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Dosagem de vitamina D em gestantes diabéticas atendidas em uma maternidade pública de Florianópolis

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA MONALISA DALPIZZOL ROSSI

DOSAGEM DE VITAMINA D EM GESTANTES DIABÉTICAS ATENDIDAS EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE FLORIANÓPOLIS

Palhoça 2019

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MONALISA DALPIZZOL ROSSI

DOSAGEM DE VITAMINA D EM GESTANTES DIABÉTICAS ATENDIDAS EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE FLORIANÓPOLIS

Pesquisa apresentada ao Curso de Nutrição, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito para aprovação na Unidade de Aprendizagem de Trabalho de Conclusão de Curso II.

Orientador: Prof. Amanda Alcaraz da Silva, Dra.

Palhoça 2019

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DOSAGEM DE VITAMINA D EM GESTANTES DIABÉTICAS ATENDIDAS EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE FLORIANÓPOLIS

Monalisa Dalpizzol Rossi¹, Amanda Alcaraz da Silva²

¹ Discente do Curso de Nutrição da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, Palhoça, SC, Brasil. E-mail: monalisadr@outlook.com

² Docente do Curso de Nutrição da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, Palhoça, SC, Brasil. E-mail: amandaalcaraz@yahoo.com.br

RESUMO Objetivos

Avaliar níveis sanguíneos de 25 (OH) D e associar com o estado nutricional de gestantes diabéticas atendidas em uma maternidade pública de Florianópolis/SC, Brasil.

Métodos

Estudo transversal realizado em uma maternidade pública na cidade de Florianópolis/SC, no período de agosto a setembro de 2019, com 40 gestantes maiores de 18 anos portadoras de Diabete Mellitus, em qualquer fase da gestação, com gravidez de feto único, internadas por no mínimo 12 horas para controle da glicemia de jejum e pós-prandial e que assinaram o TCLE. As participantes responderam a um questionário com informações sociodemográficas como: idade, semana gestacional, peso pré-gestacional, número de consultas de pré-natal, outras gestações, presença de doença(s), complementação de renda, renda per capita e nível de escolaridade. Para avaliação do estado nutricional foram avaliados o Índice de Massa Corporal (IMC) pré- gestacional e gestacional, o ganho de peso gestacional; dosados os níveis sanguíneos de 25 (OH) D e coletados em prontuário os valores da glicemia de jejum e pós-prandial. Todas as gestantes que apresentaram deficiência/insuficiência receberam suplementação. A associação entre as variáveis independentes e o desfecho foi avaliada pelos testes t de Student e Qui-quadrado. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel® 2010 e analisados no software Stata 13.0.

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Resultados

Foram avaliadas 40 gestantes diabéticas de 21 a 40 anos de idade (média 31,6+6,37 anos), com média de idade gestacional de 29,6±8,22 semanas, peso pré-gestacional de 80,26kg±19,81 e peso gestacional de 88,92Kg (±19,84). De um total de 38 gestantes, duas estavam no primeiro trimestre gestacional (5%), portanto não há recomendação de ganho peso, desta forma foram excluídas da amostra, 27 (67,5%) apresentaram ganho de peso excessivo, 10 (25,0%) abaixo do peso e uma (2,5%) ganho de peso adequado. Quanto à classificação do IMC pré-gestacional, de 40 gestantes apenas cinco (12,5%) eram eutróficas e 22 (55%) classificadas como obesas. Já a classificação do IMC gestacional indicou que 7,5% eram eutróficas, 62,5% obesas. Nesse contexto, a análise estatística identificou associação entre IMC pré-gestacional e gestacional (p=0,00), ou seja, as gestantes que eram eutróficas no período fértil assim permaneceram e da mesma forma, as classificadas com sobrepeso/obesidade. Sobre a hipovitaminose D, 75% tinham deficiência, 10% insuficiência de 25(OH)D, 7,5% suficiência, sendo que três gestantes (7,5%) não dosaram os níveis 25(OH)D. Com relação à glicemia, 55% tinham glicemia de jejum e 87,5% glicemia pós-prandial dentro dos valores aceitáveis. Não houve associação entre a idade, escolaridade, renda, número de gestações, ganho de peso, IMC pré-gestacional e gestacional e os níveis de 25(OH)D, da mesma forma, a deficiência/insuficiência de 25 (OH) D com as glicemias de jejum e pós-prandial.

Conclusão

A prevalência de hipovitaminose D foi alta entre as gestantes diabéticas avaliadas, portanto, a dosagem dos níveis sanguíneos e a suplementação se fazem necessárias como rotina no atendimento a gestantes de alto risco. A maioria apresentava excesso de peso no período fértil e gestacional e apesar de grande parte ter glicemia de jejum e pós-prandial dentro dos valores aceitáveis, há ainda que se intensificar as orientações nutricionais e acompanhamento dessas pacientes.

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ABSTRACT Objectives

To evaluate blood levels of 25 (OH) D and to associate with the nutritional status of diabetic pregnant women attended at a public maternity hospital in Florianópolis / SC, Brazil.

Methods

Clinical study conducted in a public maternity hospital of reference for the care of women and newborns in the city of Florianópolis / SC, from August to September 2019, with 40 pregnant women over 18 years with Gestacional Diabete Mellitus (1, 2 or which could be any stage of pregnancy, with single-fetal pregnancy, hospitalized for at least 12 hours to control fasting and postprandial blood glucose. The data were only from the science and signature of the IC. Participants answered a questionnaire with sociodemographic information such as age, gestational week, pre-gestational weight, number of prenatal consultations, other pregnancies, presence of disease (s), income supplementation, per capita income and level of education. . To assess the nutritional status, the pre-gestational and gestational Body Mass Index (BMI), gestational weight gain; 25 (OH) D blood levels were measured and fasting and postprandial blood glucose values were collected from medical records. All pregnant women who presented deficiency / insufficiency received supplementation. The association between independent variables and outcome was assessed by Student's t-test and Chi-square. Data were tabulated in Microsoft Excel® 2010 and analyzed using Stata 13.0 software

Results

Forty diabetic pregnant women aged 21 to 40 years (mean 31.6 + 6.37 years) were evaluated, with a mean gestational age of 29.6 ± 8.22 weeks, pre-gestational weight of 80.26kg ± 19, 81 and gestational weight of 88.92 kg (± 19.84). From a total of 38 pregnant women, since two were in the first trimester of pregnancy (5%) and, therefore, there is no recommendation for weight gain, 27 (67.5%) presented excessive weight gain, 10 (25.0%) below weight and one (2.5%), adequate weight gain. Regarding the pre-gestational BMI classification, of 40 pregnant women, only 5 (12.5%) were eutrophic and 22 (55%) were classified as obese. The gestational BMI classification indicated that 7.5% were eutrophic, 62.5% obese and 7.5 eutrophic. In this context, the statistical analysis identified an association between pre-gestational and gestational BMI (p = 0.00), ie, pregnant women who were eutrophic in the fertile period remained the same

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and those classified as overweight / obese. Regarding hypovitaminosis D, 75% had deficiency, 10% had 25 (OH) D insufficiency, 7.5 had sufficiency, and three pregnant women (7.5%) did not dose 25 (OH) D levels. 55% had fasting blood glucose and 87.5% had postprandial blood glucose within the acceptable range. There was no association between age, education, income, number of pregnancies, weight gain, pre-gestational and gestational BMI, and 25 (OH) D levels, as well as 25 (OH) D deficiency / insufficiency. fasting and postprandial blood glucose.

Conclusion

The prevalence of hypovitaminosis D was high among the diabetic pregnant women evaluated. Therefore, blood levels and supplementation are routinely needed in the care of high-risk pregnant women. Most of them were overweight in the fertile and gestational period, and although most have fasting and postprandial glycemia within acceptable values, the nutritional guidelines and follow-up of these patients have yet to be intensified.

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INTRODUÇÃO

A gravidez é um período de vida no qual ocorrem transformações endócrinas, somáticas e psicológicas que repercutem em mudanças fisiológicas e patológicas no organismo¹. O estado nutricional e ganho de peso adequados são aspectos importantes para a saúde e o bem-estar antes, durante e após a gestação² ³. Além disso, a vitamina D também exerce um fator importante nesta fase da vida, pois sua deficiência pode ser um fator de risco para parto pré-termo, baixo peso do bebê ao nascer, restrição do crescimento intrauterino e diabetes gestacional⁴

Evidências recentes sugerem que o status da vitamina D na gravidez pode estar associado ao desenvolvimento do Diabetes Mellitus gestacional (DMG). Estudo de coorte investigou, prospectiva e longitudinalmente, níveis de vitamina D durante a gestação e sua relação com o risco de DMG ⁴. Foi observado um efeito limiar para a relação de biomarcadores de vitamina D com o risco de DMG assim, os autores concluíram que a deficiência materna de vitamina D, no primeiro trimestre da gestação, estava associada ao risco elevado de DMG. A associação foi mais forte para as mulheres que eram persistentemente deficientes no segundo trimestre.

A avaliação do status da vitamina D no início da gestação parece ser importante para melhorar a estratificação de risco e desenvolver intervenções efetivas para prevenção primária do DMG⁵. O rastreamento dos casos de insuficiência ou deficiência de vitamina D em gestantes portadoras de diabetes justifica-se pela atuação dessa vitamina sobre a função pancreática e sensibilidade à insulina⁶ ⁷. Portanto, a identificação da hipovitaminose D norteará a prescrição da suplementação e poderá auxiliar no controle efetivo da glicemia materno fetal⁸. O excesso de peso no período fértil e gestacional entre as diabéticas está associado a um maior risco de insuficiência ou deficiência de vitamina D durante a gravidez, pois a vitamina é armazenada no tecido adiposo. Além disso, o status da vitamina D apresenta relação com o controle glicêmico por diferentes mecanismos fisiológicos, em gestantes diabéticas com excesso de peso isso fica evidenciado a baixa taxa de vitamina aferida nesta população⁹.

Deste modo, esta pesquisa objetiva avaliar os níveis sanguíneos de 25 (OH) D em gestantes diabéticas, bem como, investigar sua relação com a glicemia de jejum e pós-prandial, e com o estado nutricional pré-gestacional e gestacional.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Estudo clínico, observacional e de abordagem quantitativa, conduzido com uma amostra por conveniência de gestantes portadoras de DM em qualquer fase da gestação, internadas em uma maternidade pública de referência no atendimento à mulher e ao recém-nascido na cidade de Florianópolis/SC, entre agosto a setembro de 2019.

Este estudo foi conduzido conforme a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012), e aprovado pelo Comitê de Ética para Pesquisa com Seres Humanos da Universidade do Sul de Santa Catarina (CEP/UNISUL) (3.481.510). As gestantes que aceitaram participar foram esclarecidas sobre a pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Os dados demográficos, socioeconômicos e obstétricos foram coletados por meio de um formulário desenvolvido por uma acadêmica de Nutrição, Carla Savaris. Após avaliação destes dados, as gestantes diabéticas que atenderam aos critérios de inclusão foram selecionadas para participação no estudo. Foram incluídas gestantes com feto único ou múltiplos, maiores de 18 anos de idade, internadas na maternidade por no mínimo 12 horas para controle da glicemia de jejum e pós-prandial. Foram excluídas, as menores de 18 anos, feto com má formação, incapacidade psíquica e/ou comprometimento cognitivo, aquelas que já fizeram o uso de suplementação de vitamina D e as que já possuíssem exame prévio de 25(OH)D sem alteração. Os níveis de glicose sanguínea foram obtidos por meio dos prontuários médicos. Essas gestantes tinham seus níveis de glicose aferidos pela equipe de enfermagem da maternidade, com perfuração cutânea do dedo indicador por uma lanceta e os valores eram obtidos pelo monitor de glicemia da própria maternidade (sistema Accu-Check Active® Modelo GU trade Mark of Roche).

Os valores de referência adotados para avaliação da glicemia de jejum foram: < 92 µg/dL (normal) e ≥ 92 µg/dL (glicemia alterada); os níveis pós-prandiais foram: ≤ 153 µg/dL (normal) e > 153µg/dL (alterada)¹⁰.

Para avaliação dos níveis sanguíneos de 25(OH) D foram coletados em torno de cinco mililitros de sangue a fim de rastrear deficiência ou insuficiência da vitamina. A coleta de material foi realizada por profissional do laboratório credenciado pela maternidade, Laboratório Médico Santa Luzia, o qual ficou responsável pela coleta, armazenamento do material, análise dos resultados e descarte do material, tendo em vista que estes procedimentos já eram de rotina da Maternidade. Em casos de hipovitaminose D foi suplementado 50µg (2.000UI) para as

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gestantes de acordo com a Dietary Intake Reference (2006), respeitando o limite máximo de ingestão diária (UL) de 100µg (4.000 UI).

Este suplemento vitamínico foi doado por um laboratório farmacêutico. Cada frasco continha 30mL e cada gota apresentava 5µg (200UI). Desta forma, as gestantes foram orientadas a fazer o uso diário de 10 gotas juntamente com a refeição almoço, durante o período de dois meses. Em casos de efeitos colaterais, as gestantes foram orientadas e suspender o uso e comunicar o médico e a equipe de pesquisa. Por conta do limite de tempo para a realização da pesquisa, não foi coletada uma segunda amostra de sangue para a dosagem de 25(OH) D, no entanto, ressalta-se que houve ciência por parte dos pesquisadores da Resolução nº 510/2016 e, portanto, após os dois meses foi recomendado às gestantes que solicitassem ao seu médico uma avaliação para continuidade da suplementação.

Para análise do estado nutricional, foram coletados dados de peso gestacional (kg) e altura (m), e o peso pré-gestacional foi perguntado à gestante. As medidas antropométricas foram coletadas pela acadêmica de Nutrição, Monalisa Dalpizzol Rossi, com utilização de uma balança da marca Filizola® de capacidade máxima de 150 kg e precisão de 100 g disponível na maternidade. Para a aferição do peso a paciente foi acompanhada até a balança do hospital, onde ela ficou em pé, ereta com os braços ao longo do corpo e a cabeça na linha do horizonte, roupas leves e sem sapatos. Não havia nenhuma paciente que não podia sair do leito. A aferição da altura foi feita com estadiômetro acoplado à balança, para tanto a paciente ficou em posição ereta, olhando na linha do horizonte, braços ao longo do corpo, e mãos espalmadas sobre a coxa, sem sapatos e com os calcanhares unidos.

A partir do peso pré-gestacional, gestacional e altura foram calculados os Índices de Massa Corporal (IMC) pré-gestacional e gestacional por meio da equação peso/altura², (ABRAN 2015). O valor de IMC pré-gestacional foi classificado conforme a Recomendação de ganho de peso da gestante adolescente e adulta preconizado pelo Instituto Mundial de Medicina (IOM)¹¹. O IMC gestacional foi avaliado e classificado conforme o gráfico de Atalah et al. (1997) recomendado pelo Ministério da Saúde (2004). A avaliação do ganho de peso para gestação única foi determinada a partir do diagnóstico do IMC pré-gestacional.

Todas gestantes que apresentaram glicemia de jejum ou pós-prandial alterada receberam orientações nutricionais individualizadas de forma verbal com ciência e aprovação da nutricionista que as acompanhava. Além disso, foi entregue um informativo com orientações dietéticas elaboradas pela pesquisadora e revisadas pela orientadora. Ao final da pesquisa, foi realizada a devolutiva dos resultados encontrados às gestantes pela pesquisadora na própria

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Maternidade e apresentação ao Serviço de Nutrição em Dietética da Maternidade Carmela Dutra.

Os dados foram tabulados em planilha do Microsoft Excel versão 2016®e foram empregados procedimentos de estatística inferencial (teste t de Student para amostras independentes e Exato de Fischer, adotando como significância o valor de p <0,005). As análises foram efetuadas utilizando o softwareStata versão 13.0.

RESULTADOS

Foram avaliadas 40 gestantes diabéticas de 21 a 40 anos de idade (média 31,6+6,37 anos), com Diabetes Mellitus Gestacional e doenças crônicas associadas. O tempo médio gestacional foi de 29,6±8,22 semanas. A Tabela 1 apresenta aos dados sociodemográficos e caracterização das gestantes que participaram da pesquisa.

Tabela 1-Dados sociodemográficos e caracterização de gestantes diabéticas atendidas em uma Maternidade Pública de Florianópolis. Agosto e setembro, 2019.

Variáveis N(%) Dados sociodemográficos Classificação da Idade <35 anos 27 (67,5) >35 anos 13 (32,5) Complementação de Renda Sim 11 (27,5) Não 29 (72,5)

Renda Per Capita*

Até 1 salário mínimo 19 (47,5)

Entre 1 e 2 salários mínimos 19 (47,5)

Entre 3 e 4 salários mínimos 2 (5,0)

Escolaridade Fundamental Incompleto 22 (55,0) Fundamental Completo 9 (22,5) Superior Incompleto 7 (17,5) Superior Completo 2 (5,0) Características da gestação Trimestre 1º trimestre 2 (5,0) 2º trimestre 13 (32,5) 3º trimestre 25 (62,5) Outras Gestações Sim 34 (85,0) Não 6 (15,0) Número de Consultas <6 18 (45,0) >6 22 (55,0)

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Conforme a tabela 2, a média do peso pré-gestacional foi de 80,26kg±19,81, enquanto a média do peso gestacional foi de 88,92Kg (±19,84). Em relação ao ganho de peso gestacional foram excluídas duas gestantes devido estarem na quinta semana de gestação, sendo assim não há recomendação de ganho de peso, portanto de 28 gestantes, 27 (67,5%) tiveram ganho de peso excessivo e uma (2,5%) teve ganho de peso adequado. Quanto à classificação do IMC pré-gestacional, de 40 gestantes apenas cinco (12,5%) eram eutróficas e 22 (55%) obesas. Já na classificação do IMC gestacional, três (7,5%) gestantes eram eutróficas e 25 (62,5%) obesas.

Tabela 2- Estado nutricional de gestantes diabéticas atendidas em uma Maternidade Pública de Florianópolis. Agosto e setembro, 2019.

Variáveis N/Frequência (%) Ganho de peso Adequado 1 (2,5) Excesso 27 (67,5) Abaixo 10 (25,0) Não estimado 2 (5,0)

Classificação IMC Pré-Gestacional

Eutrofia 5 (12,5)

Sobrepeso 13 (32,5)

Obesidade 22 (55,0)

Classificação IMC Gestacional

Eutrofia 3 (7,5)

Sobrepeso 12 (30,0)

Obesidade 25 (62,5)

Conforme a tabela 3 foi identificada a associação entre IMC gestacional e pré-gestacional (p=0,00), portanto, ressalta-se que as gestantes que eram eutróficas antes da gestação continuaram eutróficas na gestação, as que foram classificadas com obesidade continuaram com a mesma classificação e o mesmo ocorreu com as que tinham sobrepeso.

As variáveis de idade (p=0,347), escolaridade (p=0,631), renda (p=0,937), outras gestações (p=0,631), ganho de peso (p=0,430), IMC pré-gestacional (p=0,756), IMC gestacional (p=0,271), glicemia de jejum (p= 0,316) e glicemia pós-prandial (p= 0,411) não são fatores que determinam os níveis de 25(OH)D. Além disso, não houve associação entre deficiência e insuficiência com a glicemia de jejum (p=0,316) e pós-prandial (p=0,411).

Tabela 3-Associação entre variáveis e 25(OH)D de gestantes diabéticas atendidas em uma Maternidade Pública de Florianópolis. Agosto e setembro, 2019.

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Associação IMC pré-gestacional e IMC gestacional p=0,000

Associação Glicemia de jejum e 25(OH)D p= 0,316

Associação glicemia pós-prandial e 25(OH)D p= 0,411

IMC pré-gestacional e 25(OH)D p= 0,756

IMC gestacional e 25(OH)D p= 0,271

Idade e 25(OH)D p= 0,347

Escolaridade e 25(OH)D p= 0,631

Renda e 25(OH)D

p= 0,937 Ganho de peso e 25(OH)D

p= 0,430

A Tabela 4 apresenta as frequências absolutas e relativas de 25(OH)D, glicemia de jejum e glicemia pós-prandial

Tabela 4- Dados bioquímicos de gestantes diabéticas atendidas em uma Maternidade Pública de Florianópolis. Agosto e setembro, 2019.

Variável N/Frequência (%) 25(OH)D (mg/dL) Suficiente 3 (7,5) Deficiente 30 (75,0) Insuficiente 4 (10,0) Não estimado 3 (7,5) Glicemia de Jejum (mg/dL) <92 22 (55,0) ≥92 18 (45,0) Glicemia Pós-Prandial (mg/dL) ≤153 35 (87,5) >153 5 (12,5)

Além disso, foi evidenciado o predomínio (90%) de gestantes com insuficiência/deficiência de 25(OH)D e glicemia de jejum normal (90%?), o mesmo aconteceu com glicemia pós-prandial.

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DISCUSSÃO

Este estudo avaliou 40 gestantes com diabetes atendidas em uma maternidade da rede pública do município de Florianópolis/SC. Foi evidenciado que a maioria tinha menos de 35 anos de idade (67,5%), renda de até dois salários mínimos (47,5%), não participava de nenhum programa de complementação de renda (72,5%), possuíam ensino fundamental incompleto (55%) e que grande parte da amostra estava no terceiro trimestre da gestação (62,5%).

Nessa casuística foi encontrado que 85% das gestantes tinha hipovitaminose D e que a idade gestacional não se associou aos níveis plasmáticos da vitamina. Marwaha et al. (2016), de forma semelhante, em pesquisa realizada na cidade de Déli-Índia, não detectaram associação entre de deficiência e insuficiência de vitamina D com idade gestacional, além disso, apontaram que 96,3% tinha deficiência da vitamina.

No presente estudo foi identificado que 85% das gestantes eram multíparas, a maioria tinha ensino fundamental incompleto (55%) e 47,5% possuíam renda per capita de até 2 saláros mínimos. Não houve relação entre hipovitamnose com renda, nível de escolaridade e número de gestações. Em um estudo transversal realizado na Indonésia por Pratumvinit et al. (2015) com gestantes diabéticas, foi encontrado que 59,2% eram multíparas, 68,7% possuía renda familiar mensal até dois salários mínimos e 24,5% tinha ensino superior completo.

No presente estudo somente 7,5% das gestantes apresentou nível sanguíneo adequado de vitamina D e 75% deficiência. Em um estudo quantitativo analítico realizado por Souza, Silva e Figueredo (2019), em São Luís-Maranhão, com 174 gestantes diabéticas, as quais foram divididas em três categorias (suficiência, insuficiência e deficiência de 25OHD), evidenciaram que 53,4%apresentava deficiência da vitamina, 30% apresentava insuficiência e 23,6% suficiência. Pratumvinit et al. (2015), em seu estudo, encontrou alta prevalência de deficiência de vitamina D em gestantes com diabete mellitus gestacional (95,7%). Ede et al. (2019), demonstraram que os níveis séricos de 25 (OH) D em mulheres com DMG foram significativamente menores (72,5%) do que os de mulheres saudáveis (27,5%). Além disso, os autores identificaram associação entre deficiência de vitamina D com o desenvolvimento de DMG (p= 0,001). Os resultados deste estudo sugerem que a deficiência materna de vitamina D está significativamente associada ao desenvolvimento de DMG.

O excesso de peso no período fértil (90%) e no período gestacional (92,5%) apresentou uma prevalência alta entre as gestantes estudadas. Uma prevalência menor foi encontrada na pesquisa de Tavares et al. (2019) realizada no Maranhão, os quais identificaram que 43% das gestantes eram obesas no período fértil e permaneceram com esta classificação na

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gestação. Pratumvinit et al. (2015), avaliaram o estado nutricional de gestantes diabéticas e detectaram que a maioria (72,1%) apresentava excesso de peso. Vale ressaltar ainda que a prevalência de deficiência da vitamina D foi menor nas eutróficas (19,5%), enquanto nas com excesso de peso foi de 39,6%.

Quanto à glicemia de jejum, 45% apresentaram níveis alterados, apesar de terem recebido orientações dietéticas e estarem com uma alimentação equilibrada. Já a glicemia pós-prandial, 87,5% estava com nível adequado de glicemia. Tavares et al. (2019) mostraram que a glicemia de jejum foi maior no grupo de mulheres que eram obesas antes da gravidez (55%) e durante a gestação (45%). No estudo de Ede et al. (2019), os níveis de glicemia de jejum foram mais altos entre as gestantes que já apresentavam obesidade no período fértil (62,5%) enquanto nas que tinham durante a gestação foi 37,5%.

A principal limitação deste estudo foi não ter encontrado um número significativo de gestantes com suficiência de vitamina D (7,5%), desta forma, não foi possível associar níveis glicêmicos de gestantes diabéticas com e sem hipovitaminose D; amostra determinada por conveniência; não realização de dois exames de 25(OH)D; e o curto tempo de coleta de dados, o qual impossibilitou o avaliar os resultados da suplementação. Por outro lado, foi possível evidenciar alta prevalência de hipovitaminose D em gestantes diabéticas e a associação entre excesso de peso no período fértil e no gestacional. Neste cenário, destaca-se a importância da avaliação dos parâmetros sanguíneos de 25(OH)D em gestantes e a suplementação para os casos de hipovitaminose; e a prevenção/tratamento do excesso de peso em mulheres no período fértil e gestacional.

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CONCLUSÃO

A prevalência de hipovitaminose D foi alta entre as gestantes diabéticas avaliadas, portanto, a dosagem dos níveis sanguíneos e a suplementação se fazem necessárias como rotina no atendimento a gestantes de alto risco. A maioria apresentava excesso de peso no período fértil e gestacional e apesar de grande parte ter glicemia de jejum e pós-prandial dentro dos valores aceitáveis, há ainda que se intensificar as orientações nutricionais e acompanhamento dessas pacientes.

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REFERÊNCIAS

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