Ciên ias
Teorema do Hex
Helena Carriço
Relatóriode Estágiopara obtenção do Grau de Mestre em
Ensino de Matemáti a no 3.
◦
Ci lo do Ensino Bási o e no
Se undário
(2.
◦
i lo de estudos)
Orientadores:
Prof. Doutor Fernando ManuelTavares Pereira
Prof. Doutor Pedro Ferrão Patrí io
Aolongodeste último ano,foram váriasaspessoasquemeapoiaramdire taeindire tamente,e
todosmere emomeure onhe imentoegratidão.
Aos meus orientadores, Professor Doutor Fernando Manuel Tavares Pereira e Professor Doutor
PedroFerrãoPatrí io,pela dedi ação,empenhoedisponibilidade omquemea ompanharamao
longodestetrabalho.
Não possodeixar de agrade erde modo muito espe ial aos meus pais, irmã, unhado e amigos,
pela ompreensão, apoio in ondi ional, in entivo e motivação impres indíveis sem os quais não
teriasidopossívelarealizaçãodeste trabalho.
O Hex é um jogo de tabuleiro para dois jogadores ujo obje tivo onsiste em estabele er uma
sequên iadepeçasunindodoisladosopostosdotabuleiro. Ojogopossuiregrassimples,en errando
ontudoelevadointeresseeriquezamatemáti a. Nestetrabalhoabordamosalgumadestariqueza,
omeçandopor provar que seum tabuleiro de Hex está ompletamente preen hido então existe
um aminho aunir margens opostas (Teorema do Hex). Mostramos ainda que este resultado é
equivalenteaoTeoremadoPontoFixodeBrouwereválidoparaumtabuleirodedimensão
n
. Por último, servimo-nosdos resultadosanterioresnademonstração doTeorema daCurvadeJordan,bem omonadoTeoremadaPavimentação.
Palavras- have
JogodoHex,TeoremadoHex,TeoremadoPontoFixodeBrouwer,TeoremadaCurvadeJordan,
Hexisaboardgame fortwowhere ea h playertriesto establishasequen eof stones onne ting
his opposing sides of the board. Although the rules are simple, the game ontains interesting
properties in mathemati al terms. In this work,weaddresssomeof these propertiesby proving
theHexTheorem, whi h statesthat ifaboardis ompletelylled than thereis apathof stones
with thesame olour betweenopposing sides. We alsoshowthat this result isequivalent to the
BrouwerFixed-Point Theorem and wegeneralise itto the
n
dimensional board ase. Lastly, we usetheseresultsin provingtheJordan CurveTheoremandtheTilingTheorem.Keywords
Game of Hex, Hex Theorem, Brouwer Fixed-Point Theorem, Jordan Curve Theorem, Tiling
Introdução 1
1 O Jogodo Hex 3
1.1 Des rição . . . 3
1.2 OrigemeHistória. . . 4
1.3 OTeoremadoHex . . . 5
1.4 OTabuleirodeJohnNash . . . 8
1.5 AEquivalên iaentreoT.H. eoT.P.F.B. . . 8
2 O Hex de Dimensão
n
15 2.1 OTabuleirodeHex. . . 152.2 OTeoremadoHex . . . 16
2.3 Conjunto-
i
ven edor . . . 212.4 AproximaçãoaoPontoFixo . . . 23
3 AlgumasContribuiçõesdo Teorema do Hex 29 3.1 OTeoremadaCurvadeJordanviaoTeoremadoHex . . . 29
3.2 OTeoremadoHexFortale ido . . . 33
3.3 OTeoremadaPavimentação . . . 33
A 39 A.1 DeniçõeseResultadosTeóri os sobreGrafos . . . 39
A.2 DeniçõeseResultadosTeóri os sobreFunções . . . 40
1.1 TabuleirodeHexde
11 × 11
. . . 31.2 TabuleirodeHexpar ialmentepreen hido.. . . 4
1.3 Primeiroproblemapubli ado. . . 5
1.4 Tabuleiro ompletamentepreen hidoegrafo
Γ
. . . 61.5 Subgrafo
Γ
′
. . . 71.6 Ilustraçãoda onstruçãodeum aminhosegundoaregraestabele ida. . . 7
1.7 Representaçãodaequivalên iaentre ostabuleirosdeHeinedeNash. . . 8
1.8 TabuleirodeNash. . . 8
1.9 Representaçãográ adotabuleirodeNashdetamanho
k = 6
,H
6
. . . 91.10 Tabuleiro de Nash adaptado de tamanho
k = 4
, à esquerda e a imagem dos respe tivosvérti esàdireita. . . 131.11 Representaçãodossub onjuntos
P
+
, P
−
, B
+
eB
−
.. . . 132.1 Representaçãodosimplex
σ
0
. . . 172.2 Representaçãodosimplex
σ
0
edosseusvizinhos. . . 192.3 Tabuleiropreen hidodeformaaleatóriaem
H
3
3
. Osrestantesvérti esdeH
b
respei-tamaregraL
b
. . . 222.4 Apli açãodoalgoritmo. . . 23
3.1 Representaçãodasimagensdasfunções
h
ev
. . . 303.2 Ilustraçãodasetapas1), 2)e3)dademonstração. . . 32
3.3 Re tângulo omumladointeiro. . . 34
3.4 Re tângulo omosdoisladosde omprimentonãointeiro. . . 34
3.5 Áreadesta adanagura3.4. . . 34
3.6 Áreapretaemex esso. . . 35
Otemaprin ipaltratadonestetrabalhoaproxima-sedaMatemáti aDis reta,apesardesefazerem
algumasin ursõesnoutrasáreasdaMatemáti a,emparti ularnaAnáliseInnitésimal. Oassunto
tratadoprende-se omalgumasparti ularidadesdojogodetabuleiro hamadoHexquepermitem
estabele errelações omalgunsresultados lássi osdaMatemáti a.
Este trabalho temessen ialmente um ará terde divulgação ientí a. Com base num onjunto
dereferên iasbibiliográ astentámos riarumdo umentodeleiturafá ilquereduzisseahabitual
densidadedaspubli ações ientí as,enrique endo-o omexemplos,guraseumaabordagemmais
adequadaparaleitoresexterioresà omunidade ientí a.
Qualquerdo ente quele ioneemáreas ientí asmaisabstra tas,sejaaqueníveldeensinofor,
passa pela di uldade da falta de motivação dos alunos. É habitual es utar-se mas para que
éque isto serve?. Este problematorna imperiosoque odo ente esteja munido de uma ultura
geralnaáreadas iên iasqueo apa itearesponderaestetipodesoli itações.Comestetrabalho
pretendemosdarumpequeno ontributonasuperaçãodadi uldadeapresentada. Apesardeneste
do umento não seexibir aresolução dumproblema davida real utilizandoum qualquermodelo
matemáti o,oinsólitodarelaçãoqueseestable eentreumjogodetabuleiroeumresultado lássi o
daMatemáti aésóporsigeradorde uriosidadepropi iandoumambientequetorneoestudoda
Matemáti amaisagradável.
Este do umento es ontra-se organizadoem três apítulos. Oprimeiro, omo títuloO Jogo do
Hex,paraalémdaóbviades riçãodojogoedumbreveresumohistóri o, ontémosdoisresultados
maisimportantes: oTeoremadoHexqueprovaqueojogonãoterminasemqueumdosjogadores
umpra omoobje tivoimpostopelasregraseoteoremaquedemonstraqueesteúltimoresultadoé
equivalenteaoTeoremadoPontoFixodeBrouwer.Nosegundo apítulogeneraliza-seoTeoremado
Hexprovadono apítuloanteriorparaumaqualquerdimensão. Talobrigaaumageneralizaçãona
denição dotabuleirodejogo. Da demonstraçãodoteoremaextrai-seumalgoritmoquepermite
aproximar pontos xos a menos de um erro que depende do tamanho do tabuleiro. No último
apítulo apresentam-se maisalgumas relaçõesentre oHexe diferentes áreasdaMatemáti a que
têm sidoobservadasnas últimas dé adas, nomeadamente omoTeoremada Curvade Jordan e
umoutroteoremamenos onhe idoqueapelidámosdeTeoremadaPavimentação.
Esta trabalho termina om um apêndi e onde de idimos juntar algumas denições lássi as da
O Jogo do Hex
OjogodoHexéumjogoderegrasmuitosimplesmasdegrandeinteressequerdopontodevista
dojogopropriamenteditoquerdopontodevistamatemáti o. Aolongodeste apítulovamosfazer
umabrevedes rição dojogo, dasuaorigemehistóriaevamos enun iaredemonstrar oTeorema
do Hex. A on luir o apítulo provaremos que o Teorema do Hex e o Teorema do Ponto Fixo
deBrouwersãoequivalentes. Ambasasdemonstraçõesforamelaboradas ombase numartigode
David Gale[1℄,de1979.
1.1 Des rição
OjogodoHexéumjogodetabuleiro paradoisjogadores,umdosquaisutilizapeçasbran as 1
e
ooutropeçaspretas. Otabuleiro tem aformadelosangoeétipi amente ompostopor
11 × 11
hexágonos, onformerepresentadonagura1.1.Figura1.1:TabuleirodeHexde
11 × 11
.Alternadamente, os jogadores olo am uma peça da sua or num hexágono vazio. O segundo
jogador,nasuaprimeirajogadapodeaproveitarajogadaefe tuadapeloseuadversário,impondo
a tro a de ores. Esta é a hamada regra do equilíbrio que foi riada para anular a vantagem
de se jogar em primeiro lugar. O obje tivo do jogador das peças bran as (pretas) onsiste em
1
suasmargensopostas. Talsequên iaserádesignadade aminhoou onjuntoven edor.
Se observarmos a gura1.2 podemos veri ar que ainda nenhum jogador ganhoue que é avez
dojogadordaspeçasbran as. Note-sequeojogadordaspeçaspretas onsegueobterumavitória
aomdetrêsjogadas,desdequejoguenoshexágonosassinalados omX. Observe-seaindaque
umatentativadedefesadojogadordaspeçasbran asnãoimpedeavitóriadoadversário.
Figura1.2:TabuleirodeHexpar ialmentepreen hido.
Umaquestãoquesurgehabitualmentenestetipodejogosprende-se omaexistên iadeuma
estra-tégiaquegarantaavitóriadeumdosjogadoreseseoprimeiroajogarpoderá tirarpartidodessa
estratégia. Asuaexistên iaprende-se omofa todeojogosernito,deinformação ompleta,não
dependerdoa asoenun aterminarempatado, omosemostrarámaisàfrente. Suponhamosque
osegundojogadorpossuiaestratégiaven edora,entãooprimeirojogador olo aaprimeirapeça
de formaaleatóriaeapartirdaíen ara-se omo sendoosegundojogador,roubandoaestratégia
ven edoraaoseuadversário. Destemodo,oprimeirojogadorteráavitóriagarantida,istopartindo
dopressupostoqueexisteumaestratégiaven edoraparaosegundojogador. Ouseja,partiu-seda
hipótese queo segundojogadorpossui aestratégiaven edorae on luiu-seque quem ganha é o
primeiro. Logo,pode on luir-sequeévantajososeroprimeiroajogar. Esteargumento,usadopor
JohnNash, ou onhe ido omoargumentodoroubodaestratégia. Comesteargumentoapenas
se provaque oprimeiro jogadorganha, mas não sesabe omo, ou seja, prova-se queexiste uma
estratégiaven edoraparaoprimeirojogadormasnãose onhe eessaestratégia. Atéaomomento
jáse onhe eaestratégiaven edoraparatabuleirosaté
7 × 7
.1.2 Origem e História
Ojogo doHexfoi inventadoem1942 pelo engenheiroepoetadinamarquêsPietHein. PietHein
hamou o jogo de Polygon e apresentou-o ao públi o pela primeira vez a 26 de Dezembro de
1942, através de um artigo publi ado no jornal Politiken. Nessa primeira publi ação o jogo foi
apresentadodaseguinteforma:
Gostaria de aprender a jogar Polygon? Piet Hein inventou um jogo que pode ser
prati ado omigualprazer tanto poreruditosjogadoresde Xadrez omo porpessoas
Nagura1.3podeobservar-seoproblemapropostono primeiroartigosobre oHex. Oobje tivo
onsisteem olo aruma peçabran a notabuleirodemodoaqueojogadordaspeçaspretasnão
tenhahipótesededefesa.
Alguns anos maistarde, em 1948, ojogofoi redes oberto porJohn Nashenquanto estudante da
UniversidadedePrin eton.NestaversãootabuleiroéanálogoaotabuleirodeXadrez, olo ando-se
aspeçasnasinterse çõesdaslinhas. FoiDavidGale, olegadeNash,queseaper ebeuda
equiva-lên iaentreosdoistabuleiros(odeHeineodeNash), omosemostraránase ção1.4.
O jogo foi baptizado de Hex aquando da sua omer ializaçãopela ParkerBrothers, em 1952, e
adquiriu uma maior proje çãodevido à publi ação de um artigode Martin Gardner na revista
S ienti Ameri an.
As ara terísti asdoHexdesde edosus itaramointeressedeváriosmatemáti os,tendo-se
reve-ladobastanteúteisnaabordagemdediversosproblemas, omoveremosaolongodestetrabalho.
1.3 O Teorema do Hex
Durante uma partidade Hex, seum jogador ompletar um aminhoentre os seus lados na sua
vez de jogar, então esse jogadoréde laradoven edor eojogo termina. Este momento podeser
atingidosemqueotabuleiroestejatodopreen hido. No asodojogodoGalootabuleiropodeser
totalmentepreen hidosemquenenhumjogador ompleteumalinha,sendode laradoumempate.
Umaquestãopertinenteésaberseomesmopodeo orrer omoHex: aúltima asaépreen hida
enenhumjogadoratingiuoobje tivo. Prova-sequetalnun ao orre! Este fa toéintuitivamente
fá il de provar, para issobasta onsiderarmos umtabuleiro ompletamente preen hido de peças
bran as epretas easso iaras bran asà águade um rioeaspretas àterra dasmargens do rio.
Então, apenas duassituaçõespodem a onte er, ouaágua orre, ouhá umdique aunir asduas
margensdorio,impedindoqueaágua orra. Naprimeirasituação éojogadordaspeçasbran as
queganhaenasegundaganhaojogadordaspeçaspretas. Note-sequenesteexemploumahipótese
ex luiaoutra,oqueémaisfortedoqueoTeoremadoHex:
Teorema 1.3.1 Se umtabuleiro deHex está ompletamentepreen hido ompeçaspretasepeças
bran as, então existe pelo menos um aminho queune ladosopostos.
hexágonoondeseen ontre olo adaumapeçapretaouumadasmargens
P
ouP
′
(vergura1.4).
Afa e-
B
édenida deformaanáloga,relativamente apeçasemargensbran as.P
P
′
B
B
′
u
u
′
v
v
′
Figura1.4:Tabuleiro ompletamentepreen hidoegrafo
Γ
.Asso iemos ao tabuleiro de Hex umgrafo em que ada vérti eé o ponto de interse ção de dois
ou três antos dos hexágonos. As arestas desse grafo orrespondem aoslados internos omuns
adoishexágonosouàfusãodedoislados exterioresdomesmohexágono. Paraalémdosvérti es
asso iadosaoshexágonosdosquatro antosdotabuleiro,vamosaindaasso iarmaisumvérti ea
adaumdos antoslivres. Cadaumdestesvérti es,paraalémdeseradja enteadoisvérti esdo
mesmohexágono,étambémadja enteaumnovovérti erepresentadonagura1.4por
u
,u
′
,
v
ev
′
. Asarestas orrespondentes umpremafunçãodeseparaçãodasquatro margensdotabuleiro.
Repare-sequeosquatrohexágonosdos antossão osúni oshexágonos dasmargensdotabuleiro
quepermitemaambososjogadores ompletarum aminhoqueligueassuasmargensopostas,pois
sãoosúni osqueperten emaumamargempretaeaoutrabran a. Designemosograforesultante
por
Γ
,enote-sequetodososvérti esdografotêmgraumenorouiguala3.Comoobje tivodeen ontrarum onjuntoven edornumtabuleiroqueseen ontre ompletamente
preen hido segue-seo seguinte algoritmo: omeçandonumdos vérti es
u
,u
′
,
v
ouv
′
onstrói-se
um aminho no grafo
Γ
respeitando a regra de ontinuar sempre ao longo de uma aresta que separa umafa e-P
deuma fa e-B
. Repare-seque asarestasin identes au
,u
′
,
v
ouv
′
têmessa
propriedade,umavezquequalquerumadelasseparaumamargempretadeumamargembran a.
Observe-seque,seguindoestaregra,aopartirdeumdosvérti esdegrau1nun ao orreumatro a
de oresentreoladoesquerdoedireitodenenhumaaresta.
Éimportantesalientarqueo aminhoqueseobtémapli andoaregradenidaéúni o,poisquando
se per orre uma aresta
e
e hega-se aum vérti ew
, duas das três fa es in identes ao vérti ew
sãoaquelas emquee
éaaresta omum,portanto, uma éuma fa e-P
eaoutraéuma fa e-B
. A ter eira fa e in idente aovérti ew
podeseruma fa e-P
ou umafa e-B
,mas, em qualquer aso, háexa tamenteuma arestae
′
quesatisfazaregradenida, omomostraagura1.6.
Como o númerode vérti es dografo énito, então a onstrução do aminhotermina desdeque
nãohajarepetiçãodevérti es,oqueseráprovadomaisàfrente. Note-sequesóépossívelterminar
num dosvérti es
u
,u
′
,
v
ouv
′
(ex luindo aqueleem que seini iou o aminho)poisestessão os
úni osdegrau1. Se,porexemplo,ini iarmosum aminhonovérti e
u
ovérti eterminalnãopode seru
′
P
P
′
B
B
′
u
u
′
v
v
′
Figura1.5:SubgrafoΓ
′
.e
e
′
w
Figura1.6:Ilustraçãoda onstruçãodeum aminhosegundoaregraestabele ida.
Assim,seovérti eterminalfor
v
′
(
v
),entãoojogadorquejoga omaspeçaspretas(bran as)tem um onjunto ven edor,porque existemsemprefa es-P
(fa es-B
) ontíguas ao aminhoentreu
ev
′
(u
ev
)queligamP
aP
′
(B
aB
′
).No asoparti ulardagura1.5, omeçandoo aminhonovérti e
u
eseguindoaregraanteriormente denida on luímosqueovérti eterminaléovérti ev
. Comoovérti ev
éin idente àmargemB
′
então on lui-sequeéojogadorquejoga omaspeçasbran asquetemo onjuntoven edor.
Para on luir ademonstração faltagarantirque no aminho onstruído não o orrerepetição de
vérti es. Paratal,seja
Γ
′
osubgrafode
Γ
que resultada supressãodasarestas quenão separam umafa e-P
deumafa e-B
. Repare-sequeosvérti esdeΓ
′
têmgrau0, asoastrêsfa esin identes
aovérti etenhamtodasamesma or,ougrau2, asoumadastrêsfa esin identesaovérti etenha
ordiferente,ex eptoosvérti es
u
,u
′
,
v
ev
′
quetêmgrau1.
NaFigura1.5asarestasdesta adasanegritorepresentamosubgrafo
Γ
′
orrespondenteaotabuleiro
ompletamente preen hido da gura 1.4. O subgrafo
Γ
′
é onstituído por 6 i los, 31 vérti es
isoladose2 aminhos: umde
u
parav
eoutrodeu
′
para
v
′
.
Assim,pelo lemaA.1.1,
Γ
′
é omposto porvérti esisolados, i los e aminhos. Dadoqueem
Γ
′
existemapenas quatro vérti esde grau 1,
u
,u
′
,
v
ev
′
,então existem apenas dois aminhos que
unemparesdessesvérti es. O aminhoqueseini ianumdessesvérti esequeé onstruídosegundo
aregrades ritaanteriormenteéumdesses aminhos,logonun ao orrerepetiçãodevérti es, omo
queríamosprovar.
JohnNash,em1948,redes obriuojogodoHex,tal omojáfoireferidonase ção1.2. Nestase ção
vamos mostrarqueotabuleirodeNasheotabuleirodeHeinsãoequivalentes.
Paramostraraequivalên iaentreosdoistabuleiros omeçamospor onsiderarotabuleirodeHein
emar amosumpontono entrode adahexágono,de seguidaunimospormeiodeumsegmento
dere tatodosospontosqueperten emahexágonosadja entes, onformesemostranagura1.7.
Figura1.7:Representaçãodaequivalên iaentreostabuleirosdeHeinedeNash.
Endireitando(rodandoparaadireita)oesquema onstruídosobreotabuleirodeHein, obtemoso
tabuleirodagura1.8.
Figura1.8: TabuleirodeNash.
NotabuleirodeNashosjogadores olo amaspeçasnosvérti eseoobje tivo,tal omonotabuleiro
deHein, é onstruirum aminhoqueligueosladosopostos. Nestetabuleiroduas asas(vérti es)
são onsideradasadja entesseestiveremunidasporumaarestanahorizontal,verti aloudiagonal
omin linaçãopositiva. Não onsideramosasdiagonais omin linaçãonegativaporqueestasnão
ligamdoishexágonosadja entesnotabuleirodeHein. OtabuleirodeNashtambémpodeservisto
omo oproduto artesiano degrafos. Repare-se quese onsiderarmososvérti es easarestasdo
ontornodolado
W
omosendoografoG
1
eosvérti eseasarestasdo ontornodoladoS
omo sendoografoG
2
,entãoG
1
× G
2
reunido omtodaaarestaqueuneovérti e(i, j)
omovérti e(i + 1, j + 1)
omi, j = 0, . . . , k − 2
,entãoobtemosumgrafo orrespondenteaotabuleirodeNash.1.5 A Equivalên ia entre o Teorema do Hex e o Teorema do
Ponto Fixo de Brouwer
Para a demonstração da equivalên ia entre o Teorema do Hex e o Teorema do Ponto Fixo de
Brouwerusaremoso tabuleirode Nash eanorma
|x| = max{|x
1
|, |x
2
|}
, parax = (x
1
, x
2
) ∈ R
2
Denição 1.5.1 Para
x 6= y ∈ R
2
,
x ≤ y
sex
i
≤ y
i
parai = 1, 2
. Ospontosx
ey
são hamados de omparáveissex ≤ y
ouy ≤ x
.Denição 1.5.2 Otabuleiro(bidimensional)deNashdetamanho
k
,H
k
,éumgrafo ujosvérti es sãotodos ospontosz ∈ Z
2
taisque
(0, 0) ≤ z ≤ (k − 1, k − 1)
. Doisvérti esz
ez
′
sãoadja entes,
ouseja,existe umaarestaauni-losem
H
k
se
|z − z
′
| = 1,
z
ez
′
são omparáveis.
Identiquemosasarestasdo ontornodeumtabuleiro
H
k
omospontos ardeaisN, S, E
eW
,ou seja:N = {z ∈ H
k
|z
2
= k − 1}
S = {z ∈ H
k
|z
2
= 0}
E = {z ∈ H
k
|z
1
= k − 1}
W = {z ∈ H
k
|z
1
= 0}
.Nagura1.9podemosobservarotabuleirodeNashdetamanho
k = 6
,H
6
.(5,0) (5,5) (0,5) (0,0) S N W E
x
z1
z2
z3
Figura1.9:Representaçãográ adotabuleirodeNashdetamanho
k = 6
,H
6
.Paraanossa demonstraçãovamos onsiderarqueojogadorquetenta ligaroslados
E
eW
(N
eS
)dotabuleirojoga ompeçasbran as(pretas),ouseja,estejogadortenta onstruirum aminho queligueE
eW
(N
eS
). DesignemosporB
(P
)osubgrafoinduzidopelosvérti eso upadospor peçasbran as(pretas).Deseguida,rees revemosoTeoremadoHexevamosprovarqueesteéequivalenteaoTeoremado
PontoFixodeBrouwer.
Teorema 1.5.1 (TeoremadoHex): Considere-se
H
k
totalmentepreen hido eossubgrafosB
eP
. Entãoexiste um aminho emB
queligaE
aW
ouexisteum aminhoemP
queligaN
aS
.Teorema 1.5.2 (Teorema do PontoFixo de Brouwer): Seja
f : I
2
→ I
2
uma função ontínua.
Entãoexiste
x ∈ I
2
talque
f (x) = x
.Podemosagoraenun iaroresultadoprin ipaldeste apítulo.
Teorema 1.5.3 OTeoremado Hexéequivalente aoTeoremado PontoFixode Brouwer.
Demonstração: Come emospor mostrar que o Teorema do Hex impli a o Teorema do Ponto
Fixo deBrouwer.
Seja
f : I
2
→ I
2
uma função ontínua. Pelo lemaA.2.1, bastamostrarque para qualquer
ǫ > 0
existex ∈ I
2
talque
|f (x) − x| < ǫ
. Comotodaafunção ontínuanum ompa toéuniformemente ontínua, então dadoǫ > 0
, existeδ > 0
tal que sex, x
′
∈ I
2
satisfazem|x − x
′
| < δ
então|f (x) − f (x
′
)| < ǫ
. Seja0 < δ
1
< min{δ, ǫ}
.Considere-seotabuleirodeNashadaptadoqueresultadadivisãode adaumdosladosde
I
2
em
k
partesiguais, om1
k
< δ
1
. Desta forma,obtemos umtabuleirode tamanhok + 1
omvérti es nos pontosi
k
,
j
k
, om
i, j = 0, . . . , k
. Vamos denir sub onjuntos destes vérti esP
+
,P
−
,B
+
eB
−
daseguinteforma:P
+
= {z|f
1
(z) − z
1
≥ ǫ}
P
−
= {z|z
1
− f
1
(z) ≥ ǫ}
B
+
= {z|f
2
(z) − z
2
≥ ǫ}
B
−
= {z|z
2
− f
2
(z) ≥ ǫ}
,onde
f
i
denotaai
-ésima oordenadadef
, omi = 1, 2
. Intuitivamente,umvérti ez
perten eaP
+
, P
−
, B
+
ou
B
−
onforme
z
émovidoporf
pelomenosǫ
unidadesparaadireita,esquerda,para imaouparabaixo,respe tivamente(verexemplo1.5.1). A primeira impli ação do teorema ará demonstrada se onseguirmos mostrar que os quatrosub onjuntosnão obremtodososvérti esdotabuleiro,ouseja,existealgumvérti equenãoestá
em
P
+
∪ P
−
∪ B
+
∪ B
−
. Talimpli aqueexisteum
z ∈ H
k
talque|f (z) − z| < ǫ
eprovamosassim queafunçãof
temumpontoxo.Daqui em diante, onforme o ontexto, entendemos também um onjunto de vérti es omo um
subgrafoporsigerado.
Os onjuntos
P
+
eP
−
(B
+
eB
−
)sãodisjuntos eP
+
∪ P
−
(B
+
∪ B
−
)énão onexo. SupondoqueP
+
∪ P
−
é onexo,entãoexistem
z ∈ P
+
ez
′
∈ P
−
adja entes. Comoz ∈ P
+
,f
1
(z) − z
1
≥ ǫ
(1.1) e, omoz
′
∈ P
−
,z
′
1
− f
1
(z
′
) ≥ ǫ.
(1.2) Adi ionando1.1e1.2obtemosf
1
(z) − f
1
(z
′
) + z
1
′
− z
1
≥ 2ǫ.
(1.3) Masz
′
1
− z
1
≤
1
k
⇒ z
1
′
− z
1
< δ
(porque1
k
< δ
1
< δ
). Mas omoδ < ǫ
entãoz
1
′
− z
1
< ǫ.
(1.4)Assim,multipli ando1.4por
(−1)
obtemosz
1
− z
1
′
> −ǫ.
(1.5)Somando1.3 e1.5obtemos
f
1
(z) − f
1
(z
′
) > ǫ.
Maspelanormaqueestamosautilizarpodemoses rever
|f (z) − f (z
′
| > ǫ,
o que ontradiz a denição de ontinuidade uniforme. Logo
z
ez
′
não são adja entes. Assim,
podemos on luirque
P
+
∪ P
−
nãoé onexo. Demodoanálogo,podemos on luirque
B
+
∪ B
−
nãoé onexo.
Sejam
P = P
+
∪ P
−
e
S
umsubgrafo onexo omvérti esemP
. A onexidadedeS
impli aqueS ⊂ P
+
ou
S ⊂ P
−
. Além disso,pela forma omo afunção
f
estádenida, tem-se quenenhum pontodeE
podesermovidoporf
paraadireita,assim omonenhumpontodeW
podesermovido porf
paraaesquerda,então, on lui-se queP
+
∩ E = ∅
eque
P
−
∩ W = ∅
. Portanto,
S
nãose interse ta omE
nem omW
,ouseja,P
não ontémum onjunto onexoqueligueE
eW
. Atravésde umra io ínioanálogo,pode-se on luir queB = B
+
∪ B
−
não ontém um onjunto
onexoqueligue
N
eS
. Então,peloTeoremadoHex,podemos on luirqueos onjuntosP
eB
não obremtodososvérti esdotabuleirodeNashadaptado,logo∃z /
∈ P ∪ B
,oqueimpli aque|f (z) − z| < ǫ
, ompletandoassimaprimeirapartedademonstração.Parademonstrarasegundaimpli ação,ouseja,queoTeoremadoPontoFixodeBrouwerimpli a
oTeoremadoHexvamos usarofa todequalquerponto
x ∈ [0, k − 1]
2
poderserexpresso omo
uma ombinaçãolinear onvexaúni adeum onjuntodenomáximotrêsvérti esadja entesdois
adois. Esses vérti essão os dostriângulos de menor dimensão da gura1.9. Para ada ponto
x = (x
1
, x
2
) ∈ [0, k − 1]
2
es olhe-seo onjunto de vérti esmutuamente adja entes do invólu ro onvexoaquex
perten e. Nagura1.9 opontox ∈ [3, 4]
2
estáno invólu ro onvexode
z
1
, z
2
ez
3
,logoexistemλ
i
∈ R
, omP
3
i=1
λ
i
= 1
eλ
i
≥ 0
,i = 1, 2, 3
taisquex = λ
1
z
1
+ λ
2
z
2
+ λ
3
z
3
. Vamospre isar aindadeusarofa tode quequalquerfunçãof
deH
k
emR
2
podeserestendida
auma função ontínua
f
b
, linearportroços, denida em[0, k − 1]
2
da seguinte forma: para
x =
λ
1
z
1
+ λ
2
z
2
+ λ
3
z
3
,f (x) = λ
b
1
f (z
1
) + λ
2
f (z
2
) + λ
3
f (z
3
)
.Estamosagoraem ondiçõesdeini iarademonstraçãodasegundaimpli ação. Vamosfazê-lopor
absurdo,ouseja,vamossuporqueotabuleiro
H
k
está ompletamentepreen hidoequenãoexiste um aminho emB
que ligueE
aW
nem um aminho emP
que ligueN
aS
. Começamos por denirquatrosub onjuntosdaseguinteforma:Seja
W
c
(S
b
)o onjuntodetodososvérti esdotabuleiroqueestãoligadosaW
(S
)porum aminho emB
(P
), ouseja,porum aminhoformadoporvérti eso upadosporpeçasbran as(pretas)e sejaE = B − c
b
W
(N = P − b
b
S
).Pelaforma omoosquatrosub onjuntosforamdenidospodemos on luirqueosubgrafo
W ∪ b
c
E
nãoé onexoeomesmoa onte e omosubgrafoN ∪ b
b
S
.Sejam
e
1
ee
2
osve toresunitáriosdeR
2
edena-seafunção
f
emH
k
,doseguintemodo:f (z) =
z + e
1
sez ∈ c
W ,
z − e
1
sez ∈ b
E,
z + e
2
sez ∈ b
S,
z − e
2
sez ∈ b
N .
Pelaforma omoafunção
f
estádenidapodemos on luirque,para adaumadasquatro possibi-lidades,f (z)
estásempreemH
k
. Porexemplo,usandooprimeiroramodef
,opontoz + e
1
∈ H
k
porque aso ontrário
z
perten iaaE
,signi andoistoaexistên iadeum aminhoemB
aligarW
aE
, ontradizendoa hipóteseini ial. Observe-se também queE ∩ W = ∅
b
porque, emB
,E
b
eW
c
são omplementares,logoz − e
1
∈ H
k
. Fazendoumra io ínioanálogopode-se on luirque, paraosoutrosdoisramosdafunção,f (z)
estásempreemH
k
.Seja
f
b
aextensãodafunçãof
atodosospontosde[0, k − 1]
2
denidaanteriormente.Vamosobter
uma ontradiçãoporque
f
b
é ontínuaeprova-sequenão tempontoxo.Comoveri ámosanteriormente,
W ∪ b
c
E
eN ∪ b
b
S
nãosão onexos.Talimpli aque,se onsiderarmos três vérti esdeumtriânguloqualquer(devérti esmutuamenteadja entes)entãonun aa onte eque aessestrês vérti es sejamapli adostrês ramos diferentes dafunção, poisnão épossívelque
umdessesvérti espertençaa
c
W
eoutroaE
b
nemqueumpertençaaS
b
eoutroaN
b
uma vezquec
W ∪ b
E
eN ∪ b
b
S
não são onexos. Portanto, on lui-se queostrês vérti essó podem sermovidos porum dosseguintes pares de ve tores:e
1
ee
2
, oue
1
e−e
2
, ou−e
1
ee
2
ou ainda−e
1
e−e
2
.Comoestesve toresnãotêmozeronoseuinvólu ro onvexo,apli andoolemaA.2.2, on luímos
queafunção
f
b
nãotemumpontoxo,oque ontradiz oTeoremadoPontoFixodeBrouwer. Logo,podemos on luirquenumtabuleiro ompletamentepreen hidoexisteum aminhoemB
a ligarW
eE
ouum aminhoemP
aligarN
eS
.Deseguidaapresenta-seumexemplodemodoa lari ara onstruçãodos onjuntos
P
+
,P
−
,B
+
eB
−
,bem omoo on eito de ombinaçãolinear onvexautilizados nademonstraçãoanterior.
Exemplo1.5.1 Seja
f : I
2
→ I
2
afunçãodenidapor
f (x
1
, x
2
) = (1 − x
1
, 1 − x
2
)
. Paraǫ = 0, 5
es olhendoδ = 0, 5
veri a-se a denição de ontinuidade uniforme paraf
. Como1
k
< δ
1
<
min{δ, ǫ}
então devemos es olherk > 2
. Sejak = 4
, isto é, vamos onsiderar um tabuleiro de Nash 'adaptado' de tamanhok = 4
omo ilustradonagura1.10, àesquerda.Para poder denir os sub onjuntos
P
+
, P
−
, B
+
e
B
−
vamos omeçar por al ular a imagem de
ada umdos vérti esdo tabuleiro,
a
ap
através dafunçãof
:f (a) = f (0, 0) = (1, 1)
f (g) = f (
2
3
,
1
3
) = (
1
3
,
2
3
)
f (l) = f (1,
2
3
) = (0,
1
3
)
f (b) = f (
1
3
, 0) = (
2
3
, 1)
f (h) = f (1,
1
3
) = (0,
2
3
)
f (m) = f (0, 1) = (1, 0)
f (c) = f (
2
3
, 0) = (
1
3
, 1)
f (i) = f (0,
2
3
) = (1,
1
3
)
f (n) = f (
1
3
, 1) = (
2
3
, 0)
f (d) = f (1, 0) = (0, 1)
f (j) = f (
1
3
,
2
3
) = (
2
3
,
1
3
)
f (o) = f (
2
3
, 1) = (
1
3
, 0)
f (e) = f (0,
1
3
) = (1,
2
3
)
f (k) = f (
2
3
,
2
3
) = (
1
3
,
1
3
)
f (p) = f (1, 1) = (0, 0)
f (f ) = f (
1
3
,
1
3
) = (
2
3
,
2
3
)
Na gura 1.10 pode-se observar a transformação de ada um dos vérti es por meio da função
f
dada. a b d e f g h i j k l m n o p 0x
1
x
2
1 1f (p)
f (o)
f (n)
f (m)
f (l)
f (k)
f (j)
f (i)
f (h)
f (g)
f (f)
f (e)
f (d)
f (c)
f (b)
f (a)
0x
1
x
2
1 1Figura1.10: TabuleirodeNashadaptadodetamanho
k = 4
,àesquerdaeaimagemdosrespe tivosvérti esà direita.Podemos então on luirqueossub onjuntos
P
+
, P
−
, B
+
eB
−
são:P
+
=
(0, 0) ;
0,
1
3
;
0,
2
3
; (0, 1)
P
−
=
(1, 0) ;
1,
1
3
;
1,
2
3
; (1, 1)
B
+
=
(0, 0) ;
1
3
, 0
;
2
3
, 0
; (1, 0)
B
−
=
(0, 1) ;
1
3
, 1
;
2
3
, 1
; (1, 1)
Nagura1.11podemos observar arepresentaçãodos sub onjuntos
P
+
,P
−
,B
+
eB
−
.P
+
P
−
B
+
B
−
0x
1
x
2
1 1Figura1.11:Representaçãodossub onjuntos
P
+
, P
−
, B
+
eB
−
. SejamP = P
+
∪P
−
eB = B
+
∪B
−
onexoseque
P ∪B
não obreo onjuntodetodososvérti esdotabuleiropois1
3
,
1
3
,
2
3
,
1
3
,
1
3
,
2
3
e2
3
,
2
3
nãoperten ema
P ∪ B
. Repare-sequeparaestesvérti esveri a-seque|f (z) − z| < 0, 5
. Vamos ainda exempli ar que um pontox ∈ I
2
pode ser es rito omo uma ombinação linear
onvexa úni adeum onjuntodenomáximo trêsvérti es, mutuamenteadja entes. Considerando
o ponto
x =
1
4
,
1
8
,es olhemos os vérti es(0, 0) ,
1
3
, 0
e1
3
,
1
3
. Então
x
pode ser es rito omo uma ombinaçãolinear onvexaúni adessestrêsvérti esdo seguintemodo:O Hex de Dimensão
n
OjogodoHexdedimensão
n
,paran
jogadores,nãoéatra tivonemserevestedegrandeinteresse quernoqueserefereàteoriadosjogosquerdopontodevistadojogopropriamentedito. Podem-seen ontrardiversasdi uldades,quevãodesdeadi uldadeda onstruçãodeumtabuleiroemque
sejapráti omúltiplosjogadoresjogarem,atéaofa todenãohaverregras laraseespe í assobre
quemganhaequemperde.
Aolongodeste apítulo,nãoérelevantequalaregraquepermitedeterminaroven edor,massim
ofa todequeépossível onstruirpelomenosum aminhoqueligueduasfa esopostas.
AdemonstraçãodequeoTeoremadoHexdedimensão
n
éequivalenteaoTeoremadoPontoFixo deBrouwerpode serobtidaatravésdeuma generalizaçãodademonstraçãoparaadimensãodoisapresentadano apítuloanterior. Àsemelhançado apítuloanterior,ademonstraçãodoTeorema
doHexparaadimensão
n
tambémfoi elaborada ombasenoartigodeDavid Gale[1℄.Aolongo deste apítulo, apresentar-se-ãoexemplos para o aso
n = 3
om vista auma melhor ompreensãoevisualização.2.1 O Tabuleiro de Hex
A denição do tabuleiro de Hex de dimensão
n
, apresentada a seguir, é uma generalização da denição1.5.2dotabuleiro (bidimensional)deNash,apresentadano apítulo anterior.Denição 2.1.1 Otabuleiro de Hexde dimensão
n
etamanhok
,H
n
k
, éum grafo ujos vérti es sãotodosospontosz = (z
1
, . . . , z
n
) ∈ Z
n
taisque
1 ≤ z
i
≤ k, i = 1, . . . , n
. Doisvérti esz
ez
′
são adja entes se|z − z
′
| = 1
ez
ez
′
são omparáveis(ou seja,
z
i
≤ z
′
i
,para todo oi = 1, . . . , n
,ouz
′
i
≤ z
i
,paratodo oi = 1, . . . , n
).Parasimpli aranotação,daquiparaafrentepassaremosadenotar
H
n
k
simplesmenteporH
. Para adai = 1, . . . , n
,asfa es deH
sãodenidasdoseguintemodo:H
i
−
= {z ∈ H|z
i
= 1}
e
H
+
Consideremos que os
n
jogadores não têm peças oloridas, mas sim peças numeradas e que o jogador-i
é aquele que joga om apeçai
, omi ∈ N = {1, 2, . . . , n}
. Entãopodemos denir a funçãoL
denidadeH
paraN = {1, 2, . . . , n}
queasso iaa adavérti eonúmerodapeça,rótulo, nele olo ada.Considerandoqueojogador-
i
, omi ∈ N = {1, 2, . . . , n}
,ganhouojogoentãoL
−1
({i})
permite-nos
determinar um aminho em
H
que liga asduas fa es opostasdo jogador-i
. Tal aminho, daqui paraafrente,serádesignadopor onjunto-i
ven edor.2.2 O Teorema do Hex
Antes deenun iaroTeoremadoHexdedimensão
n
vamosapresentaralgumasdeniçõese resul-tadosteóri osne essáriosparaasuademonstração.Come emospordenirotabuleirodeHexaumentado,
H
b
, omosendoformadoportodososvérti esz ∈ Z
n
, om
0 ≤ z
i
≤ k + 1
,i = 1, . . . , n
,edenimosaindaasfa esdeH
b
doseguintemodo:b
H
i
−
= {z ∈ b
H|z
i
= 0}
eb
H
i
+
= {z ∈ b
H|z
i
= k + 1}
, omi = 1, . . . , n
. Sejae
i
o
i
-ésimove torunitárioemR
n
eseja
e ∈ R
n
ove tor ujas oordenadassãotodasiguais
a
1
,ouseja,e = (1, . . . , 1)
.De seguida apresentamos adenição desimplex, uma dasdeniçõesmais importantespara esta
se ção. Denição 2.2.1 Um simplex de
R
n
(n
-simplex)éum tuploσ = (z
0
, . . . , z
n
)
de (n + 1
) vérti es, ondez
i
∈ Z
n
, om
i = 0, . . . , n
,tal quez
i+1
− z
i
= e
r
paraalgum
r ∈ N
ei = 0, . . . , n − 1
ez
i+1
− z
i
6= z
j+1
− z
j
para
i, j = 0, . . . , n
, omi 6= j
.Ditode outraforma,um simplexéumtuplo devérti estaisquepara seobterovérti eseguinte
seadi ionaumve torunitárioaovérti eanteriorenummesmosimplexnun aseadi ionamdois
ve toresunitáriosiguais.
Exemplo2.2.1 Consideremos,para
n = 3
,otuploσ
0
= (0, e
1
, e
1
+e
2
, e)
. Estesvérti esveri am
a denição2.2.1, então
σ
0
éum simplex deR
3
. Nagura 2.1podemos observar a representação
deste simplex.
Comoveremos,umsimpleximportanteaolongodestase çãoéosimplex
σ
0
= (0, e
1
, e
1
+e
2
, . . . , e)
.
Como podemos veri ar pela denição 2.1.1, quaisquer dois vérti es de um simplex em
H
b
são adja entes.Se a um simplex
σ = (z
0
, . . . , z
n
)
retirarmos um vérti e obtemos um tuplo de
n
vérti es que designaremospor fa eta,denidadaseguinte forma:Denição 2.2.2 Chamamos fa eta-
i
do simplexσ
aotuploden
vérti es,τ
i
= (z
0
, . . . , z
i
−1
, z
i+1
,
. . . , z
n
)
x
y
z
b
b
b
b
Figura2.1:Representaçãodosimplex
σ
0
.Considerando osimplex
σ
0
= (0, e
1
, e
1
+ e
2
, . . . , e)
a fa eta-0 vaiser
τ
0
= (e
1
, e
1
+ e
2
, . . . , e)
, a
fa eta-1 vai ser
τ
1
= (0, e
1
+ e
2
, . . . , e)
eassim su essivamente. Repare-seque
τ
n
= (0, e
1
, e
1
+
e
2
, . . . , e
n
−1
)
perten ea
H
b
−
n
.Paraademonstraçãoquepretendemos onstruirpre isamosaindadenirsimplexesvizinhos.
Denição 2.2.3 O vizinho-
i
deσ = (z
0
, . . . , z
i
, . . . , z
n
)
, para
0 < i < n
, é o simplexeσ
i
ujos
vérti essãoosmesmosde
σ
ex eptoz
i
,queésubstituído pore
z
i
= z
i
−1
− z
i
+ z
i+1
. Ovérti eez
i
é hamado o ompanheirodez
i
emrelaçãoaσ
. Repare-sequedefa toeσ
i
satisfazadenição 2.2.1 omomostramosdeseguida.
Seja
σ = (z
0
, . . . , z
i
−1
, z
i
, z
i+1
, . . . , z
n
)
,então omo
σ
éumsimplex podemoses reverquez
i
= z
i
−1
+ e
r
(2.1) equez
i+1
= z
i
+ e
s
,
(2.2) omr 6= s
.Então,usando2.1 temosque
e
z
i
= z
i
−1
− z
i
+ z
i+1
= z
i
−1
− z
i
−1
− e
r
+ z
i+1
= z
i+1
− e
r
e
z
i
= z
i
−1
− z
i
+ z
i+1
= z
i
−1
− z
i
+ z
i
+ e
s
= z
i
−1
+ e
s
.
Logo, podemos on luir que
eσ
i
satisfaz a denição 2.2.1.
eσ
i
satisfaz também apropriedade de
simetria, ou seja,
eσ
i
é o vizinho-
i
deσ
se e somente seσ
é o vizinho-i
deeσ
i
e que
σ
eeσ
i
se
interse tamnafa eta-
i
omumaambos,ouseja,σ ∩
eσ
i
= τ
i
. Denição 2.2.4 Ao tuploe
σ
0
= (z
1
, . . . , z
n
,
e
z
0
)
hamamos vizinho-0
deσ = (z
0
, . . . , z
n
)
, ondeez
0
= z
1
− z
0
+ z
n
, e ao tuploeσ
n
= (
e
z
n
, z
0
, . . . , z
n
−1
)
hamamos vizinho-
n
deσ
, ondeez
n
=
z
n
−1
− z
n
+ z
0
. Tambémneste aso,
z
0
eez
0
,bem omoz
n
ez
e
n
,são hamados ompanheiros.
Note-sequea onstruçãode
σ
e
0
e
eσ
n
onduz-nostambémasimplexeseque,se
eσ
0
éovizinho-
0
deσ
, entãoσ
éovizinho-n
deeσ
0
e
σ ∩
eσ
0
éafa eta-0de
σ
eafa eta-n
deeσ
0
.
Exemplo2.2.2 Consideremos novamente o simplex
σ
0
paran = 3
representado na gura 2.1. Apli andoasdeniçõesanteriores, osvizinhos-i
deσ
0
, omi = 0, . . . , 3
são:eσ
1
0
= ((0, 0, 0); (0, 1, 0); (1, 1, 0); (1, 1, 1))
,eσ
2
0
= ((0, 0, 0); (1, 0, 0); (1, 0, 1); (1, 1, 1))
,eσ
0
0
= ((1, 0, 0); (1, 1, 0); (1, 1, 1); (2, 1, 1))
eeσ
3
0
= ((0, 0, −1); (0, 0, 0); (1, 0, 0); (1, 1, 0))
.Neste aso
eσ
3
0
nãoperten eaH
b
, omo sepode observarna gura2.2. ProlonguemosafunçãoL
aH
b
denindo-anasfa esdeH
b
doseguintemodo:b
L(z) =
(
min{i|z ∈ b
H
i
−
}
sez ∈
S
n
i=1
H
b
i
−
,
min{i|z ∈ b
H
i
+
}
aso ontrário.
(2.3)
Afunção
L
b
denidaparaasfa esdeH
b
nãodependedafunçãoL
denidaemH
epode-se on luir que sez = (z
1
, . . . , z
n
) ∈
S
n
i=1
H
b
i
−
, b
L(z) = i
, sendoi
o menor índi e das oordenadas nulas. Analogamente,sez = (z
1
, . . . , z
n
) /
∈
S
n
i=1
H
b
i
−
,entãoL(z) = i
b
, ondei
éomenordos índi es das oordenadasdevaloriguala(k + 1)
.Exemplo2.2.3 Consideremosnovamenteosimplex
σ
0
dagura2.1. Osrótulosassinalados om⋆
na tabela 2.1 dependem da função
L
. Estes rótulos resultam apenas das peças que ao longo do jogo se vão olo ando nestes vérti es. Os restantes valores dos rótulos obtêm-se através doprolongamentoda função
L
.Denição 2.2.5 Um simplex
σ
diz-se ompletamente rotulado, se a restriçãoL
b
|σ
: σ → N
for sobreje tiva. Dene-se fa eta ompletamente rotulada de formaanáloga.Osimplex
σ
0
easuafa eta-n
,τ
n
= (z
0
, . . . , z
n
−1
)
,são ompletamenterotuladosumavezque,por
2.3,osvérti esde
τ
n
x
y
z
b
b
b
b
b
b
b
b
Figura2.2:Representaçãodosimplex
σ
0
edosseusvizinhos.Tabela2.1:Vizinhosde
σ
0
,fa etasem omum omσ
0
erótulosdosrespe tivosvérti es.Vizinhosde
σ
0
Fa etaem omum omσ
0
Rótuloseσ
1
0
= ((0, 0, 0); (0, 1, 0); (1, 1, 0); (1, 1, 1))
Fa eta-1 (1,1,3,1⋆
)eσ
2
0
= ((0, 0, 0); (1, 0, 0); (1, 0, 1); (1, 1, 1))
Fa eta-2 (1,2,2,1⋆
)eσ
0
0
= ((1, 0, 0); (1, 1, 0); (1, 1, 1); (2, 1, 1))
Fa eta-3 (2, 3,1⋆
,1⋆
)Denição 2.2.6 Seja
Γ
ografo ujos vérti es são os simplexes ompletamente rotulados emH
b
. Doisvérti esσ
eσ
e
são adja entes se são vizinhos ese a suafa eta em omum é ompletamente rotulada.Lema2.2.1 Cada vérti e
σ
deΓ
temno máximograu2. Demonstração: Sejaσ = (z
0
, . . . , z
n
)
ompletamenterotulado. Logo,existemexa tamentedois
vérti es
z
i
e
z
j
omomesmorótulo. Entãoqualquerfa etadiferentede
τ
i
e
τ
j
nãoé ompletamente
rotulada. Consequentemente,ograude
σ
énomáximo2.Lema2.2.2 Osimplex
σ
0
tem exa tamente um vizinho ompletamente rotulado,ou seja,o grau deσ
0
é1.Demonstração: Dadoqueovérti e
e
ésempreumdosquetemrótulo repetido, ome emospor veri arseeσ
n
0
éadja ente aσ
0
. Comoeσ
n
0
= (−e
n
, 0, . . . , e
1
+ . . . + e
n
−1
)
,entãoeσ
n
0
∈ b
/
H
, logoσ
e
n
0
nãoéadja entea
σ
0
.Seja
L(e) = i
. Então o outro vérti e deσ
0
om o mesmo rótulo éP
i
−1
j=0
e
j
(assumindo quee
0
= (0, . . . , 0)
Se
i > 1
,o ompanheirodeP
i
−1
j=0
e
j
ée
1
+ . . . + e
i
−2
+ e
i
,queperten ea
H
b
. Portanto, neste asoσ
0
temapenasumvizinho ompletamenterotulado.Se
i = 1
,entãoooutrovérti e omrótulo1
éovérti e0
eovizinho-0
deσ
0
é(e
1
, e
1
+e
2
, . . . , e, e
1
+e)
queé ompletamenterotuladoeperten ea
H
b
.Como pelo lema2.2.1 ada vérti e
σ
deΓ
temnomáximograu2
, entãopodemosapli ar olema A.1.1 e,uma vez que pelo lema2.2.2σ
0
tem grau 1, então podemos on luirqueσ
0
é ovérti e ini ialdeum aminhoP = (σ
0
, σ
1
, . . . , σ
m
)
.Sãoaindane essáriososdoislemasseguintesparademonstraroresultadoprin ipaldestase ção.
Lema 2.2.3 Sejam
P = (σ
0
, σ
1
, . . . , σ
m
)
um aminho sobreΓ
eτ
n
= (z
0
, . . . , z
n
−1
)
afa eta-
n
deσ
m
. Seτ
n
é ompletamenterotulada eestá ontidaem
H
b
−
n
,entãoτ
n
oin ide omafa eta-
n
deσ
0
.Demonstração: Come emospor provar que
z
0
= 0
. Suponhamos quez
0
= (z
0
1
, . . . , z
n
0
) > 0
, entãoz
0
r
> 0
para algumr ∈ {1, . . . , n − 1}
. Note-se que seτ
n
∈ b
H
−
n
entãoz
i
n
= 0
, parai = 0, . . . , n − 1
. Mas se a oordenadar
dez
0
é maior que zero então a oordenada
r
dez
i
é
maiorquezeroparatodoo
i ∈ {1, . . . , n − 1}
,poispeladenição2.2.1sabemosquez
i+1
= z
i
+ e
r
,
logo podemos on luir que
τ
n
não tem nenhum vérti e omrótulo
r
edeste modoτ
n
não seria
ompletamente rotulada. Mas porhipótese
τ
n
é ompletamente rotulada, logo, on luímosque
z
0
= 0
.
Do mesmo modo podemos on luir que
z
1
= e
1
, pois se
z
1
fosse um qualquer ve tor unitário
diferente de
e
1
entãonenhum vérti e de
τ
n
teria rótulo
2
. O mesmo argumento podeser usado paramostrarquez
2
− z
1
= e
2
eassimsu essivamente.
Destemodo aprovadoqueafa eta-
n
deσ
m
éigualàfa eta-n
deσ
0
,ouseja,τ
n
= (0, e
1
, . . . , e
1
+
. . . + e
n
−1
)
.
Lema 2.2.4 Para um qualquer aminho
P = (σ
0
, σ
1
, . . . , σ
m
)
, uma das fa etas ompletamente rotuladas deσ
m
está ontidaemalguma fa eH
b
+
i
deH
b
.Demonstração: Seja
σ
m
= (z
0
, . . . , z
n
)
. Para provarmos que uma das fa etas ompletamente
rotuladasde
σ
m
está ontidaem algumafa eH
b
+
i
deH
b
, vamosusarofa to deσ
m
−1
seroúni o vizinho ompletamenterotuladodeσ
m
. Então,paraalgumi
,existeumvérti ez
i
ujo ompanheiro
ez
i
não perten e a
H
b
. Esse vérti e só pode serz
0
ouz
n
porque para0 < i < n
,e
z
i
veri az
i
−1
<
e
z
i
< z
i+1
e omoz
i
−1
ez
i+1
perten emaH
b
entãoz
e
i
tambémperten eaH
b
. Suponhamosagoraqueovizinho-n
deσ
m
nãoestá ontidoemH
b
. Logoz
e
n
= z
0
− z
n
+ z
n
−1
não
perten ea
H
b
. Maisumavezpeladenição2.2.1,z
n
− z
n
−1
= e
r
,então,paraalgum
r ∈ {1, . . . , n}
:ez
n
= z
0
− z
n
+ z
n
−1
= z
0
− (z
n
− z
n
−1
)
= z
0
− e
r
.
Logo, para que
z
e
n
∈ b
/
H
a oordenada
r
dez
0
éigual a zeroe assim a oordenada
r
dez
e
n
será
negativa. Mas, mais uma vez pela denição 2.2.1, a oordenada
r
dez
i
é igual a zero, para
i = 0, . . . , n − 1
,logopodemos on luirqueafa eta-n
,τ
n
, deσ
m
está ontidaemH
b
−
r
. Mas,por 2.3,τ
n
sópodeterrótulos
i
parai ≤ r
, assim,umavez queτ
n
que
r = n
eportantoτ
n
está ontida em
H
b
−
n
. Apli ando o lema2.2.3 podemos on luirque a fa eta-n
deσ
m
oin ide omafa eta-n
deσ
0
,oqueimpli a queP
seriaum i lo, ontradizendo ahipótesedeP
serum aminho. Logoovizinho-n
deσ
m
está ontidoemH
b
.Suponhamosagoraque
σ
m
não temvizinho-0,entãoe
z
0
= z
1
− z
0
+ z
n
∈ b
/
H
. Mas peladenição
2.2.1sabe-seque
z
1
− z
0
= e
r
paraalgum
r ∈ {1, . . . , n}
,entãoez
0
= z
1
− z
0
+ z
n
= e
r
+ z
n
.
Logo,para que
z
e
0
∈ b
/
H
a oordenada
r
dez
n
éiguala
k + 1
. Mas, uma vezmais pela denição 2.2.1,a oordenadar
dez
i
éiguala
k + 1
paratodooi = 1, . . . , n
. Portanto,pode-se on luirque afa eta-0
deσ
m
está ontidaemH
b
+
r
.Estamosagoraem ondiçõesdeenun iaredemonstraroTeoremadoHex.
Teorema 2.2.1 (Teorema do Hex) Para qualquer função
L
deH
paraN
existe pelo menos umi ∈ N
tal queL
−1
({i})
ontém um onjunto-
i
ven edor que ligaH
−
i
eH
+
i
.Demonstração: Consideremos o aminho
P = (σ
0
, σ
1
, . . . , σ
m
)
. O vérti eP
i
k=0
e
k
, omi =
0, . . . , n − 1
, tem rótuloi + 1
eperten e aH
b
−
i+1
. Pelo Lema 2.2.4 on luímosqueσ
m
temuma fa eta ompletamente rotulada ontidaemH
b
+
i
,logo,temumvérti e omrótuloi
queperten eab
H
i
+
,para algumi = 1, . . . , n
.Então podemos on luir que existe um aminho que liga duas fa es opostas, ou seja, podemos
on luirqueexisteumven edor. Esseven edor a determinadoatravésdosvérti es ujo rótulo
éigualaoíndi e dafa eatingida pelo aminho
P
. Estesvérti esperten em ao aminhoqueliga fa esopostasH
b
−
i
eH
b
+
i
,paraalgumi = 1, . . . , n
, andoassimprovadooTeoremadoHex.2.3 Conjunto-
i
ven edorPartindodademonstração apresentadana se çãoanteriorépossível onstruir um algoritmoque
permiteen ontrarum onjunto-
i
ven edor.Deseguidaapresenta-seoreferidoalgoritmo,passoporpasso,partindodosimplex
σ
0
. 1. Veri a-seorótulodovérti ee
.Seja
L(e) = i + 1
, para algumi = 0, . . . , n − 1
. Então al ula-seo vizinho-i
deσ
0
,σ
e
i
0
, e designa-seonovosimplexporσ
1
.2. Veri a-seorótulode
z
e
i
.
Nosimplex
σ
1
háexa tamenteumoutrovérti e omomesmorótulodez
e
i
,poisafa eta-
i
deσ
0
é ompletamenterotulada. Substitui-se aquelevérti epeloseu ompanheiroedesigna-se onovosimplexporσ
2
. Analisandoosdoisvérti esdeσ
2
quetêmomesmorótulo, o pro e-dimentorepete-seaté en ontrarumsimplex quetenhaumafa eta ompletamente rotuladaontidaem
H
b
+
i
,paraalgumi = 1, . . . , n
.O onjunto-
i
ven edor éformado portodos osvérti es om rótuloi
em adaum dos simplexes, ondei
orrespondeaoíndi e dafa e atingidanonal doalgoritmo.dimensão 3etamanho 3dagura2.3,preen hidode forma aleatóriaeosimplex
σ
0
= (0, e
1
, e
1
+
e
2
, e
1
+ e
2
+ e
3
)
.x
y
z
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
b
L(
) = 1
L(
) = 2
L(
) = 3
Figura2.3:Tabuleiropreen hidodeformaaleatóriaem
H
3
3
.Osrestantesvérti esdeH
b
respeitamaregraL
b
.1 o
Passo: Começamos por veri arorótulo dovérti e
(1, 1, 1)
. ComoL(1, 1, 1) = 1
,então vamos al ular ovizinho-0
deσ
0
edesignamos onovo simplexporσ
1
.Portanto,
σ
1
= ((1, 0, 0); (1, 1, 0); (1, 1, 1); (2, 1, 1))
. 2o
Passo: Veri amos o rótulo de
z
e
0
. Como
L(
e
z
0
) = 1
e o outro vérti e de
σ
1
om rótulo1
é o vérti e(1, 1, 1)
, então substituímos este vérti e pelo seu ompanheiro, ou seja, al ulamos o vizinho-2
deσ
1
obtendoσ
2
= ((1, 0, 0); (1, 1, 0); (2, 1, 0); (2, 1, 1))
. Note-se que os rótulos dos vérti esdeσ
2
são respe tivamente 2,3, 3e1.Repetindo opro edimentosu essivamente,obtemos osseguintessimplexes: