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Atchiiim! - Sonia Hirsch

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Academic year: 2021

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(1)

SONIA HIRSCH

D E S E N H O S DE

EVA FU RN ARI

GRIPE

RESFRIADO

SINUSITE

ASMA

ALERGIA

\ \

RINITE

V \

BRONQUITE

LARINGITE...

s \

Cansou?

Idéias & receitas

t , naturais para tratar

,

1

e não ter mais

(2)

SONIA HIRSCH

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1

CORRECOTIA

RIO DE J A N E I R O

(3)
(4)

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O

A culpa é

do tapetinho

Gripes, resfriados e alergias aconte-cem graças ao epitélio respiratório, um tapetinho de muco que recobre as vias respiratórias e tenta expulsar o que incomoda 13

?

r m é '

que e, o que e:

RESFRIADO Dá mal-estar,

mas não dá febre 22

RINITE Se vai e volta, é bom

entender as causas 23

GRIPE O vírus, que leva a

cidpa, é secundário 23

OTITE MÉDIA Atenção para

febre com dor de ouvido .... 26

SINUSITE Muco grosso

também dá nisso 26

DOR DE GARGANTA As

BRONQUIOLITE

A inflamação pode ocorrer

nos bronquíolos 32

PNEUMONIA Fungos e

vermes podem ser a causa ...32

ALERGIA Aguda ou crônica:

35 mucosas estão inflamadas ...27 pessoal e intransferível.

TOSSE Ela vem para expulsar ASMA Quando a inflamação

o muco que virou catarro ... 29 chega a matar 37

ESPIRRO Muitos, sucessivos,

podem ser reação alérgica ...30 T )

«D,™™!!Tv TT <• I o r q u e eu?

BRONQUITE Uma especie ' yf í

de resfriado no peito 31 O agente infectante é nada,

(5)

nfP

m

Atitudes

Descansar, pôr as melecaspra fora... e outras maneiras espertas de

combater o mal-estar 55

C o mer bem para ficar zen

Receitas de canja de galinha para aliviar gripes e resfriados — além de outros

67

islfi

Ch

ás & Cia.

Ervas e temperos medicinais, cápsulas e comprimidos naturais: uma farmácia

Sfr-s í

ao seu

E

89

as alergias?

A dieta que trata todas as alergias, é eficaz para asma e ainda dá resultados

contra o câncer 109

as crianças

Dicas preciosas de mamãe Carla Saboya para tratar da garotada naturalmente.... 115

Olh,

O VIVO

A saúde depende de pequenas coisas

cazem grande diferença — Deus

(6)

V

(7)

O primeiro espirro chega de repente. Alguma coisa irri-tou o nariz. Ou bateu frio. Ou se agasalhou demais e sentiu calor. A boca abriu e espirrou com toda a força dos pulmões:

— Aatchim!

Mas está no meio da função, se arrumando para sair, e nem repara direito que espirrou até ouvir-se espirrando de novo...

— Aaaatchim!

...e desta vez, com meleca. Cadê um lenço? Vamos rápi-do, tem reunião na primeira hora. No carro vidros fechados, ar frio, rádio nas notícias, engrena a segunda e vai enxugando as narinas com um guardanapo de papel. O nariz está bem entupido, mas a reunião, bem, a cabe-ça está na reunião. Tráfego. Ônibus ultrapassando, moto, táxi avistou passageiro na calçada, vai parar, parou. Mão na buzina, mão na buzina, aaaaatchim! Meleca por todo lado, cadê o guardanapo? Todo molhado, desman-chando, eca. Tem mais no porta-luvas, mas o sinal abriu, não dá pra pegar agora, funga, funga, funga, passa a mar-cha, estica o braço, pronto.

Eca de novo. Nariz cheio. Sensação de peso nos olhos, na cabeça, mas bola pra frente, guardanapos no bolso, quan-do chegar na reunião passa.

Café. Um café vai ser bom. Um café e uns biscoitinhos, para não ficar de estômago vazio. Ah, e uma agiiinha gelada. Isso. Pronto, não disse? Passou. Vamos lá.

(8)

Papéis, números, planilhas, projetos, outro café, núme-ros, relatório, memorando, outro café? Outro, com uns biscoitinhos. Ou melhor, biscoitinhos não: vamos co-mer direito, manda buscar um sanduíche e um suco. Já de noitinha, tudo concluído, de volta ao carro, de volta ao trânsito, de volta em casa: um trapo.

A cabeça dói, a garganta arranha, o estado é febril. De-pois do banho quente, um ataque de frio. De novo um espirro, outro e mais outro, e o corpo começa a doer. Termômetro: 37. É febre? Não é febre? Fazer o que ago-ra, meu Deus?

Cama. Mas não de estômago vazio! Como era mesmo aquela receita da madrinha, leite quente com uísque e mel? Isso mesmo, leite quente com uísque e mel! Infalí-vel! Leite quente com uísque mel, e amanhã tudo bem de novo... Ou será que é melhor tomar uma aspirina?

Aaaatchim!

No meio da noite liga para a farmácia, nariz escorrendo sem parar, o atendente manda um remédio maravilhoso para secar o resfriado, e o que seca é o nariz. ^Agcte está com sinusite: cabeça pesada, ossos latejando, a claridade incomoda. Bebe um suco de laranja, porque té^Vvita-mina C natural, e come torradinhas ?om ricoíasAfolta para a cama com frio, toma outro comprimido e dorme, pensando vagamente: Maldito vírus!!! ^

**

Mal sabe que a culpa é do... »

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\

*

(9)

A culpa é

(10)

Não se deixe iludir, amado leitor: gripes, resfriados e alergias só acontecem porque estamos vivos e o corpo sabe se defender muito melhor do que a gente pensa. E para isso usa um tapetinho que recobre inteiramente as vias respiratórias e vive tentando expulsar o que incomoda. Vias respiratórias são o caminho que o ar percorre para chegar até os pulmões e sair de novo, coisa que se repete 18 mil vezes por dia ou mais, num movimento que começa ao nascer e só pára quando se morre.

Respirar nos define biologicamente: não podemos viver sem ar. Com ele vem o que dá vida às células, com ele sai o que as células expiram.

É nos pulmões que acontece a troca. O ar que entra pelo nariz chega à faringe, desce pela laringe, penetra a traquéia, percorre os dois brônquios e uma série de bronquíolos e chega enfim aos minúsculos saquinhos pulmonares, ditos alvéolos, onde entrega oxigênio e recebe dióxido de carbo-no, para em seguida sair pelo mesmo caminho. Inspira, expira.

Esse percurso aquece, umedece e filtra o ar. Que pode estar muito frio do lado de fora, mas o sangue irriga tão abundantemente a região com seu calor que ele chega aos alvéolos na temperatura corporal.

Pode ser um ar muito seco, mas a umidade do muco produzido por células secretoras em toda a extensão das mucosas vai fazer com que ele chegue à superfície dos alvéolos saturado de vapor de água.

Pode ser um ar sujo, cheio de poeira, resíduos e micró-bios que não devem entrar nos pulmões, que são feitos

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de membranas muito sensíveis. E o que acontece? O ar chega aos pulmões filtrado, graças a um tapetinho, o epitélio respiratório, tecido que reveste internamente todo o caminho e é quentinho, úmido e cheio de mi-núsculos cílios.

Luzes, câmera, ação! O muco, viscoso e grudento, pren-de as partículas intrusas enquanto os cílios produzem um movimento ondulatório que tem o efeito de empur-rar o muco para a saída, ou seja, até o nariz, de onde ele normalmente vai sendo engolido à medida que chega à faringe. Durante o dia os cílios lutam contra a gravidade para fazer o muco subir até a garganta, mas à noite, quan-do estamos deitaquan-dos, o movimento é mais fácil. O muco vai então para o estômago, onde será dissolvido pelo suco gástrico.

Mas isto, evidentemente, se houver suco gástrico sufi-ciente, e se a quantidade de muco engolido for razoável. Na falta de um e no excesso do outro, o muco fica para-do no estômago e a vítima quanpara-do acorda se sente mal. Por isso tem necessidade de comer alguma coisa que pro-voque acidez para dissolver o muco, ou beber um líquido quente que o empurre para os intestinos.

Mas o que é exatamente o muco?

A princípio é apenas um fluido viscoso composto de água, células epiteliais (vindas da própria mucosa), leucócitos usados (nossos agentes de defesa), sais inorgânicos e mucina, ou mucoproteína, uma combinação de aminoá-cidos tipicamente encontrada na clara de ovo, na saliva,

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em cartilagens e no líquido sinovial que lubrifica juntas e tendões.

Acontece que o muco sofre modificações nos diversos estados de saúde e doença, e a maior ou menor presença de muco, bem como as variações de sua composição, tem um significado especial.

Textos antigos de medicina tradicional da índia e do Tibet explicam que o muco desempenha um papel im-portante no funcionamento do corpo e é considerado uma forma de kapha, termo que não tem tradução e se refere a tudo quanto é substancial, sólido e pesado no sistema corporal.

Kapha tem a ver com a tridosha, sistema dos três tipos de

energia: vatta, pitta e kapha. Vatta tem a ver com o vento e a energia que sobe, pitta com o fogo e a energia em expansão, kapha com a terra e a energia que pesa. - Nessa visão, as comidas que dão solidez ao corpo são predominantemente kapha — diz Rudolph Ballentine em seu livro Diet and Nutrition. — Quando essa substân-cia pesada e material é mal assimilada pelo sistema digestivo, precisa ser eliminada como refugo. Esse refu-go também é chamado kapha e corresponde ao muco com o qual estamos familiarizados. Faz sentido, portan-to, esperar que quando a comida é de má qualidade, ou seja, quando uma grande porção dela não tem valor nutricional e precisa ser descartada, a produção de muco aumente — continua Ballentine. - Embora do ponto de vista da pesquisa médica ocidental isso possa soar bizar-ro, da perspectiva da fisiologia oriental é apenas questão

(13)

de bom senso. Alimentos fracos e má digestão, juntos, vão comprometer a capacidade da pessoa em usar a co-mida para obter energia e construir tecidos, e dessa forma vão criar um fluxo de muco maior. E fundamental re-mover esse muco.

Olho nele

Se o muco ficar grosso ou viscoso demais, vai secar com facilidade, grudar na membrana mucosa, criar crostas e virar um ninho acolhedor para os mais diversos hóspedes. Mas se ficar muito líquido, escorrendo, com baixa viscosidade, os cílios não vão ter como movê-lo e ele também não será capaz de agarrar impurezas e micróbios. Enquanto o nariz pinga água, ou não respira, as mucosas estarão desprotegidas e sujei-tas a inflamação e infecção pelos mais diversos tipos de micróbios.

Essa possibilidade de variação do muco respiratório tem muito a ver com alimentação e se explica pelo fato de que o muco é não somente uma secreção, mas também uma excreção. A diferença entre elas é que secreção é algo que o corpo fabrica porque é necessário, enquanto a excreção, ao contrário, é algo de que estamos querendo nos livrar.

O resfriado, a tosse e a gripe, assim, são também uma válvula de escape para excreção quando outras funções excretórias do corpo falham ou estão sobrecarregadas. Pulmões, pele, rins, intestinos e menstruação deveriam dar conta de eliminar todos os resíduos do corpo. Mas

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muitas vezes fica dentro o que era para estar fora, por exemplo quando se usam coisas como desodorante antiperspirante, que impede a eliminação de toxinas pelo suor, ou quando o intestino fica preso vários dias, isto é, o lixo mais denso não sai. Ou acontece uma repentina avalanche de comida mal digerida no tubo gástrico. O resultado vai do mau hálito até a tsunami de muco. Esse muco agride as vias respiratórias. Daí é natural que aconteçam irritação, inflamação e infecção, que chama-mos de resfriado, alergia, gripe.

Fumaça? Cof, cofl

Fumar, como se sabe, também cria problemas. A fumaça irrita e resseca as mucosas respiratórias, forçando-as a pro-duzir mais muco, e o calor aos poucos destrói os cílios que moveriam esse muco para fora — por isso quem fuma costuma ter tosse crônica ou no mínimo um pigarrinho. Aquela coisinha presa na garganta, que precisa de uma tossidinha para sair dali, é uma plaquinha de muco numa área sem cílios suficientes para movê-la. Gelatinoso, se for só um muquinho à toa, limpo. Cremoso, quando já incorporou uma fervilhante atividade microbiana. Outras fumaças, como as de incenso ou fogão a lenha, produzem efeitos semelhantes.

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Também tem muco no estômago

O estômago é revestido por uma espessa camada de muco gástrico que impede os ácidos digestivos de digerirem as paredes estomacais.

Se o equilíbrio entre ácido e muco é adequado, todo o trato digestivo estará mais apto a funcionar melhor, ab-sorvendo a comida de forma eficiente para a construção dos tecidos e adicionando substância (kapha) ao corpo. Se a acidez for maior que o muco, a digestão é ruim; o freguês sente a todo momento que tem estômago. Do-res, arrotos com gosto ruim, gastrites e úlceras costumam ter relação com o aumento da acidez.

Por outro lado, se o muco for excessivo vai se espalhar por todo o tubo digestivo e comprometer a capacidade

(16)

de assimilar comida. Nesses casos, é visível a presença de muco nas fezes. Bactérias e outros bichos que normal-mente estão sob controle começam a se reproduzir mais. E nessas condições, adivinhe?, o organismo tende a pro-duzir ainda mais muco.

Pesquisas mostram que as características do muco são importantes para determinar quais variedades de parasi-tas vão crescer. Notou-se que algumas espécies pacíficas podem se tornar invasivas e destrutivas se as condições forem alteradas para pior. Isso faz com que o revesti-mento intestinal seja danificado, não só permitindo a passagem de substâncias nocivas como reduzindo a ca-pacidade intestinal de absorver nutrientes importantes. É o quadro de disbiose intestinal, em tudo semelhante ao desequilíbrio ecológico que predomina em muitas regiões do planeta.

(17)
(18)

RESFRIADO Indisposição úmida que

pega principalmente o nariz, mas pode

incluir garganta, brônquios, pulmões,

olhos, ouvidos, sinus.

O nariz escorre porque as mucosas do trato respiratório ficam úmidas demais, e a saída mais natural para escoar essa umidade é a protuberância nasal, que tem a vantagem de poder ser assoada (já pensou em assoar os olhos? ou as orelhas?). Também é pelo nariz que saem os espirros, com uma ativa participação da boca e da garganta.

Só o fato de não sentir cheiro e gosto já mostra o quanto a vítima está prejudicada: dois entre os cinco sentidos não funcionam. Vai ver, os olhos ainda lacrimejam e os ouvi-dos parece que vão entupir. Fora isso pode haver sensação desagradável de frio ou calor, dor de garganta muito leve, estado febril passageiro.

Resfriado dá mal-estar, mas não dá febre, e é muito mais fácil de tratar do que a gripe, se a vítima agir rapidamente. Bendito o organismo que dá sinais quando fica sobrecar-regado. Se é o seu caso, pule já para o tratamento.

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RINITE Rin é nariz e ite é o sufixo

que designa inflamação: inflamação

do nariz,

Que fica pingando, entupido, coça, a vítima enxuga, não tem o que assoar, o nariz arde de tanto usar lenço. Pode ser alérgica, indicando intolerância a alguma substância quí-mica do ambiente ou da comida, ou uma reação do corpo à temperatura externa. Se passar logo, tudo bem. Se ficar indo e voltando, é preciso entender as causas.

GRIPE é um resfriado gigante,

geralmente por acúmulo de mais

toxinas e muco, daí ter mais sintomas

de mal-estar: dor de cabeça, de garganta,

dores no corpo, febre, tosse, catarro,

sinusite. Resfriado é violino,

gripe é contrabaixo.

A gripe pode vir do resfriado, basta não cuidar dele. Tam-bém pode vir por si, de repente, por contágio físico, mental ou emocional, apresentando logo todos os seus sintomas ou não, branda ou forte, com pouca ou muita febre. E se o resfriado pede cuidados, a gripe não pede: exige.

Ela é sempre o resultado da combinação de fatores agressi-vos externos com fatores receptiagressi-vos internos.

Fatores externos podem ser qualquer coisa ou situação forte e inesperada para o organismo: contato com ambientes ou

(20)

pessoas que transmitem muitos germes, excessos alimen-tares, abalos emocionais, problemas com a família, stress, mudança brusca de temperatura ou de modo de vida... Fatores internos são inerentes a cada pessoa. Depois de uma farra, quem tem boa resistência física e emocional pode sentir uma ligeira indisposição e se recuperar facil-mente com um suadouro, uma canja, uma sessão de amor, uma boa noite de sono. A pessoa mais frágil ou em situa-ção vulnerável vai ficar arrasada. Tudo depende da maior ou menor facilidade de auto-regulação de cada organismo e de como a situação é conduzida pela própria vítima. O vírus, que leva tanta culpa, é secundário. Sozinho, mes-mo que seja o rei dos vírus com seu exército de vírus, não é capaz de afetar um organismo saudável. As ondas de gripe que "todo mundo tem" geralmente se devem a uma com-binação de fatores climáticos, ambientais, sociais e pessoais que fragilizam muitas pessoas ao mesmo tempo — que co-meçam a botar suas melecas para fora. E com elas, alguns micróbios.

(21)

"Vivemos num mar de vírus e bactérias.

Jã que estão em todo lugar e não podemos fugir

deles, obviamente não podem ser a causa de

nossas doenças. Vírus e bactérias apenas se

multiplicam em grande velocidade quando a

doença nos acomete o corpo. Estão no final da

cadeia causal, não no começo.

São resultado da doença, não sua causa.

Um vírus tem que ser uma de duas coisas:

o refugo de uma célula que escapou da

fagocitose ou o resultado do metabolismo

celular. Nada mais, nada menos.

De que outro lugar do universo ele poderia vir,

se contém RNA e DNA encontrados somente

em organismos vivos?

Um vírus, sendo somente um naco de proteína,

não pode fazer' coisas, ao contrário do que

dizem todos os tratados científicos sobre o

assunto. Somente células vivas podem fazer

coisas. Fazer exige vida e inteligência,

coisa que os vírus não têm. "

Daniel H. D u f f y Sr, DC,

médico

(22)

OTITE MÉDIA É a inflamação

na mucosa do ouvido médio,

muito comum em crianças.

Costuma aparecer depois de um resfriado mal curado. Os sintomas incluem febre e dor de ouvido. O grande risco da otite é haver infecção com perfuração do tímpano, que pode reduzir muito a audição.

SINUSITE Sinus são cavidades aéreas

nos ossos ao lado do nariz e em torno

dos olhos, revestidas internamente

pelo mesmo tipo de membrana mucosa

úmida e ciliada que caracteriza todo

o sistema respiratório.

O normal é essas cavidades estarem cheias apenas do ar que passa por elas junto com a respiração. Sua existência alivia o peso da cabeça e ajuda a voz a ter ressonância. Quando você aperta esses ossos e eles doem, é porque os sinus estão inflamados. A causa disso é um muco que de-veria ter escorrido para o nariz através de minúsculas passagens próprias para tal, mas elas entupiram porque o muco engrossou. Ficando lá dentro ele irrita ainda mais as membranas mucosas, que por isso produzem ainda mais muco, às vezes até com traços de sangue; e o

entupimento provoca um pouco de vácuo, o que dá sensação de pressão e dor.

(23)

Sinusite pode dar em quem está resfriado e não gosta de assoar o nariz, acha que não sai nada, então fica fungando. Também em quem toma remédio para secar o resfriado. Em quem chora para dentro, ou chora muito sem ter len-ços à mão para se assoar, porque os canais lacrimais também deságuam no nariz. Em quem toma gelados. Em quem vive no ar refrigerado. Ou tem fungos. Etc.

DOR DE GARGANTA O que

se chama de garganta, assim com toda

a simplicidade, é uma das estruturas

mais complexas do organismo.

Ali se cruzam os sistemas de comer e de respirar, cada qual vindo de um lugar e indo para outro, e ainda é onde a gente consegue fazer essa coisa que nos ultrapassa: falar.

Dependendo de onde esteja a inflamação, será chamada de faringite, laringite ou amigdalite. E, seja o que for, quan-do a garganta dói um alarme está disparanquan-do: atenção, muita atenção, funções essenciais em perigo! Mucosas ir-ritadas, amígdalas sobrecarregadas, você não pode engolir, respirar dói, falar dói, em suma: faça alguma coisa! Por outro lado, estando tão pertinho do mundo externo, a garganta é uma região muito fácil de tratar. Basta abrir a boca e botar a língua pra fora que dá para ver o que está acontecendo. E é impressionante observar como podero-sas inflamações, para alguns dignas de cirurgia, cedem a meros gargarejos com chá de folhas de tanchagem — receita do pediatra José Luiz da Costa Lyra.

(24)

A explicação é que tudo o que está na garganta tem facilida-de facilida-de sair. Não é um esconfacilida-derijo profundo. Pofacilida-de estar cheio de bactérias e semelhantes, mas todos à beira do abismo. Estatísticas mostram que os médicos erram metade dos diagnósticos de dor de garganta, receitando antibióticos quando não é o caso e deixando de receitar quando é. Antibióticos combatem bactérias, mas são inócuos em qual-quer outra situação.

AMÍGDALAS são duas pequenas massas ovaladas de teci-do linfático que brotam de cada lateci-do da faringe lá no funteci-do da boca, onde ela vira garganta. O tecido que as reveste é todo furadinho por canais que levam ao tecido linfático mais profundo.

As amígdalas estão ali fazendo a segurança da área, cheias de células cuja especialidade é agarrar substâncias e seres indesejáveis e despachá-los pela linfa afora. De vez em quan-do ficam inflamadas e/ou infeccionadas e incomodam muito.

Algumas amigdalites são causadas pela bactéria Streptococus

piogenes, que é rapidamente identificada pelo laboratório e

pode até ser tratada com penicilina se for o caso — gargare-jos com tanchagem e outras ervas de poder anti-séptico também combatem infeccções, principalmente no início. O risco de não tratar uma infecção por estreptococos é que ela pode evoluir para febre escarlate (escarlatina), erisipela, febre reumática e invadir os rins.

(25)

TOSSE O sistema respiratório

tem a musculatura poderosa. Qualquer

perturbação nas vias respiratórias

inferiores faz com que o diafragma,

por ato reflexo, empurre tudo

para cima e para fora. E a tosse.

A tosse pode ser seca, úmida, encatarrada, fraca, forte, agu-da ou crônica. Uma pessoa pode ter um ataque de tosse só porque deu muita risada. Outra pode ter um pigarrinho na garganta que embaça as cordas vocais de vez em quando. A tosse que vem depois da gripe ou do resfriado tenta ex-pulsar o muco que foi secando nas passagens de ar e virou catarro: grosso, grudento e às vezes amarelo ou esverdeado pela presença de bactérias oportunistas. E de grande utili-dade aprender a cuspir o catarro que vem à garganta. O tratamento procura dissolver o catarro, torná-lo mais fluido pára que deslize logo porta afora. Parte do que acon-tece quando se toma um bom xarope é que o catarro vai para os intestinos.

A tosse seca mostra que o interior do organismo está quente e seco. O tratamento procura substâncias que umedeçam e refresquem o corpo e possam produzir os fluidos neces-sários para a hidratação dos tecidos, das secreções, das eliminações.

(26)

ESPIRRO Um mecanismo semelhante

ao da tosse produz o espirro, que

mobiliza mais a parte superior das vias

respiratórias e ajuda a eliminar o muco

que está na garganta e no nariz.

Espirros também acontecem como reação reflexa a uma corrente de ar frio e outras perturbações indesejáveis como poeira, vento, corrente de ar, cheiros fortes, ambiente úmido e umidade interna.

Muitos espirros sucessivos podem ser chamados de reação alérgica. Na verdade, o que está acontecendo é que as mucosas, já irritadas pela presença de resíduos alimenta-res no muco, não conseguem tolerar a palimenta-resença de certas substâncias no ar (poeira, pêlos, toxinas) e se defendem espirrando. Tentam botar o muco para fora e ao mesmo tempo impedir a ação desses novos agressores.

(27)

BRONQUITE Alguém sabe que está

com bronquite quando começa a sentir

uma espécie de resfriado no peito: em

vez do nariz escorrer, há tosse com

pouco ou nenhum catarro, e alguma

coisa no tórax dói ou queima.

Isto quer dizer que as mucosas dos brônquios estão infla-madas, e a inflamação é aguda ou crônica.

Bronquite aguda pode fazer parte de uma gripe ou vir de-pois dela. Chega a dar febre baixa com calafrios.

Bronquite crônica é resultado do descaso com os sintomas que indicam bronquite aguda. A tosse é constante, com bastante catarro. Há sensação de mal-estar, dor ou quei-mação no peito, falta de ar e cansaço. As membranas mucosas estão muito prejudicadas por algum fator emocio-nal ou de constante irritação, como fumo ativo ou passivo, poluição ambiental e inalação de produtos químicos, ou excreção constante de substâncias rejeitadas pelo organismo. Como em todo quadro com sintomas respiratórios, a pri-meira coisa a fazer nas bronquites é parar de irritar as mucosas e tentar expelir o muco, evitando os alimentos que o deixam mais espesso e abundante: laticínios, ovos, carne, açúcar, gorduras.

Uma bronquite pode se tornar preocupante se a pessoa apresentar febre alta (acima de 38,5°C), catarro verde, ama-relo ou com sangue, muita dor no peito e respiração ofegante mesmo quando está em repouso.

(28)

BRONQUIOLITE Em vez de estar

nos brônquios, a inflamação pode

acontecer nos bronquíolos.

Eles são os derradeiros raminhos da árvore respiratória, já bem dentro dos pulmões. O sintomas de bronquiolite são semelhantes aos da bronquite, só que mais dolorosos.

PNEUMONIA Tudo o que existe

entre a entrada do nariz e o final dos

bronquíolos tem a função de proteger

de micróbios e outros corpos estranhos

os delicados alvéolos pulmonares, onde

acontece o melhor da festa: a troca de ar

sujo por ar limpo.

O tapetinho ondulante de muco agarra os indesejáveis e os leva para a porta da rua. A tosse e os espirros colaboram nesse processo de expulsão. E se ainda assim algum

(29)

microbinho chegar à área dos alvéolos, encontrará muitas células macrófagas, que são a parte faminta do nosso siste-ma de defesa, prontas a devorá-lo sem dó.

Entretanto, toxinas e microrganismos podem prevalecer e provocar pneumonia. A pneumonia causada por bactérias que se alimentam do muco é a mais freqüente em pessoas de todas as idades. A causada por fungos geralmente afeta mais bebês, velhinhos e pessoas imunodeprimidas. Também são comuns as pneumonias causadas pelo ciclo das larvas de lombrigas (Ascaris lumbricoides), que sempre passa pelos pulmões, e de outros vermes, como estrongi-lóides (Strongyloides stercoraiis) e ancilóstomos (Necatur

americanus). Escreve o médico patologista clínico

Gilber-to Angel M., na revista Colombia Médica 1996; 27: 52: "Não são raros os casos do paciente que se hospitaliza por infiltração pulmonar difusa, eosinofilia progressiva, tosse, adinamia, febrículas irregulares e persistentes, sombras radiológicas nodulares; faz biópsia pulmonar, punção medular para esclarecer a eosinofilia progressiva, convo-cam-se várias juntas médicas, quando na realidade é um simples granuloma pulmonar transitório produzido por parasitas (Necator, Ascaris, Estrongyloidesj, num quadro de-nominado síndrome de Loefler. Se nos lembrássemos do granuloma parasitário e do cicio evolutivo do parasita, eco-nomizaríamos problemas de diagnóstico e teríamos com mais rapidez o bem-estar do paciente.

Deve-se pensar sempre na etiologia da doença infecciosa, an-tes de embarcar em diagnósticos difíceis, que nem sempre se confirmam, por não ievar em conta que as doenças infeccio-sas são os mais comuns de todos os quadros de doença.''

(30)

Os sintomas da pneumonia em geral aparecem de repente: febre, tosse, catarro, calafrios, dor no peito, falta de ar, respiração curta. Também podem estar presentes os sinto-mas da gripe e do resfriado, como dor de cabeça, dor de garganta, espirros e nariz escorrendo. Mas pode não haver sintoma que faça procurar o médico.

O diagnóstico é feito por raio x ou tomografia do tórax, exame de sangue e de escarro. Esse procedimento cuida-doso serve para verificar a possibilidade de uma tuberculose pulmonar ou a presença de parasitas grandes.

A pneumonia associada a bactérias costuma ser tratada com antibióticos para debelar a infecção e fisioterapia para esti-mular a expectoração. Existem remédios específicos para tratar a pneumonia movida a fungos, mas costumam ser pouco eficientes. Pneumonias associadas a vermes são tra-tadas com vermífugos. Para pneumonia associada a vírus não existem drogas apropriadas.

(31)

ALERGIA Este é o nome que damos à

reação inflamatória de um tecido em

resposta à presença de substâncias ou

agentes irritantes aos quais a vítima é

muito sensível.

Por exemplo, você convidou sua chefe para almoçar e pe-diu um prato caríssimo de camarões gigantes. Depois de algumas garfadas ela começou a sufocar e você teve que levá-la correndo para o hospital com edema de glote, uma reação inflamatória que fecha a garganta e não deixa pas-sar o ar. No entanto, você comeu os camarões numa boa. O que aconteceu? O sistema imunológico da moça achou que aquilo era demais, enquanto o seu não estava nem aí. Alergias são assim, pessoais e intransferíveis. Fazem parte de um quadro de características de comportamento da pessoa. Podem ser agudas ou crônicas; infernizam a vida da vítima e chegam a matar.

O quarteto universal das alergias respiratórias é mofo, poeira, pólen e pêlo de gato. A maioria dos testes verifica que qualquer pessoa reage a pelo menos um desses fatores. Entrou num lugar acarpetado e o nariz começou a escor-rer? Rinite alérgica, desencadeada por contato com partículas de mofo. A menos que haja um gato na casa, aí já sabemos quem será acusado.

O que não se diz com tanta freqüência é que muitas outras condições se confundem com alergia.

Exaustão adrenal, decorrente de stress, dá sintomas alérgi-cos. Infecções parasitárias, incluindo candidíase, dão

(32)

sintomas alérgicos. Produtos de limpeza dão sintomas alér-gicos. Desodorantes antiperspirantes, idem. Produtos químicos nos alimentos. Resíduos químicos e antibióticos em carnes, frangos, ovos e leite. A proteína do leite de vaca pasteurizado e de seus derivados dá muitos sintomas alérgi-cos em pessoas que não se consideram alérgicas.

Esses sintomas vão dos mais óbvios, como espirros em se-qüência, coriza, tosse e coceira, aos mais dissimulados, como dor de ouvido, falta de ar, enjôo, dor de cabeça, fadiga, problemas menstruais, retenção de líquido, depressão, distúrbios do comportamento e da cognição. Num está-gio avançado, os tecidos degeneram e tendem ao câncer. Todos os estudos mostram que o ataque alérgico é provo-cado pela gota d'água que faz o copo transbordar, ou seja, os mecanismos imunológicos apenas disparam uma res-posta inflamatória que estava prontinha para acontecer. Por si, os estímulos externos seriam insuficientes. Juntan-do isso ao fato de que as pessoas mais alérgicas costumam apresentar um nível altíssimo de radicais livres, que pro-movem e prolongam a inflamação, podemos pensar que a vítima deixaria de ser alérgica se procurasse diminuir sua tendência à resposta inflamatória.

E embora a asma seja considerada a doença alérgica mais grave, 63% das mortes por alergia nos Estados Unidos são causadas pelo consumo de amendoim — manteiga de amen-doim, óleo de amenamen-doim, molho de amenamen-doim, amendoim torradinho, amendoim japonês, amendoim com chocola-te, ovinhos de amendoim, paçoca.

Detalhe: amendoim é um dos ninhos prediletos de fun-gos que produzem aflatoxinas, e é impossível saber se elas

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estão lá quando comemos aquele delicioso pé-de-moleque. Sabe-se que aflatoxinas acabam com o fígado e dão câncer. Além disso, o amendoim é metabolizado pelo fígado mui-to lentamente. O que se chama de alergia, nesse caso, é uma resposta imunológica intensa do organismo à presen-ça de substâncias que comprometem todos os órgãos.

ASMA Os sintomas da

asma são semelhantes aos

da bronquite: inflamação

nos brônquios com

tosse, aperto no peito,

queimação, chiado,

falta de ar, cansaço,

dor. A diferença é que na

asma a inflamação é crônica

e pode matar.

17 milhões de pessoas sofrem de asma nos EUA, entre adultos e crianças. Achou muito? No Brasil são 16 mi-lhões. Na Europa, os casos de asma dobraram nos anos 90. No mundo, a OMS calcula 150 milhões de asmáticos. Esses números mostram que as pessoas estão ficando mais sensíveis a coisas com que são obrigadas a conviver — ali-mentos, aditivos químicos, fumaça, sujeira, umidade, mofo, poeira, pólen, ar frio, produtos de limpeza, baratas, fun-gos, pêlos, clima, stress. E até situações boas, como uma nova paixão, podem provocar stress.

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A Medicina Tradicional Chinesa considera quatro tipos de asma, ligados ao mau funcionamento de um, vários ou todos os quatro sistemas: digestivo (baço, pâncreas, estô-mago e intestinos), renal, hepático e cardiorrespiratório. Na maioria dos casos todos funcionam mal e um deles está especialmente desequilibrado.

ASMA DO TIPO FRIO: caracterizada por um muco bran-co, transparente ou espumoso, extremidades frias, palidez e sensação freqüente de frio.

ASMA DO TIPO QUENTE: respiração rápida e pesada, rosto vermelho, sensação de calor no corpo, muco amare-lo, fezes secas e urina escassa.

ASMA MUCOSA: caracterizada por muco copioso, boca quase sempre aberta, dificuldade em respirar na posição deitada, cobertura grossa e gordurosa na língua.

ASMA DO TIPO DEFICIENTE: pulso fraco, língua lim-pa ou quase, compleição pálida, respiração curta, a cabeça precisa estar alta para dormir, esforço físico torna difícil respirar.

O

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(36)

Existem fatores que tornam uma pessoa mais propensa a pegar gripe e resfriado. "Pegar" é muito vago. Louis Pasteur, o cientista que descobriu como agem os micróbios, morreu dizendo que o agente infectante é nada, o terreno é tudo. É diferente para cada "terreno" o jeito como a gripe encos-ta. Um percebe um pontinho dolorido na garganta, outro sente moleza e uma dor nas costas que vai de alto a baixo. Alguns começam sempre espirrando.

Também é diferente o jeito como cada um vai tratar do assunto. Uns nem tratam, acham que tratar e não tratar dá na mesma — que gripe cumpre um ciclo e passa.

Como diz aquela senhora, ter gripe é considerado normal. Ninguém precisa se justificar porque está com gripe. Sendo algo que todo mundo tem (diferente de gravidez e mens-truação, privilégios de mulher), até chefe entende. A vítima fica num estado lastimável e é perdoada de tudo.

Mas o que foi que aconteceu antes da vida virar gripe?

Sentiu tristeza, depressão ou

insegurança?

O corpo tem uma rede natural de proteção que é afetada pelo que pensamos e sentimos. Quando nossa auto-estima enfraquece, ficamos mais frágeis e vulneráveis. Lágrimas retidas podem querer pingar pelo nariz. O ser fica úmido de tanto choro.

i m

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Dormiu mal ou pouco?

O sono é um regulador natural. Nada pode substituí-lo. A falta de sono baixa a imunidade e predispõe a reclamações do corpo, que passa a funcionar mal.

Pegou friagem?

O frio altera o funcionamento normal do organismo; to-dos os tecito-dos se contraem e querem eliminar líquito-dos — quanto mais líquido no corpo, mais sensibilidade ao frio. O espirro elimina líquido e também aquece a parte supe-rior do corpo.

A friagem pode vir de uma porta ou janela entreaberta, da pedra onde estivemos sentados, do chão do banheiro onde vamos descalços à noite, do sereno da madrugada. Pode entrar por qualquer lugar do corpo. Tomar banho à noite ou dormir de cabelos úmidos pode ser uma fonte habitual de friagem. Perdemos 70% do calor pela cabeça.

Banhos quentes deveriam terminar sempre mornos para evitar um choque de temperatura ao sair. As pessoas que tomam banho frio acham que são mais fortes por isso.

Pegou vento?

Às vezes é o vento o vilão: ou porque "entra" no corpo, ou por exemplo quando se transpira sob o sol com pouca rou-pa: o suor normalmente refresca a pele, que por sua vez refresca o interior do corpo; mas um vento abrupto dá um choque nesse delicado mecanismo e o corpo se resfria.

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Sentiu desconforto devido ao calor?

Excesso de calor também resfria. O corpo sua, num movi-mento mais forte de eliminação de líquidos e tentativa de refrescar a pele. Essa sensação pode provocar espirros. E o calor às vezes vem de dentro, produzido por excesso de alimentos ou temperos quentes como gengibre e canela.

Ficou muito tempo sem se mexer?

Numa longa viagem ou permanência num local fechado, o corpo vai ficando condicionado e perde parte de sua capacidade de adaptação. Se isso não for compensado por algumas horas de atividade física espontânea e agradável, que ative músculos, circulação e sistema respiratório, a rea-ção mais branda pode ser o resfriado.

Comeu mal?

A digestão é um processo sutil, que depende da produção de sucos digestivos e da capacidade do estômago em lidar com a comida. O excesso, ainda que de boa qualidade, congestiona o movimento; a comida que estagna vai fer-mentar e produzir muco. O que passa mal digerido ou fermentado para os intestinos produz desconforto, gases e toxinas, aumentando o mal-estar. Se a comida for de má qualidade, pior. Uma das reações possíveis é o resfriado.

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Bebeu mal?

A bebida alcoólica chega rapidamente à corrente sanguí-nea, e em algum momento passa pelo fígado - que, entre outras coisas, é um grande filtro retentor de impurezas. Acontece que o álcool incapacita as células desse filtro, dando livre trânsito a todas as toxinas que deveriam ser retidas. A conseqüência é o mal-estar, com chances de dor de cabeça, ressaca, resfriado.

Tomou gelados?

O interior do corpo é quentinho, com temperatura cons-tante em torno de 36,5°C. Os gelados obrigam nosso sistema de aquecimento a trabalhar mais para levá-los a uma temperatura adequada aos órgãos e tecidos — o que cansa o organismo e desperdiça energia.

Comeu geladas?

Além de esfriar o interior do corpo, a comida fria ou gela-da demora muito para ser digerigela-da e tende a deixar resíduos no estômago que fermentam e produzem muco.

Comeu comida calorenta no calor?

Quanto mais tempo uma comida fica no forno, mais ad-quire a capacidade de transferir calor para quem a come. No verão é fundamental comer alimentos que refresquem o ambiente interno. Frango assado num dia quente,

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rasco ou peixe na brasa, por exemplo, podem dificultar muito a capacidade de auto-regulação térmica.

Em clima quente, também é bom ingerir menos calorias: massas, biscoitos, pães, batatas e qualquer coisa que leve açúcar, inclusive sorvetes e chocolates. E frituras, claro, cuja temperatura é sempre altíssima.

Açúcar engorda, rouba vitaminas e minerais, dá acidez, mexe com hormônios, gera colesterol, modifica o com-portamento, favorece parasitoses. Contribui muito para gripes e resfriados porque produz muita umidade, que o corpo só consegue eliminar até certo ponto; o excesso se acumula. É esse acúmulo que, além de pesar no corpo, vai alimentar fungos como a Candida albicans, que piora muito qualquer pequeno desequilíbrio: um simples resfriado vira logo sinusite, porque a cândida se instala nos sinus e fica mamando aquele muquinho doce.

Candidíase vaginal derruba casamentos. E impossível ter relações prazerosas se a mucosa está inflamada.

Doçuras ditas naturais também ativam a candidíase: fru-tas secas como ameixa, damasco e especialmente tâmara, sem falar em castanhas, nozes e amendoins, abrigam po-pulações inteiras de fungos. E de inseticidas também.

Exagerou nos doces?

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— Resfriados, gripes, febre — a pura e simples

síndrome do mal-estar é resultado de uma dose

repentina de venenos ambientais, sendo que o

mais comum é o açúcar refinado. O açúcar

liquida as células brancas, e as bactérias que

estão sempre presentes se multiplicam e colocam

toxinas em nossos sistemas.

Daniel H. D u f f y Sr, DC

Abusou de leite, queijo & similares?

O leite e seus derivados podem ser um péssimo alimento para os seres humanos, simplesmente porque produzem quantidades industriais de muco irritante no organismo. As reações vêm como espirros, rinite, bronquite, asma, eczema, coceira, gases, intestino preso, intestino solto, na-riz entupido, tosse, sinusite, otite e outras ites.

Abusou de pães, biscoitos e bolos?

Aqui estão juntos dois dos piores alimentos comuns no que tange a muco: açúcar e farinha. Toda farinha comercial é desvitalizada por natureza, já que cada pequena partícu-la em que se transformou o grão vai ser exposta ao ar e oxidar em poucas horas, perdendo a maior parte do valor nutricional. Isto, fora o tempo que vai permanecer enve-lhecendo na prateleira antes de ser preparada. Aí ainda passa pelo forno, onde o alto calor altera de vez suas qualidades,

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criando novas toxinas. O próximo passo é virar meleca no estômago. Difícil de digerir, costuma fermentar. Produz aci-dez. Alimenta pouco e atrapalha muito a eliminação de resíduos. E o calor adquirido no forno contribui para es-quentar o interior do corpo, o que geralmente produz catarro grosso e preso.

Abusou de gorduras?

Frituras, refogados, patês, carnes gordas, salgadinhos de festa, bolinhos de queijo & similares possuem substâncias que estimulam inflamações por toda parte. Se forem no trato respiratório, o nome é resfriado.

Abusou de nozes, castanhas,

amêndoas, amendoins?

São alimentos concentrados, maravilhosos se forem fres-cos e crus, se você comer pouco e mastigar muito bem. Se não forem frescos estarão rançosos: você sente o sabor le-vemente amargo e deve cuspir imediatamente para não engolir toxinas. Se não forem crus, os óleos e nutrientes naturais já estarão prejudicados. Dois ou três são suficien-tes para dar a você suplementos de boa qualidade, cinco ou seis já são um limite. E mastigar muito bem é funda-mental, porque qualquer pedacinho maior vai chegar ao intestino sem ser digerido e imediatamente um bilhão de bactérias vai grudar nele produzindo toxinas e reações alér-gicas que você depois sente como mal-estar. Não é exagero: um dedal de matéria fecal tem um trilhão de bactérias.

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O intestino prendeu, ou soltou?

O intestino é um tubo de 9 metros de comprimento divi-dido em duas partes: uma mais fina e comprida, o intestino delgado, e outra mais curta e larga, o intestino grosso. O intestino delgado dá uma porção de voltinhas dentro da barriga para se acomodar ao pequeno espaço do corpo. É através dos recursos de suas finas paredes que absorvemos a maior parte dos nutrientes da comida, que passa por ali em estado bem pastoso. O intestino grosso retira o líquido do material e vai formando as fezes, que seguem em dire-ção ao reto para serem eliminadas.

Quando o intestino solta e as fezes saem líquidas, ou mui-to moles, estão vindo diremui-to do intestino delgado; a descarga mostra a incapacidade do corpo em lidar com qualquer absorção de alimento naquele instante, seja por algum dis-túrbio funcional (intoxicação, parasitose, stress) ou por rejeitar radicalmente um componente da comida.

Na prisão de ventre, o cocô que não sai vai ficando cada vez mais compacto e seco, acumulando-se na parte final do intestino, onde a capacidade de absorção da mucosa é muito grande. Isso quer dizer que as toxinas que deveriam ser eliminadas pelas fezes vão voltando para o sangue e entram na circulação. O próprio volume de fezes paralisa-das incomoda. Se nelas houver resíduos de proteína animal, a fermentação produzirá gases com mau cheiro — e mais toxinas. Isso afeta todo o organismo, incluindo a mente, mas em primeiro lugar o sistema respiratório. Por isso é que a palavra constipação pode ser usada tanto para desig-nar resfriados quanto prisão de ventre: andam juntos. E

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por isso é que nossas avós nos davam um purgante ao pri-meiro sinal de gripe: liberando os intestinos, muito do mal ia embora. Rapidinho e sem deixar saudade.

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Cansou-se?

Tanto o excesso de trabalho quanto a falta de exercícios vão resultar em baixa energia protetora. Trabalho físico demais gasta as reservas do corpo, mas a falta de atividade desregula o metabolismo, encolhe a musculatura, enfra-quece os ossos e prejudica a circulação do sangue, entre outras desgraças. Excesso de trabalho mental é tão dani-nho quanto excesso físico, já que pensamentos demais, especialmente preocupações, roubam energia da função baço-pâncreas e perturbam a absorção de nutrientes. A Medicina Tradicional Chinesa diz que atividade sexual em excesso também dá problemas: esvazia a energia vital dos rins e das glândulas adrenais e afeta sua essência, o

Jing. Ele representa a força da vida. Quando é deficiente, a

pessoa tem pouca resistência às doenças e se adapta mal às alterações do ambiente. Homens, cuidai-vos: o excesso de ejaculações reduz o Jing, drenando a vitalidade do corpo. O sêmen carrega para fora muito zinco e ômega-3, essen-ciais à imunidade.

Estresse ou stress?

"Lute ou fuja!" Esta é a mensagem que o sistema nervoso simpático recebe cada vez que você se assusta no trânsito, por exemplo, pronto para frear, desviar ou bater. Aí come-ça um processo muito rápido que acelera seu coração, faz sua pressão subir e aumenta a tensão muscular para que você possa agir com rapidez. Passado o perigo, tudo deve-ria voltar ao normal.

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Mas não volta. Mesmo não tendo acontecido nada, aconte-ceu. E a marca que fica pode ser chamada de cansaço, mas é mais conhecida como estresse. Ou stress, pode escolher. Isto se deve ao fato de que as glândulas adrenais, também chamadas supra-renais porque ficam montadinhas em cima dos rins, jogaram na circulação sanguínea uma grande quantidade de adrenalina e cortisol, os hormônios que dis-param a reação.

Se isto acontece de vez em quando, tudo bem: qualquer um se recupera. Mas de vez em sempre, pode levar a um estado de stress crônico, ou estresse, você é quem sabe, que é um desastre.

Quando uma quantidade exagerada de hormônios adrenais entra em circulação, tudo pára. A digestão é prejudicada, a circulação e a respiração se alteram e várias funções são suprimidas para dar força total à reação de luta ou fuga. O corpo gasta energia sem poder repor, e a tiróide tenta com-pensar trabalhando mais. A sensibilidade olfativa aumenta para poder cheirar o perigo. Os olhos ficam fundos, com olheiras. A pele, muito sensível a batidas e machucados, cheia de manchas pretas e azuis. A libido e o desempenho sexual declinam. E as alergias prosperam: no começo é uma ou outra, depois tudo provoca reação alérgica.

Diz a pesquisadora e fitoterapeuta Ingrid Naiman, em

www.kitchendoctor.com:

- Quando as adrenais ficam exaustas por excesso de stress, o diagnóstico médico pode ler a situação parcialmente e traduzir como síndrome de fadiga crônica, Epstein-Barr ou citomegalovírus, ou ainda alergia crônica. Muitas vezes

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o diagnóstico aponta para a tiróide, e as pessoas passam a tomar hormônios sintéticos, que no começo produzem melhoras mas depois deixam de satisfazer. Ora, se essas pessoas tivessem nascido com a tiróide fraca, seriam cretinas. E a síndrome de fadiga crônica está afetando pes-soas inteligentes cuja mente funciona perfeitamente bem. O corpo pode estar cansado, mas a mente continua ligada em novos projetos — e novos esforços, que obrigariam o corpo a obedecer ordens de uma força mental agora perce-bida por ele como tirânica.

O procedimento correto, segundo ela, seria tratar de recu-perar a energia das glândulas adrenais fortalecendo os rins. - As adrenais ficam sentadinhas nos rins, dos quais são inse-paráveis em muitos sentidos. Se elas entram em pânico, os rins têm espasmos, geralmente resultando numa urgên-cia de urinar. Quando o pânico é mais ou menos constante, os fluidos saem do corpo antes que os nutrientes tenham sido assimilados. Então há desidratação e desnutrição, mes-mo que a dieta seja inteligente. Um exame vai mes-mostrar que a pessoa está deficiente em minerais. Quando a situação se prolonga, os rins podem parar de reagir e as pessoas come-çam a inchar. O tratamento: tomar sais minerais, comer mais algas marinhas, ginseng e alho, usar ervas boas para os rins. Também recomendo a minha sopa de feijão-preto.

A receita da sopa de feijão-preto

(Black turtle bean soup) da Ingrid Naiman está em www.kitchendoctor.com/ foodandrecipes/blackbean. html.

Outros autores ligados à medicina oriental dão a mesma receita com ligeiras variações.

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É muito importante identificar as causas do

stress, que podem ser visíveis ou não.

O stress físico é mais evidente, a pessoa trabalha demais, dorme de menos, não tem tempo para o lazer.

O stress emocional pode vir de um casamento aparente-mente bom, da preocupação com filhos, de frustrações com as quais não se sabe como lidar, da competição no trabalho. Há o stress radiativo, vindo de campos eletromagnéticos de tvs, monitores de vídeo, torres de alta tensão, antenas de telefonia celular. Sem falar no stress com o cartão de crédito e as prestações da casa, que pode manter a vítima numa angústia permanente. Ou no que leva alunos que não tiram o primeiro lugar a se matarem, no Japão. Bebidas estimulantes são chamadas assim porque dão uma cutucada nas adrenais, produzindo uma quantidade variá-vel de energia que rapidamente vira stress. Incluem-se aí café, cocas e colas, chá preto, mate e até chá verde. E é enorme o stress produzido por uma alimentação pobre, sem nutrientes adequados, que dá a chamada fome oculta. A vítima não tem cara nem corpo de subnutrida, pode até ser obesa, mas não agüenta quase nada. Tudo cansa. E tome pizza, pãezinhos, macarrão, hambúrguer, pastel, empada, refrigerantes, chocolate, sorvete e outros equívocos comes-tíveis que a ajudam a ficar de pé.

— Ah, mas não é melhor comer qualquer coisa do que ficar sem comer nada?

Melhor não é, minha senhora, mas é muito comum!

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O stress...

...baixa a imunidade,

porque o cortisol suprime as reações imunológicas. A vítima será mais ansiosa e pro-pensa a adoecer e terá menos células brancas no sangue para combater infecções. Gripes e resfriados se tornam muito freqüentes.

...prejudica a digestão,

a assimilação dos nutrientes e a eliminação de toxinas, favorecendo gastrites, úlceras, reflu-xos, inflamações intestinais, colites ulcerativas e parasitoses.

...faz subir a pressão

e contrai as artérias, aumentan-do o risco de ataques cardíacos e derrames; também pode elevar os níveis de colesterol e homocisteína no sangue.

...dói

da cabeça aos pés, em todas as juntas.

...engorda. O

cortisol abre o apetite para que a vítima possa repor o carboidrato queimado enquanto passava pela situação real ou imaginária de luta e fuga. Para quem está acima do peso, reduzir o stress é tão importante quanto comer menos e se exercitar mais.

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...afeta a memória e emburrece.

Muito cortisol sa-tura o hipocampo, região cerebral da memória e do aprendizado.

...arrasa a vida sexual,

juntando desinteresse com mau desempenho e baixa satisfação.

...piora os sintomas

de tensão pré-menstrual.

...enfeia a pele,

produz acne e eczema.

...perturba o sono, dá

insónia.

...deprime.

Uma pessoa estressada não consegue curtir as coisas boas da vida.

O

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Descanse

O organismo tem o poder de se auto-regular. Às vezes bas-tam algumas horinhas a mais de sono para que tudo volte ao normal. Por mais simples e bobo que seja um resfriado, ele está impedindo a boa respiração, e respirar é o que faz todo o resto funcionar, inclusive o cérebro. Se já for uma gripe, descanse com mais fé ainda!

Deitar é essencial. Muda a economia do organismo, o gas-to de energia diminui. As cobertas poupam trabalho ao sistema de aquecimento, portanto cubra-se. A coluna ver-tebral relaxa, o líquor lá dentro pode fluir melhor e irradiar equilíbrio. Deitar ajuda o tapetinho: o muco se move com mais facilidade das vias respiratórias até a garganta, de onde ele desliza para o estômago e é dissolvido pelo suco gástri-co. E a cabeça descansa.

Ponha as melecas pra fora

Assoe o nariz com vontade, tussa pensando em cuspir o catarro. Nariz e boca são portas de saída das secreções res-piratórias. Fungar, jamais! Engolir muco só vai gerar mais muco. Use lenços de pano ou guardanapos de papel resistente. Papel higiênico e lenços de papel fino não são bons porque desmancham e deixam fiapos gru- £ dados na mucosa, piorando a irritação. ( t .

Cebola crua, socada, ajuda a eliminar melecas, tanto ' para cheirar diretamente quanto para inalar com vapor durante 3 minutos. Esse vapor também desentope os ouvidos. Uma cebola cortada, debaixo do travesseiro,

ajuda a respirar melhor.

••

f

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Lave a garganta, o nariz, as mãos

Bactérias, vírus, fungos e outros bichos prosperam no ca-tarro. Agravam os resfriados, transformando-os em gripe, sinusite e outras encrencas. Para acabar com essa festa: . misture 1 colher de chá de sal marinho em 1 copo grande de água mineral morninha (não quente) e faça gargarejos com ela — sal desinfeta

. lave também o nariz com água morna salgada, usando conta-gotas ou um neti hindu, espécie de bulezinho cujo bico se enfia na narina: em qualquer caso você se debruça na pia meio de lado, a água entra por uma narina e sai pela outra; repita duas ou três vezes por dia; manobra muito útil no início de gripes, quando o nariz entupir pela pri-meira vez - receita do médico Alex Xavier

. para descongestionar nariz e sinus em clima seco, pode ser bom fazer inalação de vapor d'água durante 10 a 15 minutos, com a cabeça coberta por uma toalha; um chei-rinho de ervas ajuda, principalmente se for alguma coisa anti-séptica, como folhas de eucalipto; não pode pegar friagem depois de jeito nenhum

. quanto às mãos, diz um velho ditado árabe que "o demô-nio se esconde nas unhas"; lavar as mãos regularmente é uma preciosa medida de higiene — quem está gripado, ou cuidando de crianças que estão, deve lavar as mãos com mais freqüência para se livrar dos micróbios que ficam no ambiente onde há gripes e resfriados; o contato com a água, fria ou quente, pode ser muito prazeroso e ajudar na cura.

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Lave também o estômago

Escovar os dentes e passar fio dental, todo mundo sabe, dá mais saúde à boca. O estômago também pode ser limpo por uma lavagem de água morna salgada (1 colherinha de café, rasa, de sal marinho, para cada 100 ml de água), que é ingerida em jejum e vomitada, limpando assim o muco que veio das passagens nasais, dos sinus e dos brônquios e foi engolido. Também força a saída do catarro que ainda está nas vias respiratórias. Depois disso a produção de áci-do gástrico deve melhorar muito, e o estaáci-do geral áci-do organismo também.

Tire o que aumenta umidade e muco

. leite, queijo de qualquer tipo, requeijão, ricota, iogurte, coalhada, manteiga

. carne, ovos, tofu e outros derivados da soja

. aveia, pão, torrada, biscoito, bolacha, bolo, macarrão e qualquer outra coisa feita de farinha, mesmo integral . doces, refrescos, sorvete, chocolate, melado, açúcar

Beba aos golinhos

Quando perceber que tem uma indisposição, seja por can-saço no corpo, dor de cabeça ou outro sintoma, faça um bule de chá ou tome vários copos de água, mas sempre devagar, aos golinhos. Isso vai desintoxicando, lavando, modificando o ambiente interno. Melhora a congestão e ajuda a soltar a secreção que houver. Evite água clorada.

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Preste atenção às sensações térmicas

. se estiver sentindo frio, vista-se com roupas, meias e co-bertas de tecidos naturais como algodão, nunca sintéticos: estes não deixam a pele respirar e eliminar toxinas . se estiver sentindo calor, cubra-se com um lençol leve . enrolar uma faixa de crepe entre a cintura e o púbis, e ficar com ela enquanto o resfriado não acabar, concentra calor e traz bem-estar em qualquer caso de indisposição . bons para aquecer: funcho, cominho, gengibre, cravo, anis, canela, feno-grego, alecrim, alho e menta spearmint

(Mentha spicata) (todas as outras mentas refrescam)

. bons para refrescar: todas as mentas exceto spearmint, camomila, couve-rábano, nabo, rabanete, inhame, pimenta branca

. temperos que produzem mente calma, que os ayurvédicos chamam de Sattva: cúrcuma, gengibre, canela, cardamomo, coentro, funcho e anis; pimenta-do-reino e outras pimen-tas picantes produzem um fogoso temperamento Rajas.

Cuide do rosto

. massagear os ossos da face com as pontinhas dos dedos, devagar, procurando encontrar os pontos onde a energia

estagnou e dissolvê-la, solta o muco retido . deitar e cobrir o rosto com um travesseiro bem pequeno e leve de alfazema, macela, alecrim, camomila, lavanda ou eucalipto aquece, benefi-cia os sinus, reduz a congestão, ajuda a desentupir J

rr

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. colocar num guardanapo de papel dobradinho algumas gotas de óleo de menta chinês e manter perto do nariz; as substâncias ativas são anti-sépticas, ajudam a desinflamar as vias respiratórias e a respirar melhor; um óleo famoso pela eficiência em gripes, tosses e resfriados é o chinês Po Sum On, mas muitos outros são bons, geralmente à base de menta e cravo.

Neles há pontos reflexos do corpo todo. Uma massagem minuciosa ao deitar, com óleo de menta ou cânfora, dando atenção a todos os dedinhos e se refestelando nas palmas dos pés, pode se revelar milagrosa quando você acordar.

Se estiver com frio, escalde os pés

Leve uma bacia ou balde com água bem quente para junto da cama, num quarto com as janelas fechadas, e mergulhe lá dentro os pés, cobrindo-secom uma mantinha. Fique até sentir que a água está esfriando. Vista meias grossas de algodão e deite.

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O ideal é suar - ou não?

Depende. Os chineses acham que, se a nossa vítima ficou mal por um motivo externo como vento, frio, calor, secu-ra e umidade, a doença é superficial e pode ser vencida por um suadouro.

Uma característica das condições externas é que aparecem subitamente. E entende-se como superficial o que está mais exposto ao meio ambiente: pele e membranas mucosas de nariz, garganta e pulmões. Gripe e resfriado, portanto, geralmente são vistos pela Medicina Tradicional Chinesa como superficiais, sobretudo no início. Uma pessoa que esteja produzindo mais muco pode se resfriar se pegar um vento, ou sentir muito calor, ou ficar num ambiente úmi-do, e assim por diante. Nesses casos, mesmo quando o suadouro não resolve, pode reduzir muito o progresso e a força do problema.

Sinusite, bronquite, inflamação de garganta e pneumonia são consideradas estágios mais profundos da doença, ge-ralmente porque seus primeiros sinais foram ignorados ou tratados sem convicção. A condição já é interna. Não se aconselha suadouro, como também não para pessoas enfraquecidas, ou que têm recaída de gripe: poderiam se enfraquecer mais ainda e arranjar compliquites infecciosas. O x da questão, portanto, é entender se o quadro é super-ficial ou profundo. O supersuper-ficial reage rapidamente à providência correta. O profundo exige mais cuidados.

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Para suar,

. beba uma ou mais xícaras dos seguintes chás: milefólio, assa-peixe, sabugueiro com assa-peixe, camomila, menta

(Mentha spicata), pimenta rosa (pimenta-de-aroeira),

angélica, gengibre fresco, poejo, alevante, erva-dos-gatos

(Nepeta cataria), cravo, canela, alho

. pode juntar limão e mel se desejar

. depois tome um banho quente e rápido de chuveiro ou banheira, beba mais chá, deite, cubra-se com cobertores e sue, mas não se deixe exaurir pelo suor

. tire os cobertores, troque sua roupa e também a de cama e descanse

. se sentir que melhorou, não precisa repetir; se quiser re-petir, não sue mais de duas vezes por dia; se não quiser meter-se no banho, beba meia xícara de chá a cada meia hora até estar suando direto

. há quem prefira suar fazendo esforço físico, praticando esporte; se houver disposição para tanto, ótimo: aumentar a temperatura corporal acaba com os vírus, como febre

Então pode fazer exercícios?

Se for um hábito diário e houver energia bastante, não precisa parar; mas é bom reduzir a intensidade e a duração até passar a crise. O sistema que faz um corpo funcionar direito é complexo e delicado. Doença é sempre uma re-clamação. Pode se prolongar, complicando-se infinitamente se a vítima não tiver uma recuperação completa.

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Mas e a febre?

Enquanto a febre estiver abaixo de 38,5° C não precisa se preocupar. O corpo está ativo, queimando substâncias e agentes indesejáveis — inclusive vírus, que não se reprodu-zem quando a temperatura interna é mais alta. Esse tipo de febre costuma ajudar a vítima a melhorar mais cedo.

Então, nada de antipiréticos?

Se a febre estiver abaixo de 38,5° C, nada de antipiréticos. Se subir, trazendo junto dores musculares ou fraqueza, há muitas alternativas para experimentar primeiro:

. tomar várias xícaras de chá quente para suar . tomar sumo de maçã com uma pitadinha de sal

. beber 50 ml de água natural, chá de hortelã morninho ou água de coco a cada meia hora

. colocar rodelas de batata crua ou emplastro de tofu frio na testa para refrescar e impedir que a febre esquente de-mais a cabeça, trocar quando passar a sensação de frescor . entrar numa banheira com água um pouco acima da tem-peratura corporal, digamos 40 graus, e ficar lá dentro até a temperatura baixar; ao sair do banho, tomar uma xícara de banchá bem quente com umeboshi e shoyu para não ter fraqueza

Mas se a febre voltar a subir, permanecendo alta por mais de dois dias, é sinal de que a coisa não é tão simples e exige cuidados profissionais.

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O que deve preocupar?

Procure médico ou posto de saúde se houver: ^J* , ^ . febre acima de 38,5°C por mais de dois dias \ ' » . dor de ouvido que resiste aos tratamentos

. dor nos ossos em torno dos olhos, especialmente com catarro nasal marrom ou esverdeado

. respiração curta e/ou tosse incontrolável persistente . tosse persistente com catarro amarelo ou esverdeado . mal-estar insuportável

Podem ser eficientes para derrotar bactérias que prospe-ram no muco e complicam gripes e resfriados. Mas nenhum deles tem efeito sobre vírus, que seriam a causa oficial de gripes e resfriados. E mesmo contra bactérias, na maior parte das vezes não há certeza sobre qual antibiótico usar. Para não correr riscos, a vítima pode se ver obrigada a to-mar antibiótico de largo espectro - que vai matar muito mais do que precisa e afetar toda a flora bacteriana benéfi-ca do organismo.

Mais de 300 vírus diferentes são acusados de causar resfria-dos. Um vírus é muito menor que uma bactéria e nem tem vida própria: é apenas um pequeno pedaço de material ge-nético envolvido por uma capinha de proteína. A idéia corrente é de que ele entra nas células e toma conta do destino delas, naturalmente fazendo tudo dar errado. Os caseiros

E os antibióticos?

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laboratórios farmacêuticos ainda não desenvolveram dro-gas eficazes e baratas contra vírus porque, dizem, eles são mutantes demais. Mas predomina entre pesquisadores in-dependentes a convicção de que combater vírus não seria a melhor estratégia para lidar com as doenças cujas causas podem ser encontradas com facilidade no estilo de vida e na alimentação.

Tratamentos equivocados levam também à repetição de certos quadros clínicos. A sinusite, por exemplo, com fre-qüência é causada ou agravada por cândida, a princesinha dos fungos. Se a vítima tomar antibióticos os fungos se fortalecem, porque as bactérias que competem com eles por comida e eventualmente os controlam são destruídas e comidas - pelos próprios fungos. A sinusite melhora e piora. Enquanto isso, a candidíase se espalha pelo organis-mo e atormenta a vida da pessoa, já que não existem drogas eficientes contra fungos. E tome sinusite.

O tratamento para reduzir a cândida à sua merecida insig-nificância exige uma profunda limpeza intestinal, por isso mesmo geral. Caldo de rã, em jejum, é bom para isso, bem como algas kombu, Aloe vera e cloreto de magnésio. Lactobacilos acidófilos podem ajudar muito a recompor a flora intestinal. A maioria deles precisa ser reposta todos os dias, isto é, há que ficar tomando o iogurte ou kefir ou coalhada ou comendo chucrute e outros vegetais fermen-tados que têm lactobacilos. As cepas Acidophillus, Bifidus e Bidgaricus, encontradas em cápsulas ou fermento para iogurte, colonizam a florestinha de vilosidades intestinais e vão proliferando para o bem.

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E os anti-histamínicos?

Nem chegam a ser tratamento, existem só para eliminar sintomas. Além de doparem a vítima aumentam o risco de sinusite, pois secam e engrossam as secreções nasais, difi-cultando sua drenagem. Não saiu? Entupiu.

E água oxigenada no ouvido?

Nos anos 30 surgiu a idéia delirante de que gripes e resfria-dos eram causaresfria-dos por vírus que entravam pelo ouvido, e os alemães tiveram muito sucesso tratando inúmeros ca-sos com água oxigenada - lá mesmo, no ouvido.

Agua oxigenada (10 volumes) é um poderoso desinfetan-te. Quando se pingam 5 gotinhas num ouvido, ele esquenta. Parece que está fervendo lá dentro, faz até um barulhinho. Ao cabo de uns minutos a fervura vai dimi-nuindo e pára. Aí são pingadas 5 gotinhas no outro ouvido, que também ferve, também pára. A vítima tem que estar deitada, é claro, primeiro de um lado, depois do outro. E essa paradinha de 20 minutos, com uma sensação quenti-nha lá dentro, já faz um bem danado. Se a receita for empregada bem no comecinho do mal-estar, quando a gripe encosta, pode fazer efeito. Se há ou não há vírus lá, e se eles têm algo a ver com a gripe, não se sabe. Mas sabe-se que o método não deve ser usado com freqüência para não afetar a imunidade natural do ouvido, cuja cera é antimicrobiana e bom remédio para picadas de insetos.

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Comer bem

Referências

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