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DIREITO DO TRABALHO INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E ASSÉDIO MORAL. Prof. Antero Arantes Martins

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DIREITO DO TRABALHO

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL

E

ASSÉDIO MORAL

Prof. Antero Arantes Martins

(2)

Dano moral

• CF: Art. 5º - ...

• V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao

agravo, além da indenização por dano material, moral ou

à imagem;

• X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e

a imagem das pessoas, assegurado o direito a

indenização pelo dano material ou moral decorrente de

sua violação;

(3)

Dano moral

• A Constituição de 1988 assegura a reparação do dano,

seja de que natureza for; trata da possibilidade de

indenização por dano material, moral ou à imagem.

• A partir do atual texto constitucional, foram

reformuladas as teses acerca do dano moral, também

denominado dano extrapatrimonial.

• Consoante classificação de Miguel Reale, os danos

dividem-se em:

• a) materiais; • b) morais;

(4)

Dano moral

• Conceito de dano moral, segundo Maria Helena Diniz:

• “

a lesão de interesses não patrimoniais de pessoa física

ou jurídica, provocada por ato lesivo. Dor, angustia ou

sofrimento não se confundem com o dano, pois são

consequência daquele. O direito tem por objetivo

ressarcir a perda de um bem jurídico que seria de

interesse para a vítima. É uma forna de atenuar, pelo

menos parcialmente, as consequências da lesão, ou seja

da dor, a angustia, o sofrimento.”

(5)

Dano Moral. Definição.

• “É aquele que atinge bens incorpóreos como a alta estima, a honra, a privacidade, a imagem, o nome, a dor, o espanto, a emoção, a vergonha, etc. Firma residência em sede psíquica e sensorial da vítima.” (Francisco Antonio de Oliveira)

• “... apenas a moral, ou seja, a perturbação psíquica, na tranquilidade, nos sentimentos de uma pessoa.” (Floriano Vaz da Silva).

• “aquela espécie de agravo constituída pela violação de algum dos direitos inerentes à personalidade” (Roberto Brebbia)

(6)

Dano moral

• Dano à imagem: é, como o próprio termo deixa claro, a

imagem, a reputação.

• Imagem é o retrato ou perfil de uma pessoa. Compreende a representação física da pessoa ou de partes e o conjunto de qualidades caracterizadoras de seu perfil perante o meio social.

(7)

Dano moral

• Conceito de dano estético, segundo Tereza Ancona

Lopez:

• “qualquer modificação duradoura ou permanente na aparência externa de uma pessoa, modificação esta que lhe acarreta um “enfeamento” e lhe causa humilhações e desgostos, dando origem, portanto, a uma dor moral”.

• Há doutrinadores que sustentam em resumo, que são

quatro os elementos que caracterizam o dano estético:

• piora na aparência; • Irreparabilidade; • permanência e; • sofrimento moral.

(8)

Dano moral

• Classificação do dano moral é importante porque as

indenizações podem ser cumuladas, na esteira da

Súmula 37 do STJ:

• "São cumuláveis as indenizações por dano material e dano

moral oriundos do mesmo fato".

• É possível cumular pedidos de indenização por dano

material e moral (Lei 13.467/2017, art. 223-F). Neste

caso o juiz terá que, na sentença, distinguir um de outro

(1º), mas a quantificação do dano material não interfere

na quantificação do dano moral (2º);

• Também é possível cumular pedidos de indenização por

dano moral por causas diferentes.

(9)

Dano moral

Para a caracterização do dano moral, não basta que

ocorra qualquer dissabor ou contrariedade, pois estes

são inerentes ao nosso cotidiano.

Tarefa nada fácil é saber separar frente ao caso concreto

o que é uma simples chateação corriqueira de um real

dano moral, já que está questão não é definida

objetivamente nas leis.

Temos que usar, a doutrina e jurisprudência para

definirmos caso a caso se houve realmente lesão aos

direitos inerentes à dignidade humana.

(10)
(11)

Dano moral

• Conceito, segundo Alexandre Agra Belmonte:

• “São danos morais trabalhistas as ofensas individuais aos direitos da personalidade do trabalhador ou do empregador e as ofensas coletivas causadas aos valores extrapatrimoniais de comunidades de trabalhadores, a exemplo das relacionadas ao meio ambiente do trabalho.”

• “são os direitos subjetivos destinados a garantir a integridade física, intelectual e moral do indivíduo no seu relacionamento com terceiros.

(12)

Dano moral

• ALGUNS DIREITOS DA PERSONALIDADE:

• 1)DIREITO À VIDA – manifesta-se desde a concepção até à morte e o objeto jurídico é a pessoa humana; garante-se a higidez física e lucidez mental, integridade física e intelectual. Condenam-se atentados ao físico, à saúde e à mente.

• 2)DIREITO À PRIVACIDADE – abrange o modo de vida seja familiar, social, profissional. A pessoa tem o direito de viver a sua própria vida.

• 3)DIREITO À LIBERDADE – faculdade de fazer ou deixar de fazer aquilo que à ordem jurídica se coaduna; liberdade de locomoção, liberdade de trabalho, liberdade de culto, liberdade contratual, liberdade de pensamento.

• 4)DIREITO À IGUALDADE – igualdade perante a lei; impedir atos discriminatórios; sem distinção de sexo, cor, crenças religiosa, idade, trabalho, convicções políticas.

(13)

Dano moral

• ALGUNS DIREITOS DA PERSONALIDADE NA RELAÇÃO DE

TRABALHO:

• Direito:

• à vida; à saúde;

• à integridade física; • à susbsistência;

• ao trabalho livre e quantitativamente limitado; • ao tratamento respeitoso;

• à livre manifestação do pensamento, à liberdade de consciência e de crença e à liberdade de expressão e informação, e sexual;

• à intimidade e vida privada;

• ao sigilo da correspondência e das comunicações telefônicas; • à honra e imagem;

(14)

Dano moral

• Os direitos da personalidade são interiores, absolutos,

imprescritíveis, necessários, extrapatrimoniais, vitalícios,

intransmissíveis,

indisponíveis,

irrenunciáveis

e

ilimitados.

• CC: Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

(15)

Dano moral

• O Direito do Trabalho tem como finalidade histórica a proteção aos valores essenciais dos trabalhadores e, principalmente, relaciona-se com o direito pessoal e à dignidade do trabalhador.  Há uma forte vinculação entre o Direito do Trabalho e a proteção

aos direitos da personalidade.

 A proteção à dignidade do trabalhador faz parte do conteúdo necessário do contrato de trabalho.

A finalidade histórica do Direito do Trabalho é oferecer proteção aos valores essenciais da pessoa do trabalhador.

 A mais importante obrigação contratual do empregador não tem natureza patrimonial, sendo o dever de respeito à dignidade moral da pessoa do trabalhador.

O direito do trabalho tem função social e o trabalhador é pessoa humana e como tal deve ser visto, não podendo ser considerado bem econômico.

(16)

Dano moral

• No contrato de trabalho existe um relacionamento pessoal entre empregado e empregador;

• O empregador tem poder diretivo e o empregado trabalha de forma subordinada, o que possibilita, facilmente, o desrespeito aos direitos da personalidade.

• O empregado ao se subordinar ao empregador, enfrenta uma maior probabilidade de ser moralmente atingido.

• O dano moral consubstancia-se numa violação de alguns direitos inerentes à personalidade, ressaltando-se que o maior patrimônio de uma pessoa é o conjunto dos valores espirituais.

• A proteção à dignidade moral do empregado, bem como, dos direitos personalíssimos, fazem parte integrante do contrato de trabalho, tendo em vista o binômio poder/dever típico da relação de emprego.

(17)

Dano moral

• No campo o Direito do Trabalho, o dano moral pode

estar presente em três fases: pré-contratual; fase

contratual; no momento da extinção e pós contratual.

FASE PRÉ CONTRATUAL - No curso das tratativas para a

admissão do empregado há situações que lesam o seu

patrimônio pessoal, a honra.

(18)

Dano moral

• DANO MORAL. DISCRIMINAÇÃO. TALASSEMIA MINOR.

INAPTIDÃO CONSTATADA EM EXAME MÉDICO ADMISSIONAL.

FRUSTRAÇÃO DA EXPECTATIVA DE CONTRATAÇÃO.

• O óbice ao início da relação laboral, consubstanciado na inaptidão constatada pelo médico do trabalho no exame admissional,

revela forma de discriminação da trabalhadora, máxime

porque o perito do Juízo e o especialista em hematologia não constataram incapacidade para o exercício das funções para as quais a candidata estava sendo selecionada. Ressoa inequívoco que, ao ser submetida ao exame consoante determinação da

empresa, a candidata já havia ultrapassado as fases de

qualificação profissional e tudo caminhava para a admissão,

remanescendo apenas a ultimação dos trâmites formais da

relação contratual.

(19)

Dano moral

• O exame admissional, destarte, revela-se como uma das fases preliminares do contrato então em andamento, e obriga os contratantes à observância dos princípios da boa-fé pautados

no artigo 422, do Código Civil. A responsabilidade do

empregador exsurge não só do contrato já formalizado, mas também daquele que, pelo adiantado das tratativas, já tenha gerado expectativa razoável no trabalhador. Recurso da reclamante a que se dá parcial provimento.

• Acórdão : 20111369740- TRT 2ª.R - Turma: 08 Data Julg.:

19/10/2011 Data Pub.: 25/10/2011 - Processo : 20110617152 Relator: ROVIRSO APARECIDO BOLDO

(20)

Dano moral

- Arguição sobre opiniões pessoais:

• Antes de contratar, a empresa pode obter informações

sobre o candidato, estritamente relacionados com o

ambiente de trabalho

(exame de curriculum, certificados,

diplomas, outros documentos relacionados à capacidade

profissional).

• “Não são admissíveis indagações e verificações acerca de

opiniões políticas, filosóficas ou religiosas do candidato,

nem sobre fatos de sua vida pessoal, afetiva e familiar, já

que não interferem com suas aptidões profissionais.”

(21)

Dano moral

FASE CONTRATUAL - Durante a execução do contrato de

trabalho podem surgir violações a direitos inerentes à

personalidade.

Podem citar-se como exemplo as seguintes situações:

• Rebaixamento funcional: restrição art. 468 CLT- ato

ilegal e que expõe o empregado a situação vexatória,

ridicularizando-o perante os demais colegas de trabalho:

(22)

Dano moral

• CHEFE DE COZINHA. REBAIXAMENTO FUNCIONAL PARA AUXILIAR E LAVADOR DE PRATOS. DANO MORAL. Os sucessivos rebaixamentos funcionais sofridos pelo reclamante após discussão com superior hierárquico, de chefe de cozinha a auxiliar de cozinha, e por fim, a lavador de pratos, além do claro viés de punitivo e coativo, eis que objetivavam levá-lo a demitir-se, violaram o disposto no art. 468 consolidado, atingindo o empregado em seu orgulho profissional e auto-estima, confiscando-lhe o status alcançado na empresa e constrangendo-o em face dos colegas.

• É certo que os misteres de auxiliar de cozinha ou lavador de pratos não são desprovidos de dignidade. Mas uma vez alcançado determinado patamar profissional, sua caprichosa redução importa inequívoca alteração in pejus de condição contratual, com impacto moral negativo, mormente na situação dos autos em que ficou demonstrado que o autor passou a ser alvo de gozações, seja pelo superior hierárquico, seja pelos demais empregados da ré, produzindo-se situação incompatível com a dignidade do trabalhador, de que resultou o dever de indenizar. Sentença mantida....

• RECURSO ORDINÁRIO DATA DE JULGAMENTO: 06/04/2010. ACÓRDÃO Nº: 20100270390. PROCESSO Nº: 05252-2006-086-02-00-4 ANO: 2009 -TRT

(23)

Dano moral

FASE PÓS-CONTRATUAL:

- Informações desabonadoras ou inverídicas;

• -Difusão de listas negras

(24)

Dano moral

(25)

Indenização por Dano moral

• Vimos que o mero aborrecimento não gera dano moral.

• Simples descumprimento de normas trabalhistas gera reparação material e não moral.

• Tem que atingir direito de personalidade. Quais são os direitos de personalidade?

• Lei 13.467/2017 (Reforma trabalhista):

• Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.

• Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.

• O legislador optou por uma definição descritiva, mas, não taxativa. Exemplo: a dor física gera dano moral. Para a matéria de hoje vamos focar na saúde e na integridade física.

(26)

Indenização por Dano moral

• Lei 13.467/2017, art. 223-G:

• Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará:

• I - a natureza do bem jurídico tutelado;

• II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação; • III - a possibilidade de superação física ou psicológica; • IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão; • V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa;

• VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral;

• VII - o grau de dolo ou culpa;

• VIII - a ocorrência de retratação espontânea; • IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa; • X - o perdão, tácito ou expresso;

• XI - a situação social e econômica das partes envolvidas; • XII - o grau de publicidade da ofensa.

(27)

Indenização por Dano moral

• Lei 13.467/2017, art. 223-G, § § 1º e 3º:

• § 1o Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a

indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um

dos seguintes parâmetros, vedada a acumulação:

• I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do ofendido;

• II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do ofendido;

• III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do ofendido;

• IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário contratual do ofendido.

• § 3o Na reincidência entre partes idênticas, o juízo

poderá elevar ao dobro o valor da indenização.

(28)

Dano Moral. Quantificação. Histórico.

• Em 11/08/2010 foi arquivado pelo Plenário da Câmara

dos Deputados o Projeto de Lei (PL) 7.124/2002 que

definia o dano moral, estabelecia seu objeto e fixava

parâmetros de indenização.

• Até 13/11/2017 prevalece o arbitramento. Depois, em

princípio, o tabelamento.

(29)

Dano Moral. Quantificação. Histórico.

• Art. 7º Ao apreciar o pedido, o juiz considerará o teor do bem jurídico tutelado, os reflexos pessoais e sociais da ação ou omissão, a possibilidade de superação física ou psicológica, assim como a extensão e duração dos efeitos da ofensa. • § 1º Se julgar procedente o pedido, o juiz fixará a indenização a ser paga, a cada

um dos ofendidos, em um dos seguintes níveis:

• I – ofensa de natureza leve: até R$ 20.000,00 (vinte mil reais);

• II – ofensa de natureza média: de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) a R$ 90.000,00 (noventa mil reais);

• III – ofensa de natureza grave: de R$ 90.000,00 (noventa mil reais) a R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais).

• § 2º Na fixação do valor da indenização, o juiz levará em conta, ainda, a situação social, política e econômica das pessoas envolvidas, as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral, a intensidade do sofrimento ou humilhação, o grau de dolo ou culpa, a existência de retratação espontânea, o esforço efetivo para minimizar a ofensa ou lesão e o perdão, tácito ou expresso. • § 3º A capacidade financeira do causador do dano, por si só, não autoriza a

fixação da indenização em valor que propicie o enriquecimento sem causa, ou desproporcional, da vítima ou de terceiro interessado.

• § 4º Na reincidência, ou diante da indiferença do ofensor, o juiz poderá elevar ao triplo o valor da indenização.

(30)

Indenização por Dano moral

• Ocorre que há duas flagrantes inconstitucionalidades no

tabelemento proposto pela Lei 13.467/2017:

• Tabelar viola o princípio da reparação integral garantido

no art. 5°, V da Constituição Federal:

• V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;

• Fixar a indenização com base no salário viola o Princípio

da Igualdade, pois diminui a reparação do mais frágil e

aumenta àquela devida ao alto empregado.

• O empregado que tem salário menor, e portanto, é mais

hipossuficiente, terá reparação menor.

(31)

Indenização por Dano moral

• Os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa

física (a honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de

ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a

integridade física) são os mesmos tanto para um

empregado que ganha R$1.000,00 quanto para aquele

que ganha R$10.000,00.

• É de se lembrar, também, da Lei da Imprensa (artigos 52

e 53 da Lei 5250/67) e Lei da Telecomunicações (artigos

4.117/62, artigo 84). Os dispositivos foram declarados

inconstitucionais pelo STF.

(32)

Indenização por Dano moral

• EMENTA: CONSTITUCIONAL. CIVIL. DANO MORAL: OFENSA PRATICADA PELA IMPRENSA. INDENIZAÇÃO: TARIFAÇÃO. Lei 5.250/67 - Lei de Imprensa, art. 52: NÃO-RECEPÇÃO PELA CF/88, artigo 5º, incisos V e X. RE INTERPOSTO COM FUNDAMENTO NAS ALÍNEAS a e b. I. – (...).

• II. - A Constituição de 1988 emprestou à reparação decorrente do dano moral tratamento especial - C.F., art. 5º, V e X - desejando que a indenização decorrente desse dano fosse a mais ampla. Posta a questão nesses termos, não seria possível sujeitá-la aos limites estreitos da lei de imprensa. Se o fizéssemos, estaríamos interpretando a Constituição no rumo da lei ordinária, quando é de sabença comum que as leis devem ser interpretadas no rumo da Constituição. III. - Não-recepção, pela CF/88, do art. 52 da Lei 5.250/67 - Lei de Imprensa. IV. - Precedentes do STF relativamente ao art. 56 da Lei 5.250/67: RE 348.827/RJ e 420.784/SP, Velloso, 2ª Turma, 1º.6.2004. V. - RE conhecido - alínea a -, mas improvido. RE - alínea b - não conhecido. (RE 396386, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 29/06/2004, DJ 13-08-2004 PP-00285 EMENT VOL-02159-02 PP-00295 RTJ VOL-00191-01 PP-00329 RMP n. 22, 2005, p. 462-469)

(33)

Indenização por Dano moral

• Na mesma linha a Súmula 281 do STJ diz que:

• “a indenização por dano moral não está sujeita à tarifação prevista na Lei de Imprensa.”

• Mesmo após 11/11/2017, com o início da vigência da

tabela suso transcrita, a Justiça do Trabalho não tem

aplicado este regramento.

• A maior parte das decisões entretanto, ainda está

relacionada à apicação da Lei no tempo, sustentando a

inaplicabilidade da tabela em virtude do fato ser anterior

a 11/11/2017.

(34)

Indenização por Dano moral

• Interessante o julgamento encontrado na 4ª Região ao

apreciar embargos declaratórios que sustentava a

omissão quando à aplicação da tarifação:

• “Provejo em parte os embargos de declaração da parte ré para esclarecer que não foi considerada pelo Colegiado a regra do art. 223-G da CLT para a quantificação do arbitramento do dano moral a ser pago ao reclamante em razão da decisão do Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE 315297, que assentou a inconstitucionalidade da tarifação da indenização por danos morais.”

• (TRT da 4ª Região, 6ª Turma, 0020579-04.2017.5.04.0303 ROT, em 29/08/2019, Juiz Convocado Roberto Antonio Carvalho Zonta)

(35)

Indenização por Dano moral

• Entretanto, existem decisões aplicando o novo regramento.

• “No caso ora em análise, conforme fundamentos contidos em tópico acima, restou demonstrada a conduta ilícita da demandada, que, inobservando os requisitos previstos nas normas coletivas para apuração de diferenças no caixa, aplicava punições à reclamante, sem lhe proporcionar meios para se defender de tais acusações. [...] Já quanto ao valor arbitrado pelo juízo de origem a título de indenização por danos morais, levando-se em consideração que a ofensa possui natureza leve, a natureza do bem jurídico tutelado, a intensidade do sofrimento ou da humilhação, a possibilidade de superação física ou psicológica, os reflexos pessoais e sociais da ação, a extensão e a duração dos efeitos da ofensa, as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral, o grau de dolo ou culpa, a inexistência de retratação espontânea; a ausência de esforço efetivo para minimizar a ofensa; a ausência de perdão, tácito ou expresso; a situação social e econômica das partes envolvidas, bem como grau de publicidade da ofensa, reputo que este comporta ser reduzido. Dessa forma, levando-se em consideração os parâmetros acima apontados, reduzo a indenização para o importe de uma vez o último salário contratual da reclamante (R$ 1.061,00).”

• (PROC. N.º TRT. ROS - 0000032-79.2019.5.06.0411; Órgão Julgador : PRIMEIRA TURMA; Relator : Desembargador SERGIO TORRES TEIXEIRA; Recorrente : BOMPREÇO SUPERMERCADO DO NORDESTE LTDA; Recorridos : GERLANDIA DE MORAES CARVALHO – TRT da 6ª Região)

(36)

Indenização por Dano moral

• Média:

• [...] nexo de concausalidade da moléstia apresentada pela reclamante - patologia osteoarticular de ombros (tendinite e bursite) com as atividades exercidas em prol da ré [...] o importe indenizatório de R$ 10.000,00 aflora-se elevado, máxime se ponderada a concausalidade, o curto período de prestação de serviço e o fato da incapacidade experimentada pela autora cuidar-se de ofensa de natureza média. Assim, orientado pelos parâmetros fixados no artigo 223-G da CLT, rearbitro a indenização

por danos morais em R$ 6.709,55, o que corresponde a cinco

vezes o salário contratual da ofendida.

• (Proc. TRT/SP 1000706-89.2017.5.02.0712 – TRT 2ª Região, 17ª Turma, Rel. Flávio Villani Macedo, pub. 15/8/2019)

(37)

Indenização por Dano moral

• Grave:

• [...]

• Restou incontroverso nos autos que em março/2018 o Empregado sofreu acidente do trabalho, ao operar uma máquina de corte, sofrendo lesão em sua mão esquerda.

• [...]

• Assim, considerando-se a gravidade do dano, a intensidade do sofrimento, a relevância do bem jurídico atingido, as situações financeiras do ofensor e da vítima, o escopo pedagógico e punitivo da indenização, bem como que a hipótese dos autos retrata ofensa extrapatrimonial de natureza grave, para a qual o limite máximo indenizatório fixado na novel legislação é "até vinte vezes o último salário contratual do ofendido" (inciso 'III' do §1º do art. 223-G da CLT), majoro a indenização por danos morais para vinte vezes o salário base do Reclamante à época do evento danoso (R$954,00 - ID. 7d951e3 - Pág. 1) e a indenização por danos estéticos para vinte vezes o salário base do Reclamante à época do evento danoso (R$954,00 - ID. 7d951e3 - Pág. 1).

• (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010550-84.2018.5.03.0076 (RO); Disponibilização: 26/07/2019, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 670; Órgão Julgador: Terceira Turma; Relator: Emilia Facchini)

(38)

Indenização por Dano moral

• GRAVÍSSIMA

• [...]

• É incontroverso que o reclamante sofreu acidente do trabalho em 28/11/2018, em razão do aprisionamento da sua perna direita em maquinário da ré, no exercício de atividades laborais, ensejando a amputação do aludido membro, pouco abaixo do joelho (CAT - ID d47a219; relatório de acidente de trabalho - ID 971c39e, p. 1; laudo médico - ID 82f49b5).

• [...]

• No que tange ao valor fixado na r. sentença a título de indenização por danos morais e estéticos, considerando a natureza do bem jurídico tutelado, a intensidade do sofrimento, os reflexos da omissão, a situação sócio-econômica das partes e, especialmente, a irreparabilidade do dano, entendo irretocável o enquadramento da ofensa como de natureza gravíssima, nos termos do art. 223-G, § 1º, IV, da CLT, e o deferimento de indenização no importe R$58.740,00, equivalente a cinquenta vezes o último salário contratual do autor, de R$1.174,80 (CTPS - ID 28b667d).

• [...]

• (TRT da 3.ª Região; PJe: 0010240-41.2019.5.03.0077 (RO); Disponibilização: 20/08/2019, DEJT/TRT3/Cad.Jud, Página 601; Órgão Julgador: Segunda Turma; Relator: Sebastiao Geraldo de Oliveira)

(39)

Dano moral

(40)

Dano Existencial

• O dano existencial constitui espécie de dano imaterial que acarreta à vítima, de modo parcial ou total, a impossibilidade de executar, dar prosseguimento ou reconstruir o seu projeto de vida (na dimensão familiar, afetivo-sexual, intelectual, artística, científica, desportiva, educacional ou profissional, dentre outras). • O dano existencial se subdivide : a) dano ao projeto de vida e b)

dano à vida de relações.

• Por projeto de vida entenda-se o destino escolhido pela pessoa, o que decidiu fazer com a sua vida. O ser humano, por natureza, busca sempre extrair o máximo das suas potencialidades. Por isso, as pessoas permanentemente projetam o futuro e realizam escolhas no sentido de conduzir sua existência à realização do projeto de vida. O fato injusto que frustra esse destino (impede a sua plena realização) e obriga a pessoa a resignar-se com o seu futuro é chamado de dano existencial.

(41)

Dano Existencial

• Dano à vida de relação, a qual diz respeito ao conjunto de

relações interpessoais, nos mais diversos ambientes e contextos,

que permite ao ser humano estabelecer a sua história vivencial e se desenvolver de forma ampla e saudável, ao comungar com seus pares a experiência humana, compartilhando pensamentos, sentimentos, emoções, hábitos, reflexões, aspirações, atividades e afinidades, e crescendo, por meio do contato contínuo (processo de diálogo e de dialética) em torno da diversidade de ideologias, opiniões, mentalidades, comportamentos, culturas e valores ínsita à humanidade.

(42)

Dano Existencial

• (...) e "DANO MORAL. DANO EXISTENCIAL. SUPRESSÃO DE

DIREITOS TRABALHISTAS. NÃO CONCESSÃO DE FÉRIAS.

DURANTE TODO O PERÍODO LABORAL. DEZ ANOS. DIREITO

DA PERSONALIDADE. VIOLAÇÃO", por violação do art. 5º, X,

da Carta Magna, e, no mérito, dar-lhe provimento para

condenar a reclamada ao pagamento de indenização por

dano ao patrimônio jurídico personalíssimo da reclamante,

no valor de R$ 25.000,00 (... Custas majoradas no valor de

R$ 500,00 (quinhentos reais) a cargo da reclamada.

• Número no TRT de Origem: RO-727/2011-0002-24.

Órgão J Acudicante: 1ª Turma Relator: Ministro Hugo Carlos Scheuermann

(43)

Dano Existencial

• “Dano existencial. Dano moral. Diferenciação. Carga de trabalho excessiva. Frustração do projeto de vida. Prejuízo à vida de relações.

• O dano moral se refere ao sentimento da vítima, de modo que sua dimensão é subjetiva e existe in re ipsa, ao passo que o dano existencial diz respeito às alterações prejudiciais no cotidiano do trabalhador, quanto ao seu projeto de vida e suas relações sociais, de modo que sua constatação é objetiva. Constituem elementos do dano existencial, além do ato ilícito, o nexo de causalidade e o efetivo prejuízo, o dano à realização do projeto de vida nos âmbitos profissional, social e pessoal, nos termos dos arts. 6º e 226 da Constituição Federal.

(44)

Dano Existencial

• O trabalho extraordinário habitual, muito além dos limites legais, impõe ao empregado o sacrifício do desfrute de sua própria existência e, em última análise, despoja-o do direito à liberdade e à dignidade humana. Na hipótese dos autos, a carga de trabalho do autor deixa evidente a prestação habitual de trabalho em sobrejornada excedente ao limite legal, o que permite a caracterização de dano à existência, eis que é empecilho ao livre desenvolvimento do projeto de vida do trabalhador e de suas relações sociais. Recurso a que se dá provimento para condenar a ré ao pagamento de indenização por dano existencial.”

• TRT9ª Reg. Proc. 28161-2012-028-09-00-6 (RO-14307-2013) – (Ac. 2ª T. 40650/13) – Relª Ana Carolina Zaina. Dje/TRT 9ª Reg. N. 1330/13, 10.10.13, 10.10.13, p. 388

(45)

Dano moral

(46)

Assédio Moral.

• ASSÉDIO MORAL

• CONCEITO

• Assédio moral: decorre de conduta lesiva do empregador, ou preposto seu que, abusando do poder diretivo, regulamentar, disciplinar ou

fiscalizatório, cria um ambiente de trabalho hostil, expondo o

empregado a situações reiteradas de constrangimento e humilhação, que ofendem a sua saúde física e mental (Carlos Zangrando)

• Quatro condutas podem ser classificadas como assédio moral:

• Deterioração proposital das condições de trabalho; • Isolamento e recusa de comunicação;

• Atentado contra a dignidade da pessoa humana; • Violência verbal, ou física.

(47)

Assédio Moral.

• O assédio moral pode ser de natureza:

• vertical – é aquele praticado pelo chefe ou superior hierárquico;

• horizontal – é aquele praticada por um ou vários colegas de mesmo nível hierárquico;

• ou ascendente – é aquele praticado pelos subordinados contra um chefe/superior.

• Exemplos de assédio moral:

• Cobranças individuais, diárias e constantes por metas de modo descortês; • Isolar o empregado;

• ócio forçado;

• A dinâmica de grupo que expõe o participante a situação humilhante ou vexatória;

• Confinamento proposital do empregado em sala afastada, sem real necessidade;

• Diminuição injustificada da autonomia; • Atribuição de tarefa inútil

• Contestação sistemática, e sem razão, de suas decisões; • Criticar o trabalho de forma injusta ou exagerada;

(48)

Assédio Moral.

• Consequências em ambiente onde há prática de assédio moral:

• licenças médicas;

• Alto índice de faltas injustificadas

• Empregados com depressão, pressão alta, falta de apetite, irritabilidade, isolamento, dores crônicas, problemas sexuais e dificuldades para dormir. • Síndrome de Burnout

• Pleito de rescisão indireta do contrato de trabalho: • Pelo empregador/preposto 483, “a”, “b” ou “e”

• a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons costumes, ou alheios ao contrato;

• b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;

• e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato lesivo da honra e boa fama;

(49)

Dano moral

(50)

Assédio Sexual.

• Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de

obter

vantagem

ou

favorecimento

sexual,

prevalecendo-se o agente da sua condição de

superior hierárquico ou ascendência inerentes ao

exercício de emprego, cargo ou função."

• OIT : “atos, insinuações, contatos físicos forçados,

convites impertinentes, desde que apresentem

uma das características a seguir: a) ser uma

condição clara para manter o emprego; b) influir

nas promoções da carreira do assediado; c)

prejudicar o rendimento profissional, humilhar,

insultar ou intimidar a vítima.”

(51)

Assédio Sexual.

• Conceito: “É o pedido de favores sexuais pelo superior

hierárquico, ou sócio da empresa, com promessas de

tratamento diferenciado em caso de aceitação e/ou de

ameaças, ou atitudes concretas de represálias no caso

de recusa, como a perda do emprego, ou de benefícios.

É necessário que haja uma ameaça concreta de

demissão do emprego, ou da perda de promoções, ou de

outros prejuízos, como a transferência indevida, e/ou

pela insistência e inoportunidade. É a “cantada”

desfigurada pelo abuso de poder, que ofende a honra e a

dignidade do assediado” . Ernesto Lippmann

(52)

Assédio Sexual.

• o sujeito ativo do comportamento geralmente é o homem; mas pode ser a mulher; e pode ocorrer entre pessoas do mesmo sexo; • pode se caracterizar através de diversos tipos de atos, que vão

desde comentários sexuais (piadas de duplo sentido, insinuações ou gracejos) até atos extremos tais como ameaça – física ou verbal – direta com o intuito de obtenção de favores sexuais.

• é essencial que esta conduta seja repelida pelo seu destinatário • o assédio sexual se vincula a condutas não desejadas e

desagradáveis para o receptor, ou seja, impostas, apesar de não correspondidas.

• o assédio supõe sempre uma conduta sexual não desejada, não se considerando o simples flerte ou paquera

• o assédio sexual depende, para a sua configuração, de que a conduta do assediante seja reiterada, um ato isolado não caracteriza assédio

(53)

DIREITO DO TRABALHO

PODERES DO EMPREGADOR

(54)

Poderes do empregador.

• Poder diretivo.

• Relação entre os artigos 2º e 3º da CLT. Subordinação

jurídica: Transferência do modus operandi a outrem.

• Justificativa do Poder diretivo:

(55)

Poderes do empregador.

• Poder regulamentar

.

• Regulamentação interna das relações de trabalho. • Normas gerais ou individuais, escritas ou verbais.

• Plano de Cargos e Salários, Regimento Interno, Ordens de Serviço, etc., como fonte de direito. Súmula 51 TST.

• Leis estaduais e municipais.

• Os regulamentos internos aderem ao contrato de trabalho como cláusulas que ali estivessem escritas desde que exercidas dentro dos limites do poder diretivo (veremos adiante) e quando forem mais benéficas ao empregado (art. 444, CLT), de sorte que aquelas normas que estiverem fora destes limites serão consideradas cláusulas contratuais contra

(56)

Poderes do empregador.

• Quando o Estado ou a Prefeitura, em suas administrações diretas, autárquicas ou fundacionais contratam empregado estão se despindo da condição de “Estado” e rebaixando-se à condição de particular, eis que firmam relação jurídica de direito privado, posto que regida pela CLT.

• Logo, as Leis, Decretos, Ordens de Serviço, etc., emanadas pelo

ente contratante não incidem nestas relações jurídicas

efetivamente como “normas jurídicas”. Se assim fosse, estaria sendo violado o art. 22, I da Constituição Federal.

• Estas podem incidir no contrato de trabalho, mas com o mesmo tratamento que se dê ao regimento interno da empresa. Devem, portanto, sofrer a limitação afeta ao poder diretivo do empregador e àquela prevista no art. 444 da CLT.

(57)

Poderes do empregador.

• Poder Fiscalizatório

. Decorrência lógica.

• De nada adianta ter o poder de ordenar, se não for

possível fiscalizar o cumprimento das ordens que daí

emanam.

(58)

Poderes do empregador.

• Poder Disciplinar.

• Modalidades de punição.

• Requisitos para punição

• Falta grave

• Proporcionalidade • Imediatidade

• Nexo Causal

• Informalidade na apuração. Súmula 77 TST.

(59)

Limites aos poderes do empregador.

• Ao poder diretivo.

• Art. 483, CLT.

• Ao poder Regulamentar

• Art. 444, CLT

• Ao poder de fiscalização.

• Art. 1º, III e IV; 5º, III e X, ambos da CF e art. 373-A, VI da CLT.

• Ao poder Disciplinar.

(60)

Limites aos poderes do empregador.

• Ao Poder Diretivo

• É certo que o empregado é subordinado e, portanto, o

empregador tem o poder de emitir ordens.

• O art. 483, a, da CLT, entretanto, considera justa causa

patronal a determinação que:

• a) Sejam contrárias à Lei;

• b) Sejam contrárias aos bons costumes;

• c) Extrapolem os limites do contrato;

(61)

Limites aos poderes do empregador.

• AO PODER REGULAMENTAR

• O art. 444 da CLT estabelece que as normas contratuais

são de livre estipulação, desde que colidentes com as

normas de garantia mínimas previstas no ordenamento

jurídico e nas normas coletivas.

• Este é o limite do poder regulamentar. O empregador

não pode regulamentar em violação à tais garantia.

• Ex: PCS que preveja, para adesão, a renúncia aos

reajustes salariais previstos na Convenção Coletiva.

(62)

Limites aos poderes do empregador.

• AO PODER DE FISCALIZAR

• No Brasil não há regramento próprio para delimitar o

poder de fiscalização do empregado.

• Há um conjunto de Princípios, agasalhados pela

Constituição Federal, que estabelecem os limites

relativos desta atuação.

(63)

Limites aos poderes do empregador.

• Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela

união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito

Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e

tem como fundamentos:

• III - a dignidade da pessoa humana;

• IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

• Art. 5º - ...

• III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;

• X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;

(64)

Limites aos poderes do empregador.

• Daí surgem os limites relativos do exercício do poder de

fiscalização, quais sejam, a dignidade da pessoa humana,

a vedação a tratamento degradante e a preservação da

intimidade.

• Neste sentido, leciona Maurício Godinho Delgado:

• “Nesse quadro, é inquestionável que a Carta Constitucional de 1988 rejeitou condutas fiscalizatórias e de controle da prestação de serviços que agridam à liberdade e a dignidade básicas da pessoa física do trabalhador. Tais condutas chocam-se, frontalmente, com o universo normativo e de princípios abraçado pela Constituição...”

(65)

Limites aos poderes do empregador.

• As questões mais intrigantes a este respeito versam

sobre a

revista íntima

e o monitoramento eletrônico.

• Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado:

• VI - proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias.

• Com base no Princípio da Isonomia (art. 5º, caput,

Constituição Federal), é possível estabelecer que a

vedação não se dá apenas à mulher, mas ao empregado

em geral.

(66)

Limites aos poderes do empregador.

• AO PODER DISCIPLINAR

• a) Vedado punir conduta não tipificada;

• b) Vedado punir com desproporção;

• c) Vedado punir com retardo;

• d) Vedada punição sem nexo causal;

(67)

Limites aos poderes do empregador.

• A punição em pecúnia;

• A transferência.

• O rebaixamento de função;

• O rebaixamento de salário;

• Colocar o empregado em funções degradantes.

• Exemplos deste último: negar trabalho; contar pombos;

colocar em sala de vidro para exposição vexatória, etc.

(68)

Referências

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