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Perfil epidemiológico da hipertensão arterial em um município maranhense

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ReonFacema. 2017 Out-Dez; 3(4):693-698.

Epidemiological profile of arterial hypertension in a

maranhense municipal

Perfil epidemiológico da hipertensão arterial em um município maranhense

Perfil epidemiológico de la hipertensión arterial en un municipio maranhense

ABSTRACT

Objective: To verify the epidemiology of arterial hypertension in the city of Caxias - MA. Methodology: This is a descriptive and retrospective epidemiological study of a quantitative approach. Secondary data were used through the Hypertensive and Diabetic Registration and Monitoring System (HIPERDIA), made available by DATASUS. Inclusion criteria were all cases of arterial hypertension occurred in Caxias-MA in the period from 2002 to 2013. Results: In the analyzed period, 9056 cases were recorded. The year in which the highest number of new cases occurred was recorded in 2006, with 16.1% (n = 1454), while in 2013 the number of cases was lower (0.23%) (n = 21). data for the year 2013 were incomplete, contemplating only until the month of April. Regarding the age group, hypertension had a higher prevalence in the age group of ≥60 years with 55.5% (n = 5029). Conclusion: In the present study it was verified that the majority of cases are female and occur more frequently in the age group of 60 years or more. The year in which most cases of hypertension occurred were in 2006. It was concluded that arterial hypertension is a frequent complaint in the population of Caxias-MA.

RESUMO

Objetivo: Verificar a epidemiologia da hipertensão arterial no município de Caxias - MA. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo e retrospectivo de abordagem quantitativa. Foram utilizados dados secundários por meio do Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA), disponibilizados pelo DATASUS. Os critérios de inclusão foram todos os casos de hipertensão arterial ocorridos em Caxias –MA no período de 2002 a 2013. Resultados: No período analisado registrou-se 9056 casos. O ano em que ocorreu o maior número de registro de novos casos foi o de 2006 com 16,1% (n=1454), enquanto que 2013 apresentou menor registro com 0,23% (n=21), ressaltando-se que os dados referentes ao ano de 2013 estavam incompletos, contemplando somente até o mês de abril. Com relação à faixa etária, a hipertensão arterial apresentou maior prevalência na faixa etária de ≥60 anos com 55,5% (n= 5029). Conclusão: No presente estudo verificou-se que a maioria dos casos é do sexo feminino e ocorrem com maior frequência na faixa etária de 60 anos ou mais. O ano em que ocorreram mais registros de casos de hipertensão foi 2006. Conclui-se que a hipertensão arterial é um agravo frequente na população de Caxias-MA

RESUMEN

Objetivo: Verificar la epidemiología de la hipertensión arterial em el municipio de Caxias - MA. Metodología: Se trata de unestudio epidemiológico descriptivo y retrospectivo de abordajecuantitativo. Se utilizaron datos secundarios a través del Sistema de Registro y Acompañamiento de Hipertensos y Diabéticos (HIPERDIA), disponibles por DATASUS. Los criterios de inclusiónfueron todos los casos de hipertensión arterial ocurridos en Caxias -MA enel período de 2002 a 2013. Resultados: Enel período analizado se registraron 9056 casos. El añoen que ocurrióelmayor número de registro de nuevos casos fueel de 2006 conel 16,1% (n = 1454), mientras que el 2013 presentó menor registro conel 0,23% (n = 21), resaltando que loslosdatos referentes al año 2013 estaban incompletos, contemplando solamente hasta elmes de abril. Com respecto al grupo de edad, lahipertensión arterial presentó mayor prevalência em el grupo de edad de ≥60 añoscon 55,5% (n = 5029). Conclusión: Enel presente estudio se verificó que lamayoría de los casos es del sexo femenino y ocurren com mayor frecuencia em el grupo de edad de 60 años o más. El año en que ocurrieron más registros de casos de hipertensión fue 2006. Se concluye que La hipertensión arterial es un agravio frecuente enlapoblación de Caxias-MA.

Joyce Lopes Macedo¹

Fátima Dandara Assunção

1

Irislene Costa Pereira

1

Amanda Suellenn da Silva Santos Oliveira²

Magnólia de Jesus Sousa Magalhães Assunção

4

ISSN: 2447-2301

¹Arquiteto e Urbanista professor da Faculdade de Ciência e Tecnologia do Maranhão acyrcarv@gmail.com ²Graduanda de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão acyrcarv@gmail.com ³Graduanda de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão acyrcarv@gmail.com

4Arquiteta e Urbanista acyrcarv@gmail.com

5Mestre em Ciência Política e Professor Assistente I da Faculdade de Ciências e Tecnologia do Maranhão rodrigosantoscruz1989@gmail.com

Descriptors Epidemiology. Hypertension. Public

health. Descritores Epidemiologia. Hipertensão. Saúde pública. Descriptores Epidemiología. Hipertensión. Salud

pública.

Sources of funding: No Conflict of interest: No

Date of first submission: 2017-10-18 Accepted: 2017-11-01

Publishing: 2017-12-28

Corresponding Address

Magnólia de Jesus Sousa Magalhães Assunção

Rua Aarão Reis, 1000 Caxias - MA

Email:

magmagalhaes2009@hotmail.com

ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE / ORIGINALE

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INTRODUÇÃO

As Doenças Cardiovasculares (DCV) são, atualmente, consideradas a maior causa de óbitos no mundo. Elas foram responsáveis por mais de 17 milhões de mortes no ano de 2008, dos quais 3 milhões advieram antes de se chegar a faixa etária de 60 anos. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que em 2030 quase 23,6 milhões de pessoas chegarão a óbito acometidas por doenças cardiovasculares (Who, 2011).

Dentre as doenças cardiovasculares, a Hipertensão Arterial apresenta-se como importante fator de risco para complicações cardíacas e cerebrovasculares, portanto, sendo considerada um problema de saúde pública em âmbito mundial. Em 2000, sua prevalência na população mundial era de 25% e a estimativa para o ano de 2025 é de 29% (Talaei e colaboradores, 2014).

A pressão arterial alta (hipertensão) é normalmente um distúrbio assintomático no qual a elevação anormal da pressão nas artérias aumenta o risco de outras complicações metabólicas. É definida pela pressão sistólica média em repouso de 140 mmHg ou mais e/ou pela pressão diastólica em repouso média de 90 mmHg ou mais (Santos e colaboradores, 2009).

Existem inúmeros fatores que contribuem para o desenvolvimentoda hipertensão arterial, onde esses fatores podem ser classificados em modificáveis e não modificáveis. Os modificáveis

consistem em hábitos sociais, uso de

anticoncepcionais, tabagismo, bebidas alcoólicas, sedentarismo, obesidade, hábitos alimentares e estresse. Já entre os riscos não modificáveis destaca-se a idade, hereditariedade, sexo e raça (Matavelli e colaboradores, 2014).

Desta forma, o objetivo deste trabalho foi verificar o perfil epidemiológico da hipertensão arterial no município de Caxias-Ma.

Por se tratar de um problema de saúde pública, e por apresentar-se também como fator de risco para outros tipos de complicações metabólicas e pelo grande número de óbitos ocasionados por

esta patologia, justifica-se a relevância desta pesquisa.

MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo epidemiológico

descritivo e retrospectivo de abordagem

quantitativa. Foram utilizados dados secundários por meio do Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos (HIPERDIA), disponibilizados pelo DATASUS. Foram considerados como critérios de inclusão todos os casos de hipertensão arterial ocorridos no município de Caxias –MA no período de 2002 a 2013. As variáveis utilizadas foram as já existentes no sistema: sexo, faixa etária, ano, tabagismo, sedentarismo, sobrepeso, infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC) e doença renal.

O conjunto de dados para análise foi selecionado e obtido por meio do aplicativo TABNET a partir de suas caixas de opções (linha, coluna e conteúdo). Por se tratar de dados secundários e de um banco de domínio público, não foi necessário submeter o trabalho ao Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos (CEP).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste período de 2002 a 2013, foram registrados 9.056 novos casos de hipertensão arterial no município de Caxias-Ma. O ano em que ocorreu a maior incidência de novos casos de hipertensão arterial foi 2006 correspondendo a 16,05% do total (n=1454) e o menor número de casos registrados ocorreu no ano de 2013 correspondendo a apenas 0,23% (n=21), ressaltando-se que os dados referentes ao ano de 2013 encontravam-se incompletos, contemplando somente até o mês de abril.

Com relação à faixa etária, a hipertensão apresentou maior número de registros na faixa etária igual ou superior a 60 anos correspondendo a 55,53% do total (n=5029) e o menor número de casos

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foi registrado na faixa etária de 0 a 19 anos correspondendo a apenas 0,43% do total (n=39).

A tabela 01 permite uma completa visualização sobre esses dados de acordo com o ano e faixa etária.

Tabela 01: Distribuição de novos casos de Hipertensão arterial, por faixa etária e segundo o ano- Caxias, Maranhão, Brasil – 2002-2013. Ano 0-19 20-39 40-59 ≥60 TOTAL N % n % N % n % n % 2002 3 0,03 43 0,47 355 3,92 623 6,87 1024 11,3 2003 - - 35 0,4 249 2,74 377 4,2 661 7,3 2004 - - 11 0,12 166 1,83 246 2,71 423 4,67 2005 4 0,04 41 0,45 250 2,76 337 3,72 632 6,97 2006 9 0,10 76 0,83 554 6,11 815 9,0 1454 16,05 2007 6 0,07 79 0,87 531 5,9 764 8,43 1380 15,23 2008 2 0,02 53 0,56 256 2,82 406 4,48 717 7,91 2009 2 0,02 65 0,71 356 3,93 522 5,76 945 10,43 2010 6 0,07 49 0,54 307 3,4 385 4,25 747 8,24 2011 7 0,08 42 0,46 304 3,35 402 4,43 755 8,33 2012 - - 40 0,44 113 1,24 144 1,6 297 3,27 2013 - - 6 0,07 7 0,07 8 0,08 21 0,23 Total 39 0,43 540 5,92 3448 38,07 5029 55,53 9056 100 Fonte: DATASUS, 2017.

Em relação a variável faixa etária os dados da presente pesquisa corroboram com os estudos de Andrade e colaboradores (2014), que ao avaliarem 113 prontuários de pacientes hipertensos obtiveram que 58% destes pertenciam a indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos. Segundo Mendes e Barata (2008), as elevações da pressão sanguínea são observadas durante o decorrer do ciclo de vida, individuos com faixa etária igual ou superior a 60 anos apresentam 60% de chance de desenvolver hipertensão arterial. Durante o decorrer do processo de envelhecimento, mesmo com a ausência da doença, ocorrem diversas alterações na anatomia e fisiologia cardiovascular, que fazem aumentar a prevalência de elevação da pressão arterial.

A hipertensão arterial no idoso pode ser considerada como parte integrante das alterações associadas ao processo de envelhecimento, uma vez que vários processos fisiológicos relacionados com o avanço da idade contribuem para o aumento da pressão arterial, tais como: o espessamento da parede e aumento da rigidez arterial, disfunção endotelial, diminuição da sensibilidade dos

barorreceptores, aumento da atividade do sistema nervoso simpático,alteração do metabolismo dos hidratos de carbono, aumento da resistência à insulina, diminuição da capacidade renal de excreção de sal e diminuição da atividade da renina plasmática (Fu, 2012).

Na figura 01 é possível observar os dados de hipertensão arterial referente ao sexo.

Figura 01: Prevalência de hipertensão arterial no município de Caxias-MA, segundo a variável sexo.

Fonte: DATASUS, 2017.

No presente estudo observou-se que o sexo feminino demonstrou uma maior prevalência de

hipertensão arterial, correspondendo a

34,50% 65,50%

Masculino

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65,50%(n=5936), enquanto que o sexo masculino apresentou somente 34,50% (n=3120) do total.

Dados estes que corroboraram com os estudos de Rosário e colaboradores (2009), que em estudo com 302 hipertensos, observou que o sexo feminino apresentou uma prevalência levemente maior que o sexo masculino, apresentando 50,3%e 49,7%, respectivamente.

Segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2010),a prevalência global entre homens e mulheres é semelhante, embora seja mais elevada nos homens até os 50 anos, invertendo-se a partir da 5ª década.

O sexo feminino apresenta maior prevalência a partir dos 50 anos de idade. Segundo Barbosa; Guimarães; Saraiva (2008), afirma que a diminuição de estrógeno em mulheres na pós-menopausa pode alterar a vasoatividade arterial (vasoespasmo), ocasionando assim o aumento do tônus vascular e consequentemente elevando a pressão arterial e diminuindo o fluxo sanguíneo tecidual. A menopausa é apontada como um dos fatores de risco para o desenvolvimento da hipertensão em mulheres.

Observou-se que destes 9056 hipertensos 18,3% (n=1656) referiram ser tabagistas, 51% (n=4616) demonstraram ser sedentários e 36,6% (n=3312) estavam com sobrepeso. A tabela 02 permite a visualização desses dados.

Tabela 02: Prevalência de hipertensão arterial no município de Caxias-MA, segundo as variáveis

modificáveis: tabagismo, sedentarismo e

sobrepeso

.

Variáveis Hipertensão N % Tabagismo Sim 1656 18,3 Não 7400 81,7 Total 9056 100 Sedentarismo Sim 4616 51 Não 4440 49 Total 9056 100 Sobrepeso Sim 3312 36,6 Não 5744 63,4 Total 9056 100 Fonte: DATASUS, 2017.

Os dados do presente estudo corroboram com os de Radovanovic (2014), que ao avaliarem 66 tabagistas observaram que destes 27,27% (n=18) eram portadores de hipertensão arterial.

O fumo induz diversas alterações

hemodinâmicas que podem ser divergentes de acordo com a ausência ou presença de doenças cardiovasculares. A resistência vascular sistêmica mostra, na maioria das pessoas, aumento que pode ser atribuído à vasoconstrição, observada em territórios esplâncnico, muscular e cutâneo. As artérias grandes e médias também participam no aumento da resistência periférica, pois evidenciou-se que o tabaco diminui a distensibilidade e as propriedades viscoelásticas dessas artérias.

Estudosafirmam que o cigarrodiminui as

propriedades elásticas dos vasos arteriais por atuar sobre o tônus do músculo liso, por ação direta e pela redução da produção de óxido nítrico pelo endotélio, que tem papel de regular as propriedades mecânicas das artérias (Galzerano e colaboradores, 2010).

Em relação as variáveis sedentarismo e

sobrepeso, resultados semelhantes foram

encontrados por Carvalho e colaboradores (2016), que ao avaliarem 172 prontuários de hipertensos, obtiveram que 77% (n=133) eram sedentários e 20% (n=34) apresentavam-se com sobrepeso.

O estilo de vida sedentário associado a outros fatores de risco pode contribuir para a elevação dos níveis pressóricos, o que, a longo prazo, pode levar ao desenvolvimento da hipertensão arterial. Dados da literatura destacam o sedentarismo como um dos principais fatores de riscopara o surgimento de

doenças cardiovasculares(Guimarães e

colaboradores, 2015).

Os benefícios da pratica de exercícios físicos vão além da redução da pressão arterial, estando associado à redução dos fatores de risco cardiovasculares e à menor morbimortalidade, quando comparadas pessoas ativas com indivíduos de menor aptidão física, o que explica a recomendação da atividade física como forma de

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prevenção primária e no tratamento da hipertensão (Fagard, 2006).

Segundo Araújo e colaboradores (2013), o desenvolvimento de HA em indivíduos acima do peso é uma relação que envolve mecanismos bastante complexos, não somente desencadeado por alterações hemodinâmicas. No entanto, os mecanismos propostos à esta associação envolvem aumento concomitante do consumo de sódio, do débito cardíaco, síndrome metabólica, da resistência à insulina, disfunção endotelial, alterações do perfil de liberação de adipocinas e ácidos graxos pelo tecido adiposo branco, aumento da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona e do sistema nervoso simpático e por último o sistema endocanabinoide.

Na tabela 03 observa-se a prevalência de outras comorbidades como Infarto agudo do miocárdio (IAM), Acidente vascular cerebral (AVC) e Doença renal (DR).

Tabela 03. Prevalência de hipertensão arterial no

município de Caxias-MA, segundo as

comorbidades:Infarto agudo do miocárdio,

Acidente vascular cerebral e Doença renal.

Variáveis Hipertensão N % Infarto Agudo do Miocárdio Sim 215 2,4 Não 8841 97,6 Total 9056 100 Acidente Vascular Cerebral Sim 847 9,4 Não 8209 90,6 Total 9056 100 Doença Renal Sim 385 4,2 Não 8671 95,8 Total 9056 100 Fonte: DATASUS, 2017. Destes 9056 hipertensos 2,4% (n=215) relataram já ter sofrido Infarto agudo do miocárdio, 9,4% (n=847) Acidente vascular cerebral e 4,2% (n=385) Doença renal. Dados estes que corroboram com os estudos de Lima e colaboradores (2011), que ao analisarem 752 fichas de hipertensos cadastrados no sistema HiperDia,

que observaram as mesmas variáveis, onde obtiveram que destes 752 pacientes 7,4% (n=59) sofreram Infarto agudo do miocárdio, 6,5% (n=48) Acidente vascular cerebral e 3,7% (n=28) Doença renal.

A hipertensão arterial apresenta-secomo fator de risco para o IAM, pois além de ser uma doença silenciosa e grave, acomete o coração, os vasos, os rins, olhos e cérebro. Faz com que ocorram alterações nas artérias e induza uma sobrecarga cardíaca. A hipertensão arterial faz com que o ventrículo não relaxe de forma adequada contribuindo para a ocorrência de disfunções diastólicas. Este fator de risco é responsável pela ocorrência de compressões dos vasos e consequentemente redução do volume de sangue circulante nas coronárias (Montera e colaboradores, 2009).

Segundo Dunne Nelson (2014), a hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do Acidente vascular cerebral (AVC), tendo em vista que, níveis pressóricos elevados persistentes modificam a histologia da parede das artérias cerebrais deixando-as mais susceptíveis a rupturas que levam ao AVC.

Segundo Shafique e Peixoto (2007), a lesão renal acarretada pela hipertensão arterial caracteriza-se por alterações progressivas tanto

funcionais quanto anatômicas do capilar

glomerular que culminam com o quadro de esclerose glomerular. Uma vez iniciado, o processo de glomeruloesclerose é progressivo. Diversos

estudos demonstraram um envolvimento

significativo da angiotensina II tanto nas alterações hemodinâmicas quanto estruturais e bioquímicas que ocorrem ao nível do capilar glomerular no processo de nefroesclerose.

CONCLUSÃO

No presente estudo verificou-se que a hipertensão arterial é um agravo frequente na população de Caxias-Ma. A maioria dos casos é do

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sexo feminino e ocorrem com maior frequência em pessoas na faixa etária de 60 anos ou mais. O ano em que ocorreram mais registros de casos de hipertensão foi 2006. Quanto aos fatores de risco, verificou-se que a frequência de sedentarismo é maior do que o sobrepeso e o tabagismo. A presença de outras comorbidades, como a doença renal, oacidente vascular e infarto agudo do

miocárdio, também foi uma importante

observação, tendo em vista que, quando há ocorrência simultânea de dois ou mais problemas de saúde em um mesmo indivíduo, há maior risco de agravo do caso e probabilidade de evoluir para o óbito.

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