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Relatório Semanal de Estratégia de Investimento

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Academic year: 2021

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18 de agosto de

2014

• No cenário internacional o destaque permanece sendo a crise geopolítica;

• Indicadores da atividade econômica doméstica reforçaram a possibilidade de o PIB do país apresentar, no segundo trimestre de 2014, variação negativa;

| Destaque da Semana

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| Economia Internacional

No cenário internacional o destaque permanece sendo a crise geopolítica. Estamos em cursos com 3 questões: Ucrânia, Faixa de Gaza e Norte do Iraque. Em comum, todas com poder de afetar o mercado financeiro, sejam sob o aspecto de aversão a risco, ou por conta dos desdobramentos que estas crises levadas a cabo podem afetar o ciclo econômico. A mais em evidência na semana passada, a da Ucrânia, teve poder de alterar fortemente a precificação de títulos públicos reconhecidos como porto seguro (notadamente o dos EUA e da Alemanha). Quando o mercado foi abatido por um rumor de um suposto ataque a um comboio humanitário na fronteira russa, movimentos de capital culminaram para que os juros da treasury 10 anos caíssem para o menor nível em 12 meses, e que o yield do bund alemão operasse abaixo do 1% a.a.

Esse fato, combinado com números antecedentes ruins de atividade econômica na Europa – que, a bem que se diga, pode ter recebido influência do clima na Rússia (fornecedora de gás natural para a Europa) e Ucrânia (por onde passa o gasoduto) – aumentam as expectativas de uma ação mais “agressiva” por parte do BCE, no sentido de se antecipar alguma espécie de Q.E. no velho continente. Se for por esse caminho, tanto melhor para economia europeia, que precisa se afastar do fantasma da deflação (ou baixa inflação) e necessita promover uma desvalorização do Euro, que contribuiria para seus indiciadores relacionados ao setor externo (balança comercial, por exemplo). Em relação aos EUA, permanece o debate se a recuperação econômica está de fato em curso. Após um 1º trimestre “contaminado” por um inverno mais

rigoroso e um 2º trimestre cuja base foi baixa, o mercado debate a velocidade de retomada da atividade norte-americana, e como isso influencia o mercado de trabalho. É bom lembrar que o Fed tem duplo mandato: manutenção da inflação próxima a 2% e busca do pleno emprego. Nesse sentido, a questão inflacionária ainda não é totalmente preocupante, no entanto, o mercado de ocupação ainda necessita de atenção. Novidades devem vir do simpósio a ser promovido esta semana em Jackson Hole. E certamente dele resultará um ajuste nas expectativas dos próximos passos do Federal Reserve que, ao que tudo indica, deve terminar seu tappering em outubro e preparar o mercado para uma elevação da taxa básica de juros. Como será a preparação, quando vai ocorrer e em que velocidade são os elementos que os agentes tentam antecipar e precificar. A monitorar. Por fim, na China, embora os últimos dados, na margem, tenham vindo abaixo das expectativas, o cenário ainda é de concretização do crescimento por volta dos 7,5%. Claro que informações recentes sobre o mercado imobiliário criam apreensão e afetam os humores no curto prazo. Entretanto, continuamos convictos que seja possível que o gigante asiático não decepcione, e que não será de lá que virá os riscos às alocações.

À luz dessas questões, principalmente com os riscos geopolíticos, preferimos manter-nos neutro em nossas posições, privilegiando os movimentos táticos.

Gráfico G1- Treasury 10 anos Gráfico G2- Europa: PIB vs PMIs

1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 jan -1 0 jun -1 0 no v-1 0 ab r-1 1 set -1 1 fe v-1 2 jul -1 2 dez -1 2 m ai -1 3 o ut -1 3 m ar -1 4 ag o -1 4 -2 -1 0 1 30 40 50 60 EC PMI Manufacturing 50

PMI Alemanha PMI França

GDP EC

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Página 3 de 6

| Economia Brasileira

A atenção do mercado local se voltou ao desastre aéreo que tirou a vida do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, mudando a dinâmica da corrida presidencial. Ao que tudo indica a vice-presidente da chapa de Campos, Marina Silva, será oficializada como substituta. A pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha nesta manhã de segunda, com Marina candidata, referenda a possibilidade de segundo turno, além de mostrar a candidata do PSB à frente dos demais candidatos nas simulações em segundo turno. Entretanto, neste caso, ainda há dúvidas se haverá (ou não) mudanças no plano de governo a ser proposto pela nova candidata (algo que pode justificar alguma releitura entre os analistas). Neste contexto, pronunciamentos de lideranças do PSB no fim de semana, combinado à entrevista do economista Eduardo Giannetti – importante assessor econômico da coligação - na última quinta-feira, sugerem que não haverá mudanças significativas nas propostas. A acompanhar.

Em relação aos indicadores da atividade econômica doméstica, mais uma vez, os dados reforçaram a possibilidade de o PIB do país apresentar no segundo trimestre de 2014 variação negativa, fato que, por efeitos estatísticos, poderia levar a economia brasileira a uma recessão técnica (dois trimestres consecutivos de variação negativa do Produto Interno Bruto, caso o PIB do 1º tri sofra revisão) – as vendas do comércio varejista registraram contração de 0,7% em junho, as expectativas apontavam para alta de 0,5%, e o IBC-Br, proxy mensal do PIB calculada pelo BC, contraiu 1,48% no mesmo período.

Esta realidade, somada a trajetória menos pressionada dos indicadores de inflação - que por sua vez tem sido influenciado pela queda dos preços das commodities agrícolas no mercado internacional e pela estabilidade da paridade R$/US$ - nos remete a duas conclusões: 1) O mercado parece, a cada dia, convergir mais ao cenário traçado pelo BC na última Ata do Copom em relação a inflação, prova disto são as sucessivas revisões das expectativas dos economistas que compõem a pesquisa semanal Focus (a mediana para o IPCA para fim de 2014 que há 4 semanas estava em 6,44% agora está em 6,25%), e 2) se há algum viés para um próximo movimento de política monetária pelo BC, em nossa opinião, este é para baixo, ainda que isto ocorra apenas após o período eleitoral.

Com isso, devemos acompanhar de perto duas importantes informações da agenda local da semana. A começar pelo IPCA-15, índice que antecede o dado oficial do BC (IPCA), em que há expectativa de um ligeiro declínio na leitura acumulada em 12 meses, o que poderia beneficiar posições no mercado de juros. Além disso, os dados do mercado de trabalho, com a divulgação taxa de desemprego de julho e da criação de postos de trabalho no mercado formal (CAGED), podem mostrar que a deterioração da atividade do varejo e da indústria já apresentam reflexos na massa salarial, outra importante variável para a trajetória dos preços internos. A monitorar.

Gráfico G3- Brasil: Taxa Selic Gráfico G4- Brasil: IBC-Br vs PIB

11,0% 7% 8% 9% 10% 11% 12% 13% 14% 15% -6% -4% -2% 0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% -4% -2% 0% 2% 4% 6% 8% 10% se t-0 9 fe v-10 ju l-1 0 d ez-10 m ai-1 1 o u t-1 1 m ar -12 ago -12 ja n -13 ju n -13 n o v-13 ab r-1 4

PIB YoY IBC-Br 12 meses

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| Mercados

BOLSA

A bolsa de valores local fechou a semana em alta. No entanto, a volatilidade do índice no decorrer da semana chamou atenção. As principais variáveis para a forte oscilação do índice foram as incertezas em relação ao substituto à candidatura de Eduardo Campos, pelo PSB, e os desdobramentos da crise geopolítica no leste europeu – na medida em que notícias apontavam para invasão de tropas Russas no território ucraniano, o que poderia significar o início de um conflito entre nações. Na última sexta-feira, entretanto, notícias de que a substituta natural a Eduardo Campos seria a ex-senadora Marina Silva, e que, a princípio, não haveria mudanças no plano de governo, trouxeram os mercados a um padrão mais estável. Além disso, no fim da semana, o encontro liderado pelo governo alemão entre as autoridades russas e ucranianas apontam para uma mediação menos tensa do que se previa. O “refresco” na questão geopolítica, portanto, motiva a alta dos mercados internacionais na abertura da semana.

Under Over

CÂMBIO

O mercado cambial teve uma semana volátil, fruto tanto de questões externas, como domésticas. A crise na Ucrânia acabou tornando o dólar como refúgio (safe haven), afetando também o mercado doméstico. Aliás, desde a semana retrasada o risco geopolítico tem vitimada a cotação da moeda norte-americana, não à toa, o Banco Central brasileiro tem promovida a rolagem integral dos swaps que vencerão no início do próximo mês (algo que estava em patamar de 80%). No Brasil, tivemos também nossos motivos para alteração nos patamares do dólar. Atingido pela notícia do falecimento trágico de um dos candidatos a presidente, o real observou um movimento de desvalorização, que levou a cotação próxima de R$ 2,29, posteriormente sendo corrigido. No entanto, as expectativas em relação a pesquisa eleitoral devem permanecer influenciando os pregões. Algo que não será diferente nesta semana.

Under Over

JUROS

No mercado de juros, os rendimentos dos títulos locais pré-fixados e vinculados a inflação acompanharam a dinâmica dos títulos públicos norte-americanos apresentando quedas expressivas. Dados econômicos dos EUA ficaram abaixo das projeções dos analistas, elevando o debate em relação ao cronograma da normalização da política monetária pelo FED (banco central dos EUA), influenciando, portanto, os yields das treasuries. Além disso, é crescente as especulações em relação a uma maior atuação do banco central europeu (BCE) na Zona do Euro, na medida em que os fundamentos econômicos não tem respondido aos estímulos até aqui adotados pela autoridade monetária europeia, e os riscos de deflação ainda pairam pelo o velho continente. Caso isso ocorra, é provável que o BC norte-americano tenha que repensar na velocidade da subida de seu juro básico (prevista para meados de 2015), o que influenciaria diretamente a dinâmica dos títulos locais. Juros Pré-Fixado Inflação

Under Over Under Over Fonte: Bloomberg, 18/08/2014 às 07:00

44.000,00 49.000,00 54.000,00 59.000,00 64.000,00 69.000,00 74.000,00 Bovespa Média 6 M Desv + Desv -1,70 1,80 1,90 2,00 2,10 2,20 2,30 2,40 2,50 2,60 100 150 200 250

300 EMBI Brasil Dólar Real

10,50 11,00 11,50 12,00 12,50 15/08/2014 08/08/2014 01/08/2014

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| Indicadores e Cotações

FECHAMENTO NA SEMANA NO MÊS NO ANO 3 MESES 6 MESES 12 MESES

IBOV 56.964  2,50% 7,14% 10,59% 8,78% 20,46% 14,23% S&P 500 1.955  1,22% -0,26% 5,77% 4,39% 6,27% 19,58% DOW JONES 16.663  0,66% -0,97% 0,52% 1,76% 3,28% 12,40% NASDAQ 4.465  2,15% 1,29% 6,90% 8,98% 4,63% 24,26% MSCI WORLD 1.714  1,40% -1,67% 3,20% 2,16% 3,52% 15,82%  COMMODITIES:  PETRÓLEO 97,35  -0,31% -7,05% 2,73% -3,13% -0,42% 0,76% OURO 1.306,20  -0,37% -1,25% 8,34% 0,83% -0,93% -8,41% CRB COMMODITIES 290  -0,85% -5,93% 3,48% -5,54% -3,76% -1,95%  MOEDAS: REAL / DOLAR 2,260  -1,02% 2,07% -4,32% 1,99% -4,65% -3,63% DOLAR / EURO 1,34  -0,07% -2,13% -2,49% -2,20% -2,32% 0,46% JUROS PÓS FIXADOS:  DI OVER 10,82%  0,21% 1,39% 6,91% 2,64% 5,39% 10,40% FED FUND 0,25%  0,00% 0,03% 0,16% 0,06% 0,12% 0,24%  JUROS PRÉ FIXADOS:  PRÉ DE ANO 11,16%  -0,06% 0,27% 0,60% -0,09% 0,01% 1,22% LIBOR 6 MESES 0,33%  0,00% 0,00% -0,02% 0,00% 0,00% -0,06% TREASURY 10 ANOS 2,34%  -0,08% -0,19% -0,69% -0,17% -0,41% -0,43%  Agenda Semanal

SEGUNDA País Período Estimado Anterior Relevância

Formal Job Creation Total BRA Jul 7.051,00 25.363,00 ++

TERÇA

IGP-M Inflation 2nd Preview BRA Aug -0,35% -0,51% +

CPI YoY EUA Jul 2,00% 2,10% ++

Housing Starts EUA Jul 968K 893K +++

Building Permits EUA Jul 1000K 963K ++

QUARTA

IPCA-15 (MoM) BRA Aug 0,15% 0,17% +++

IBGE Inflation IPCA-15 YoY BRA Aug 6,49% 6,51% +

Fed Releases Minutes from July 29-30 FOMC Meeting EUA

HSBC China Manufacturing PMI CHI Aug P 5150,00% 51,70 +++

QUINTA

Taxa de Desemprego BRA Jul 5,00% -- +++

Novos Pedidos de Aux. Desemp. EUA 16/ago 300K 311K +++

Continuing Claims EUA 09/ago 2520K 2544K ++

Philadelphia Fed Business Outlook EUA Aug 19,50 23,90 ++

Vendas de Casas Existentes EUA Jul 5.00M 5.04M +++

Consumer Confidence EUR Aug A -9,10 -8,40 +++

SEXTA

Transações Correntes (Mês) BRA Jul -$5800M -$3345M ++

Investimento Externo Direto BRA Jul $5450M $3924M ++

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INFORMAÇÕES IMPORTANTES AO INVESTIDOR

Este material, meramente informativo, foi preparado pela área de Estratégia do Votorantim Private Bank e não se caracteriza como relatório de análise, para fins da Instrução CVM nº 483/2010, e, não foi produzido por analista de valores mobiliários. As informações contidas neste material foram obtidas por meio de comunicação de acesso público, tais como jornais, revistas, internet entre outros, de forma aleatória. Tais informações estão sujeitas a alterações, a qualquer momento, sem que haja necessidade de comunicação neste sentido. Apesar das informações aqui contidas terem sido obtidas de fontes consideradas confiáveis, a área de Estratégia não pode garantir a precisão e veracidade das mesmas. As recomendações de alocação deste documento refletem única e exclusivamente a opinião pessoal dos profissionais da área de Estratégia do Votorantim Private Bank, de modo que as recomendações foram elaboradas de forma independente e autônoma com relação às demais áreas da Votorantim Asset Management DTVM Ltda., ao Banco Votorantim S.A. e demais empresas do Consolidado Econômico Financeiro Votorantim. As recomendações de alocação contidas neste documento apresentam riscos de investimento e não são asseguradas pelos fatos nem contam com qualquer tipo de garantia ou segurança da área de Estratégia. O Votorantim Private Bank e suas áreas de negócio não serão responsáveis por perdas diretas, indiretas ou lucros cessantes decorrentes da utilização deste material para quaisquer finalidades, incluindo, mas não se limitando a realização de negócios, investimentos ou transações baseadas nestas informações.SAC: 0800 728 0083, Deficientes Auditivos e de Fala: 0800 701 8661. Todos os dias, 24 horas por dia, ou pelo e-mail sac@bancovotorantim.com.br. Ouvidoria: 0800 707 0083, Deficientes Auditivos e de Fala: 0800 701 8661, de 2ª a 6ª feira das 9:00 às 18:00 hs. Estratégia de Investimento Votorantim Private Bank (11) 5171-5221.

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