DETERMINANTES NEUROLOGICOS DO CONTROLE DO PESO E DO APETITEa
Luan da costa Bragab
Mikele Costa de Limab
Rodrigo Lopes da Costab
Tiago dos Santos-Nascimentoc
RESUMO
Antes de a barriga roncar, uma serie de hormônios começam a se mobilizar no nosso
organismo. Porque sentimos fome? Como a fome é saciada? Quais são os hormônios
sinalizadores da fome e da saciedade? E qual o papel do exercício físico no controle da massa corporal do indivíduo? Objetiva-se com esse estudo compreender o que acontece no nosso organismo quando estamos com fome, quais os componentes neurológicos que determinam o apetite e consequentemente o controle da massa corporal do indivíduo e por fim, qual papel do exercício físico nesse processo. Faz-se necessário conhecer melhor o assunto, assim, através de levantamento bibliográfico procura-se apresentar concepções conceituais sobre os questionamentos citados acima.
Palavras-chave: Controle do apetite, Hormônios, Exercício Físico. ________________
aTrabalho apresentado como pré-requisito para a aprovação da disciplina de Neurociências do curso de graduação de Ed. Física da
Faculdade do Vale do Jaguaribe- FVJ- Em Aracati-ce.
b Alunaodo curso de Licenciatura em Educação Física - Faculdade do Vale do Jaguaribe- FVJ- Em Aracati-ce. cProfessor Dr. da Faculdade do Vale do Jaguaribe- FVJ- Em Aracati-ce. tiagonascimento@fvj.br
1. PORQUE SENTIMOS FOME?
Quando nosso estomago se encontra vazio, é produzido um hormônio chamado grelina, esse hormônio por sua vez manda sinais para o hipotálamo, estrutura cerebral responsável pelo controle do apetite. Por sua vez, este responde com o aviso que é hora de comer. Quando nos alimentamos esses níveis de grelina altos na fome, consequentemente caiem. Além disso, esse hormônio nos deixa mais sensível a cheiros, pelo fato de atuar estimulando o bulbo olfativo, região cerebral responsável por decodificar odores.
É comum quando passamos muito tempo sem ingerir alimentos, a fome ser acompanhada por aquele barulho que soa na barriga, isso ocorre pelo fato dos músculos do nosso estomago vazio começarem a contrair (movimentos peristálticos). Esse movimento empurra o ar de dentro do estomago para a válvula pilórica, estrutura do nosso corpo que divide o estomago do intestino delgado, causando assim os conhecidos roncos de fome.
2. COMO O CÉREBRO ENTENDE QUE EU COMI?
O responsável por essa interpretação chama-se Hipotálamo, estrutura cerebral citada
acima. O hipotálamo representa cerca de 1% da massa total do encéfalo, é um órgão muito
pequeno mas de importância indiscutível. Por meio de uma serie de sinalizadores hormonais esse órgão capta os níveis das reservas energéticas. Os principais sinalizadores dos níveis energéticos são a leptina, insulina e grelina. Em resposta a esses sinalizadores o hipotálamo instiga células nervosas de acordo com a necessidade, causando assim as sensações de saciedade ou de fome.
Para entendermos melhor o mecanismo da saciedade, precisamos saber que quando comemos, as células de gordura que constituem o tecido adiposo liberam uma substancia que se chama leptina. Quando os níveis de leptina estão altos o individuo se sentirá satisfeito, consequentemente quando esses níveis estão baixos, surge à vontade de nos alimentarmos. Esse hormônio regula nossa fome, logo influência na perda ou no ganho da massa corpórea.
Alguns questionamentos como o porquê que mesmo estando sem fome em alguns momentos sentimos vontade de comer. Podem ser explicados. A alimentação tem um lado hedonista, ou seja, nos alimentamos para sentir prazer. Assim como as drogas, os alimentos
atuam no nosso cérebro estimulando vias que liberam outro hormônio chamado dopamina.A
presença desse neurotransmissor em determinadas regiões cerebrais nos motiva a comer mais do que o necessário. Essa substância é liberada em resposta a alimentos saborosos, que tornam o ato de comer prazeroso.
Outro neurotransmissor que atua na sensação de prazer alimentar é a serotonina, os níveis cerebrais dessa substância antes da refeição ser efetuada estão baixos, aumentando durante a refeição, a sensação de prazer ocorre principalmente quando ingerimos alimentos gordurosos e ricos em proteínas, pois a serotonina é criada de um aminoácido, o triptofano. Passado algum tempo depois da refeição, as taxas de insulina, hormônio que é produzido pelo pâncreas age, colocando a glicose para dentro das células ficam baixas. Este é o sinal de que o
corpo absorveu toda a energia fornecida pelos alimentos ingeridos. Captado isso o hipotálamo emite um alerta sobre a necessidade de comer.
3. O PAPEL DO EXERCÍCIO FÍSICO NO CONTROLE DA MASSA CORPÓREA
O exercício físico não tem atuação direta nos hormônios que inibe e que estimula o apetite que são a leptina e a grelina, por outro lado age de forma indireta por meio do déficit de energia que ocorre durante a atividade e a partir disso existe a atuação hormonal para que exista o controle desse déficit. A alteração direta acontece através dos receptores que no caso de indivíduos obesos, não são suficientes para gerar a sensação de saciedade, pois o sistema nervoso central possui baixa concentração de receptores do hormônio da saciedade, ou seja há maior resistência a leptina e menor sensação de saciedade. Um estudos que aborda a leptina, Olive e Miller (2001) investigaram os efeitos decorrentes de diferentes sessões de exercício sobre os níveis de leptina em indivíduos treinados. Concluiu-se que exercício prolongado e de moderada intensidade, diminuiu os níveis de leptina, com um atraso de 48h após a pratica do exercício. No entanto, uma atividade física de curta duração e de intensidade máxima, não afeta os níveis de leptina.
Com relação à grelina não a tantos estudos ligando exercício físico diferentemente da leptina, porém os poucos estudos mostram que a atividade física promove poucas alterações
nos níveis desse hormônio no corpo.(MOTA, GR; ZANESCO, A, 2007). Um estudo apurou
que após um ano de praticas de exercícios aeróbios em mulheres com sobrepeso, após o período da menopausa, a concentração plasmática de grelina aumentou. Esse aumento aconteceu mesmo na ausência de dieta ou alterações no consumo energético. Entretanto, segundo os autores, o incremento dos níveis de grelina não ocorreu devido a pratica de exercício em si, mas sim pela perda de peso (FOSTER-SHUBERT, et al, 2005).
Por último, um estudo recente realizado por KING e colaboradores (2009) relatam que os efeitos da pratica do exercício físico sobre a regulação do apetite do individuo envolve dois processos: aumento considerável da ingestão alimentar e um aumento conjunto na saciedade da alimentação.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muitos neurotransmissores e estruturas do Sistema Nervoso Central atuam na regulação do comportamento alimentar. O hábito alimentar está totalmente relacionada ao
cérebro, e que a relação entre os aspectos neurais, endócrinos e comportamentais no processo de regulação da fome e saciedade estão intimamente relacionados ao comportamento alimentar.
Diante de todas as considerações sobre o hábito alimentar vale a pena consultar profissionais da área de nutrição, psicologia, educadores físicos e médicos. Pois para manter o peso corpóreo e a saúde é preciso manter saudáveis seus hábitos alimentares, sua mente e seu corpo.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Artigo: Leptina, Grelina e Exercício Físico. GUSTAVO R. DA MOTA E ANGELINA ZANESCO.
OLIVE, J.L.; MILLER, G.D. Differential effects of maximal- and moderate-intensity runs on plasma leptin in healthy trained subjects. Nutrition, n 17, v 5, p 365-9, 2001
HALPERN, Z.S.C.; RODRIGUES, M.D.B.; DA COSTA, R.F Determinantes fisiológicos do controle do peso e apetite. Physiological Determinants of Weight and Appetite Control
Grelina: resposta para a fisiopatologia da obesidade? Disponível em: <http://antropometria.webnode.com/cienciafoco/colunas-anteriores/> Acesso em: 26 de set. de 2015.
FOSTER-SCHUBERT, K.E., MCTIERMAN, A., FRAYO, R.S., et al. Human plasma ghrelin levels increase during a one-year exercise program. J Clin Endocrinol Metab, v 90, n 2, p 820-5, 2005.
Exercício Físico e a Liberação dos Hormônios Grelina e Leptina Saúde & Performance –
Fisiologia Disponível em: <http://www.rgnutri.com.br/sp/fisiologia/efl.php> Acesso em 16 de out. de 2015.