia.

A soma finitasn= n

P

k=1

xk =x1+x2+· · ·+xn ´e chamada desoma parcial de ordemnda s´erie

∞ P

n=1

xn.

Por meio das somas parciais de uma s´erie ´e poss´ıvel estudar o comportamento da mesma.

Seja

∞ P

n=1

xn uma s´erie de n´umeros reais e sn = n

P

k=1

xk sua soma parcial de ordem n. Quando existe s∈ R, tal que

lim

n→∞sn

=s, dizemos que a s´erie

∞ P

n=1

xn converge, ou ´econvergente, e denotamos

∞ P

n=1

xn = lim n→∞sn

=s.

Quando n˜ao existesRtal que lim

n→∞

sn=sdizemos que

∞ P

n=1

xn diverge, ou ´edivergente.

Exemplos.

Para nosso primeiro exemplo, precisamos da seguinte defini¸c˜ao:

A s´erie

∞ P

n=1

qn=q+q2+q3+· · ·, sendoqR, ´e dita erie geom´etrica de raz˜ao q.

Exemplo (1)As´erie geom´etrica

P

n=1

qn ´e convergente para|q|< 1e divergente para|q|1.

Resolu¸c˜ao.

Primeiramente, encontremos uma express˜ao geral para a soma parcial de ordem n da s´erie para o caso em que q6=±1.

Temos sn = q+q2+· · ·+qn (soma dos n primeiros termos de uma PG de raz˜ao q e 1o. termo q) eqsn = q2+q3+· · ·+qn+1. Logo,s

n−qsn=q−qn+1. Portanto, sn=

q(1−qn) 1−q .

(i)Se|q|< 1, temos lim

n→∞q

n=0. Logo, lim

n→∞sn=nlim→∞

q(1−qn)

1−q =

q

1−q e, pela defini¸c˜ao,

P

n=1

qn= q

1−q´e convergente.

Neste caso a s´erie ´e a soma dos termos de umaPG infinita de raz˜ao−1 < q < 1. (ii)Se|q|> 1, temos lim

n→∞q

n= +, paraq > 1, e lim

n→∞q

n paraq <−1. Desta forma, lim

n→∞sn =nlim→∞

q(1−qn)

1−q = +∞, paraq > 1e∄nlim→∞sn=nlim→∞

q(1−qn)

(10)

Portanto, nessa situa¸c˜ao,

P

n=1

qn ´e divergente.

(iii)Seq=1, temos lim

n→∞sn =nlim→∞(1+1+1+· · ·+1) =nlim→∞n= +∞.

Portanto, nessa situa¸c˜ao,

P

n=1

qn ´e divergente.

(iv)Seq= −1, temos

lim

n→∞sn

=

      

     

lim

n→∞

(q−q

| {z }+q| {z }−q+· · ·+q| {z }−q

| {z }

nparcelas

) =0, senfor par.

lim

n→∞

(q−q

| {z }+q| {z }−q+· · ·+q| {z }−q+q

| {z }

nparcelas

) =q, senfor ´ımpar.

Comoq6=0temos que n˜ao existe lim

n→∞sn e, portanto, nessa situa¸c˜ao, ∞

P

n=1

qn ´e divergente.

Observa¸c˜oes.

(a)N˜ao ´e dif´ıcil adaptar a resolu¸c˜ao acima e provar o mesmo resultado acima para a s´erie

P

n=1

aqn coma6=0. (b)N˜ao mudamos o car´ater de convergˆencia ou divergˆencia de uma s´erie se suprimirmos ou acrescentarmos um n´umero finito de termos, mas podemos alterar o valor de sua soma no caso da s´erie original ser convergente.

Al´em da s´erie geom´etrica, h´a uma outra s´erie muito importante, cuja defini¸c˜ao segue abaixo:

A s´erie

∞ P

n=1 1

np =1+21p+31p+· · ·, sendop∈R, ´e ditas´erie harmˆonica de ordem p, oup-s´erie, ou ainda,s´erie

hiper-harmˆonica.

Mais adiante faremos uma an´alise sobre a convergˆencia ou divergˆencia dessa s´erie em fun¸c˜ao dep. Por enquanto, vamos nos concentrar na ordemp=1.

A s´erie de ordem1, dada por

P

n=1 1

n, inspira o adjetivo “harmˆonica”, que vem da m´usica, e ´e devido `a semelhan¸ca

com a proporcionalidade dos comprimentos de onda de uma corda vibrante.

Por enquanto, vamos mostrar o incr´ıvel resultado de que a s´erie harmˆonica de ordem1´e divergente. A divergˆencia dessa s´erie ´e bastante “lenta” e, para se ter uma ideia, ´e preciso somar os 675.000primeiros termos da s´erie para se ter soma parcial igual a14, aproximadamente.

Exemplo (2)As´erie harmˆonica de ordem 1, dada por

P

n=1 1

n, ´e divergente.

Resolu¸c˜ao.

Mostremos que

P

n=1 1

n =nlim→∞

sn= lim

n→∞

1+1

2+

1

3+· · ·+ 1 n

(11)

y

x 1

curva y= 1 x/ (fora de escala)

0 2 3

...

1 2/

1 3/

1 n/

1

4 n

1 4/

A soma das ´areas dos retˆangulos hachurados ´e1+1

2+

1

3+

1

4+· · ·=

P

n=1 1 n.

A ´area abaixo do gr´afico def(x) = 1

x a partir do ponto de abscissa 1no eixox´e a integral impr´opria

Z+∞

1 1

xdx=

lim

x→∞

Zx

1 1

xdx.

Desta forma,

P

n=1 1

n ≥xlim→∞

Zx

1 1

xdx=xlim→∞ ln(|x|)|

x 1

= lim

x→∞(ln(x) −ln(1)) =xlim→∞(ln(x)) = +∞.

y

x 1

curva y=ln x( )

0

Logo,

P

n=1 1

n ≥+∞, ou seja,

P

n=1 1

n = +∞. Portanto,

P

n=1 1

n ´e divergente.

Exemplo (3)A s´erie

P

n=1

ln nn+1

´e divergente.

Resolu¸c˜ao.

Temos

sn= Pn k=1

ln

k k+1

=ln

1 2

+ln

2 3

+ln

3 4

+· · ·+ln

n−1 n

+ln

n n+1

=ln

1 2 2 3 3 4· · ·

n−1 n

n n+1

=ln

1 n+1

Logo,

P

n=1 ln

n n+1

= lim

n→∞sn

= lim

n→∞ln

1 n+1

= −, ou seja, a s´erie diverge.

Exemplo (4)A s´erie

P

n=1 sen nπ

2

´e divergente.

Resolu¸c˜ao.

Temos,

sn = n

P

k=1 sen

2

=

   

  

1+0−1+0+· · ·+1+0−1+0=0, sen=4j

1+0−1+0+· · ·+1+0−1+0+1=1, sen=4j+1 1+0−1+0+· · ·+1+0−1+0+1+0=1, sen=4j+2 1+0−1+0+· · ·+1+0−1+0+1+0−1=0, sen=4j+3

Assim,(sn)n∈N= (1, 1, 0, 0, 1, 1, 0, 0, . . .), ou seja, lim

n→∞

sn n˜ao existe. Portanto,

P

n=1 sen nπ

2

diverge.

As duas pr´oximas proposi¸c˜oes apresentam algumas regras operat´orias envolvendo s´eries.

Proposi¸c˜ao 1. Se a s´erie

∞ P

n=1

xn ´e convergente e sua soma ´es, ent˜ao a s´erie

∞ P

n=1

cxn,cconstante real, ´e convergente

(12)

Demonstra¸c˜ao da Proposi¸c˜ao 1.

Sejamsn = Pn k=1

xk eσn = Pn k=1

cxk as somas parciais de ordemndas s´eries

P

n=1 xn e

P

n=1

cxn, respectivamente.

Logo,σn=c n

P

k=1

xk=csn e, portanto, lim

n→∞σn

= lim

n→∞csn

=c lim

n→∞sn

=cs(pois lim

n→∞sn

=s). Assim, lim

n→∞

σn =cs, ou seja,

P

n=1

cxn ´e convergente e sua soma ´ecs.

Observa¸c˜ao. Se

P

n=1

xn ´e divergente, ent˜ao

P

n=1

cxn ´e divergente parac6=0 (parac=0,

P

n=1

cxn =0).

Proposi¸c˜ao 2. Se as s´eries

∞ P

n=1

xn e

∞ P

n=1

yn convergem para as somas s e s, respectivamente, ent˜ao as s´eries

∞ P

n=1

(xn+yn)e

∞ P

n=1

(xn−yn)convergem para as somas s+s e s−s, respectivamente.

Demonstra¸c˜ao da Proposi¸c˜ao 2.

Sejasn= n

P

k=1

(xk+yk)soma parcial de ordemnda s´erie

P

n=1

(xn+yn), ou seja,

sn =a1+b1+a2+b2+· · ·+an+bn = (a1+a2+· · ·+an) + (b1+b2+· · ·bn) =sn+sn

Logo, lim

n→∞sn

= lim

n→∞ sn

+sn=s+s, ou seja

P

n=1

(xn+yn) =s+s. O procedimento para a s´erie

P

n=1

(xn−yn)´e feito de modo an´alogo.

2.2

Somando S´

eries

A exemplo do que fizemos com as´erie geom´etrica, nesta se¸c˜ao vamos apresentar algumas t´ecnicas para encontrar as somas de certas s´eries convergentes. Antes por´em, uma defini¸c˜ao:

Uma s´erie

∞ P

n=1

xn´e chamada des´erie telesc´opicaquando o termo geralxnpuder ser escrito na formaxn=an−an+1,

ou seja,

∞ P

n=1

xn=

∞ P

n=1

(an−an+1).

Exemplos.

Exemplo (1)Estude a s´erie

P

n=1 1

n2+n, encontrando sua soma, caso seja convergente. Resolu¸c˜ao.

Faremos esse estudo de dois modos distintos:

(i)Encontrando uma express˜ao para a soma parcial de ordemn. Temos:

s1= 1 12+1 =

1 2 s2= 1

12+1 + 1 22+2 =

1 2+

1 6 =

2 3 s3= 1

12+1 + 1 22+2 +

1 32+3 =

1 2 +

1 6 +

1 12 =

3 4 s4= 1

12+1 + 1 22+2 +

1 32+3+

1 42+4 =

1 2 +

1 6 +

1 12+

1 20=

4 5 s5= 1

12+1 + 1 22+2 +

1 32+3+

1 42+4 +

1 52+5 =

1 2+

1 6+

1 12+

1 20+

1 30 =

5 6 ..

(13)

Logo,sn= nn+1 e, portanto,

P

n=1 1

n2+n = lim

n→∞sn =nlim→∞

n

n+1=1.

(ii)Escrevendo o termo geral da s´erie de forma mais simples. Podemos escreverxn= 1

n2+n usando fra¸c˜oes parciais, ou seja, sejamAeBreais tais que

1 n2+n =

1 n(n+1) =

A n +

B n+1 =

A(n+1) +Bn n(n+1) =

(A+B)n+A n2+n

A+B=0

A=1 ⇒

A=1 B= −1

Logo,xn= n21+n = n1 −n1+1, ou seja,

P

n=1

xn ´e umas´erie telesc´opica. Assim,

P

n=1 1 n2+n =

P

n=1

1 n−

1 n+1

= lim

n→∞sn

= lim

n→∞

n

P

k=1

1 k−

1 k+1

= lim

n→∞

1−61

62

+

61

62 −

61 63 + 61

63−

61 64 + 61

64 −

61 65 +· · ·+ 61

6n− 1 n+1

= lim

n→∞

1− 1

n+1

=1.

Exemplo (2)Estude a s´erie

P

n=1 1

n3+3n2+2n, encontrando sua soma, caso seja convergente.

Resolu¸c˜ao.

Vamos escrever o termo geral da s´erie como soma de fra¸c˜oes parciais, ou seja, sejamA,BeCreais tais que 1

n3+3n2+2n =

1

n(n+1) (n+2) = A n +

B n+1 +

C n+2 =

A(n+1) (n+2) +Bn(n+2) +Cn(n+1) n(n+1) (n+2)

= A n

2+3n+2

+B n2+2n

+C n2+n

n3+3n2+2n =

(A+B+C)n2+ (3A+2B+C)n+2A n3+3n2+2n

⇒  

A+B+C=0 3A+2B+C=0 2A=1

⇒  

A= 12 B+C= −1

2 2B+C= −32

⇒  

A= 1 2 B= −1 C= 1

2

Logo,

P

n=1

1

n3+3n2+2n =nlim→∞sn =nlim→∞

n

P

k=1 1 2 k −

1 k+1 +

1 2 k+2

! = lim n→∞ 1 2 n P

k=1 1 k−

n

P

k=1 1 k+1+

1 2

n

P

k=1 1 k+2

= lim

n→∞

1 2 1+

1 2+

1

3+· · ·+ 1 n

| {z }

!

− 1

2 + 1

3 +· · ·+ 1 n

| {z }

+ 1

n+1 !

+

+1 2

1

3+· · ·+ 1 n

| {z }

+ 1

n+1 + 1 n+2

!! = lim n→∞ 1 2 1+1

2 − 1 2 + 1 n+1

+1

2

1 n+1 +

1 n+2

= lim n→∞ 1 4 + 1 n+1 +

1 2(n+1)+

1 2(n+2)

= 1 4

Exemplo (3)Estude a s´erie

P

n=1 n

2n, encontrando sua soma, caso seja convergente.

(14)

Temos

P

n=1 n 2n =

1 2+

2 22 +

3 23+

4

24+· · ·+ n 2n +· · · = 1

2+

1 22 +

1 22 + 1 23+

1 23 +

1 23 + 1 24+

1 24+

1 24 +

1 24 +· · ·+ 1

2n +· · ·+ 1 2n

| {z }

ntermos

+· · ·

Fa¸camos

P

n=1 n

2n =

P

n=1

An sendo:

A1= 1 2 +

1 22 +

1 23+

1

24+· · ·+ 1 2n +

1

2n+1+· · ·= 1 2 1− 1

2 = 2

2

A2= 1 22 +

1 23+

1

24+· · ·+ 1 2n +

1

2n+1+· · ·= 1 22

1− 1 2

= 2 22

A3= 1 23 +

1

24+· · ·+ 1 2n +

1

2n+1 +· · ·= 1 23

1−1 2

= 2 23

A4= 1

24 +· · ·+ 1 2n +

1

2n+1+· · ·= 1 24

1−1 2

= 2 24 ..

.

An = 1 2n +

1

2n+1 +· · ·= 1 2n

1−1 2

= 2 2n ..

.

Observemos que cadaAn ´e soma dos termos dePG’s infinitas de raz˜ao 1 2.

Al´em disso,

P

n=1

An tamb´em ´e soma dos termos de umaPG infinita de raz˜ao 1 2.

Assim,

P

n=1 n 2n =

P

n=1 An= 2

2+ 2 22 +

2 23 +

2

24+· · ·= 2 2 1− 12 =2.

Exemplo (4)Estude a s´erie

P

n=1 1 √ n− 1 √

n+1

, encontrando sua soma, caso seja convergente.

Resolu¸c˜ao.

Temos umas´erie telesc´opica:

P

n=1 1 √ n− 1 √

n+1

= lim

n→∞

sn= lim

n→∞

n

P

k=1 1 √ k− 1 √

k+1 = lim n→∞ 1 √ 1 − 61 √ 62 + 61 √ 62−

61 √ 63 + 61 √ 63−

61 √ 64 +· · ·+ 61 √ 6n−

1

n+1

= lim

n→∞

1− 1 n+1

=1.

Exemplo (5)Estude a s´erie

P

n=1

1 √

n2+n(n+1+n), encontrando sua soma, caso seja convergente. Resolu¸c˜ao.

Temos:

xn= 1

n2+nn+1+n =

n+1−√n p

n(n+1) √n+1+√n √

n+1−√n =

n+1−√n

n√n+1 = 1

n− 1

n+1,

ou seja,

P

n=1

1 √

n2+n(n+1+n) =

P

n=1 1 √ n − 1 √

n+1

(15)

Assim,

P

n=1

1

n2+nn+1+n =

P

n=1 1 √ n− 1 √

n+1

= lim

n→∞

n

P

k=1 1 √ k − 1 √

k+1 = lim n→∞ 1 √ 1 − 61 √ 62 + 61 √ 62 −

61 √ 63 + 61 √ 63−

61 √ 64 +· · ·+ 61 √ 6n−

1

n+1

= lim

n→∞

1− 1 n+1

=1.

2.3

Uma Condi¸

ao Necess´

aria para a Convergˆ

encia de uma S´

erie

Conseguir somar uma s´erie convergente n˜ao ´e, geralmente, uma tarefa simples. Entretanto, na maioria das vezes, n˜ao precisamos saber o valor de uma s´erie, mas apenas se ela ´e convergente ou divergente. H´a alguns resultados que permitem fazer essa investiga¸c˜ao, sendo que o primeiro deles ´e apresentado abaixo.

Proposi¸c˜ao 3. (Condi¸c˜ao necess´aria para a convergˆencia) Se

∞ P

n=1

xn converge, ent˜ao lim n→∞xn

=0.

Demonstra¸c˜ao da Proposi¸c˜ao 3.

Sejamsn = Pn k=1

xk esn−1= nP−1

k=1

xk. Logo,

xn =sn−sn−1⇒ lim

n→∞xn=nlim→∞(sn−sn−1) =nlim→∞sn−nlim→∞sn−1.

Mas

P

n=1

xn converge, ou seja, existesRtal que

P

n=1

xn=s. Portanto,

P

n=1

xn = lim

n→∞sn =nlim→∞sn−1=s.

Conclus˜ao: lim

n→∞xn

=0.

Corol´ario. Se lim

n→∞xn 6

=0, ent˜ao

∞ P

n=1

xn diverge.

Exemplos.

Exemplo (1)Estude a natureza da s´erie 1

3+ 2 5+ 3 7+ 4 9+ 5

11+· · · via o limite do termo geral.

Resolu¸c˜ao. Temos 1 3+ 2 5+ 3 7+ 4 9+ 5

11+· · ·=

P

n=1 n

2n+1. Assim,xn= n

2n+1 e limn→∞xn

= lim

n→∞

n

2n+1 =

1 26=0. Portanto, pelo corol´ario acima,

P

n=1 n

2n+1 diverge.

Exemplo (2)Estude a natureza das´erie harmˆonica de ordem 1, dada por1+ 1

2+ 1 3+ 1 4+ 1

5+· · ·, via o limite do termo geral.

Resolu¸c˜ao.

Temos1+12+13+14+15+· · ·=

P

n=1 1

n. Assim,xn = 1

n e limn→∞xn =nlim→∞

1

n =0.

N˜ao conclu´ımos a natureza da s´erie pelo corol´ario acima. Entretanto, j´a vimos em exemplos anteriores que a s´erie

P

n=1 1

n diverge.

Exemplo (3)Estude a natureza das´erie geom´etrica de raz˜ao 2

3, dada por 2 3+ 2 3 2 + 2 3 3 + 2 3 4 + 2 3 5

+· · ·, via o limite do termo geral.

Resolu¸c˜ao. Temos 2 3+ 2 3 2 + 2 3 3 + 2 3 4 + 2 3 5 +· · ·= ∞ P

n=1 2 3

n

. Assim,xn = 2 3

n e lim

n→∞xn

= lim n→∞ 2 3 n =0.

N˜ao conclu´ımos a natureza da s´erie pelo corol´ario acima. Entretanto, j´a vimos em exemplos anteriores que a s´erie

P

n=1 2 3

n

converge.

(16)

Resolu¸c˜ao.

Temos 3

2+

3 2

2 + 3

2 3

+ 3 2

4 + 3

2 5

+· · ·=

P

n=1 3 2

n

. Assim,xn = 32 n

e lim

n→∞

xn = lim

n→∞

3 2

n

= +6=0. Portanto, pelo corol´ario acima,

P

n=1 3 2

n

diverge.

Exemplo (5)Estude a natureza da s´erie

P

n=1 1

n√

2 via o limite do termo geral.

Resolu¸c˜ao.

Temosxn= n√1

2 e limn→∞

xn = lim

n→∞

1

n√

2 =nlim→∞

1 2n1

= 210 =16=0.

Portanto, pelo corol´ario acima,

P

n=1 1

n

2 diverge.

Observa¸c˜ao. A condi¸c˜ao da Proposi¸c˜ao 3 ´e necess´aria mas n˜ao ´e suficiente, isto ´e, a rec´ıproca da proposi¸c˜ao n˜ao ´e verdadeira. Por exemplo, na s´erie harmˆonica de ordem 1, dada por

P

n=1 1

n, ´e tal que limn→∞xn

= lim

n→∞

1

n = 0, mas a s´erie diverge.

2.4

Testes de Convergˆ

encia para S´

eries de Termos Positivos

Conforme j´a comentamos na se¸c˜ao anterior, encontrar a soma de uma s´erie convergente pode n˜ao ser f´acil, de modo que saber se uma s´erie ´e convergente ou divergente j´a ´e um ganho consider´avel. Nesta se¸c˜ao apresentamos alguns resultados matem´aticos chamados detestes de convergˆencia que podem ser aplicados no estudo da natureza de uma s´erie num´erica de termos positivos.

Teorema 1. (1o. teste: Teste da Compara¸c˜ao) Consideremos as s´eries ∞ P

n=1

xn e

∞ P

n=1

yn de termos positivos tais que

xn ≤yn para n≥n0.

(i) Se

∞ P

n=1

yn converge, ent˜ao

∞ P

n=1

xn converge.

(ii)Se

∞ P

n=1

xn diverge, ent˜ao

∞ P

n=1

yn diverge.

Demonstra¸c˜ao do Teorema 1.

Como 0 < xn ≤ yn para n ≥ n0, temos 0 < xn0 +xn0+1+· · · +xn ≤ yn0 +yn0+1+· · ·+yn. Ent˜ao,

0 < sn−sn0−1≤sn−sn0−1, sendosn esn somas parciais de ordemnde

P

n=1 xn e

P

n=1

yn, respectivamente.

(i)Como

P

n=1

yn converge, ent˜ao lim

n→∞sn=s∈

R. Assim,

0 lim

n→∞(sn−sn0−1)≤nlim→∞ sn−sn0−1

⇒0 lim

n→∞(sn) −sn0−1≤nlim→∞ sn

−sn0−1⇒

0 lim

n→∞

(sn) −sn0−1≤s−sn0−1⇒sn0−1≤ lim

n→∞

(sn)≤ s−sn0−1

+sn0−1

Portanto, lim

n→∞

(sn)deve ser um n´umero real, pois(sn)n∈N´e uma sequˆencia crescente de n´umeros positivos limitada

superiormente (ela n˜ao “oscila”).

Conclus˜ao:

P

n=1

xn ´e convergente.

(ii)Como

P

n=1

xn diverge, ent˜ao lim

n→∞sn

= +. Assim,

0 lim

n→∞

(sn−sn0−1)≤ lim

n→∞ sn

−sn0−1

⇒0+ lim

n→∞ sn

−sn0−1⇒ lim

n→∞ sn

= +,

ou seja,

P

n=1

yn ´e divergente.

(17)

Exemplo (1)Estudar a natureza da s´erie

P

n=1 1 √ n.

Resolu¸c˜ao.

Temos0 < n1 √1

n, para qualquern∈N. Como

P

n=1 1

n diverge, peloTeste da Compara¸c˜ao,

P

n=1 1 √

n diverge.

Exemplo (2)Estudar a natureza da s´erie

P

n=1 1 nn.

Resolu¸c˜ao.

Temos0 < 2n nn paranN{1}. Logo,0 < 1

nn ≤21n paran≥2.

Como

P

n=1 1 2

n = 12

1−1 2

=1(s´erie geom´etrica) converge, ent˜ao, peloTeste da Compara¸c˜ao,

P

n=1 1

nn converge (e sua

soma ´e menor do que ou igual a1).

Exemplo (3)Estudar a natureza da s´erie

P

n=1 4 3n+1.

Resolu¸c˜ao.

Temos0 <3n4+134n =4 13

n

, para qualquernN. Mas

P

n=1

4 13n=4

P

i=n 1 3

n =4 13

1−1 3

=2(s´erie geom´etrica) converge, ent˜ao, peloTeste da Compara¸c˜ao,

P

n=1 1

3n+1 converge (e sua soma ´e menor do que ou igual a2).

Exemplo (4)Estudar a natureza da s´erie

P

n=1 arctg(n)

2n .

Resolu¸c˜ao.

Temos0 < π4 arctg(n)< π

2, para qualquern∈N.

0 y

1 x

p/2

-p/2

p/4

2 3

curva y arctg x= ( )

Logo, 0 < arctg2n(n) ≤ π 2

2n = π2 12

n

. Como

P

n=1 π 2

1 2

n = π

2

P

n=1 1 2

n = π

2

1 2

1−1 2

= π

2 (s´erie geom´etrica) converge,

ent˜ao, pelo Teste da Compara¸c˜ao,

P

n=1 arctg(n)

2n converge (e sua soma ´e menor do que ou igual a π2).

Exemplo (5)Estudar a natureza da s´erie

P

n=1 arctg(n)

n .

Resolu¸c˜ao.

Temos arctg(n)arctg(2)>arctg√3= π

3 > 1paran∈N−{1}. Logo,0 < n1 arctgn(n) paran2. Como

P

n=1 1

n diverge, ent˜ao, peloTeste da Compara¸c˜ao,

P

n=1 arctg(n)

n diverge.

Teorema 2. (2o. teste: Teste da Raz˜ao ou Teste de D’Alembert) Consideremos a s´erie ∞ P

n=1

xn de termos positivos

tal que lim

n→∞

xn+1

xn =l∈R.

(i) Se l < 1, ent˜ao

∞ P

n=1

xn converge.

(ii)Se l > 1, ent˜ao

∞ P

n=1

xn diverge.

Observa¸c˜oes.

(18)

(ii)Se lim

n→∞

xn+1

xn = +∞, ent˜ao a s´erie

P

n=1

xn diverge.

Exemplos.

Exemplo (1)Use oTeste da Raz˜ao para estudar a natureza da s´erie

P

n=1 1 n!.

Resolu¸c˜ao.

Temos lim

n→∞

xn+1

xn =nlim→∞

1

(n+1)!

1 n!

= lim

n→∞

n!

(n+1)! =nlim→∞

1

n+1 =0. Logo, peloTeste da Raz˜ao,

P

n=1 1

n! converge.

Exemplo (2)Use oTeste da Raz˜ao para estudar a natureza da s´erie harmˆonica de ordem 1, dada por

P

n=1 1 n.

Resolu¸c˜ao.

Temos lim

n→∞

xn+1

xn = nlim→∞

1 n+1

1 n

= lim

n→∞

n

n+1 = 1. Logo, n˜ao conclu´ımos a natureza da s´erie

P

n=1 1

n pelo Teste da

Raz˜ao (embora saibamos que esta s´erie ´e divergente).

Exemplo (3)Use oTeste da Raz˜ao para estudar a natureza da s´erie

P

n=1 2n

n.

Resolu¸c˜ao.

Temos lim

n→∞

xn+1

xn =nlim→∞

2n+1 n+1 2n

n

= lim

n→∞

2n

n+1 =2. Logo, peloTeste da Raz˜ao,

P

n=1 2n

n diverge.

Exemplo (4)Use oTeste da Raz˜ao para estudar a natureza da s´erie

P

n=1 n!

2n.

Resolu¸c˜ao.

Temos lim

n→∞

xn+1

xn =nlim→∞

(n+1)!

2n+1 n!

2n

= lim

n→∞

n+1

2 = +∞. Logo, peloTeste da Raz˜ao,

P

n=1 n!

2n diverge.

Exemplo (5)Use oTeste da Raz˜ao para estudar a natureza da s´erie

P

n=1 2n nn.

Resolu¸c˜ao.

Temos lim

n→∞

xn+1

xn = nlim→∞

2n+1

(n+1)n+1 2n nn

= lim

n→∞

2nn

(n+1)n(n+1) ≤ lim

n→∞

2nn

nn(n+1) = lim

n→∞

2

n+1 = 0. Logo, pelo Teste da

Raz˜ao,

P

n=1 2n

nn converge.

Exemplo (6)Use oTeste da Raz˜ao para estudar a natureza da s´erie

P

n=1 n!

nn.

Resolu¸c˜ao.

Temos lim

n→∞

xn+1

xn =nlim→∞

(n+1)! (n+1)n+1

n!

nn

= lim

n→∞

(n+1)nn

(n+1)n(n+1) = lim

n→∞

1 (n+1

n )

n = 1

lim

n→∞(

1+1 n)

n = 1e < 1. Logo, peloTeste da Raz˜ao,

P

n=1 n!

nn converge.

Teorema 3. (3o. teste: Teste da Raiz ou Teste de Cauchy) Consideremos a s´erie ∞ P

n=1

xn de termos positivos tal que

lim

n→∞

n

x

n=l∈R.

(i) Se l < 1, ent˜ao

∞ P

n=1

xn converge.

(ii)Se l > 1, ent˜ao

∞ P

n=1

xn diverge.

Observa¸c˜oes.

(i)Quando l=1, n˜ao se conclui a natureza da s´erie com o teste acima. H´a exemplos de s´eries convergentes e s´eries divergentes tais quel=1 nesse teste.

(ii)Se lim

n→∞

n

xn= +

∞, ent˜ao a s´erie

P

n=1

(19)

Exemplos.

Exemplo (1)Use oTeste da Raz˜ao para estudar a natureza da s´erie

P

n=1 1 nn.

Resolu¸c˜ao.

Temos lim

n→∞

n √x

n= lim

n→∞

n

q 1

nn = lim

n→∞

1

n =0. Logo, peloTeste da Raiz,

P

n=1 1

nn converge.

Exemplo (2)Use oTeste da Raz˜ao para estudar a natureza da s´erie harmˆonica de ordem 1, dada por

P

n=1 1 n.

Resolu¸c˜ao.

Temos lim

n→∞

n √x

n = lim

n→∞

n

q 1

n = nlim→∞

1 n

1n = lim

x→∞

1 x

1x = lim

x→∞

e1xln( 1

x) = exlim→∞ −ln(x)

x = enlim→∞(− 1

x) = e0 = 1 (Regra de L’Hospital). Logo, n˜ao conclu´ımos a natureza da s´erie

P

n=1 1

n peloTeste da Raiz (embora saibamos que esta

s´erie ´e divergente).

Para o proximo teste, precisamos recordar as chamadasIntegrais Impr´oprias. Vimos que uma integral impr´opria do primeiro tipo

Z∞

a

f(x)dx= lim

x→∞

Zx

a

f(x)dxpode ser convergente ou diver-gente. Geometricamente, quandof(x)0 para todox[a,[, a integral

Z∞

a

f(x)dxno plano cartesiano representa a ´area da regi˜aoR, n˜ao limitada `a direita, abaixo do gr´afico de fe acima do intervalo[a,[sobre o eixox. Quando a integral impr´opria converge, a ´area da regi˜aoR´e finita. Quando a integral impr´opria diverge, a ´area da regi˜aoR´e infinita.

0 y

a x

R

A R( )=

ò

f x dx( )

a

Por exemplo:

(i)

Z∞

1 1

xdx=xlim→∞

Zx

1 1

xdx=xlim→∞ ln

(|x|)|x1 = lim

x→∞(ln

(x) −0) = +, ou seja, a integral impr´opria diverge.

(ii)

Z∞

1 1

1+x2dx = lim

x→∞

Z∞

1 1

1+x2dx = lim

x→∞ arctg

(x)|x1

= lim x→∞(arctg

(x) −arctg(1)) = π

2 −

π

4 =

π

4, ou seja, a integra impr´opria converge.

Teorema 4. (4o. teste: Teste da Integral) Consideremos a s´erie ∞ P

n=1

xn de termos positivos e f: [1,∞[ →R uma fun¸c˜ao cont´ınua, positiva e decrescente tal que f(n) =xn. Ent˜ao,

(i) Se

Z∞

1

f(x)dxconverge, ent˜ao

∞ P

n=1

xn converge.

(ii)Se

Z∞

1

f(x)dxdiverge, ent˜ao

∞ P

n=1

xn diverge.

Observa¸c˜oes.

Se

Z∞

1

f(x)dxconverge, ent˜ao

Z∞

a

f(x)dxconverge para qualquera1.

Se

Z∞

1

f(x)dxdiverge, ent˜ao

Z∞

a

f(x)dxdiverge para qualquera≥1.

Demonstra¸c˜ao do Teorema 4.

(20)

y

x 1

curva y =f x( )

0 2 3

...

f 1( )=x1

4 n

y

x 1

0 2 3 4

...

n

f 2( )=x2

f 3( )=x3

f 4( )=x4

f n( )=xn

A1 A2

A3

A4 An

f 1( )=x1

f 2( )=x2

f 3( )=x3

f 4( )=x4

f n( )=xn

B1

B2 B3

B4

Bn

(i)

Z∞

1

f(x)dx=cRconverge. Temos

P

n=1

xn =x1+

P

n=2

xn =x1+

P

n=2 f(n) =x1+ f(2).1

| {z }

A1

+f(3).1

| {z }

A2

+f(4).1

| {z }

A3

+ · · ·

≤x1+

Z∞

1

f(x)dx=x1+c,

ou seja,

P

n=1

xn converge.

(ii)

Z∞

1

f(x)dx= +diverge. Temos

P

n=1 xn=

P

n=1 f(n) = f(1).1

| {z }

B1

+f(2).1

| {z }

B2

+f(3).1

| {z }

B3

+ · · ·

≥ Z∞

1

f(x)dx= +,

ou seja,

P

n=1

xn diverge.

Exemplos.

Exemplo (1) Estudar as´erie harmˆonica de ordem p, dada por

P

n=1 1

np, no caso em quep > 0 ep6=1, utilizando o Teste da Integral.

Resolu¸c˜ao.

Consideremos a fun¸c˜ao f : [1,[ R definida por f(x) = 1

xp, que ´e cont´ınua, positiva, decrescente e tal que

f(n) =xn = n1p.

Assim, parap > 0ep6=1temos

Z∞

1

f(x)dx=

Z∞

1 1

xpdx=xlim→∞

Zx

1 1

xpdx=xlim→∞

x1−p 1−p x

1 !

= lim

x→∞

x1−p1 1−p .

(i)Se0 < p < 1, temos lim

x→∞

x1−p−1

1−p = +∞e, peloTeste da Integral, a s´erie

P

n=1 1

np diverge.

(ii)Sep > 1, temos lim

x→∞

x1−p1

1−p =

1

p−1 e, peloTeste da Integral, a s´erie

P

n=1 1

np converge.

Observa¸c˜ao. Vimos que para p = 1 a s´erie

P

n=1 1

np =

P

n=1 1

n diverge. Naturalmente, quando p = 0 temos que

P

n=1 1

n0 =

P

n=1

1 diverge. Al´em disso, essa s´erie tamb´em diverge quando consideramosp < 0, pois, nesse caso, o limite do termo geral n˜ao ´e zero, ou seja, lim

n→∞

1

np = +∞. Resumindo: pela an´alise empenhada acima, as´erie harmˆonica de ordem p, dada por

P

n=1 1

(21)

Exemplo (2)Estudar a s´erie

P

n=2 1

n(ln(n))p, sendop > 0, utilizando oTeste da Integral. Resolu¸c˜ao.

Consideremos a fun¸c˜aof: [2,[Rdefinida porf(x) = 1

x(ln(x))p, que ´e cont´ınua, positiva, decrescente e tal que

f(n) =xn = n(ln(1n))p.

A fun¸c˜aof(x) =x−1(ln(x))−p´e, de fato, decrescente, pois

f′(x) = −x−2(ln(x))−p

−x−1p(ln(x))−p−1x−1= − 1 x2(ln(x))p−

p

x2(ln(x))p+1 = − 1 x2(ln(x))p

1+ p

ln(x)

< 0

para p > 0ex > 2.

Temos, parap > 0ep6=1,

Z∞

2 1

x(ln(x))pdx=xlim→∞

Zx

2

(ln(x))−p

x dx=xlim→∞

(ln(x))1−p 1−p

x

2 !

= lim

x→∞

(ln(x))1−p− (ln(2))1−p 1−p

! .

Parap=1,

Z∞

2 1

xln(x)dx=xlim→∞

Zx

2 1

xln(x)dx=xlim→∞ ln(ln

(x))|x2 = lim

x→∞(ln(ln

(x)) −ln(ln(2))) = lim

x→∞

ln

ln(x) ln(2)

.

(i)Se0 < p < 1, temos lim

x→∞

(ln(x))1−p−(ln(2))1−p

1−p

= +, ou seja a s´erie

P

n=2 1

n(ln(n))p diverge.

(ii)Sep=1, temos lim

x→∞

lnlnln((x2))= +, ou seja a s´erie

P

n=2 1

nln(n) diverge.

(iii)Sep > 1, temos lim

x→∞

(ln(

x))1−p−(ln(

2))1−p

1−p

= −(ln1(2))p1−p, ou seja a s´erie

P

n=2 1

n(ln(n))p converge.

Observa¸c˜ao. Na s´erie

P

n=2 1

n(ln(n))p do exemplo acima, quandop≤0, temos n(ln(1n))p ≥ n1e, peloTeste de Compara¸c˜ao,

P

n=1 1

n(ln(n))p diverge, pois

P

n=1 1

n diverge. Sendo assim, a s´erie em quest˜ao tem o mesmo comportamento da s´erie

harmˆonica de ordemp.

Exerc´ıcios.

Exerc´ıcio (1)Estudar a s´erie

P

n=1 n

en2 utilizando oTeste da Integral.

Dica: uma primitiva paraf(x) = x

ex2 ´eF(x) = −1 2ex2.

Exerc´ıcio (2)Estudar a s´erie

P

n=1

n√e

n2 utilizando oTeste da Integral.

Dica: uma primitiva paraf(x) = √xx2e ´eF(x) = − x √

e.

Exerc´ıcio (3)Estudar a s´erie

P

n=10

1

n(ln(n))(ln(ln(n)))p utilizando oTeste da Integral.

Dica: uma primitiva para f(x) = 1

x(ln(x))(ln(ln(x)))p ´e F(x) = (

ln(ln(p)))1−p

1−p para p 6= 1 eF(x) =ln(ln(ln(x))) para n=1.

Resposta: diverge parap1 e converge parap > 1.

Teorema 5. (5o. teste: Teste do Limite da Compara¸c˜ao) Consideremos as s´eries ∞ P

n=1

xn e

∞ P

n=1

yn de termos positivos.

Ent˜ao,

(i) Se lim

n→∞

xn yn =0 e

∞ P

n=1

yn converge, ent˜ao

∞ P

n=1

xn converge.

(ii)Se lim

n→∞

xn

yn =c > 0, ent˜ao ambas as s´eries convergem ou ambas as s´eries divergem.

(iii)Se lim

n→∞

xn

yn = +∞e

∞ P

n=1

yn diverge, ent˜ao

∞ P

n=1

xn diverge.

(22)

Exemplo (1)Estudar a s´erie

P

n=1 3n+1

4n3+n22 utilizando oTeste do Limite da Compara¸c˜ao. Resolu¸c˜ao.

Temos que encontrar uma s´erie (geralmente mais simples) a qual saibamos sua natureza para compararmos com a s´erie dada no limite.

Observemos que

xn= 3n+1 4n3+n22 =

n 3+ 1 n n3 4+ 1

n−

2 n3

= 1 n2.

3+ 1 n 4+ n1− n23

Se tomarmosyn= n12 teremos

lim

n→∞

xn

yn =nlim→∞

1 n2.

3+1 n

4+1 n− 2 n3 1 n2 = lim n→∞

3+ 1 n 4+ 1

n −

2 n3

= 3 4 > 0.

Como

P

n=1 1

n2 converge (s´erie harmˆonica de ordem2), peloTeste do Limite da Campara¸c˜ao,

P

n=1 3n+1

4n3+n22 converge.

Exemplo (2)Estudar a s´erie

P

n=1 5 √

n2+2n+7 utilizando oTeste do Limite da Compara¸c˜ao. Resolu¸c˜ao.

Observemos que

xn= 5

n2+2n+7 =

5 q

n2 1+ 2

n+ 7 n2 = 5 n. 1 q

1+ 2

n+

7 n2

Se tomarmosyn= n5 teremos

lim

n→∞

xn

yn =nlim→∞

5 n.

1

q

1+2 n+ 7 n2 5 n = lim n→∞ 1 q

1+ 2

n +

7 n2

=1 > 0.

Como

P

n=1 5

n =5

P

n=1 1

n diverge (s´erie harmˆonica de ordem1), peloTeste do Limite da Campara¸c˜ao,

P

n=1 5 √

n2+2n+7

diverge.

Exemplo (3)Estudar a s´erie

P

n=1

3

√ n2+4

6n2n1 utilizando oTeste do Limite da Compara¸c˜ao. Resolu¸c˜ao.

Observemos que

xn=

3 √

n2+4 6n2n1 =

3

q

n2 1+ 4 n2

n2 6 1

n − 1 n2 = 3 √ n2 n2 .

3

q 1+ 4

n2

6− n1− n12

= 1 n43

.

3

q 1+ 4

n2

6− n1− n12

Se tomarmosyn= 1

n43 teremos

lim n→∞ xn yn = lim n→∞ 1 n43

.

3 q

1+ 4

n2

6−1 n−n21

1 n43

= lim

n→∞

3

q 1+n42

6− 1

n −

1 n2

= 1 6 > 0.

Como

P

n=1 1

n43 converge (s´erie harmˆonica de ordem

4

3 > 1), pelo Teste do Limite da Campara¸c˜ao,

P

n=1

3

√ n2+4

6n2n1

converge.

Exemplo (4)Estudar a s´erie

P

n=1 arctg(n)

nn utilizando oTeste do Limite da Compara¸c˜ao.

Resolu¸c˜ao.

Se tomarmosyn= n1n teremos

lim n→∞ xn yn = lim n→∞

arctg(n)

nn

1

nn

= lim n→∞arctg

(23)

Como

P

n=1 1

nn converge (veja exemplo doTeste da Raiz), peloTeste do Limite da Campara¸c˜ao,

P

n=1 arctg(n)

nn converge.

Exemplo (5)Estudar a s´erie

P

n=1 sen2 π

n

utilizando o Teste do Limite da Compara¸c˜ao.

Resolu¸c˜ao.

Se tomarmosyn= πn 2

teremos

lim

n→∞

xn yn

= lim

n→∞

sen2 π n π n

2 = nlim→∞

sen π n π n

!2

=12=1 > 0.

Como

P

n=1 π n

2 = π2

P

n=1 1

n2 converge (s´erie harmˆonica de ordem 2), pelo Teste do Limite da Campara¸c˜ao,

P

n=1 sen2 π

n

converge.

Exemplo (6)Estudar a s´erie

P

n=1 sen 1

n2

utilizando oTeste do Limite da Compara¸c˜ao.

Resolu¸c˜ao.

Se tomarmosyn= n12 teremos

lim

n→∞

xn

yn =nlim→∞

sen 1 n2

1 n2

=1 > 0.

Como

P

n=1 1

n2 converge (s´erie harmˆonica de ordem2), peloTeste do Limite da Campara¸c˜ao,

P

n=1 sen 1

n2

converge.

Exerc´ıcios.

Exerc´ıcio (1)Estudar a s´erie

P

n=1 arctg(n)

n utilizando oTeste do Limite da Compara¸c˜ao.

Exerc´ıcio (2)Estudar a s´erie

P

n=1 arctg(n)

2n utilizando oTeste do Limite da Compara¸c˜ao.

2.5

eries Alternadas

A maioria das s´eries que estudamos nas se¸c˜oes anteriores s˜ao de termos positivos. Entretanto, h´a um tipo de s´erie muito importante que intercala termos positivos e negativos, cuja defini¸c˜ao segue abaixo e que ser´a objeto de estudo nessa se¸c˜ao.

Chamamos des´eries alternadas as s´eries do tipo

∞ P

n=1

(−1)nan= −a1+a2−a3+a4−· · · ou

∞ P

n=1

(−1)n+1an=a1−a2+a3−a4+· · ·

sendoan > 0para todon∈N.

O pr´oximo resultado matem´atico ´e devido a Leibniz e ´e o nosso sexto teste de convergˆencia, exclusivo para s´eries alternadas.

Teorema 6. (6o. teste: Teste de Leibniz ou Teste de Convergˆencia para S´eries Alternadas) Seja ∞ P

n=1

xn uma s´erie

alternada. Se |xn|>|xn+1|para qualquer n∈Ne lim n→∞

|xn|=0, ent˜ao a s´erie alternada converge e o m´odulo de sua

soma ´e inferior ao m´odulo de x1, ou seja,

∞ P

n=1

xn

<|x1|.

Exemplos.

Exemplo (1)A s´erie

P

n=1

(−1)n 1n ´e convergente.

(24)

De fato, |xn| > |xn+1|, pois

(−1)n 1n > (−1)

n+1 1

n+1

. Tamb´em limn→∞|xn| = nlim→∞

(−1)n 1n = 0. Logo, pelo

Teste de Leibniz, a s´erie alternada

P

n=1

(−1)n 1n converge.

Exemplo (2)A s´erie

P

n=1

(−1)n 1

ln(n) ´e convergente.

Resolu¸c˜ao.

De fato,|xn|>|xn+1|, pois (−1)

n 1

ln(n)

>

(−1)

n+1 1

ln(n+1)

. Tamb´em limn→∞

|xn|= lim

n→∞

(−1)

n 1

ln(n)

=0. Logo, peloTeste de Leibniz, a s´erie alternada

P

n=1

(−1)n 1

ln(n) converge.

Exerc´ıcios.

Exerc´ıcio (1)Estude a natureza da s´erie alternada

P

n=1

(−1)n 1n!.

Exerc´ıcio (2)Estude a natureza da s´erie alternada

P

n=1

(−1)n−1(2n11)!.

Exerc´ıcio (3)Estude a natureza da s´erie alternada

P

n=1

(−1)n 1

(2n)!.

2.5.1

Estimando Erros de Aproxima¸

ao em Somas Parciais de S´

eries Alternadas

Sejam

∞ P

n=1

xn uma s´erie alternada convergente, s =

∞ P

n=1

xn sua soma e sn = n

P

k=1

xk sua soma parcial de ordem n.

Dizemos que δn = |s−sn| ´e um erro de aproxima¸c˜ao com precis˜ao de m casas decimais quando δn <

(0, 1).10−m =10−m−1.

Observemos queδn exprime o erro de aproxima¸c˜ao que se comete quanto trocamossporsn. Assim, um erro com precis˜ao de 1 casa decimal ´e tal que δn < (0, 1)10−1 = 0, 01. Um erro com precis˜ao de 2 casas decimais ´e tal que δn<(0, 1)10−2=0, 001.

A proposi¸c˜ao abaixo ajuda na estimativa do erroδn.

Proposi¸c˜ao 3. Seja

∞ P

n=1

xn uma s´erie alternada tal que |xn|>|xn+1| para qualquer n∈Ne lim

n→∞|xn|= 0. Sejam

s= ∞ P

n=1

xn sua soma e sn= n

P

k=1

xk sua soma parcial de ordem n. Ent˜ao,δn=|s−sn|<|xn+1|.

Exemplos.

Exemplo (1)Mostre que a s´erie alternada

P

n=1

(−1)n−1 1

(2n−1)! converge e obtenha uma aproxima¸c˜ao da soma com

cinco casas decimais de precis˜ao.

Resolu¸c˜ao.

Quanto `a convergˆencia, foi deixada como exerc´ıcio acima.

Quanto `a aproxima¸c˜ao, de acordo com a proposi¸c˜ao acima, δn < |xn+1| e desejamos δn < (0, 1)10−5 = 10−6. Logo, se encontrarmos ntal que|xn+1|< 10−6resolvemos o problema.

Assim,

|xn+1|< 10−6⇒

(−1)(n+1)−1 1 (2(n+1) −1) !

< 1 106 ⇒

1 (2n+1) ! <

1

106 ⇒(2n+1) !> 10 6

Com o aux´ılio de uma calculadora, encontramos quen=5´e o menornque satisfaz a desigualdade acima. Portanto,

5

P

k=1

(−1)k−1(2k11)!´e uma aproxima¸c˜ao com cinco casas decimais de precis˜ao da s´erie

P

n=1

(−1)n−1(2n11)!.

Exemplo (2)Mostre que a s´erie alternada

P

n=1

(−1)n−1 1n! converge e obtenha uma aproxima¸c˜ao da soma com trˆes casas decimais de precis˜ao.

(25)

Quanto `a convergˆencia, foi deixada como exerc´ıcio acima.

Quanto `a aproxima¸c˜ao, de acordo com a proposi¸c˜ao acima, δn < |xn+1| e desejamos δn < (0, 1)10−3 = 10−4. Logo, se encontrarmos ntal que|xn+1|< 10−4resolvemos o problema.

Assim,

|xn+1|< 10−4⇒

(−1)(n+1)−1 1 (n+1) !

< 1 104 ⇒

1 (n+1) !<

1

104 ⇒(n+1) !> 10 4

Com o aux´ılio de uma calculadora, encontramos quen=7´e o menornque satisfaz a desigualdade acima. Portanto,

7

P

k=1

(−1)k−1 1k! ´e uma aproxima¸c˜ao com trˆes casas decimais de precis˜ao da s´erie

P

n=1

(−1)n−1 1n!.

Exerc´ıcio. Mostre que a s´erie alternada

P

n=1

(−1)n−1 1n3 converge e obtenha uma aproxima¸c˜ao da soma com trˆes

casas decimais de precis˜ao.

2.6

eries de Termos de Sinais Quaisquer

As s´eries alternadas s˜ao casos particulares de s´eries nas quais os termos podem ser positivos ou negativos de forma arbitrariamente intercalados.

Para as s´eries de termos de sinais quaisquer tamb´em temos um teste de convergˆencia (o s´etimo).

Teorema 7. (7o. teste - Teste de Convergˆencia para S´eries de Sinais Quaisquer) Se a s´erie ∞ P

n=1

xn for tal que

∞ P

n=1

|xn|

converge, ent˜ao

∞ P

n=1

xn tamb´em converge.

Observa¸c˜ao. A rec´ıproca do teorema acima n˜ao ´e verdadeira. Por exemplo,

P

n=1

(−1)n 1n converge (Teste de Leibniz). Entretanto,

P

n=1

(−1)n 1n =

P

n=1 1

n diverge (s´erie harmˆonica de ordem1).

Quando

∞ P

n=1

|xn|converge, dizemos que

∞ P

n=1

xn ´e umas´erie absolutamente convergente.

O teste acima afirma, portanto, que todas´erie absolutamente convergente ´e convergente.

Exemplos.

Exemplo (1)Estude a natureza da s´erie

P

n=1 sen(n)

n2 .

Resolu¸c˜ao.

Temos uma s´erie com termos de sinais quaisquer. Entretanto, |xn| =

sen(n)

n2

1

n2. Como a s´erie

P

n=1 1 n2 ´e

convergente (s´erie harmˆonica de ordemp), peloTeste da Compara¸c˜ao,

P

n=1

|xn|=

P

n=1

sen(n)

n2

converge. Logo,

P

n=1 xn =

P

n=1 sen(n)

n2 ´e absolutamente convergente e, pelo teste acima, convergente.

Exemplo (2)Estude a natureza da s´erie

P

n=1

cos(nπ)+sen2(nπ

2 )+3cos(n 2)

5

nn .

Resolu¸c˜ao.

Temos uma s´erie com termos de sinais quaisquer. Entretanto,|xn|=

cos(nπ)+sen2(nπ

2 )+3cos(n 2)5

nn

1+12+3.1+5

nn =

10 nn.

A s´erie

P

n=1 10

nn ´e convergente (use oTeste da Compara¸c˜ao, pois n10n ≤ n102, ou ent˜ao use oTeste da Raiz).

Assim, peloTeste da Compara¸c˜ao,

P

n=1

|xn|=

P

n=1

cos(nπ)+sen2(nπ

2 )+3cos(n 2)5

nn

converge.

Logo,

P

n=1 xn=

P

n=1

cos(nπ)+sen2(nπ2 )+3cos(n2)5

Referências

Documentos relacionados

O aluno deverá realizar as atividades propostas pela professora que estarão disponibilizadas no portal E-CLASS..

Para a etapa de análise de dados do presente trabalho, foi realizado um recorte do banco de dados do estudo maior, utilizando-se apenas as respostas dos 373 municípios

Os cristais, ao sujeitos a uma lavagem e uma filtração a vácuo, foi-lhes removida a maior quantidade possível de água, ainda que se admita que não se tenha evaporado na

O parque industrial instalado na bacia é expressivo no contexto nacional e está estabelecido, principalmente, ao longo do eixo Rio de Janeiro-São Paulo, no médio Paraíba, e ainda

Para auxiliar no desenvolvimento de um GA é importante o maior número de dados para a série estudada, esta característica pode ser verificada neste testes pois os melhores

O setor foi analisado de três maneiras distintas: a primeira, pelo índice de Herfindahl, a segunda pelo número de empresas em cada Estado brasileiro e o coeficiente de

Esse Monitor possui dois modelos de conexão, BNC ou JPT. Esse suporte está encaixado no Suporte de Ancoragem localizado em cima do Monitor.. Monitores JPT possuem conector

O futuro e presente das construções é para diminuir o peso e o consumo de recursos naturais/materiais e reduzir/salvar os custos de energia de construção,