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ARTIGOFINAL-MARISÔNIA

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICA

CAMINHO INTERDISCIPLINAR PARA O

ENSINO E A APRENDIZAGEM DE

MATEMÁTICA

MESTRANDA: MARISÔNIA PEDERIVA DA BROI

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS PROFESSORA: ANA MARIA MARQUES SILVA

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Porto Alegre, dezembro 2007.

CAMINHO INTERDISCIPLINAR PARA O ENSINO E

APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA

Marisônia Pederiva Da Broi*

Resumo

O artigo relata a importância da contextualização do processo de ensino e de aprendizagem daquilo que é vivenciado em sala de aula com o que se passa fora dela, desmistificando o medo e visualizando a Matemática nas coisas simples e corriqueiras da vida. O aprender, do mesmo modo que o ensinar está sempre relacionado a algo que nos seja significativo. Nesta perspectiva, o texto aborda a construção do conhecimento através da abordagem interdisciplinar que possibilita professores e alunos interagirem e serem sujeitos atuantes durante todo o processo desde o planejamento até a avaliação. O texto aponta ainda possíveis estratégias metodológicas dentro da proposta interdisciplinar que facilitam a aprendizagem e a tornam mais significativa.

Palavras Chave:

Interdisciplinaridade – Estratégias de Ensino – Aprendizagem – Contextualização – Educação Matemática

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Introdução

Algumas pesquisas em Educação Matemática têm contribuído para o aprimoramento e o aprofundamento da compreensão de questões relativas à aprendizagem. Estes estudos tornam-se cada vez mais significativos pela compreensão que se tem a respeito da importância desta disciplina nos currículos escolares a fim de possibilitarem aos alunos referências para a resolução de problemas na vida real.

No entanto, nem sempre é assim que ocorre, grande maioria não compreender as fórmulas, conceitos, regras matemáticas ficando à margem deste conhecimento, cria-se uma mistificação do saber.

Na verdade, o que ocorre é exatamente o contrário, todos trazemos desde muito cedo uma compreensão pela experiência de vida, o que precisa é relacionar este conhecimento prévio com o conceito científico, possibilitando assim que o aluno amplie sua visão e generalize este conhecimento a outras situações.

Na escola, muitos movimentos são feitos para atender essa necessidade, nem sempre com sucesso, mas com perspectiva de progresso.

Assim o texto aborda o ensino e aprendizagem de Matemática numa perspectiva interdisciplinar e traz como desafio aos professores: Utilizar Novas Tecnologias, trabalhar com Resolução de Problemas e Modelagem Matemática, Educar pela Pesquisa, construir Unidades de Aprendizagem e Situações de Estudo, usar de abordagem Interdisciplinar nos Projetos e Seminários, visando a formação de um sujeito amplo com aprendizagem significativa e crítica, integrado e útil à sociedade.

Contextualização: Caminho Para a Aprendizagem Significativa Crítica

No século XX, a Educação Matemática se tornou assunto de interesse mundial devido a reestruturação curricular. É consenso que a Matemática exerce um papel importante no desenvolvimento da sociedade, neste sentido as reformas curriculares projetam a formação de um cidadão útil à sociedade em que vive, preparado para um mundo de trabalho que exige conhecimento matemático para resolução de problema.

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Em entrevista gravada para o VIII Congresso Internacional de Educação Matemática, Paulo Freire caracteriza com propriedade a mistificação do saber matemático que nega ao povo importante instrumento de crítica proporcionado pela Matemática.

"… eu acho que uma preocupação fundamental, não apenas dos matemáticos, mas de todos nós, sobretudo dos educadores, a quem cabe certas decifrações do mundo, deveria ser essa: a de propor aos jovens, estudantes, alunos, que antes e ao mesmo em que descobrem que 4 por 4 são 16, descobrem também que há uma forma matemática de estar no mundo. Quando a gente desperta, já caminhando para o banheiro, já começa a fazer cálculos matemáticos. Quando a gente olha o relógio, por exemplo, estabelece a quantidade de minutos que tem, se vai tomar o café da manhã, a hora que vai chegar o carro que vai nos levar ao seminário, para chegar às oito. Quer dizer, ao despertar os primeiros movimentos, lá dentro do quarto, são movimentos matematicizados. Para mim essa deveria ser uma das preocupações, a de mostrar a naturalidade do exercício matemático. Lamentavelmente, o que a gente vem fazendo?... Eu não tenho dúvida nenhuma que dentro de mim há escondido um matemático que não teve chance de acordar, e eu vou morrer sem ter despertado esse matemático, que talvez pudesse ter sido bom. Bem, uma coisa eu acho, que se esse matemático que existe dormindo em mim tivesse despertado, de uma coisa eu estou certo, ele seria um bom professor de matemática. Mas não houve isso, não ocorreu, e eu pago hoje muito caro, porque na minha geração de brasileiras e brasileiros lá no Nordeste, quando a gente falava em matemática, era um negócio para deuses ou gênios. Se fazia uma concessão para o sujeito genial que podia fazer matemática sem ser deus. E com isso, quantas inteligências críticas, quantas curiosidades, quantos indagadores, quanta capacidade abstrativa para poder ser concreta, perdemos. Eu apelo aos congressistas, professores de matemática de várias partes do mundo, que ao mesmo tempo em que ensinam que 4 vezes 4 são 16 ou raiz quadrada e isso e aquilo outro, despertem os alunos para que se assumam como matemáticos."

Educar é acreditar na capacidade e desejo de aprender que é melhorada constantemente pelo fato de sermos humanos. Olhar a educação não apenas como cântaro de saberes, mas como meio de alcançar níveis mais altos de criatividade, solidariedade e consciência crítica.

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Inovar na prática escolar é um processo lento que deve ser resultado de um trabalho coletivo, que demanda planejamento conjunto e contínuo em diferentes espaços e, ainda, seja capaz de romper com uma cultura escolar centrada na transmissão de conteúdos tradicionalmente considerados como indispensáveis.

Repensar estratégias e buscar metodologias desafiadoras, aprender a lidar com as incertezas, trabalhar em co-autoria com o educando na perspectiva de sensibilizá-lo e envolvê-lo com entusiasmo e afetivamente no processo de construção do conhecimento é fundamental. Além disso, o professor precisa estar atento ao querer dos alunos, identificando suas necessidades, anseios e questionamentos e, para isso, deve ouvi-los, conhecendo a sua realidade e o seu meio sociocultural, colaborando na formação de novos valores.

Segundo Arroyo (2002, p.215), “Todo conhecimento é humano, poderá e deverá ser útil, imprescindível, poderá desenvolver a consciência crítica e a lógica, o raciocínio e a sensibilidade, a memória e a emoção, a estética ou a ética. Dependerá do nosso trato pedagógico”. Destaca-se a relevância dos sentimentos na construção do saber, fazendo parte do conhecimento, o que for captado pela emoção e refletido pela racionalidade.

A teoria da aprendizagem significativa proposta por David P. Ausubel, tem como idéia mais importante considerar-se aquilo que o aprendiz já sabe. Ao dizer isso, Ausubel quer focar a estrutura cognitiva do indivíduo, ou seja, as idéias e o conteúdo que ele tem a respeito de determinado assunto. Para tanto, uma das sugestões dadas é fazer um mapeamento das idéias prévias do aluno com o objetivo de ensiná-lo de acordo, identificando os conceitos organizadores básicos e utilizando recursos que facilitem a aprendizagem de maneira significativa.

Aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma nova informação interage com uma estrutura do conhecimento, já existente e específica (conceito subsunçor), produzindo uma nova informação que adquire um novo significado, inclusive para os subsunçores preexistentes. Ou seja, há uma interação não arbitrária e não literal que contribui para a diferenciação, a elaboração e a estabilidade da própria estrutura cognitiva, fazendo com que o indivíduo adquira um corpo de conhecimento claro, estável e organizado, que passa a ser a principal variável independente na aquisição de novas informações da mesma área.

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De acordo com Ausubel (1978, p.64), existem três variáveis importantes da estrutura cognitiva que devem ser levadas em conta na facilitação da aprendizagem significativa e da retenção:

-a disponibilidade, na estrutura cognitiva do aprendiz, de idéias-âncora, especificamente relevantes, em nível ótimo de inclusividade, generalidade e abstração;

-à medida que essas idéias são discrimináveis de conceitos e princípios, similares ou diferentes (mas potencialmente confundíveis), usados no material de aprendizagem, e;

-a estabilidade e clareza das idéias-âncora.

Porém, a estrutura cognitiva do aprendiz, pode, por sua vez, ser influenciada de duas maneiras:

-substantivamente, pela apresentação de conceitos com maior poder explanatório e propriedades integradoras;

-programaticamente, pela utilização de métodos adequados e uma organização seqüencial apropriada.

A educação deve ser significativa para o aluno. Bernardo (2000) ressalta que é urgente dar um sentido às tarefas escolares, para que os alunos deixem de executá-las mecanicamente.

No Brasil, foram criados os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) que sugerem mudanças em quase todos os aspectos do ensino e aprendizagem de Matemática, buscam contemplar várias linhas para trabalhar o Ensino de Matemática. O propósito é desenvolver formas de raciocínio, estabelecer relações entre os temas, pensar matematicamente, levantar hipóteses, explorar e generalizar a resolução de problemas.

Rever o modo de ensinar Matemática e considerar diferentes tipos de atividades e formas de concretizar o trabalho, atribuindo ao aluno a possibilidade de construir sua aprendizagem e, ao professor, o papel de mediador.

A orientação do trabalho pelo professor mediador, proporciona a reconstrução de idéias dos alunos, valorizando seus saberes, suas potencialidades e estabelecendo relações do conhecimento anterior com o conhecimento científico e favorecendo ao mesmo tempo a

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auto-estima, a autonomia, o resgate da subjetividade, a visão crítica com respeito a diferentes idéias e aprimorando as relações interpessoais.

Ensino e Aprendizagem Visando à Construção do Conhecimento de

Forma Interdisciplinar

A interdisciplinaridade considerada uma estratégia de ensino, surgiu a partir de lacunas da prática docente, no processo de ensino e aprendizagem e da fragmentação das disciplinas.

O enfoque interdisciplinar considera uma visão mais abrangente da realidade, beneficiando as relações interpessoais e permitindo o compartilhamento entre diversas abordagens, resignificando valores e propiciando outras formas de pensar o mundo, favorece a cooperação e o compartilhamento do conhecimento.

A prática interdisciplinar depende basicamente do ato de ensinar e de aprender nos procedimentos e nas atividades do professor e do estudante, ou seja, do sujeito interdisciplinar.

Utilizar Novas Tecnologias, trabalhar com Resolução de Problemas e Modelagem Matemática, Educar pela Pesquisa, construir Unidades de Aprendizagem e Situações de Estudo, usar de abordagem Interdisciplinar nos Projetos e Seminários, são algumas estratégias de ensino que demonstram a ousadia investigativa do educador de Matemática e contextualizam os aspectos sociológicos, biológicos e culturais da realidade vivida pelo educando, visando a construção do conhecimento de forma interdisciplinar.

As Novas Tecnologias

“O mundo está cada vez mais matemático e este avanço foi possível, graças à evolução dos computadores. Ao discar um telefone, irmos ao banco e ao supermercado, estamos diretamente usando Matemática e Informática. Assim, elas destacam-se como as espinhas dorsais dessa nova sociedade, para a qual a escola parece não estar suficientemente preparada”.(PORTANOVA, R., 2005).

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Dispomos de diferentes recursos para registrarmos na memória os fatos, acontecimentos, descobertas, conclusões que viermos a fazer. Temos o domínio da representação gráfica, da oralidade, da escrita e ainda dispomos das tecnologias de informação e comunicação – TICs.

As TICs são ferramentas que permitem maximizar a exploração de informações e a comunicação instantânea entre o eu e o outro. Esta ferramenta, tida como poderosa, se comparada com as mídias impressa e falada torna-se apenas um artefato físico dependendo do propósito de uso.

Os recursos tecnológicos devem ser introduzidos de forma que venham acrescentar, o que está sendo construído em sala de aula, seja visualizando significado, ou estimulando os alunos a uma análise reflexiva. Existe uma infinidade de softwares educacionais, porém é necessária uma análise prévia, a fim de explorá-los de forma crítica e questionadora. Assim, contribuímos para a inclusão digital dos alunos, promovendo o uso desses recursos de forma adequada e não apenas como uma ferramenta de produção e reprodução de conteúdos.

Os recursos tecnológicos, quando utilizados no âmbito de uma proposta metodológica apropriada e coesa, favorecem a aprendizagem do educando, contribuindo para sua formação global, por meio da possibilidade da visualização de situações que são muito abstratas para eles, facilitando debates em sala de aula que visam à sua aprendizagem.

Resolução de Problemas

Em seu papel formativo, a Matemática contribui para o desenvolvimento de processos de pensamento e a aquisição de atitudes, cuja utilidade e alcance transcendem o âmbito da própria Matemática, podendo formar no aluno a capacidade de resolver problemas genuínos, gerando hábitos de investigação, proporcionando confiança, desprendimento para analisar e enfrentar situações, propiciando a formação de uma visão ampla e científica da realidade, a percepção da beleza, da harmonia, o desenvolvimento da criatividade e de ouras capacidades pessoais (PCNs, p.40).

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A capacidade de resolver problemas é construída ao longo do tempo, através das oportunidades que são possibilitadas aos alunos de pensar, raciocinar e resolver as situações reais que possam ser aplicadas em novas situações problemas. Há então uma reorganização da informação e do conhecimento, favorecendo aprendizagem significativa.

Os PCNs indicam Resolução de Problemas para atividades matemáticas como ponto de partida para compreender as representações internas ou mentais que constituímos.

Segundo Polya (1978) são quatro as etapas para a resolução de problemas: compreender o problema; elaborar um plano; executar o plano; fazer o retrospecto ou verificação. No entanto não há rigidez na seqüência de etapas, o importante é que o professor incentive o pensamento criativo, o levantamento de hipóteses, estratégias de resolução. Seja ele incentivador, desafiador e moderador das idéias dos alunos.

Modelagem Matemática

“Na Modelagem Matemática, o educando propõe-se a encontrar alternativas para a resolução das questões surgidas no processo e elabora modelos matemáticos que respondam aos questionamentos. Para isso, o aluno precisa ser criativo e intuitivo e saber discernir o conteúdo que melhor convém para solucionar o problema proposto”. (BIEMBENGUT, 1999).

É o processo usado para estudar, simplificar, resolver problemas e até prever novas situações através da Matemática. A modelagem é um meio de fazer interagir a Matemática e a realidade.

O que diferencia a modelagem de outras aplicações são as exigências das hipóteses e aproximações simplificadoras como requisitos na criação do modelo.

De acordo com a teoria de modelos mentais de Johnson-Laird, nossa habilidade em dar explicações está intimamente relacionada com nossa compreensão daquilo que é explicado, e para compreender qualquer fenômeno ou estado de coisas, precisamos ter um modelo funcional dele. . permite ao sujeito falar sobre situações passadas e futuras, tomar decisões, fazer previsões e inferências sobre o comportamento futuro do sistema

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representado. Os ajustes e modificações ocorrem ao longo do processo, até que um modelo seja aceitável e resolva o problema.

Educar pela Pesquisa

“A pesquisa em sala de aula constitui-se numa viagem sem mapa; é um navegar por mares nunca antes navegados; neste contexto o professor precisa saber assumir os papéis; de algum modo é apenas um dos participantes da viagem que não estão inteiramente definidos nem o percurso nem o ponto de chegada; o caminho e o mapa precisam ser construídos durante a caminhada”. (MORAES; LIMA, 2002).

A experiência de aprender com a pesquisa é válida e construtiva, partindo sempre do contexto do aluno em atividades motivadoras, que criam novas possibilidades de reflexões a cada nova descoberta. Os alunos realmente aprendem com a reconstrução de idéias onde todos são valorizados em seus saberes, suas potencialidades.

Quando nos propomos educar pela pesquisa, sem ignorar a importância do conhecimento da ciência transformado em conhecimento escolar, as aprendizagens vão além daquelas programadas previamente. Se essa prática começar nos primeiros anos em que a criança ingressa na escola, na educação infantil, há grande possibilidade de que, nos bancos universitários, os jovens tenham conhecimentos e argumentos mais significativos do que normalmente é esperado pela sistematização usual da teoria vigente.

Demo (2002) coloca para o educador cinco desafios da pesquisa voltada à educação: 1. (Re)construir projeto pedagógico próprio;

2. (Re)construir textos científicos próprios; 3. (Re)fazer material didático próprio; 4. Inovar a prática pedagógica;

5. Recuperar constantemente a competência.

É necessário que o professor crie um ambiente positivo em que o aluno consiga expressar suas idéias, argumentos, produções textuais, que seja incentivado a buscar novos materiais, e a trabalhar individualmente e em grupo.

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“Se deve procurar encontrar um interesse, um propósito, uma necessidade, uma informação, uma situação ou um acontecimento significativo que resulte uma temática apropriada como base da unidade de aprendizagem. Por meio dele deve se fazer uma síntese das idéias dos professores (mapa conceitual) e das idéias ou interesses prévios dos alunos (corretas ou não). É dizer, que tem que sobrepor o que o professor deseja ensinar com o que o aluno já sabe e com o que se quer aprender”.(GONZÁLEZ, 1999, p. 41). As UA’s podem ser compreendidas como um conjunto de atividades estrategicamente escolhidas para trabalhar um tema, a fim de se obter aprendizagens significativas em termos de conteúdos, habilidades e atitudes, “Uma Unidade de Aprendizagem é um conjunto de idéias, de hipóteses de trabalho, que inclui não só os conteúdos da disciplina e os recursos necessários para o trabalho diário, senão também metas de aprendizagem, estratégias que ordenem e regulem, na prática escolar, os diversos conteúdos de aprendizagem”.(GONZÁLES, 1999).

Para Rocha Filho (2006), a atividade, no contexto de uma UA, corresponde a cada uma das ações desenvolvidas pelos alunos e professores, dentro de uma seqüência determinado tema. Assim, exemplos de atividades que podem compor uma UA são: pesquisa, bibliográfica, experimentos de laboratório, apresentação de seminários, elaboração de projetos de pesquisa, redação de artigos, aula expositiva dialogada, resolução de exercícios, jogos educativos, discussão de filmes, visitas. Organizadas de forma que facilitem a aprendizagem e despertem o interesse do grupo por um conhecimento ampliado do fenômeno.

Situação de Estudo

Segundo Maldaner e Zanon ( 2001) “uma situação de estudo pode ser definida como uma situação real ( complexa, dinâmica, plural) e conseqüentemente rica, identificada nos contextos de vivência cotidiana dos alunos fora da escola, sobre o qual eles têm o que dizer e, no contexto da qual, eles sejam capazes de produzir novos saberes expressando significados para tais saberes e defendendo seus pontos de vista”.

Assim esse modelo de ensino a partir de abordagens disciplinares específicas, extrapolando seus âmbitos internos, assumindo características inter-relacionais e contextuais e de encontro à proposta explicitada nos PCN.

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As situações de estudo demonstram grande potencialidade no sentido de inserir, de forma contextualizada e inter-relacionada, os eixos temáticos e os temas transversais como eixos articuladores de abordagens que propiciam a construção de aprendizados dinâmicos e processuais, que contemplam e extrapolam o âmbito conceitual, e que configuram a perspectiva da significação da formação escolar em ciências.

Segundo Maldaner e Zanon (2001) “... uma situação de estudo pode ser definida como uma situação real (complexa, dinâmica, plural) e conseqüentemente rica identificada nos contextos de vivência cotidiana dos alunos fora da escola, sobre o qual eles têm o que dizer e, no contexto da qual, eles sejam capazes de produzir novos saberes expressando significados para tais saberes e defendendo seus pontos de vista”.

Sem delimitar totalmente nem tampouco abrir totalmente o alcance do conhecimento, a situação de estudo permite dar significados a aprendizados científicos diversificados, de forma dinamicamente articulada entre si, e com saberes vivenciais nela participantes.

Assim, a situação de estudo, como também propõe os atuais parâmetros curriculares nacionais, propicia aprendizados formativos para a vida social, extrapolando a visão da formação dirigida somente para o trabalho e/ou para manter o fluxo da escolarização. Ao superar a formação apenas em um conhecimento específico e ao extrapolar os limites internos da vida escolar, a situação de estudo contempla a visão de uma formação humana que seja capaz de promover as potencialidades humanas e sociais como um todo.

Projetos e Seminários

“obras que traduzem um esforço coletivo.”( JOSSO,2004) Os Seminários Interdisciplinares serão conduzidos na forma de exposições temáticas e na apresentação de projetos e pesquisas dos alunos.

Esta nova proposta pedagógica tem como base a construção do conhecimento através de atividades interdisciplinares, desenvolvidas por seminários orientados previamente pelos professores do projeto.

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Há um tema gerador, onde são criados subtemas dentro da interdisciplinaridade. Os alunos escolhem o subtema com o qual mais se identificam o que favorece o processo de absorção de conhecimento.

Os trabalhos dos alunos são mais valorizados, devido à forma como são aplicados: com todos envolvidos diretamente no projeto para evoluir através da inovação, pesquisa e conhecimento. Aprender com os colegas é uma das grandes vantagens dessa prática, que estimula a pesquisa, a curiosidade e a vontade de ir aos detalhes para entender que o mundo não é disciplinar.

Geralmente o projeto requer (integralmente ou para algumas de suas partes) de observações, experimentação, busca de informação, coleta de dados, construção de meios, elaboração de resultados.

Podem participar do projeto muitos alunos, de uma mesma escola e de outras escolas, inclusive distantes, neste caso, a comunicação via Internet (correio eletrônico) pode ser uma aliada. Os objetivos do projeto podem ser vinculados com uma realização de importância social de modo que a apresentação dos resultados se direcione a motivar a presença e participação de membros da comunidade e de entidades interessadas na resolução ou minimização de problemas locais.

Assim, uma proposta metodológica centrada muito mais no aprender do que no ensinar possibilitará um profissional melhor preparado, porque o aprender lhe dá prazer, porque conhece o próprio conhecimento e lhe capacita assumir suas palavras, no sentido de criticamente se posicionar perante a realidade Nessa perspectiva, deixamos para os professores de Matemática, uma reflexão de como possibilitar a aprendizagem aos alunos de forma mais significativa, as valiosas palavras de Perrenoud (1999) sobre a prática de sala de aula:

Trabalhar regularmente por problemas; criar ou utilizar outros meios de ensino; negociar e conduzir projetos com seus alunos; adotar um planejamento flexível e indicativo e improvisar; implementar e explicar um novo contrato didático; praticar uma avaliação formadora em situações de trabalho; dirigir-se para uma menor compartimentalização disciplinar. (p.53).

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A auto-avaliação dos profissionais em educação constitui-se na reflexão do objetivo que é ensinar e aprender, de suma importância para que haja um melhor empenho na sua prática pedagógica e que permita ao educando uma melhor aprendizagem. Desse modo, a avaliação, nesta proposta, é um processo contínuo e dinâmico, pois valoriza a construção do conhecimento efetivado de diferentes maneiras, permitindo a reflexão sobre a prática que orienta as decisões no ensino e na aprendizagem de maneira processual considerando o empenho e o conhecimento adquirido, as dificuldades superadas, respeitando as individualidades de cada indivíduo.

Considerações finais

Contextualizar os conhecimentos escolares com a vida dos alunos através de abordagens interdisciplinares pode despertar interesse do aluno em trabalhar questões que resgatem a cultura e valores de sua comunidade.

Ensinar Matemática não é algo fácil, é um empenho complexo. Para que o professor consiga ensinar e o aluno aprender Matemática, visualiza-se um tecer conhecimentos pelo caminho da interdisciplinaridade que integra estratégias caracterizadas pela pesquisa e envolvimento de professores, alunos e comunidade.

Assim, todos ganham com a interdisciplinaridade, Os alunos, porque aprendem a trabalhar em grupo, do início ao fim do projeto; encontram e partilham com os colegas e professores lições práticas da vida; vivem a experiência de comunicar seus saberes e melhoram o relacionamento com os colegas. Os professores, porque necessitam a ampliar seus conhecimentos de outras áreas, o que melhora a formação; conseguem maior envolvimento dos alunos o que os impulsiona ao trabalho espontâneo de busca exigindo menor esforço do professor nas questões impositivas; possibilita reflexão sobre o ser professor e o que cada um faz para desencadear os processos de ensino e de aprendizagem nos diferentes contextos em que atuam e com os diversos indivíduos com os quais interagem; e também melhoram o relacionamento entre colegas. E a escola, cumpre o programa de maneira ágil e eficiente; cumpre a função social de levar o conhecimento escolar para experiência junto à comunidade; e tem menos problemas com disciplina.

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Para tanto, torna-se necessário pensar um currículo de Matemática dinâmico, contextualizado, que reconheça a pluralidade cultural de seus alunos, ampliando a visão da complexidade dos diferentes espaços sociais.

O Ensino da Matemática requer um planejamento não direcional e transmissivo, mas colaborativo e construtivo. O objetivo é demonstrar uma nova concepção de Matemática que deixou de ser abstração para tornar-se realidade significativa para a vida da sociedade, ou seja, uma matemática desmistificada e percebida nas mais simples ações do dia-a-dia.

Faz-se necessário utilizar em aula, atividades que contribuam para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de habilidades inerentes ao ensino de Matemática, como criatividade, iniciativa e reflexão, além de todo o conhecimento matemático que o aluno necessita deter.

Dessa forma, a Matemática não deve ser considerada pelos professores como uma disciplina a mais a ser ensinada, mas como aquela que pode contribuir para o desenvolvimento intelectual, pessoal e social dos alunos.

Referências

AUSUBEL, D.P. Psicologia educativa: un punto de vista cognocitivo. México: Trillas, 1978.

ARROYO, M.G. Ofício de mestre. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

BERNARDO, G. Educação pelo argumento. Rio de Janeiro: Rocco, 2000.

BIEMBENGUT, M. S. Modelagem Matemática e implicações no ensino aprendizagem de Matemática. Blumenau: FURB, 1999.

DEMO.P. Educar pela pesquisa. Campinas: Autores Associados, 2002.

GONZÁLEZ, J. F. et alli. Como hacer unidades didáticas inovadoras? Sevilha: Díada, 1999.

JOSSO, M.C. Experiências de vida e formação. São Paulo: Cortez, 2004.

MALDANER, O. A.; ZANON, L. B. Situação de Estudo: uma organização do ensino que extrapola a formação disciplinar em ciências. Espaços da Escola, 41, 2001.

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MORAES, Roque. LIMA, Valderez Marina Rosário. (org). Pesquisa em sala de aula: Tendências para educação em novos tempos. POA, EDIPUCRS, 2002.

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Matemática: Ensino de 5ª a 8ª séries. Brasília: MEC/SEF, 1998.

PERRENOUD, P. Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.

POLYA, G. A arte de resolver problemas. Rio de janeiro: Interciência, 1978.

PORTANOVA, R. Um currículo de Matemática em movimento. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005.

ROCHA FILHO, João Bernardes; BASSO, Nara Regina de Souza; BORGES, Regina Maria Rabello. Repensando uma proposta interdisciplinar sobre ciência e

Referências

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