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ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho ACÓRDÃO

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ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gab. Des. Genésio Gomes Pereira Filho

ACÓRDÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO n° 200.2009.038547-3/001 — 1 7a Vara Cível da Capital

RELATOR: Des. Genésio Gomes Pereira Filho

AGRAVANTE: Energisa Paraíba — Distribuidora de Energia S/A ADVOGADOS: Carlos Frederico Nobrega Farias e Outros AGRAVADA: Plastimil Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. ADVOGADO: Pedro Eduardo Pinheiro Silva

PROCESSUAL CIVIL — Agravo de Instrumento — Determinação judicial para que a concessionária de energia elétrica se abstenha de recusar ligações aos usuários adquirentes de caixas de medição de fabricação da agravada — Alegação da agravante de que há risco para o consumidor e que agiu no exercício regular de direito — Falta de comprovação — Alegação de que a norma da ABNT permite apenas o uso dos materiais "noryl" e "policarbonato"— Mera afirmação da existência de norma da ABNT que não foi corroborada com documento comprobatório do alegado — Desprovimento do recurso.

— No caso em tela, de acordo com a documentação anexa, não está claro se as caixas de medição fabricadas pela agravada sem o produto "noryl" causam riscos ao consumidor.

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- Conforme afirmou o Ministério Público Federal (cópia do Parecer às fls.2681277), "a ANEEL não delega às concessionárias algum tipo de competência para edição de normas, especialmente de natureza restritiva ao consumidor".

- Vale salientar que embora a agravante tenha afirmado que, posteriormente ao ajuizamento da ação principal, o CONMETRO passou a exigir a utilização dos materiais "noryl" e "policarbonato", não trouxe aos autos a norma por ela mencionada (ABNT NBR 15820/2010), trazendo apenas cópia de acórdão do TRF da 5a Região que ao citar a referida norma (fis.534/535) menciona apenas quais os materiais que não podem ser utilizados nas caixas de medição elétrica. Ora, portanto, não se pode afirmar de forma categórica que os materiais "noryl" e "policarbonato" são os únicos permitidos pelo CONMETRO nem que a "blenda polimérica" é proibida. O acórdão do TRF não é súmula vinculante e a norma da ABNT nele citada não esclarece quais os materiais que devem ser utilizados.

VISTOS, relatados e discutidos, os autos acima identificados.

ACORDAM os integrantes da Terceira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça, à unanimidade, negar provimento ao agravo, nos termos do voto do Relator e da certidão de julgamento de f1.548.

RELATÓRIO

Energisa Paraíba - Distribuidora de Energia S/A interpôs agravo de instrumento com pedido de efeito suspensivo em face da decisão de fls. 338/339 que determinou que a "Energisa se abstenha de recusar ligações aos usuários adquirentes de caixas de medição de fabricação da autora, sob pena de multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por ligação recusada comprovadamente em virtude da não aceitação das caixas".

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O recurso veio instruído com as cópias da decisão agravada (fls. 338/339), da certidão da respectiva intimação (fl. 25); e, das procurações (fls.22 e 197), além de outros documentos que entendeu a agravante pertinentes.

Na ação ordinária (fls.172/194), a autora, ora agravada, requereu o "deferimento da antecipação de tutela, determinando a ré que se abstenha de ato ilegal, permitindo as ligações de energia elétrica aos consumidores que houverem adquirido as caixas fabricadas pela autora e envie, imediatamente e às suas expensas, a todos os comerciantes das caixas protetoras de energia elétrica em sua área de concessão".

Às fls. 344/348 foi negado seguimento ao agravo, em razão da litispendência verificada entre a ação ordinária proposta na Justiça Estadual e o mandado de segurança interposto na 3a Vara da Justiça Federal, já que o cerne de ambas as lides era averiguar se a Energisa deveria aceitar as caixas de medição fabricadas pela Plastimil.

Em face desta decisão, a Plastimil Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. interpôs embargos de declaração alegando que o processo ajuizado na Justiça Federal, apesar de ter tido a liminar, deferida, contudo foi essa depois cassada, e extinto o processo sem resolução do mérito.

Às fls. 358/361, a Energisa apresentou resposta aos embargos declaratórios.

Às fls.365/368, após juntada de recente movimentação do processo que tramitava na Justiça Federal (fl.353), foi confirmado que o mandado de segurança mencionado foi extinto sem resolução do mérito, o que afastou a afirmação de litispendência, e fez com que os embargos declaratórios fossem acolhidos como agravo interno, com provimento para, em consequência, ser dado prosseguimento ao presente agravo de instrumento.

Contra esta decisão, a Energisa Paraíba apresentou embargos declaratórios às fis.375/382, os quais foram rejeitados às fls.4051407.

Conclusos, OS autos voltaram para apreciação do pedido liminar.

Às fls.411/413 foi indeferido o pedido de atribuição de efeito suspensivo.

Apesar de interposto pedido reconsideração pela Energisa, a decisão foi mantida (fls.439/440).

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Contrarrazões às fls.487/504.

Às fls.512/517, a Procuradoria de Justiça opinou pelo conhecimento e desprovimento do recurso.

VOTO

Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que determinou que a "Energisa se abstenha de recusar ligações aos usuários adquirentes de caixas de medição de fabricação da autora, sob pena de multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por ligação recusada compro vadamente em virtude da não aceitação das caixas".

Ao analisar o pedido liminar, não foi vislumbrado o fumus boni juris alegado pela recorrente, pois não verificadas "razões legais para que a concessionária edite normas técnicas e, consequentemente, não aceite as caixas de medição fabricadas pela Plastimil".

Vale lembrar que ao julgar o presente recurso, devemos considerar apenas se os requisitos ensejadores da antecipação de tutela realmente existem, pois o agravo de instrumento deve ficar restrito à matéria devolvida a esta Corte, sob pena de julgamento "per saltum".

Para que tenha cabimento o presente recurso impõe-se que não haja discussão de matéria fática, ou que sobre ela não tenha havido controvérsia, restando controvertidas apenas as questões jurídicas, pois, apenas estas permitem saltar um grau de jurisdição, permitindo

o seu conhecimento e julgamento pelo tribunal "ad quem".

Logo vê-se que a questão aqui apresentada é matéria controvertida, não podendo este tribunal adentrar no mérito do processo principal.

Cumpre, portanto, observar se está demonstrado o bom direito, bem como, se o ato decisório questionado pode gerar lesão grave e de difícil reparação.

Alega a agravante que as exigências técnicas levam em consideração a segurança do consumidor.

No caso em tela, de acordo com a documentação anexa, não está claro se as caixas de medição fabricadas pela agravada sem o produto "noryl" causam mesmo riscos ao consumidor. Na f1.81

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dos autos, foi afirmado pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) "que não há qualquer consenso entre as diversas concessionárias do pais quanto à exigência de que seja empregada tal substância na confecção das caixas de medição". Outrossim, na f1.57 consta laudo onde as caixas de medição da agravada foram aprovadas no item "classe de proteção da caixa".

A agravada justifica a utilização do material "blenda polimérica" ao invés do "noryl" por serem ambos similares, sendo que este é um material monopolizado e de alto custo tendo em vista ser um produto exclusivo da empresa GE Plastics South America Ltda.

No que tange à alegação de que a Energisa agiu no exercício regular de direito, este não ficou comprovado, ao contrário, conforme bem afirmou o Ministério Público Federal (cópia do parecer às fls.268/277),, lançado nos autos do Mandado de Segurança a que se fez referência, ANEEL não delega às concessionárias algum tipo de competência para edição de normas, especialmente de natureza restritiva ao consumidor".

Vale salientar que embora a agravante tenha afirmado que, posteriormente ao ajuizamento da ação principal, o CONMETRO passou a exigir a utilização dos materiais "noryl" e "policarbonato", não trouxe aos autos a norma por ela mencionada (ABNT NBR 15820/2010), trazendo apenas cópia de acórdão do TRF da 5a Região que ao citar a referida norma (fls.5341535) menciona apenas quais os materiais que não podem ser utilizados nas caixas de medição elétrica. Ora, portanto, não se pode afirmar de forma categórica que os materiais "noryl" e "policarbonato" são os únicos permitidos pelo CONMETRO nem que a "blenda polimérica" é proibida. Ainda que o Desembargador Federal tenha entendido nesse sentido, não podemos decidir este agravo de instrumento com base em dados fornecidos em outro processo, de outra jurisdição, sem que nestes autos tenha sido anexada a norma da ABNT NBR 15820.

O acórdão do TRF não é súmula vinculante e a norma da ABNT nele citada não esclarece quais os materiais que devem ser utilizados. Assim, não podemos julgar o agravo de instrumento com base em mera afirmação da existência de norma da ABNT que não foi corroborada com documento comprobatório do alegado.

Portanto, observando a vasta documentação, não é possível se constatar a fumaça do bom direito capaz de modificar a decisão do Juízo "a quo".

Os fatos arguidos pela agravante requerem uma dilação probatória que deverá ser realizada no processo principal.

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Sendo assim, NEGO PROVIMENTO ao agravo de instrumento.

É como voto.

Presidiu a sessão o Exmo. Sr. Desembargador Saulo Henriques de Sá e Benevides. Participaram do julgamento, o Eminente Desembargador Genésio Gomes Pereira Filho, o

Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos e o Exmo.Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides. •

Presente ao julgamento o Exmo. Sr. Dr. Alcides Orlando de Moura Jansen, Procurador de Justiça.

Sala de Sessões da Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, João Pessoa, 14 de dezembro de 2010.

Des. Gen Gome reira Filho Rela r

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TRIBUNAL DE jUS'flÇA, Coordenado iria Judieittria

Registrado cin-.77 716)7 /2~2

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