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FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL DA VILA PAULISTA EM RONDONÓPOLIS-MT

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS – CUR INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA – DEGEO

ADEVALDO AVELINO COSTA

FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL DA VILA PAULISTA EM RONDONÓPOLIS-MT

Rondonópolis-MT 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE RONDONÓPOLIS – CUR INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – ICHS

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA – DEGEO

ADEVALDO AVELINO COSTA

FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL DA VILA PAULISTA EM RONDONÓPOLIS-MT

Monografia apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso, como exigência parcial para obtenção do título de Licenciatura Plena em Geografia/ICHS/CUR/UFMT. Orientador: Professor Me Josenilton Balbino de Melo.

Rondonópolis-MT 2018

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Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.

C837f Costa, Adevaldo Avelino.

Formação socioespacial da Vila Paulista em Rondonópolis-MT / Adevaldo Avelino Costa. -- 2018

67 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Josenilton Balbino de Melo.

TCC (graduação em Geografia) - Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Humanas e Sociais, Rondonópolis, 2018.

Inclui bibliografia.

1. Colônia Agrícola.. 2. Rondonópolis.. 3. Vila Paulista.. 4. Socioespacial.. 5. Cultura.. I. Título.

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ADEVALDO AVELINO COSTA

FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL DA VILA PAULISTA EM RONDONÓPOLIS-MT

Esta monografia apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso, no Curso de Geografia, do ICHS/CUR/UFMT, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciatura Plena em Geografia, tendo sido aprovada pela banca examinadora abaixo identificada e assinada. Data da defesa: ____/____/ ______.

_____________________________________________________________ Prof. Me Josenilton Balbino de Melo – Orientador

____________________________________________________________ Profa. Dra. Adenilce Ferreira de Oliveira – Membro Avaliador

____________________________________________________________ Prof. Dr. Aires José Pereira – Membro Avaliador

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho à minha família, e a todos aqueles que contribuíram para a sua elaboração, em especial ao meu irmão Domingos Avelino Costa. (in memorian).

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus familiares, por apoiarem sempre minhas decisões e sempre se esforçarem para me oferecer o melhor, minha conquista não seria possível se vocês não estivessem presentes sempre e me dando todo apoio.

Aos amigos, agradeço pela parceria que sempre foi mola propulsora para que me desligasse dos problemas quando necessário, foram diversas as vezes que vocês me apoiaram e mostraram que por maior que fosse o problema sempre havia uma solução.

Aos professores do curso de Geografia da Universidade Federal de Mato Grosso do Campus de Rondonópolis, agradeço pelos ensinamentos, afinal vocês são os principais responsáveis pela minha formação e ensinar requer dedicação e paciência.

Agradeço em especial ao Professor Mestre Josenilton Balbino de Melo, que em mim acreditou e aceitou ser o orientador deste estudo, sempre com muita dedicação e profissionalismo, no qual dedicou horas de seu tempo para que o concluíssemos.

Agradeço aos antigos moradores de Vila Paulista, o senhor Alonso e a Senhora Darci Pereira Barbosa, pessoas estas que, pacientemente concederam as entrevistas que nortearam o desenvolvimento deste estudo. Agradeço ao Mario Antônio Santos que foi de suma importância para indicação dos pioneiros para as entrevistas.

Aos meus colegas de turma agradeço, em especial ao Claudiney Ramualdo, ao Gerson Vieira de Jesus e a Roselaine Alves de Araújo, pois sempre nos apoiamos uns aos outros e isso demonstra que estão sendo formados educadores que possuem não somente o conhecimento específico esperado da profissão, mas pessoas que têm o verdadeiro entendimento do trabalho em equipe.

Agradeço de maneira geral aqueles que contribuíram de certa forma para o alcance dessa conquista.

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RESUMO

A pesquisa apresenta um estudo sobre a implantação das colônias agrícolas na região de Rondonópolis, em especial, sobre a Vila Paulista, que surgiu no ano de 1949, através das políticas do Governo Federal. No decorrer do estudo, fez se necessário a revisão de bibliografia sobre o assunto, ressaltando a discussão sobre o conceito de espaço rural e espaço urbano, pois a Vila Paulista apenas foi integrada ao perímetro urbano, ou seja, considerada bairro de Rondonópolis apenas no ano de 1968, nesse contexto, é apresentado informações sobre a Marcha para o Oeste, programa do Governo Federal muito importante para o desenvolvimento da região Centro-Oeste. Sendo assim, busca-se fazer a relação da área em estudo com a cidade de Rondonópolis, contando de maneira breve o seu contexto histórico. É apresentado durante a pesquisa, o levantamento de dados em campo, onde foi enumerados os equipamentos urbanos existentes no local, sendo esses, na categoria pública ou privada, mas que se fazem importante no dia dia da população do bairro.

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ABSTRACT

The research presents a study about the implantation of the agricultural colonies in the region of Rondonópolis, in particular, on Vila Paulista, that appeared in the year of 1949, through the policies of the Federal Government. In the course of the study, it was necessary to review the bibliography on the subject, highlighting the discussion about the concept of rural space and urban space, since the Vila Paulista was only integrated to the urban perimeter, that is, considered the Rondonópolis neighborhood only in the year of 1968, in this context, information on the March to the West is presented, a program of the Federal Government very important for the development of the Central-West region. Therefore, it is sought to make the relationship of the area under study with the city of Rondonópolis, briefly telling its historical context. It is presented during the survey, data collection in the field, where the existing urban facilities were built, these being in the public or private category, but which become important on the day of the population of the neighborhood.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização de Rondonópolis e municípios vizinhos em relação a Mato Grosso .... 20

Figura 2: Localização da Vila Paulista e dos bairros adjacentes ... 28

Figura 3: Localização dos Equipamentos Urbanos da Vila Paulista ... 33

Figura 4: Localização das casas do Programa Minha Casa Minha Vida e Residenciais Fechados na Vila Paulista ... 44

LISTA DE QUADROS Quadro 1: Colônias Agrícolas implantadas na região de Rondonópolis ... 23

Quadro 2: Estrutura física da Escola Municipal Vila Paulista ... 35

LISTA DE FOTOS Foto 1: Moradores iniciais da Vila Paulista (Julho de 1977) ... 26

Foto 2: Frente da escola início dos anos 1970 ... 27

Foto 3: Frente da Escola Municipal Vila Paulista ... 34

Foto 4: Casa do Sr Benvindo Miranda ... 36

Foto 5: Associação de Moradores da Vila Paulista ... 37

Foto 6: Posto de Saúde Municipal da Vila Paulista... 38

Foto 7: Cemitério Municipal de Vila Paulista ... 39

Foto 8: Os diversos estabelecimentos comerciais na Vila Paulista ... 40

Foto 9: Poço Artesiano para abastecimento de água ... 40

Foto 10: Casas antigas feitas de adobe ainda existentes na Vila Paulista ... 42

Foto 11: Aspectos da paisagem rural na Vila Paulista ... 43

Foto 12: Exemplos de casas do PMCMV ... 45

LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Brasil: evolução da população rural-urbana entre 1940 e 2006 (%) ... 13

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 9 1.1 Justificativa ... 9 1.2 Problema ... 9 1.3 Hipótese ... 10 2 OBJETIVOS ... 11 2.1 Objetivo Geral ... 11 2.2 Objetivos Específicos ... 11 3 REVISÃO DA LITERATURA ... 12

3.1 Uma breve discussão sobre o conceito de espaço rural e espaço urbano ... 12

3.2 A marcha para o oeste e a criação das colônias agrícolas no processo de urbanização de Mato Grosso ... 14

3.3 A Evolução urbana de Rondonópolis ... 17

3.4 As vilas do município de Rondonópolis ... 22

3.5 Vila Paulista: um núcleo dos primórdios de Rondonópolis ... 23

4 METODOLOGIA ... 30 4.1 Método de Investigação ... 30 4.2 Técnicas ... 31 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 32 6 CONCLUSÕES ... 46 7 REFERÊNCIAS ... 48 APÊNDICES ... 50 Apêndice 1: Entrevista A ... 50 Apêndice 2: Entrevista B ... 53 ANEXOS ... 56

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1 INTRODUÇÃO

A Vila Paulista surgiu a partir de uma política de reorganização do país, criada no governo de Getúlio Vargas. No estado de Mato Grosso foi implantada durante o governo de Arnaldo Estevão de Figueiredo os chamados núcleos colônias, e em 1949 se implantou a Vila Paulista e outras, como exemplo o Naboreiro e a Mata Grande.

A partir de relatos de moradores da Vila Paulista, o local recebeu este nome justamente pelos seus primeiros visitantes trazidos pelo governo serem de origem do estado de São Paulo, dando assim a origem ao nome, fato esse confirmado por Bittencourt, Freitas e Batista (1988) que relatam que o nome foi em homenagem à primeira caravana que veio de São Paulo, da cidade paulista de Marília, e por essa razão a colônia passou a ser denominada Núcleo Colonial de Paulista.

A Vila Paulista atualmente encontra-se urbanizada.

1.1 Justificativa

Esta pesquisa teve como objetivo estudar e contribuir para o aprimoramento do leitor sobre a importância do tema em estudo, além do aspecto que vem também a contribuir na forma de registro escrito sobre a Vila Paulista, haja visto, que são poucas as bibliografias escritas, entre as existentes, nenhuma é da área da geografia.

Do aspecto particular, atualmente trabalho na escola municipal localizada na Vila Paulista, sendo assim, diariamente convivo com pessoas que relatam serem pioneiras do local. A partir desses relatos, observando a riqueza das conversas, isso veio a despertar à curiosidade como também a necessidade em conhecer como ocorreu a formação do bairro e como tem ocorrido às transformações, analisando sobre as vertentes do espaço/tempo, ou seja, busca-se entender quais os motivos nos últimos anos para que o bairro tenha deixado suas características rurais e se tornado um bairro urbano.

1.2 Problema

Os questionamentos são necessários para a construção desta pesquisa, sendo assim, a pesquisa propõe a seguinte problemática: apesar de a Vila Paulista ser originaria das políticas dos sistemas de colônias agrícolas e das inúmeras famílias que vieram para essa região, quais foram os motivos do bairro não ter acompanhado o crescimento juntamente com a cidade de

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Rondonópolis? E o bairro, ainda é visto pelos seus moradores como um bairro de características rurais?

1.3 Hipótese

Na pesquisa científica, a hipótese refere-se à possível resposta ao problema levantado, onde esta pode ser comprovada ou negada no seu decorrer. Sendo assim, como resposta provisória ao problema levantado, acredita-se que um dos motivos da Vila Paulista não ter acompanhado o crescimento que ocorreu na cidade de Rondonópolis foi o fator localização, que durante muitos anos o bairro ficou de forma isolada do restante da cidade, até o surgimento dos bairros nas proximidades, como exemplo o bairro Altamirando, que levou diversas infraestruturas para a região, ampliação da rede de abastecimento de água, maior número de moradores, e os serviços de coleta de lixo e transporte público com maior frequência durante os dias da semana.

Também como hipótese do questionamento número 2, imagina-se também que está ligado de forma direta ao primeiro, pois apenas no ano de 1988 que o bairro Vila Paulista foi legalizado junto a Prefeitura Municipal de Rondonópolis, sendo levada a categoria de área urbana.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Compreender como ocorreu o processo de ocupação e organização socioespacial da Vila Paulista.

2.2 Objetivos Específicos

- Analisar como ocorreu a formação socioespacial da Vila Paulista; - Identificar os motivos que atraíram a população para o local;

- Levantar junto à população do bairro se ainda existe moradores pioneiros vivos; - Verificar quais os equipamentos de infraestrutura urbanos existentes na Vila Paulista.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Uma breve discussão sobre o conceito de espaço rural e espaço urbano

O espaço urbano e o espaço rural apresentam-se de diferentes formas no espaço geográfico, haja visto, que para a geografia, este seja um dos principais objetos de sua investigação.

Durante anos a geografia e outras ciências discutem os diferentes conceitos de espaço urbano e espaço rural, onde estas características apresentavam-se de forma bastante unificada no decorrer dos anos, utilizando diferentes critérios, como o econômico, o cultural, ou mesmo aspectos técnicos e estruturais.

Mas, segundo Candiotto e Corrêa (2008, p. 2015):

O debate acadêmico em torno das interpretações do rural/urbano também é antigo, porém nos dias atuais, vem sendo renovado a partir de novos eventos e ações que vão se inserindo e modificando o que até então, era facilmente entendido como rural ou como urbano.

Os autores citados acima alertam que de forma bastante enraizada na sociedade, é comum entendermos o espaço urbano como o local que abrigam as cidades ou aglomerações com alta densidade demográfica. Já o espaço rural, seriam as demais áreas que ainda não foram urbanizadas, e de alguma forma, não foram ocupadas ou mesmo que apresentassem uma baixa densidade demográfica.

Seguindo esse pensamento, Marques (2002, p. 109 apud CANDIOTTO; CORRÊA, 2008, p. 215-216) afirmam ainda que as características da terra, juntamente com outros elementos naturais definiram o conceito de espaço rural, vejamos:

O espaço rural corresponde a um meio específico, de características mais naturais do que o urbano, que é produzido a partir de uma multiplicidade de usos nos quais a terra ou o ‘espaço natural’ aparecem como um fator primordial, o que tem resultado muitas vezes na criação e na recriação de formas sociais de forte inscrição local, ou seja, de territorialidade intensa.

Mas entendemos que apenas essas características apresentadas não são mais o bastante, pois o conceito tem sofrido ao logo do espaço/tempo diversas modificações.

Dentre as modificações sofridas, podemos citar que as grandes propriedades rurais ainda existem, mas estas não reinam mais de forma absoluta como anteriormente, também os

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aspectos relacionados à modernização da agricultura, bem como do campo de maneira geral (KAGEYAMA, 2004).

No caso brasileiro, é comum utilizarmos as classificações estabelecidas pelo IBGE na realização dos Censos Demográficos, onde este estabelece e preconiza a classificação a partir da situação de domicilio dos pesquisados, sendo que:

A classificação da situação do domicílio é urbana ou rural, segundo a área de localização do domicílio, e tem por base a legislação vigente por ocasião da realização do Censo Demográfico 1991. Como situação urbana consideram-se as áreas correspondentes às cidades (sedes municipais), às vilas (sedes distritais) ou às áreas urbanas isoladas. A situação rural abrange toda a área situada fora desses limites. Este critério é, também, utilizado na classificação da população urbana e rural (IBGE, 2001, p. 63).

Até a década de 1960, a população brasileira era em sua maioria residente do campo, e existiam poucas cidades constituídas, onde estas tinham o papel de atender as necessidades das atividades desenvolvidas no espaço agrário e das atividades mineradoras, destacando-se a cultura da cana-de-açúcar, do café e a extração do ouro.

Sendo assim, a partir da década de 1970 o número de habitantes nas cidades passou a ser maior do que o número de habitantes residentes no campo, fato esse motivado principalmente pelo processo de industrialização ocorrido nas cidades brasileiras, que atraiu grande quantidade da população rural para a zona urbana em busca de trabalho e melhores condições de vida, o que ocasionou o processo conhecido como êxodo rural brasileiro.

Gráfico 1: Brasil: evolução da população rural-urbana entre 1940 e 2006 (%)

Fonte: IBGE. Anuário estatístico do Brasil: síntese de indicadores sociais (2007)

1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2006

Urba na 31 36 45 56 67 76 81 83,3

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Dentre a série de anos apresentadas no Gráfico 1, observa-se que no decorrer dos anos há uma diminuição bastante significativa da diferença da população urbana com relação a rural, sendo que na década de 1940 a população rural era superior ao dobro da população urbana. Já no último ano apresentado no gráfico, referente ao ano de 2006, esse aspecto se mostra bastante diferente dos números referentes ao ano de 1940, pois agora, a população urbana é quase 500% maior que a população rural.

Os autores Magnoli e Araújo (1996, p. 194) apresentam outros motivos que podem ajudar a explicar essa grande alteração da população brasileira, vejamos:

A atração exercida pelas áreas urbanas explica-se não só pela natureza da dinâmica econômica mas também pela evolução gradual na busca dos serviços públicos essenciais, como hospitais e educação, além de outros tipos de serviços. No processo de urbanização obtido através da transferência das pessoas residentes nas áreas rurais, pequenas localidades, para a urbana, a economia urbana subordina e transforma a economia rural, integrando a agricultura às necessidades do mercado urbano.

Outro aspecto importante para a transferência da população do campo para as cidades foi à mecanização das atividades agrícolas, que veio a substituir a mão de obra e acarretar num grande número de desempregados no campo.

As várias formas das correntes de migração interna nos anos anteriores até a realização do Censo de 1940 foram principalmente originárias de migrações interregionais, movimentos para as fronteiras agrícolas, entre estados de uma mesma região e dos campos para as cidades (êxodo rural). Todos esses tipos de movimento imigratório estavam orientados no sentido da atividade econômica, principalmente as áreas de expansão da agropecuária e os centros industriais, portanto, no sentido das ‘transformações estruturais da economia brasileira, cuja intensidade se explica pela grande extensão territorial e extraordinária variedade dos fatores naturais’ (AZEVEDO, 1970, p. 79).

Deste modo, apresentado de forma breve as principais características dessa transição da população brasileira ocorrida, no tópico a seguir discutiremos o processo de colonização do estado matogrossense.

3.2 A marcha para o oeste e a criação das colônias agrícolas no processo de urbanização de Mato Grosso

Inicialmente o processo de colonização do estado de Mato Grosso teve ligado diretamente as atividades dos bandeirantes paulistas, que nos anos de 1718 e 1719 encontraram ouro no Rio Coxipó, e nos anos de 1747 e 1748 foi encontrado diamantes nas

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proximidades do Rio Paraguai (SIQUEIRA, COSTA e CARVALHO, 1990). Para Silva (1995 apud WERLANG, 1997), estabelece que a atividade mineradora desencadeada nesses períodos (mineração do ouro e diamante), funcionou como fator determinante no contexto geopolítico para a região.

Ainda segundo Silva (1995 apud WERLANG, 1997), estabelece três fases anteriores ao processo de ocupação do estado de Mato Grosso, sendo o primeiro iniciado no ano de 1722 caracterizado como o processo de povoamento inicial tendo como objetivos a defesa e a expansão do território; o segundo período inicia-se por volta do ano de 1850 sendo caracterizado como o momento de maior transformação econômica na história brasileira; e na terceira fase iniciando-se na década de 1930 com a Marcha para o Oeste até a década de 1970, período esse marcado pela doação de glebas pelo Estado e pelas primeiras tentativas de colonização.

De forma mais relevante, daremos destaque para a Marcha para o Oeste, que foi um programa desenvolvido pelo governo de Getúlio Vargas no ano de 1938, durante o período da ditadura do Estado Novo. Esse programa visava como principal objetivo integrar e ocupar as regiões dos estados de Goiás, Mato Grosso e da Amazônia ao restante do país.

Sabe-se que durante a década de 1930, o Brasil crescia e se desenvolvia apenas para as suas extremidades e para o seu litoral, deixando o centro do país desocupado, sendo assim, o projeto visou um plano para que as pessoas migrassem para o centro do Brasil buscando que ocupassem essas terras ainda em grande parte despovoadas, com isso, o governo atendia a necessidade de ocupar os vazios demográficos por meio de absorção dos excedentes populacionais das cidades do Centro-Sul do país, encaminhando essa população para as possíveis áreas produtoras de matérias primas e gêneros alimentícios a baixo custo para atender essas grandes cidades.

No governo de Getúlio Dormelles Vargas, inicia se o processo de ocupação dos espaços ‘vazios’, atraindo trabalhadores rurais movidos pela possibilidade de se tornarem proprietários de suas terras. Desse modo, a distribuição gratuita de lotes de 30 ha a colonos, com a campanha ‘Marcha para Oeste’, proporcionou a chegada de colonos de várias regiões do Brasil. A criação da colônia foi importante para a formação do campesinato na região e, também, para o surgimento dos municípios (SALLES, 2011, s/p).

A Marcha para o Oeste estava inserida nesse projeto de desenvolvimento econômico e buscava fomentar o desenvolvimento das regiões pouco povoadas do interior do Brasil. Iniciando de forma mais efetiva com a criação de “[...] duas colônias: a Colônia Agrícola

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Nacional de Dourados (CAND), no então Estado de Mato Grosso e a Colônia Agrícola Nacional de Goiás (CANG), no Estado de Goiás, com sede em Ceres” (SALLES, 2011, s/p).

A política de colonização no Brasil estava baseada em uma ideologia de ocupação dos vazios demográficos que deveriam ser incorporados ao mercado capitalista. O governo utilizou a colonização no Brasil como estratégia para o povoamento e a exploração econômica de ‘novas terras’, com a finalidade de ocupar espaços que tinham pouca ou quase nenhuma densidade populacional no interior do país (GALVÃO, 2013, p. 1).

O objetivo fundamental do programa era sem dúvida alguma, quebrar os desequilíbrios regionais pela implantação de uma política demográfica que incentivasse a migração, na tentativa de diminuir os desequilíbrios existentes entre as diversas regiões do país.

Os objetivos da Marcha para o Oeste eram basicamente:

- Integração do interior brasileiro a fim de promover o desenvolvimento nacional; - Política demográfica de incentivo à migração;

- Criação de colônias agrícolas;

- Construção de estradas como forma de integrar o interior do Brasil;

- Reforma Agrária ao proporcionar o desenvolvimento de pequenos núcleos agrícolas;

- Incentivo à produção agropecuária de sustentação através de incentivos econômicos com o intuito de desenvolver as economias dessas regiões;

- Promover o desenvolvimento populacional das regiões a partir do deslocamento de brasileiros pobres;

- Integração dos grupos indígenas com a economia brasileira;

- A ocupação do centro-oeste visava também ser uma etapa preliminar à ocupação da Amazônia.

De acordo com Preti (1988 apud WERLANG, 1997), além do objetivo de colonizar áreas que se apresentavam totalmente vazias, a Marcha para o Oeste tinha como objetivo também desafogar os aglomerados urbanos, que já se mostravam com uma população muito grande e que já apresentavam diversos problemas, o que não só proporcionou a expansão da fronteira agrícola, mas também veio a beneficiar as classes menos favorecidas.

Atendendo os propósitos de seu surgimento, a marcha para o oeste atingiu seu objetivos em relação ao desenvolvimento populacional das regiões que foram promovidas. Além disso, registrou o crescimento da malha rodoviária existente e gerou crescimento

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econômico nos estados, entretanto, o governo não conseguiu desarticular os grandes latifúndios conforme desejava. Além disso, a falta de incentivo do governo fez com que os colonos vivessem em condições muito precárias nas regiões onde foram desenvolvidas as colônias (CASSIANO, 2002).

Ainda segundo Silva (1988, p. 23 apud WERLANG, 1997, p. 16) “afirma que a partir dos anos 30, o Estado de Mato Grosso passa por uma nova fase de transformação, fase essa marcada pelo início das concessões de terras para a colonização”.

Com relação à formação da população de Mato Grosso, Moreno e Higa (2005, p. 125) comenta que “[...] após a segunda metade da década de 1960, o ritmo de crescimento populacional de Mato Grosso se intensificou, o que se refletiu diretamente na paisagem urbana, iniciando assim, um processo de modernização das cidades mato-grossenses”.

As autoras relembram ainda o início da formação do estado do Mato Grosso, que anterior a esse processo da década de 1960 de modernização das cidades mato-grossenses, iniciou-se a formação do Estado na primeira metade do século XVIII, inicialmente na condição de povoados e vilas (MORENO; HIGA, 2005).

Sabe-se que a urbanização de Mato Grosso foi fortemente influenciada pelo avanço das atividades agrícolas, fato esse que atraiu uma grande parcela de mão de obra de outras regiões do Brasil. De forma bastante recente, a partir da década de 1970 que o Estado conheceu um novo ritmo no processo de formação e crescimento das cidades, devido principalmente as ações dos programas federais de desenvolvimento econômico que expandiu a fronteira agropecuária.

3.3 A Evolução urbana de Rondonópolis

O surgimento do município de Rondonópolis ocorreu em diferentes fases e momentos da história, sabe-se que desde o final do século XIX a ocupação local é marcada por um contingente de índios Bororo e pelo efetivo do destacamento militar em Ponte de Pedra (1875-1890), seguidas pelas comitivas de aventureiros que se arriscavam pela região em busca de ouro e de pedras preciosas1.

No início do século XX, nos anos de 1907 a 1909, chegaram as expedições da Comissão Construtora das Linhas Telegráficas sob o comando do tenente Cândido Rondon,

1 Fonte: PORTAL ELETRÔNICO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE RONDONÓPOLIS. História de

Rondonópolis. 2017. Disponível em: <http://www.rondonopolis.mt.gov.br/?pg=conteudo&intCatID=121>. Acessado em: 02 out. 2017

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que determinavam o traçado da linha telegráfica para interligar o estado de Mato Grosso e Amazonas ao resto do país – fruto dessa investida, em 1922 é inaugurado o posto telegráfico, às margens do rio Poguba (Rio Vermelho).

De fato a história de Rondonópolis inicia-se a partir do ano 1902, com a fixação de famílias procedentes de Goiás, Cuiabá e de outras regiões do estado. Durante esse período, o município recebia o nome de Povoamento do Rio Vermelho.

Em 1915 havia cerca de setenta famílias na localidade, estas viviam com certa organização econômica, social e política e também tinham preocupação com as primeiras letras. Neste mesmo ano, Joaquim da Costa Marques, Presidente de Estado do Mato Grosso, promulga o Decreto Lei nº 395, que estabelecia uma reserva de 2.000 hectares para o patrimônio da povoação do Rio Vermelho. Esse decreto marca oficialmente a existência do povoado (a futura cidade de Rondonópolis), cuja data de fundação (10 de agosto de 1915) foi regulamentada pela Lei Municipal 2.777 de 22 de outubro de 1997.

Em 1918, o deputado, agrimensor e tenente Otávio Pitaluga conclui o projeto de medição, alinhamento e estética da localidade, projeto que em 1948 foi aproveitado pelo engenheiro Domingos de Lima para edificar o traçado do atual quadrilátero central da cidade. Pitaluga também foi o responsável pela alteração de nome do povoado para Rondonópolis, em 1918 - uma homenagem a Rondon que passa, então, a ser considerado o patrono do lugar.

Em 1920, Rondonópolis transforma-se em distrito de Santo Antônio do Leverger e em comarca de Cuiabá. Todavia, na década de 1920, o recém criado distrito começa a sofrer problemas ligados a enchentes, epidemias e desentendimento entre os moradores, no mesmo período, João Arenas descobre os garimpos de diamantes na vizinha região de Poxoréu (1924).

A combinação desses fatores provoca o processo de despovoamento de Rondonópolis, no período de 1931 a meados de 1947, ao mesmo tempo em que os garimpos projetam o crescimento de Poxoréu que, em 1938, foi elevado à categoria de município. Em conseqüência, pela proximidade, Rondonópolis é incluído como distrito de Poxoréu, através da Lei Estadual nº 218 de 1938.

É importante distinguir como se organizava a cidade nesse período inicial, com relação ao aspecto urbano, segundo Demamann (2011, p. 42) “a área urbana do aglomerado compreendia uma parte destinada à construção de casas e edifícios da futura cidade. As áreas suburbanas e rurais do patrimônio compreendiam as chácaras e demais áreas rurais no entorno do povoado”.

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Nesse período, a população rural era muito maior que a população urbana, segundo o IBGE (1959 apud Demamann, 2011) o censo demográfico referente ao ano de 1940 apontava uma população urbana de 57 moradores, enquanto que a população rural apresentava cerca de 1723 habitantes.

Nardes (1997) destaca ainda que devido aos estímulos a colonização ocorrida após a década de 1960, começaram a ocorrer inúmeros movimentos migratórios para todo o estado de Mato Grosso, resultando assim como fato marcante para esse período, que Rondonópolis se caracterizou como uma cidade de grande atração populacional.

Para Nardes (1997, p. 36), “Rondonópolis é, pois, o típico exemplo de crescimento endógeno. O processo migratório característico é espontâneo, uma vez que a região se destacava como área de atração populacional [...]”, sendo assim, podemos afirmar que Rondonópolis teve seu crescimento de fora para dentro, o que a caracteriza, como crescimento exógeno, ou seja, pela incorporação cada vez mais de novos migrantes.

Na década de 1970, acelera-se no município o processo de expansão capitalista, e Rondonópolis desenvolve o mais rápido processo de modernização do campo que se teve notícia na Região Centro-Oeste, incrementando as atividades da soja, da pecuária e do comércio. Nesse contexto a migração sulista é o destaque (MELO, 2013, p. 42).

Rondonópolis teve seu processo de crescimento na medida em que o município é inserido no contexto capitalista de produção na fronteira agrícola mato-grossense. Na área do Centro-Oeste as expansões da fronteira agrícola nas terras do cerrado tornaram atrativas aos investimentos de grandes lavouras.

A década de 1970 caracteriza-se também como um período de intensa urbanização, Negri (2008, p. 58) afirma que:

A cidade de Rondonópolis recebeu um grande fluxo de migrantes na década de 1970, sobretudo de agricultores expulsos do campo e de fazendeiros autônomos, servidores públicos e profissionais liberais. Deste modo, a cidade teve que se reorganizar estruturalmente, de acordo com o campo, diante das novas exigências em termos de serviço e comércio [...].

Durante a década de 1980, Rondonópolis passa a exercer o papel de pólo econômico da região sul, e é classificado como segundo município do estado de Mato Grosso em importância econômica, demográfica e urbana.

Durante a década de 1980, o espaço urbano vai se tornando mais complexo, com maior número de registros de implantação de loteamentos em conjuntos

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habitacionais. Um comércio especializado para atender a produção no campo, tanto a jusante como a montante do agronegócio, mudando o direcionamento do crescimento da cidade para o entorno imediato da BRs 364 e 163 [...]. As duas principais rodovias facilitam os fluxos e fluidez da produção da soja, principalmente a partir da implantação dos distritos industriais (DEMAMANN, 2011, p. 3).

Na década de 1990, Rondonópolis passa a ser conhecida como a Capital Nacional do Agronegócio e há um crescente aumento do setor agroindustrial, pois a agricultura já não é mais a vocação principal, pois essa atividade exerce o papel de mola propulsora para inúmeras outras atividades.

Daí nota-se a importância das áreas rurais para a formação de Rondonópolis, pois a Vila Paulista surge em decorrência da criação de colônias agrícolas durante o período do Estado Novo, através do projeto Marcha para o Oeste e consequentemente como se observa, hoje se tem os “frutos”, por assim dizer, importa direta ou indiretamente pelas políticas de Estado.

Das características atuais de Rondonópolis, seguindo a classificação atribuída pelo IBGE, a cidade se caracteriza como uma cidade média, apresentando uma população estimada para o ano de 2017 em 222.316 habitantes. Dos aspectos territoriais, o município tem 4.159,118 km2 de extensão territorial, fazendo limites políticos com os municípios de

Juscimeira, Poxoréu, Itiquira, São José do Povo, Pedra Preta, Santo Antônio do Leverger e, é banhada pelos rios Vermelho, Tadarima, Arareau, Ponte de Pedra e Jurigue (Figura 1).

Figura 1: Localização de Rondonópolis e municípios vizinhos em relação a Mato Grosso

Fonte: Google Earth (2018) Org.: COSTA, A. A. (2018)

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apresenta o segundo maior PIB do estado de Mato Grosso, ficando atrás apenas da capital do Estado que é Cuiabá. Rondonópolis está localizada na região Sul de Mato Grosso e é privilegiada logisticamente por fazer entroncamento com o Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil, no entroncamento das Rodovias BR-163 e BR-364, por estas vias são transportadas toda a produção agrícola e industrial para os grandes centros metropolitanos e portos do Brasil (PORTAL ELETRÔNICO PREFEITURA MUNICIPAL DE RONDONÓPOLIS, 2017).

Torna-se importante destacar o aspecto populacional, pois a cidade apresenta-se como a terceira maior cidade do Estado em números de habitantes, ficando atrás apenas da capital Cuiabá e da cidade de Várzea Grande. No Gráfico 2, é possível observar o aumento populacional ocorrido em Rondonópolis durante período de 1960 a 2016, como análise podemos afirmar que a cidade sofreu e tem sofrido um crescimento populacional bastante significativo.

Gráfico 2: Evolução populacional de Rondonópolis (urbana/rural)

Fonte: IBGE (2017) Org.: COSTA, A. A. (2018)

O Gráfico 2 também nos traz dados relacionados como está distribuída a população urbana e rural da cidade, podemos observar que na década de 1960 a população rural era bem maior que a população urbana, fato esse, que durante os anos seguintes essa diferença vem

1960 1970 1980 1991 2000 2010 2016 Total 22.302 62.086 81.375 126.627 150.227 195.476 218.899 Urbana 20,10% 40,47% 79,86% 89,26% 94,42% 96,19% Rural 79,90% 59,53% 20,14% 10,74% 5,58% 3,81% 0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000

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diminuir no decorrer dos anos. Essa realidade muda na década de 1980, onde a população urbana torna-se muito maior que a população rural, e no Censo do ano de 2010, a população rural passa a compreender apenas 3,81% da população total de Rondonópolis.

No contexto atual, a cidade se mostra bastante atrativa no aspecto populacional, dentre os diferentes fatores que podem explicar essa realidade, temos que é comumente divulgado nas mídias locais e nacionais que Rondonópolis é uma cidade bastante promissora, apresentando uma agricultura bastante mecanizada e tecnificada, o que contribui para a demanda e fortalecimento da economia local, como também para os setores industrial e de serviços (PORTAL ELETRÔNICO PREFEITURA MUNICIPAL DE RONDONÓPOLIS, 2017).

3.4 As vilas do município de Rondonópolis

A criação das vilas do município de Rondonópolis caracterizaram-se como muito importantes do ponto de vista econômico para o município, pois através delas ocorreu a fixação da mão de obra ociosa oriunda das áreas que estavam em decadência das regiões que exploravam a atividade do garimpo.

Em Rondonópolis, a distribuição de terras defini-se a partir de 1948, intensificando-se na década de 50, quando a CODEMAT, através do governo estadual, processa a doação de lotes a colonos procedentes do Estado de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santos, Goiás e do Sul de Mato Grosso (WERLANG, 1997, p. 22).

Sendo assim, com o incentivo a implantação das colônias agrícolas estaduais, em Rondonópolis e nos municípios onde recebeu as ações dessas políticas, houve um forte crescimento da população rural, principalmente devido ao movimento por migração dessas populações.

Também, as atividades agrárias ainda contribuíram “[...] para o aumento da produção agrária, que se pretendia com a política de colônias agrícolas, só sendo possível com a viabilização legal da ocupação territorial da aquisição de terras devolutas” (SUZUKI, 1996, p. 117 apud DEMAMANN, 2011, p. 42).

Segundo Demamann (2011), as colônias agrícolas se caracterizavam como pequenas faixas de terras devolutas, apropriadas através da doação de lotes aos colonos migrantes, isso ocorrendo tanto nas áreas urbanas como rurais, os lotes eram cedidos pelo Estado e formavam pequenas glebas, que segundo Tesouro (1993, p. 84-85 apud DEMAMANN, 2011, p. 42-43):

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[...] ficou composta por sítios de 20, 30 e 50 hectares, loteado no ‘sistema de colônias’, em terras devolutas do Estado, formadas predominantemente por mata, como o Lageadinho, Mata Grande, Paulista, Campo Limpo, Naboreiro, Macaco e Rondonópolis [...]. Nessas agrovilas criadas pelo Governo, havia uma sede habitacional para os moradores construírem suas casas e estarem próximas da sua roça – com destaque para o Naboreiro, Vila Paulista, Campo Limpo e Macaco, que se despovoaram à medida que os colonos foram desacreditando nas possibilidades de sobrevivência em seus lotes e no lugar.

Tesoro (1993, p. 29) acrescenta ainda como se formava o sistema de colônias, que segundo a autora

[...] em cada colônia, o governo deixava projetado um espaço para a construção de uma vilazinha, uma sede habitacional para que as pessoas pudessem morar e estarem próximas da sua roça. Isso aconteceu na Vila Paulista, no Naboreiro e em Campo Limpo, que hoje se encontram vazias ou que desapareceram porque os colonos acabaram vendendo os seus lotes e se mudaram para a cidade.

Quadro 1: Colônias Agrícolas implantadas na região de Rondonópolis

Colônia Ano de Criação Àrea (ha) Número de Lotes Área média (ha) Paulista 1948 3.212 130 24,70

Macacos (Campo Limpo) 1948 9.171 327 28,04

Naboreiro 1949 8.000 144 55,55

Rondonópolis 1951 10.000 333 30,03

Total 30.383 934 32,52

Fonte: Negri (2010, p. 28 adaptado de NASCIMENTO, 1997, p. 235).

A Vila Paulista inicialmente foi cortada em 35 lotes e doadas pelo poder público na época.

3.5 Vila Paulista: um núcleo dos primórdios de Rondonópolis

Como já informado anteriormente, a Vila Paulista surgiu a partir dos projetos criados pelo Governo Federal que tinham como objetivo a colonização e o desenvolvimento das atividades agrícolas no estado do Mato Grosso, projeto este oriundo da política nacional de colonização desenvolvida durante o governo de Getúlio Vargas.

As autoras Bittencourt, Freitas e Batista (1988, p. 23) destacam que: “A origem da Vila Paulista liga-se à política de Arnaldo Estevão de Figueiredo, governador de Mato

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Grosso, eleito pela coligação PSD e PTB no período de 1946 a 1950, no então período de reconstitucionalização do país”.

Consta, como parte das realizações do governador, a criação de vários núcleos colônias em Mato Grosso. A Vila Paulista, criada em 1949, foi um desses núcleos, ao lado de Mata Grande, Macaco, Naboreiro, Campo Limpo, e Rondonópolis, na região do atual município de Rondonópolis (BITTENCOURT; FREITAS; BATISTA, 1988, p. 23).

Como já destacado no decorrer dessa pesquisa, as autoras citadas acima destacam a importância da implantação das colônias agrícolas, e apresentam uma situação problemática que ocorria nos diversos projetos, vejamos:

A política de colonização e ocupação de novas terras levou o governo a dirigir e organizar várias instituições governamentais criadas para esse fim. Em 1938 organizou-se a Divisão de Terras e Colonização, Órgão do Ministério da Agricultura [...] (BITTENCOURT; FREITAS; BATISTA, 1988, p. 24).

[...]

O processo de distribuição de terras para os colonos significou, como constatou no caso do Núcleo da Paulista, a conciliação com os interesses das elites agrárias e demais setores dominantes. Parte dos lotes, antes de chegarem às mãos dos migrantes, eram distribuídos para os chefes locais, aumentando suas propriedades fundiárias (BITTENCOURT; FREITAS; BATISTA, 1988, p. 24-25).

Nota-se que os projetos favoreciam a concentração de terras no país, características que se assemelham ao período de Sesmaria. Muitos dos lotes foram doados aos amigos do Governador Arnaldo Estevão de Figueiredo e outros políticos influentes da região, e alguns desses a partir da posse adquirida, buscaram formas de dividirem suas terras em diversos lotes menores, vendendo aos migrantes que vieram para a região em busca de terras.

Com relação aos moradores que migraram para região da Vila Paulista, esses vieram em busca de melhores condições de vida, muitos outros também vieram de forma iludida, buscando enriquecer através da atividade do garimpo.

[...] pela própria formação da Vila Paulista onde se constata a exploração dos interesses políticos e econômicos no processo de colonização. O caso mais nítido é o de Tertuliano Albergarias. Ele foi o responsável pelo transporte da 1ª caravana vinda de Marília. Recebera a doação do governo, que foi dividida em lotes de 12 alqueires aproximadamente. Desta forma, as famílias que vieram de Marília, ao invés de receberem doação de terras, tiveram de enfrentar uma situação sem claras definições (BITTENCOURT; FREITAS; BATISTA, 1988, p. 27).

De forma inicial, a atividade econômica predominante foi à agricultura, mais precisamente a de subsistência, pois a agricultura direcionada a produção excedente esbarrou

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no problema da comercialização, devido principalmente a precariedade das estradas, a dificuldade dos transportes e até mesmo do pequeno número de comerciantes naquela época, pois havia muitos produtores e poucos consumidores.

A produção agrícola dos primeiros anos, foi basicamente de algodão e em menor quantidade de café. O escoamento desses produtos era feito de forma bastante precária e dificultosa. As estradas eram abertas ‘com caminhões e picaretas’. O meio de transporte mais comum era a carroça puxada por burros (BITTENCOURT; FREITAS; BATISTA, 1988, p. 29).

Nesse aspecto, aos moradores que conseguiram terras e que se fixaram no local, o governo do estado buscou direcionar políticas assistenciais a essas famílias, da seguinte maneira:

O governador Arnaldo Estevão colaborava com os colonos, dando-lhes um título provisório e com a permanência na terra deu também os títulos em definitivos. Dava ajuda financeira e mercadorias como: arame farpado, ferramentas, calçados, roupas e até gêneros alimentícios, mas, isto nuca chegava aos verdadeiros destinatários, ficando com os ‘poderosos da época’ (BITTENCOURT; FREITAS; BATISTA, 1988, p. 27).

Com isso, a partir da afirmação das autoras, observamos o verdadeiro público atendido por essas políticas assistenciais, e permanecendo os problemas em comum da comunidade durante o período de ocupação do local, se relacionavam principalmente a escassez de assistência médica, transporte, saneamento básico e meios de comunicação.

Dos aspectos legais, a Vila Paulista possui uma área de 50,125 hectares, está registrada no Cartório do 1º Ofício do Município de Rondonópolis conforme a matrícula nº 19.527 de 22 de março de 1984 na folha 1 (WERLANG, 1997).

“Com a elevação de Rondonópolis a categoria de município (1953), a Vila Paulista continuou submetida à Comissão de Planejamento de Produção, entretanto, na prática, sempre esteve ligada aos interesses políticos da cidade” (BITTENCOURT; FREITAS; BATISTA, 1988, p. 30).

Merece destaque ainda, como acontecimento de grande importância para a Vila Paulista, a Lei nº 2.872 de 19 de Novembro de 1968 publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso que dispõe em seu artigo 1º a seguinte redação: “passou a pertencer à Prefeitura Municipal de Rondonópolis os terrenos urbanos reservados para a criação de patrimônio nos

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núcleos coloniais de Campo Limpo, Naboreiro e Paulista, já demarcados pela extinta C.P.P2” (WERLANG, 1997, p. 31).

Sendo assim, a partir da publicação da referida lei no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso, criou-se de forma oficial a Colônia Paulista.

Foto 1: Moradores iniciais da Vila Paulista (Julho de 1977)

Fonte: Acervo Pessoal Darci Pereira Barbosa

No artigo 2º da Lei nº 2.872 de 19 de Novembro de 1968, remete que “a Prefeitura Municipal de Rondonópolis fica obrigada a expedir os títulos definitivos aos posseiros que já tenham realizado benfeitorias” (WERLANG, 1997, p. 31).

Cabe salientar que a averbação e expedição das Cartas de Aforamento foram realizadas apenas em 27 de janeiro de 1986, conforme averbação no 1/19.527, do Cartório do 1º Ofício do Município de Rondonópolis. Dessa forma tem-se consolidada definitivamente a Vila Paulista (WERLANG, 1997, p. 31).

Atualmente a Vila Paulista é caracterizada como área urbana, segundo a Prefeitura Municipal de Rondonópolis, através do relatório disponibilizado pela Secretaria de Receita do Município, existe na Vila Paulista um total de 256 imóveis cadastrados e registrados.

2CPP. Sigla da Comissão de Planejamento e Produção, ligada ao governo do Estado de Mato Grosso que, após o término da Segunda Guerra Mundial, iniciou movimento de colonização programada criando, também, o Departamento de Terras, além da CPP. O Estado vendia terras a preços irrisórios, por sua vez os compradores se comprometiam a abrir estradas e assentar infra-estrutura para a colonização. O próprio Estado participava dos trabalhos de colonização em alguns sítios, favorecendo a ocupação de vastas áreas ao redor.

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Foto 2: Frente da escola início dos anos 1970

Fonte: Acervo Pessoal Darci Pereira Barbosa

A foto 2 referente ao início da década de 1970, remete-se ao local de frente a escola municipal, a partir dela é possível observar as condições iniciais da Vila Paulista. Nesse período, essa rua fazia parte do trajeto das pessoas que vinham de São José do Povo e Guiratinga, por isso ela foi muito importante para o bairro segundo o entrevistado A. “A Vila Paulista só tinha essa rua aqui, e subia até sair na exposição, antes essa rua era a que vinha de Guiratinga, até sair a estrada nova que passou por fora da Vila Paulista, a estrada daqui para a cidade era tudo cerrado, não tinha nada de cerca, tudo cerrado” (ENTREVISTA A).

Na região do bairro Vila Paulista (como bairro inicial), em seu entorno próximo, se intensificando principalmente a partir do ano 2000, ocorreu à abertura de novas áreas, surgindo novos loteamentos, dentre eles temos os bairros: Altamirando, Jardim Arco Íris, Grande Conquista. Um pouco mais distante, temos ainda o Jardim Atlântico, Jardim Europa, Três Américas, Juscelino Farias, Recanto do Parque e Bispo Pedro Casaldaliga, conforme a

Figura 2.

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Figura 2: Localização da Vila Paulista e dos bairros adjacentes

Fonte: Google Earth (2017) Org.: COSTA, A. A. (2018)

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A Vila Paulista também passou e vem passando por um processo de valorização da terra de forma intensa, isso fica claro com as diversas Leis Complementares aprovados no município com relação aos valores de terrenos e da construção para efeito do cálculo do IPTU.

No cadastro da Prefeitura Municipal de Rondonópolis, o bairro Vila Paulista está enquadrada no Setor Fiscal 41, e durante o ano de 2002, com aprovação da Lei Municipal nº 3861 de 30 de Dezembro desse mesmo ano, o valor do m2 dos terrenos localizados neste setor correspondiam a R$ 1,61, valores esse que permaneceu até o ano de 2013. A partir da Lei Complementar nº 172 de 27 de setembro de 2013, os valores do m2 dos terrenos localizados no bairro Vila Paulista passaram a ser de R$ 35,00.

Indiscutivelmente essa situação de valorização imobiliária se dá, principalmente em função da incorporação de áreas rurais em urbanas como já dissemos anteriormente. A expansão urbana de Rondonópolis em direção a Vila Paulista a torna mais valorizada. São vários os empreendimentos imobiliários que foram criados nos últimos anos naquela região da cidade de Rondonópolis, que acabam repercutindo direta e indiretamente em sua valorização.

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4 METODOLOGIA

O importante em uma pesquisa é a necessidade na busca por referenciais teóricos que fundamentem a construção e formulação de uma base, a qual é utilizada no desenvolvimento dos objetivos propostos.

A metodologia é a etapa da pesquisa científica considerada fundamental para o seu êxito, a partir dela o pesquisador consegue trilhar os caminhos para atingir os objetivos propostos e através dela que a pesquisa ganha caráter científico. Segundo Andrade (2006, p. 129), “Metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca científica”.

A metodologia deve representar a “espinha dorsal” de qualquer pesquisa. Qualquer que seja o caráter da pesquisa, essa deve apoiar-se em um tripé fundamental que se define: a) pelo domínio do conhecimento específico, teórico e conceitual; b) pelo domínio da metodologia a ser aplicada; c) pelo domínio das técnicas de apoio para operacionalização do trabalho (ROSS, 1990, p. 32).

Sendo assim, torna-se fundamental e imprescindível seguir a metodologia proposta na pesquisa, para que seja possível ter uma coerência lógica e sistemática em busca de uma cientificidade que possa atingir os objetivos propostos.

4.1 Método de Investigação

Para o desenvolvimento de qualquer pesquisa científica é necessário a utilização de um método de pesquisa, pois este é o instrumento do conhecimento científico que objetiva proporcionar aos pesquisadores, independente se sua área de formação, a orientação geral que facilita planejar uma pesquisa, formular hipóteses, coordenar investigações, realizar experiências e interpretar os resultados (FACHIN, 2002).

Na elaboração desse trabalho foi utilizado o método hipotético dedutivo, para que ocorra um melhor entendimento sobre o assunto em questão, nesse sentido Marconi e Lakatos (2006, p. 91) afirmam que este método:

[...] se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e processos de inferência dedutiva, testa a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese.

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A partir do momento que foi definido o método de pesquisa, será possível fazer questionamentos e levantar hipóteses para assim chegar ao resultado inicial proposto, ou outro resultado que foi observado no decorrer da pesquisa.

4.2 Técnicas

No decorrer desta pesquisa foram realizados os seguintes procedimentos metodológicos:

- Pesquisa bibliográfica: a pesquisa partiu de um grande levantamento e revisão da literatura já existente, em fontes como livros, revistas e artigos científicos. Esse levantamento nos possibilitou a precisão na elaboração desse trabalho e no entendimento do objeto em estudo;

- Levantamento de dados primários e secundários: através de órgãos e instituições municipais (Prefeitura – Setor de planejamento), como por exemplo, dados cadastrais, dados censitários e econômicos, o que nos auxiliou na compreensão da evolução do local;

- Mapa de Localização: foi elaborado um mapa de localização utilizando o Software do Google Earth, onde foi identificado e destacado a Vila Paulista e os bairros localizados nas proximidades;

- O trabalho de campo: foi realizado com o objetivo de levantar fotografias antigas juntamente aos moradores da Vila Paulista, sendo assim, foi possível verificar as mudanças ocorridas no decorrer dos anos. Durante o trabalho de campo, também foi realizado o levantamento dos equipamentos urbanos existente na Vila Paulista, e confeccionado um mapa através do Google Earth espacializando esses equipamentos.

Nessa perspectiva, também realizou-se a entrevista com 2 moradores pioneiros da Vila Paulista. O modelo utilizado foi a não estruturada, ou seja, deixou-se que o entrevistado falasse sobre o assunto de maneira livre e depois estas entrevistas foram transcritas na íntegra pelo pesquisador (Apêndice A e B).

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

De acordo com as informações prestadas pela Prefeitura Municipal de Rondonópolis, mediante a Secretaria Municipal de Receita, foi disponibilizada através de um relatório informativo a relação de todos os imóveis existentes cadastrados relacionados à Vila Paulista, o que totalizou em 256 imóveis. Nesse relatório, o que chamou bastante a atenção ao analisá-lo, foi à quantidade de imóveis vagos, do total geral de imóveis, 87 desses estão classificados na categoria de imóveis territoriais, ou seja, não possuem nenhuma edificação registrada na prefeitura, sendo apresentado no Relatório Anexo preservando o nome dos proprietários bem como o número de seus documentos pessoais.

Objetivando e direcionando a realização do trabalho de campo, foi realizado o levantamento dos equipamentos urbanos existentes na Vila Paulista, onde foram destacados não apenas os equipamentos urbanos comunitários, que são de origem pública, mas também foram destacados todos os espaços destinados de alguma forma a prestação de serviços aos moradores do bairro.

Para isso, é importante e necessário definir o conceito de equipamentos urbanos, onde este é estabelecido pelas Normas Brasileiras Regulamentadoras (NBR) 9284 que designa como equipamentos urbanos todos os bens públicos ou privados, de utilidade pública, destinados a prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização do poder público, em espaços públicos e privados.

Na figura a seguir, foram destacados todos os equipamentos urbanos existentes na Vila Paulista, onde é possível observar a localização de forma precisa de cada um desses espaços.

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Figura 3: Localização dos Equipamentos Urbanos da Vila Paulista

Fonte: Google Earth (2017) Org.: COSTA, A. A. (2018)

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Dentre os equipamentos destacados na Figura 3 a Escola Municipal Vila Paulista é um dos mais antigos e mais importantes equipamentos urbanos do bairro, pois sua importância vai muito além dos limites do bairro, pois atende a população dos bairros circunvizinhos, e também aos moradores das regiões rurais.

A partir do Plano Político Pedagógico (PPP) disponibilizado pela escola, buscamos levantar o seu contexto histórico, onde verificamos que não há registros da efetiva data de início das atividades da escola. A escola oferece a população as séries iniciais do ensino fundamental, desde o 1º ao 7º ano, durante o período matutino e vespertino.

É importante ressaltar, que a primeira professora da escola foi à esposa do Sr Benvindo Miranda, pessoa muito importante na história da Vila Paulista.

Durante a realização do trabalho de campo, buscamos registrar que a escola está recebendo investimentos da Prefeitura Municipal de Rondonópolis, através da reforma geral do prédio (telhado, pintura, instalação elétrica, etc), instalação de aparelhos de ar condicionado nas salas e também está ocorrendo adaptação para pessoas com deficiência, dentre as modificações temos: adequação das portas, instalação de barras de apoio nos banheiro, pias e aparelhos sanitários rebaixados, rampas, piso tátil, etc (Foto 3). Essa reforma era muito esperada por toda comunidade escolar da Vila Paulista, haja visto, que tinha 17 anos desde a última reforma recebida.

Foto 3: Frente da Escola Municipal Vila Paulista

Fonte: Trabalho de Campo (2018)

A escola de um modo geral apresenta-se com boa estrutura, no Quadro 2 é possível observar a infraestrutura da escola.

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Quadro 2: Estrutura física da Escola Municipal Vila Paulista ESTRUTURA DAS DEPENDÊNCIAS

8 Salas de Aulas 1 Sala de Secretaria

38 Funcionários 2 Banheiros

1 Sala de recursos multifuncionais para atendimento Educacional Especializado

Dependências e Vias Adequadas para alunos com deficiência ou mobilidade reduzida

1 Laboratório de Informática Banheiros com chuveiros

1 Sala de Diretoria Dispensa

1 Cozinha Almoxarifado

1 Parque Infantil Pátio coberto

Fonte: Censo Escolar (2017)

Com relação ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), nos últimos anos a escola tem registrado uma melhora na avaliação dos seus indicadores, sendo que no ano de 2015 a nota foi 5,3, ficando abaixo da meta esperada que era de 5,5, mas acima da média municipal que é de 4,7.

Como já mencionado anteriormente da importância do Sr Benvindo Miranda para a Vila Paulista, foi prestada homenagem a ele atribuindo o seu nome a principal rua do bairro que fica na frente da escola.

O Sr Benvindo Miranda foi o proprietário do primeiro bolixo do local, pois este espaço representava e exercia a função naquele período como um ponto de encontro das pessoas de diferentes localidades, também prestava os serviços aos moradores da vila de enviar suas correspondências ou mesmo fazer encomendas na cidade.

O Sr Benvindo Miranda foi um grande líder aqui para a comunidade, ele era muito inteligente, liderou aqui por muito tempo, era igreja, tudo era ele que liderava. O bolixo dele servia como ponto de encontro da comunidade, era o boteco onde tinha mais coisa para vender, a mulher dele foi professora aqui também (ENTREVISTA B).

Este pequeno comércio de propriedade do Sr Benvindo Miranda, também propiciava o encontro de pessoas para estarem discutindo sobre a política local. “Como comerciante, era o elo com os demais povoados da região, sendo ainda o contato com os comerciantes e políticos de Rondonópolis” (BITTENCOURT; FREITAS; BATISTA, 1988, p. 29).

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Foto 4: Casa do Sr Benvindo Miranda

Fonte: Trabalho de Campo (2018)

A Foto 4, representa como está à casa que o Sr Benvindo Miranda morava, nota-se que ela foi remodelada no decorrer dos anos.

Ainda sobre os equipamentos existentes no bairro Vila Paulista, temos a associação de moradores, que é utilizada para as reuniões e também serve como espaço onde ocorrem eventos beneficentes realizados pela população, principalmente almoços com o intuito de arrecadar dinheiro em prol de ajudar a alguma pessoa (Foto 5).

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Foto 5: Associação de Moradores da Vila Paulista

Fonte: Trabalho de Campo (2018)

Outro equipamento muito importante é o Posto de Saúde da Vila Paulista, que atende a toda a população dos bairros da região, sendo aproximadamente 679 pessoas. Do aspecto de estrutura de pessoas, dispõe de 1 médico clínico geral, 1 médico ginecologista, 1 enfermeira, 1 técnica de enfermagem, 4 agentes de saúde, 1 serviço geral, 1 dentista e 1 auxiliar de dentista3.

Além da Vila Paulista, os bairros atendidos são: Jardim Arco Íris, Residencial Altamirando além dos sítios e chácaras vizinhas.

A Foto 6 a seguir é referente ao Posto de Saúde, pois anteriormente ao ano de 2011, o posto de saúde localizava-se em outro espaço. Em relação à infraestrutura, nota-se que este espaço também almeja por uma reforma, principalmente na parte visual, pois está necessitando de uma pintura como também de adaptações no prédio para atender pessoas com deficiência. O posto abriga uma sala de procedimentos, sala de vacina, sala de enfermaria, sala de triagem, sala de consulta e 2 banheiros, sendo um masculino e outro feminino.

3

Informações prestadas ao pesquisador no Posto de Saúde da Vila Paulista durante a realização dos trabalhos de campo no dia 12 de junho de 2018.

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Foto 6: Posto de Saúde Municipal da Vila Paulista

Fonte: Trabalho de Campo (2018)

Na Vila Paulista também se localiza um equipamento urbano público muito importante para a cidade de Rondonópolis, o Cemitério Municipal da Vila Paulista, pois a Prefeitura tornou-o público a partir do ano de 2007 (Foto 7). Anterior a sua municipalização, o cemitério tinha como característica o atendimento aos moradores da zona rural, mas atualmente, apresenta-se como uma nova opção aos moradores da cidade, principalmente em virtude dos custos financeiros serem mais baratos que em outros cemitérios de Rondonópolis.

Dessa forma, a prefeitura tem investido em melhorias na parte estrutural do

cemitério, sendo construída sala de velório e tem dado ênfase a parte

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Foto 7: Cemitério Municipal de Vila Paulista

Fonte: Trabalho de Campo (2018)

Como forma de atender a população da Vila Paulista e dos bairros adjacentes, dos estabelecimentos comerciais verificamos que existem 3 mercados e uma farmácia, dentre eles se classificam na categoria de mercearias e conveniências (Foto 8). Podemos caracterizá-los como sendo bem estruturados e comercializam os mais variados gêneros, atendendo não apenas os moradores como também diversas mercadorias que atendem a zona rural. “O comércio hoje aqui não tem diferença para a cidade, só não tem lojas né de utensílios, mas os mercados são bem surtidos, tudo que tem nos mercados da cidade você acha aqui, o que falta aqui é uma padaria, não tem ainda” (ENTREVISTA B).

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Foto 8: Os diversos estabelecimentos comerciais na Vila Paulista

Fonte: Trabalho de Campo (2018)

Na Vila Paulista também localizamos um poço artesiano (Foto 9), que segundo os moradores encontra-se desativado por falta de manutenção, o que tem ocasionado diversos problemas com relação ao abastecimento de água, uma vez que a população em torno do bairro aumentou de forma bastante significativa, guardada as devidas proporções de crescimento de outras localidades dentro do espaço urbano de Rondonópolis.

Foto 9: Poço Artesiano para abastecimento de água

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Com relação as dificuldades do bairro em relação ao aspecto da água, na Entrevista A, o morador da Vila Paulista destacou toda a história relacionada ao seu abastecimento de água, vejamos:

Bastante importante também foi à rede de água, no início a maioria do pessoal tinha poço furado em casa, e outros iam buscar numa mina d’água lá do outro lado da rodovia, hoje o pessoal do meio ambiente veio e fez o dono da terra cercar toda a mina para preservar ela, mas ainda tem uma casa da fazenda que é abastecida pela mina, onde tem uma bomba d’água que manda água. A água do corgo o pessoal usava apenas para banho e também para lavar roupa. A água eu tomei de conta quando era presidente do bairro, aquele tempo era tudo ligado na mangueira, tinha a rede mestre e o pessoal puxava a ligação para casa pela mangueira, o pessoal pagava uma pequena taxa que deu grande briga, por que o pessoal queria ter a água mas não queria pagar. Funcionava assim, a água ficava ligada quatro horas para cima, quatro horas para o meio, e quatro horas aqui para baixo. Aqui para baixo onde eu moro, era mais favorável, por que a água sempre vinha forte por causa do desnível e dava muita pressão, aí o pessoal da parte de cima sofria muito, por que a água chegava muito fraca lá. Aí inventaram aquela vila lá, o Arco Iris, aí a água ficou menos ainda (ENTREVISTA A).

Nesse relato, o morador destaca que a Vila Paulista no início não tinha problemas com o abastecimento de água, pois era comum não só para os moradores do bairro, mas para toda a população da cidade ter um pequeno poço de abastecimento em casa. Conforme o aumento da população e também do surgimento de bairros nas proximidades, essa água passou a ser dividida com esses novos bairros, daí começou a surgir diversos problemas relacionados a falta de água.

O poço artesiano da vila hoje não funciona, por que o povo disse que ia faltar muita água por que agora abastecia duas vilas, mas não era isso não, por que o poço era muito bom, o problema é que a bomba dele gastava muito energia e ia ficar caro para nós pagar. Hoje, a água que nós usa aqui, ela vem lá do Margarida, perto do Parque São Jorge, é bom que quando quebra alguma coisa, o pessoal do Sanear vem e arruma rapidinho (ENTREVISTA A).

Na entrevista, o morador relata que atualmente a Vila não tem problemas com o abastecimento de água, pois o Poder Público juntamente com o SANEAR, realizaram as os procedimentos e as manutenções necessárias para sanar os problemas que venham a ocorrer. Destaca ainda, que o poço artesiano não está funcionando, devido aos custos com energia elétrica, pois esses valores antigamente eram rateados entre todos os moradores que eram beneficiados.

É comum ao circular pela Vila Paulista, exemplos de casas antigas, feitas por adobe, onde algumas dessas apresentam-se no formato original, sem nenhuma remodelagem. Na Foto

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10, temos um exemplo de uma casa que mantém as características originais de sua construção (Fotos 10/A/B) e outras casas que foram remodelada com o tempo, mas que também são feitas de adobe, onde foram rebocadas com cimento e também ampliadas (Fotos 10/C/D).

Foto 10: Casas antigas feitas de adobe ainda existentes na Vila Paulista

Fonte: Trabalho de Campo (2018)

Também é comum encontramos na Vila Paulista, características que nos remetem aos aspectos da zona rural, na Foto 11, é possível observarmos alguns exemplos.

Referências

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