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Divisão da filosofia peirciana

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Academic year: 2021

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Divisão da filosofia peirciana

A Filosofia peirciana é dividida em três ramos:

1. Fenomenologia (filosofia do fenômeno: tal como ele pode ser)

2. Ciências Normativas (filosofia do fenômeno: tal como ele deve ser)

Estética (sentimento: admirável) Ética (conduta: boa, justa)

Lógica (pensamento: correto)

Gramática especulativa (classificação dos tipos

de signo com os quais o pensamento age)

Lógica crítica (estudo dos modos de raciocínio) Retórica especulativa/Metodêutica (estudo dos

métodos)

(3)
(4)

Fenômeno

“[...] por faneron eu entendo o total coletivo de

tudo aquilo que está de qualquer modo

presente

na

mente,

sem

qualquer

consideração se isto corresponde a qualquer

coisa real ou não”

(5)

Tarefa da fenomenologia

 Não compete à Fenomenologia inventariar categorias como modos de ser da realidade, mas da aparência; do modo como

esta possível realidade é, por nós, experienciada quotidianamente.

 Também não compete a esta ciência aquilo que é particular na experiência, visto que “o que a entretecerá é um modo geral

(6)

Categorias fenomenológicas

Primeiridade

Secundidade

(7)

Primeiridade

 A primeira categoria traz em si a ideia de primeiro, que está associada à de liberdade.

 “Livre é aquilo que não tem outro atrás de si determinando suas ações”.

 Experiência interna à mente, imediata:

 alheia ao tempo, ao espaço e a qualquer outro (tudo é vivido como parte de uma unidade ou totalidade)

 É uma CONSCIÊNCIA QUALITATIVA, por meio da qual experienciamos:

 as meras qualidades (cores, texturas, sons, odores, movimentos etc.) em si mesmas, como algo da ordem do sentimento (e não, ainda, da percepção); sem

qualquer referência a um corpo, ou materialidade externa à mente.

(8)

Secundidade

 Estamos no terreno da segunda categoria, quando àquela unidade na mente, segue-se uma CONSCIÊNCIA DE

DUALIDADE, dada por algo que se percebe e, portanto, que é externo (segundo) em relação a essa mente.

 “[...] a qualidade é apenas uma parte do fenômeno, visto que, para existir, a qualidade tem de estar encarnada numa matéria”.

 Equivale à experiência de ação e reação:

mente interna outro (alter) Aparente

(possível, potencial)

Existente

(atualizado/tornado ato).

indefinido (fluido) definido (concreto)

x

(9)

Terceiridade

 A terceira categoria traz a ideia de um terceiro mediador entre o primeiro e o segundo.

 “a experiência de mediar entre duas coisas traduz-se numa experiência de síntese, numa consciência sintetizadora”.

 Esta CONSCIÊNCIA SINTETIZADORA interpõe, entre o primeiro e o segundo, uma ideia geral.

 Isso equivale a: Generalização  Representação  Significação  Pensamento  Cognição  Aprendizado

(10)

Semiótica geral

 Tem como objeto de estudo a consciência sintetizadora, generalização, pensamento...

 Isso envolve o interesse sobre como essa consciência interpreta:

 (1) A consciência qualitativa: pensamento sobre sentimento

 (2) A consciência perceptiva: pensamento sobre percepção

(11)

Mediação

 Peirce chamou de mediação o processo geral do

pensamento, quando a consciência sintetizadora coloca um 3º para representar um 1º e um 2º.

 Toda mediação, segundo ele, gera uma relação triádica, que ele chamou de signo triádico.

1

(12)

Signo triádico

SIGNO OBJETO

INTERPRETANTE

 Um signo é

aquilo que

, sob certo aspecto ou modo,

representa algo para alguém.

 O signo peirciano enlvolve três elementos correlatos: O signo em si, ou aquilo que representa.

O objeto, ou aquele algo que é representado.

(13)

Ex:

imagem de uma casa popular

como signo

1

(14)

Semiose

 Um signo, segundo Peirce, pode ser uma relação potencial (caso em que sentimos ou percebemos sem interpretar) ou atualizada (tornada ato) pela mente (caso em que essa interpreta o signo).

 Semiose é o nome dado à ação de um signo em uma mente.

 Para que a semiose aconteça deve haver, portanto, um INTÉRPRETE,

que coloca o signo em ação.

1

(15)

Semiose como um processo

contínuo

SIGNO OBJETO INTERPRETANTE S O I S O I S O I

 A cada semiose o intérprete não apenas atualiza (torna ato) a ideia

que se tem do objeto em um intepretante;

 este (o intepretante) torna-se signo, pois estabelece (ele mesmo), uma nova relação com o objeto, que tende a ser interpretada em outra semiose.

(16)

Ex:

imagem da casa reinterpretada

 Uma CASA, por exemplo, além de um objeto físico, é um

objeto semiótico e, como tal, é algo que continua a ser

interpretado ao longo de toda sua vida.

 O uso que se faz dela, e que altera o físico, é o modo como essa interpretação se torna perceptível.

1

2

3

...

(17)

Ex:

Nossa ideia do planeta Terra

 Considere a evolução da nossa ideia da Terra.

 Essa tem sido atualizada conforme aumenta a nossa experiência com ela, à medida que nossos signos são colocados em teste pela experiência.

1

(18)

Signo e linguagem

 Nossas interpretações podem ser atualizadas na forma imaterial do pensamento, mas

 Se queremos comunicá-las aos outros, precisamos de uma linguagem;

1 2

Com qual linguagem?

(19)

Imagem como signo

 As imagens são linguagem à medida que as utilizamos para exteriorizar e comunicar nossos sentimentos, percepções e pensamentos.

 Percebê-las e interpretá-las é um modo de ler o mundo.

1

(20)

Redes semióticas e o consenso

 As linguagens atualizam externamente aquilo que pensamos;  ver externamente nosso próprio pensamento é, de um lado, um

importante passo para a evolução do próprio pensamento.  De outro, viabiliza a comunicação interpessoal e,

consequentemente, amplifica os colaboradores das semioses;  As redes semióticas viabilizam, por sua vez, as ideias de

(21)

O consenso dos estilos

 Os estilos são exemplos de ideias de consenso na história

das imagens.

1

2

3

(22)

A semiose infinita e o objeto

 Para que um signo seja gerado em uma mente, deve haver algo externo a essa mente que é a causa primeira do signo.

 Esse algo é o objeto na realidade.

 O objeto real é diferente do objeto talcomo representado no signo; pois o signo o representa apenas “sob certo aspecto ou modo”.

 Além disso, o objeto real é dinâmico, uma vez que está sujeito às transformações da evolução.

(23)

Representação realista da figura

humana: uma semiose infinita

S I

O

(24)

2 objetos

 As noções de objeto real e objeto tal como representado no signo, estão em dois conceitos peircianos:

 Objeto dinâmico: o objeto externo ao signo (que existe fora dele e anteriormente a ele). Sua natureza não pertence à instância da representação; como todo o real, tem alteridade em relação às representações.

 Objeto Imediato: o objeto apresentado no signo. O objeto lógico; depende daquele aspecto do objeto que foi captado pelo signo e que lhe dá fundamento.

(25)

2 objetos

1

2

3

2

A ideia de objeto real é extremamente importante para a ciência, que busca uma representação eficiente da realidade.

A ciência busca representar leis gerais de comportamento da realidade, mas, não lida diretamente com essas leis; seu contato é sempre com ocorrências particulares da lei. Ex.: lei da gravidade

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3 intepretantes

 No âmbito do interpretante, também, Peirce propõe distinguir entre:

 Interpretante Imediato: tudo aquilo que um signo pode realizar

independente de uma mente, está em um nível, ainda, possível, potencial.

 Interpretante dinâmico: ocorre quando uma mente particular de fato interpreta um signo, atualiza uma síntese entre tantas

possíveis.

 Interpretante final: está ligado à noção de que cada mente

individual atualiza as potencialidades do signo apenas em parte; cabe a uma comunidade de investigadores chegar a um grau

de intepretação mais elevado da realidade (ainda que apenas

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Interpretante imediato

o caso das artes visuais

 Toda obra de arte é, parafraseando Umberto Eco, aberta.  Nos aproximamos da sua interpretabilidade por meio de um

estudo das possíveis relações que uma mente de um intérprete poderá fazer entre os elementos formais da obra (cores, linhas, texturas, luz) e entre a obra e seus objetos.

 O grau de abertura varia conforme o caso. A informalidade da

arte contemporânea torna suas obras mais indeterminadas do que outras:

(28)

Intepretante dinâmico

o caso das imagens artes visuais

 Cada um de nós é, em si, um intérprete e está apto a atualizar o significado de uma obra de arte.

 Para atingir uma interpretação responsável, todavia, devemos buscar atingir as competências daquilo que Umberto Eco chamou de “leitor modelo” (ensaio O leitor-modelo, presente no livro Lector in

fabula). http://revistas.pucsp.br/index.php/kaliope/article/view/3744/2444

 Para Eco o leitor deve:

 ter consciência de que todo texto é econômico e vive da cooperação leitor;

 tornar-se ativo na atualização do texto,  construir hipóteses de intepretação.

(29)

Intepretante final

o caso das imagens artes visuais

 Nem um indivíduo pode, sozinho, chegar a um interpretante final de um texto.

 O ideal do interpretante final é compartilhado por grupos ou redes ou comunidades de investigadores.

 Interpretantes finais no âmbito das artes visuais são consensos estabelecidos por historiadores, críticos de arte, teóricos da arte, filósofos da arte...

 O que todos nós podemos é participar ativamente desses grupos por meio de nossas próprias pesquisas ou ter acesso às

(30)

Diagrama da semiose

Com base no diagrama apresentado por Santaella em O que é semiótica, São Paulo: Perspectiva, 1985.

Objeto dinâmico (realidade) Objeto imediato Interpretante dinâmico (interpretação) Interpretante imediato Interpretante final (Verdade) Fundamento SIGNO

(31)

3 tipos de fundamento

 A definição do que dá fundamento aos signos para agirem como tal resultou da consideração peirciana de que todo signo resulta da experiência de uma mente com algo mais ou menos real.

 E de que tudo (ou quase tudo) o que afeta a mente possui:

 1. qualidades (cor, brilho, opacidade, amargor, doçura, textura, qualidade sonora ...);

 2. singularidades: tudo o que existe se materializa de um modo particular, específico, singular;

 3. generalidade: tudo o que de fato conhecemos deve pertencer a uma classe de coisas, com as quais mantém certas

(32)

3 tipos de fundamento

 O modo como essas coisas aparecem à mente dá origem ao fundamento do signo, que pode ser de três tipos :

 1º qualidades resultam em qualisignos  2º singularidades resultam em sinsignos  3º regularidades resultam em legisignos

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1º quali-signo

1º qualisignos: meras qualidades do signo que afetam a percepção, estimulando-a a relacionar experiências distantes no tempo e no

espaço, contudo, semelhantes entre si porque partilham das mesmas qualidades.

O objeto da percepção é, nesses casos, vago, indefinido, mera possibilidade.

O objeto do signo, nesse caso, é sempre resultado de uma relação de

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Associação por similaridade

Todo signo tem certas qualidades, as quais têm o poder de remeter a

mente a objetos que têm qualidades semelhantes;

As relações por similaridade fluem na nossa mente, equivalem às primeiras “impressões” que temos das coisas, à livre associação dos sonhos.

(35)

2º sin-signo

2º sinsignos: características singulares do signo que afetam a

percepção e que determinam um vínculo específico entre o que é

percebido e um fato ou evento concreto no espaço-tempo.

O objeto do signo é, nesses casos, algo singular, individual,

particular.

O objeto do signo, nesse caso, independe de relações de semelhança entre signo e objeto; é determinado pela relação de contiguidade.

(36)

Relações por contiguidade

• Todas as imagens materiais (visíveis) têm certas

singularidades e podem

remeter a um objeto que é a causa de tais marcas da existência.

• assim, uma impressão digital é causada pelo indivíduo em particular que deixou aquela marca;

• outros tipos de impressão também deixam marcas que remetem à sua matriz, a exemplo das gravuras; • a fumaça remete ao fogo.

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3º legi-signo

3º legisignos: características de lei, elementos gerais do signo que afetam a percepção, estimulando-a a relacionar eventos distantes no tempo e no espaço, contudo, convencionalmente vinculados, porque seu

comportamento está submetido ao mesmo conceito, convenção, ou lei.

O objeto do signo é, nesses casos, esse algo geral, da ordem da lei,

conceitual.

O objeto do signo, nesse caso, independe tanto de relações de

semelhança quanto de contiguidade entre signo e objeto; é determinado

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Relações convencionais

Toda imagem, à medida que pertence a uma cultura,

contém elementos gerais que permitem classificá-la.

Assim, toda imagem funciona como uma espécie de

“réplica” ou caso particular de um tipo (geral), de uma classe de coisas, ou conceito, cujo significado é estabelecido arbitrariamente e mantido por convenção dentro da cultura.

Cruz cristã . Cruz Vermelha internacional

CASA

CASAMENTO

BRINCADEIRA

(39)

3 tipos de fundamento da

imagem (signo)

 1º qualidades (cores, texturas...) resultam em qualisignos

 2º singularidades (marcas, registros...) resultam em sinsignos

(40)

3 tipos de relação entre imagem

(signo) e seu(s) objeto(s)

Relações de similaridade são icônicas Relações de contiguidade são indiciais Consideram-se:

Índices genuínos

relações resultantes de contato físico (ex.: retrato fotográfico)

Índices degenerados

Relações resultantes de relação referencial (ex.: retrato pintado) Relações por convenção são simbólicas

(41)

Tricotomias dos interpretantes

IMEDIATO DINÂMICO FINAL EMOCIONAL ENERGÉTICO LÓGICO

(42)

Tricotomia do interpretante dinâmico

Dentre os três níveis de interpretante (imediato, dinâmico e final), o dinâmico é aquele que funciona em uma relação de

comunicação particular; é o mesmo que uma intepretação.

A relação do signo com o interpretante dinâmico subdivide-se em: - Emocional: qualidades de sentimento

- tensão... serenidade

- preocupação... alívio

...

- Energético: esforço físico ou mental

- reações automáticas (instintivas, a uma ordem) - esforço de pensar

...

-Lógico: aciona uma regra interpretativa - raciocínios lógicos em geral

...

(43)

Tricotomias dos interpretantes

IMEDIATO DINÂMICO FINAL EMOCIONAL ENERGÉTICO LÓGICO Rema: sugestão, possibilidade Dicente: afirmação, negação Argumento:

relação entre ideias por meio do raciocínio

(44)

Ticotomia do interpretante lógico

Remático: PODE SER Quando

a relação entre signo e objeto é uma mera semelhança, o objeto é uma possibilidade e

o interpretante também é uma possibilidade Dicente: É / NÃO É

Quando

a relação entre signo e objeto é uma contiguidade, o objeto é um existente ou um fato e

o interpretante uma informação sobre essa existência ou fato Argumental: DEVE SER (SE, ENTÃO...)

Quanto

a relação entre signo e objeto é uma convenção, o objeto é um caso dessa convenção e

o interpretante é aquilo que a convenção determina que o objeto seja.

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Tricotomias peircianas

Tricotomias Categorias I REPRESENTAMEN em si II Relação ao OBJETO III Relação ao INTERPRETANTE PRIMEIRIDADE QUALI-SIGNO ÍCONE (semelhança) REMA (pode ser) SECUNDIDADE SIN-SIGNO ÍNDICE (contiguidade) DICENTE (é/não é) TERCEIRIDADE LEGI-SIGNO SÍMBOLO (convenção) ARGUMENTO (deve ser)

Referências

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