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Eventos esportivos e sustentabilidade socioambiental

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

MARIANA GARCIA FLÔRES FERRARI CARRATI

EVENTOS ESPORTIVOS E SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Palhoça 2012

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MARIANA GARCIA FLÔRES FERRARI CARRATI

EVENTOS ESPORTIVOS E SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Relatório de Estágio apresentado ao Curso de Educação Física e Esporte da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Educação Física.

Orientador: Prof. João Geraldo Cardoso Campos, Msc.

Palhoça 2012

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MARIANA GARCIA FLÔRES FERRARI CARRATI

EVENTOS ESPORTIVOS E SUSTENTABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Este Relatório de Estágio foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Educação Física e aprovado em sua forma final pelo curso de Educação Física e Esporte da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 25 de junho de 2012.

___________________________________________________ Prof. Orientador João Geraldo Cardoso Campos, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

___________________________________________________ Prof. Carlos Eduardo Ramos de Camargo, Msc.

Universidade do Sul de Santa Catarina

___________________________________________________ Prof. Gilberto Vaz

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“Mar, metade da minha alma é feita de maresia.”

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RESUMO

O Brasil vive um momento de distinção quanto aos seus grandes eventos e a sustentabilidade é, atualmente, um tópico muito falado em todas as suas variáveis. Com todas as mudanças climáticas e sociais, cada vez mais se faz necessário um planejamento dos eventos esportivos com o foco no desenvolvimento sustentável, utilizando de estratégias que diminuam o impacto ambiental e social e que traga benefícios à sociedade. O objetivo desse trabalho foi identificar e analisar as estratégias utilizadas pelos eventos esportivos em relação à sustentabilidade socioambiental, visando apresentar os possíveis impactos ambientais e sociais, assim como as contribuições geradas à sociedade. Para tanto, foi aplicado um questionário com os gestores de eventos esportivos da região da Grande Florianópolis, Santa Catarina. Ao analisar os resultados, foi observada a preocupação dos eventos esportivos em ser sustentável, utilizando de ações que minimizam impactos negativos. Entretanto, em relação ao planejamento do evento com o foco no desenvolvimento sustentável, ainda é pequena a preocupação com a execução dessa estratégia. Assim, pôde-se concluir que a sustentabilidade é uma ação presente nos eventos esportivos, mas que ainda precisa de um maior investimento e capacitação do assunto.

Palavras-chave: Evento. Gestão. Planejamento. Sustentabilidade. Desenvolvimento

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1: Classificação dos eventos... 14 Quadro 2: Tipos de eventos mais conhecidos... 15 Quadro 3: Impacto dos eventos... Quadro 4: Evolução do processo de planejamento estratégico... Figura 1: O processo do planejamento de eventos... Quadro 5: Princípios gerais da sustentabilidade... Quadro 6: Objetivos da Agenda 21 do Movimento Olímpico...

17 21 25 28 30

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Ações para redução do consumo de água e energia... Gráfico 2: Priorização do uso dos objetos duráveis ao invés dos descartáveis... Gráfico 3: Priorização do uso de recursos naturais renováveis e valorização da

iluminação e ventilação natural... Gráfico 4: Priorização do uso de materiais recicláveis ou reciclados... Gráfico 5: Coleta seletiva e encaminhamento de resíduos para reciclagem e

Compostagem... Gráfico 6: Incentivo ao transporte coletivo ou solidário... Gráfico 7: Oferecimento de alimentos orgânicos quando possuir praça de

alimentação... Gráfico 8: Interação e participação do público ... Gráfico 9: Respeito às sensibilidades e necessidades da comunidade do entorno... Gráfico 10: Logística de modo a favorecer integração e escolha do local do evento... Gráfico 11: Adequação do espaço físico para pessoas com dificuldade de locomoção. Gráfico 12: Manutenção ou restauração do ambiente do evento... Gráfico 13: Busca de parcerias com empresas que compartilham o princípio da sustentabilidade... Gráfico 14: Divulgação do evento em diferentes ambientes e setores... Gráfico 15: Planejamento do evento em relação ao desenvolvimento sustentável... Gráfico 16: Capacitação dos funcionários com o foco na sustentabilidade...

36 37 38 39 40 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 9

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA... 9

1.2 OBJETIVOS... 11 1.2.1 Objetivo geral... 11 1.2.2 Objetivos específicos... 11 1.3 JUSTIFICATIVA... 11 2 REVISÃO DE LITERATURA... 13 2.1 EVENTO... 13 2.1.1 Definição de evento... 13

2.1.2 Classificação dos eventos... 14

2.1.3 Tipos de eventos... 15

2.1.4 Evento como atividade de marketing... 16

2.1.5 Evento como atividade econômica... 17

2.1.6 Impacto dos eventos... 17

2.2 ESPORTE... 19 2.2.1 Eventos esportivos... 2.3 GESTÃO... 20 20 2.3.1 Pilares da gestão... 2.3.1.1 Planejar... 2.3.1.2 Organizar... 2.3.1.3 Dirigir... 20 21 22 23

(9)

2.3.1.4 Controlar... 2.3.2 Gestão de eventos... 2.3.2.1 Pré-evento... 2.3.2.2 Execução do evento... 2.3.2.3 Pós-evento... 2.4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL... 23 24 25 26 27 27

2.4.1 Agenda 21 do Movimento Olímpico... 30

2.4.2 Exemplos de estratégias sustentáveis em megaeventos... 3 MÉTODO... 31 34 3.1 TIPO DE PESQUISA... 34 3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA... 34 3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA... 34

3.4 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS... 35

3.5 ANÁLISE DOS DADOS... 35

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS... 36

4.1 RECURSOS NATURAIS... 4.2 SOCIAL... 4.3 PLANEJAMENTO... 5 CONCLUSÃO E SUGESTÕES... 36 42 46 51 REFERÊNCIAS... 53 ANEXO... 56

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1. INTRODUÇÃO

Esta pesquisa tem o intuito de analisar e identificar as estratégias dos gestores de eventos esportivos em relação à sustentabilidade socioambiental, com base em referências bibliográficas e documentais relacionadas ao esporte, eventos, gestão, planejamento, impactos e sustentabilidade.

O estudo foi dividido em cinco capítulos, sendo o primeiro apresentado a seguir com os tópicos: contextualização do tema e problema, objetivos e justificativa.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA E PROBLEMA

Antigamente, o conceito do esporte era visto como uma atividade organizada por clubes ou organizações, na qual os atletas competiam pelo o que estamos acostumados a ouvir como o “amor à camisa”, porém atualmente esse conceito se alterou. O esporte é considerado um meganegócio com grandes investimentos e os praticantes valem milhares de unidades monetárias, e cada vez mais existem negócios inerentes à própria atividade esportiva (MADEIRA, et. al., 2007 apud SEABRA, 2009).

O esporte, hoje em dia, pode ser comparado à uma indústria, “mercado no qual os produtos oferecidos aos compradores relacionam-se ao esporte, fitness, recreação ou lazer e podem incluir atividades, bens, serviços pessoais, lugares ou ideias.” (PITTS; STOTLAR, 2002 p. 5)

Com essa evolução, aumentou a procura por eventos esportivos, Kasznar e Graça Fº (2002, p. 89) dividem essas demandas por eventos esportivos entre duas vertentes e tipologias:

1. A expansão promovida pelos praticantes de esportes, isto é, pelo conjunto de indivíduos que exercitam o esporte como uma prática regular;

2. Crescimento da procura fundamentado pelo público que vê no esporte uma forma de lazer, vendo-o e formando torcidas; apoiando esportistas através de frequência às instalações esportivas; assistindo-o pela televisão; ouvindo-o por rádio; lendo em jornais, revistas e internet e atividades afins.

Segundo Ansarah (2001, p. 312), “o crescimento do setor de eventos é uma realidade incontestável no mundo todo. Esse extraordinário crescimento resulta num aumento de volume de negócios proporcional na América Latina”.

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Paralelamente com a evolução do esporte, a sociedade passou a prestar mais atenção no ambiente em que vive, tanto nas questões ambientais, quanto nas sociais e econômicas. Esportes relacionados à natureza foram surgindo e se tornaram populares e, segundo Tubino (1994), a impressão que se tem é que essa chamada para assuntos ecológicos tem muita relação com as modalidades esportivas ligadas à natureza.

A utilização do meio ambiente para a prática esportiva se relaciona com o que Boff (1999, p. 27) diz a respeito de que cuidar do ser é cuidar também da natureza.

“Embora diversos e advindos de tradições diferentes, alguns preceitos éticos alimentarão um propósito comum de salvaguardar o planeta e assegurar as condições de desenvolvimento e co-evolução do ser humano rumo às formas cada vez mais coletivas, mais interiorizadas e espiritualizadas de realização da essência humana”.

A preocupação do ser humano com a natureza é recente, antes ele pensava estar imune às suas reações negativas, mas a natureza começou a dar os sinais de que seus recursos não vão suportar por muito tempo os desmatamentos, vazamentos de óleos, emissões de gases poluentes, dentre outros. Seus recursos não são infinitos. Os efeitos visíveis da mudança climática só apareceram agora para a maioria das pessoas, mas antes da metade do século XXI essa situação poderá ser insuportável.

Empresas já investem no desenvolvimento sustentável, na qual as necessidades da geração atual são supridas sem atingir as futuras, com ações integradas sob vertentes econômicas, ambientais e sociais.

O esporte assume múltiplas formas e se desenrola em quase todos os contextos sociais: da escola ao emprego, da juventude à velhice, da recreação à competição, da participação ao espetáculo, do amadorismo ao profissionalismo, da formação à excelência, do gosto ao fanatismo, da saúde à doença. Mas em todos eles o esporte não pode deixar de ser encarado como um fator de desenvolvimento na procura de uma sociedade mais justa e saudável. (SARMENTO et al., 2011)

Com o crescimento do esporte e consequentemente da demanda de eventos esportivos, os gestores esportivos devem pensar em ações sustentáveis para a realização do pequeno ao megaevento. Com base nessas informações, este trabalho apresenta a seguinte pergunta de pesquisa: Quais as estratégias apresentadas pelos eventos esportivos em relação à sustentabilidade socioambiental?

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1.2 OBJETIVOS

Para o presente estudo definiu-se os seguintes objetivos:

1.2.1 Objetivo geral

Identificar e analisar as estratégias utilizadas pelos eventos esportivos em relação à sustentabilidade socioambiental, visando apresentar os possíveis impactos ambientais e sociais, assim como as contribuições geradas à sociedade na região da Grande Florianópolis, Santa Catarina.

1.2.2 Objetivos específicos

 Identificar e apresentar como os eventos esportivos impactam o meio ambiente;

 Identificar as estratégias, instrumentos e ações utilizadas para minimizar o impacto sócio ambiental;

 Identificar as contribuições geradas à sociedade com os eventos esportivos.

1.3 JUSTIFICATIVA

O Brasil vive um momento de distinção quanto ao cenário mundial dos grandes e megaeventos, essa popularidade nos faz pensar no que os eventos geram e agregam ao país, se é somente uma visibilidade instantânea sem contribuições futuras, ou se deixam legados e não impactam negativamente na sociedade, economia e meio ambiente.

O fato de sediar esse tipo de evento gera forte impacto social, econômico e ambiental, na qual o número de empregos, investimentos, circulação de pessoas e turistas aumentam, além de melhorias de infraestrutura de estádios, ginásios, transporte, rodovias e aeroportos. No entanto, podem agredir o meio ambiente com as obras de infraestruturas, além de poder gerar dívidas futuras devido ao grande investimento econômico feito.

Vivemos num momento de crise ambiental e econômica, portanto ao planejarmos um evento, uma das variáveis a ser pensada pelo gestor é a sustentabilidade. O uso racional dos recursos naturais e equidade social, evitando o desperdício de materiais e energia.

Para entendermos a relação entre esporte, eventos esportivos e sustentabilidade socioambiental é necessário compreender os conceitos, categorias e classificações,

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verificando quais são as estratégias que estão sendo utilizadas pelos gestores esportivos para contribuir com o meio ambiente e suprir as necessidades sem comprometer o futuro.

Particularmente para a autora e sua relação com esportes na natureza, juntamente as experiências adquiridas na área de eventos nos últimos anos, bem como o crescimento do mercado de eventos esportivos no Brasil e o momento que o país vive fez com que houvesse interesse no tema e motivação para a sua realização.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Neste capítulo serão abordados, por meio de uma revisão bibliográfica e documental, assuntos alusivos a eventos, esporte, gestão, planejamento, desenvolvimento sustentável e estratégias. Estes assuntos darão sustentabilidade conceitual ao tema desenvolvido no estudo.

2.1 EVENTO

2.1.1 Definição de evento

“Um dos significados da palavra evento é acontecimento. Sua origem vem do termo eventual, o mesmo que casual. Um evento é, portanto, qualquer acontecimento que foge à rotina, sempre programado para reunir um grupo de pessoas” (CAMPOS; WYSE; ARAUJO, 2005, p.11). Hoje em dia é entendido como uma celebração de um acontecimento especial, uma vez que quando falamos de eventos estamos a falar de um marco propositado, planejado e organizado (DUARTE, 2009).

O conceito de evento como entendemos hoje é novo, mas ele existe desde que o mundo é mundo, acompanha toda a história dos homens, em cada época com um objetivo diferente. Na antiguidade como promoção política e na Idade Média tinha objetivos religiosos e outros pagãos. Da maneira como o tratamos atualmente teve início no século XIX, visando a divulgação comercial ou cultural (CAMPOS; WYSE; ARAUJO, 2005). Segundo Matias (2002, p. 2), “nessa trajetória foram adquirindo características econômicas, sociais e políticas das sociedades representativas de cada época”.

Poit (2006) afirma que o evento vem da capacidade que o homem tem de criar. Ele nasce com uma ideia, muitas vezes simples, e vai ganhando contornos até atingir proporções maiores. Atualmente é um veículo de comunicação de forte apelo em todas as camadas sociais, conceituado e amplamente aceito pela sociedade.

Para Matias (2001, p. 61) e vários outros especialistas da área evento significa:

 Ação do profissional mediante pesquisa, planejamento, organização, coordenação, controle e implantação de um projeto, visando atingir seu público-alvo com medidas concretas e resultados projetados;

 Conjunto de atividades profissionais desenvolvidas com o objetivo de alcançar o seu público-alvo pelo lançamento de produtos, apresentação de uma pessoa, empresa ou entidade, visando estabelecer o seu conceito ou recuperar a sua imagem;

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 Realização de um ato comemorativo, com finalidade mercadológica ou não, visando apresentar, conquistar ou recuperar o seu público-alvo;

 Soma de ações previamente planejadas com objetivo de alcançar resultados definidos perante o seu público-alvo.

Uma explicação pela presença do evento em todos os setores econômicos é a sua utilização como forma de promover marcas, divulgar e comercializar produtos ou serviços e atingir o público-alvo. Ou seja, a realização de eventos é uma parte fundamental para o êxito do planejamento estratégico das empresas. A análise dos eventos como instrumento de promoção e estratégia de marketing é hoje requisito indispensável para a divulgação e promoção de produtos e serviços por toda a economia (MARTIN, 2003).

Ainda para a autora, não existe consenso quanto à conceituação universal de evento, é dificultada pela própria natureza intrínseca da atividade: seu dinamismo e sua abrangência. São inúmeros os tipos de eventos hoje existentes, estão presentes na economia, em todas as classes sociais, religiões, raças e credos.

Portanto, para Poit (2006), a existência de eventos é provável da necessidade do homem em congregar pessoas, viver em grupos, compartilhar emoções, comemorar vitórias, homenagear feitos memoráveis, entre outros.

2.1.2 Classificação dos eventos

“Do ponto de vista das organizações os eventos podem ser classificados em institucionais e promocionais (comerciais)” (CESCA, 1997 p. 15).

As classificações mais utilizadas de eventos estão relacionadas da seguinte forma: por abrangência, para competição, para demonstração ou exposição, por data ou frequência, por categoria e função estratégica, por sua dimensão e por objetivo ou área de interesse. Além de fechados, com a participação de apenas um grupo restrito; abertos, que tem como principal característica a pulverização de seus participantes; sociais, que tem na sua caracterização a sociabilização como função básica e motivadora (MARTIN, 2003).

Para Campos, Wyse e Araujo (2005) os eventos são agrupados de acordo com os seguintes critérios: dimensão, data, perfil dos participantes e objetivo.

Quadro 1 - Classificação dos eventos

(16)

(conclusão)

Dimensão

Megaevento

Evento de grande porte Evento de médio porte Evento de pequeno porte

Data

Fixa Móvel Esporádica

Perfil dos participantes

Geral Dividido Específico

Objetivo Científico e Cultural

Comercial

Fonte: Campos, Wyse e Araujo, 2005.

2.1.3 Tipos de eventos

Existem hoje em dia inúmeras possibilidades e tipos de eventos capazes de atender a cada um dos objetivos mais específicos e complexos. Podem ser classificados de acordo com vários critérios que visam esclarecer sobre as diferentes possibilidades de realização de eventos (GIACAGLIA, 2004).

Quadro 2 - Tipos de eventos mais conhecidos

(continua)

Tipologia

Almoço Debate Outorga de títulos

Assembléia Desfile Painel

Bazar Encontro Palestra

Brainstorming Entrevista coletiva Pedra fundamental

Brunch Excursão Performance

Café da manhã Exposição Pré-estréia

Campanha Feira Posse

Campeonato Festa Premiação

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(conclusão)

Casamento Formatura Retrospectiva

Chá da tarde Fórum Reunião

Churrasco Gincana Roadshow

Coffee-break Happy hour Rodada de negócios

Coletiva de imprensa Inauguração Rodeio

Colóquio Jantar Salão

Comemoração Jornada Sarau

Competição Lançamento de livro Semana

Comício Lançamento de produto Seminário

Concerto Leilão Show

Concílio Mesa-redonda Show casting

Conclave Micareta Solenidade

Concurso Missa Sorteio

Conferência Mostra Teleconferência

Congresso Noite de autógrafos Torneio

Convenção Oficina Videoconferência

Coquetel Olimpíada Visita

Coral Open day Workshop

Curso Ópera

Fonte: Martin, 2003.

2.1.4 Evento como atividade de marketing

O que torna um evento atividade de marketing é a sua capacidade de juntar o negócio de patrocinador com os consumidores potenciais em um ambiente interativo. Esta combinação se processa por meio do acontecimento de um fato que atrai o interesse de pessoas que, motivadas pelo interesse de participar de algo diferente e em busca de opções diversificadas de lazer e entretenimento, decidem participar direta ou indiretamente do evento (MELO NETO, 2003).

Melo Neto (2003) ainda afirma que através do evento os participantes tomam conhecimento do produto do patrocinador e aprendem a valorizar sua marca, o patrocinador aproxima-se dos clientes, cria fidelidade à sua marca e estabelece canais de comunicação com clientes potenciais.

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Outra razão para o número crescente de eventos realizados por empresas reside no fato de que eles são menos dispendiosos que a venda pessoal, a propaganda e outras formas de comunicação. Os eventos trazem comprovadamente resultados mais eficazes do que a propaganda, que por muitos anos e até recentemente dominou o mercado de comunicação e a preferência das empresas na aplicação de seus recursos de comunicação (GIACAGLIA, 2004).

2.1.5 Evento como atividade econômica

Um evento é muito mais do que o planejamento, programação, execução e monitoramento de atividades destinadas a um público específico e realizadas num local adequado. Tem que se pensar no evento como atividade econômica que gera uma série de benefícios para as empresas patrocinadoras, para a cidade promotora do evento, comércio local, restaurantes, hotéis e para a comunidade (MELO NETO, 2003).

Melo Neto (2003) explica que, quanto maior for o evento, maior será o seu impacto econômico a nível local e regional. A magnitude e natureza do evento são os fatores que lhe proporcionam valor econômico. Os eventos de grande porte, denominados megaeventos (Copa do Mundo de Futebol, Jogos Olímpicos, Campeonato Brasileiro de Futebol), dão margem ao surgimento de uma cadeia de valor constituída dos seguintes elementos: o turismo de eventos, o comércio de eventos e a indústria de entretenimento de eventos.

2.1.6 Impacto dos eventos

Quadro 3 - Impacto dos eventos

(continua)

Impacto dos eventos Impactos Positivos Impactos Negativos

Social e cultural

- Vivência compartilhada - Revitalização das tradições - Fortalecimento do orgulho comunitário - Legitimação de grupos - Alienação da comunidade - Manipulação da comunidade - Imagem negativa da comunidade

(19)

(continuação)

- Aumento da participação da comunidade

- Apresentação de ideias novas e desafiadoras

- Expansão de perspectivas culturais

- Comportamento destrutivo - Abuso de drogas e álcool - Deslocamento social - Perda do conforto

Físico e ambiental

- Exposição do meio ambiente - Fortalecimento de exemplos para melhores hábitos

- Aumento da consciência ambiental - Legado de infraestrutura - Melhoria de transporte e comunicação - Transformação e renovação urbana

- Danos ao meio ambiente - Poluição - Destruição do patrimônio - Perturbação acústica - Engarrafamentos Político - Prestígio internacional - Melhora do perfil - Promoção de investimentos - Coesão social - Desenvolvimento de capacidades administrativas - Riscos de insucesso do evento - Desvio de fundos - Falta de responsabilidade - Propaganda enganosa - Perda do controle comunitário - Legitimação de ideologia Turístico e econômico - Promoção do destino e incremento do turismo - Aumento do tempo de permanência - Maior lucratividade

- Aumento da renda de impostos - Oportunidades de negócios - Atividade comercial - Resistência da comunidade ao turismo - Perda de autenticidade - Danos à reputação - Exploração - Preços inflacionados - Custos de oportunidade - Má gestão financeira

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(conclusão)

- Geração de empregos - Perda financeira

Fonte: Allen, 2008.

2.2 ESPORTE

Segundo Tubino (1987), apesar de vestígios de jogos praticados com o caráter esportivo por civilizações primitivas como a dos chineses, maias, incas, egípcios, japoneses, astecas, hindus e outros, foi na Grécia Antiga que os exercícios físicos e as atividades esportivas tiveram realce pela importância que receberam na educação e pelo lugar que ocuparam nas celebrações e nas festas. O momento culminante da história dos esportes na antiguidade grega foi atingido nas celebrações dos Jogos Olímpicos, disputados durante doze séculos, de quatro em quatro anos entre 884 a.C. e 394 d.C.., o que provocou, inclusive, um período de trégua entre as guerras durante o período de jogos.

O esporte foi recriado na Inglaterra no século XIX com forma institucionalizada na sua conceituação e revisão histórica. Após essa institucionalização, outro período importante do movimento esportivo moderno teve, com o francês Pierre Coubertin, a restauração dos Jogos Olímpicos em 1896. A partir dessas Olimpíadas Modernas, o movimento esportivo internacional cresceu em torno dessas competições promovidas pelo Comitê Olímpico Internacional e nas atividades das federações internacionais de cada modalidade, criadas no século XX (TUBINO, 1987).

Tubino (1987) ainda cita que o esporte, na perspectiva de alta competição, permaneceu até 1964, passando a ser estendido depois também para o não atleta, na expectativa da utilização esportiva para a qualidade de vida. Esse novo entendimento interferiu nas responsabilidades sociais do Estado diante do esporte.

O esporte diversificou-se e refinou-se em quantidade, qualidade, oportunidade e formas de oferecimento ao longo dos últimos séculos. E a cada dia que passa, novas modalidades esportivas são inventadas, conquistando mais adeptos (KASZNAR e GRAÇA F°, 2002, p. 15).

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2.2.1 Eventos esportivos

“Fundamentalmente, o evento esportivo consiste na realização de modalidades esportivas, cada qual subdividida em categorias, nas quais se disputam títulos com a presença de um público torcedor” (MENDES, 2009, p. 6).

Poit (p. 23) subdivide os eventos esportivos da seguinte forma:

 Campeonato: Forma de competição onde os concorrentes se enfrentam pelo menos uma vez e tem duração relativamente longa. Recomendável quando há disponibilidade de tempo e recursos;

 Torneio: Competição de caráter eliminatório que é realizada num curto espaço de tempo. Neste tipo de competição, dificilmente ocorre o confronto entre todos os participantes. Recomendável quando se tem pouco tempo e um grande número de participantes;

 Olimpíadas: Competição que reúne várias modalidades esportivas e consome alguns dias na realização das diversas categorias;

 Taça ou Copa: Com exceção à Copa do Mundo de Futebol e a alguns eventos tradicionais, normalmente se utiliza o nome Taça ou Copa juntamente com o nome oficial do torneio para poder prestar alguma homenagem ou promover um patrocinador, exemplos: Taça Libertadores da América de Futebol (Copa Toyota) ou 21º Campeonato Mineiro de Xadrez (Copa Boby Fischer);

 Festival: Evento esportivo participativo e informal. Visa a integração, promoção da modalidade, e principalmente motivar os participantes e familiares;

 Gincana: Atividade desportiva recreativa que conta com diversas estações criativas e ou objetivos a serem atingidos;

 Desafios: Competições, normalmente individuais, que tem os processos de escala como referências.

2.3 GESTÃO

A palavra “gestão” vem do termo latino gestio, que expressa a ação de dirigir, administrar e de gerir a vida, os destinos, as capacidades das pessoas e as próprias coisas que lhes pertencem ou que fazem uso. Esse termo acentua a realidade segundo a qual quem gere alguma coisa ou instituição deve fazê-lo de tal forma e com tal capacidade, e que a sua dedicação ou aplicação deve tornar esse fato mais produtivo em termos sociais, culturais e econômicos (ANDRADE, 2001).

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2.3.1.1 Planejar

Planejamento é o ponto de partida do processo administrativo, qualquer organização deve trabalhar em função de resultados esperados a curto, médio e longo prazo. O papel do planejamento é identificar e detalhar todo o percurso rumo aos resultados, evitando ou diminuindo a ocorrência de erros e imprevistos que possam comprometer o sucesso do trabalho (Rezende, 2000).

O processo de planejar consiste em tomar decisões antecipadamente, o que permite que a organização tenha controle do seu próprio futuro, não o deixando ao acaso, podendo ser definido da seguinte maneira, de acordo com Maximiano (1995):

- É processo de definir objetivos ou resultados a serem alcançados, bem como os meios para atingi-los;

- É o processo de interferir na realidade, com o propósito de passar de uma situação conhecida para outra situação desejada, dentro de um intervalo definido de tempo;

- É tomar no presente decisões que afetam o futuro, visando reduzir sua incerteza.

O propósito do planejamento, para Oliveira (2002, p. 36), pode ser definido como:

“...desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. Dentro deste raciocínio, pode-se afirmar que o exercício sistemático do planejamento tende a reduzir a incerteza envolvida no processo decisório e, consequentemente, provocar o aumento da probabilidade de alcance dos objetivos, desafios e metas estabelecidos para a empresa”.

Deve-se procurar maximizar os resultados e minimizar as deficiências, respeitando os princípios da maior eficiência, eficácia e efetividade (CHIAVENATO; SAPIRO, 2009).

Quadro 4 – Evolução do processo de planejamento estratégico

(continua)

Eficiência

Fazer as coisas da maneira certa Resolver problemas

Salvaguardar os recursos aplicados Cumprir o dever

Reduzir custos Eficácia Fazer as coisas certas

(23)

(conclusão)

Produzir alternativas criativas Maximizar a utilização dos recursos Obter resultados

Aumentar o lucro

Efetividade

Manter-se sustentável no ambiente

Apresentar resultados globais positivos ao longo do tempo Coordenar esforços e energias, sistematicamente

Fonte: Oliveira, 2002.

Chiavenato (1995, p. 253) destaca que o planejamento estratégico é o ponto de referência para os planos táticos e operacionais, e que exige as seguintes etapas:

1. Determinação dos objetivos empresarias, que são os propósitos da empresa, a razão dela existir;

2. Análise ambiental, que permitirá aos gerentes visualizar as oportunidades e ameaças;

3. Análise interna da organização e de seus recursos, que permite verificar quais as forças e fraquezas que poderão ser utilizadas para confrontar as ameaças e como potencializar as oportunidades apresentadas pelo ambiente;

4. Geração, avaliação e seleção de alternativas estratégicas, que podem ser para aproveitar as oportunidades ambientais e neutralizar as ameaças ambientais e para aproveitar as forças e neutralizar as fraquezas internas da empresa;

5. Implementação através de planos táticos e de planos operacionais, que é a execução das decisões tomadas pela empresa durante o planejamento estratégico.

É difícil separar e sequenciar as funções administrativas, mas, de maneira geral, o planejamento “do que e como vai ser feito” aparece na ponta do processo. Como consequência, o planejamento assume uma situação de maior importância no processo administrativo e vem antes das outras funções de organização, direção e controle (OLIVEIRA, 2002).

2.3.1.2 Organizar

O trabalho de organização consiste em estruturar e coordenar as diversas atividades necessárias para colocar o planejamento em execução. Todas as atividades previstas devem ser divididas e estruturadas de forma lógica através de unidades, divisões, departamentos, etc., dentro dos quais são distribuídas tarefas específicas, delegando-se funções e responsabilidades (cargos e tarefas) (Rezende, 2000).

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Seguindo essa mesma linha de raciocínio, Maximiano (1995, p. 254) explica que “organizar compreende as decisões que têm como finalidade dividir uma tarefa em tarefas menores e atribuí-las a indivíduos e grupos de indivíduos, de modo que cada um – grupo ou indivíduo – tenha um compromisso específico que contribui para a realização de uma tarefa maior”.

Certo (2003, p.198) indica as cinco principais etapas do processo de organização para que os gerentes tenham o feedback que os auxiliará a aperfeiçoar sua organização. O autor lembra que, para isso, essas etapas devem ser repetidas de forma contínua. As etapas são:

1. Refletir sobre planos e objetivos; 2. Estabelecer as tarefas principais;

3. Dividir as tarefas principais em subtarefas; 4. Destinar recursos e instruções para as subtarefas;

5. Avaliar os resultados da estratégia organizadora implementada.

2.3.1.3 Dirigir

Para Chiavenato (1995, p.471), a direção é um processo dinâmico, pois é o único pilar da gestão em que estão presentes as inter-relações pessoais. O autor destaca que “por melhor que seja o planejamento e por mais adequada que seja a organização, estas duas funções administrativas não têm valor algum enquanto alguém, com a autoridade adequada, pressione a partida que dá centelha à ação”.

Seguindo essa mesma linha de raciocínio, Certo (2003, p.317) destaca algumas características inerentes ao perfil de liderança bem sucedido:

1. Inteligência, incluindo julgamento e capacidade verbal; 2. Realização anterior em bolsas de estudo e nos esportes; 3. Maturidade emocional e estabilidade;

4. Confiabilidade, persistência e um impulso para a realização contínua; 5. Habilidade de participar socialmente e de se adaptar a vários grupos; 6. Desejo de status e posição socioeconômica.

2.3.1.4 Controlar

O processo de controle consiste, segundo Maximiano (1990, p.335), “em fazer a comparação e tomar a decisão de confirmar ou modificar os objetivos e os recursos empregados em sua realização”. Esse processo procura manter o planejamento dentro de seu curso inicial, mede o progresso rumo às metas traçadas anteriormente e permite que se

(25)

descubram os possíveis desvios a tempo de tomar medidas corretivas (KAWASNICKA, 1990).

O controle garante que as atividades realizadas se conformem às atividades planejadas, ajuda os administradores a monitorar a eficácia de seu planejamento, de sua organização e de sua liderança, tendo início no ponto em que o planejamento termina (STONER; FREEMAN, 1985).

O planejamento e controle são conhecidos como funções gêmeas da administração, não adianta planejar se não houver controle e não se pode controlar se não houver planejamento. Por essas duas funções serem tão íntimas, alguns autores incluem o controle como uma etapa do planejamento. Desta forma, controlar abrange:

a) Acompanhar ou medir alguma coisa, comparar resultados obtidos com previstos e tomar as medidas corretivas cabíveis;

b) Compreende a medida do desempenho em comparação com os objetivos e metas pré-determinados; inclui a coleta e análise de fatos e dados relevantes, a análise das causas de eventuais desvios, as medidas corretivas e, se necessário, o ajuste dos planos (LACOMBE, 2003).

Stonner e Freeman (1985) enfatizam a necessidade do controle não somente por poder monitorar o progresso e corrigir erros, mas também por ajudar os administradores a monitorarem mudanças ambientais e seus efeitos sobre o progresso da organização. Dado o ritmo das mudanças ambientais nos últimos anos, este aspecto do controle tem se tornado cada vez mais importante.

2.3.2 Gestão de eventos

A gestão de eventos corresponde a uma das tarefas mais importantes que os gestores desportivos realizam, independente do tipo de organização aonde trabalham. A realização do evento é uma das expressões mais peculiares do esporte, podendo-se considerar que seja uma das atividades que todos os profissionais da área do esporte desenvolvem com certa regularidade (SARMENTO et al., 2011).

Matias (2002, p.97) sugere que, antes mesmo de se começar a organizar um evento, é essencial que a ideia seja incorporada pelos empreendedores e que se comece a lhe dar forma mediante o levantamento do maior número possível de elementos, tais como:

(26)

 Elaboração de alternativas para suprir as suas necessidades;  Identificação dos objetivos específicos;

 Coleta de informações sobre os participantes, patrocinadores, entidades e outras instituições em potencial;

 Listagem dos resultados desejáveis;

 Estimativas de exequibilidade econômica e técnica;  Estimativas de tempo e recursos necessários;  Estabelecimento de diretrizes;

 Elaboração dos contornos do projeto.

Segundo Watt (1998), o bom gerenciamento é importante para o sucesso de uma organização de eventos, sejam eles locais ou internacionais. A implementação de princípios e práticas sólidas de gestão organizacional e individual são fundamentais.

Figura 1- O processo do planejamento de eventos Fonte: Watt, 2008.

2.3.2.1 Pré-evento

Para Matias (2002, p. 98), “o pré-evento é a fase decisiva do evento, na qual estão inseridos a coordenação executiva e os controles financeiros, técnico-administrativo e social do evento”. É nessa fase que haverá a definição do projeto e o planejamento de todas as atividades, girando em função dos objetivos gerais e específicos do evento e da previsão de receitas estimadas. É a fase essencial do evento (Martin, 2003).

Meirelles (1999, p.37) considera o planejamento um “fator fundamental ao desenvolvimento de qualquer atividade e, de modo especial, para a organização de eventos, permitindo a racionalização das atividades, o gerenciamento dos recursos disponíveis e a implantação do projeto”.

(27)

“Planejar o evento é ganhar agilidade no desempenho, é melhorar a eficiência na execução das tarefas, é mensurar com mais acuidade os resultados e ter referências para avaliá-los (Martin, 2003 p.73)”.

Essa fase consiste na aquisição e contratação de recursos necessários para a realização do evento, detalhamento do plano básico (MAXIMIANO, 1997). Matias (2002) define que nesse momento são definidas e realizadas atividades como: serviços iniciais, serviços de secretaria, detalhamento do projeto e outras.

Paiva e Neves (2008, p.90) explicam essas atividades da seguinte forma:

 Realizar serviços iniciais (buscar financiamento, levantar nomes de convidados, conferências, etc.; definir responsabilidades de prestadores de serviço; abrir conta bancária especial para o evento);

 Realizar serviços de secretaria (planejar e controlar a comunicação; cotar materiais administrativos; receber inscrições e trabalhos/papers; cadastrar participantes; identificar, selecionar e contratar prestadores de serviços);

 Detalhar projeto (definir produto; escolher local; definir data; elaborar temário e calendário; identificar e analisar participantes; elaborar estratégia de comunicação e marketing; definir infraestrutura de recursos audiovisuais, materiais e serviços; contratar transporte para participantes e convidados; definir hospedagem a ser oferecida para participantes e convidados; definir programação social, cultural e turística; contratar agência de viagem e turismo; definir recursos financeiros; definir cronograma básico).

2.3.2.2 Execução do evento

Essa fase é a da implementação do evento, o momento da operacionalização e da coordenação eficaz para garantir o perfeito entrosamento entre os fornecedores (MARTIN, 2003). Paiva e Neves (2008, p.97) recomendam que sejam realizadas as seguintes atividades, que são aplicáveis a diversos tipos de eventos:

 Funcionar secretaria do evento: recepcionar os participantes, convidados e autoridades;

 Atender aos participantes: informações necessárias e provisão de materiais;  Atender ao plenário e às escalas de comissões e apoiá-los;

 Preparar com antecedência os impressos e outros materiais necessários ao evento;

 Supervisionar os serviços oferecidos aos participantes, convidados e autoridades: efetuar novas inscrições, entregar materiais aos participantes, prestar informações em geral, entregar certificados, elaborar controles de tarefas sob sua responsabilidade, providenciar materiais para os palestrantes;

 Realizar serviços de recepção: escolher e montar em local apropriado; indicar com placas;

 Ter informações corretas à mão; elaborar rol de informações importantes;  Cuidar do clima do evento com recepção e serviços pessoais cuidadosos;  Instalar sala VIP, de imprensa e de comissões técnicas;

 Cuidar da infraestrutura operacional: instalações físicas, material de secretaria, equipamentos audiovisuais e apoio logístico;

(28)

 Cuidar da infraestrutura de apoio externo: aeroporto, hotel, transporte, tradução, outros atrativos.

2.3.2.3 Pós-evento

As atividades de encerramento do evento vão além da desmontagem física das infraestruturas utilizadas para a realização do evento. É necessário encerrar os pagamentos pendentes e liquidar as pendências administrativas e contábeis, prestar contas ao cliente (dono do evento ou a comissão organizadora), apresentando relatórios da movimentação financeira, dos resultados esperados e alcançados e devolver a ele sobras de todos os materiais não utilizados (MARTIN, 2003).

Matias (2002) define essa etapa do evento como o processo de encerramento, que consiste na avaliação técnica, administrativa e dos participantes. Ocorre a confrontação dos resultados esperados com os obtidos, o que possibilita identificar os pontos positivos e negativos do evento. As principais rotinas que devem ser efetuadas nessa fase são referentes ao serviço de secretaria, divulgação do pós-evento e serviços complementares.

2.4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

O desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades da geração presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras de também atenderem às suas. Com esse desenvolvimento, vemos a possibilidade de uma nova era de crescimento econômico, que se apoia em práticas que conservam e expandem a base dos recursos ambientais (CMMAD, 1991).

Toda forma humana altera o equilíbrio de um ecossistema, pois extrai recursos naturais e os modifica para fabricar novos elementos que vão interagir ou reagir sobre os demais. Esse é um processo criativo que compõe a essência da humanidade e é inevitável. Porém, em meados do século XX, começou a ficar evidente que a exploração excessiva traz o esgotamento da natureza e prejuízos para a continuidade da vida em razão da extinção de florestas, animais, fim de reservas naturais, poluição da água, solo, ar, etc. (FONTES et al., 2008).

“Marinho (2006, p. 48) destaca que não é uma tarefa fácil entender as relações estabelecidas entre a sociedade e a natureza, uma vez que a problemática ambiental tem aumentado significativamente, devido ao deterioramento dos ecossistemas e do ambiente construído, afetando, em particular, a qualidade de vida humana e

(29)

ameaçando a comunidade da vida global do planeta. As questões ambientais revelam o retrato de uma crise multidimensional, apontando a exaustão de um modelo de sociedade que produz, desproporcionalmente, mais dúvidas que respostas. Em contrapartida, as questões ambientais também procuram mostrar realidades até então aparentemente desligadas, desvelando a universalidade dos problemas socioambientais atuais e alertando a necessidade de promoção de mudanças que garantam a continuidade e a qualidade da vida humana em longo prazo.”

A sustentabilidade é um conceito mais amplo que a conservação da natureza. O desenvolvimento sustentável não deve apenas abranger o controle sobre o crescimento e uso dos recursos naturais, mas também promover a vida em seu sentido mais amplo, garantindo melhores condições sociais, culturais e econômicas para toda a população, no presente e para todo o futuro, construindo um desenvolvimento integral dos seres humanos e da sociedade num mundo mais saudável e justo para todos (FONTES et al., 2008).

O desenvolvimento sustentável possui um tripé almejado: ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. Ao abordar a questão da sustentabilidade, sugere-se que as escolhas sugere-sejam conscientes e fundamentadas em valores e crenças tais como a preservação, inclusão social, compartilhamento, zelo, ética, solidariedade e desenvolvimento, sem agressão do futuro nem seu comprometimento. É um conceito mais amplo do que inicialmente possa ser concebido (FERREIRA; WADA, 2010).

Quadro 5 - Princípios gerais da sustentabilidade

(continua)

Direito fundamental/elementar de todos os seres humanos a um ambiente adequado à saúde e bem estar

Paz (resolução de conflitos sem uso de violência) Soberania das nações e relações internacionais Integração das dimensões da sustentabilidade

Uso adequado dos recursos naturais (conservação e ciclagem), preservando a diversidade biológica

Solidariedade entre gerações

Equidade (atendimento das necessidades básicas de todos) Geração de renda (trabalho e segurança social)

Cooperação e participação

Contextualização e valorização local (inclusive cultural) Avaliação de impactos sociais e ambientais

(30)

(conclusão)

Precaução (agir com precaução diante da incerteza) Prevenção

Compensação

Usuário/Poluidor pagador (quem usa ou polui assume as consequências)

Fonte: Fontes et al., 2008.

O segmento de eventos, para não ser cúmplice de uma atitude irresponsável, passa a responder de uma forma proativa, buscando adotar medidas que minimizem e/ou erradiquem esses impactos, com algumas ações até consideradas simples, como priorizar o uso de materiais recicláveis e reutilizáveis (FERREIRA; WADA, 2010).

Wada (2010 p. 117) cita algumas estratégias a serem adotadas ao planejar um evento sustentável, são elas:

 No momento da escolha do local sede do evento, dar preferência aos que foram construídos com materiais ecoeficientes. Elementos como iluminação e ventilação natural, reuso de água, proximidade de transportes públicos, investimento em propagandas de reciclagem de lixo e outros resíduos para compostagem, acessibilidade para pessoas com necessidades especiais de locomoção são alguns bons exemplos de diretrizes a serem verificadas junto ao local;

 A utilização de geradores consome combustíveis fósseis e, portanto, colabora na emissão de CO², um dos principais gases causadores do efeito estufa. Portanto, deve ser evitada ao máximo;

 Contratar fornecedores locais diminui o transporte dos materiais, gerando menos gases também;

 Avaliar produtos utilizados numa perspectiva de ciclo de vida, com ênfase na Reciclagem e Reutilização. Um sistema de recolha de resíduos deve ser facilmente reconhecido de fácil utilização por parte dos participantes do evento. Os materiais entregues aos participantes do evento deverão ser confeccionados em fonte reciclável ou reciclado, com baixo impacto ambiental em toda a sua cadeia produtiva, sendo vista que a mesma esteja inserida no Trade Fair – comércio justo;  Veículos pesados, sempre que possível, devem ser trocados por veículos leves, com utilização de combustíveis renováveis – como o etanol e GNV;

 Maior apelo na utilização de mídias digitais, diminuindo impressões. Quando não for possível adotar a prática de mídia digital, utilizar papéis reciclados ou free carbono, conforme as opções já disponíveis e acessíveis no mercado;

 Na ambientação, deve-se privilegiar a utilização de plantas e flores características da região onde o evento é realizado, diminuindo resíduos de transportes, e os mesmos devem ser plantados em terra, permitindo uma sobrevivência das espécies maior que a duração do evento;

 Copos e louças de forma geral devem ser reutilizáveis, evitando-se ao máximo o uso de materiais descartáveis;

 O gerenciamento de resíduos deve ser inserido no planejamento do evento, propiciando redução na geração e destinação final;

 Se a escolha de um simples brinde não for inteligente, o mesmo irá parar nos aterros sanitários, aumentando a problemática já existente em boa parte dos países. Os brindes deverão ser desenvolvidos em função de sua funcionalidade e praticidade. Oferecer um brinde simplesmente por que é o mais econômico irá gerar um prejuízo social grande;

(31)

 Uma alimentação mais saudável também é premissa dos eventos sustentáveis, principalmente quando se apresentam sugestões de buffets orgânicos – livres de agrotóxicos;

 A parceria com empresas que tenham o mesmo pensamento preservacionista e sustentável é condição sine qua non para o pleno processo dos eventos sustentáveis;

 Investimentos em ações de educação ambiental no próprio evento, para que os participantes se tornem ainda mais informados e possam tornar-se multiplicadores do mesmo raciocínio, devem ser constantemente estimulados.

Querendo evitar prejuízos para as gerações futuras, é preciso que a sociedade esteja de acordo com o princípio da precaução e que priorize a prevenção dos impactos negativos de suas ações. Para agir sobre a causa dos problemas ecológicos, sociais e econômicos da sociedade atual é necessário que haja uma mudança, diretamente e indiretamente, no padrão de consumo. As mudanças nesse consumo não contemplam somente a economia nos recursos naturais e financeiros, mas também a reorientação de valores, desejos, comportamentos coletivos e individuais (FONTES et al., 2008).

2.4.1 Agenda 21 do Movimento Olímpico

Após a Segunda Conferência Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco 92 ou Rio 92), no Rio de Janeiro (Brasil), a ideia de sustentabilidade foi amplamente debatida e sintetizada no documento Agenda 21 Global, que se tornou base de informação para a popularização dos novos princípios de desenvolvimento (NÁDIA et al., 2008).

O Movimento Olímpico tem por objetivo contribuir para a construção de um mundo melhor e de paz, compartilha a análise levada a cabo pela Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento e insere sua ação na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Pelo fato de o Movimento Olímpico ter, graças, sobretudo a universalidade do esporte, a capacidade de participar ativamente da implantação de medidas em defesa do desenvolvimento sustentável, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu dotar o Movimento Olímpico de sua própria Agenda 21 (COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL, 1999).

Quadros 6 – Objetivos da Agenda 21 do Movimento Olímpico

(continua)

Melhoria das condições socioeconomicas

Os valores do olimpismo e sua ação em prol do desenvolvimento sustentável

(32)

(conclusão)

O fortalecimento da cooperação internacional para um desenvolvimento sustentável

Combate à exclusão

Mudança nos hábitos de consumo Proteção da saúde

O habitat e os assentamentos humanos

A integração do conceito de desenvolvimento sustentável nas políticas desportivas

Conservação e gestão de recursos para o desenvolvimento

sustentável

A metodologia de ação ambiental para o Movimento Olímpico A proteção dos logradouros e da paisagem

As instalações desportivas Equipamentos desportivos Transportes

Energia

Os alojamentos e as reformas para as grandes manifestações desportivas

A gestão das águas

A gestão dos produtos perigosos, dos rejeitos e da poluição A qualidade da biosfera e a manutenção da biodiversidade Fortalecimento do papel

dos principais grupos envolvidos

A promoção do papel da mulher A promoção do papel do jovem

O reconhecimento e a promoção das populações indígenas

Fonte: Comitê Olímpico Internacional, 1999.

2.4.2 Exemplos de estratégias sustentáveis em megaeventos

Matias (2008) destaca algumas estratégias de sucesso utilizadas pelo Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Sydney, Austrália, no ano de 2000, que ficou conhecido como os primeiros “Jogos Olímpicos Verdes”. São elas:

 Banheiros com válvulas especiais para redução de consumo de água em chuveiros e vasos sanitários;

 Coleta seletiva de lixo – em todos os lugares de Sydney foram colocadas caixas coletoras especificando o tipo de resíduo;

(33)

 Conservação de água – metade da água utilizada na Vila Olímpica e nas sedes das competições era água tratada das chuvas e água do próprio esgoto purificada;

 Copos e garrafas – foram reciclados;

 Entulho - a meta final era entulho zero, isto é, tudo que precisou ser destruído para preparar a cidade teve seus materiais reaproveitados na construção da própria infraestrutura. O projeto das sedes foi concebido visando dar um uso as mesmas após os jogos. O que não seria aproveitado pela cidade foi desmontado, reutilizado ou reciclado;

 Indústrias – várias surgiram para que projetos fossem implantados, como casas que aproveitassem o sol no inverno e a sombra no verão, com ventilação natural para não precisar de ar-condicionado;

 Indústria de roupa – se volta para as fibras naturais;

 Limpeza completa dos materiais tóxicos na Baía de Homeblush (próxima às principais sedes dos jogos), que por décadas serviu de depósito de substâncias poluentes da indústria química Union Carbide, que produzia o “agente laranja” 8 para a Guerra do Vietnã;

 Lixo – foi implantado um sistema para transformar lixo, como: restos de comida, pratos e embalagens de alimento biodegradáveis em adubo. Esses materiais foram decompostos em uma usina comercial, e o adubo produzido vendido para jardinagem. O lixo orgânico foi responsável por cerca de 75% dos detritos produzidos durante os Jogos. A fabricação do adubo foi uma alternativa muito melhor do que jogá-lo em aterros sanitários;

 Madeiras – as madeiras utilizadas nas construções vieram de áreas aprovadas de reflorestamento destinadas ao comércio;

 Mobília de papelão reciclável para o escritório dos voluntários;

 Parque aquático com ar-condicionado que não rouba calor das piscinas, voltado para o público;

 Polícia Ambiental – foi criada para fiscalizar obras e produtos;

 Programação cultural – o Sydney 2000 Olympic Arts Festival – ficou responsável pela programação cultural da cidade, que teve espetáculos de dança, teatro, música, filmes e mostras;

 Proteção à biodiversidade – mudança do projeto original das instalações olímpicas para permitir a sobrevivência de uma das únicas colônias de reprodução do sapo verde e dourado do mundo;

(34)

 Redução do uso de PVC, um plástico considerado tóxico – optou-se por outros materiais ou mesmo tipos de plásticos menos poluentes nas construções;

 Refrigeradores – com tecnologia greenfreezers9, tecnologia essa que utiliza gases naturais, portanto não poluentes;

 Sistema de transporte sem carros - foram os primeiros Jogos Olímpicos em que quase todos que compareceram às competições usou transporte público. Novas linhas de trem foram construídas para propiciar um transporte menos poluente e mais eficiente. Todos os espectadores que portavam ingresso tiveram transporte público gratuito;  Talheres, pratos e xícaras descartáveis – foram fabricados com produtos não poluentes

derivados da fibra da cana-de-açúcar e da glucose do milho, pois poderiam ser jogados fora junto com os alimentos, porque foram feitos de matéria orgânica, sendo de fácil decomposição ou então quando necessário os alimentos foram servidos em pratos de cerâmica reutilizáveis. Foi sugerido aos espectadores que ao terminar a refeição e/ou lanche, jogar - prato, restos de alimento, garfo e faca - no cesto apropriado;

 Tocha Olímpica – foi construída em alumínio reciclado e teve como combustível uma mistura de butano – gás de isqueiro – que libera menos gás tóxico e quase nenhuma fumaça para a atmosfera;

 Vila Olímpica - com 665 residências foi provida com energia solar, voltada principalmente para o aquecimento de água, foi o maior complexo de energia solar do mundo; e outros.

O projeto dos “Jogos Olímpicos Verdes”, surgido em Sydney, passou a ser sugerido como modelo para as futuras cidades candidatas a sediar o evento desde então (MATIAS, 2008).

(35)

3. MÉTODO

3.1 TIPO DE PESQUISA

A natureza do estudo é aplicada, que segundo Silva e Menezes (2001 p. 20) “objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais”.

Quanto à abordagem é classificada como pesquisa qualitativa e quantitativa. Para Oliveira (1997), pesquisa quantitativa significa, como o próprio termo indica, quantificar opiniões e dados nas formas de coletas de informações com empregos de técnicas estatísticas. Ainda para o autor, a abordagem qualitativa nos leva a uma série de leituras sobre o assunto da pesquisa, descrevendo e relatando o que os autores e/ou especialistas escrevem sobre o assunto e, a partir daí, estabelecer correlações para darmos nosso ponto de vista conclusivo.

Em relação aos objetivos é definida como descritiva exploratória. Observa, registra, analisa e correlaciona os fatos ou fenômenos sem manipulá-los, tem o objetivo de se familiarizar com o fenômeno ou obter uma nova percepção e descobrir novas ideias (CERVO; BERVIAN, 1996). E quanto aos procedimentos técnicos, a pesquisa é caracterizada como empírica do tipo descritiva.

3.2 PARTICIPANTES DA PESQUISA

A pesquisa foi aplicada com oito gestores esportivos e foi realizada no período de maio de 2012, na região da grande Florianópolis (SC). O critério para a utilização da amostra foi a participação nos comitês organizadores de eventos esportivos locais. Os participantes foram selecionados de forma não aleatória intencionalmente.

3.3 INSTRUMENTO DE PESQUISA

Para a coleta de dados em campo foi utilizado um questionário adaptado pelos autores de Márcia Bissoli e Cristina Engel de Alvarez (2010), estruturado com vinte e uma perguntas abertas e fechadas, na qual as perguntas abordaram a aplicação dos conceitos sustentáveis em eventos esportivos.

(36)

3.4 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

A coleta dos dados foi realizada de acordo com as seguintes etapas:

1. Pesquisa bibliográfica: Foram realizados levantamentos de dados bibliográficos e documentais nas bibliotecas da Universidade do Sul de Santa Catarina, Universidade do Estado de Santa Catarina e Universidade Federal de Santa Catarina, juntamente com livros da autora;

2. Pesquisa através da internet: sites, documentos de domínios públicos, e-books e periódicos online de acordo com o tema proposto;

3. Pesquisa de levantamento em campo com o intuito de analisar a estratégia dos gestores esportivos quanto ao problema de estudo. Essa pesquisa teve o seguinte andamento:

 Encaminhamento ao Comitê de Ética em Pesquisa na UNISUL;

 Após o encaminhamento e obtenção do parecer do Comitê de Ética foram distribuídos, pessoalmente, dez questionários para as diversas Federações Esportivas e empresas que organizam eventos na região, com base nos objetivos do estudo;

 Oito gestores esportivos responderam a pesquisa.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

A análise dos dados teve vertentes qualitativas e quantitativas. A análise qualitativa tem por objetivo compreender o fenômeno em seu sentido mais intenso (APPOLINÁRIO, 2009). Na análise quantitativa foram utilizados recursos estatísticos de frequência e percentagem.

Os dados coletados foram tabulados numa planilha eletrônica da Microsoft Excel© e os sujeitos identificados através de números para manutenção do sigilo. Os resultados foram apresentados em gráficos e analisados junto aos conteúdos abordados na revisão de literatura. Os dados serão armazenados durante um período de cinco anos e, após esse período, os materiais digitais serão deletados e os questionários incinerados.

(37)

4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A apresentação e discussão dos resultados foram divididas em tópicos para uma melhor interpretação e associação com o tema.

4.1 RECURSOS NATURAIS

Ao analisarmos o uso dos recursos naturais nos eventos, podemos constatar que:

Gráfico 1 - Ações para redução do consumo de água e energia Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

No gráfico 1 (um) observa-se que a maioria dos gestores desenvolve ações para minimizar o consumo de água e energia (primária), visto que estes são recursos não renováveis e não devem ser desperdiçados.

A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (1991) afirma que os padrões atuais do uso de energia, e suas alterações, já ditam padrão para o próximo século. Portanto, esse período que se inicia na sociedade deve ser considerado de transição de uma era onde a energia foi usada de forma não sustentável.

A água é um recurso absolutamente fundamental à vida e se apresenta como elemento insubstituível nas mais diversas atividades humanas, além de ser a base para o equilíbrio ambiental (POLETO et al, 2010).

O economista americano Ian McKee, em entrevista ao Portal ECOD da Editora Abril (2012), cita o exemplo dos estádios de futebol, que têm vida útil que varia entre 50 e 70 anos.

0 1 2 3 4 5 6 7 SIM NÃO

(38)

Então, nas suas construções ou reformas, é necessário pensar que nos próximos anos os custos de energia e água serão cada vez maiores, tornando extremamente necessária a implantação de sistemas de uso racional de água e fontes de energia renováveis.

O gráfico 2 (dois) representa a priorização da utilização de objetos duráveis ao invés dos descartáveis nos eventos esportivos.

Gráfico 2 - Priorização do uso de objetos duráveis ao invés dos descartáveis Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Todos afirmaram que priorizam o uso de objetos duráveis ao invés dos descartáveis. Poleto et al. (2010) destacam que em nenhuma outra fase do desenvolvimento se produziu tamanha quantidade de resíduos sólidos como atualmente. A composição dessa quantidade está diretamente relacionada ao modo de vida dos povos, condições socioeconômicas e a facilidade de acesso aos bens de consumo. Portanto, quanto maior for a utilização desse tipo de objeto, evita-se desperdício de materiais e se produz o mínimo de lixo possível.

O gráfico 3 (três) questiona a priorização do uso de recursos naturais renováveis e a valorização da iluminação e ventilação natural.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 SIM NÃO

(39)

Gráfico 3 - Priorização do uso de recursos naturais renováveis e valorização da iluminação e ventilação natural Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

Ao analisarmos o uso de recursos naturais renováveis, falamos sobre as energias que são renováveis, tais como a energia solar, eólica, madeira e até mesmo a força muscular humana. No gráfico acima, a maioria respondeu que prioriza esse tipo de energia.

É evidente que, para chegarmos a um futuro mais sustentável, é necessário que haja um menor consumo de energia. Daqui a uns anos, as sociedades terão a oportunidade de gerar energia no mesmo nível que se gera hoje, utilizando metade das fontes primárias (não renováveis) de hoje (CMMAD, 1991).

O uso da iluminação e ventilação natural é uma forma de diminuir esse consumo de energia primária, e a grande maioria dos pesquisados respondeu que utiliza dessa ferramenta durante os eventos, contribuindo para uma redução nos gastos energéticos não renováveis.

O gráfico seguinte representa as respostas relacionadas à priorização do uso de materiais recicláveis ou recicladas.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Prioriza o uso de recursos naturais renováveis?

Valoriza a iluminação ou ventilação natural?

NÃO SIM

(40)

Gráfico 4 - Priorização do uso de materiais recicláveis ou reciclados. Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

O gráfico 4 (quatro) demonstra que a maioria dos organizadores de eventos esportivos utiliza materiais recicláveis ou reciclados. Quando falamos sobre esse tipo de material, significa produtos de baixo impacto ambiental na sua produção, sendo vital que a mesma esteja inserida no Trade Fair – comércio justo. Um ponto positivo nessa questão é que há uma conscientização maior do mercado em relação ao consumo de materiais sustentáveis, aumentando o leque de fornecedores e diminuindo, assim, os preços (FERREIRA; WADA, 2010).

O documento Agenda 21 do Movimento Olímpico, do Comitê Olímpico Internacional (1999), sugere o uso de equipamentos desportivos que respeitem o meio ambiente, como por exemplo, os que utilizam produtos naturais renováveis, produzidos com materiais não poluentes, materiais reciclados ou cuja fabricação poupe matéria-prima e energias deverão ser favorecidos. E, na medida do possível, promover a utilização dos materiais locais tradicionais nos equipamentos e instalações desportivas.

No gráfico a seguir é possível verificar se, na organização do evento, utiliza-se de sistema de coleta seletiva de resíduos e encaminhamento dos resíduos para a reciclagem e compostagem. 0 1 2 3 4 5 6 7 SIM NÃO

(41)

Gráfico 5 – Coleta seletiva e encaminhamento de resíduos para reciclagem e compostagem Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

A coleta seletiva de resíduos é efetuada pela maioria dos organizadores dos eventos, mas quando se trata do encaminhamento para a reciclagem e compostagem, o resultado ficou dividido, e uma metade encaminha e a outra não.

Transformar os produtos que não atendem mais ao seu fim em outros que possam suprir necessidades diferentes, retornando-o ao ciclo de vida do produto, está diretamente relacionado ao conceito de desenvolvimento sustentável (POLETO et al., 2010).

O gráfico 6 (seis) analisa o incentivo ao transporte coletivo ou solidário.

Gráfico 6 - Incentivo ao transporte coletivo ou solidário Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

Possui sistema de coleta seletiva de resíduos?

Encaminha resíduos para a reciclagem e compostagem? NÃO SIM 0 1 2 3 4 5 6 SIM NÃO

(42)

A maioria dos organizadores utiliza a estratégia de incentivar o transporte coletivo e solidário. Os meios de transporte particulares utilizam energias que, em sua maioria, não são renováveis. Quando se incentiva o transporte coletivo e solidário, diminui-se o gasto de energia, pois quanto mais pessoas utilizarem do mesmo espaço, não desperdiçando lugares, se contribui para a diminuição de gases poluentes e de trânsito nas grandes cidades.

Os transportes contribuem para muitos problemas ambientais como a poluição do ar, o consumo de energia não renovável e o uso excessivo do solo sob a forma de pistas de rolamento ou de estacionamento. No caso das distâncias curtas, há também o incentivo dos meios de locomoção que utilizam a força muscular e a prática do esporte, como a marcha ou a bicicleta (COMITÊ OLÍMPICO INTERNACIONAL, 1999).

O gráfico a seguir apresenta as respostas em relação ao oferecimento de alimentos orgânicos quando o evento possui uma ou mais praças de alimentação.

Gráfico 7 - Oferecimento de alimentos orgânicos quando possuir praça de alimentação Fonte: Elaboração dos autores, 2012.

No gráfico 7 (sete) houve uma igualdade nas respostas, sim e não, em relação ao oferecimento de alimentos orgânicos quando se mantém praça de alimentação no local do evento.

A prefeitura de Londres, sede dos Jogos Olímpicos de 2012, em parceria com organizações locais, iniciou uma campanha que traz como objetivo principal o incentivo ao consumo de alimentos orgânicos. Após a finalização dos Jogos Olímpicos de 2012, o Rio de Janeiro será a próxima cidade a sediar as Olimpíadas, com o desafio de superar a capital britânica no quesito sustentabilidade. As ações previstas para esta área devem ser implantadas

0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 SIM NÃO

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