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As recentes tecnologias disruptivas e sua contribuição ao transporte aéreo brasileiro

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Academic year: 2021

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ESTEVAN BÍSCARO ANDRADE

AS RECENTES TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS E SUA CONTRIBUIÇÃO AO TRANSPORTE AÉREO BRASILEIRO

Palhoça 2017

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AS RECENTES TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS E SUA CONTRIBUIÇÃO AO TRANSPORTE AÉREO BRASILEIRO

Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Orientação: Prof. Patrícia Fontanella, MSc.

Palhoça

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AS RECENTES TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS E SUA CONTRIBUIÇÃO AO TRANSPORTE AÉREO BRASILEIRO

Este monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Bacharel em Ciências Aeronáuticas e aprovada em sua forma final pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, dia 10 de junho de 2017.

_____________________________________________________ Professor orientador: Patrícia Fontanella, MSc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

_____________________________________________________ Prof. Cléo Marcus Garcia, MSc.

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Dedico esse trabalho primeiramente a Deus, aos meus pais, a minha madrinha Ana e a todos que contribuem para uma sociedade mais desenvolvida e justa

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Agradeço a UNISUL pela oportunidade de vivenciar a experiência de um curso a distância e aos professores por abrir portas que deram acesso ao conhecimento necessário para que eu chegasse nessa etapa do conhecimento.

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“Ideias e somente ideias podem “iluminar a escuridão”. (Ludwing von Mises, 2011)

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Quanto maior o acesso às tecnologias, maior a probabilidade de surgir novas tecnologias, ideias, mercados e consumidores. O segmento do mercado de aviação brasileiro este contexto não é diferente dos demais. Nos dias atuais, há maiores dificuldades para a prestação de serviços, com o surgimento de serviços particulares, como o Uber aéreo, o qual oferece, através de aplicativos, a possibilidade de o usuário solicitar a carona de um helicóptero. Assim, através de uma pesquisa bibliográfica chegou-se à conclusão de que as inovações e tecnologias disruptivas, como a uberização estão presentes em todos os segmentos da vida cotidiana nos dias atuais, em que a regra das empresas é oferecer melhores condições aos consumidores, com preços acessíveis associados à qualidade dos serviços prestados, de forma que as necessidades dos consumidores devem ser pensadas com antecedências, para que algo novo e atrativo seja criado para proporcionar melhores benefícios aos consumidores e promova maior participação no mercado.

Palavras-chave: Inovação Tecnológica. Tecnologia Desruptiva. Uber. Aviação. Consumidores.

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The greater access to technologies, the greater the likelihood of emerging new technologies, ideas, markets and consumers. the market segment of Brazilian aviation this context is no different from the others. Nowadays, there are greater difficulties for the provision of services, with the emergence of particular services, such as the Uber airspace, which provides, through applications, the ability for the user to request the ride of a helicopter. Therefore, innovations and technologies disruptive, as uberização are present in all segments of everyday life in the present day, in which the rule of business is to offer the best conditions for consumers, with affordable prices associated with the quality of services provided, so that the needs of the consumer must be thought of in advance, so that something new and attractive is created to provide better benefits to consumers and promote greater participation in the market.

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1 INTRODUÇÃO ... 9 1.1 PROBLEMA DE PESQUISA ... 10 1.2 OBJETIVOS ... 10 1.2.1 Objetivo geral... 10 1.2.2 Objetivos específicos ... 10 1.3 JUSTIFICATIVA ... 11 1.4 METODOLOGIA... 11 1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 13 2.1 O QUE É INOVAÇÃO? ... 13

2.2.1 Tipos e níveis de inovação ... 14

2.2 O PROCESSO DE INOVAÇÃO ... 17

2.3 A GESTÃO DA INOVAÇÃO ... 19

2.4 ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO... 20

2.5 OPORTUNIDADES DE INOVAÇÃO ... 21

2.6 A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO AMBIENTE EMPRESARIAL ... 22

2.6.1 A inovação sobre produtos e serviços ... 24

2.7 CONHECENDO AS TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS ... 25

2.8 NOÇÕES GERAIS SOBRE O TRANSPORTE AÉREO BRASILEIRO ... 28

2.9 CARACTERÍSTICAS SOBRE A TECNOLOGIA DISRUPTIVA UBER ... 31

3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS... 34

3.1. CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS NO TRANSPORTE AÉREO BRASILEIRO ... 34

3.2 PRINCIPAIS COMPANHIAS AÉREAS E BENEFÍCIOS AOS CONSUMIDORES .... 36

4CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 38

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1 INTRODUÇÃO

O atual modelo de mercado econômico, o qual rege a organização da sociedade, passa por mudanças significativas, que marcam a transição de uma nova era. A era em que a informação demorava até meses para ser obtida, diante de sua distância e possibilidade de distorção em seu caminho, passa a ser substituída por um canal de comunicação baseado na clareza e agilidade para interligar pessoas e objetos.

Muitos são os avanços tecnológicos que contribuíram para que a era da informação se consolidasse para suprir as necessidades dos indivíduos e promover um convívio social mais dinâmico e direto. As informações passam a ser rapidamente publicadas em redes sociais, em que estas são consideradas as novas janelas dos indivíduos com o mundo.

As redes sociais nada mais são do que as tecnologias disruptivas, que visam transformar a troca de informações em um processo horizontal, com a quebra de barreiras e hierarquias entre as relações e organizações dos indivíduos, modo como até então eram estruturadas essas organizações.

As tecnologias disruptivas podem ser compreendidas como um rompimento sobre o modelo padrão de algum segmento, como o surgimento de Ubers para romper com os tradicionais táxis; telefônicas contra serviços de mensagens instantâneas, etc.

Isto faz com que os segmentos mercadológicos, e a economia em geral, sofra mudanças significativas, visto que seu surgimento se associa a elevadas demandas por um determinado produto ou serviço; de forma que este passa a sobrar de alguma maneira. Ainda que seja considerado um processo de inovação, as mudanças advindas com as tecnologias disruptivas são uma completa novidade no mercado.

Quanto maior o acesso às tecnologias, maior a probabilidade de surgir novas tecnologias, idéias, mercados e consumidores. A reinvenção e criatividade se tornam as chaves para assegurar a sobrevivência das empresas, deixando de ser um diferencial competitivo para ser regra.

Estas tecnologias, para beneficiar uma parte, acabam acarretando em ônus para a outra parte, visto que a concorrência cria conflitos entre os prestadores de serviços e fabricantes de produtos, por todos buscarem seu espaço no mercado competitivo, porém quem ganha com essa concorrência são os consumidores, que passam a ter serviços cada vez melhores e com preços cada vez mais acessíveis.

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No segmento do mercado de aviação brasileiro este contexto não é diferente dos demais, de forma que, nos dias atuais, há maiores dificuldades para a prestação de serviços, com o surgimento de serviços particulares, como o Uber aéreo, o qual oferece, através de aplicativos, a possibilidade de o usuário solicitar a carona de um helicóptero.

Diante destas considerações, este estudo tem por problemática responder: Quais as possíveis influências quanto ao aparecimento de tecnologias disruptivas no setor de aviação?

É fato que as tecnologias disruptivas crescem segundo as características da sociedade, para sanar necessidades e satisfazer estas complexidades. Este tipo de tecnologia passa a ser considerado uma nova forma de administração, fundamental para que as empresas alcancem suas necessidades no mercado.

Sendo assim, o conhecimento de que estas ferramentas passam a dominar o mercado de aviação, cria a necessidade de antecipar ações para que as empresas possam criar diferenciais e permanecer no mercado, adaptando-se às exigências dos consumidores e concorrentes, para que não sejam obrigadas a fechar suas portas.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Quais as contribuições das tecnologias disruptivas para o transporte aéreo brasileiro e quais as vantagens para o consumidor?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Investigar quais as tendências de mercado com as novas tecnologias disruptivas, quais as contribuições que essas tecnologias oferecem ao transporte aéreo brasileiro, bem como as vantagens advindas desse modelo ao consumidor.

1.2.2 Objetivos Específicos

Apresentar o que são as tecnologias disruptivas.

Verificar quais empresas aéreas utilizam as tecnologias disruptivas. Identificar de que forma essas novas tendências podem atingir a aviação.

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Demonstrar quais as vantagens para o consumidor ao utilizar empresas que adotam estas tecnologias disruptivas.

1.3 JUSTIFICATIVA

O mundo todo está passando por uma grande mudança, onde todas as pessoas, de qualquer lugar do mundo, estão se tornando cada vez mais interconectadas. A população mundial cresce a cada dia e a complexidade aumenta junto com esse crescimento.

As tecnologias disruptivas estão crescendo cada dia mais, devido ao fato de satisfazerem as necessidades dessas complexidades.

A tecnologia disruptiva é algo recente em todo o planeta e está crescendo rapidamente. Uma nova forma de se administrar está se tornando cada dia mais necessária para atingir as necessidades do mercado. Saber de que forma essas tecnologias podem atingir a aviação e se antecipar a elas, pode fazer a diferença entre quais empresas irão permanecer no mercado e quais terão que fechar suas portas ao não se adaptar as novas necessidades do mercado que está mudando a sua cara.

1.4 METODOLOGIA

A presente pesquisa caracteriza se como exploratória, com procedimento bibliográfico e de campo, com a abordagem tanto qualitativa quanto quantitativa.

Será realizada uma pesquisa exploratória bibliográfica e de campo, analisando as novas tecnologias disruptivas e suas possíveis influências no mercado da aviação, através da análise de livros e sites na internet que abordam temas sobre essas novas tecnologias e reportagens sobre empresas tanto nacionais quanto internacionais que já estão aderindo a essas novas tecnologias, observando na prática se a quantidade de empresas aderindo a essa nova forma de administração tem aumentado ou diminuído, possibilitando se assim fazer previsões de tendências e se esse tipo de serviço é visto pelo consumidor como algo que melhora a qualidade do serviços prestados ou se piora a qualidade do mesmo, por esse motivo, se classificando com uma abordagem tanto qualitativa quanto quantitativa.

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O trabalho organiza a pesquisa bibliográfica em subtópicos, que inicialmente apresentam as características das inovações tecnológicas e o processo de gestão, para oferecer a compreensão necessária à abordagem das tecnologias disruptivas e suas considerações como algo novo, diferente do que é praticado pelas empresas até então.

Em seguida, os subtópicos abordam sobre o mercado de aviação brasileiro, com suas características e breve evolução, para posteriormente analisar as tecnologias disruptivas neste setor, com a utilização do Uber aéreo, ou Uber da aviação, identificando benefícios aos usuários e influências sobre o mercado.

O capítulo seguinte se refere às considerações finais, em que são apresentadas as conclusões do autor, a partir da pesquisa desenvolvida, para apresentar a importância das tecnologias disruptivas como alternativa estratégica das empresas em prol de benefícios e maior atratividade aos consumidores.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta seção são apresentados os conceitos teóricos que fundamentam a pesquisa pretendida. Assim, apresentam-se as características acerca dos processos de inovações tecnológicas, consideradas as fontes para o surgimento das tecnologias disruptivas, com foco sobre o mercado de aviação, e seus impactos, diretos e indiretos sobre o mercado econômico.

2.1 O QUE É INOVAÇÃO?

Conforme o indivíduo evolui, novas tecnologias são desenvolvidas, e com isso, a sociedade como um todo é influenciada por aspectos mais amplos, globalizando os mercados, flexibilizando processos e relações e criando novas oportunidades.

Diante dos novos cenários e perspectivas, as complexidades imersas nos ambientes organizacionais também se modificam, e criam uma forte necessidade de adaptação, independentemente do segmento de atuação, ou mercado.

Com base nos estudos realizados pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE, 2000 p.5), as inovações, advindas do progresso e surgimento de novas tecnologias “são compreendidas como um conjunto de atividades relacionadas com a intenção de solucionar um problema, ou de sair na frente dos concorrentes, no setor a qual a empresa está inserida”.

Ainda que seja possível observar a presença da inovação em todas as atividades e áreas, a mesma possui maior concentração no setor tecnológico. Pois muitos países em desenvolvimento centram suas estratégias em pesquisas e descobertas voltadas à ciência e à tecnologia (MARCOVITCH, 1999).

A inovação, atualmente, é considerada como um dos principais elementos determinantes da competitividade entre as organizações; e com isso, torna-se fundamental a capacitação de indivíduos e processos para que os resultados sejam os melhores possíveis.

Os processos de inovação e invenção são interativos, dependentes de outros processos e envolvem-se de modo sinérgico. Assim, faz-se necessário uma distinção entre inovação e invenção; uma vez que ambas referem-se à criação de soluções ou produtos.

Segundo descrito no Manual de Oslo (BRASIL, 2004, p. 7):

[...] a inovação é um fenômeno muito mais complexo e sistêmico do que se imaginava anteriormente. As abordagens sistêmicas à inovação deslocam o foco das

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políticas, dando ênfase à interação das instituições, observando processos interativos, tanto na criação do conhecimento, como em sua difusão e aplicação.

Deste modo, os objetivos podem ser alcançados, pois a inovação possibilita a modelagem e as prioridades necessárias ao processo ou situação, de modo a tornar o mesmo mais eficiente, com a redução de tempo, custo e atividades desnecessárias. Pode-se então dizer que a inovação atua com a intenção de solucionar problemas ou promover diferenciais competitivos às organizações.

Entretanto, para que tais objetivos obtenham os resultados desejados, a organização deve ser capaz de identificar e construir competências capazes de se adequar às mudanças do ambiente. Isto pode ser realizado quando a empresa conhece e desenvolve suas potencialidades, de modo conciso e com a participação de todos os colaboradores.

No pensamento de Marcovith (1999) as rupturas tecnológicas, novas organizações concorrentes, a mudança de clientes e as mudanças nas leis governamentais, são caracterizadas como as principais responsáveis pela necessidade de inovação.

Contudo, vale enfatizar, segundo Armênio Neto e Graeml (2010), no mercado a qual as organizações encontram-se neste século, o fato de apenas inovar não lhes garante a confirmação sobre a vantagem competitiva. Uma vez que, a inovação depende de uma cadeia de inovações de outros processos, para que a visão sistêmica da mesma tenha sucesso.

Além disso, a vida média da inovação está se tornando cada vez mais curta. Há alguns anos, muitos pensavam que se havia estabelecido uma dianteira definitiva no atendimento aos clientes; mas agora ela tomou maiores proporções, abrangendo diferentes setores e processos (ARMÊNIO NETO; GRAEML, 2010).

Infelizmente, muitas organizações não se preocupam com as estratégias do negócio, não promovendo mudanças e não se desenvolvem. Pois quando ocorre o processo de inovação, criam-se informações e conhecimentos na busca pela solução de problemas ou adaptação de situações; recriando sua identidade.

Com o advento da era da informação, em que o conhecimento passa a ser o ativo intangível de maior valor, as organizações começam a direcionar forças e investimentos a seus colaboradores; com o objetivo de encontrar melhores ferramentas competitivas.

2.1.1. Tipos e níveis de inovação

De acordo com o Manual de Oslo (BRASIL, 2004), a inovação pode ser dividida em quatro tipos, denominados de inovação de produto; inovação de processo; inovação de

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marketing e inovação organizacional. Quanto ao produto, as atividades consistem em introduzir um produto ou serviço novo, ou efetivamente melhorado quanto suas características e usos previstos, como materiais, softwares incorporados, facilidade de uso e características funcionais.

A inovação de processos, por sua vez, consiste em implementar um método de produção ou distribuição nova, ou que recebeu melhorias significativas, como equipamentos, softwares e técnicas. Já a inovação de marketing se refere à implantação de um novo método de marketing, com características relevantes à concepção do produto, embalagem, promoção, fixação de preços e posicionamento no mercado (MANUAL DE OSLO, BRASIL, 2004).

Finalmente, a inovação organizacional abrange a implantação de novos métodos organizacionais sobre as práticas de negócio de uma empresa, como a organização do local físico, ou relações externas (MANUAL DE OSLO, BRASIL, 2004).

Além desta perspectiva, De Bes e Kotler (2011) apresentam que a inovação pode ser considerada a partir de quatro níveis, de forma que a inovação varia segundo o nível estratégico ou tático da situação e empresa em que está inserida. Com isso, o primeiro nível apresenta a inovação sobre os modelos de negócio; enquanto que o segundo nível aborda a inovação dos processos; para que o terceiro nível possa abordar as inovações do mercado, e assim alcançar o quarto nível, da inovação dos produtos e serviços.

O nível de inovação de modelo de negócios analisa a mudança na forma em que as empresas criam valores. Para isto, é necessário reestruturar a organização, ou criar uma nova unidade de negócios. Ao inovar processos, a organização atua com mudanças sobre os processos logísticos, vendas, ou no processo produtivo. A inovação de mercado busca novos clientes dos produtos produzidos pela empresa, atendendo necessidades e exigências de consumo; enquanto que a inovação dos produtos e serviços foca na inovação tecnológica para atender as necessidades dos clientes (DE BES; KOTLER, 2011, p. 24).

Contudo, cabe ressaltar que o conhecimento sobre os tipos e níveis de inovação são necessários para evitar transtornos, visto que para todos os processos há riscos, investimentos e implicações específicas, que merecem atenção cautelosa por parte dos gestores.

Sobre isto, Armênio Neto e Graem (2010) complementam que antes do início de um processo de inovação, é necessária a análise de variáveis específicas, que facilitam o desempenho do processo e diminui possíveis falhas, que podem comprometer todo o processo, elevar custos e arrependimentos por parte dos gestores:

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b) identificar os benefícios proporcionados pelo projeto, aos clientes, quando estiver concluído;

c) avaliar qual a ajuda que o projeto proporciona aos colaboradores e à empresa; d) avaliar a necessidade de assumir o projeto rapidamente, ou se o mesmo pode

ser adiado;

e) identificar se o trabalho sobre o projeto impede as demais atividades da empresa, ou se pode influenciar seus objetivos;

f) listar quais e quão úteis são os objetivos finais do projeto; g) estimar o período total e mensurar o progresso do projeto; h) avaliar a economia do projeto, vantagens e custo-benefício.

Para o Manual de Oslo (BRASIL, 2004) as inovações devem dispor de algum grau de novidade, seja para a empresa, ao mercado, ou aos demais; ou seja, possui como requisito mínimo, uma mudança introduzida como nova, de forma que a inovação não consiste apenas na exploração de novos mercados, mas representa novos meios de servir mercados já existentes e maduros.

Armênio Neto e Graem (2010) ainda abordam sobre um tipo de inovação que vem ganhando espaço nos dias atuais, a inovação atual ou disruptiva; caracterizada por causar algum impacto significativo sobre um mercado e atividade econômica das empresas inseridas neste mercado.

A inovação do tipo disruptiva é um conceito centrado no impacto das inovações, em oposição a sua novidade. O impacto pode, por exemplo, modificar a estrutura do mercado, criar novos mercados, ou tornar produtos existentes em obsoletos. Estudos apontam que inovações realmente novas para o mundo são restritivas a cerca de 6% a 10% de todos os projetos que se consideram inovadores. Na maior parte das vezes, a inovação ocorre de modo incremental, onde os ganhos cumulativos de eficiência deste processo são maiores a longo prazo, do que os que são obtidos com mudanças radicais e ocasionais (ARMÊNIO NETO; GRAEM, 2010, p. 27).

Neste contexto, a inovação ocorre através de um processo associado ao desenvolvimento social à criação de tecnologias, metodologias e processos construídos a partir de propostas de novos modelos e paradigmas para superar problemas sociais, promover a cidadania, o crescimento econômico, e melhores condições de vida aos indivíduos.

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2.2 O PROCESSO DE INOVAÇÃO

A capacidade de inovar está diretamente relacionada com a capacidade em potencial para criar e gerir os conhecimentos obtidos por diversas fontes e métodos. A inovação quando baseada em conhecimentos sólidos permite a diminuição de riscos em potencial. Isto significa criar algo novo, com um valor significativo a um ou mais usuários, a fim de representar e implementar a criatividade (MAÑAS, 2002).

De acordo com Hitt, Ireland e Hoskisson (2002) a criatividade consiste na produção de algo novo, com idéias apropriadas para melhorar as ações humanas, dispondo de algum valor monetário explícito no mercado comercial, bem como um valor implícito à sua criação.

Para Reis (2004) através da criatividade a inovação adquire algumas habilidades, como força de trabalho diversificada; ambiente físico criativo; compartilhamento de conhecimento; tecnologia de alta utilidade, ergonomia e facilidade; alta acessibilidade, encorajamento à experimentação; ênfase sobre o aprendizado e adaptação e foco em resultados a longo prazo. Com isso, as fontes de inovação segundo o autor se baseiam em cinco perspectivas:

a) o esforço cria novos produtos, serviços, processos, estruturas organizacionais e mercados;

b) o processo cria valor, incentiva mercados e aumenta a competitividade;

c) o esforço influencia, direta ou indiretamente, o avanço das pessoas e organizações;

d) os resultados representam valores comerciais.

Chiavenato (2004) complementa que o processo de inovação proporciona vantagens competitivas e financeiras, uma vez que melhora o posicionamento estratégico das organizações:

a) melhoria do desempenho organizacional; b) atração e retenção de talentos à organização; c) incentiva a transferência de conhecimento;

d) permite o desenvolvimento pessoal, a vontade de crescimento e diversificação profissional;

Integra elementos multiculturais e funcionais entre indivíduos e organização.

Sendo assim, a inovação não pode ocorrer sem mudanças, por representar a aplicação de novas idéias para criar ou melhorar produtos, serviços e processos. Contudo,

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muitos associam o processo de inovação apenas à criação de algo novo, quando na verdade, abrange também a melhoria de algo que já esteja no mercado (JONASH; SOMMERLATTE, 2001)

Neste sentido, o processo de inovação ocorre quando são realizadas fases seqüenciais e específicos, como apresentado na figura 01 por Stefanovitz (2011, apud Macul, 2012):

Figura 01: Fases do processo de inovação

Fonte: Stefanovitz (2011, apud MACUL, 2012, p. 23).

Segundo Stefanovitz (2011, apud Macul, 2012) o processo de inovação tem início com a fase de Prospecção, que se destina em captar e compreender as tendências tecnológicas e mercadológicas que atuam como base à tomada de decisão ao longo do processo de informação, bem como ao planejamento a longo prazo. Assim são monitoradas tendências de mercado, de consumo, de concorrentes e a construção de cenários futuros.

A segunda fase, denominada Ideação, consiste em utilizar as informações obtidas na fase anterior com diferentes áreas do conhecimento, criando e avaliando idéias de produtos, tecnologias, e perspectivas do ambiente externo. Já a terceira fase, de Construção da Estratégica, são selecionadas as idéias que estejam em acordo com as estratégias pretendidas pela organização, para que sejam planejados os desenvolvimentos (STEFANOVITZ, 2011 apud MACUL, 2012).

A fase de Mobilização de Recursos se refere em selecionar os recursos tecnológicos e humanos para desenvolver o projeto. Ocorre a busca por recursos internos e externos que possam contribuir e mobilizar as atividades ao alcance do projeto final. Em seguida ocorre a fase de Implementação, em que ocorre a materialização das ideias tangíveis ao produto ou serviço. Consiste na etapa mais importante do processo de inovação por ser responsável pelo desenvolvimento da nova ideia no mercado. São desenvolvidos o produto e

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as tecnologias responsáveis por lançar o novo projeto no mercado (STEFANOVITZ, 2011 apud MACUL, 2012).

Finalmente, a fase de Avaliação se destina em monitorar a cadeia de valor do projeto de inovação sob a perspectiva da gestão de processo, a fim de identificar lacunas e eliminá-las, para que o produto seja de qualidade. Assim, são avaliados os resultados e aprendizados dos projetos de inovação; do desempenho e a busca pela melhoria contínua (STEFANOVITZ, 2011 apud MACUL, 2012).

Diante destas considerações, observa-se a importância de se compreender o processo de inovação como uma visão alterada sob a forma de se experimentar e gerenciar projetos. O processo de inovação é um fluxo de atividades para assegurar que as ideias iniciais sejam fielmente produzidas a fim de atender a desejos e necessidades dos indivíduos.

Para tanto, é necessário que ocorra o gerenciamento do fluxo de atividades e ideias para que os projetos possam ser comercializados e bem aceitos pelos consumidores; necessitando de um processo de gestão eficiente e contínuo.

2.3 A GESTÃO DA INOVAÇÃO

Segundo Mañas (2002) a relação entre estratégia e tecnologia é complementar. Entretanto, esta relação depende do contexto, pois varia segundo as necessidades de cada organização. As gestões de tecnologia e estratégia necessitam de avaliações sobre as competências tecnológicas e ferramentas destinadas ao desenvolvimento do negócio; onde a função principal destina-se à integração do desenvolvimento de mercados, alternativas e soluções, e avaliação sobre as tecnologias que proporcionam vantagem competitiva.

Por a tecnologia e a estratégia englobarem aspectos internos e externos, e envolvem desde gestores até operários, alguns fatores promovem a interação entre estes conceitos; como abordado por Mañas (2002):

a) a direção sobre produtos modificados de modo tecnológico ou a utilização de uma tecnologia externa;

b) a estrutura da organização, englobando sua diversidade e número de unidades; c) o perfil estratégico da organização e o enfoque sobre o controle financeiro, ou

gestão corporativa de tecnologia, direcionada à estratégia organizacional; d) a ausência ou presença de setores específicos à pesquisa de tecnologias, a fim

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e) a interação e participação deste setor de pesquisas quanto ao desenvolvimento de estratégias;

f) o grau de desenvolvimento e utilização de ferramentas destinadas à avaliação destas tecnologias e emprego de informações à formulação das estratégias. A organização deve sempre buscar mecanismos para equilibrar as forças estratégicas e tecnológicas para que os investimentos sejam direcionados na medida certa e não cause divergências entre os ambientes interno e externo, e mantenha a organização competitiva.

Para Reis (2004) a gestão da inovação consiste na administração sistemática de um conjunto de habilidades, conhecimentos, mecanismos, técnicas e instrumentos organizacionais essenciais para estruturar a capacidade de gerar, introduzir, comprar, modificar e gerenciar a inovação de produtos e processos à competitividade.

Na perspectiva de Jonash e Sommerlatte (2001, p. 47):

A gestão da inovação é aplicação de técnicas de gestão em apoio a processo de inovação tecnológica. Integram métodos e princípios de gestão (administração), avaliação, economia, engenharia, informática e matemática aplicada. Constituem um processo de administração das atividades da pesquisa tecnológica e da transferência dos seus resultados às unidades produtivas. O que é importante para a competitividade, e produtividade, é a capacidade de demarcar os desenvolvimentos tecnológicos, como inovação e progresso técnico, dentro de uma estratégia organizacional.

A gestão de inovação é formada por atividades de planejamento, alocação, organização e controle dos fatores fundamentais ao alcance de resultados inovadores, possibilitando a rentabilidade do processo de inovação, de modo que é essencial a capacidade de aprender da organização e dos indivíduos para o alcance dos objetivos pretendidos.

2.4 ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO

Basicamente, todos os fatores capazes de promover vantagens competitivas relacionam-se, diretamente, com aspectos determinantes e específicos, como a identificação das reais necessidades do mercado; os melhores processos de mudanças e a participação de colaboradores qualificados; aliados ao conhecimento científico, interação e pré-disposição para inovação do ambiente organizacional (REIS, 2004).

Para se promover a inovação, é fundamental que se tenha a consciência quanto aos riscos implicados às mudanças, de acordo com o grau de inovação; podendo ser maiores ou menores. Com isso, diante das experiências vivenciadas pelas organizações em busca de

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diferenciais, surgem os casos de sucesso ou fracasso, que passam a ser considerados como modelos para as outras organizações.

Entretanto, é importante salientar que ao promover a inovação, não se pode considerar apenas as vantagens competitivas resultantes desta mudança; pois existem variáveis determinantes que devem ser consideradas por todas as organizações: preço, tempo apropriado, marketing, produtividade e qualidade (MAÑAS, 2002).

Neste sentido, torna-se imprescindível a utilização de estratégias de inovação; que para Reis (2003) podem atuar de diferentes maneiras, segundo a necessidade da situação, como defensiva, dependente, tradicional, imitadora, ofensiva ou oportunista. Para o autor cada atuação é caracterizada de modo singular:

a) defensiva: quando a organização não assume riscos, utiliza erros como referência e através da mudança consegue se adaptar à nova situação;

b) dependente: relaciona-se com empresas mais fortes para obter a inovação; c) tradicional: são dependentes quanto a sensibilidade do gestor em perceber a

oportunidade de mercado;

d) imitadora: atua por meio de cópias de inovação já implantadas, e modificadas para suas especificidades;

e) ofensiva: caracteriza pela liderança, rapidez, relacionamento com a comunidade científica, com pesquisas intensivas e registro de patentes;

f) oportunista: atua em mercados diferentes da maioria das organizações.

Neste sentido, as organizações passam a desempenhar, cada vez mais, esforços para identificar oportunidades de inovação e inserir no ambiente organizacional recursos humanos e tecnológicos para se sobressair no mercado e alcançar vantagem competitiva.

2.5. OPORTUNIDADES DE INOVAÇÃO

O mercado atual está formado pela velocidade de informações, mudanças, globalização e tecnologia; onde tais fatores exigem, por parte das organizações, a busca contínua por alternativas capazes de lhes garantir a sobrevivência competitiva.

Diante de todas as ameaças e instabilidades, as organizações devem escolher entre investimentos para se adaptarem às novas realidades, ou então encerrarem suas atividades e desistirem do mercado, fechando suas portas. Mas, a grande maioria prefere encontrar soluções viáveis para continuarem ativas e, principalmente, competitivas.

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Todavia, segundo os estudos de Jonash e Sommerlatte (2001), o papel do gestor é de extrema importância para se alcançar os melhores níveis de desempenho sobre a inovação; pois detém autoridade quanto à administração e tomada de decisões; ou ainda, quanto à influência sobre os ativos tecnológicos.

Entretanto, é importante enfatizar que ainda que os processos de inovação e invenção sejam distintos; “a inovação de um produto, por melhor que seja, não passará de uma ‘invenção’, se o processo (ou a inovação do processo), por trás não viabilizar economicamente sua produção” (ZAWISLAK, 1995, p.148).

Ainda para este autor, a invenção se destinada a uma ideia não comercializável; portanto, não pode ser planejada; como no caso da inovação; pois estas não precisam ser, necessariamente, provindas de invenções; podem ser processos, procedimentos e produtos modificados e melhorados.

Embora haja grandes ameaças inseridas nos mercados devido a alta competitividade empresarial, neste mesmo cenário podem ser encontradas muitas oportunidades; pois a inovação pode ser a melhor forma de se defender perante os concorrentes; ainda que este processo origine riscos e incertezas (KOTLER, 1999).

Kotler (1999) finaliza enfatizando que há três tipos de situações capazes de proporcionar oportunidades ao mercado sendo; o fornecimento de algo que está em escassez, o fornecimento de algo melhorado sobre algo já existente, ou o fornecimento de um novo produto ou serviço.

2.6 A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA NO AMBIENTE EMPRESARIAL

É muito comum a ideia de que ao se referir à inovação tecnológica, as pessoas pensem, exclusivamente, em equipamentos e maquinários altamente digitais, com computadores sofisticados e tecnologia de ponta. Porém a inovação tecnológica não abrange apenas estes conceitos, mas também diferentes métodos de se realizar as atividades, novos procedimentos, processos e serviços.

Para Reis (2003) as inovações tecnológicas envolvem serviços, processos, produtos e mudanças tecnológicas em projetos já existentes. Em outras palavras, ainda que sejam pequenas as alterações em algo que já é utilizado, estas podem ser consideradas como inovações tecnológicas.

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Este fato ocorre em todos os segmentos de mercado; por ser caracterizada como uma nova questão para a sobrevivência da organização, perante a competitividade de seus concorrentes.

A inovação tecnológica nas visões de Hitt, Ireland e Hoskisson (2002) atua como resultado à busca pelo espírito empreendedor a fim de se alcançar o sucesso competitivo; sendo um importante elemento empreendedor.

Reis (2003) complementa ao considerar que a inovação tecnológica considera um elevado ritmo de mudanças, as quais devem ser acompanhadas pelas organizações, por meio da própria inovação.

As necessidades de competitividade, sustentabilidade do mercado e posicionar-se à frente dos concorrentes são fatores primordiais à sobrevivência no mercado, e exige inovação. No mais, as mudanças ocasionadas no mercado atual exigem um constante e incansável controle sobre as mudanças dos métodos de produção, para se adequar com celeridade.

Hitt, Ireland e Hoskisson (2002) comentam que o ritmo de inovação tecnológica tanto em serviços quanto em produtos por ocorrer muito rápido há a necessidade de mudanças radicais e imediatas, sobre seus métodos e estruturas de trabalho.

Diante de uma grande disponibilidade de tecnologias ao mercado, os gestores possuem maiores flexibilidades para transformarem os processos e introduzir novos conceitos, advindos destas novas tecnologias de produção; obtendo respostas dos processos e atividades com maior celeridade, por atuar com sistemas integrados, flexíveis e automatizados (CLEMENTE et. al. 1998).

Porém cabe ressaltar que as inovações nascem e desaparecem com muita agilidade, e não conseguem alcançar grandes níveis mundiais. Motta (1999, p.12) corrobora ao afirmar que “chegou-se ao sistema de produção em que tudo é vulnerável, possível e imprevisível”. Assim, as ferramentas de automação, robotização e informatização não são utilizadas apenas para a substituição de procedimentos técnicos, pois exigem uma nova visão do ambiente de trabalho e do mercado como um todo.

A introdução de novas tecnologias no ambiente organizacional aumenta o poder dos comandos dos gestores sobre o processo produtivo; pois através de um fluxo de produção contínuo, facilita-se o cumprimento dos objetivos propostos; do mesmo modo que a inovação possibilita uma reorganização capaz de aumentar, consideravelmente, o controle técnico sobre o ritmo e a intensidade do fluxo de trabalho.

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Para Reis (2004, p.16) a utilização de inovações tecnológicas “exige modificações na gestão e direção para a promoção de um maior grau de integração entre os gestores e colaboradores”. Assim, quando os indivíduos conhecem as capacidades e competências da organização, podem direcionar estes conhecimentos para inovar a competitividade e conseguir um diferencial perante o mercado.

Motta (1999) enfatiza que o mundo apresenta, diariamente, novidades que ocasionam uma mudança constante na vida de todos. Com isso, o indivíduo busca e necessita de inovações flexíveis; e este é o papel das organizações; assegurar que as novas necessidades sejam supridas e superar as expectativas de seus clientes.

Em suma, a partir das obras destes e outros autores, é possível dizer que para que as organizações mantenham-se produtivas e competitivas sobre o mercado atual globalizado, torna-se indispensável à aplicação de inovações tecnológicas; em busca de melhores resultados e soluções.

2.6.1 A inovação sobre produtos e processos

Para Kotler (1998, p.28) “um produto é algo que pode ser oferecido a um mercado, para satisfazer a um desejo ou necessidade”.

Balsani (2008), por sua vez, define que um produto novo, inovado, recebe uma modificação para ser mais bem comercializado pela organização. Assim, a criação de um produto com novas características tecnológicas refere-se àqueles com diferenciais sobre os produtos já comercializados.

Os produtos já existentes podem ser aperfeiçoados, para melhorar seu desempenho; incrementados ou até mesmo substituídos por produtos com funções mais específicas e inovadoras.

Um simples produto pode ser aperfeiçoamento, com melhores desempenhos ou redução de custos, por meio da inclusão de componentes ou matérias primas de melhor rendimento. Já os produtos mais complexos, por serem compostos por subsistemas técnicos integrados, podem receber aperfeiçoamentos a partir de mudanças específicas a determinados subsistemas.

O objetivo para a inovação de um produto possui a visão de oferecer um produto melhor, com mais qualidade, e com um custo mais baixo, para aumentar o número de clientes.

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Processos, para Balzani (2008, p. 30), referem-se a “uma sequência de atividades que recebe entradas, agrega-lhes valor e as transforma em resultados. Têm início e fim bem determinados, numa sucessão clara e lógica de ações interdependentes que geram resultados”.

Deste modo, a utilização de tecnologias para inovar processos destina-se ao empregos de métodos de produção aperfeiçoados ou tecnologicamente novos; abrangendo desde os métodos de aquisição até a entrega do produto final.

Para o Manual de Oslo (2004, p. 30):

A inovação visa melhorar o desempenho de uma empresa com o ganho de uma vantagem competitiva (ou simplesmente a manutenção da competitividade) por meio da mudança da curva de demanda de seus produtos (por exemplo, aumentando a qualidade dos produtos, oferecendo novos produtos ou conquistando novos mercados ou grupos de consumidores), ou de sua curva de custos (por exemplo, reduzindo custos unitários de produção, compras, distribuição ou transação), ou pelo aprimoramento da capacidade de inovação da empresa (por exemplo, aumentando sua capacidade para desenvolver novos produtos ou processos ou para ganhar e criar novos conhecimentos).

Estes métodos novos podem ocasionar mudanças quanto aos equipamentos e maquinário; para que as novas necessidades possam ser atendidas, garantindo-se a qualidade do processo. A finalidade deles é a de facilitar o processo produtivo; pois podem incrementar, substituir ou extinguir processos atuais que não desempenham grandes papeis ao ciclo de atividades.

2.7 CONHECENDO AS TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS

Diante das novas realidades do mercado pra encontrar soluções para as diversas necessidades dos indivíduos, as inovações tecnológicas passam a ser introduzida no cotidiano, sob diversas formas, para diminuir o tempo de execução das atividades e proporcionar novas e melhores opções de escolha.

A inovação disruptiva comentada por Christensen (2006) consiste na utilização de uma tecnologia simples, rápida, conveniente e orientada, com a finalidade de ser oferecida a consumidores menos sofisticados, de classes populares, mas que ocupam a maior parte do mercado consumidor.

De acordo com Zilber e Silva (2011) disrupção, do inglês disruption, significa problemas que interrompem um evento, processo ou atividade. No mundo empresarial, o significado consiste em mudanças radicais, sobre a estrutura, estratégia de negócios e demais atividades que influenciam a competitividade da empresa no mercado, como a introdução de

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um novo produto ou serviço, ou ainda a melhoria de produtos e serviços que já foram lançados no mercado.

As tecnologias disruptivas são consideradas grandes desafios ao marketing e tecnologia de uma empresa, por ser composta de ideias que revolucionam e transformam conceitos já existentes e que dominam o mercado, para proporcionar melhor desempenho a partir de tecnologias alternativas e acessíveis.

De acordo com Nepomuceno (2017) são exemplos de tecnologias disruptivas os populares Ubers, Google, Waze, Youtube, Mercado Livre, Estante Virtual. A partir destas tecnologias o mercado recebe uma variedade de atributos valorizados pelos consumidores, possibilitando maior economia, por dispor de consumidores interessados em usufruir de produtos e serviços mais acessíveis do que as empresas líderes de mercado, e com a mesma qualidade.

Para Cândido (2011, p. 6):

As inovações disruptivas são origem a novos mercados e modelos de negócio, apresentando soluções mais eficientes do que as existentes até o momento. Por outras palavras, ocasiona a ruptura de um antigo modelo de negócio e altera as bases de competição existentes.

De acordo com Costa et. al. (2011) a busca por novos mercados e clientes que desejam adquirir produtos e serviços mais acessíveis incentiva o aprimoramento das tecnologias disruptivas, com ideias inovadoras para conquistar indivíduos e mercados. Em muitas situações, a queda de uma empresa pode estar relacionada com a sua incapacidade técnica em dispor dos mesmos produtos e serviços segundo novas estratégias, ouvindo os consumidores e respondendo às suas necessidades.

Cândido (2011) apresenta algumas características fundamentais das tecnologias disruptivas, como a presença de novos atributos a produtos e serviços valorizados pelos consumidores; menor desempenho em produtos estabelecidos; baixo custos, maior simplicidade e maior conveniência ao uso; empresas iniciantes no mercado.

Neste contexto, a tecnologia disruptiva se apresenta mais atrativa ao mercado, porém seu desempenho depende da complexidade do mercado, para que os consumidores desejem adquirir produtos e serviços com estas empresas, por receberem muito mais do que precisam ou estão dispostos a pagar. Com isso, as tecnologias disruptivas promovem uma maior inclusão econômico-social, por incluir as classes mais baixas para movimentar a economia.

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Christensen (2001 apud Cândido 2011) apresenta o modelo seguido pelas tecnologias disruptivas, em quatro princípios, a saber:

a) os recursos empresariais estão diretamente relacionados com os fornecedores e clientes, e para tanto, devem proporcionar produtos e serviços que atendam às necessidades de seus consumidores;

b) mercados pequenos não são capazes de solucionar as necessidades de crescimento de grandes empresas, uma vez que a tecnologia disruptiva alcança um mercado pequeno e, progressivamente, alcança patamares mais elevados, ideal para grandes empresas;

c) os mercados somente podem ser analisados se existirem, ou seja, a falta de dados para analisar um mercado que não dispõe de dados comparativos não dispõe de um retorno financeiro;

d) a tecnologia fornecida não é a mesma de procura do mercado, com isso, a tecnologia disponível não é capaz de atender à demanda de mercado.

Nestas condições os produtos até então comercializados se tornam ultrapassados, quando comparados às tecnologias disruptivas. As empresas criam suas próprias ideias e as desenvolvem e comercializam para alcançar novos espaços de mercado e utilizar a inovação como meio de crescimento.

As tecnologias disruptivas podem ser consideradas como inovações semi-radicais, por provocarem mudanças nos modelos de negócios, ou sobre as bases tecnológicas de um setor da indústria, mas nunca age simultaneamente sobre as duas partes. As inovações podem ser classificadas segundo a forma como as novas ideias são obtidas, traduzidas em inovações e lançadas no mercado (COSTA et. al. 2011, p. 384).

As tecnologias disruptivas ocorrem quando as empresas dominam seus mercados e realizam contínuas pesquisas com seus consumidores, para conhecer suas reais necessidades e desejos, e assim proporcionar melhorias em seus produtos e serviços, para melhorar sua participação de mercado, com tecnologias valorizadas pelos consumidores.

Costa et. al. (2011) complementa que a teoria das tecnologias disruptivas atuam como instrumentos de identificação e avaliação das melhores oportunidades para que as empresas inovem e enfrentem os concorrentes, assegurando sua posição no mercado, porém com a necessidade de focar sobre três grupos de consumidores:

a) não consumidores: pessoas que não consomem por não dispor de renda suficiente, ou habilidade para usá-la, ou ainda, sem acesso;

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b) consumidores overshot: consumidores saciados, mas não satisfeitos completamente, por considerarem que os produtos vão além de suas necessidades;

c) consumidores undershot: consumidores não saciados, que desejariam que os produtos fossem melhores, com a disponibilidade de mais recursos, estando dispostos a pagar por isso.

Para os autores, as tecnologias disruptidas se concentram nos consumidores overshot e nos não consumidores, uma vez que atua como uma alternativa para proporcionar mudanças nas vidas das pessoas, superando as expectativas dos consumidores, com produtos de qualidade, mas com preços mais acessíveis.

Sendo assim, as empresas passam a disponibilizar produtos mais acessíveis, adaptados às diversas necessidades dos consumidores, mais simples e mais baratos, ao mesmo tempo que, também podem oferecer produtos e serviços mais específicos para atender camadas superiores no mercado, como por exemplo, a utilização de uma grande variedade de notebooks, smartphones e tablets para atender diversos tipos de consumidores.

As tecnologias disruptivas podem seguir duas tendências, sendo a primeira lançar um produto ou serviço relativamente simples e acessível, para atender as necessidades dos consumidores que tinham restrições ao uso do que o mercado disponibilizava, ou que não encontrassem algo que atendesse suas necessidades; e a segunda tendência é facilitar o acesso dos consumidores ao que já é comercializado, ao invés de apresentar uma nova solução que possa exigir mudanças de comportamento ou cultura (COSTA et. al. 2011, p. 390).

Portanto, as tecnologias disruptivas surgem quando a empresa domina seus mercados, conhece seus consumidores e realiza contínuas pesquisas para compreender as necessidades e desejos do mercado, e assim melhora seus processos para proporcionar produtos e serviços que atendam às necessidades dos consumidores, em busca de seu crescimento e lucratividade.

2.8 NOÇÕES GERAIS SOBRE O TRANSPORTE AÉREO BRASILEIRO

De acordo com Araújo (2004) com o final da Segunda Guerra Mundial a utilização de aviões como meio de transporte se intensificou, pelos benefícios em proporcionar viagens rápidas, independente do local de viagens, uma vez que estas, até então, eram realizadas em navios, com longos meses de duração.

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No Brasil o setor de transporte aéreo teve início durante a década de 1920 com o início das atividades de duas multinacionais, Compagnie Générale Aéropostale e Condor Syndikat, com o intuito de estabelecer linhas de conexão, com rotas entre Brasil, França e África, e posteriormente América do Sul (OLIVEIRA, 2001).

Para Malagutti (2001) a popularidade do transporte aéreo se deve aos interesses dos consumidores por vôos nacionais e, principalmente internacionais, diante dos benefícios proporcionados pelas companhias aéreas. Ademais, o setor apresentou um aumento elevado nas últimas três décadas, principalmente no transporte comercial, o que ocasionou mudanças estruturais para que o setor estivesse apto a receber a alta demanda, como investimentos para modernizar as aeronaves e a acessibilidade dos indivíduos com a diminuição dos preços de passagens.

O transporte de passageiros tem crescido muito, porém o mesmo não acontece com o de cargas. O transporte aéreo de cargas possui um elevado custo decorrente da incapacidade de deslocamento de grande volume, além disso, os gastos relativos com manutenção, como a necessidade de peças de reposição, e gastos com combustíveis se apresentam muito elevados. Com isso, o transporte aéreo de cargas ocorre apenas em situações específicas (OLIVEIRA, 2001, p. 17).

Contudo, Araújo (2004) ressalta que, mesmo diante de sua atratividade mundial, o setor enfrenta diversas crises, decorrentes do elevado custo de funcionamento e manutenção das aeronaves e atividades administrativas, visto que ocorrem em locais distintos em todo o mundo.

Assim, continuamente são buscadas novas estratégias para melhorar as práticas brasileiras, na tentativa de aproximar o transporte aéreo brasileiro ao modelo internacional, de forma que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC, 2016) aprovou em dezembro de 2016 um conjunto de novas regras para o tráfego de aviões comerciais.

Ainda estamos atrasados em relação a países de primeiro mundo que possuem um mercado mais livre da interferência governamental, onde consequentemente os processos legais são com menores custos e menos burocracia.

Ao invés de deixar o mercado livre para que o consumidor escolhesse qual cia aérea iria lhe oferecer maior benefício, o governo criou mais algumas modificações nas suas leis, onde ele impõe a forma que tem que ser a negociação entre empresa e consumidor, independente do consumidor ser a favor ou não dessa negociação.

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Entre as modificações estão o aumento da franquia de bagagem de mão e fim da obrigatoriedade do oferecimento de franquia de bagagem pelas companhias aéreas, e a correção gratuita, em vôos domésticos.

Neste sentido, observa-se a necessidade de que sejam implantadas medidas, sempre que necessário, para proporcionar maior qualidade e segurança aos serviços prestados pelas companhias áreas, o que confere vantagens ao setor, como apontado por Malagutti (2001):

a) rapidez no transporte de passageiros, a médias e longas distâncias; b) ampla liberdade para realizar movimentos;

c) considerado um dos meios de transporte mais confortáveis seguros;

d) adequado para transportar mercadorias de grande valor, como produtos farmacêuticos, jóias, instrumentos de óptica, além de produtos perecíveis, como flores e frutas;

e) agilidade nos processos de expedição, transporte e recebimento; f) ideal para o transporte de mercadorias com urgência de entrega;

g) documentações de transporte obtidas com maior rapidez, pela emissão antecipada; h) localização de aeroportos próximos aos centros de produção agrícola ou industrial; i) fretes internos para a colocação de mercadorias nos aeroportos são menores, com

redução do tempo, pela localização próxima dos mesmos;

j) possibilita a minimização ou eliminação de estoques pelo exportador; k) racionaliza compras por importadores;

l) permite a utilização de mercadorias com agilidade em relação à produção, principalmente quando se trata de produtos com validade mais curta;

m) maior competitividade aos exportadores, que possuem a entrega rápida como um diferencial de venda;

n) redução dos custos de embalagem, pela necessidade de manipulação dos objetos; o) seguro de transporte mais baixo, com relação ao marítimo, variação entre 30% a 50%

na média geral, segundo as características da mercadoria.

i. contudo, malagutti (2001) apresenta também algumas deficiências e desvantagens deste tipo de transporte:

p) alta poluição atmosférica com a emissão de dióxido de carbono; q) poluição sonora nas proximidades dos aeroportos;

r) grande consumo de espaço para a construção de infra-estruturas; s) elevados consumos de combustíveis;

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u) grande dependência de condições atmosféricas, como nevoeiros e ventos fortes; v) capacidade de carga reduzida, quando comparado aos transportes ferroviário e

marítimo;

w) fretes elevados, com relação aos demais tipos de transportes.

2.9 CARACTERÍSTICAS SOBRE A TECNOLOGIA DISRUPTIVA UBER

Conforme abordado anteriormente neste estudo, as tecnologias disruptivas são consideradas verdadeiras inovações no mercado, por serem responsáveis por quebrar paradigmas de antigos processos de inovações, para fornecer novos produtos e serviços com uma nova perspectiva, onde o produto final é algo novo e melhorado, para atender às diversas necessidades dos indivíduos, principalmente das classes sociais mais populares.

Entre os exemplos de tecnologias disruptivas facilmente reconhecida pelos consumidores, está o Uber, fundada em 2009 por Garrett Camp e Travis Kalanick, inicialmente em Paris, constituída por um aplicativo capaz de solicitar um carro apenas com a informação de localização do usuário através do GPS. De acordo com Sousa (2015) a ideia inicial consistia em oferecer um táxi de luxo aos consumidores, e com isso, a empresa disponibilizava apenas carros de alto porte, como o da marca Mercedes.

Contudo, por a característica das tecnologias disruptivas iniciarem com uma abrangência de mercado menor, os valores dos serviços prestados eram cinco vezes maiores do que os praticados pelos táxis comuns, porém isto não afastou os clientes, formados em sua maioria por investidores e executivos, que preferiam pagar pelo conforto e praticidade oferecido pela empresa (NUNES, 2016).

Para Nepomuceno (2017) os novos modelos de administração, como o Uber, apresentam a diversidade de possibilidades para solucionar problemas complexos, sem intermediação. Assim, as novas tecnologias digitais e disruptivas integram fornecedores e clientes, os quais podem ser avaliados o tempo todo, pela reputação digital, possibilitando que as transações sejam cada vez mais realizadas diretamente com os reais interessados. Assim, a reputação digital permite que muitas pessoas criem trocas horizontais, com zonas de confiança, ainda que estejam distantes geograficamente.

Esse modelo permite escalabilidade de serviços e produtos, uma vez que milhões de fornecedores e clientes se relacionam livremente sem a presença de um gerente, a exemplo de motoristas e passageiros do Uber. Outra grande novidade é o uso intenso da Inteligência Artificial para resolver problemas que antes exigiam a intervenção de gestores de carne e osso (NEPOMUCENO, 2017, p. 33-34).

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O autor enfatiza que algumas variáveis são fundamentais para determinar o prazo que a uberização alcança cada setor, uma vez que as mudanças são gradativas, porém, é possível identificar três elementos capazes de retardar o processo de mudanças:

a) complexidade quanto a oferta de produtos e serviços, pois, quanto maior a complexidade do processo e as pessoas envolvidas, maior a necessidade de maturidade das tecnologias e o respectivo desenvolvimento;

b) confiança no consumidor, ou seja, quanto maior a insegurança do consumidor quanto a um determinado produto ou serviço, maior o tempo levado para se acostumar com novos hábitos de consumo;

c) legislação, de forma que, quanto mais protegido o mercado, maior o tempo para que surjam novas empresas, diante dos riscos legais envolvidos.

No que se refere ao segmento Uber para o tráfego de passageiros, Cancian (2016) aponta que o mesmo foi instituído nos Estados Unidos com grande visibilidade pelos consumidores, e com os investimentos de riscos, tornou-se possível a expansão; ao longo dos anos de 2010 a 2011.

No Brasil as atividades do Uber se iniciaram no início de 2014, com o propósito de oferecer comodidades e alternativas aos indivíduos, diante da grande concentração de pessoas no país, para o evento da Copa do Mundo de Futebol. Atualmente o Uber atende mais de 60 países, em um total de 330 cidades, o que faz notória a participação da empresa em um mercado competitivo.

O Uber é uma empresa de tecnologia, e não de transporte. Seu modelo de negócio consiste no cadastro de motoristas e seus respectivos carros, os quais se tornam parceiros da empresa e, através do aplicativo Uber, se conectam aos passageiros. Todas as ações dos usuários ocorrem por meio do aplicativo, desde a criação da conta, ao cadastro de um cartão de crédito para efetuar o pagamento de suas corridas (SOUSA, 2015, p. 8).

Para se locomover através do Uber, o passageiro inicia o aplicativo, que utiliza o GPS de forma automática para identificar sua localização, exibe confirmações sobre o local de partida e oferece a opção de serviço Uber ou Uber Black, para solicitar um carro. Logo após é disponibilizada a foto, classificação e contato do motorista, bem como o modelo e a placa do veículo. O motorista recebe a solicitação com as devidas informações do passageiro, também através do aplicativo, e caso aceite a viagem, o usuário pode acompanhar a localização do carro no mapa da tela do aplicativo (CANCIAN, 2016).

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Nunes (2016) complementa que, atualmente no país, o Uber disponibiliza apenas o serviço de caronas remuneradas, ou seja, o passageiro pode optar entre duas opções de categoria, sendo o Uber Black, tradicional, em que todos os carros são sedans médios na cor preta, com a obrigatoriedade de bancos de couro e até cinco anos de uso; ou a segunda opção o UberX, que não exige a obrigatoriedade da cor preta ao carro, e possui cobrança de tarifa menor.

Contudo, há controvérsias sobre a utilização do Uber no país, por parte dos motoristas de taxis, os quais, muitas vezes, não aceitam a concorrência do Uber, em relacionar os motoristas diretamente com os passageiros.

Porém, sob o ponto de vista da tecnologia disruptiva, esta aproximação é fundamental para o crescimento das empresas, visto que o relacionamento entre empresa e consumidor é direto e estreito, facilitando à empresa conhecer as reais necessidades de seu público e proporcionar as mudanças necessárias para dispor de serviços de qualidade e competitividade.

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3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nesse capítulo serão apresentados e discutidos os principais resultados observados através desta investigação. Assim, tendo presente a revisão bibliográfica e com base nos dados recolhidos, procurou se analisar e refletir sobre as tecnologias disruptivas e suas possíveis influências no mercado da aviação.

3.1 CONTRIBUIÇÕES DAS TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS NO TRANSPORTE AÉREO BRASILEIRO

A partir da compreensão das práticas do Uber no Brasil, quanto ao tráfego de veículos, tem-se, recentemente, a utilização destas tecnologias disruptivas sob o transporte aéreo brasileiro, proporcionando novas alternativas para empresas e consumidores se relacionarem diretamente e proporcionar benefícios para ambas as partes, como serviços mais acessíveis aos passageiros e lucratividade às empresas.

Ainda que o assunto seja recente, e não há materiais científicos sobre o assunto, a mídia enfatiza muito as novas possibilidades de proporcionar o transporte aéreo através de aplicativos, para solicitar helicópteros para o transporte de passageiros.

Segundo a matéria publicada pela Revista Veja, em treze de junho de 2016, o Uber passou a disponibilizar o pedido de helicópteros, através do aplicativo de carona. Ao acessar o aplicativo, o usuário é redirecionado para realizar um cadastro com suas informações, de forma que o algoritmo da plataforma calcula o heliponto mais próximo do usuário, e lhe envia um Uber Black para buscá-lo.

Até o momento foram disponibilizados no país nove helipontos, de forma que os vôos podem ocorrer apenas entre estes locais. Com a confirmação do pedido, é enviada uma mensagem de texto com informações sobre o vôo, com a disponibilidade do serviço diariamente (REVISTA VEJA, 2016).

Da mesma forma, a matéria publicada, na mesma data, pela Folha de São Paulo, por Fernanda Parrin (2016) apresenta que o mercado de aviação brasileiro, diferentemente dos táxis, encontra-se em um mercado regulamentado, com a realização de parcerias com empresas do setor, com o propósito de popularizar o acesso ao serviço.

Parrin (2016) aponta ainda que, segundo Guilherme Telles, diretor geral da start-up no Brasil, a ideia é transformar a locomoção em algo sstart-uper fácil, melhorar a vida das cidades. O interesse é ampliar o uso de helicópteros no país, pois a crise econômica afetou o

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setor, porém o Uber se apresenta como uma alternativa para atrair o consumidor, oferecendo opções de vôo compatíveis com as possibilidades das classes média e média-alta. Com a camada forte de serviço abaixo do táxi aéreo, o Uber incentiva as pessoas a voarem, principalmente com a disponibilidade do serviço para eventos.

Para Ricciardi (2016), da revista Forbes Brasil, em matéria publicada em treze de setembro de 2016, a crise econômica afetou todos os setores, incluindo as empresas áreas brasileiras, de forma que a procura por viagens domésticas caiu em 7,7% quando com parado ao mesmo período do ano de 2015. Isto fez com que as empresas buscassem medidas para se manterem no mercado, como a realização de fusões com empresas internacionais. Ademais, o prejuízo decorrente da crise fez com que as empresas realizassem cortes drásticos em suas capacidades de transporte; fazendo com que muitos investidores internacionais passem a controlar maior parte das empresas aéreas brasileiras.

Mas nada é simples, em se tratando de aviação. A ABEAR (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), entidade que reúne LATAM, Azul, Avianca e Gol, é favorável à elevação do limite de capital estrangeiro para 49%, mas se mostra reticente quanto à hipótese de o teto ir para 100%. Outras nações — em especial países árabes — subsidiam pesadamente suas cias aéreas, o que poderia tornar as empresas brasileiras do ramo presas fáceis para uma aquisição hostil. Há também a possibilidade de que cias aéreas estrangeiras simplesmente abram filiais nacionais, ao invés de aportar recursos em concorrentes locais (RICCIARDI, 2016, p. 2).

Isso mostra o quanto a interferência governamental protege os grandes empresários donos das poucas cias aéreas que existem no mercado nacional, dificultando que novos concorrentes apareçam trazendo se assim mais acessibilidade, serviços melhores e preços mais baixos aos consumidores.

Em virtude das companhias aéreas brasileiras apresentarem resultados financeiros instáveis, sendo necessária a preservação das inovações tecnológicas e o investimento do setor para que novos investidores sejam atraídos a revitalizar o setor, contribuindo com novos modelos de prestação de serviços, como o Uber aéreo.

Ricciardi (2016) complementa que as preocupações das companhias aéreas se devem à concorrência de serviços alternativos, como o Uber e a dependência de investidores estrangeiros. Com isso, as companhias buscam desenvolver estratégias junto ao governo para competir no mercado e melhorar seus resultados.

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3.2 PRINCIPAIS COMPANHIAS AÉREAS E BENEFÍCIOS AOS CONSUMIDORES

Atualmente as companhias aéreas buscam maneiras para superar a crise econômica e oferecer atratividades aos consumidores para que continuem com a demanda de vôos comerciais, e a maneira mais eficiente encontrada consiste na disponibilização de Ubers aéreos, ou Ubers da aviação, para criar condições mais acessíveis e competir com as grandes companhias.

As companhias desenvolveram aplicativos específicos para que os passageiros possam solicitar aviões e helicópteros, com preços acessíveis e atratividades que possam despertar o interesse dos consumidores.

O primeiro exemplo, apresentado pelo portal E-konomista em junho de 2016 se refere ao projeto piloto “UberCOPTER”, um serviço de uberização com helicópteros, muito utilizado na cidade de São Paulo, para fugir do trânsito, com faixas de preço que variaram entre R$160,00 a R$460,00 por passageiro, de acordo com o percurso realizado. Contudo, pelo elevado preço conhecido como custo Brasil, o projeto durou apenas um mês.

Outro exemplo, apresentado por Vinholes (2016) é a utilização do aplicativo “FlyEdge”, start-up nacional de vôos fretados compartilhados, para proporcionar maior acesso à aviação executiva, a partir de inspirações da empresa norte-americana FlyBlade, precursora do Uber da aviação. As viagens oferecidas ocorrem entre a cidade de São Paulo e litorais paulista e carioca, ou cidades do interior. Os preços dos vôos variam entre R$1.250,00 a R$2.190,00, além de contar com a possibilidade de aluguel de vôos particulares.

Tagiaroli (2016) cita outro aplicativo, denominado de “Flapper” para vôos privados de avião e helicóptero, com o objetivo de preencher algumas lacunas da aviação privada, uma vez que, da mesma forma que muitos indivíduos possuem veículos estacionados em concessionárias, os donos de frotas de aeronaves encontram-se com aviões e helicópteros sem utilização, e deteriorando.

O aplicativo por enquanto só está disponível para iOS e ele tem uma lógica bem parecida com a de aplicativos de táxi ou de caronas, como o Uber. Após a instalação, você seleciona um destino. Ele deverá exibir os vôos agendados em datas próximas (hoje, amanhã ou mais tarde). Caso não tenha nenhum, o usuário deverá criar um novo vôo, escolhendo o local e a hora de saída. Na sequência, você pode escolher a aeronave e quantos assentos quer ocupar. E é aí que você começa a ter noção dos preços praticados. É possível tanto “alugar” um avião todo como comprar alguns assentos. A título de curiosidade, um avião Cessna Grand Caravan, com 9 assentos, custa R$ 10.000. Se você quiser apenas um assento, o valor estimado é de cerca de R$ 1.200, que é feito via cartão de crédito registrado no aplicativo (TAGIAROLI, 2016, p. 1).

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Ainda que os preços sejam mais elevados, não são considerados totalmente inacessíveis, ademais há a grande vantagem dos passageiros não precisarem chegar com tanta antecedência ao aeroporto, e esperar que as bagagens sejam despachadas. O objetivo é disponibilizar vôos com mais acessibilidade aos consumidores.

Há ainda o aplicativo “Fly Victor” com vôos em jatos executivos, com direito a acompanhante, além de serviços extras a bordo, como bebidas e comidas sofisticadas, Internet, telefone por satélite e sem a necessidade dos passageiros enfrentarem longas horas de fila e espera nos aeroportos (VINHOLES, 2015).

Diante destas considerações, observa-se que, gradativamente, a uberização no setor de transporte aéreo se torna mais atrativo e acessível aos consumidores, com companhias de taxi aéreo realizando uma média de vinte vôos por semana, pela agilidade, segurança e conforto oferecidos por companhias que se preocupam com os consumidores, e com o mercado, encontrando alternativas para se manterem ativamente competitivas, a partir de estratégias e inovações tecnológicas.

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