Quarta-Feira, 19 de outubro de 2016
Bom dia,
Agenda interna e COPOM no radar. Hoje sem horário para ocorrer teremos as divulgações do Índice de
Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de outubro e o PIB mensal da Serasa referente a agosto. Atenção para a divulgação da decisão do COPOM, que após nove reuniões consecutivas de estabilidade na SELIC (14,25%), finalmente deve dar início no corte da taxa. A questão ainda em aberto é a magnitude do corte; as apostas estão divididas entre um corte de 0,25 p.p. ou de 0,5 p.p.. Um corte de 0,25 p.p. pelo BC indicaria maior cautela, dado o
cenário inflacionário ainda conturbado, já na segunda opção o corte de 0,5 p.p. indicaria maior confiança da instituição no cumprimento das diretrizes de inflação para o próximo ano.
Inflação na cidade de São Paulo volta a subir na segunda quadrissemana de outubro. Após queda de 0,07% na
primeira leitura de outubro, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) divulgou hoje pela manhã a leitura da segunda quadrissemana do mês que ficou em 0,02% praticamente estável. O índice abrange a variação de preços às famílias com renda mensal entre 1 e 10 salários mínimos.
IGP-M vem acima das expectativas. Segundo divulgado há pouco pela Fundação Getulio Vargas, a inflação
medida pelo IGP-M no segundo decênio de outubro apresentou variação de 0,16%, contra 0,27% no mesmo período de coleta do mês anterior. A expectativa do mercado era de uma variação de 0,06%. O cálculo foi feito em cima dos dias 21 do mês anterior e do dia 10 deste mês.
Pesquisa Mensal de Serviços apresenta contração em Agosto. Segundo divulgado agora há pouco pelo IBGE, a
Pesquisa Mensal de Serviços ficou negativa em 1,6% no mês, ante resultado de 0,4% em julho. A expectativa média era de uma contração ainda maior, de 1,9% no indicador.
O gigante asiático
continua crescendo. O PIB chinês apresentou elevação de 6,7% no terceiro trimestre em relação ao mesmo
período de 2015, ficando dentro das expectativas do mercado, mostrando que os estímulos do governo estão surtindo efeitos na economia, apesar dos temores de uma forte desaceleração, principalmente, pelos problemas enfrentados no mercado financeiro local. No entanto, Pequim ainda caminha para cumprir sua meta de crescimento de pelo menos 6,5% em 2016. Além do PIB, foram divulgados os números de venda do varejo, ficando em linha com a projeção de mercado, onde cresceram 10,7% e; a produção industrial que desacelerou de 6,3% em agosto para 6,1% em setembro, abaixo da previsão de 6,4%. Vale comentar que mesmo que os indicadores tenham ficado dentro ou levemente abaixo das expectativas, os sinais são de uma melhora na economia chinesa. Todo este resultado reflete os esforços do banco central da China que já vem reduzindo as taxas de juros de referência desde novembro de 2014, além de promover incentivos para expandir o uso de operações de mercado aberto para injetar dinheiro no setor bancário, mas vale ressaltar que todos estes movimentos podem estar chegando ao fim, pois o governo está bem preocupado em incentivar demais a economia e acabar criando maiores pressões sobre a moeda que já vem bastante enfraquecida.
Na agenda dos EUA destaque fica com o Livro Bege. Além do compilado de informações que evidenciam as
condições econômicas regionais dos EUA e que provavelmente devem reforçar a tendência de maior tração da atividade por lá, também merecem atenção dados de concessão de alvarás e novas construções residenciais que devem apresentar evolução. Também haverá discurso de John Williams, presidente do Fed de São Francisco, que,
apesar de não ter direito a voto no comitê de política monetária norte americana, pode movimentar com expectativas sobre o próximo FOMC que ocorre nos dias 1 e 2 de novembro.
Bolsas mundiais de olho em indicadores. Os principais índices acionários na Europa abriram em leve queda, com
a espera de alguns indicadores vindos dos EUA e da divulgação do livro Bege, já que o PIB da China veio dentro do esperado. E falando em Ásia, os mercados fecharam com algumas bolsas em alta, mas Hong Kong e Shanghai tiveram queda, ainda que inferior a 1% em meio as continuas preocupações com o enfraquecimento do iuan.
Gafisa (GFSA3) lança mais, mas vende menos no 3T16 e já divulga resultado da Tenda. A companhia lançou 21%
mais do que no mesmo período do ano passado, com a alta vindo concentrada no segmento Gafisa, já que a Tenda lançou apenas 1,8% a mais que no 3T15. Porém, as vendas não acompanharam o ritmo dos lançamentos. No segmento Gafisa, as vendas até cresceram, 4%, mas abaixo do ritmo de crescimento dos lançamentos. Já em Tenda, mesmo lançando praticamente o mesmo que no ano passado, as vendas do segmento caíram 17%. Os distratos continuaram no mesmo patamar no trimestre anterior, perto dos R$ 190 milhões. Com entregas de R$ 1,2 bi, se calcularmos um índice de distratos / entregas, chegamos a 0,15. Claro que nem todos os distratos foram de entregas nesse trimestre, mas já é uma medida de como anda a velocidade de distratos. E nos trimestres imediatamente anteriores, tanto para a Gafisa, quanto para a média do setor, esse número foi maior, denotando alguma melhora. As companhias que já divulgaram prévia nesse trimestre, não abriram esse número. Adicionalmente, a Tenda divulgou seu resultado, o primeiro apartado de Gafisa, e os números vieram melhores
que nos trimestre anteriores. A margem EBITDA, que era de 11,1% no 3T15 e 8,4% no 2T16, foi para 14,7% e o lucro líquido de R$ 23 milhões foi o maior dos últimos trimestres. Os repasses e a geração de caixa no trimestre foram bastante afetados, como aconteceu com a MRV (como comentamos no Diário de ontem), pela greve dos bancários que ficaram parados por praticamente o mês de setembro inteiro. Sem grandes novidades, a não ser o balanço de Tenda ter vindo junto da prévia de Gafisa, a divulgação não deve ter grande impacto nos papéis e o investidor deve continuar olhando para o processo de spin off da Tenda, que pode movimentar GFSA3 no futuro próximo, mas a companhia ainda não trouxe novidade nesse sentido.
Mais recursos para o MEC traz onda de otimismo com o setor (ANIM3, ESTC3, KROT3 e SEER3). Conforme
destacamos na publicação matinal de ontem, a aprovação pelo Congresso Nacional do projeto de lei que liberou R$ 1,1 bilhão para o Ministério de Educação (MEC) realizar a quitação da dívida de R$ 702,5 milhões com os agentes financeiros do FIES, assim como os outros R$ 400,0 milhões que garantirão o Enem 2016, animou o mercado. Ao fim do pregão de ontem, as ações da ANIM3 valorizaram 8,9%, enquanto que os ativos da Estácio e da Kroton subiram 4,4% e 4,3%, respectivamente, e os papéis SEER3 tiveram a alta mais moderada dentre as companhias do setor, com variação de +2,0%. Apesar do ambiente econômico ainda bastante fragilizado, avaliamos que o panorama para as empresas educacionais se mantém favorável, sobretudo, em razão da melhora em aspectos regulatórios. Isso porque o orçamento para 2017 do MEC destina cerca de R$ 20 bilhões ao FIES, superior aos R$ 18,7 bilhões estipulados pela pasta neste ano, o que deverá garantir a sustentabilidade do programa de financiamento público, a quitação junto às instituições de ensino superior privado dos créditos retroativos de 2015 e a abertura de, pelo menos, 300 mil novos contratos FIES no ano que vem. Dessa maneira, entendemos que o movimento positivo das ações deverá continuar diante das boas perspectivas para o setor.
