Radônio em Minas Subterrâneas
Vandir Gouvea COMAPE/CNEN
Talita de Oliveira Santos MEDICINA/UFMG
Zildete Rocha CDTN/CNEN
Paulo Cruz COMAPE/CNEN (Coordenador)
Simpósio
Minérios & Radioatividade
NORM: Gerenciamento do Ponto de Vista da Proteção
Radiológica
Introdução
Alguns Exemplos de Minerais que contêm Urânio e Tório Uraninita Carnotita Autunita Torbernita Zeunerita ZirconitaTantalita Columbita Pirocloro
Microlita Escória Tantalífera e Estânifera Concentrado de Nióbio e Tântalo Xenotima Anatásio Monazita
Todo processamento técnico de minerais resulta na liberação de radionuclídeos
Mineiros são expostos internamente ao radônio, torônio e seus produtos de decaimento.
Em termos de exposição externa, eles são submetidos à radiação dos emissores gama presente nas rochas.
A principal fonte de exposição à radiação natural em minas subterraneas é decorrente dos produtos de decaimento do radônio.
238U 234Th 234Pa 234U 230Th 226Ra 222Rn 218Po 214Pb 214Bi 214Po 210Pb 210Bi 210Po 206Pb
Introdução
Limite máximo permissível recomendado: 1.000 Bq/m
3(ICRP115, 2010;
PROJETO RADÔNIO - Objetivos
Objetivo Geral
Garantir a integridade dos trabalhadores das minas subterrâneas no Brasil, bem como identificar os aspectos de proteção radiológica associados à presença de radônio em ambientes subterrâneos, de modo a prover subsídios para a revisão de normas da CNEN.
Objetivos Específicos
Identificar, as instalações subterrâneas com indicativos de necessidade de programa de monitoração e, quando for, o caso adotar medidas de controle para minimizar o risco radônio seguindo princípios e recomendações internacionais.
Promover estudos relacionados ao radônio, de modo a aprimorar a infraestrutura laboratorial de análise, com consequente melhoria da qualidade das medições, e prover suporte analítico rotineiro para as ações regulatórias a serem estabelecidas e implantadas.
• 42 instalações
PROJETO RADÔNIO – Relação de Participantes – Fase I
CNEN-DIMAP/RJ
(Mario Fraenkel, Vandir Gouvea, Paulo Cruz, João Siqueira, José Francisco Júnior e Jorge Passos)
LAPOC/MG (José Macacini e Nivaldo Silva)
UFRGS/RS
(Maria Lídia Vignol e Carlos Lima)
ESPOA/RS (Ana Maria Xavier)
CDTN/MG (Carlos Alberto Filho, Cláudio Raposo, James Alves, José Teixeira, Namir Vieira, Paulo Alves, Virgílio Bontempo e Walter de Brito)
IEN/RJ (Kátia Cardozo) DIFOR/CE (Getúlio Miyazaki) CRCN/CO (Edison Ribeiro) IRD/RJ (Vicente Melo)
PROJETO RADÔNIO
PROJETO RADÔNIO – Metodologia
As medições da concentração de radônio no ar foram realizadas com
detectores passivos de traços nucleares do tipo Policarbonato Lexan e
CR-39.
Em cada mina, selecionaram-se pontos ao logo de toda extensão, da
entrada do ar até o ponto de exaustão, obtendo a concentração média de
radônio da mina.
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 Concentração de Radônio (Bq.m-3) Nível de referência Minas C o n c e n tr a ç ã o d e R a d ô n io B q .m -3
11 minas com
concentração de Rn
acima do nível de
referência de 1000 Bq.m
-3PROJETO RADÔNIO
• 11 minas subterrâneas
selecionadas
(5 foram exauridas e 6 foram
visitas)
PROJETO RADÔNIO – Relação de Participantes - FaseII
CNEN-DIMAP/RJ
(Vandir Gouvea, Paulo Cruz, João Siqueira, Maísa Magalhães)
LAPOC/MG (José Macacini )
UFRGS/RS
( Maria Lídia Vignol , Carlos Lima e Rômulo Conceição)
ESPOA/RS (Ana Maria Xavier)
CDTN/MG (Zildete Rocha, Talita Santos e Walter de Brito)
IEN/RJ (Kátia Cardozo)
PROJETO RADÔNIO – Metodologia
Mineração
Principal Produto Mineral
Rocha Encaixante Situação da mina
Concentração de radônio na fase I do
projeto (kBq.m-3)
Mina B Carvão Siltito Em operação 3,0 ± 0,1
Mina C Esmeralda Cima/capa: Pegmatito
Baixo/lapa: Anfibolio Gnaisse Em operação 3,0 ± 0,5
Mina D Turmalina Xisto ou Quartzo Em operação 6,9± 0,1
Mina E Scheelita Calco Silicato Parada* 1,2± 0,1
Mina F Fluorita Traquito Em operação 2,5± 0,1
Algamatolito
Mina A
Cima/capa: granito riolito
Baixo/lapa: formação ferrífera (grupo Nova Lima) Área de transição: Milonito ou xisto de granito
6,5 ± 0,3 Mina vistada duas
vezes: na primeira visita estava parada* e
na segunda visita estava em operação
PROJETO RADÔNIO – Metodologia
Grandezas
Avaliadas Meio Método de Análise (Equipamento) Metodologia Aplicada Concentração
de222Rn (Bq.m-3)
Ar
Câmara de ionização de eletretos (SST-medidas de curto prazo) e detector de traços - CR-39
(medidas de longo prazo)
Os detectores foram distribuídos ao longo das minas subterrâneas de acordo com os protocolos de medidas de curto e longo prazo propostos pela EPA
PROJETO RADÔNIO – Metodologia
Grandezas
Avaliadas Meio Método de Análise (Equipamento) Metodologia Aplicada Fator de
Equilíbrio Ar
Câmara de ionização (AlphaGUARD)
Concentração de 222Rn
Espectrometria alfa (DOSEman)
Concentração 218Po, 214Pb,214Bi, 214Po
Os pontos amostrados foram locais onde os mineiros permaneciam por mais tempo e os equipamentos estivessem seguros. Os equipamentos foram instalados juntos por aproximadamente 2 dias. Com base nos dados obtidos, o
fator de equilíbrio foi estimado pela seguinte equação: F = CEEC/CRn, onde
CEEC é a concentração equivalente de equilíbrio (medida com o DOSEman) e
PROJETO RADÔNIO – Metodologia
Grandezas
Avaliadas Meio Método de Análise (Equipamento) Metodologia Aplicada Dose
(mSv.a-1) Ar
Câmara de ionização (AlphaGUARD)
Concentração de 222Rn
Espectrometria alfa (DOSEman)
Concentração 218Po, 214Pb,214Bi, 214Po
Estimada pela seguinte equação: E = CRn.F.T.k, onde T é o tempo de
permanência em locais de trabalho, T= 2000 h.a-1 e k é o fator de conversão, k=9nSv(Bq.h.m3)-1. (UNSCEAR, 2000)
Taxa de Exposição Gama (µSv.h-1)
Ar Espectrometria gama (Identifinder) Os pontos amostrados foram os locais onde os detectores de eletretos SST e os detectores de traços foram instalados
Ventilação
(m/s) Ar (Anemômetro)
Os pontos amostrados foram os locais onde os detectores de eletretos SST e os detectores de traços foram instalados
Concentração de222Rn
(Bq/m3)
Solo Câmara de ionização (AlphaGUARD) Os pontos amostrados eram externos á mina. Selecionou-se pontos onde o
PROJETO RADÔNIO – Metodologia
Grandezas
Avaliadas Meio Método de Análise (Equipamento) Metodologia Aplicada Concentração
de222Rn (Bq/m3)
Água Espectrometria alfa (RAD7) As amostras de águas foram coletadas nos aquiferos diretamento do interor
Grandezas
Avaliadas Meio Método de Análise (Equipamento) Metodologia Aplicada Atividade Específica de 226 Ra (Bq/kg) Rocha e solo
Espectrometria gama (HPGe) – pico do 214Bi em 609,3 keV, freqüência de 46,3%
As amostras de minérios, de rochas e de solos coletadas foram trituradas, pesadas e vertidas para frascos Marinelli. As amostras foram analisados no
detector de germânio hiperpuro.
Atividade Específica de 232 Th e 224Ra (Bq/kg) Rocha e solo
Espectrometria gama (HPGe) – pico do 212Pb em 238,6 keV, freqüência de 44,6%
As amostras de minérios, de rochas e de solos coletadas foram trituradas, pesadas e vertidas para frascos Marinelli. As amostra foram analisados no
detector de germânio hiperpuro.
Atividade Específica de 40 K (Bq/kg) Rocha e solo
Espectrometria gama (HPGe) – pico do 40K em 1460,8 keV, freqüência de 10,7%
As amostras de minérios, de rochas e de solos coletadas foram trituradas, pesadas e vertidas para frascos Marinelli. As amostras foram analisados no
detector de germânio hiperpuro.
PROJETO RADÔNIO – Resultado
Atividade Específica de 226Ra (Bq.kg-1) CR-39 (Bq.m-3) [média (min-max)] E-PERM (Bq.m-3) [média (min-max)] RAD7 (kBq.m-3) [média (min-max)] HPGe [média (min-max)] Mina A Parada* 676 (599-1144) n = 5 1339 (522-2617) n = 3 487 (336 - 637) n=4 75 (41 -120) n=4 Mina A Em operação 1160 (507-1668) n = 4 716 (692-778) n = 3 487 (336 - 637) n=4 75 (41 -120)** n=4 Mina B Em operação 122 n = 1 296 (180-625) n = 4 25 (24 - 26) n=2 42 (1-182) n=5 Mina C Em operação 985 (341-2913) n = 8 2132 (689-3121) n = 5 851 (786 - 915) n=2 386 (196-517) n=7 Mina D Parada* 779 (218-1256) n = 5 1311 n = 1 8 (6 - 9) n=3 22 (8-60) n=5 Mina E Em operação 4153 (763-7384) n = 7 5201 (2845-8171) n = 4 6 (3 - 8) n=3 72 (11 - 297) n=5 Mina F Em operação 316 (285-339) n = 6 292 (177-505) n = 8 13 (11 - 15) n=3 17 (11-25) n=4 n= número de medidas* Em mautenção na data da visita
** Amostras coletadas durante a primeira visita
Mina Situação da Mina
Parada** - 3889 1174 0,3 21 Em operação 0,7 714 377 0,5 7 Mina B Em operação 1,8 949 259 0,3 5 Mina C Em operação <0,1 113 76 0,7 1 Mina D Em operação - 4964 1148 0,2 21 Mina E Parada** <0,1 1442 228 0,2 4 Mina F* Em operação - 327 141 0,4 3
* Nesta mina, a velocidade do ar não foi medida
**Sistema de ventilação desligado
Dose Efetiva - E (mSv.a-1) UNSCEAR Fator de Equilíbrio - F Situação da mina Mina A Mina Concentração de Radônio - Co (Bqm-3) AlphaGuard Concentração Equivalente de Equilíbrio - CEE (Bq.m-3) Doseman Velocidade do Ar (m.s-1) Anemômetro
PROJETO RADÔNIO – Resultado
C
o= 113 a 4964 Bq.m
-3CEE = 76 a 1174 Bq.m
-3PROJETO RADÔNIO – Conclusões
Como foi observado, as concentrações de radônio e da sua progênie variaram consideravelmente de mina para mina e dentro da mesma mina.
Baseado nesses dados, contata-se que todas as minas, exceto a Mina B e a Mina F apresentam pontos onde concentração de radônio excedeu o nível de referência de 1000 Bq/m3.
O fator de equilíbrio (F) calculado foi diferente em cada mina, variando de 0,2 – 0,7. A dose efetiva estimada variou de 1 – 21 mSv.a-1 .
É Recomendável a condução periódica de medições de radônio e da sua progênie, dado que as minas evoluem progressivamente.
Elaboração de critérios normativos aplicáveis
minas subterrâneas
Protocolos para Inspeção de Radônio em
Instalações Minero-industriais de Lavra Subterrânea
Instalações Minero-Industriais
1 – A serem visitadas pela primeira vez
2 - Já visitadas
(Categoria I, Categoria II e Categoria III)
3 - Garimpos registrados ou cooperativados com alta concentração
Protocolos para Inspeção de Radônio em
Instalações Minero-industriais de Lavra Subterrânea
1 – Instalações Minero-industriais visitadas pela primeira vezMedições da concentração de radônio com detectores de curto-prazo (pelo menos 10 pontos)
Medições da concentração de radônio com detectores de longo-prazo (pelo menos 10 pontos)
Medições da concentração de torônio Determinação do fator de equilíbrio
Protocolos para Inspeção de Radônio em
Instalações Minero-industriais de Lavra Subterrânea
2 – Instalações Minero-industriais já visitadasCategoria I - São as instalações que apresentam concentração de radônio superior a 1000 Bq.m-3
Frequência de inspeção: anual
Medições da concentração de radônio com detectores de curto-prazo (pelo menos 10 pontos)
Medições da concentração de radônio com detectores de longo-prazo (pelo menos 10 pontos)
Medições da concentração de torônio Determinação do fator de equilíbrio
Protocolos para Inspeção de Radônio em
Instalações Minero-industriais de Lavra Subterrânea
2 – Instalações Minero-industriais já visitadasCategoria II - São as instalações que apresentam concentração de radônio compreendida entre 500 - 1000 Bq.m-3
Frequência de inspeção: Bianual
Medições da concentração de radônio com detectores de curto-prazo (pelo menos 5 pontos)
Medições da concentração de radônio com detectores de longo-prazo (pelo menos 5 pontos)
Medições da concentração de torônio Determinação do fator de equilíbrio
Protocolos para Inspeção de Radônio em
Instalações Minero-industriais de Lavra Subterrânea
2– Instalações Minero-industriais já visitadasCategoria III- São as instalações que apresentam concentração de radônio inferior a 500 Bq.m-3
Frequência de inspeção: Bianual
Medições da concentração de radônio com detectores de curto-prazo (pelo menos 5 pontos)
Medições da concentração de radônio com detectores de longo-prazo (pelo menos 5 pontos)
Medições da concentração de torônio Determinação do fator de equilíbrio
Protocolos para Inspeção de Radônio em
Instalações Minero-industriais de Lavra Subterrânea
3 – Garimpos Registrados ou CooperativadosFrequência de inspeção: a cada 4 anos
Medições da concentração de radônio com detectores de curto-prazo (pelo menos 5 pontos)
Medições da concentração de radônio com detectores de longo-prazo (pelo menos 5 pontos)