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AVALIAÇÃO DO EXTRATO BRUTO DE AMBURANA CERAENSIS NA TOXICIDADE AGUDA E NA ATIVIDADE SOBRE O TRÂNSITO INTESTINAL DE CAMUNDONGOS

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Academic year: 2021

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AVALIAÇÃO DO EXTRATO BRUTO DE AMBURANA CERAENSIS NA TOXICIDADE AGUDA E NA ATIVIDADE SOBRE O TRÂNSITO INTESTINAL DE CAMUNDONGOS

Lígia Camargo dos Santos1, Naiara Rosa de Souza2, Wesley Maurício de Souza3, Luciana Nowacki4.

1

Lígia Camargo dos Santos. Aluna do curso de Tecnologia em Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);

2

Naiara Rosa de Souza. Aluna do curso de Tecnologia em Bioprocessos e Biotecnologia da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);

3

Wesley Mauricio de Souza, Farmacêutico, Prof. Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);.

4

Luciana Nowcaki Bióloga, Prof. Dr. Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR);

Endereço para correspondência: Luciana Nowacki, lunowacki@hotmail.com

______________________________________________________________________ RESUMO: Amburana cearensis pertence à família Leguminoseae papilionoideas

(Fabacea), possui uma ampla distribuição no Brasil, ocorrendo no Norte, Nordeste e

Centro-Oeste. Amburana cearensis., destaca-se dentre as espécies com mais de um uso, referida para mais de cinco usos medicinais. O ensaio do trânsito intestinal em camundongos demonstrou uma significativa redução da motilidade intestinal dos animais após administração do extrato de A. cearensis nas concentrações (1000, 3000, 5000mg/Kg v.o.), quando comparados com o controle, sem apresentar toxicidade nas diferentes doses.

Palavras-chave: Amburana cearensis, Toxicidade, Trânsito intestinal.

______________________________________________________________________ ABSTRACT: Amburana cearensis belongs to the family Leguminoseae Papilionoidea (Fabaceae), has a wide distribution in Brazil, occurring in the North, Northeast and Midwest. Amburana cearensis, stands out among the species with more than one use, that for more than five medicinal uses. The test of intestinal transit in mice showed a significant reduction in motility of the animals after administration of the extract of A.

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cearensis concentrations (1000, 3000, 5000mg/kg po), when compared with the control,

without showing toxicity in different doses.

Keywords: Amburana cearensis, Toxicity, Transit intestine.

1. INTRODUÇÃO

A. cearensis pertence à família Leguminoseae papilionoideas (Fabacea) possui

uma ampla distribuição no Brasil, ocorrendo no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, apresentando-se como uma árvore frondosa, a qual pode atingir até 15m de altura, com flores brancas, vagem achatada e casca do caule vermelho-pardacenta cujo agradável odor é conferido pela cumarina, suas sementes são pretas, aladas e exalam forte cheiro de cumarina (semelhante à baunilha), a floração ocorre no início da estação seca, entre maio e julho, e a frutificação se dá de agosto a outubro. (Ramos et al., 2004).

Suas aplicações são largamente empregadas na carpintaria, comercializada com o nome de cerejeira-do-nordeste, sua madeira é utilizada na fabricação de móveis. (Ramos et al., 2004).

Segundo Marques (2006), a casca do caule é utilizada na medicina popular na preparação de “lambedôs” caseiros para tratamento de doenças respiratórias, como gripe, resfriado, bronquites e asma. Industrialmente, a forma farmacêutica disponível é o xarope de cumaru, produzido pelo Programa Farmácias Vivas, Farmácia-Escola/UFC.

Ensaios farmacológicos pré-clínicos demonstram atividade antiinflamatória, broncodilatadora e analgésica para extrato hidroalcoólico de A. cearensis. (Ramos et al., 2004).

Levantamentos revelaram que, apesar da ação comprovada e do uso difundido do xarope cumaru, constituintes químicos haviam sido relatos em literatura somente para as cascas do caule de A. cearensis, sendo eles Cumarina, Isocampferídio, Amburosídio A e Amburosídio B. (Marques et al., 2006).

Amburana cearensis, destaca-se dentre as espécies com mais de um uso, referida

para mais de cinco usos medicinais. No tratamento das doenças do sistema reprodutivo, problemas como amenorréia, dismenorréia, inflamações ovarianas e prostáticas. Tratamento das doenças do sistema respiratório como, tratamento de tosses, seguidos de bronquite, gripes, asmas e coqueluches, podendo também ser utilizada na fabricação de um pó fino empregado para induzir espirros no tratamento de congestão nasal por acúmulo de secreção, a casca do caule de Amburana cearensis, é indicada para inalação

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no tratamento de sinusites. Referidas também indicações para o sistema digestivo como, estomáquico, antidiarréico e nas doenças hepática. (Agra et al., 2007).

Em virtude do uso difundido de A. cearensis para fins medicinais e da escassez de relatos fitoquímicos na literatura, tornou-se imprescindível à realização do seu estudo, visando à descoberta dos possíveis responsáveis pelas propriedades terapêuticas da espécie. O presente trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos farmacológicos de extrato bruto de Amburana cearensis na toxicidade aguda e a atividade sobre o trânsito intestinal em camundongos.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Processo de Extração

As sementes de Amburana cearensis foram coletadas das vagens diretamente das árvores na cidade de Barro Alto Bahia 2008, com altitude 705m e latitude -11 45’ 39’’. Os caracteres morfológicos observados foram: tamanho, forma e ausência de fungos, as sementes foram mantidas em condições ambiente. Com o auxílio de um moinho foi efetuado o processo de moagem com a finalidade de reduzir mecanicamente, o material vegetal a fragmentos de pequenas dimensões, preparando-o para a etapa de extração a quente, foi utilizado 1000g da semente de A. cearensis para 3000ml. A solução obtida passou pelo rota vapor com finalidade de obter uma solução com quantidade de água reduzida, a solução foi despejada em béquer e levada ao liofilizador para obtenção do extrato bruto. (Matos et al., 2000).

2.2 Testes gerais de atividade farmacológica

Os testes gerais foram realizados em camundongos adultos, administrados com o extrato A. cearensis obtidas das sementes nas doses (1000mg / 3000mg / 5000mg/Kg por v.o.). Simultaneamente, os grupos controle foram injetados com veículo (solução salina). Os animais foram observados por um período de 5-5 minutos por 1h, de hora em hora por 4hs, 8, 12, 24, 48, 72hs. (OMENA et al., 2007).

2.3 Determinação do trânsito intestinal

Grupos de camundongos foram tratados com água, salina (10ml/Kg v.o), atropina (1mg/Kg, i.m.) e A. Cearensis (1000mg / 3000mg / 5000mg/Kg p.o). Após 30

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minutos, foi administrado azul de metileno (0,02% 0,1mL/Kg) por via oral, a todos os animais. Após 30 minutos os animais foram ortoeutanasiados e foi efetuada a remoção do intestino delgado. Mediu-se a distância percorrida pelo azul de metileno do piloro até a última porção do intestino que contia ao menos 1cm de azul de metileno. A distância foi expressa como porcetagem da distância percorrida pelo azul de metileno no comprimento total do intestino delgado, sendo as médias ± erros do padrão da média expressos em gráficos e tabela.(Nowacki et al., 1997).

2.4 Estudos de toxicidade aguda em camundongos

Grupos de 10 camundongos foram usados para cada dose de A. cearensis extrato foram administrados por v.o. em suspensões preparadas conforme descrito acima, em (1000mg / 3000mg / 5000mg/Kg e 10000mg/Kg v.o.). Os animais foram observados aos 15, 30, 60, 120 e 240 min, sem ingestão de alimentos e água. Após esse período, os animais foram observados quanto à morbilidade e mortalidade, uma vez por dia, durante 13 dias, com comida e água ad libitum. Após esse tempo, os animais foram ortoeutanasiados e submetidos à necropsia macroscópicas e microscópicas. (FONTOURA et al., 2005).

2.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os dados foram expressos como médias ± erro padrão das médias. O teste ANOVA foi usado para determinar a significância entre a diferença das médias dos efeitos de Amburana cearensis em relação ao controle. Seguido do teste de Tukey´s para determinar as diferenças entre os grupos tratados. Os valores foram considerados significativamente diferentes para p < 0,05 e p< 0,01. Os cálculos foram efetuados usando o software GraphPad Prims 5.0

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

O extrato bruto adquirido pelo processo de extração é pouco solúvel em água e extremamente higroscópico formando uma gelatina, o rendimento do extrato bruto foi

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Sal ina Atrop ina 1000 3000 5000 0 20 40 60 80 100 Salina Atropina 1000 3000 5000 Amburana cearensis mg/kg vo ** ** * * % A z u l d e M e ti le n o

de 78,72g de 1000g da semente triturada para 3000ml de água, supomos que o rendimento tenha sido baixo devido o método de extração utilizado.

Nos teste gerais de atividade farmacológica, como descrita por Omena (2007), nos camundongos administrados v.o. com extrato A. cearensis, nas doses de 1000mg / 3000mg / 5000mg/kg, observou-se miose derivada de possível sensibilidade, não foram observados sinais característicos de estimulação do SNC, alterações secretoras ou manifestações autonômicas, tais como piloereção.

No teste de toxicidade aguda não foi possível determinar a DL50 de A. cearensis (1000mg / 3000mg / 5000mg / 10000mg/Kg v.o.), porque o extrato obtido da semente não mostrou sinais de toxicidade sobre camundongos, indicando baixa toxicidade.

Através dos dados demonstrados no gráfico abaixo verificou-se que os resultados obtidos mostram um efeito relaxante do extrato de A. cearensis nas doses (1000mg / 3000mg / 5000mg/kg v.o.) na musculatura lisa intestinal, verificada em camundongos, o que justificaria a indicação popular da planta como antidiarréica.

A atropina, um fármaco utilizado como controle no teste de trânsito intestinal é um antagonista muscarinico que possui a capacidade de eliminar a ação da acetilcolina na motilidade intestinal, esse fármaco não apresenta efeitos detectáveis no SNC.

Supomos que a Amburana cearensis possua as mesmas características que o fármaco atropina, por apresentar redução do peristaltismo intestinal e também não apresentar efeitos detectáveis no SNC como piloereção ou dilatação de pupila.

O mecanismo de ação ainda está sendo investigado, mas é possível que a ação do extrato esteja relacionada com vias dopaminérgicas intestinais através da ativação de receptores dopaminérgicos pré e/ou pós-sinápticos, que poderiam, tal como ocorre no sistema nervoso central, modular vias colinérgicas que estão relacionadas com respostas motoras. (Rang e Dale., 1999)

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Fig 01. Avaliação do efeito miorelaxante da AC administrada vo em camundongos. Os animais foram tratados com AC nas doses de 1000, 3000 e 5000mg/kg ou com salina (controle), após 30 minutos todos os grupos receberam azul de metileno 2,5%. Após 30 os animais foram ortoeutanasiados e o caminho percorrido pelo azul de metileno foi avaliado e calculado a porcentagem de redução (ver tabela 01)

Tba01- Porcentagem de redução de peristaltismo induzido pela administração v.o. de A. cearensis apresentando redução do peristaltismo intestinal, justificando a indicação popular da planta como antidiarréica.

4. CONCLUSÃO

Os dados do presente estudo nos permitem concluir, que o extrato de A.

cearensis nas diferentes doses é capaz de atuar na musculatura intestinal de

camundongos sem provocar toxicidade sendo a melhor dose 3000mg/Kg, para maior comprovação desta hipótese, serão necessários maiores estudos, assim como realizar a purificação do extrato para o isolamento do(s) princípio(s) ativo(s) responsáveis pela atividade farmacológica da planta.

% REDUÇÃO DO PERISTALTISMO INTESTINAL

Média X +/- epm % Redução

Controle 89,375 / +/- 3,808 -

Atropina 67 / +/- 3,224 25%

A. cearensis 1000mg/Kg 67,125 / +/- 3,265 24,89%

A. cearensis 3000mg/Kg 61 / +/- 7,597 31,74%

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MATOS, L.G.; SANTOS,L.D.A.R.; VILELA, C.F.; PONTES, I.S.; TRESVENZOL, L.M.F.; PAULA, J.R.; COSTA, E.A. Estudo das atividades analgésica e antiinflamatória ETOH bruto

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RAMOS, Kennya Mara Oliveira, FELFILI, Jeanine Maria, FAGG, Christopher William. Desenvolvimento inicial e repartição de biomassa de A. cearensis ( Allemao)

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Referências

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